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Aula 12 – EEAr 2023.

2 – Figuras de linguagem e efeitos de texto


Prof.ª Fabíola Soares
02/09/2022

www.estrategiamilitares.com.br
Prof. ª Fabíola Soares

Sumário

1. Apresentação da aula 12...................................................................................................... 3

2. Figuras de linguagem ......................................................................................................... 4


3. Efeitos de texto ................................................................................................................... 24

4. Lista de exercícios ............................................................................................................... 31


Exercícios (Níveis 1, 2 e 3) .................................................................................................... 31
4.1 Gabarito ........................................................................................................................... 61
4.2 Exercícios comentados .................................................................................................. 62

5. Considerações finais ......................................................................................................... 112

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1. Apresentação da aula 12

Olá, gente linda! Tudo bem?


Depois de tantas aulas seguidas de Sintaxe, chegamos a uma aula em que vamos
poder respirar um pouco.
Em nossa aula de hoje, vamos entender um pouco mais sobre estilística dentro de um
texto e focaremos nossa atenção para o estudo das figuras de linguagem.
O edital da EEAr há anos especifica as figuras que serão cobradas na prova: metáfora,
metonímia, hipérbole, prosopopeia, eufemismo e antítese.

Estudar figuras de linguagem é saber que possuímos um recurso especial de que se


vale quem fala ou escreve, para comunicar à expressão mais força e colorido, intensidade e
beleza.

Vamos juntos?!

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2. Figuras de linguagem

Figuras de linguagem é um tema muito importante na sua prova. As figuras de


linguagem são recursos expressivos para garantir maior expressividade ao texto.

Elas podem aparecer em quatro grandes grupos:

Figuras de
Figuras de Palavra Figuras de Sintaxe Figuras de Som
Pensamento
• São os recursos • São os recursos • São os recursos • São os recursos
associados ao associados à associados à associados aos
significado das organização e à combinação de sons das palavras.
palavras. estrutura ideias e
gramatical das pensamentos, ou
frases. seja, à
interpretação das
frases.

Entretanto, vamos focar apenas nas figuras apresentadas em seu edital.

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2.1 – Figuras de Palavra

• Metáfora

É uma comparação subentendida: emprega-se um termo com significado de outro a


partir da semelhança entre ambos.

Ex.: A notícia foi um balde de água fria.

“Água fria” é algo que assusta, que pode


apagar o fogo, que pode acordar alguém
dormindo, entre outras possibilidades. Aqui, a
expressão é empregada simbolicamente para
significar algo que causou desânimo: a notícia
desanimou as pessoas, “apagou o fogo”.

Outros exemplos: A história era apenas a ponta do iceberg.

“Amor é fogo que arde sem se ver” (Luís de Camões)

ATENÇÃO: Essa figura de linguagem não vem acompanhada de conectivos.

Comparação: Metáfora:
Sua boca é como um túmulo. Sua boca é um túmulo.

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• Metonímia

Ocorre quando há uma substituição da parte pelo todo, ou seja, utiliza-se um termo
para representar outro, pois há uma relação estabelecida entre eles.

Ex.: Muitas famílias não têm um teto para morar.

“teto” é a parte de um todo (casa). Aqui,


substitui o termo “casa” e assume seu
significado: Muitas famílias não têm uma casa
para morar.

Outros exemplos: Estou lendo Graciliano Ramos. (emprego do autor pela obra)

Comi um prato inteiro. (emprego do recipiente pelo conteúdo)

Comprei um pacote de Gilete. (emprego do nome da marca pelo


produto)

Vou ao médico. (emprego do proprietário pela propriedade)

a) o efeito pela causa:

Os aviões semeavam a morte. [= bombas mortíferas]

[as bombas = a causa; a morte = o efeito]

b) o autor pela obra:

Nas horas de folga lia Camões. [Camões = a obra de Camões]

Traduzir Homero para o português não é fácil.

Um Picasso vale uma fortuna. [Picasso = o quadro de Picasso]

c) O continente pelo conteúdo:

Tomou uma taça de vinho. [= o vinho contido na taça]

A terra inteira chorou a morte do santo pontífice. [= os habitantes da terra]

d) o instrumento pela pessoa que o utiliza:

Ele é um bom garfo. [= comedor, comilão, glutão]

As penas mais brilhantes do país reverenciaram a memória do grande morto. [= os


escritores]
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e) o sinal pela coisa significada:

Que as armas cedam à toga. [isto é, que a força militar acate o direito]

O trono estava abalado. [isto é, o império]

Os partidários da Coroa eram poucos. [= governo monárquico]

f) o lugar pelos seus habitantes ou produtos:

"A América reagiu e combateu." (LATINO COELHO)

Aprecio o madeira. [= o vinho fabricado na ilha da Madeira]

g) o abstrato pelo concreto:

A mocidade é entusiasta. [mocidade = moços]

"Difícil conduzir aquela bondade trôpega ao cárcere, onde curtiam pena os


malfeitores." [bondade = o bom velho] (Graciliano Ramos)

h) a parte pelo todo:

Ele não tinha teto onde se abrigasse. [teto = casa]

Márcia completou ontem vinte primaveras. [primaveras = anos]

João trabalha dobrado para alimentar oito bocas. [bocas = pessoas]

i) o singular pelo plural:

O homem é mortal. lo homem = os homens]

"Foi onde o paulista fundou o país da Esperança." (CASSIANO RICARDO)

j) a espécie ou a classe pelo indivíduo:

"Andai como filhos da luz", recomenda-nos o Apóstolo (para dizer São Paulo). [São
Paulo (indivíduo) foi um dos apóstolos (espéciel]

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k) o indivíduo pela espécie ou classe:

Os mecenas das artes Os átilas das instituições

(protetores) (destruidores)

l) a qualidade pela espécie:

Os mortais [em vez de os homens]

Os irracionais [= os animais]

m) a matéria pelo objeto:

Tanger o bronze. 1= sino]

Ouvia-se o tinir dos cristais. [= copos]

Estava sem um níquel no bolso. 1= moeda]

"O Cristianismo inventou o órgão e fez suspirar o bronze." (CHATEAUBRIAND)


[bronze = sino]

"O aço de Zé Grande espelha reflexos dos cristais ..." (HAROLDO BRUNO) [aço =
faca]

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01. (Estratégia Militares 2022 – Prof.ª Fabíola Soares) Transforme as


comparações em metáforas:

a) Os morcegos eram como loucos chicotes negros zurzindo as trevas.


b) A aeronave era como um grande pássaro metálico devorando a distância.
c) Faminto como ele estava, um pedaço de pão seria delicioso como um maná.
d) Cuidado com esse tal de Abelardo! Ele é astucioso como uma raposa.

Gabarito comentado:

a) Os morcegos eram loucos chicotes negros zurzindo as trevas.


b) A aeronave era um grande pássaro metálico devorando a distância.
c) Faminto como ele estava, um pedaço de pão seria um maná.
d) Cuidado com esse tal de Abelardo! Ele é uma raposa.

Fique por dentro!

02. (Estratégia Militares 2022 – Prof.ª Fabíola Soares) Copie os


períodos, numerando-os de acordo com as figuras de palavras que neles
ocorrem:
(1) metáfora ( 2 ) metonímia

a) Joguei duas pratas no chapéu do mendigo e fui andando.


b) Via-me perdido num labirinto de dificuldades.
c) Um pássaro solitário riscou o céu, banhado em luz.
d) As planícies verdes alimentavam um rebanho de dez mil cabeças.

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Gabarito comentado:

a) Joguei duas pratas no chapéu do mendigo e fui andando. (2 - metonímia = duas


moedas)
b) Via-me perdido num labirinto de dificuldades. (1 - metáfora = relação de
comparação implícita entre labirinto e dificuldades)
c) Um pássaro solitário riscou o céu, banhado em luz. (1- metáfora = relação entre avião
e pássaro)
d) As planícies verdes alimentavam um rebanho de dez mil cabeças. (2 - metonímia =
não é a cabeça apenas é o gado inteiro)

Fique por dentro!

03. (Estratégia Militares 2022 – Prof.ª Fabíola Soares) Explique as


metonímias, procedendo como no exemplo inicial:

Não podem viver debaixo do mesmo teto. [teto = casa: a parte pelo todo]

a) "Por que não te sentas? Eu vou descansar estes ossos." (ÉRICO VERÍSSIMO)
b) "Nosso tempo abomina flores, amigo." (CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE)
c) Sobre a cidade indefesa os aviões semeavam a morte.
d) São Paulo parou para receber e ovacionar os campeões.
e) "O aço de Zé Grande espelha reflexos dos cristais." (HAROLDO BRUNO)

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Gabarito comentado:
a) "Por que não te sentas? Eu vou descansar estes ossos." (ÉRICO VERÍSSIMO) Ossos =
corpo: a parte pelo todo.
b) "Nosso tempo abomina flores, amigo." (CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE)
Nosso tempo: as pessoas de hoje: o abstrato pelo concreto.
c) Sobre a cidade indefesa os aviões semeavam a morte. Morte = bombas mortíferas: o
efeito pela causa.
d) São Paulo parou para receber e ovacionar os campeões. São Paulo = a população
de São Paulo: o lugar pelos habitantes.
e) "O aço de Zé Grande espelha reflexos dos cristais." (HAROLDO BRUNO) Aço= faca: a
matéria pelo instrumento.

Fique por dentro!

04. (Estratégia Militares 2022 – Prof.ª Fabíola Soares) Qual é o tipo de


figura de linguagem das palavras em destaque no período abaixo?

"E na curva da estrada, que era um talho sangrento no verde bruto da paisagem, sumiu-
se a cavalgada." (BERNARDO ÉLIS)

Gabarito:

Talho sangrento = metáfora.

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05. (Estratégia Militares 2022 – Prof.ª Fabíola Soares) A única


opção que não é uma metonímia é:

a) Conseguiu a aprovação com suor e lágrimas.


b) Comprou-lhe um diamante de noivado.
c) Não tinha um teto para abrigá-lo.
d) A Cidade maravilhosa continua linda.

Comentários:
A alternativa A apresenta uma metonímia do tipo consequência no lugar da causa que é o
esforço e dedicação.
A alternativa B apresenta uma metonímia do tipo matéria no lugar do objeto que é o anel ou
aliança de noivado.

A alternativa C apresenta uma metonímia do tipo parte por um todo, o uso do teto no lugar
de uma casa inteira.
A alternativa D não apresenta uma metonímia, pois “cidade maravilhosa” é uma expressão
utilizada para identificar a cidade do Rio de Janeiro, é uma figura conhecida como perífrase.

Gabarito D

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2.2 – Figuras de Pensamento

• Antítese

Ocorre quando há a presença de termos de sentidos opostos numa mesma oração.

Ex.: Faça chuva ou faça sol, sairemos hoje.

Há aqui duas palavras opostas: “chuva” e “sol”. Elas são


conjugadas na oração e posicionadas próximas. Nesta construção,
as palavras não formam uma única expressão, apenas estão lado a
lado na oração.

Outros exemplos: Não sei dizer o que é verdade e o que é mentira.

“E onde queres bandido, sou herói” (Caetano Veloso)

• Eufemismo

Ocorre quando se utilizam palavras ou expressões no lugar de outras a fim de suavizar


seu significado.

Ex.: Ele foi para o céu.

“ir para o céu” é uma maneira comum de se referir à morte. Para


suavizar uma expressão pouco agradável como “morrer”, cria-se
um eufemismo para tratar do assunto de modo mais brando.

Outros exemplos: Ele foi convidado a se retirar.

“Ele vivia de caridade pública” (Machado de Assis)

• Hipérbole

Ocorre quando há o uso de uma expressão exagerada, claramente simbólica.

Ex.: Eu estava morta de cansaço.

Evidentemente, não se pode estar verdadeiramente


“morta”, senão não a pessoa não poderia falar sobre seu
estado. “morta de cansaço” é uma expressão idiomática,
que torna mais evidente a profundidade daquilo que se diz.
É equivalente a dizer “Eu estava muito cansada”.

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Outros exemplos: Tentei resolver esse exercício um milhão de vezes.

“Chega mais perto e contempla as palavras. / Cada uma / tem mil faces secretas sob a
face neutra” (Carlos Drummond de Andrade)

• Personificação (prosopopeia)

Ocorre quando se atribuem características humanas a seres inanimados ou irracionais.

Ex.: O dia acordou triste.

“acordar” e “sentir tristeza” são ações humanas. O dia, como


fragmento temporal, não pode sentir nada nem agir de maneira
alguma. Neste caso, há a atribuição de um sentimento humano a
algo inanimado.

Outros exemplos: O céu chorava de alegria.

