Estil Ís Tica
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Sumário
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1. Apresentação da aula 12
Vamos juntos?!
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2. Figuras de linguagem
Figuras de
Figuras de Palavra Figuras de Sintaxe Figuras de Som
Pensamento
• São os recursos • São os recursos • São os recursos • São os recursos
associados ao associados à associados à associados aos
significado das organização e à combinação de sons das palavras.
palavras. estrutura ideias e
gramatical das pensamentos, ou
frases. seja, à
interpretação das
frases.
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• Metáfora
Comparação: Metáfora:
Sua boca é como um túmulo. Sua boca é um túmulo.
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• Metonímia
Ocorre quando há uma substituição da parte pelo todo, ou seja, utiliza-se um termo
para representar outro, pois há uma relação estabelecida entre eles.
Outros exemplos: Estou lendo Graciliano Ramos. (emprego do autor pela obra)
Que as armas cedam à toga. [isto é, que a força militar acate o direito]
"Andai como filhos da luz", recomenda-nos o Apóstolo (para dizer São Paulo). [São
Paulo (indivíduo) foi um dos apóstolos (espéciel]
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(protetores) (destruidores)
Os irracionais [= os animais]
"O aço de Zé Grande espelha reflexos dos cristais ..." (HAROLDO BRUNO) [aço =
faca]
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Gabarito comentado:
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Gabarito comentado:
Não podem viver debaixo do mesmo teto. [teto = casa: a parte pelo todo]
a) "Por que não te sentas? Eu vou descansar estes ossos." (ÉRICO VERÍSSIMO)
b) "Nosso tempo abomina flores, amigo." (CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE)
c) Sobre a cidade indefesa os aviões semeavam a morte.
d) São Paulo parou para receber e ovacionar os campeões.
e) "O aço de Zé Grande espelha reflexos dos cristais." (HAROLDO BRUNO)
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Gabarito comentado:
a) "Por que não te sentas? Eu vou descansar estes ossos." (ÉRICO VERÍSSIMO) Ossos =
corpo: a parte pelo todo.
b) "Nosso tempo abomina flores, amigo." (CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE)
Nosso tempo: as pessoas de hoje: o abstrato pelo concreto.
c) Sobre a cidade indefesa os aviões semeavam a morte. Morte = bombas mortíferas: o
efeito pela causa.
d) São Paulo parou para receber e ovacionar os campeões. São Paulo = a população
de São Paulo: o lugar pelos habitantes.
e) "O aço de Zé Grande espelha reflexos dos cristais." (HAROLDO BRUNO) Aço= faca: a
matéria pelo instrumento.
"E na curva da estrada, que era um talho sangrento no verde bruto da paisagem, sumiu-
se a cavalgada." (BERNARDO ÉLIS)
Gabarito:
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Comentários:
A alternativa A apresenta uma metonímia do tipo consequência no lugar da causa que é o
esforço e dedicação.
A alternativa B apresenta uma metonímia do tipo matéria no lugar do objeto que é o anel ou
aliança de noivado.
A alternativa C apresenta uma metonímia do tipo parte por um todo, o uso do teto no lugar
de uma casa inteira.
A alternativa D não apresenta uma metonímia, pois “cidade maravilhosa” é uma expressão
utilizada para identificar a cidade do Rio de Janeiro, é uma figura conhecida como perífrase.
Gabarito D
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• Antítese
• Eufemismo
• Hipérbole
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“Chega mais perto e contempla as palavras. / Cada uma / tem mil faces secretas sob a
face neutra” (Carlos Drummond de Andrade)
• Personificação (prosopopeia)
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a) as paredes escutam.
b) as máquinas festejam.
c) os diários revelam segredos.
d) os copos celebram as alegrias.
e) a floresta clama por piedade.
Gabarito comentado:
Em todas as alternativas há personificação, porque em todas elas são atribuídas ações
humanas (escutam, festejam, revelam, celebram, clama) a seres irracionais (paredes,
máquinas, diários, copos, floresta)
07. (Estratégia Militares 2022 – Prof.ª Fabíola Soares) Indique qual a figura
de linguagem presente nas orações abaixo e interprete com outras palavras
os trechos.
1. Convidei-a a se retirar.
2. O homem faltou com a verdade.
Gabarito comentado:
A figura presente é o Eufemismo, que é utilizado para suavizar o discurso. Assim,
1. “convidar alguém a se retirar” é uma forma mais amena de mandar alguém embora.
2. “faltar com a verdade” é uma forma mais branda de dizer que mentiu.
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Toda a linguagem poética dos versos acima retrata um fato posto em relevo pela seguinte
figura de linguagem:
a) antítese.
b) hipérbole.
c) eufemismo.
d) prosopopeia.
Comentário:
Toda a linguagem poética dos versos retrata um cenário da morte da mãe apresentada
por meio de expressões que abrandam o momento de dor e a figura responsável por
amenizar com outras palavras uma circunstância desagradável é o eufemismo. As
expressões eufêmicas podem ser vistas em: “Uma noite abriu as asas/ cansada de tanto
som,/ Equilibrou-se no azul,/ De tonta não mais olhou/ Para mim, para ninguém!/ Cai no
álbum de retratos.”
Gabarito: C
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09. (Estratégia Militares 2022 – USF Adaptada - Prof.ª Fabíola Soares) Leia
estes versos:
a) metáfora
b) metonímia
c) hipérbole
d) prosopopeia
Comentários
A hipérbole é uma figura de pensamento que apresenta um exagero intencional do autor
para dar ênfase às expressões. Observamos a presença da ideia intensificada em “todas as
pedras que há no mundo”, porque é um exagero alguém dizer que tem todas essas pedras.
Gabarito C
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a) "A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças." (MONTEIRO
LOBATO)
b) O infeliz poeta pôs termo à vida tragicamente.
c) "Toda vida se tece de mil mortes." (CARLOS DE LIET)
d) Toda profissão tem seus espinhos.
Gabarito:
a) Não há antítese na letra A, mas uma ironia, quando dizemos algo contrário ao que
queríamos, para efeitos de sentido premeditado, como é o caso de dizer que Dona
Inácia era excelente, mas ela judiava de crianças.
b) Não há antítese na letra B, mas um Eufemismo, quando se quer suavizar a morte de
alguém, como é o exemplo dessa alternativa.
c) Há Antítese, pois se apresentam palavras contrárias como “vida” e “mortes”.
d) Não há antítese na letra D, mas uma metáfora, em que se apresenta uma
comparação implícita entre espinhos e dificuldades.
Gabarito: C
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c) "Palavra que tem berço aqui, aqui tem sua sepultura." (JOSUÉ GUIMARAES)
1) antítese e hipérbole
2) antítese e metáfora
Gabarito:
a) Personificação (Ciprestes com características humanas: austeros) e eufemismo (velar
a paz dos encantados = morte)
b) Personificação (a lua com ações humanas: velar) e metonímia (cidade no lugar de
pessoas)
c) Antítese (berço como algo bom e sepultura como algo ruim) e metáfora (palavra
sendo comparada a berço)
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a) metonímia
b) antítese
c) prosopopeia
d) metáfora
Comentários:
Gabarito: C
13. (Estratégia Militares 2022 – UFU adaptada - Prof.ª Fabíola Soares) Cada
frase abaixo possui uma figura de linguagem. Assinale aquela que não está
classificada corretamente:
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Comentários
A Alternativa B “Peço-lhe mil desculpas pelo que aconteceu. (metáfora)” está incorreta,
porque a metáfora representa uma comparação, algo que não está presente na oração.
A alternativa C apresenta uma antítese a partir das ideias opostas pelas palavras “vida” e
“mortes”.
Gabarito B
_________________________________________________________________________________
a) metáfora
b) hipérbole
c) metonímia
d) eufemismo
e) antítese
Comentário
A presença de termos com sentidos opostos, neste caso “mínimo e máximo”, é a marca
característica da antítese.
Gabarito: E
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a) metonímia
b) metáfora
c) hipérbole
d) antítese
Comentários
A antítese consiste no recurso estilístico que utiliza termos com sentidos opostos para dar
mais ênfase à comunicação. Neste caso, os termos “presente” e “passado” têm essa intenção
nos versos acima.
Gabarito: D
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Figuras de
Linguagem
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3 – Efeitos de texto
• Ambiguidade
deve ser a mais clara e objetiva possível. Por isso, deve-se evitar expressões que possam
gerar algum tipo de ambiguidade.
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Semântico
Atenção: a polissemia ocorre quando uma mesma palavra asume diferentes significados.
Não é o caso, por exemplo, de palavras com grafia e sons iguais, mas classes de palavra
diferentes (ex.: "cedo" pode ser adverbio de tempo ou verbo ceder conjugado na primeira
pessoa do singular).
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Gramatical
• Duplo sentido
A diferença do duplo sentido para a ambiguidade é que muitas vezes a ambiguidade não é
intencional, enquanto o duplo sentido é planejado, principalmente visando o humor.
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Há aqui duas interpretações possíveis para o texto: que a pessoa recebe a visita
de amigos (sentido literal) e que, uma vez que o corpo da pessoa é sua casa, ela mostra seu
corpo para outras pessoas (duplo sentido).
Muitas vezes em provas será exigido que você entenda o conceito de duplo
sentido, ainda que não apareça a expressão em si. Outras vezes, o duplo sentido se encontra
no diálogo entre textos verbais e não verbais, principalmente quando envolve tirinhas,
charges ou propagandas.
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• Ironia
Ironia verbal
• Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro significado, normalmente oposto ao
sentido literal. A expressão e a intenção são diferentes.
• Para grande parte dos exercícios, é a ironia verbal que mais importa
• Ex.: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!
Ironia de situação
• A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o resultado é contrário ao que se
espera ou que se planeja.
• Ex.: Quando num texto literário uma personagem planeja uma ação, mas os resultados não
saem como o esperado. No livro "Memórias Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis,
a personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da vida, tenta de muitas
maneiras alcançar a notoriedade sem sucesso. Após a morte, a personagem se torna
conhecida. Há uma ironia de situação: planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou
famoso após a morte.
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• Humor
A maioria dos efeitos de texto citado até então tem um objetivo comum: o
humor. Situações cômicas ou potencialmente humorísticas compartilham da característica do
efeito surpresa. O humor reside em ocorrer algo fora do esperado numa situação.
Anedotas:
Ex.:
- Joãozinho, se eu tenho duas mangas em uma mão e duas na outra, o que eu tenho?
- Mãos grandes!
Charges:
Ex.:
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Crônicas:
Ex.: “No cinema de antigamente você já sabia: quando alguém tossia, era porque iria
morrer em pouco tempo. Tosse nunca significava apenas algo preso na garganta ou uma
gripe passageira — era morte certa. Quando um casal se beijava apaixonadamente e em
seguida desparecia da tela era sinal que tinham se deitado. E depois, não falhava: a mulher
aparecia grávida. Nunca se ficava sabendo o que acontecia, exatamente, depois que o casal
desaparecia da tela, a não ser que o filme fosse francês.”
Ambiguidade
Ocorre quando um mesmo vocábulo ou expressão pode ser interpretado de
mais de uma maneira.
Duplo sentido
Ocorre quando as palavras e expressões utilizadas possuem diferentes
interpretações.
Ironia
Consiste em utilizar uma palavra ou expressão, atribuindo-lhe diferente
sentido ou significado de acordo com o contexto.
Humor
Reside em ocorrer algo fora do esperado numa situação.
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4. Lista de exercícios
Nível 01
1. (EFOMM - 2019)
Passeio à Infância
Primeiro vamos lá embaixo no córrego; pegaremos dois pequenos carás dourados. E
como faz calor, veja, os lagostins saem da toca. Quer ir de batelão, na ilha, comer ingás?
Ou vamos ficar bestando nessa areia onde o sol dourado atravessa a água rasa? Não
catemos pedrinhas redondas para atiradeira, porque é urgente subir no morro; os
sanhaços estão bicando os cajus maduros. É janeiro, grande mês de janeiro!
Podemos cortar folhas de pita, ir para o outro lado do morro e descer escorregando no
capim até a beira do açude. Com dois paus de pita, faremos uma balsa, e, como o carnaval
é só no mês que vem, vamos apanhar tabatinga para fazer formas de máscaras. Ou então
vamos jogar bola-preta: do outro lado do jardim tem um pé de saboneteira.
Se quiser, vamos. Converta-se, bela mulher estranha, numa simples menina de pernas
magras e vamos passear nessa infância de uma terra longe. É verdade que jamais comeu
angu de fundo de panela?
Bem pouca coisa eu sei: mas tudo que sei lhe ensino. Estaremos debaixo da goiabeira;
eu cortarei uma forquilha com o canivete. Mas não consigo imaginá-la assim; talvez se na
praia ainda houver pitangueiras... Havia pitangueiras na praia? Tenho uma ideia vaga de
pitangueiras junto à praia. Iremos catar conchas cor-de-rosa e búzios crespos, ou armar o
alçapão junto do brejo para pegar papa-capim. Quer? Agora devem ser três horas da tarde,
as galinhas lá fora estão cacarejando de sono, você gosta de fruta-pão assada com
manteiga? Eu lhe vou aipim ainda quente com melado. Talvez você fosse como aquela
menina rica, de fora, que achou horrível nosso pobre doce de abóbora e coco.
Mas eu a levarei para a beira do ribeirão, na sombra fria do bambual; ali pescarei
piaus. Há rolinhas. Ou então ir descendo o rio numa canoa bem devagar e de repente dar
um galope na correnteza, passando rente às pedras, como se a canoa fosse um cavalo
solto. Ou nadar mar afora até não poder mais e depois virar e ficar olhando as nuvens
brancas. Bem pouca coisa eu sei; os outros meninos riram de mim porque cortei uma iba
de assa-peixe. Lembro-me que vi o ladrão morrer afogado com os soldados de canoa
dando tiros, e havia uma mulher do outro lado do rio gritando.
Mas como eu poderia, mulher estranha, convertê-la em menina para subir comigo pela
capoeira? Uma vez vi uma urutu junto de um tronco queimado; e me lembro de muitas
meninas. Tinha uma que para mim uma adoração. Ah, paixão da infância, paixão que não
amarga. Assim eu queria gostar de você, mulher estranha que ora venho conhecer,
homem maduro. Homem maduro, ido e vivido; mas quando a olhei, você estava distraída,
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meus olhos eram outra vez daquele menino feio do segundo ano primário que quase não
tinha coragem de olhar a menina um pouco mais alta da ponta direita do banco.
Adoração de infância. Ao menos você conhece um passarinho chamado saíra? É um
passarinho miúdo: imagine uma saíra grande que de súbito aparecesse a um menino que
só tivesse visto coleiros e curiós, ou pobres cambaxirras. Imagine um arco-íris visto na mais
remota infância, sobre os morros e o rio. O menino da roça que pela primeira vez vê as
algas do mar se balançando sob a onda clara, junto da pedra.
Ardente da mais pura paixão de beleza é a adoração da infância. Na minha
adolescência você seria uma tortura. Quero levá-la para a meninice. Bem pouca coisa eu
sei; uma vez na fazenda rira: ele não sabe nem passar um barbicacho! Mas o que sei lhe
ensino; são pequenas coisas do mato e da água, são humildes coisas, e você é tão bela e
estranha! Inutilmente tento convertê-la em menina de pernas magras, o joelho ralado, um
pouco de lama seca do brejo no meio dos dedos dos pés.
Linda como a areia que a onda ondeou. Saíra grande! Na adolescência e torturaria;
mas sou um homem maduro. Ainda assim às vezes é como um bando de sanhaços bicando
os cajus de meu cajueiro, um cardume de peixes dourados avançando, saltando ao sol, na
piracema; um bambual com sombra fria, onde ouvi um silvo de cobra, e eu quisera tanto
dormir. Tanto dormir! Preciso de um sossego de beira de rio, com remanso, com cigarras.
Mas você é como se houvesse demasiadas cigarras cantando numa pobre tarde de
homem.
Julho, 1945
Crônica extraída do livro 200 crônicas escolhidas, de Rubem Braga
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3. (EEAR – 2018)
Leia:
1 – Eu vou tirar você de mim/Assim que descobrir /Com quantos nãos se faz um sim
2 – Vale todo um harém a minha bela/Em fazer-me ditoso ela capricha.../Vivo ao sol de
seus olhos namorados,/Como ao sol de verão a lagartixa.
3 – Ilumina meu peito, canção./Dentro dele/Mora um anjo,/Que ilumina/O meu coração.
No que diz respeito ao mecanismo de coesão textual, quanto à retomada, o recurso que
predomina na passagem acima é
a) a repetição propriamente dita.
b) a hiperonímia.
c) a sinonímia.
d) o paralelismo.
e) a omissão.
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5. (EsPCEX – 2017)
6. (ITA – 2017)
No poema de Maria Lúcia Alvim intitulado Frasco de âmbar, que possui uma atmosfera
muito feminina,
Frasco de âmbar
À força de guardar-te
evaporaste!
(Em: Vivenda. São Paulo: Duas Cidades, 1989.)
Está(ão) correta(s)
a) apenas I.
b) apenas I e II.
c) apenas II.
d) apenas II e III.
e) todas.
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7. (EFOMM - 2017)
8. (ITA - 2016)
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Cidade grande
Que beleza, Montes Claros.
Como cresceu Montes Claros.
Quanta indústria em Montes Claros.
Montes Claros cresceu tanto,
ficou urbe tão notória,
prima-rica do Rio de Janeiro,
que já tem cinco favelas
por enquanto, e mais promete.
(Carlos Drummond de Andrade)
Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a
a) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria linguagem.
b) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos.
c) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção crítica.
d) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e objetivo.
e) prosopopeia, que consiste em personificar coisas inanimadas, atribuindo-lhes vida.
Nos trechos: "...nem um dos autores nacionais ou nacionalizados de oitenta pra lá faltava nas
estantes do major" e "...o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja"
encontramos, respectivamente, as seguintes figuras de linguagem:
a) prosopopeia e hipérbole
b) hipérbole e metonímia
c) metáfora e hipérbole
d) metonímia e eufemismo
e) metonímia e prosopopeia.
__________________________________________________________________________
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eu pergunto; e se o jovem Chaplin quisesse hoje entrar no Brasil acaso poderia? Ninguém
sabe que destino terão no Brasil essas mulheres louras, esses homens de profissões vagas.
Eles estão procurando alguma coisa: emigraram. Trazem pelo menos o patrimônio de sua
inquietação e de seu apetite de vida. Muitos se perderão, sem futuro, na vagabundagem
inconsequente das cidades; uma mulher dessas talvez se suicide melancolicamente dentro
de alguns anos, em algum quarto de pensão. Mas é preciso de tudo para fazer um mundo;
e cada pessoa humana é um mistério de heranças e de taras. Acaso importamos o pintor
Portinari, o arquiteto Niemeyer, o físico Lattes? E os construtores de nossa indústria, como
vieram eles ou seus pais? Quem pergunta hoje, e que interessa saber, se esses homens ou
seus pais ou seus avós vieram para o Brasil como agricultores, comerciantes, barbeiros ou
capitalistas, aventureiros ou vendedores de gravata? Sem o tráfico de escravos não
teríamos tido Machado de Assis, e Carlos Drummond seria impossível sem uma gota de
sangue (ou uísque) escocês nas veias, e quem nos garante que uma legislação exemplar de
imigração não teria feito Roberto Burle Marx nascer uruguaio, Vila Lobos mexicano, ou
Pancett chileno, o general Rondon canadense ou Noel Rosa em Moçambique? Sejamos
humildes diante da pessoa humana: o grande homem do Brasil de amanhã pode descender
de um clandestino que neste momento está saltando assustado na praça Mauá, e não sabe
aonde ir, nem o que fazer. Façamos uma política de imigração sábia, perfeita, materialista;
mas deixemos uma pequena margem aos inúteis e aos vagabundos, às aventureiras e aos
tontos porque dentro de algum deles, como sorte grande da fantástica loteria humana,
pode vir a nossa redenção e a nossa glória.