“Em vão me tento explicar, os muros são surdos.” (Carlos Drummond


de Andrade)

ATENÇÃO: muitas vezes, a personificação é a projeção do sentimento de quem fala.


No exemplo “O dia acordou triste”, por exemplo, possivelmente o falante acordou triste
naquele dia e projetou no recorte temporal seu próprio sentimento. É como se estivesse
dizendo “Acordei triste neste dia”.

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06. (Estratégia Militares 2022 – Prof.ª Fabíola Soares) Indique as


alternativas que apresentam a figura de linguagem personificação, também
chamada de prosopopeia.

a) as paredes escutam.
b) as máquinas festejam.
c) os diários revelam segredos.
d) os copos celebram as alegrias.
e) a floresta clama por piedade.

Gabarito comentado:
Em todas as alternativas há personificação, porque em todas elas são atribuídas ações
humanas (escutam, festejam, revelam, celebram, clama) a seres irracionais (paredes,
máquinas, diários, copos, floresta)

Fique por dentro!

07. (Estratégia Militares 2022 – Prof.ª Fabíola Soares) Indique qual a figura
de linguagem presente nas orações abaixo e interprete com outras palavras
os trechos.

1. Convidei-a a se retirar.
2. O homem faltou com a verdade.

Gabarito comentado:
A figura presente é o Eufemismo, que é utilizado para suavizar o discurso. Assim,

1. “convidar alguém a se retirar” é uma forma mais amena de mandar alguém embora.
2. “faltar com a verdade” é uma forma mais branda de dizer que mentiu.

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08. (Estratégia Militares 2022 – Prof.ª Fabíola Soares) Leia:

Mamãe vestida de rendas/ Tocava piano no caos/ Uma

noite abriu as asas/ cansada de tanto som,/ Equilibrou-se no

azul,/ De tonta não mais olhou/ Para mim, para ninguém!/

Cai no álbum de retratos. (Murilo Mendes)

Toda a linguagem poética dos versos acima retrata um fato posto em relevo pela seguinte
figura de linguagem:

a) antítese.

b) hipérbole.

c) eufemismo.

d) prosopopeia.

Comentário:

Toda a linguagem poética dos versos retrata um cenário da morte da mãe apresentada
por meio de expressões que abrandam o momento de dor e a figura responsável por
amenizar com outras palavras uma circunstância desagradável é o eufemismo. As
expressões eufêmicas podem ser vistas em: “Uma noite abriu as asas/ cansada de tanto
som,/ Equilibrou-se no azul,/ De tonta não mais olhou/ Para mim, para ninguém!/ Cai no
álbum de retratos.”

Gabarito: C

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09. (Estratégia Militares 2022 – USF Adaptada - Prof.ª Fabíola Soares) Leia
estes versos:

“As ondas amarguradas


Encostam a cabeça nas pedras do cais.
Até as ondas possuem
Uma pedra para descansar a cabeça.
Eu na verdade possuo
Todas as pedras que há no mundo,
Mas não descanso”.
(Murilo Mendes)

A figura de linguagem que ocorre nos versos 5 e 6 é:

a) metáfora
b) metonímia
c) hipérbole
d) prosopopeia

Comentários
A hipérbole é uma figura de pensamento que apresenta um exagero intencional do autor
para dar ênfase às expressões. Observamos a presença da ideia intensificada em “todas as
pedras que há no mundo”, porque é um exagero alguém dizer que tem todas essas pedras.

Gabarito C

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10. (Estratégia Militares 2022 – Prof.ª Fabíola Soares) Aponte a


alternativa em que se apresenta uma antítese.

a) "A excelente Dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças." (MONTEIRO
LOBATO)
b) O infeliz poeta pôs termo à vida tragicamente.
c) "Toda vida se tece de mil mortes." (CARLOS DE LIET)
d) Toda profissão tem seus espinhos.

Gabarito:
a) Não há antítese na letra A, mas uma ironia, quando dizemos algo contrário ao que
queríamos, para efeitos de sentido premeditado, como é o caso de dizer que Dona
Inácia era excelente, mas ela judiava de crianças.
b) Não há antítese na letra B, mas um Eufemismo, quando se quer suavizar a morte de
alguém, como é o exemplo dessa alternativa.
c) Há Antítese, pois se apresentam palavras contrárias como “vida” e “mortes”.
d) Não há antítese na letra D, mas uma metáfora, em que se apresenta uma
comparação implícita entre espinhos e dificuldades.

Gabarito: C

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11. (Estratégia Militares 2022 – Prof.ª Fabíola Soares) Em cada


uma das frases seguintes há duas figuras de linguagem. Aponte-as:

a) "Ciprestes austeros velavam a paz dos encantados." (VILMA GUIMARAES ROSA)


1) personificação e eufemismo
2) antítese e hipérbole

b) Já é madrugada alta e a Lua vela o sono da cidade.


1) personificação e metonímia
2) antítese e metáfora

c) "Palavra que tem berço aqui, aqui tem sua sepultura." (JOSUÉ GUIMARAES)
1) antítese e hipérbole
2) antítese e metáfora

Gabarito:
a) Personificação (Ciprestes com características humanas: austeros) e eufemismo (velar
a paz dos encantados = morte)
b) Personificação (a lua com ações humanas: velar) e metonímia (cidade no lugar de
pessoas)
c) Antítese (berço como algo bom e sepultura como algo ruim) e metáfora (palavra
sendo comparada a berço)

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12. (Estratégia Militares 2022 – Prof.ª Fabíola Soares) Assinale a


figura de linguagem que ocorre no trecho seguinte:

“Os pinheiros, de braços abertos, vigiavam a paisagem.”

a) metonímia
b) antítese
c) prosopopeia
d) metáfora

Comentários:

A figura de linguagem apresentada no trecho é uma prosopopeia ou também chamada


de personificação, pois foi emprestada a ação de vigiar, inerente ao ser humano, aos
pinheiros, que são seres inanimados.

Gabarito: C

Fique por dentro!

13. (Estratégia Militares 2022 – UFU adaptada - Prof.ª Fabíola Soares) Cada
frase abaixo possui uma figura de linguagem. Assinale aquela que não está
classificada corretamente:

a) O céu vai se tornando roxo e a cidade aos poucos agoniza. (prosopopeia)


b) Peço-lhe mil desculpas pelo que aconteceu. (metáfora)
c) "Toda vida se tece de mil mortes." (antítese)
d) Ele entregou hoje a alma a Deus. (eufemismo)

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Comentários

A Alternativa B “Peço-lhe mil desculpas pelo que aconteceu. (metáfora)” está incorreta,
porque a metáfora representa uma comparação, algo que não está presente na oração.

O recurso estilístico utilizado é a hipérbole, o qual se identifica na expressão “mil desculpas”,


que é um exagero para explicar o quanto alguém sente pelo que aconteceu e quer muito se
desculpar.

A alternativa A apresenta uma prosopopeia em “a cidade agoniza”.

A alternativa C apresenta uma antítese a partir das ideias opostas pelas palavras “vida” e
“mortes”.

A alternativa D apresenta um eufemismo com a suavização da mensagem de que alguém


morreu.

Gabarito B

_________________________________________________________________________________

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14. (Estratégia Militares 2022 – Vunesp adaptada - Prof.ª Fabíola Soares) No


trecho: “…dão um jeito de mudar o mínimo para continuar mandando o
máximo”, a figura de linguagem presente é chamada:

a) metáfora
b) hipérbole
c) metonímia
d) eufemismo
e) antítese

Comentário
A presença de termos com sentidos opostos, neste caso “mínimo e máximo”, é a marca
característica da antítese.

Gabarito: E

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15. (Estratégia Militares 2022 – Mackenzie adaptada - Prof.ª Fabíola Soares)


Nos versos abaixo, uma figura se ergue graças ao conflito de duas visões
antagônicas:

“Saio do hotel com quatro olhos,


- Dois do presente,
- Dois do passado.”

Esta figura de linguagem recebe o nome de:

a) metonímia
b) metáfora
c) hipérbole
d) antítese

Comentários

A antítese consiste no recurso estilístico que utiliza termos com sentidos opostos para dar
mais ênfase à comunicação. Neste caso, os termos “presente” e “passado” têm essa intenção
nos versos acima.
Gabarito: D

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Figuras de Palavra Figuras de Pensamento


Metáfora, Metonímia, Perífrase e Antítese, Eufemismo, Hipérbole,
Sinestesia. Personificação (prosopopeia).

Figuras de
Linguagem

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3 – Efeitos de texto

Um assunto recorrente em questões de interpretação de texto é a análise dos efeitos


de sentido. Compreender um texto é mais do que reconhecer as palavras. É preciso
compreender qual o significado do que está escrito. Principalmente em textos de humor e
tirinhas, compreender qual o sentido pretendido é imprescindível.

Há quatro efeitos de sentido essenciais a serem compreendidos para a


interpretação de textos: ambiguidade, duplo sentido, ironia e humor.

• Ambiguidade

A ambiguidade ocorre quando um mesmo vocábulo ou expressão pode ser


interpretado de mais de uma maneira. Ela pode aparecer de duas maneiras: como recurso
expressivo, principalmente no caso da publicidade ou dos textos humorísticos; ou como um
defeito na construção, prejudicando a clareza da mensagem. Ou seja, ela pode ser
intencional ou não.

Em textos argumentativos, didáticos, jornalísticos e outros de função


informativa, a ambiguidade é considerada um defeito. Nesses tipos de texto a mensagem

deve ser a mais clara e objetiva possível. Por isso, deve-se evitar expressões que possam
gerar algum tipo de ambiguidade.

Um exemplo de ambiguidade intencional pode ser visto na tirinha abaixo:

Fonte: < http://tirasbeck.blogspot.com/ > Acesso em 11 Mar.2019.

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A ambiguidade aqui é proposital. O objetivo é explorar as duas possibilidades


da palavra “paciente”: substantivo, significando pessoa que será atendida pelo médico; ou
adjetivo, significando característica de pessoa que tem paciência. É nessa ambiguidade que
reside o humor da tirinha.

A ambiguidade pode ocorrer em dois níveis: gramatical e semântico.

Semântico

Quando envolve polissemia, ou seja, um termo que apresenta mais de um significado


possível.

Ex,: Estava em frente ao banco.


- "banco" = móvel em que se senta ou prédio, instituição financeira?
Resolvendo:
- Estava em frente ao banco da praça.
- Estava em frente ao Banco Itaú.

Atenção: a polissemia ocorre quando uma mesma palavra asume diferentes significados.
Não é o caso, por exemplo, de palavras com grafia e sons iguais, mas classes de palavra
diferentes (ex.: "cedo" pode ser adverbio de tempo ou verbo ceder conjugado na primeira
pessoa do singular).

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Gramatical

Quando envolve a estrutura da oração, ou seja, a ambiguidade é resultado da posição das


palavras na oração.
Ex.: As meninas felizes se arrumaram para a festa.
"felizes" é característica das meninas ou o estado em que se encontravam naquele
momento?
Resolvendo:
caso seja um estado daquele momento, "Felizes, as meninas se arrumaram para a festa".

Pode ocorrer principalmente devido ao uso ambíguo de:


pronomes possessivos (Ele voltou para sua casa);
pronomes relativos (Falei com o menino que estava feliz);
formas nominais (Ajudei a amiga cansada).

• Duplo sentido

O duplo sentido é um recurso expressivo em que as palavras e expressões utilizadas


possuem diferentes interpretações. Aparece muitas vezes na publicidade. Além disso,
piadas, anedotas e outros textos humorísticos também trabalham com o duplo sentido.

A diferença do duplo sentido para a ambiguidade é que muitas vezes a ambiguidade não é
intencional, enquanto o duplo sentido é planejado, principalmente visando o humor.

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Costuma-se falar em duplo sentido principalmente para construções em que há


duas interpretações possíveis: o sentido literal, mais ingênuo; e o segundo sentido, com
fundo sarcástico, remetendo a referências sexuais ou ofensivas. Normalmente, depende do
conhecimento de mundo do leitor ou ouvinte para que a dupla referência seja
compreendida. Além disso, ela depende do contexto: uma frase com potencial duplo

sentido pode ser entendida de modos diferentes dependendo dos participantes da


conversa. Com colegas de trabalho possivelmente uma frase de duplo sentido passaria
despercebida, enquanto o mesmo não ocorreria num grupo de amigos com maior
intimidade.

Veja, por exemplo, essa propaganda:

Fonte: < http://www.sotitulos.com.br/cia-athletica/> Acesso em 11 Mar. 2019.