(BRAGA, R. Imigração. In: A borboleta amarela. Rio de Janeiro, Editora do Autor, 1963)
As figuras de linguagem são usadas como recursos estilísticos para dar maior valor
expressivo à linguagem.
No seguinte trecho “Tu és a chuva e eu sou a terra [...]” predomina a figura, denominada:
a) prosopopeia
b) hipérbole
c) metáfora
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d) metonímia
__________________________________________________________________________________
Está(ão) correta(s):
a) apenas I e II.
b) apenas I e III.
c) apenas II e III.
d) apenas III.
e) todas.
__________________________________________________________________________
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d) 1 e 2.
(A) Metonímia.
(B) Eufemismo.
(C) Prosopopeia.
(D) Hipérbole.
(E) Metáfora.
(A) metáfora.
(B) hipérbole.
(C) eufemismo.
(D) antítese.
(E) personificação.
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Nível 02
__________________________________________________________________________________
1 – hipérbole
2 – antítese
3 – metonímia
4 – eufemismo
a) 4 – 2 – 1 – 3
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b) 2 – 1 – 3 – 4
c) 3 – 4 – 2 – 1
d) 2 – 4 – 3 – 1
_________________________________________________________________________________________
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(1) Eufemismo
(2) Prosopopeia
(3) Antítese
(4) Metáfora
( ) Nem o céu nem o inferno estavam preparados para sua chegada.
( ) O sertão castigava com seu ódio sem lágrimas todo o povo.
( ) Com cuidado, mas em estado de cólera, seu grito pela funcionária da limpeza da casa
ecoava nos corredores.
( ) Moça, sonhei com você esta noite. Seu sorriso é meu travesseiro. Sua determinação
de mulher, minha inspiração.
a) 3 – 2 – 1 – 4
b) 3 – 1 – 2 – 4
c) 4 – 1 – 2 – 3
d) 2 – 3 – 1 – 4
__________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________
a) eufemismo e antítese.
b) antítese e eufemismo.
c) prosopopeia e antítese.
d) prosopopeia e hipérbole.
__________________________________________________________________________________
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(1) Eufemismo
(2) Prosopopeia
(3) Antítese
(4) Metáfora
( ) Um frio inteligente percorria o jardim.
( ) Onde queres prazer eu sou o que dói.
( ) Ele vivia de caridade pública.
( ) Teu corpo é brasa do lume.
a) 3 – 2 – 1 – 4
b) 3 – 1 – 2 – 4
c) 2 – 3 – 4 – 1
d) 2 – 3 – 1 – 4
__________________________________________________________________________________
a) antítese
b) metáfora
c) eufemismo
d) prosopopeia
__________________________________________________________________________________
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a) prosopopeia.
b) eufemismo.
c) metonímia.
d) hipérbole.
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a) “Deus, antes de ser homem, era sol sem sombra.” (Pe. Vieira)
b) “As tuas saudades ficam onde deixas o coração.” (Camilo Castelo Branco)
c) “Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar.” (José de Alencar)
d) “...meu pensamento vadio era uma borboleta serena que não pousava em nada.”
(Bernardo Elis)
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37. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Em qual das alternativas
não há uma hipérbole?
a) Sete mil vezes
Eu tornaria a viver assim
b) Há uma nuvem de lágrimas
Sobre os meus olhos
c) Paixão cruel, desenfreada
Te trago mil rosas roubadas
d) A cada um cabe alegrias
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a) paradoxo
b) metáfora
c) hipérbole
d) antítese
“Porém eu perco-me sem alegria, não como o rio na foz para que nasceu incógnito,
mas como o lago feito na praia pela maré alta, e cuja água sumida nunca mais regressa ao
mar.”
a) metáfora
b) metonímia
c) comparação
d) hipérbole
__________________________________________________________________________________
Nível 03
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__________________________________________________________________________
No texto acima, há um problema textual logo em seu início. Esse problema pode ser
entendido como
(A) um pleonasmo.
(B) uma cacofonia.
(C) uma ambiguidade.
(D) uma prolixidade.
(E) uma obscuridade.
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Em “É sentir o caixão no próprio corpo. É saber que já não há quem tenha prazer em
lhe acarinhar a pele”, identifica-se, como figura de linguagem,
a) uma analogia.
b) uma metáfora.
c) uma comparação.
d) uma metonímia.
e) um eufemismo.
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enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das
mucamas? Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não
menor experiência, murmurou à pobre agulha:
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da
vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho
para ninguém. Onde me espetam, fico.
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a
cabeça:
— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!
Machado de Assis. Para Gostar de Ler: Volume 9 – Contos. São Paulo: Editora Ática,
1984, pág. 59.
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Em “Vivia em paz com as suas certidões quando o frechou venenosa seta de Cupido”, o
trecho destacado é formado por uma
a) ironia relacionada à forma como o escrevente cai em paixão.
b) personificação, visto que se atribui humanidade ao Cupido.
c) metonímia relacionada à utilização do Cupido como deus.
d) metáfora relacionada ao processo de paixão do escrevente.
e) gradação, visto que o processo passa da vida em paz à paixão.
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A Estrela
Vi uma estrela tão alta,
Vi uma estrela tão fria!
Vi uma estrela luzindo
Na minha vida vazia.
Era uma estrela tão alta!
Era uma estrela tão fria!
Era uma estrela sozinha
Luzindo no fim do dia.
Por que da sua distância
Para a minha companhia
Não baixava aquela estrela?
Por que tão alto luzia?
E ouvi-a na sombra funda
Responder que assim fazia
Para dar uma esperança
Mais triste ao fim do meu dia.
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Manuel Bandeira
a) Hipérbole.
b) Metonímia.
c) Prosopopeia.
d) Metáfora.
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Maliciosas em tentação,
Assinale a alternativa em que não há a mesma figura de linguagem presente no texto acima.
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a) “Somos amigos / Amigos do peito / Amigos de uma vez” - Turma do Balão Mágico
b) “Eu quero ter um milhão de amigos / E bem mais forte poder cantar” – Roberto Carlos
c) “Amigo, estou aqui / Amigo, estou aqui / Se a fase é ruim” – Animação Toy Story
d) “Amigo, você é o mais certo das horas incertas” – Roberto Carlos
e) “Quero chorar o teu choro / Quero sorrir seu sorriso / Valeu por você existir, amigo” -
Fundo de Quintal
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4.1 Gabarito
1. E 21. B 41. B
2. A 22. B 42. C
3. B 23. A 43. D
4. E 24. B 44. B
5. B 25. D 45. E
6. E 26. A 46. B
7. D 27. D 47. B
8. E 28. A 48. A
9. C 29. C 49. D
10. E 30. D 50. B
11. E 31. A 51. D
12. A 32. B 52. A
13. C 33. B 53. C
14. E 34. A 54. D
15. A 35. B 55. B
16. A 36. D 56. C
17. B 37. D 57. B
18. B 38. D 58. B
19. E 39. C 59. D
20. B 40. A 60.B
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Nível 01
1. (Efomm - 2019)
Passeio à Infância
Primeiro vamos lá embaixo no córrego; pegaremos dois pequenos carás dourados.
E como faz calor, veja, os lagostins saem da toca. Quer ir de batelão, na ilha, comer
ingás? Ou vamos ficar bestando nessa areia onde o sol dourado atravessa a água rasa?
Não catemos pedrinhas redondas para atiradeira, porque é urgente subir no morro; os
sanhaços estão bicando os cajus maduros. É janeiro, grande mês de janeiro!
Podemos cortar folhas de pita, ir para o outro lado do morro e descer escorregando
no capim até a beira do açude. Com dois paus de pita, faremos uma balsa, e, como o
carnaval é só no mês que vem, vamos apanhar tabatinga para fazer formas de máscaras.
Ou então vamos jogar bola-preta: do outro lado do jardim tem um pé de saboneteira.
Se quiser, vamos. Converta-se, bela mulher estranha, numa simples menina de
pernas magras e vamos passear nessa infância de uma terra longe. É verdade que
jamais comeu angu de fundo de panela?
Bem pouca coisa eu sei: mas tudo que sei lhe ensino. Estaremos debaixo da
goiabeira; eu cortarei uma forquilha com o canivete. Mas não consigo imaginá-la assim;
talvez se na praia ainda houver pitangueiras... Havia pitangueiras na praia? Tenho uma
ideia vaga de pitangueiras junto à praia. Iremos catar conchas cor-de-rosa e búzios
crespos, ou armar o alçapão junto do brejo para pegar papa-capim. Quer? Agora
devem ser três horas da tarde, as galinhas lá fora estão cacarejando de sono, você
gosta de fruta-pão assada com manteiga? Eu lhe vou aipim ainda quente com melado.
Talvez você fosse como aquela menina rica, de fora, que achou horrível nosso pobre
doce de abóbora e coco.
Mas eu a levarei para a beira do ribeirão, na sombra fria do bambual; ali pescarei
piaus. Há rolinhas. Ou então ir descendo o rio numa canoa bem devagar e de repente
dar um galope na correnteza, passando rente às pedras, como se a canoa fosse um
cavalo solto. Ou nadar mar afora até não poder mais e depois virar e ficar olhando as
nuvens brancas. Bem pouca coisa eu sei; os outros meninos riram de mim porque cortei
uma iba de assa-peixe. Lembro-me que vi o ladrão morrer afogado com os soldados de
canoa dando tiros, e havia uma mulher do outro lado do rio gritando.
Mas como eu poderia, mulher estranha, convertê-la em menina para subir comigo
pela capoeira? Uma vez vi uma urutu junto de um tronco queimado; e me lembro de
muitas meninas. Tinha uma que para mim uma adoração. Ah, paixão da infância, paixão
que não amarga. Assim eu queria gostar de você, mulher estranha que ora venho
conhecer, homem maduro. Homem maduro, ido e vivido; mas quando a olhei, você
estava distraída, meus olhos eram outra vez daquele menino feio do segundo ano
primário que quase não tinha coragem de olhar a menina um pouco mais alta da ponta
direita do banco.
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Julho, 1945
Crônica extraída do livro 200 crônicas escolhidas, de Rubem Braga
A alternativa A está incorreta, pois o período está escrito por completo em sentido
denotativo/literal: ir embaixo no córrego expressa uma ideia geográfica concreta, e pegar
carás tem sentido de colher o tubérculo.
A alternativa B está incorreta, pois o período está escrito por completo em sentido
denotativo/literal: batelão é um meio de transporte, e ingás um alimento.
A alternativa C está incorreta, pois o período está escrito por completo em sentido
denotativo/literal: a oração cita diferentes alimentos.
A alternativa D está incorreta, pois o período está escrito por completo em sentido
denotativo/literal: o narrador mostra uma lembrança sem uso de figuras de linguagem.
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A alternativa E está correta, pois, no trecho paixão que não amarga, atrela um sentido
sensorial (amargo é um sabor) a um sentimento (paixão), estabelecendo um sentido figurado
que, literalmente, seria paixão que não atormenta.
Gabarito: E
2. (EEAR -2018)
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A alternativa A está incorreta, pois no texto não ocorre repetição de palavras ou expressões
com o intuito de gerar coesão.
A alternativa C está incorreta, pois não há uso de sinônimos no texto, de forma que a coesão,
quanto à retomada, não é feita a partir de sinonímia.
A alternativa D está incorreta, pois o paralelismo não tem relevância para a coesão textual.
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A alternativa E está correta, pois a omissão do sujeito com o qual se inicia o parágrafo:
grande família, do qual, por concordância ideológica, se extrai a ideia de integrantes da
família com a qual os verbos das orações elípticas concordam. A desinência das formas
verbais do texto evidenciam o uso de elipse, pois se tratam de verbos transitivos, e o
contexto indica qual é o sujeito ocultado.
Gabarito: E
5. (EsPCEX – 2017)
Comentários:
Alternativa A está incorreta, pois não tem outro sentido no trecho ‘aparentemente colaterais’.
O sentido desse trecho é literal.
Alternativa B está correta, pois pode significar que a população manifesta muito mais prazer
no massacre contra o preso quando esse massacre acontece dentro do presídio ou pode
significar que a população manifesta muito mais prazer no massacre quando o preso é
criado dentro do presídio (preso produzido ou massacre produzido).
Alternativa C está incorreta, pois o sentido de ‘contra o preso’ é literal. Significa contra o
prisioneiro.
Alternativa D está incorreta, pois ‘manifesta mais prazer’ está no sentido literal.
Alternativa E está incorreta, pois ‘no massacre’ está no sentido literal.
Gabarito: B
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6. (ITA – 2017)
No poema de Maria Lúcia Alvim intitulado Frasco de âmbar, que possui uma atmosfera
muito feminina,
Frasco de âmbar
À força de guardar-te
evaporaste!
(Em: Vivenda. São Paulo: Duas Cidades, 1989.)
Está(ão) correta(s)
a) apenas I.
b) apenas I e II.
c) apenas II.
d) apenas II e III.
e) todas.
Comentários:
O item I está correto. O eu lírico (também chamado de voz lírica) revela forte emoção. O
poema fala sobre os sentimentos do eu lírico em relação ao interlocutor imaginado –
expresso pelo “tu”.
O item II está correto. Por mais que a voz lírica tenha se esforçado para manter o objeto de
seu afeto consigo, foi tudo em vão: ele a deixou. Pressupõe-se pelo título do poema que o
objeto do afeto foi guardado num frasco, porém isso não evitou que ele evaporasse.
O item III está correto. Há uma metáfora implícita no poema que relaciona a pessoa amada
ao perfume guardado em um frasco e o sentimento amoroso que se acabou ao caráter
volátil do perfume.
Gabarito: E
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7. (Efomm - 2017)
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois ocorre a personificação de algo não humano, no caso, o
pensamento. Além disso, não há metonímia no trecho.
A alternativa B está incorreta, pois ocorre analogia, comparando pensamento e pipoca. Além
disso, não há metonímia.
A alternativa C está incorreta, pois não há presença de metonímia. Na oração, uma figura de
linguagem utilizada é o hipérbato, devido à inversão da ordem direta da oração.
A alternativa E está incorreta, pois ocorre personificação, por atribuir ação humana à pipoca:
pensar. Além disso, não ocorre metonímia
Gabarito: D
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8. (ITA - 2016)
Comentários:
Mafalda faz uma brincadeira com a palavra título, ao associar uma relação de
parentesco a uma noção de hierarquia: ser possuidora de um título seria garantia de maior
autoridade. Como a mãe só se torna detentora desse “título” depois do nascimento da
“filha”, então ambas foram “diplomadas” no mesmo dia: o de seu nascimento, o que torna
ainda mais complexa a noção de autoridade, pois ambas detêm o título pelo mesmo tempo.
Portanto, a alternativa correta é a E.
A alternativa A está incorreta, pois o humor não está na desobediência, mas sim no
raciocínio lógico de Mafalda.
A alternativa C está incorreta, pois nessa tirinha, isso é apenas um recurso para chamar
a atenção às palavras, não lhes conferir humor.
Gabarito: E
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Cidade grande
Que beleza, Montes Claros.
Como cresceu Montes Claros.
Quanta indústria em Montes Claros.
Montes Claros cresceu tanto,
ficou urbe tão notória,
prima-rica do Rio de Janeiro,
que já tem cinco favelas
por enquanto, e mais promete.
(Carlos Drummond de Andrade)
Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a
a) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria linguagem.
b) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos.
c) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção crítica.
d) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e objetivo.
e) prosopopeia, que consiste em personificar coisas inanimadas, atribuindo-lhes vida.
Comentários:
Alternativa c) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção
crítica.
A ironia é uma ideia em que se expressa o oposto daquilo que se pensa. Assim, Drummond
utilizou esse recurso estilístico com a finalidade de criticar o desenvolvimento da cidade
mineira Montes Claros, com a ênfase urbana e a comparação com a cidade do Rio de
Janeiro que também cresce e sem muitas estruturas.
Gabarito: C
Nos trechos: "...nem um dos autores nacionais ou nacionalizados de oitenta pra lá faltava nas
estantes do major" e "...o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja"
encontramos, respectivamente, as seguintes figuras de linguagem:
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a) prosopopeia e hipérbole
b) hipérbole e metonímia
c) metáfora e hipérbole
d) metonímia e eufemismo
e) metonímia e prosopopeia.
Comentários:
A metonímia é uma figura muito utilizada quando se fala no autor em vez de se referir às suas
obras. É o que acontece na oração "...nem um dos autores nacionais ou nacionalizados de
oitenta pra lá faltava nas estantes do major", o que significa que o major tem as obras desses
autores, e não que os autores estejam em sua estante.
Gabarito: E
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complexa a noção de autoridade, pois ambas detêm o título pelo mesmo tempo. Portanto, a
alternativa correta é a E.
A alternativa A está incorreta, pois o humor não está na desobediência, mas sim no raciocínio
lógico de Mafalda.
A alternativa B está incorreta, pois é a resposta de Mafalda, não a da mãe, que garantem o
tom irônico.
A alternativa C está incorreta, pois nessa tirinha, isso é apenas um recurso para chamar a
atenção às palavras, não lhes conferir humor.
A alternativa D está incorreta, pois independente da imagem da mãe, o humor se encontra
nas falas e não na parte imagética da tirinha.
Gabarito: E
12. (ITA – 2015)
Texto de Rubem Braga, publicado pela primeira vez em 1952, no jornal Correio da
Manhã, do Rio.
(l. 1) José Leal fez uma reportagem na Ilha das Flores, onde ficam os imigrantes
logo que chegam. E falou dos equívocos de nossa política imigratória. As pessoas que
ele encontrou não eram agricultores e técnicos, gente capaz de ser útil. Viu músicos
profissionais, bailarinas austríacas, cabeleireiras lituanas. Paul Balt toca acordeão, Ivan
Donef faz coquetéis, Galar Bedrich é vendedor, Serof Nedko é ex-oficial, Luigi Tonizo é
jogador de futebol, Ibolya Pohl é costureira. Tudo gente para o asfalto, “para entulhar
as grandes cidades”, como diz o repórter.
(l. 7) O repórter tem razão. Mas eu peço licença para ficar imaginando uma porção
de coisas vagas, ao olhar essas belas fotografias que ilustram a reportagem. Essa linda
costureirinha morena de Badajoz, essa Ingeborg que faz fotografias e essa Irgard que
não faz coisa alguma, esse Stefan Cromick cuja única experiência na vida parece ter
sido vender bombons – não, essa gente não vai aumentar a produção de batatinhas e
quiabos nem plantar cidades no Brasil Central.
(l. 13) É insensato importar gente assim. Mas o destino das pessoas e dos países
também é, muitas vezes, insensato: principalmente da gente nova e países novos. A
humanidade não vive apenas de carne, alface e motores. Quem eram os pais de
Einstein, eu pergunto; e se o jovem Chaplin quisesse hoje entrar no Brasil acaso
poderia? Ninguém sabe que destino terão no Brasil essas mulheres louras, esses
homens de profissões vagas. Eles estão procurando alguma coisa: emigraram. Trazem
pelo menos o patrimônio de sua inquietação e de seu apetite de vida. Muitos se
perderão, sem futuro, na vagabundagem inconsequente das cidades; uma mulher
dessas talvez se suicide melancolicamente dentro de alguns anos, em algum quarto de
pensão. Mas é preciso de tudo para fazer um mundo; e cada pessoa humana é um
mistério de heranças e de taras. Acaso importamos o pintor Portinari, o arquiteto
Niemeyer, o físico Lattes? E os construtores de nossa indústria, como vieram eles ou
seus pais? Quem pergunta hoje, e que interessa saber, se esses homens ou seus pais ou
seus avós vieram para o Brasil como agricultores, comerciantes, barbeiros ou
capitalistas, aventureiros ou vendedores de gravata? Sem o tráfico de escravos não
teríamos tido Machado de Assis, e Carlos Drummond seria impossível sem uma gota de
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sangue (ou uísque) escocês nas veias, e quem nos garante que uma legislação
exemplar de imigração não teria feito Roberto Burle Marx nascer uruguaio, Vila Lobos
mexicano, ou Pancett chileno, o general Rondon canadense ou Noel Rosa em
Moçambique? Sejamos humildes diante da pessoa humana: o grande homem do Brasil
de amanhã pode descender de um clandestino que neste momento está saltando
assustado na praça Mauá, e não sabe aonde ir, nem o que fazer. Façamos uma política
de imigração sábia, perfeita, materialista; mas deixemos uma pequena margem aos
inúteis e aos vagabundos, às aventureiras e aos tontos porque dentro de algum deles,
como sorte grande da fantástica loteria humana, pode vir a nossa redenção e a nossa
glória.