Há aqui duas interpretações possíveis para o texto: que a pessoa recebe a visita
de amigos (sentido literal) e que, uma vez que o corpo da pessoa é sua casa, ela mostra seu
corpo para outras pessoas (duplo sentido).

Muitas vezes em provas será exigido que você entenda o conceito de duplo
sentido, ainda que não apareça a expressão em si. Outras vezes, o duplo sentido se encontra
no diálogo entre textos verbais e não verbais, principalmente quando envolve tirinhas,
charges ou propagandas.

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• Ironia

Como dito anteriormente, a ironia consiste em utilizar uma palavra ou


expressão, atribuindo-lhe diferente sentido ou significado de acordo com o contexto. Na
construção de um texto, ela pode aparecer em três modos: ironia verbal, ironia de situação
e ironia dramática (ou satírica).

Ironia dramática (ou satírica)


• Ocorre nos textos literários quando a personagem tem a consciencia de que suas ações não serão
bem sucedidas ou que está entrando por um caminho ruim, mas o leitor já tem essa consciência.
• Ex.: Em livros com narrador onisciente, ou seja, que sabe tudo o que se passa na história com todas
as personagens, é mais fácil aparecer esse tipo de ironia. A peça como Romeu e Julieta, por exemplo,
se inicia com a fala que relata que os protagonistas da história irão morrer em decorrência do seu
amor. As personagens agem ao longo da peça esperando conseguir atingir seus objetivos, mas a
plateia já sabe que eles não serão bem sucedidos. Isso é uma ironia dramática.

Ironia verbal

• Ocorre quando se diz algo pretendendo expressar outro significado, normalmente oposto ao
sentido literal. A expressão e a intenção são diferentes.
• Para grande parte dos exercícios, é a ironia verbal que mais importa
• Ex.: Você foi tão bem na prova! Tirou um zero incrível!

Ironia de situação

• A intenção e resultado da ação não estão alinhados, ou seja, o resultado é contrário ao que se
espera ou que se planeja.
• Ex.: Quando num texto literário uma personagem planeja uma ação, mas os resultados não
saem como o esperado. No livro "Memórias Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis,
a personagem título tem obsessão por ficar conhecida. Ao longo da vida, tenta de muitas
maneiras alcançar a notoriedade sem sucesso. Após a morte, a personagem se torna
conhecida. Há uma ironia de situação: planejou ficar famoso antes de morrer e se tornou
famoso após a morte.

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• Humor

A maioria dos efeitos de texto citado até então tem um objetivo comum: o
humor. Situações cômicas ou potencialmente humorísticas compartilham da característica do
efeito surpresa. O humor reside em ocorrer algo fora do esperado numa situação.

Há diversas situações em que o humor pode aparecer numa prova de


vestibular. Há as tirinhas e charges, que aliam texto e imagem para criar efeito cômico; há
anedotas ou pequenos contos; e há as crônicas, frequentemente acessadas como forma de
gerar o riso.

Vamos ver alguns exemplos:

Anedotas:

Textos narrativos curtos e de enredo simples. A linguagem costuma ser coloquial e


lida com conhecimentos e situações populares. Normalmente são se autoria desconhecida:
pertencem ao conhecimento do dia a dia.

Ex.:

A professora pergunta a Joãozinho:

- Joãozinho, se eu tenho duas mangas em uma mão e duas na outra, o que eu tenho?

- Mãos grandes!

Charges:

Produções jornalísticas visuais que partem de temas da atualidade para produzir


situações cômicas ou críticas.

Ex.:

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Charge de Renato Peters sobre o rompimento da Barragem da Vale em Brumadinho.

(Fonte: Twitter do autor)

Crônicas:

Ex.: “No cinema de antigamente você já sabia: quando alguém tossia, era porque iria
morrer em pouco tempo. Tosse nunca significava apenas algo preso na garganta ou uma
gripe passageira — era morte certa. Quando um casal se beijava apaixonadamente e em
seguida desparecia da tela era sinal que tinham se deitado. E depois, não falhava: a mulher
aparecia grávida. Nunca se ficava sabendo o que acontecia, exatamente, depois que o casal
desaparecia da tela, a não ser que o filme fosse francês.”

(Vida de cinema, de Luis Fernando Veríssimo)

Ambiguidade
Ocorre quando um mesmo vocábulo ou expressão pode ser interpretado de
mais de uma maneira.

Duplo sentido
Ocorre quando as palavras e expressões utilizadas possuem diferentes
interpretações.

Ironia
Consiste em utilizar uma palavra ou expressão, atribuindo-lhe diferente
sentido ou significado de acordo com o contexto.

Humor
Reside em ocorrer algo fora do esperado numa situação.

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4. Lista de exercícios

Nível 01
1. (EFOMM - 2019)

Passeio à Infância
Primeiro vamos lá embaixo no córrego; pegaremos dois pequenos carás dourados. E
como faz calor, veja, os lagostins saem da toca. Quer ir de batelão, na ilha, comer ingás?
Ou vamos ficar bestando nessa areia onde o sol dourado atravessa a água rasa? Não
catemos pedrinhas redondas para atiradeira, porque é urgente subir no morro; os
sanhaços estão bicando os cajus maduros. É janeiro, grande mês de janeiro!
Podemos cortar folhas de pita, ir para o outro lado do morro e descer escorregando no
capim até a beira do açude. Com dois paus de pita, faremos uma balsa, e, como o carnaval
é só no mês que vem, vamos apanhar tabatinga para fazer formas de máscaras. Ou então
vamos jogar bola-preta: do outro lado do jardim tem um pé de saboneteira.
Se quiser, vamos. Converta-se, bela mulher estranha, numa simples menina de pernas
magras e vamos passear nessa infância de uma terra longe. É verdade que jamais comeu
angu de fundo de panela?
Bem pouca coisa eu sei: mas tudo que sei lhe ensino. Estaremos debaixo da goiabeira;
eu cortarei uma forquilha com o canivete. Mas não consigo imaginá-la assim; talvez se na
praia ainda houver pitangueiras... Havia pitangueiras na praia? Tenho uma ideia vaga de
pitangueiras junto à praia. Iremos catar conchas cor-de-rosa e búzios crespos, ou armar o
alçapão junto do brejo para pegar papa-capim. Quer? Agora devem ser três horas da tarde,
as galinhas lá fora estão cacarejando de sono, você gosta de fruta-pão assada com
manteiga? Eu lhe vou aipim ainda quente com melado. Talvez você fosse como aquela
menina rica, de fora, que achou horrível nosso pobre doce de abóbora e coco.
Mas eu a levarei para a beira do ribeirão, na sombra fria do bambual; ali pescarei
piaus. Há rolinhas. Ou então ir descendo o rio numa canoa bem devagar e de repente dar
um galope na correnteza, passando rente às pedras, como se a canoa fosse um cavalo
solto. Ou nadar mar afora até não poder mais e depois virar e ficar olhando as nuvens
brancas. Bem pouca coisa eu sei; os outros meninos riram de mim porque cortei uma iba
de assa-peixe. Lembro-me que vi o ladrão morrer afogado com os soldados de canoa
dando tiros, e havia uma mulher do outro lado do rio gritando.
Mas como eu poderia, mulher estranha, convertê-la em menina para subir comigo pela
capoeira? Uma vez vi uma urutu junto de um tronco queimado; e me lembro de muitas
meninas. Tinha uma que para mim uma adoração. Ah, paixão da infância, paixão que não
amarga. Assim eu queria gostar de você, mulher estranha que ora venho conhecer,
homem maduro. Homem maduro, ido e vivido; mas quando a olhei, você estava distraída,

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meus olhos eram outra vez daquele menino feio do segundo ano primário que quase não
tinha coragem de olhar a menina um pouco mais alta da ponta direita do banco.
Adoração de infância. Ao menos você conhece um passarinho chamado saíra? É um
passarinho miúdo: imagine uma saíra grande que de súbito aparecesse a um menino que
só tivesse visto coleiros e curiós, ou pobres cambaxirras. Imagine um arco-íris visto na mais
remota infância, sobre os morros e o rio. O menino da roça que pela primeira vez vê as
algas do mar se balançando sob a onda clara, junto da pedra.
Ardente da mais pura paixão de beleza é a adoração da infância. Na minha
adolescência você seria uma tortura. Quero levá-la para a meninice. Bem pouca coisa eu
sei; uma vez na fazenda rira: ele não sabe nem passar um barbicacho! Mas o que sei lhe
ensino; são pequenas coisas do mato e da água, são humildes coisas, e você é tão bela e
estranha! Inutilmente tento convertê-la em menina de pernas magras, o joelho ralado, um
pouco de lama seca do brejo no meio dos dedos dos pés.
Linda como a areia que a onda ondeou. Saíra grande! Na adolescência e torturaria;
mas sou um homem maduro. Ainda assim às vezes é como um bando de sanhaços bicando
os cajus de meu cajueiro, um cardume de peixes dourados avançando, saltando ao sol, na
piracema; um bambual com sombra fria, onde ouvi um silvo de cobra, e eu quisera tanto
dormir. Tanto dormir! Preciso de um sossego de beira de rio, com remanso, com cigarras.
Mas você é como se houvesse demasiadas cigarras cantando numa pobre tarde de
homem.

Julho, 1945
Crônica extraída do livro 200 crônicas escolhidas, de Rubem Braga

A opção em que o fragmento apresenta sentido figurado é:


a) Primeiro vamos lá embaixo no córrego; pegaremos dois pequenos carás dourados.
b) Quer ir de batelão, na ilha, comer ingás?
c) Eu lhe dou aipim ainda quente com melado.
d) Lembro-me que vi o ladrão morrer afogado com os soldados de canoa dando tiros (...).
e) Ah, paixão de infância, paixão que não amarga.
__________________________________________________________________________
2. (EEAR -2018)

Assinale a frase que contém metonímia do tipo parte pelo todo.


a) A cidade estaria ciente e, por trás de persianas corridas, olhos curiosos acompanhariam
o desfile. (Renard Perez)
b) Disseram-lhe que no amor a perseverança vencia tudo, e ele perseverou até se tornar
insuportável. (Ramalho Ortigão)

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c) Poesia é um estado de alma religioso e metafísico em que o homem comunga


diretamente com a divindade. (Alberto Ramos)
d) Muito ocupado no asilo, não tenho com quem deixar os órfãos. (Otto Lara Resende)
__________________________________________________________________________

3. (EEAR – 2018)
Leia:
1 – Eu vou tirar você de mim/Assim que descobrir /Com quantos nãos se faz um sim
2 – Vale todo um harém a minha bela/Em fazer-me ditoso ela capricha.../Vivo ao sol de
seus olhos namorados,/Como ao sol de verão a lagartixa.
3 – Ilumina meu peito, canção./Dentro dele/Mora um anjo,/Que ilumina/O meu coração.

Nas sentenças acima, encontram-se, respectivamente, as seguintes figuras de linguagem:


a) hipérbole, metáfora, metáfora
b) antítese, hipérbole, prosopopeia
c) antítese, eufemismo, metonímia
d) metonímia, metáfora, eufemismo
__________________________________________________________________________

4. (EFOMM – 2018 - Adaptada)


Ficaram cansados. Resolveram mudar de vida: um sonho louco: navegar! Um barco, o mar,
o céu, as estrelas, os horizontes sem fim: liberdade. Venderam o que tinham, compraram
um barco capaz de atravessar mares e sobreviver a tempestades.

No que diz respeito ao mecanismo de coesão textual, quanto à retomada, o recurso que
predomina na passagem acima é
a) a repetição propriamente dita.
b) a hiperonímia.
c) a sinonímia.
d) o paralelismo.
e) a omissão.
__________________________________________________________________________

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5. (EsPCEX – 2017)

“Mas essas são consequências aparentemente colaterais, porque a população manifesta


muito mais prazer no massacre contra o preso produzido dentro dos presídios”.
Há um trecho, dentro do período destacado acima, que provoca ambiguidade. Marque-o:
a) aparentemente colaterais
b) produzido dentro dos presídios
c) contra o preso
d) manifesta mais prazer
e) no massacre
__________________________________________________________________________

6. (ITA – 2017)
No poema de Maria Lúcia Alvim intitulado Frasco de âmbar, que possui uma atmosfera
muito feminina,

Frasco de âmbar
À força de guardar-te
evaporaste!
(Em: Vivenda. São Paulo: Duas Cidades, 1989.)

I. a voz lírica expressa-se de modo sentimental – daí o ponto de exclamação – revelando


forte afeto do “eu” em relação ao “tu”.
II. a fala dirigida ao objeto contém um lamento pela sua perda, ocorrida apesar de todo o
cuidado e apego que a ele foram dedicados.
III. o teor metafórico do poema se reforça na associação estabelecida entre a volatilidade
do perfume e o sentimento amoroso.