(BRAGA, R. Imigração. In: A borboleta amarela. Rio de Janeiro, Editora do Autor, 1963)
As figuras de linguagem são usadas como recursos estilísticos para dar maior valor
expressivo à linguagem.
No seguinte trecho “Tu és a chuva e eu sou a terra [...]” predomina a figura, denominada:
a) prosopopeia
b) hipérbole
c) metáfora
d) metonímia
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Comentários:
A metáfora é a figura de linguagem em que existe comparação de palavras com significados
diferentes. Na metáfora, o termo comparativo não é usado explicitamente na frase, tal como
na comparação.
Assim, na oração “Tu és a chuva e eu sou a terra [...]”, chuva e terra são respectivamente
comparados a tu e eu.
Não cabia ser uma prosopopeia, visto que não havia ações e características sendo atribuídas
a seres inanimados ou irracionais; as pessoas eram comparadas à chuva e à terra; nem havia
exagero nas expressões, muito menos metonímia
Gabarito: C
14. (ITA - 2014)
Está(ão) correta(s):
a) apenas I e II.
b) apenas I e III.
c) apenas II e III.
d) apenas III.
e) todas.
Comentários:
O item I. está correto, pois se estabelece um contraste entre a coexistência da lua (elemento
natural) com o campo de concentração (elemento histórico).
O item II. está correto, pois fica implícita uma sensação emotiva do sujeito lírico: como é
possível que algo tão belo iluminasse uma situação tão terrível?
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O item III. está correto, pois a emoção do sujeito lírico é de inconformidade, perplexidade
com a situação.
Gabarito: E
A alternativa E está incorreta, pois o poeta revela conhecimento e sentimento acerca do local
que fala.
Gabarito: A
16. (ITA - 2011)
(l. 1) São Paulo – Não é preciso muito para imaginar o dia em que a moça da rádio
nos anunciará, do helicóptero, o colapso final: “A CET* já não registra a extensão do
congestionamento urbano. Podemos ver daqui que todos os carros em todas as ruas
estão imobilizados. Ninguém anda, para frente ou para trás. A cidade, enfim, parou. As
autoridades pedem calma, muita calma”.
(l. 6) “A autoestrada do Sul” é um conto extraordinário de Julio Cortázar**. Está em
Todos os fogos o fogo, de 1966 (a Civilização Brasileira traduziu). Narra, com
monotonia infernal, um congestionamento entre Fontainebleau e Paris. É a história que
inspirou Weekend à francesa (1967), de Godard***.
(l. 10) O que no início parece um transtorno corriqueiro vai assumindo contornos
absurdos. Os personagens passam horas, mais horas, dias inteiros entalados na
estrada.
(l. 12) Quando, sem explicações, o nó desata, os motoristas aceleram “sem que já
se soubesse para que tanta pressa, por que essa correria na noite entre automóveis
desconhecidos onde ninguém sabia nada sobre os outros, onde todos olhavam para a
frente, exclusivamente para a frente”.
(l.16 ) Não serve de consolo, mas faz pensar. Seguimos às cegas em frente há
quanto tempo? De Prestes Maia aos túneis e viadutos de Maluf, a cidade foi induzida a
andar de carro. Nossa urbanização se fez contra o transporte público. O símbolo
modernizador da era JK é o pesadelo de agora, mas o fetiche da lata sobre rodas
jamais se abalou.
(l. 20) Será ocasional que os carrões dos endinheirados – essas peruas high-tech –
se pareçam com tanques de guerra? As pessoas saem de casa dentro de bunkers,
literalmente armadas. E, como um dos tipos do conto de Cortázar, veem no
engarrafamento uma “afronta pessoal”.
(l. 24) Alguém acredita em soluções sem que haja antes um colapso? Ontem era a
crise aérea, amanhã será outra qualquer. A classe média necessita reciclar suas aflições.
E sempre haverá algo a lembrá-la –coisa mais chata – de que ainda vivemos no Brasil.
(SILVA, Fernando de Barros. Folha de S. Paulo, 17/03/2008.)
*CET - Companhia de Engenharia de Tráfego.
**Julio Cortázar (1914-1984), escritor argentino.
***Jean-Luc Godard, cineasta francês, nascido em 1930.
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c) [...] mas o fetiche da lata sobre rodas jamais se abalou. (l. 19)
d) As pessoas saem de casa dentro de bunkers, literalmente armadas. (l. 21)
e) A classe média necessita reciclar suas aflições. (l. 25)
Comentários:
Na alternativa A, a frase está no sentido literal: por causa do trânsito, ninguém consegue
andar (se locomover) para nenhuma direção (para frente ou para trás).
Na alternativa B, a expressão metafórica é “nó desata” = trânsito anda.
Na alternativa C, a expressão metafórica é “lata sobre rodas” = carro.
Na alternativa D, a expressão metafórica é “bunkers” = carros de luxo.
Na alternativa E, a expressão metafórica é “reciclar” = modificar, alternar.
Gabarito: A
Comentários:
1- Os riachos pareciam sussurrar palavras de amor. = Há uma prosopopeia, pois foi
atribuída ao riacho a ação de sussurrar, que é uma característica humana.
2- No horizonte, espreita-nos o caos. = Há uma prosopopeia, pois foi atribuída ao
caos a ação de espreitar, que é uma característica humana.
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Gabarito: B
Comentários
18
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(A) Metonímia.
(B) Eufemismo.
(C) Prosopopeia.
(D) Hipérbole.
(E) Metáfora.
Comentários:
Há uma metáfora presente, ou seja, uma comparação implícita sem o uso de conectivo
comparativo entre “nós” e “pavões exibicionistas”.
Gabarito: E
(A) metáfora.
(B) hipérbole.
(C) eufemismo.
(D) antítese.
(E) personificação.
Comentários
A alternativa A está incorreta, pois não havia no período uma comparação implícita.
A alternativa B está correta, pois, ao dizer que faria isso mil vezes, há um exagero
presente na frase que consiste em uma hipérbole.
A alternativa C está incorreta, pois não havia no período uma suavização de um termo ou
expressão que pudesse ser desagradável.
A alternativa D está incorreta, pois não havia no período uma oposição de palavras para
dar ideias contrárias.
19
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A alternativa E está incorreta, pois não havia no período uma personificação de nenhum
ser inanimado.
Gabarito: B
Nível 02
Comentários
A figura de linguagem presente em “Um vento furioso, atrevido e vociferante” é uma
prosopopeia ou também chamada de personificação, que consiste em atribuir ações ou
características humanas a seres inanimados, como é o caso do vento estar furioso,
atrevido e vociferante, que são características humanas.
Gabarito: B
20
Prof. ª Fabíola Soares
__________________________________________________________________________________
1 – hipérbole
2 – antítese
3 – metonímia
4 – eufemismo
a) 4 – 2 – 1 – 3
b) 2 – 1 – 3 – 4
c) 3 – 4 – 2 – 1
d) 2 – 4 – 3 – 1
Comentários:
21
Prof. ª Fabíola Soares
índice normal de aproveitamento para meninos de sua idade”, ou seja, houve uma
suavização da ideia de que o filho ficou reprovado.
Gabarito: B
_________________________________________________________________________________________
Comentários
Na alternativa A, há uma relação de comparação implícita, ou seja, de metáfora, entre
“aeronave” e “pássaro”.
Na alternativa B, há uma hipérbole, ou seja, um exagero em “milhões de vezes”.
Na alternativa C, há um eufemismo para suavizar a ideia de que a aeronave estava caindo,
quando apresenta a frase “perdia vagarosamente a altura”.
Na alternativa D, não há uma comparação implícita.
Gabarito: A
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24. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Leia o poema abaixo, do
poeta Mário Quintana.
Inscrição para um portão de cemitério
Na mesma pedra se encontram,
Conforme o povo traduz,
Quando se nasce - uma estrela,
Quando se morre - uma cruz.
Mas quantos que aqui repousam
Hão de emendar-nos assim:
“Ponha-me a cruz no princípio...
E a luz da estrela no fim.”
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Prof. ª Fabíola Soares
Gabarito: B
__________________________________________________________________________________
Comentários
Na alternativa A, há conotação em construir um muro de pedra entre duas pessoas com a
ideia de que queria uma separação entre elas.
Na alternativa B, há conotação em apresentar a pele de um bebê como sendo de seda,
para indicar que ela é muito macia.
23
Prof. ª Fabíola Soares
Na alternativa C, há conotação em dar a ideia de que o gerente ficou muito rico, ou seja,
ele nadava em ouro.
Na alternativa D, não há conotação, pois o período apresenta ideias denotativas, ou seja,
reais de acontecerem.
Gabarito: D
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(1) Eufemismo
(2) Prosopopeia
(3) Antítese
(4) Metáfora
( ) Nem o céu nem o inferno estavam preparados para sua chegada.
( ) O sertão castigava com seu ódio sem lágrimas todo o povo.
( ) Com cuidado, mas em estado de cólera, seu grito pela funcionária da limpeza da casa ecoava nos
corredores.
( ) Moça, sonhei com você esta noite. Seu sorriso é meu travesseiro. Sua determinação de mulher,
minha inspiração.
a) 3 – 2 – 1 – 4
b) 3 – 1 – 2 – 4
c) 4 – 1 – 2 – 3
d) 2 – 3 – 1 – 4
Comentários
(3) Nem o céu nem o inferno estavam preparados para sua chegada. = Há antítese entre as palavras
contrárias “céu” e “inferno”.
(2) O sertão castigava com seu ódio sem lágrimas todo o povo. = Há prosopopeia ao ser
apresentada uma ação humana ao sertão que é inanimado, a de que ele podia castigar.
24
Prof. ª Fabíola Soares
(1) Com cuidado, mas em estado de cólera, seu grito pela funcionária da limpeza da casa ecoava
nos corredores. = Há eufemismo, com a suavização da expressão “funcionária da limpeza da
casa”, no lugar de dizer empregada.
(4) Moça, sonhei com você esta noite. Seu sorriso é meu travesseiro. Sua determinação de mulher,
minha inspiração. = Há metáfora, com a comparação implícita entre sorriso e travesseiro.
Gabarito: A
__________________________________________________________________________________
Comentários
Na alternativa A, há prosopopeia no fato de o ipê se alegrar e isso é uma ação humana.
Na alternativa B, há prosopopeia no fato de o quarto respirar e isso é uma ação humana.
Na alternativa C, há prosopopeia no fato de duas cidades contemplarem-se e isso é uma
ação humana.
Na alternativa D, não há prosopopeia, mas uma metáfora, ao ser levantada a comparação
de que o pai pode ser um atalho ou uma canção para o seu filho.
Gabarito: D
__________________________________________________________________________________
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Comentários
Gabarito: A
__________________________________________________________________________________
a) eufemismo e antítese.
b) antítese e eufemismo.
c) prosopopeia e antítese.
d) prosopopeia e hipérbole.
Comentários
Em I, “Um violão chorava suas canções com saudade”, havia uma prosopopeia ao se
afirmar que o violão chorava e sentia saudades, ações que são humanas.
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Prof. ª Fabíola Soares
Em II, “Luísa, ó Luísa! Longe dos olhos e perto do coração!”, havia uma antítese, a
partir das palavras contrárias “longe” e “perto”.
Gabarito: C
__________________________________________________________________________________
(1) Eufemismo
(2) Prosopopeia
(3) Antítese
(4) Metáfora
( ) Um frio inteligente percorria o jardim.
( ) Onde queres prazer eu sou o que dói.
( ) Ele vivia de caridade pública.
( ) Teu corpo é brasa do lume.
a) 3 – 2 – 1 – 4
b) 3 – 1 – 2 – 4
c) 2 – 3 – 4 – 1
d) 2 – 3 – 1 – 4
Comentários
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(4) Teu corpo é brasa do lume apresenta metáfora por meio da comparação
implícita entre corpo e brasa do lume.
Gabarito: D
__________________________________________________________________________________
a) antítese
b) metáfora
c) eufemismo
d) prosopopeia
Comentários
No trecho “Já estou cheio de me sentir vazio” há uma antítese, a partir das ideias contrárias das
palavras “cheio” e “vazio”.
Gabarito: A
__________________________________________________________________________________
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a) prosopopeia.
b) eufemismo.
c) metonímia.
d) hipérbole.
Comentários
Na frase “Os eleitores perceberam que aquele candidato não era dado ao trabalho”,
a expressão “não era dado ao trabalho” foi utilizada de modo suave para não
apresentar a ideia de que o candidato não gostava de trabalhar, era um preguiçoso.
Gabarito: B
__________________________________________________________________________________
Comentários
Na alternativa A, há uma antítese entre as palavras “silêncio” e “som”.
Na alternativa B, há uma prosopopeia ao apresentar uma ação humana empregada ao ser
inanimado “sol”, a ação de beliscar.
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Gabarito: B
__________________________________________________________________________________
Comentários
Em “o luar embalava” há uma prosopopeia ao apresentar uma ação humana empregada
ao ser inanimado “luar”, a ação de embalar.
Gabarito: A
__________________________________________________________________________________
a) “Deus, antes de ser homem, era sol sem sombra.” (Pe. Vieira)
b) “As tuas saudades ficam onde deixas o coração.” (Camilo Castelo Branco)
c) “Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar.” (José de Alencar)
d) “...meu pensamento vadio era uma borboleta serena que não pousava em nada.”
(Bernardo Elis)
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Comentários
Na alternativa A, há metáfora na relação de comparação implícita de Deus e sol em
sombra.
Na alternativa B, não há metáfora, pois não há nenhum tipo de comparação implícita
entre as palavras no contexto.
Na alternativa C, há metáfora na relação de comparação implícita entre faces e o branco
das areias.
Na alternativa D, há metáfora na relação implícita entre pensamento e borboleta.
Gabarito: B
__________________________________________________________________________________
Comentários
Gabarito: D
__________________________________________________________________________________
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37. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Em qual das alternativas
não há uma hipérbole?
a) Sete mil vezes
Eu tornaria a viver assim
b) Há uma nuvem de lágrimas
Sobre os meus olhos
c) Paixão cruel, desenfreada
Te trago mil rosas roubadas
d) A cada um cabe alegrias
E a tristeza que vier
Comentários
Na alternativa A, há uma hipérbole em “Sete mil vezes”.
Na alternativa B, há uma hipérbole em “nuvem de lágrimas sobre os meus olhos”.
Na alternativa C, há uma hipérbole em “te trago mil rosas roubadas”.
Na alternativa D, não há uma hipérbole, mas a presença de uma antítese por meio das
palavras “alegrias” e “tristeza”.
Gabarito: D
__________________________________________________________________________________
a) eufemismo
b) metáfora
c) hipérbole
d) antítese
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Comentários:
Gabarito: D
“Porém eu perco-me sem alegria, não sou o rio na foz para que nasceu incógnito, mas
sou o lago feito na praia pela maré alta, e cuja água sumida nunca mais regressa ao mar.”
(trecho adaptado)
No texto de onde foi retirado esse trecho, o autor afirma que escrever é perder-se e,
depois, apresenta uma figura de linguagem conhecida como
a) prosopopeia
b) metonímia
c) metáfora
d) hipérbole
Comentários:
A alternativa B está incorreta, porque não há uma palavra sendo substituída pela
outra em um contexto de relação entre as duas.
A alternativa C está correta, porque há uma metáfora entre esse ato de escrever e a
água, como ocorre quando o autor diz que é um lago.
A alternativa D está incorreta, porque há força expressiva, mas não exagero na fala
do autor.
Gabarito: C
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Comentários:
Vamos analisar as figuras presentes em cada alternativa.
a) Apresentou-se um eufemismo em “Quando faltarem os pais”, ou seja, quando os pais
morrerem. Foi utilizada uma expressão mais suave para comunicar algo desagradável.
(Resposta correta)
b) Apresentou-se uma metáfora. Substituição do significado natural de uma palavra por
outro.
c) Apresentou-se uma metonímia por meio da utilização da palavra “velhice” (abstrato) no
lugar de “velhos”, “idosos” (concretos).
d) Apresentou-se uma prosopopeia ou personificação, atribuindo uma ação pertencente
humana a um ser inanimado.
Gabarito: A
Nível 03
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A alternativa A está incorreta, pois a metáfora aparece, sem dúvida, em trechos como os que o robô chora
lágrimas de óleo e, inclusive, quando lhe é atribuído um coração e “vida”, visto que ele morre em determinado
momento da música.
A alternativa B está correta, pois prosopopeia, ou personificação, é a figura de linguagem em que temos a
atribuição de características humanas a um ser não humano. Como o robô apaixona-se, temos uma
personificação, dado que esse sentimento é essencialmente humano.
A alternativa C está incorreta, pois metonímia apresenta uma relação de mudança de identificação de nome de
determinado elemento, que passa a ser conhecido por uma de suas características. Nesse caso, não temos
nenhuma modificação de nome.
A alternativa D está incorreta, pois na catacrese, temos a nomeação de elemento que não apresenta nome
próprio a ser utilizado. Por exemplo, quando dizemos “maça do rosto”, estamos construindo uma catacrese.
Gabarito: B
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No texto acima, há um problema textual logo em seu início. Esse problema pode ser
entendido como
(A) um pleonasmo.
(B) uma cacofonia.
(C) uma ambiguidade.
(D) uma prolixidade.
(E) uma obscuridade.
Comentários
Alternativa A: incorreta. Nesse caso, o defeito indicado está incorreto, visto que não temos
uma repetição desnecessária no trecho, como é conceituado o pleonasmo. Temos, nesse
caso, uma ambiguidade gerada pelos “mortos” que andavam.
Alternativa B: incorreta. A cacofonia está relacionada com os sons da frase. Nesse caso, não
podemos aplicar essa ideia ao trecho, visto que não temos a utilização de palavras que juntas
geram a formação de uma nova palavra com sentido “feio”.
Alternativa C: correta. No título, ao afirmar que “dois mortos andavam pelo elevado”, gera-se
uma ambiguidade, porque há dupla interpretação, visto que, apesar de querer dizer que
“duas pessoas que morreram andavam pelo elevado”, gera-se a possibilidade de
compreensão de que dois “mortos” caminhavam pelo elevado.
Alternativa D: incorreta. No caso, a prolixidade é o famoso “encher linguiça”. Para que ele
ocorra, é necessário que tenhamos palavras desnecessárias que enrolem o leitor, gerando
uma informação vaga.
Alternativa E: incorreta. A obscuridade é, literalmente, a falta de clareza, causado,
normalmente, por uso de construções sintáticas truncadas, com pontuação falha ou
elementos desnecessários. No caso, como vimos, temos uma ambiguidade.
Gabarito: C
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Comentários
Alternativa A: incorreta. Na hipérbole, temos uma relação de exagero, em que o autor apresenta uma
comparação descabida para algum elemento do texto. Por exemplo, quando dizemos que
“choramos um rio de lágrimas”, estamos apresentando uma construção hiperbólica, visto que há
exagero no fato do choro.
Alternativa B: incorreta. Para que tenhamos uma comparação, diferente do que acontece no trecho
destacado, é necessário que sejam apresentados dois elementos e que esses tenham uma
característica compartilhada. Ou seja, um elemento necessitará ter uma característica encontrada no
outro elemento. Além disso, o conectivo como é necessário para a construção da comparação.
Alternativa C: incorreta. A metáfora é, sem dúvida, uma das mais comuns figuras de linguagem das
línguas em sua característica conotativa. Inclusive, é a principal figura de linguagem dos poemas.