Está(ão) correta(s)
a) apenas I.
b) apenas I e II.
c) apenas II.
d) apenas II e III.
e) todas.
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7. (EFOMM - 2017)

O autor faz uso, de uma figura de linguagem, a metonímia, na passagem:


a) (...) ao pensar nelas, as pipocas, meu pensamento se pôs a dar estouros e pulos como
aqueles das pipocas dentro de uma panela.
b) Um bom pensamento nasce como uma pipoca que estoura, de forma inesperada e
imprevisível.
c) Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não
servem para nada.
d) Alguns, inclusive, acharam que era gozação minha, que piruá é palavra inexistente.
Cheguei
a ser forçado a me valer do Aurélio para confirmar o meu conhecimento da língua.
e) Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez mais
quente, pense que sua hora chegou: vai morrer.
__________________________________________________________________________

8. (ITA - 2016)

O efeito de humor da tirinha abaixo se deve:

a) à postura desobediente de Mafalda diante da mãe.


b) à resposta autoritária da mãe de Mafalda à pergunta da filha.
c) ao uso de palavras em negrito e cada vez maior do 2º ao 4º quadrinho.
d) ao fato de aparecer apenas a fala da mãe de Mafalda e não sua imagem.
e) aos sentidos atribuídos por Mafalda para as palavras “títulos” e “diplomamos”.
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09. (Estratégia Militares 2022 – ENEM)

Cidade grande
Que beleza, Montes Claros.
Como cresceu Montes Claros.
Quanta indústria em Montes Claros.
Montes Claros cresceu tanto,
ficou urbe tão notória,
prima-rica do Rio de Janeiro,
que já tem cinco favelas
por enquanto, e mais promete.
(Carlos Drummond de Andrade)
Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a
a) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria linguagem.
b) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos.
c) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção crítica.
d) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e objetivo.
e) prosopopeia, que consiste em personificar coisas inanimadas, atribuindo-lhes vida.

10. (Estratégia Militares – PUC adaptada)

Nos trechos: "...nem um dos autores nacionais ou nacionalizados de oitenta pra lá faltava nas
estantes do major" e "...o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja"
encontramos, respectivamente, as seguintes figuras de linguagem:

a) prosopopeia e hipérbole
b) hipérbole e metonímia
c) metáfora e hipérbole
d) metonímia e eufemismo
e) metonímia e prosopopeia.

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11. (ITA - 2016)


O efeito de humor da tirinha abaixo se deve:

a) à postura desobediente de Mafalda diante da mãe.


b) à resposta autoritária da mãe de Mafalda à pergunta da filha.
c) ao uso de palavras em negrito e cada vez maior do 2º ao 4º quadrinho.
d) ao fato de aparecer apenas a fala da mãe de Mafalda e não sua imagem.
e) aos sentidos atribuídos por Mafalda para as palavras “títulos” e “diplomamos”.
__________________________________________________________________________

12. (ITA – 2015)


Texto de Rubem Braga, publicado pela primeira vez em 1952, no jornal Correio da Manhã,
do Rio.
(l. 1) José Leal fez uma reportagem na Ilha das Flores, onde ficam os imigrantes logo
que chegam. E falou dos equívocos de nossa política imigratória. As pessoas que ele
encontrou não eram agricultores e técnicos, gente capaz de ser útil. Viu músicos
profissionais, bailarinas austríacas, cabeleireiras lituanas. Paul Balt toca acordeão, Ivan
Donef faz coquetéis, Galar Bedrich é vendedor, Serof Nedko é ex-oficial, Luigi Tonizo é
jogador de futebol, Ibolya Pohl é costureira. Tudo gente para o asfalto, “para entulhar as
grandes cidades”, como diz o repórter.
(l. 7) O repórter tem razão. Mas eu peço licença para ficar imaginando uma porção de
coisas vagas, ao olhar essas belas fotografias que ilustram a reportagem. Essa linda
costureirinha morena de Badajoz, essa Ingeborg que faz fotografias e essa Irgard que não
faz coisa alguma, esse Stefan Cromick cuja única experiência na vida parece ter sido
vender bombons – não, essa gente não vai aumentar a produção de batatinhas e quiabos
nem plantar cidades no Brasil Central.
(l. 13) É insensato importar gente assim. Mas o destino das pessoas e dos países
também é, muitas vezes, insensato: principalmente da gente nova e países novos. A
humanidade não vive apenas de carne, alface e motores. Quem eram os pais de Einstein,
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eu pergunto; e se o jovem Chaplin quisesse hoje entrar no Brasil acaso poderia? Ninguém
sabe que destino terão no Brasil essas mulheres louras, esses homens de profissões vagas.
Eles estão procurando alguma coisa: emigraram. Trazem pelo menos o patrimônio de sua
inquietação e de seu apetite de vida. Muitos se perderão, sem futuro, na vagabundagem
inconsequente das cidades; uma mulher dessas talvez se suicide melancolicamente dentro
de alguns anos, em algum quarto de pensão. Mas é preciso de tudo para fazer um mundo;
e cada pessoa humana é um mistério de heranças e de taras. Acaso importamos o pintor
Portinari, o arquiteto Niemeyer, o físico Lattes? E os construtores de nossa indústria, como
vieram eles ou seus pais? Quem pergunta hoje, e que interessa saber, se esses homens ou
seus pais ou seus avós vieram para o Brasil como agricultores, comerciantes, barbeiros ou
capitalistas, aventureiros ou vendedores de gravata? Sem o tráfico de escravos não
teríamos tido Machado de Assis, e Carlos Drummond seria impossível sem uma gota de
sangue (ou uísque) escocês nas veias, e quem nos garante que uma legislação exemplar de
imigração não teria feito Roberto Burle Marx nascer uruguaio, Vila Lobos mexicano, ou
Pancett chileno, o general Rondon canadense ou Noel Rosa em Moçambique? Sejamos
humildes diante da pessoa humana: o grande homem do Brasil de amanhã pode descender
de um clandestino que neste momento está saltando assustado na praça Mauá, e não sabe
aonde ir, nem o que fazer. Façamos uma política de imigração sábia, perfeita, materialista;
mas deixemos uma pequena margem aos inúteis e aos vagabundos, às aventureiras e aos
tontos porque dentro de algum deles, como sorte grande da fantástica loteria humana,
pode vir a nossa redenção e a nossa glória.
(BRAGA, R. Imigração. In: A borboleta amarela. Rio de Janeiro, Editora do Autor, 1963)

Assinale a opção em que há metonímia.


a) gente para o asfalto (l. 6)
b) plantar cidades (l. 11)
c) apetite de vida (l. 18)
d) fazer um mundo (l. 21)
e) loteria humana (l. 35)
__________________________________________________________________________

13. (Estratégia Militares – Funcab adaptada)

As figuras de linguagem são usadas como recursos estilísticos para dar maior valor
expressivo à linguagem.

No seguinte trecho “Tu és a chuva e eu sou a terra [...]” predomina a figura, denominada:

a) prosopopeia
b) hipérbole
c) metáfora

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d) metonímia

__________________________________________________________________________________

14. (ITA - 2014)


O poema abaixo, sem título, é um haicai de Paulo Leminski:
lua à vista
brilhavas assim
sobre auschwitz?
(Distraídos venceremos. São Paulo: Brasiliense, 1987.)
Neste texto,
I. há contraste entre a imagem natural e o fato histórico.
II. o contraste entre “lua” e “auschwitz” provoca uma reação emotiva no sujeito lírico.
III. o caráter interrogativo revela a perplexidade do sujeito lírico.

Está(ão) correta(s):
a) apenas I e II.
b) apenas I e III.
c) apenas II e III.
d) apenas III.
e) todas.
__________________________________________________________________________

15. (ITA - 2013)


O segmento do poema abaixo apresenta
Eu e o sertão
Patativa do Assaré
Sertão, arguém te cantô
Eu sempre tenho cantado
E ainda cantando tô,
Pruquê, meu torrão amado,
Munto te prezo, te quero

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E vejo qui os teus mistero


Ninguém sabe decifrá.
A tua beleza é tanta,
Qui o poeta canta, canta,
E inda fica o qui cantá.
[...]
(Cante lá que eu canto cá. Petrópolis: Vozes, 1982)

a) um testemunho de quem conhece o ambiente retratado.


b) humor e ironia numa linguagem simples típica do sertanejo.
c) uma descrição detalhada do espaço.
d) a percepção do poeta de que seu canto é a melhor das interpretações.
e) perceptível distanciamento entre o poeta e o objeto do seu canto.
__________________________________________________________________________

16. (ITA - 2011)


(l. 1) São Paulo – Não é preciso muito para imaginar o dia em que a moça da rádio
nos anunciará, do helicóptero, o colapso final: “A CET* já não registra a extensão do
congestionamento urbano. Podemos ver daqui que todos os carros em todas as ruas estão
imobilizados. Ninguém anda, para frente ou para trás. A cidade, enfim, parou. As
autoridades pedem calma, muita calma”.
(l. 6) “A autoestrada do Sul” é um conto extraordinário de Julio Cortázar**. Está em
Todos os fogos o fogo, de 1966 (a Civilização Brasileira traduziu). Narra, com monotonia
infernal, um congestionamento entre Fontainebleau e Paris. É a história que inspirou
Weekend à francesa (1967), de Godard***.
(l. 10) O que no início parece um transtorno corriqueiro vai assumindo contornos
absurdos. Os personagens passam horas, mais horas, dias inteiros entalados na estrada.
(l. 12) Quando, sem explicações, o nó desata, os motoristas aceleram “sem que já se
soubesse para que tanta pressa, por que essa correria na noite entre automóveis
desconhecidos onde ninguém sabia nada sobre os outros, onde todos olhavam para a
frente, exclusivamente para a frente”.
(l.16 ) Não serve de consolo, mas faz pensar. Seguimos às cegas em frente há quanto
tempo? De Prestes Maia aos túneis e viadutos de Maluf, a cidade foi induzida a andar de

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carro. Nossa urbanização se fez contra o transporte público. O símbolo modernizador da


era JK é o pesadelo de agora, mas o fetiche da lata sobre rodas jamais se abalou.
(l. 20) Será ocasional que os carrões dos endinheirados – essas peruas high-tech – se
pareçam com tanques de guerra? As pessoas saem de casa dentro de bunkers,
literalmente armadas. E, como um dos tipos do conto de Cortázar, veem no
engarrafamento uma “afronta pessoal”.
(l. 24) Alguém acredita em soluções sem que haja antes um colapso? Ontem era a
crise aérea, amanhã será outra qualquer. A classe média necessita reciclar suas aflições. E
sempre haverá algo a lembrá-la –coisa mais chata – de que ainda vivemos no Brasil.
(SILVA, Fernando de Barros. Folha de S. Paulo, 17/03/2008.)
*CET - Companhia de Engenharia de Tráfego.
**Julio Cortázar (1914-1984), escritor argentino.
***Jean-Luc Godard, cineasta francês, nascido em 1930.

NÃO há emprego de metáfora em


a) Ninguém anda, para frente ou para trás. (l. 4)
b) Quando, sem explicações, o nó desata, os motoristas aceleram [...]. (l. 12)
c) [...] mas o fetiche da lata sobre rodas jamais se abalou. (l. 19)
d) As pessoas saem de casa dentro de bunkers, literalmente armadas. (l. 21)
e) A classe média necessita reciclar suas aflições. (l. 25)
__________________________________________________________________________

17. (EEAr CFS)


Observe as frases:
1- Os riachos pareciam sussurrar palavras de amor.
2- No horizonte, espreita-nos o caos.
3- Abriram todas as janelas que havia no mundo.
4- Após a tempestade, calaram-se finalmente os céus.
Pode-se afirmar que a figura de linguagem prosopopeia aparece apenas nas
seguintes frases:
a) 1, 2 e 3.
b) 1, 2 e 4.
c) 3 e 4.

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d) 1 e 2.

18. (EEAr CFS)


Em qual das alternativas abaixo há a figura de linguagem eufemismo?
a) Tiniam os cristais durante o jantar.
b) Tão cedo a bela bailarina partiu desta vida...
c) As flores murcharam escondendo-se de vergonha do sol.
d) Fiz daquele tão próximo o mais distante.

19. (ESA 2015- Adaptada)


No período: “Nós nos tornamos pavões exibicionistas.”, encontra-se a seguinte figura de
linguagem (figura de palavra):

(A) Metonímia.
(B) Eufemismo.
(C) Prosopopeia.
(D) Hipérbole.
(E) Metáfora.

20. (ESA 2014)


Na frase: “Faria isso mil vezes novamente, se fosse preciso.”, encontra-se a seguinte
figura de linguagem

(A) metáfora.
(B) hipérbole.
(C) eufemismo.
(D) antítese.
(E) personificação.

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Nível 02

21. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Leia:

“Um vento furioso, atrevido e vociferante provocava fantasmagóricos redemoinhos de


areia enquanto o faraó Tutankhamon era retirado de seu local de repouso na antiga
necrópole egípcia conhecida como Vale dos Reis.”

Assinale a alternativa em que não aparece a mesma figura de linguagem presente no


trecho destacado.
a) “Vi a Ciência desertar do Egito.”
b) “A vida é um incêndio: nela/dançamos, salamandras mágicas.”
c) “O silêncio de quando nos vimos à primeira vez atravessa a cozinha como um rio
profundo.”
d) “A ilha era deserta e o mar com medo/ da própria solidão já te sonhava./ Ia em vento
chamar-te para longe./ E longamente, em espuma te aguardava.”

__________________________________________________________________________________

22. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Relacione as colunas


quanto à classificação das figuras de linguagem presentes nos trechos
destacados. Em seguida, assinale a alternativa com a sequência correta.

1 – hipérbole
2 – antítese
3 – metonímia
4 – eufemismo

( ) “O sonho de um céu e de um mar/ E de uma vida perigosa/Trocando o amargo pelo


mel/E as cinzas pelas rosas.”
( ) “Senhora, partem tão tristes/Meus olhos por vós (...)/tão tristes, tão saudosos,/tão
doentes da partida,/tão cansados, tão chorosos/da morte mais desejosos/ cem mil vezes
que da vida”.
( ) “Sobre um mar de rosas que arde/Em ondas fulvas, distante, Erram meus olhos,
diamantes,/Como a nau dentro da tarde”.
( ) “Às vezes tenho que concordar com a ideia de que meu filho não atingiu o índice
normal de aproveitamento para meninos de sua idade”.

a) 4 – 2 – 1 – 3
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b) 2 – 1 – 3 – 4
c) 3 – 4 – 2 – 1
d) 2 – 4 – 3 – 1

_________________________________________________________________________________________

23. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Assinale a alternativa em


que há metáfora.

a) A aeronave era um grande pássaro metálico devorando a distância.


b) A aeronave passou milhões de vezes pela revisão mecânica.
c) A aeronave brasileira perdia vagarosamente a altitude.
d) A aeronave transportou os refugiados da Síria.
__________________________________________________________________________________
24. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Leia o poema abaixo, do
poeta Mário Quintana.
Inscrição para um portão de cemitério
Na mesma pedra se encontram,
Conforme o povo traduz,
Quando se nasce - uma estrela,
Quando se morre - uma cruz.
Mas quantos que aqui repousam
Hão de emendar-nos assim:
“Ponha-me a cruz no princípio...
E a luz da estrela no fim.”

Analisando as figuras de linguagem presentes nesses versos, é incorreto afirmar que


a) princípio e fim formam uma antítese.
b) a palavra pedra constitui uma prosopopeia.
c) repousam é um eufemismo para “estão mortos”.
d) cruz representa a morte, portanto constitui uma metonímia do tipo concreto pelo
abstrato.
__________________________________________________________________________________

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25. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Assinale a alternativa em


que não há conotação.
a) Construí um muro de pedra entre mim e ti.
b) Senti a seda da pele do bebê em meus dedos quando o segurei.
c) Diante do caos estabelecido na empresa, o gerente nadava em ouro.
d) Mesmo com as orientações sobre a crise nos reservatórios, a empregada não se
importava com a água que pingava da torneira.
__________________________________________________________________________________

26. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Relacione as colunas e, em


seguida, assinale a alternativa com a sequência correta.

(1) Eufemismo
(2) Prosopopeia
(3) Antítese
(4) Metáfora
( ) Nem o céu nem o inferno estavam preparados para sua chegada.
( ) O sertão castigava com seu ódio sem lágrimas todo o povo.
( ) Com cuidado, mas em estado de cólera, seu grito pela funcionária da limpeza da casa
ecoava nos corredores.
( ) Moça, sonhei com você esta noite. Seu sorriso é meu travesseiro. Sua determinação
de mulher, minha inspiração.
a) 3 – 2 – 1 – 4
b) 3 – 1 – 2 – 4
c) 4 – 1 – 2 – 3
d) 2 – 3 – 1 – 4
__________________________________________________________________________________

27. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Assinale a alternativa em


que não há prosopopeia.
a) O ipê alegrou-se com a chegada da primavera.
b) O quarto respirava todo um ar triste de desmazelo e boemia.
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c) No cair da tarde, a suntuosa Brasília e a esquálida Ceilândia contemplam-se.


d) O que um pai pode ser para seu filho? Um atalho para a casa, uma canção da infância.

__________________________________________________________________________________

28. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Leia:


Nada como a indiferença do tempo, esse rolo compressor que esmaga todos os
nossos momentos e os transforma em lembranças. Ele nos leva o futuro e nos deixa o
passado.

No texto acima, há duas figuras de linguagem. São elas


a) metáfora e antítese.
b) eufemismo e antítese.
c) metáfora e metonímia.
d) prosopopeia e metonímia.
__________________________________________________________________________________

29. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Leia:

I. Um violão chorava suas canções com saudade.


II. Luísa, ó Luísa! Longe dos olhos e perto do coração!

Nas frases acima há, respectivamente, as seguintes figuras de linguagem:

a) eufemismo e antítese.
b) antítese e eufemismo.
c) prosopopeia e antítese.
d) prosopopeia e hipérbole.
__________________________________________________________________________________

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30. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Relacione as colunas e, em


seguida, assinale a alternativa com a sequência correta.

(1) Eufemismo
(2) Prosopopeia
(3) Antítese
(4) Metáfora
( ) Um frio inteligente percorria o jardim.
( ) Onde queres prazer eu sou o que dói.
( ) Ele vivia de caridade pública.
( ) Teu corpo é brasa do lume.

a) 3 – 2 – 1 – 4
b) 3 – 1 – 2 – 4
c) 2 – 3 – 4 – 1
d) 2 – 3 – 1 – 4
__________________________________________________________________________________

31. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Leia:


Já estou cheio de me sentir vazio, meu corpo é quente e estou sentindo frio (...)

Que figura de linguagem está presente no trecho destacado?

a) antítese
b) metáfora
c) eufemismo
d) prosopopeia
__________________________________________________________________________________

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32. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Leia:


Os eleitores perceberam que aquele candidato não era dado ao trabalho.

Na frase acima, empregou-se a seguinte figura de linguagem:

a) prosopopeia.
b) eufemismo.
c) metonímia.
d) hipérbole.
__________________________________________________________________________________

33. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Assinale a alternativa em


que ocorre uma prosopopeia (ou personificação).

a) “Somos feitos de silêncio e som.”


b) “O sol belisca a pele azul do lago.”
c) “Saiu da faculdade com um mundo de ideias na cabeça.”
d) “No fusca, mãozinhas infantis acenavam animadas rumo ao zoológico.”
__________________________________________________________________________________

34. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Leia:


Na rua, o luar embalava carinhosamente os sonhos dos namorados.

Qual a figura de linguagem presente na frase acima?


a) prosopopeia
b) metonímia
c) hipérbole
d) antítese
__________________________________________________________________________________

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35. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Assinale a alternativa em


que não se verifica a presença de metáfora.

a) “Deus, antes de ser homem, era sol sem sombra.” (Pe. Vieira)
b) “As tuas saudades ficam onde deixas o coração.” (Camilo Castelo Branco)
c) “Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar.” (José de Alencar)
d) “...meu pensamento vadio era uma borboleta serena que não pousava em nada.”
(Bernardo Elis)
__________________________________________________________________________________

36. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Leia:


“Dormia
A nossa pátria mãe tão distraída
Sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações.”

A figura que ocorre nos versos acima é:


a) antítese
b) metáfora
c) hipérbole
d) prosopopeia
__________________________________________________________________________________

37. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Em qual das alternativas
não há uma hipérbole?
a) Sete mil vezes
Eu tornaria a viver assim
b) Há uma nuvem de lágrimas
Sobre os meus olhos
c) Paixão cruel, desenfreada
Te trago mil rosas roubadas
d) A cada um cabe alegrias
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E a tristeza que vier


__________________________________________________________________________________

38. (Estratégia Militares 2021 – Prof.ª Fabíola Soares) Leia:

“Alegre do dia entristecido,


O silêncio da noite perturbado,
O resplendor do sol todo eclipsado,
E o luzente da lua desmentido!”
No poema de autoria do poeta Gregório de Matos, há uma figura de linguagem
conhecida como:

a) paradoxo
b) metáfora
c) hipérbole
d) antítese

39. (Estratégia Militares 2021 –Prof.ª Fabíola Soares)

“Porém eu perco-me sem alegria, não como o rio na foz para que nasceu incógnito,
mas como o lago feito na praia pela maré alta, e cuja água sumida nunca mais regressa ao
mar.”

No último parágrafo do texto, o autor afirma que escrever é perder-se e, depois,


apresenta uma figura de linguagem conhecida como

a) metáfora
b) metonímia
c) comparação
d) hipérbole

__________________________________________________________________________________

40. (Estratégia Militares 2020 - Prof.ª Fabíola Soares )


“Alguns pensadores opõem-se ao uso deste termo para as pessoas que se encontram nessa
última etapa da vida, considerando-o um eufemismo; defendem que o melhor é utilizarmos
o termo ‘velho’. “(2º§). Há, no período em destaque, a referência a uma figura de linguagem.
Essa mesma figura pode ser encontrada em:
(A) Quando faltarem os pais, os filhos bem educados poderão dirigir-se com segurança.
(B) Este rapaz, que não gosta de tomar banho, é um porco.
(C) Respeitem a velhice!
(D) A natureza chora mediante a devastação causada pelo homem.
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Nível 03

41. (Estratégia Militares 2020 – Wagner Santos)

Haroldo era um robô doméstico


Cozinheiro de forno e fogão
Quebrava o galho na limpeza
Assumindo sua profissão
E de nada reclamava ...
Do trabalho até gostava

De repente ele mudou


Havia alguma coisa errada
Chorava lágrimas de óleo
E já não fazia nada
Sem ter nunca revelado
Ele estava apaixonado

Então começou a desordem na casa


Haroldo irritado brigou com o patrão
Na briga caiu um abridor de latas
Que fez um estrago no seu coração
Cheio de aditivos e sujo de graxa
Morreu sem dizer sua grande paixão ...
(Haroldo, O robô doméstico – Erasmo Carlos)

A história do robô Haroldo, na segunda e na terceira estrofe, apresenta, como figura de


linguagem prevalente,
a) a metáfora.
b) a prosopopeia.
c) a metonímia.
d) a catacrese.