Nesse caso, não temos uma metáfora, porque constrói-se humor de forma irônica.
Alternativa D: correta. Como o texto apresenta uma crônica fundamentada na notícia de que a
Espanha teria uma casa completamente controlada por computador, o trecho em que o bandido
decide levar o computador por ser um “grande entusiasta da tecnologia” apresenta uma relação de
ironia com o tema central do texto.
Alternativa E: incorreta. Na metonímia, temos uma característica do elemento que passa a ser
utilizado como nome para o elemento inteiro. É o que acontece, por exemplo, quando uma parte do
elemento passa a designá-lo todo, como quando a marca de um produto passa a nomeá-lo. Essa,
inclusive, essa é a metonímia mais conhecida.
Gabarito: D
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A ambiguidade é contextual e depende muito de como montamos os enunciados. Ao retirarmos a frase de seu
contexto, temos uma dupla significação, visto que a oração pode significar a atitude do menino ou, ainda,
literalmente levantar a cabeça pra andar.
A alternativa A está incorreta, pois cara de pau, nesse caso, apresenta significação conotativa, visto que significa
dissimulado, sem caráter.
A alternativa B está correta, pois aqui, temos a ambiguidade, porque o caminho poderia ser fácil de cumprir, ou,
ainda, poderiam ter achado facilmente o caminho. A ambiguidade, nesse caso, é sintática.
A alternativa C está incorreta, pois em princípio, o uso do “que” poderia gerar uma ambiguidade, visto que
poderia se referir aos pais ou ao aluno. Contudo, o verbo no singular entrega a quem se refere.
A alternativa D está incorreta, pois ele só pode ter chegado cansado, visto que o contexto leva para esse lado.
A alternativa E está incorreta, pois o menino é sempre grosso com os outros, provavelmente, dando coices.
Gabarito: B
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Em “É sentir o caixão no próprio corpo. É saber que já não há quem tenha prazer em lhe
acarinhar a pele”, identifica-se, como figura de linguagem,
a) uma analogia.
b) uma metáfora.
c) uma comparação.
d) uma metonímia.
e) um eufemismo.
Comentários
Alternativa A: incorreta. Para que tivéssemos uma analogia, seria necessário apresentar duas histórias em que
uma explicasse, por meio de linguagem figurada, a outra.
Alternativa B: incorreta. Apesar da semelhança com uma metáfora, não temos essa construção no trecho, que
apresenta um eufemismo, uma suavização de informação.
Alternativa C: incorreta. Não temos uma comparação, porque não se apresenta uma ideia de comparar o corpo
dos idosos a um caixão, com características claras a serem igualadas entre eles.
Alternativa D: incorreta. Não temos metonímia, porque não estamos nomeando os idosos por características
suas.
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Alternativa E: correta. O eufemismo ocorre porque há um arrefecimento para a ideia de que se está morrendo. É
uma forma menos forte e direta de se dizer que o idoso está morrendo. É uma maneira mais suave de se
apresentar uma ideia mais pesada.
Gabarito: E
46. (Estratégia Militares 2020 – Wagner Santos)
Em qual das alternativas a seguir pode-se identificar uma metonímia?
(A) Ela era o meu norte e o meu horizonte durante a infância.
(B) Li Machado de Assis todos os dias durante as férias.
(C) Você é a rosa que ilumina os meus dias, meu amor.
(D) Você ilumina a minha vida como o sol ilumina o mundo.
(E) É um calor que me esfria completamente por dentro.
Comentários
Alternativa A: incorreta. Nessa alternativa, temos uma construção de metáfora e não de metonímia como
solicitado no enunciado.
Alternativa B: correta. Ao identificar a obra com o autor, dizendo ter lido o autor e não a obra produzida por ele,
constrói-se uma metonímia, em que uma característica do ser passa a identificá-lo. É comum com marcas e
autores.
Alternativa C: incorreta. Nessa construção, temos uma metáfora, não uma metonímia. É interessante notar que,
na metáfora, igualam-se dois elementos, sem que se diga quais características de um se aplica ao outro.
Alternativa D: incorreta. Na comparação, temos dois elementos interessantes: o conectivo como e a clareza de
qual é a característica que os elementos compartilham.
Alternativa E: incorreta. No caso, temos uma antítese em jogo. Nela, construímos uma ideia com outras duas que
se negam, que não se encaixam como lógica.
Gabarito: B
Texto para as próximas duas questões
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que
isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar
atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a
linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante,
que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana —
para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta
distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a
eles, furando abaixo e acima...
A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela,
silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A
agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo
silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano.
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Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e
no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se,
levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto
compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou
dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:
— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte
do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto
você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos,
diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor
experiência, murmurou à pobre agulha:
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da
vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para
ninguém. Onde me espetam, fico.
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:
— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!
Machado de Assis. Para Gostar de Ler: Volume 9 – Contos. São Paulo: Editora Ática, 1984,
pág. 59.
Alternativa A: incorreta. Na metáfora, temos a colocação de dois elementos que são igualados, normalmente se a
apresentação de qual característica permite esse “igualar”. Não é o caso desse conto de Machado de Assis.
Alternativa B: correta. Na personificação, como ocorre no texto, atribuem-se características humanas a seres não
humanos. No nosso caso, a linha e a agulha conversam e pensam, fatores impossíveis a esses elementos.
Alternativa C: incorreta. Há, sem dúvida, ironia na fala que fecha o conto, visto que o “professor de melancolia”
constrói pensamento extremamente irônico sobre como a vida funciona. Contudo, o enunciado pede a análise de
linha e agulha, que são personificadas.
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Alternativa D: incorreta. Na gradação, temos ideias que apresentam crescimento ou decréscimo, são ideias lógicas
que se sucedem, “crescendo”, como ocorre em “Ó pedaço de mim, ó metade arrancada de mim”, versos do
genial Chico Buarque de Holanda.
Alternativa E: incorreta. No anacoluto, temos uma interrupção abrupta de uma mensagem, sem que tenhamos
necessidade. O termo que aparece para a interrupção, não desempenha nenhuma função sintática, como em
“Minha mãe, eu enviei a ela vários presentes em seu aniversário”. Nesse exemplo, “minha mãe” não tem função
sintática possível de ser analisada.
Gabarito: B
48. (Estratégia Militares 2020 – Wagner Santos)
Assinale a alternativa em que temos a presença de uma leitura ambígua.
(A) Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!
(B) Faze como eu, que não abro caminho para ninguém.
(C) Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do
vestido e da elegância?
(D) E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da
agulha no pano.
(E) Eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...
Comentários
A alternativa A apresenta uma leitura com possibilidade de ambiguidade pelo uso do
adjetivo “ordinária”, visto que ele pode apresentar, no contexto, duas significações. A
primeira leitura é a de que a linha se comporta de forma ordinária, ou seja, ela se aproveita
das situações para se sobressair, como podemos entender com relação à linha, que tem seu
caminho aberto pela agulha, mas não lhe dá o devido valor. É importante pensarmos que
essa é a leitura mais presente. Contudo, esse adjetivo poderia estar ligado à qualidade da
linha, que, se entendida como ordinária, deve ser entendida como uma linha de qualidade
inferior, leitura que também se encaixa em nossa interpretação do conto.
Gabarito: A
49. (Estratégia Militares 2020 – Wagner Santos)
Havia em Itaoca um pobre moço que definhava de tédio no fundo de um cartório.
Escrevente. Vinte e três anos. Magro. Ar um tanto palerma. Ledor de versos lacrimogêneos
e pai duns acrósticos dados à luz no “Itaoquense”, com bastante sucesso.
Vivia em paz com as suas certidões quando o frechou venenosa seta de Cupido. Objeto
amado: a filha mais moça do coronel Triburtino, o qual tinha duas, essa Laurinha, do
escrevente, então nos dezessete, e a do Carmo, encalhe da família, vesga, madurota,
histérica, manca da perna esquerda e um tanto aluada.
LOBATO, Monteiro. Textos escolhidos. Por José Carlos Barbosa Moreira. 3. ed. Rio de
Janeiro: Agir, 1972. (Nossos Clássicos,65).
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Em “Vivia em paz com as suas certidões quando o frechou venenosa seta de Cupido”, o
trecho destacado é formado por uma
a) ironia relacionada à forma como o escrevente cai em paixão.
b) personificação, visto que se atribui humanidade ao Cupido.
c) metonímia relacionada à utilização do Cupido como deus.
d) metáfora relacionada ao processo de paixão do escrevente.
e) gradação, visto que o processo passa da vida em paz à paixão.
Comentário
Alternativa A: incorreta. Não há inversão de significação no trecho apresentado, que é
característica clara de uma ironia. O que percebemos é o uso de uma metáfora relacionada à
paixão do escrevente, que ocorre de maneira inesperada.
Alternativa B: incorreta. A personificação é a atribuição de características humanas a seres
não humanos, como a capacidade de sentir, de falar e de expressar pensamentos. No caso
em questão, o Cupido já é entendido como um ser humanizado, ainda que sem a
personificação.
Alternativa C: incorreta. Na metonímia, uma característica do elemento utilizado na figura de
linguagem é nomeado e passa a ser identificado por meio de uma de suas características.
Seria o caso de renomear um elemento e passar a conhecê-lo por meio dessa característica
apresentada.
Alternativa D: correta. A construção é metafórica, visto que o autor usa uma ideia
comparativa, por meio de subjetividade, do ato de se apaixonar, aproveitando-se do mito
grego relacionado ao cupido, que seria o Deus responsável pela paixão entre as pessoas.
Alternativa E: incorreta. Na gradação, temos evolução de ações, que ocorreriam de maneira
lógica. No trecho em questão, não temos uma gradação porque a oração destacada tem
uma relação subjetiva de comparação entre as ações de apaixonar-se e ser flechado pelo
Cupido. Ou seja, temos uma metáfora.
Gabarito: D
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LOBATO, M. Negrinha. In: MORICONE, I. Os cem melhores contos brasileiros do século. Rio
de Janeiro: Objetiva, 2000 (fragmento).
Alternativa A: incorreta. Para que tivéssemos uma comparação, era necessário ter um conectivo e uma
construção clara entre as características igualadas entre os elementos apresentados.