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__________________________________________________________________________

42. (Estratégia Militares 2020 – Prof. Wagner Santos)

No texto acima, há um problema textual logo em seu início. Esse problema pode ser
entendido como
(A) um pleonasmo.
(B) uma cacofonia.
(C) uma ambiguidade.
(D) uma prolixidade.
(E) uma obscuridade.
__________________________________________________________________________

43. (Estratégia Militares 2020 – Wagner Santos)


No trecho “Desculpe este bilhete, redigido à mão, como se fazia antigamente. Meu
colega sugeriu que lhe enviássemos um e-mail. Mas não tenho seu endereço
eletrônico. Além disso, resolvi levar o seu computador. Sou um grande entusiasta da
tecnologia”, é possível perceber a presença de
a) hipérbole.
b) comparação.
c) metáfora.
d) ironia.
e) metonímia.
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44. (Estratégia Militares 2020 – Wagner Santos)


Jimmy andava de cabeça erguida, o nariz espetado no ar, e, ao atravessar a rua,
pegava-me pelo braço com uma intimidade muito simples. Eu me perturbava. (Clarice
Lispector)

A oração “Jimmy andava de cabeça erguida”, se descontextualizada, é considerado um


trecho ambíguo. Da mesma forma, encontramos uma ambiguidade em
a) Esse menino sempre foi muito cara de pau.
b) Os alunos de Wagner acharam o caminho fácil.
c) Os pais do aluno que brigou na escola vieram conversar.
d) Ele chegou pregadão depois do futebol semanal.
e) Esse menino é sempre um cavalo com os outros.
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45. (Estratégia Militares 2020 – Wagner Santos)


Ser Gagá é sentir plenamente que tudo que se leu, que se aprendeu, que se viu e
se viveu não vale nada diante do que estua. Ser Gagá é estar sempre na iminência de
ouvir em plena rua: “Olha o tarado!” É ficar contente em ver Chaplin e Picasso como os
“mais charmosos” de sessenta! É chamar de menina à quarentona. É ter uma esperança
senil nos cientistas. É reparar, nos mais jovens, o imperceptível sinal de decadência. É
ficar olhando o detalhe, nos amigos; a lentigem nas mãos, o cabelo que afina, a pele
que vai desidratando. Ser Gagá é o orgulho vão de ainda ter cabelo e poucos brancos!
A vaidade tola de não ter barriga; a felicidade de ter dentes próprios. E fazer grandes
planos quinquenais que espantam os jovens que acham cinco anos a própria
eternidade, mas que o Gagá sabe que voam como voaram tantos, tantos, tantos.
É se apegar, desesperadamente, pelo tremendo impulso da existência, aos filhos,
aos netos e aos bisnetos, embora saiba que eles não o querem, que a convivência com
eles é apenas parte e total do egoísmo vital que o enterra. É sentir que agora, outra vez,
está bem de saúde. É sentir a saúde ocasional. É carregar o corpo o tempo todo. É
sentir o caixão no próprio corpo. É saber que já não há quem tenha prazer em lhe
acarinhar a pele. É já não ter prazer em passar a mão na própria pele. É esquecer de
coisas importantes e lembrar, sem saber por que, um gosto, um calor, uma palavra há
tempos esquecidos.
(Millôr Fernandes)

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Prof. ª Fabíola Soares

Em “É sentir o caixão no próprio corpo. É saber que já não há quem tenha prazer em
lhe acarinhar a pele”, identifica-se, como figura de linguagem,
a) uma analogia.
b) uma metáfora.
c) uma comparação.
d) uma metonímia.
e) um eufemismo.
__________________________________________________________________________

46. (Estratégia Militares 2020 – Wagner Santos)


Em qual das alternativas a seguir pode-se identificar uma metonímia?
(A) Ela era o meu norte e o meu horizonte durante a infância.
(B) Li Machado de Assis todos os dias durante as férias.
(C) Você é a rosa que ilumina os meus dias, meu amor.
(D) Você ilumina a minha vida como o sol ilumina o mundo.
(E) É um calor que me esfria completamente por dentro.

Texto para as próximas duas questões


Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse
que isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para
não andar atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da
linha, enfiou a linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas,
pelo pano adiante, que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis
como os galgos de Diana — para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta
distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela,
unidinha a eles, furando abaixo e acima...
A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por
ela, silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas.
A agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era
tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha
no pano. Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou
ainda nessa e no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se,
levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto
compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou
dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:
— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo
parte do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas,
54
Prof. ª Fabíola Soares

enquanto você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das
mucamas? Vamos, diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não
menor experiência, murmurou à pobre agulha:
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da
vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho
para ninguém. Onde me espetam, fico.
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a
cabeça:
— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!
Machado de Assis. Para Gostar de Ler: Volume 9 – Contos. São Paulo: Editora Ática,
1984, pág. 59.
__________________________________________________________________________

47. (Estratégia Militares 2020 – Wagner Santos)


As características apresentadas tanto pela linha quanto pela agulha são
correspondentes à figura de linguagem chamada
(A) metáfora.
(B) personificação.
(C) ironia.
(D) gradação.
(E) anacoluto.
__________________________________________________________________________

48. (Estratégia Militares 2020 – Wagner Santos)


Assinale a alternativa em que temos a presença de uma leitura ambígua.
(A) Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!
(B) Faze como eu, que não abro caminho para ninguém.
(C) Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte
do vestido e da elegância?
(D) E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da
agulha no pano.
(E) Eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...
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Prof. ª Fabíola Soares

49. (Estratégia Militares 2020 – Wagner Santos)


Havia em Itaoca um pobre moço que definhava de tédio no fundo de um cartório.
Escrevente. Vinte e três anos. Magro. Ar um tanto palerma. Ledor de versos
lacrimogêneos e pai duns acrósticos dados à luz no “Itaoquense”, com bastante
sucesso.
Vivia em paz com as suas certidões quando o frechou venenosa seta de Cupido. Objeto
amado: a filha mais moça do coronel Triburtino, o qual tinha duas, essa Laurinha, do
escrevente, então nos dezessete, e a do Carmo, encalhe da família, vesga, madurota,
histérica, manca da perna esquerda e um tanto aluada.
LOBATO, Monteiro. Textos escolhidos. Por José Carlos Barbosa Moreira. 3. ed. Rio de
Janeiro: Agir, 1972. (Nossos Clássicos,65).

Em “Vivia em paz com as suas certidões quando o frechou venenosa seta de Cupido”, o
trecho destacado é formado por uma
a) ironia relacionada à forma como o escrevente cai em paixão.
b) personificação, visto que se atribui humanidade ao Cupido.
c) metonímia relacionada à utilização do Cupido como deus.
d) metáfora relacionada ao processo de paixão do escrevente.
e) gradação, visto que o processo passa da vida em paz à paixão.
__________________________________________________________________________

50. (Estratégia Militares 2020 – Wagner Santos)


A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças. Vinha da escravidão,
fora senhora de escravos e daquelas ferozes, amigas de ouvir cantar o bolo e estalar o
bacalhau. Nunca se afizera ao regime novo essa indecência de negro igual.
LOBATO, M. Negrinha. In: MORICONE, I. Os cem melhores contos brasileiros do
século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2000 (fragmento).

No trecho “amigas de ouvir cantar o bolo e estalar o bacalhau”, encontrado no último


parágrafo do texto, identifica-se uma
a) comparação.
b) metáfora.
c) personificação.
d) metonímia.
e) sinestesia.

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__________________________________________________________________________

51. (Estratégia Militares 2020 – Wagner Santos)


Em qual alternativa temos a utilização de uma metáfora?
a) Os alunos são como o meu combustível: me dão força pra seguir.
b) Coloquei a carne no Tupperware e guardei na geladeira.
c) Choramos um rio de lágrimas de alegria pela aprovação.
d) Nessas aulas, os alunos são, sem dúvida, o meu combustível.
__________________________________________________________________________

52. (Estratégia Militares 2020 – Inédita – Wagner Santos)


Em qual alternativa há um processo de personificação?
a) Os cachorros reclamaram daquela ração nova que foi comprada.
b) O gato abriu a porta para poder sair daquela prisão.
c) A televisão desligou-se de súbito, assustando os periquitos.
d) O cachorro estava feliz com a chegada de seu dono.
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53. (Estratégia Militares 2022 - Prof.ª Fabíola Soares) Leia.

A Estrela
Vi uma estrela tão alta,
Vi uma estrela tão fria!
Vi uma estrela luzindo
Na minha vida vazia.
Era uma estrela tão alta!
Era uma estrela tão fria!
Era uma estrela sozinha
Luzindo no fim do dia.
Por que da sua distância
Para a minha companhia
Não baixava aquela estrela?
Por que tão alto luzia?
E ouvi-a na sombra funda
Responder que assim fazia
Para dar uma esperança
Mais triste ao fim do meu dia.
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Prof. ª Fabíola Soares

Manuel Bandeira

No texto acima há uma figura de linguagem. Que figura é apresentada?

a) Hipérbole.
b) Metonímia.
c) Prosopopeia.
d) Metáfora.

__________________________________________________________________________

54. (Estratégia Militares 2020 – Wagner Santos)


Assinale, a seguir, a alternativa em que não ocorre uma metonímia.
a) Li Machado de Assis durante todo o meu ensino médio.
b) Maria é um volante de primeira, causando inveja em muitos por aí.
c) Os imortais do Olimpo sempre foram cultuados pelos gregos.
d) Os livros são sempre um paraíso na Terra.
__________________________________________________________________________

55. (Estratégia Militares 2020 – Wagner Santos)


Assinale, entre as alternativas a seguir, aquela em que há uma construção ambígua.
(A) O pai e o menino buscavam os pertences desse.
(B) Os geógrafos do grupo acharam o caminho fácil.
(C) O cachorro do vizinho latiu durante toda a noite.
(D) O pai disse que sua irmã estava esperando-o no carro.
(E) O pai da aluna a qual tirou nota 10 veio à escola.
__________________________________________________________________________

56. (Estratégia Militares 2022 - Inédita - Prof.ª Fabíola Soares) Leia:

1 – “Última flor do Lácio, inculta e bela,


És, a um tempo, esplendor e sepultura.” (Olavo Bilac)
2 – “A senhora é moça, é normal, e se estiver em estado interessante, o seu filho pode
correr um perigo terrível.” (Luís Jardim)
3 – Ele não tinha teto onde se abrigasse.

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Prof. ª Fabíola Soares

Nas sentenças acima, há, respectivamente, as seguintes figuras de linguagem:

a) hipérbole, metáfora, metáfora


b) antítese, hipérbole, prosopopeia
c) antítese, eufemismo, metonímia
d) metonímia, metáfora, eufemismo
__________________________________________________________________________

57. (Estratégia Militares 2022 - EEAr)


A figura de linguagem presente no período
“Queria querer gritar setecentas mil vezes / Como são lindos, como são lindos os
burgueses...!” classifica-se como
a) prosopopeia.
b) hipérbole.
c) antítese.
d) catacrese

58. (Estratégia Militares 2021 - Prof.ª Fabíola Soares) Leia:

Maliciosas em tentação,

Riem amoras orvalhadas.

Assinale a alternativa em que não há a mesma figura de linguagem presente no texto acima.

a) “Ai, a Lua que no céu surgiu

Não é a mesma que te viu

Nascer dos braços meus…”

b) “Alma minha gentil que te partiste

tão cedo desta vida

repousa lá no Céu eternamente

e viva eu cá na terra sempre triste.”

c) “E a poesia vai à esquina comprar jornal”


d) “Até o sol já tá suando / torrando a galera”
e) “ O essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja”

59
Prof. ª Fabíola Soares

59. (Estratégia Militares 2021 - Prof.ª Fabíola Soares)


Há uma figura de linguagem conhecida como eufemismo que possui a função de
abrandar, amenizar determinadas ideias consideradas grosseiras, desagradáveis na
alternativa:

a) “As poucas pessoas que ainda se ocupavam dele reclamaram, a princípio.”


b) “Ia ao rio com a alma fresca como a manhã.”
c) “E, embora a natureza não se curvasse para cumprimentá-lo, sabia-se bem-vindo.”
d) “...comia o pão que havia trazido, molhado no rio para não ferir as gengivas
desguarnecidas.”
e) “E chegou a manhã em que, debruçando-se sobre a água antes mesmo de prender a
isca na barbela afiada, viu faiscar um brilho novo.”

60. (Estratégia Militares 2021 – Prof.ª Fabíola Soares)


Há mecanismos com elementos figurados nas letras das músicas a seguir e podemos
perceber uma hipérbole nos seguintes versos:

a) “Somos amigos / Amigos do peito / Amigos de uma vez” - Turma do Balão Mágico
b) “Eu quero ter um milhão de amigos / E bem mais forte poder cantar” – Roberto Carlos
c) “Amigo, estou aqui / Amigo, estou aqui / Se a fase é ruim” – Animação Toy Story
d) “Amigo, você é o mais certo das horas incertas” – Roberto Carlos
e) “Quero chorar o teu choro / Quero sorrir seu sorriso / Valeu por você existir, amigo” -
Fundo de Quintal

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Prof. ª Fabíola Soares

4.1 Gabarito

1. E 21. B 41. B
2. A 22. B 42. C
3. B 23. A 43. D
4. E 24. B 44. B
5. B 25. D 45. E
6. E 26. A 46. B
7. D 27. D 47. B
8. E 28. A 48. A
9. C 29. C 49. D
10. E 30. D 50. B
11. E 31. A 51. D
12. A 32. B 52. A
13. C 33. B 53. C
14. E 34. A 54. D
15. A 35. B 55. B
16. A 36. D 56. C
17. B 37. D 57. B
18. B 38. D 58. B
19. E 39. C 59. D
20. B 40. A 60.B

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Prof. ª Fabíola Soares

4.2 Exercícios comentados

Nível 01
1. (Efomm - 2019)

Passeio à Infância
Primeiro vamos lá embaixo no córrego; pegaremos dois pequenos carás dourados.
E como faz calor, veja, os lagostins saem da toca. Quer ir de batelão, na ilha, comer
ingás? Ou vamos ficar bestando nessa areia onde o sol dourado atravessa a água rasa?
Não catemos pedrinhas redondas para atiradeira, porque é urgente subir no morro; os
sanhaços estão bicando os cajus maduros. É janeiro, grande mês de janeiro!
Podemos cortar folhas de pita, ir para o outro lado do morro e descer escorregando
no capim até a beira do açude. Com dois paus de pita, faremos uma balsa, e, como o
carnaval é só no mês que vem, vamos apanhar tabatinga para fazer formas de máscaras.
Ou então vamos jogar bola-preta: do outro lado do jardim tem um pé de saboneteira.
Se quiser, vamos. Converta-se, bela mulher estranha, numa simples menina de
pernas magras e vamos passear nessa infância de uma terra longe. É verdade que
jamais comeu angu de fundo de panela?
Bem pouca coisa eu sei: mas tudo que sei lhe ensino. Estaremos debaixo da
goiabeira; eu cortarei uma forquilha com o canivete. Mas não consigo imaginá-la assim;
talvez se na praia ainda houver pitangueiras... Havia pitangueiras na praia? Tenho uma
ideia vaga de pitangueiras junto à praia. Iremos catar conchas cor-de-rosa e búzios
crespos, ou armar o alçapão junto do brejo para pegar papa-capim. Quer? Agora
devem ser três horas da tarde, as galinhas lá fora estão cacarejando de sono, você
gosta de fruta-pão assada com manteiga? Eu lhe vou aipim ainda quente com melado.
Talvez você fosse como aquela menina rica, de fora, que achou horrível nosso pobre
doce de abóbora e coco.
Mas eu a levarei para a beira do ribeirão, na sombra fria do bambual; ali pescarei
piaus. Há rolinhas. Ou então ir descendo o rio numa canoa bem devagar e de repente
dar um galope na correnteza, passando rente às pedras, como se a canoa fosse um
cavalo solto. Ou nadar mar afora até não poder mais e depois virar e ficar olhando as
nuvens brancas. Bem pouca coisa eu sei; os outros meninos riram de mim porque cortei
uma iba de assa-peixe. Lembro-me que vi o ladrão morrer afogado com os soldados de
canoa dando tiros, e havia uma mulher do outro lado do rio gritando.
Mas como eu poderia, mulher estranha, convertê-la em menina para subir comigo
pela capoeira? Uma vez vi uma urutu junto de um tronco queimado; e me lembro de
muitas meninas. Tinha uma que para mim uma adoração. Ah, paixão da infância, paixão
que não amarga. Assim eu queria gostar de você, mulher estranha que ora venho
conhecer, homem maduro. Homem maduro, ido e vivido; mas quando a olhei, você
estava distraída, meus olhos eram outra vez daquele menino feio do segundo ano
primário que quase não tinha coragem de olhar a menina um pouco mais alta da ponta
direita do banco.
2
Prof. ª Fabíola Soares

Adoração de infância. Ao menos você conhece um passarinho chamado saíra? É um


passarinho miúdo: imagine uma saíra grande que de súbito aparecesse a um menino
que só tivesse visto coleiros e curiós, ou pobres cambaxirras. Imagine um arco-íris visto
na mais remota infância, sobre os morros e o rio. O menino da roça que pela primeira
vez vê as algas do mar se balançando sob a onda clara, junto da pedra.
Ardente da mais pura paixão de beleza é a adoração da infância. Na minha
adolescência você seria uma tortura. Quero levá-la para a meninice. Bem pouca coisa
eu sei; uma vez na fazenda rira: ele não sabe nem passar um barbicacho! Mas o que sei
lhe ensino; são pequenas coisas do mato e da água, são humildes coisas, e você é tão
bela e estranha! Inutilmente tento convertê-la em menina de pernas magras, o joelho
ralado, um pouco de lama seca do brejo no meio dos dedos dos pés.
Linda como a areia que a onda ondeou. Saíra grande! Na adolescência e torturaria;
mas sou um homem maduro. Ainda assim às vezes é como um bando de sanhaços
bicando os cajus de meu cajueiro, um cardume de peixes dourados avançando,
saltando ao sol, na piracema; um bambual com sombra fria, onde ouvi um silvo de
cobra, e eu quisera tanto dormir. Tanto dormir! Preciso de um sossego de beira de rio,
com remanso, com cigarras. Mas você é como se houvesse demasiadas cigarras
cantando numa pobre tarde de homem.

Julho, 1945
Crônica extraída do livro 200 crônicas escolhidas, de Rubem Braga

A opção em que o fragmento apresenta sentido figurado é:


a) Primeiro vamos lá embaixo no córrego; pegaremos dois pequenos carás dourados.
b) Quer ir de batelão, na ilha, comer ingás?
c) Eu lhe dou aipim ainda quente com melado.
d) Lembro-me que vi o ladrão morrer afogado com os soldados de canoa dando tiros
(...).
e) Ah, paixão de infância, paixão que não amarga.
Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois o período está escrito por completo em sentido
denotativo/literal: ir embaixo no córrego expressa uma ideia geográfica concreta, e pegar
carás tem sentido de colher o tubérculo.

A alternativa B está incorreta, pois o período está escrito por completo em sentido
denotativo/literal: batelão é um meio de transporte, e ingás um alimento.

A alternativa C está incorreta, pois o período está escrito por completo em sentido
denotativo/literal: a oração cita diferentes alimentos.

A alternativa D está incorreta, pois o período está escrito por completo em sentido
denotativo/literal: o narrador mostra uma lembrança sem uso de figuras de linguagem.

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A alternativa E está correta, pois, no trecho paixão que não amarga, atrela um sentido
sensorial (amargo é um sabor) a um sentimento (paixão), estabelecendo um sentido figurado
que, literalmente, seria paixão que não atormenta.

Gabarito: E
2. (EEAR -2018)

Assinale a frase que contém metonímia do tipo parte pelo todo.


a) A cidade estaria ciente e, por trás de persianas corridas, olhos curiosos
acompanhariam o desfile. (Renard Perez)
b) Disseram-lhe que no amor a perseverança vencia tudo, e ele perseverou até se tornar
insuportável. (Ramalho Ortigão)
c) Poesia é um estado de alma religioso e metafísico em que o homem comunga
diretamente com a divindade. (Alberto Ramos)
d) Muito ocupado no asilo, não tenho com quem deixar os órfãos. (Otto Lara Resende)
Comentários:
Alternativa A é correta: o uso de “persianas corridas, olhos curiosos acompanhariam o
desfile” é meramente fictício porque não se trata de algo real (“olhos da cidade”), mas de
uma metáfora para falar que os olhos dos cidadãos sempre estão atentos ao que está em
destaque, mesmo que não parece que eles estão atentos..
Alternativa B é errada: nessa frase é contado que é preciso perseverar para o amor, mas não
existe uma metonímia.
Alternativa C é errada: essa frase fala de maneira literal sua opinião sobre como a poesia
afeta a alma, sem metonímia.
Alternativa D é errada: nessa frase não existe qualquer possível metonímia, de fato, é uma
pessoa falando que está muito ocupada no asilo e não tem ninguém com quem possa deixar
as crianças.
Gabarito: A
3. (EEAR – 2018)
Leia:
1 – Eu vou tirar você de mim/Assim que descobrir /Com quantos nãos se faz um sim
2 – Vale todo um harém a minha bela/Em fazer-me ditoso ela capricha.../Vivo ao sol de
seus olhos namorados,/Como ao sol de verão a lagartixa.
3 – Ilumina meu peito, canção./Dentro dele/Mora um anjo,/Que ilumina/O meu
coração.

Nas sentenças acima, encontram-se, respectivamente, as seguintes figuras de


linguagem:
a) hipérbole, metáfora, metáfora

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b) antítese, hipérbole, prosopopeia


c) antítese, eufemismo, metonímia
d) metonímia, metáfora, eufemismo
Comentários:
Frase 1: antítese entre os termos “não” e “sim” em um mesmo sentido (“nãos fazendo um
sim”)
Frase 2: o exagero está em “vale todo um harém” mas estar se referindo a apenas 1 pessoa.
Frase 3: a personificação está em indicar que a canção ilumina o peito.
Gabarito: B

4. (Efomm – 2018 - Adaptada)


Ficaram cansados. Resolveram mudar de vida: um sonho louco: navegar! Um barco, o
mar, o céu, as estrelas, os horizontes sem fim: liberdade. Venderam o que tinham,
compraram um barco capaz de atravessar mares e sobreviver a tempestades.

No que diz respeito ao mecanismo de coesão textual, quanto à retomada, o recurso


que predomina na passagem acima é
a) a repetição propriamente dita.
b) a hiperonímia.
c) a sinonímia.
d) o paralelismo.
e) a omissão
Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois no texto não ocorre repetição de palavras ou expressões
com o intuito de gerar coesão.

A alternativa B está incorreta, pois no texto ocorre – em um trecho – a oposição da


hiperonímia, com o uso de termos específicos para expressar um sentido mais genérico
(relacionado a navegação), figura de linguagem denominada hiponímia.

A alternativa C está incorreta, pois não há uso de sinônimos no texto, de forma que a coesão,
quanto à retomada, não é feita a partir de sinonímia.

A alternativa D está incorreta, pois o paralelismo não tem relevância para a coesão textual.

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A alternativa E está correta, pois a omissão do sujeito com o qual se inicia o parágrafo:
grande família, do qual, por concordância ideológica, se extrai a ideia de integrantes da
família com a qual os verbos das orações elípticas concordam. A desinência das formas
verbais do texto evidenciam o uso de elipse, pois se tratam de verbos transitivos, e o
contexto indica qual é o sujeito ocultado.

Gabarito: E

5. (EsPCEX – 2017)

“Mas essas são consequências aparentemente colaterais, porque a população


manifesta muito mais prazer no massacre contra o preso produzido dentro dos
presídios”.
Há um trecho, dentro do período destacado acima, que provoca ambiguidade.
Marque-o:
a) aparentemente colaterais
b) produzido dentro dos presídios
c) contra o preso
d) manifesta mais prazer
e) no massacre

Comentários:
Alternativa A está incorreta, pois não tem outro sentido no trecho ‘aparentemente colaterais’.
O sentido desse trecho é literal.
Alternativa B está correta, pois pode significar que a população manifesta muito mais prazer
no massacre contra o preso quando esse massacre acontece dentro do presídio ou pode
significar que a população manifesta muito mais prazer no massacre quando o preso é
criado dentro do presídio (preso produzido ou massacre produzido).
Alternativa C está incorreta, pois o sentido de ‘contra o preso’ é literal. Significa contra o
prisioneiro.
Alternativa D está incorreta, pois ‘manifesta mais prazer’ está no sentido literal.
Alternativa E está incorreta, pois ‘no massacre’ está no sentido literal.
Gabarito: B

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6. (ITA – 2017)

No poema de Maria Lúcia Alvim intitulado Frasco de âmbar, que possui uma atmosfera
muito feminina,

Frasco de âmbar
À força de guardar-te
evaporaste!
(Em: Vivenda. São Paulo: Duas Cidades, 1989.)

I. a voz lírica expressa-se de modo sentimental – daí o ponto de exclamação –


revelando forte afeto do “eu” em relação ao “tu”.
II. a fala dirigida ao objeto contém um lamento pela sua perda, ocorrida apesar de
todo o cuidado e apego que a ele foram dedicados.
III. o teor metafórico do poema se reforça na associação estabelecida entre a
volatilidade do perfume e o sentimento amoroso.

Está(ão) correta(s)
a) apenas I.
b) apenas I e II.
c) apenas II.
d) apenas II e III.
e) todas.

Comentários:
O item I está correto. O eu lírico (também chamado de voz lírica) revela forte emoção. O
poema fala sobre os sentimentos do eu lírico em relação ao interlocutor imaginado –
expresso pelo “tu”.
O item II está correto. Por mais que a voz lírica tenha se esforçado para manter o objeto de
seu afeto consigo, foi tudo em vão: ele a deixou. Pressupõe-se pelo título do poema que o
objeto do afeto foi guardado num frasco, porém isso não evitou que ele evaporasse.
O item III está correto. Há uma metáfora implícita no poema que relaciona a pessoa amada
ao perfume guardado em um frasco e o sentimento amoroso que se acabou ao caráter
volátil do perfume.
Gabarito: E

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7. (Efomm - 2017)

O autor faz uso, de uma figura de linguagem, a metonímia, na passagem:


a) (...) ao pensar nelas, as pipocas, meu pensamento se pôs a dar estouros e pulos como
aqueles das pipocas dentro de uma panela.
b) Um bom pensamento nasce como uma pipoca que estoura, de forma inesperada e
imprevisível.
c) Terminado o estouro alegre da pipoca, no fundo da panela ficam os piruás que não
servem para nada.
d) Alguns, inclusive, acharam que era gozação minha, que piruá é palavra inexistente.
Cheguei
a ser forçado a me valer do Aurélio para confirmar o meu conhecimento da língua.
f) Imagino que a pobre pipoca, fechada dentro da panela, lá dentro ficando cada vez
mais quente, pense que sua hora chegou: vai morrer.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois ocorre a personificação de algo não humano, no caso, o
pensamento. Além disso, não há metonímia no trecho.