Alternativa B: correta. A expressão utilizada apresenta, metaforicamente, as atitudes de D. Inácia em seu tempo
de senhora de escravos. Tais atitudes estão claramente relacionadas à violência com que os negros eram tratados
por ela.
Alternativa C: incorreta. Para que tivéssemos uma personificação, era necessário que elementos não humanos
tivessem uma atribuição de características humanas. Não temos essa relação no trecho em destaque.
Alternativa D: incorreta. Na metonímia, há a citação de uma característica que passa a nomear o todo. É o que
ocorre, por exemplo, em “Eu adoro ler Machado de Assis”, em que o nome do autor passa a representar a sua
obra.
Alternativa E: incorreta. Para que tenhamos uma sinestesia, é necessário que dois sentidos humanos sejam
utilizados, com mistura entre eles. Por exemplo, em “que gosto verde isso tem!”, há uma mistura entre o sentido
da visão e o do paladar.
Gabarito: B
51. (Estratégia Militares 2020 – Wagner Santos)
Em qual alternativa temos a utilização de uma metáfora?
a) Os alunos são como o meu combustível: me dão força pra seguir.
b) Coloquei a carne no Tupperware e guardei na geladeira.
c) Choramos um rio de lágrimas de alegria pela aprovação.
d) Nessas aulas, os alunos são, sem dúvida, o meu combustível.
Comentários
Alternativa A: incorreta. Nessa alternativa, temos a construção de uma comparação, visto que temos a
característica que aproximaria alunos e combustível (a força), bem como temos o uso do conectivo “como”,
marcadamente um conectivo de comparação.
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Alternativa B: incorreta. Nesse caso, temos a utilização de um nome representando um elemento. Como
chamamos o pote de guardar carne por sua marca, constrói-se uma metonímia, literalmente da marca pelo
produto.
Alternativa C: incorreta. Nessa alternativa, temos a construção de uma hipérbole, visto que há um exagero na
construção da ideia. Esse tipo de figura de linguagem tem fatores metafóricos, claro, mas é específica de um
exagero.
Alternativa D: correta. Nesse caso, há um processo de igualar os alunos e o combustível, com subjetividade
suficiente para que tenhamos uma relação metafórica. Note que, nesse caso, não sabemos qual característica do
combustível se aplica aos alunos. A metáfora é semelhante à comparação, mas sem que saibamos “detalhes” do
que iguala os dois elementos.
Gabarito: D
52. (Estratégia Militares 2020 – Inédita – Wagner Santos)
Em qual alternativa há um processo de personificação?
a) Os cachorros reclamaram daquela ração nova que foi comprada.
b) O gato abriu a porta para poder sair daquela prisão.
c) A televisão desligou-se de súbito, assustando os periquitos.
d) O cachorro estava feliz com a chegada de seu dono.
Comentários
Alternativa A: correta. Nesse caso, temos uma personificação, visto que o ato de reclamar é, claramente, uma
ação humana, visto que é a partir dela que podemos entender ações de animais, como reclamar da ração.
Alternativa B: incorreta. Essa é uma ação que pode, sem problemas, ser desempenhada por um gato, visto que,
para abrir a porta, não é necessário que o ser seja humano. Cuidado com essas construções que servem como
“pegas” para vocês.
Alternativa C: incorreta. Nesse caso, tanto a televisão quanto os periquitos não têm ações consideradas
exclusivamente humanas. Esse é um peguinha bem interessante que demanda atenção por parte do aluno.
Alternativa D: incorreta. Os cachorros, assim como muitos outros animais, podem estar felizes ou tristes, visto
que temos possibilidade de demonstração desse sentimento por meio de comportamentos.
Gabarito: A
A Estrela
Vi uma estrela tão alta,
Vi uma estrela tão fria!
Vi uma estrela luzindo
Na minha vida vazia.
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e) Hipérbole.
f) Metonímia.
g) Prosopopeia.
h) Metáfora.
Comentários
A alternativa B está incorreta, pois não há a troca de uma palavra pela outra, com
atribuições entre elas de uma relação de sentido.
Gabarito C
_______________________________________________________________________________
46
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Alternativa A: incorreta. Nesse caso, temos uma metonímia do autor pela obra. Na realidade, foram lidos os livros
do autor Machado de Assis e não o próprio autor.
Alternativa B: incorreta. Nesse caso, temos uma metonímia que apresenta a ideia de troca do instrumento pelo
agente, visto que “um volante de primeira” tem significação de “um excelente motorista”.
Alternativa C: incorreta. Nesse caso, temos uma metonímia da qualidade pela espécie, uma vez que o fato de
serem imortais é uma característica dos deuses gregos e passa a nomeá-los. Perceba que há uma troca de
nomeação no caso.
Alternativa D: correta. Nesse caso, como os livros são implicitamente comparados ao paraíso, temos a realização
de uma metáfora e não de uma metonímia. Cuidado com essa relação, que ocorre com muita frequência.
Gabarito: D
55. (Estratégia Militares 2020 – Wagner Santos)
Assinale, entre as alternativas a seguir, aquela em que há uma construção ambígua.
(A) O pai e o menino buscavam os pertences desse.
(B) Os geógrafos do grupo acharam o caminho fácil.
(C) O cachorro do vizinho latiu durante toda a noite.
(D) O pai disse que sua irmã estava esperando-o no carro.
(E) O pai da aluna a qual tirou nota 10 veio à escola.
Comentários
Alternativa A: incorreta. O uso do “desse”, um pronome demonstrativo que se refere ao elemento mais próximo,
não permite a existência de uma ambiguidade.
Alternativa B: correta. Nesse caso, a ambiguidade é construída a partir da utilização, na posição em que está, do
adjetivo fácil. Somado ao verbo “achar”, considerado psicológico, temos a possibilidade de entender que havia
um caminho fácil e um difícil e foi o primeiro que os geógrafos encontraram. Além disso, podemos ter a
interpretação de que o caminho era fácil e não difícil, apresentando uma noção de “impressão”, não de
encontrar. Esse tipo de construção pode ser entendida como um defeito do texto e, por isso, precisamos tomar
cuidado com a escrita.
Alternativa C: incorreta. Como só há um elemento que pode ser referenciado pelo “sua” e pelo “o”, não temos
nenhuma forma de ambiguidade no trecho.
Alternativa D: incorreta. Nesse caso, se o predicado do enunciado fosse outro, teríamos uma possível
ambiguidade. Contudo, o fato de termos uma ação típica dos cachorros, há eliminação da ambiguidade.
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Alternativa E: incorreta. Nesse caso, como temos a utilização de um pronome relativo “a qual”, elimina-se a
ambiguidade possível nessa construção.
Gabarito: B
Comentários
Gabarito: C
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d) catacrese
Comentários
Há presença da figura de linguagem conhecida como hipérbole, pois há um exagero na
expressão “gritar setecentas mil vezes”.
Gabarito: B
Maliciosas em tentação,
Assinale a alternativa em que não há a mesma figura de linguagem presente no texto acima.
Comentários
Alternativa “a”. Incorreta. A figura de linguagem presente na alternativa é a mesma que ocorre no
enunciado, a personificação ou prosopopeia. A lua não vê, assim como as amoras não riem.
Alternativa “c”. Incorreta. A figura de linguagem presente na alternativa é a mesma que ocorre no
enunciado, a personificação ou prosopopeia. A poesia não pode ir à esquina e comprar algo, assim
como as amoras não riem.
Alternativa “d”. Incorreta. A figura de linguagem presente na alternativa é a mesma que ocorre no
enunciado, a personificação ou prosopopeia. O sol não sua, assim como as amoras não riem.
49
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Alternativa “e”. Incorreta. A figura de linguagem presente na alternativa é a mesma que ocorre no
enunciado, a personificação ou prosopopeia. O violão não pode pedir nem desejar algo, assim como
as amoras não riem.
Gabarito: B
Comentários
Alternativa “a”. Incorreta. Não há eufemismo na frase em destaque, há uma declaração.
Alternativa “b”. Incorreta. Não há eufemismo na frase em destaque, há uma comparação.
Alternativa “c”. Incorreta. Não há eufemismo na frase em destaque, há uma personificação,
pois a natureza não cumprimenta.
Alternativa “d”. Correta. Há eufemismo na frase em destaque, pois estar com as gengivas
desguarnecidas é uma forma de suavizar o termo banguelo, sem dentes, ou seja, as gengivas
estavam desguarnecidas de dentes.
Alternativa “e”. Incorreta. Não há eufemismo na frase em destaque, há uma declaração.
Gabarito: D
a) “Somos amigos / Amigos do peito / Amigos de uma vez” - Turma do Balão Mágico
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Prof. ª Fabíola Soares
b) “Eu quero ter um milhão de amigos / E bem mais forte poder cantar” – Roberto Carlos
c) “Amigo, estou aqui / Amigo, estou aqui / Se a fase é ruim” – Animação Toy Story
d) “Amigo, você é o mais certo das horas incertas” – Roberto Carlos
e) “Quero chorar o teu choro / Quero sorrir seu sorriso / Valeu por você existir, amigo” -
Fundo de Quintal
Comentários
Alternativa “a”. Incorreta. Em “amigos do peito” temos uma ideia de que são amigos mais
chegados, em quem confiamos. Não há hipérbole nesses versos.
Alternativa “b”. Correta. Há hipérbole, ou seja, uma expressão exagerada de uma ideia
em “...um milhão de amigos...”.
Alternativa “c”. Incorreta. Não há hipérbole, assim como nenhuma figura de linguagem
presente.
Alternativa “d”. Incorreta. Há antítese entre as palavras “certo” e “incertas”. Não há
hipérbole nesses versos.
Alternativa “e”. Incorreta. Há um vício de linguagem, conhecido como pleonasmo, em
“chorar o teu choro” e “sorrir teu sorriso”. Não há hipérbole nesses versos.
Gabarito: B
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Prof. ª Fabíola Soares
5. Considerações Finais
É isso, meu/minha querido (a)! Finalizamos a nossa aula. Espero que tenha gostado!
Fé na missão!
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