A alternativa B está incorreta, pois ocorre analogia, comparando pensamento e pipoca. Além
disso, não há metonímia.

A alternativa C está incorreta, pois não há presença de metonímia. Na oração, uma figura de
linguagem utilizada é o hipérbato, devido à inversão da ordem direta da oração.

A alternativa D está correta, pois a metonímia é o uso de um nome específico para


representar o todo. Assim sendo, no trecho da alternativa, a palavra Aurélio é utilizada para
representar dicionário.

A alternativa E está incorreta, pois ocorre personificação, por atribuir ação humana à pipoca:
pensar. Além disso, não ocorre metonímia

Gabarito: D

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8. (ITA - 2016)

O efeito de humor da tirinha abaixo se deve:

a) à postura desobediente de Mafalda diante da mãe.


b) à resposta autoritária da mãe de Mafalda à pergunta da filha.
c) ao uso de palavras em negrito e cada vez maior do 2º ao 4º quadrinho.
d) ao fato de aparecer apenas a fala da mãe de Mafalda e não sua imagem.
e) aos sentidos atribuídos por Mafalda para as palavras “títulos” e “diplomamos”.

Comentários:

Mafalda faz uma brincadeira com a palavra título, ao associar uma relação de
parentesco a uma noção de hierarquia: ser possuidora de um título seria garantia de maior
autoridade. Como a mãe só se torna detentora desse “título” depois do nascimento da
“filha”, então ambas foram “diplomadas” no mesmo dia: o de seu nascimento, o que torna
ainda mais complexa a noção de autoridade, pois ambas detêm o título pelo mesmo tempo.
Portanto, a alternativa correta é a E.

A alternativa A está incorreta, pois o humor não está na desobediência, mas sim no
raciocínio lógico de Mafalda.

A alternativa B está incorreta, pois é a resposta de Mafalda, não a da mãe, que


garantem o tom irônico.

A alternativa C está incorreta, pois nessa tirinha, isso é apenas um recurso para chamar
a atenção às palavras, não lhes conferir humor.

A alternativa D está incorreta, pois independente da imagem da mãe, o humor se


encontra nas falas e não na parte imagética da tirinha.

Gabarito: E

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9. (Estratégia Militares 2022 – ENEM)

Cidade grande
Que beleza, Montes Claros.
Como cresceu Montes Claros.
Quanta indústria em Montes Claros.
Montes Claros cresceu tanto,
ficou urbe tão notória,
prima-rica do Rio de Janeiro,
que já tem cinco favelas
por enquanto, e mais promete.
(Carlos Drummond de Andrade)
Entre os recursos expressivos empregados no texto, destaca-se a
a) metalinguagem, que consiste em fazer a linguagem referir-se à própria linguagem.
b) intertextualidade, na qual o texto retoma e reelabora outros textos.
c) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção crítica.
d) denotação, caracterizada pelo uso das palavras em seu sentido próprio e objetivo.
e) prosopopeia, que consiste em personificar coisas inanimadas, atribuindo-lhes vida.

Comentários:

Alternativa c) ironia, que consiste em se dizer o contrário do que se pensa, com intenção
crítica.

A ironia é uma ideia em que se expressa o oposto daquilo que se pensa. Assim, Drummond
utilizou esse recurso estilístico com a finalidade de criticar o desenvolvimento da cidade
mineira Montes Claros, com a ênfase urbana e a comparação com a cidade do Rio de
Janeiro que também cresce e sem muitas estruturas.

Gabarito: C

10. (Estratégia Militares – PUC adaptada)

Nos trechos: "...nem um dos autores nacionais ou nacionalizados de oitenta pra lá faltava nas
estantes do major" e "...o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja"
encontramos, respectivamente, as seguintes figuras de linguagem:

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a) prosopopeia e hipérbole
b) hipérbole e metonímia
c) metáfora e hipérbole
d) metonímia e eufemismo
e) metonímia e prosopopeia.

Comentários:
A metonímia é uma figura muito utilizada quando se fala no autor em vez de se referir às suas
obras. É o que acontece na oração "...nem um dos autores nacionais ou nacionalizados de
oitenta pra lá faltava nas estantes do major", o que significa que o major tem as obras desses
autores, e não que os autores estejam em sua estante.

A prosopopeia é a figura de linguagem em que qualidades humanas são atribuídas a seres


irracionais. Em "...o essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja", está sendo
atribuído ao violão a capacidade humana de pedir e de desejar algo.

Gabarito: E

11. (ITA - 2016)

O efeito de humor da tirinha abaixo se deve:

a) à postura desobediente de Mafalda diante da mãe.


b) à resposta autoritária da mãe de Mafalda à pergunta da filha.
c) ao uso de palavras em negrito e cada vez maior do 2º ao 4º quadrinho.
d) ao fato de aparecer apenas a fala da mãe de Mafalda e não sua imagem.
e) aos sentidos atribuídos por Mafalda para as palavras “títulos” e “diplomamos”.
Comentários:
Mafalda faz uma brincadeira com a palavra título, ao associar uma relação de parentesco a
uma noção de hierarquia: ser possuidora de um título seria garantia de maior autoridade.
Como a mãe só se torna detentora desse “título” depois do nascimento da “filha”, então
ambas foram “diplomadas” no mesmo dia: o de seu nascimento, o que torna ainda mais

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complexa a noção de autoridade, pois ambas detêm o título pelo mesmo tempo. Portanto, a
alternativa correta é a E.
A alternativa A está incorreta, pois o humor não está na desobediência, mas sim no raciocínio
lógico de Mafalda.
A alternativa B está incorreta, pois é a resposta de Mafalda, não a da mãe, que garantem o
tom irônico.
A alternativa C está incorreta, pois nessa tirinha, isso é apenas um recurso para chamar a
atenção às palavras, não lhes conferir humor.
A alternativa D está incorreta, pois independente da imagem da mãe, o humor se encontra
nas falas e não na parte imagética da tirinha.
Gabarito: E
12. (ITA – 2015)

Texto de Rubem Braga, publicado pela primeira vez em 1952, no jornal Correio da
Manhã, do Rio.
(l. 1) José Leal fez uma reportagem na Ilha das Flores, onde ficam os imigrantes
logo que chegam. E falou dos equívocos de nossa política imigratória. As pessoas que
ele encontrou não eram agricultores e técnicos, gente capaz de ser útil. Viu músicos
profissionais, bailarinas austríacas, cabeleireiras lituanas. Paul Balt toca acordeão, Ivan
Donef faz coquetéis, Galar Bedrich é vendedor, Serof Nedko é ex-oficial, Luigi Tonizo é
jogador de futebol, Ibolya Pohl é costureira. Tudo gente para o asfalto, “para entulhar
as grandes cidades”, como diz o repórter.
(l. 7) O repórter tem razão. Mas eu peço licença para ficar imaginando uma porção
de coisas vagas, ao olhar essas belas fotografias que ilustram a reportagem. Essa linda
costureirinha morena de Badajoz, essa Ingeborg que faz fotografias e essa Irgard que
não faz coisa alguma, esse Stefan Cromick cuja única experiência na vida parece ter
sido vender bombons – não, essa gente não vai aumentar a produção de batatinhas e
quiabos nem plantar cidades no Brasil Central.
(l. 13) É insensato importar gente assim. Mas o destino das pessoas e dos países
também é, muitas vezes, insensato: principalmente da gente nova e países novos. A
humanidade não vive apenas de carne, alface e motores. Quem eram os pais de
Einstein, eu pergunto; e se o jovem Chaplin quisesse hoje entrar no Brasil acaso
poderia? Ninguém sabe que destino terão no Brasil essas mulheres louras, esses
homens de profissões vagas. Eles estão procurando alguma coisa: emigraram. Trazem
pelo menos o patrimônio de sua inquietação e de seu apetite de vida. Muitos se
perderão, sem futuro, na vagabundagem inconsequente das cidades; uma mulher
dessas talvez se suicide melancolicamente dentro de alguns anos, em algum quarto de
pensão. Mas é preciso de tudo para fazer um mundo; e cada pessoa humana é um
mistério de heranças e de taras. Acaso importamos o pintor Portinari, o arquiteto
Niemeyer, o físico Lattes? E os construtores de nossa indústria, como vieram eles ou
seus pais? Quem pergunta hoje, e que interessa saber, se esses homens ou seus pais ou
seus avós vieram para o Brasil como agricultores, comerciantes, barbeiros ou
capitalistas, aventureiros ou vendedores de gravata? Sem o tráfico de escravos não
teríamos tido Machado de Assis, e Carlos Drummond seria impossível sem uma gota de
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sangue (ou uísque) escocês nas veias, e quem nos garante que uma legislação
exemplar de imigração não teria feito Roberto Burle Marx nascer uruguaio, Vila Lobos
mexicano, ou Pancett chileno, o general Rondon canadense ou Noel Rosa em
Moçambique? Sejamos humildes diante da pessoa humana: o grande homem do Brasil
de amanhã pode descender de um clandestino que neste momento está saltando
assustado na praça Mauá, e não sabe aonde ir, nem o que fazer. Façamos uma política
de imigração sábia, perfeita, materialista; mas deixemos uma pequena margem aos
inúteis e aos vagabundos, às aventureiras e aos tontos porque dentro de algum deles,
como sorte grande da fantástica loteria humana, pode vir a nossa redenção e a nossa
glória.
(BRAGA, R. Imigração. In: A borboleta amarela. Rio de Janeiro, Editora do Autor, 1963)

Assinale a opção em que há metonímia.


a) gente para o asfalto (l. 6)
b) plantar cidades (l. 11)
c) apetite de vida (l. 18)
d) fazer um mundo (l. 21)
e) loteria humana (l. 35)
Comentários:
A metonímia se encontra na alternativa A, “gente para o asfalto”. “asfalto”, aqui, possui uso
metonímico significando “cidade” ou “local urbano”.
A alternativa B trata-se de uma metáfora.
A alternativa C trata-se de uma metáfora.
A alternativa D trata-se de uma hipérbole, significando “fazer muito”.
A alternativa E trata-se de uma metáfora.
Gabarito: A

13. (Estratégia Militares – Funcab adaptada)

As figuras de linguagem são usadas como recursos estilísticos para dar maior valor
expressivo à linguagem.

No seguinte trecho “Tu és a chuva e eu sou a terra [...]” predomina a figura, denominada:

a) prosopopeia
b) hipérbole
c) metáfora
d) metonímia

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Comentários:
A metáfora é a figura de linguagem em que existe comparação de palavras com significados
diferentes. Na metáfora, o termo comparativo não é usado explicitamente na frase, tal como
na comparação.

Assim, na oração “Tu és a chuva e eu sou a terra [...]”, chuva e terra são respectivamente
comparados a tu e eu.

Não cabia ser uma prosopopeia, visto que não havia ações e características sendo atribuídas
a seres inanimados ou irracionais; as pessoas eram comparadas à chuva e à terra; nem havia
exagero nas expressões, muito menos metonímia

Gabarito: C
14. (ITA - 2014)

O poema abaixo, sem título, é um haicai de Paulo Leminski:


lua à vista
brilhavas assim
sobre auschwitz?
(Distraídos venceremos. São Paulo: Brasiliense, 1987.)
Neste texto,
I. há contraste entre a imagem natural e o fato histórico.
II. o contraste entre “lua” e “auschwitz” provoca uma reação emotiva no sujeito lírico.
III. o caráter interrogativo revela a perplexidade do sujeito lírico.

Está(ão) correta(s):
a) apenas I e II.
b) apenas I e III.
c) apenas II e III.
d) apenas III.
e) todas.
Comentários:
O item I. está correto, pois se estabelece um contraste entre a coexistência da lua (elemento
natural) com o campo de concentração (elemento histórico).
O item II. está correto, pois fica implícita uma sensação emotiva do sujeito lírico: como é
possível que algo tão belo iluminasse uma situação tão terrível?

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O item III. está correto, pois a emoção do sujeito lírico é de inconformidade, perplexidade
com a situação.
Gabarito: E

15. (ITA - 2013)

O segmento do poema abaixo apresenta


Eu e o sertão
Patativa do Assaré
Sertão, arguém te cantô
Eu sempre tenho cantado
E ainda cantando tô,
Pruquê, meu torrão amado,
Munto te prezo, te quero
E vejo qui os teus mistero
Ninguém sabe decifrá.
A tua beleza é tanta,
Qui o poeta canta, canta,
E inda fica o qui cantá.
[...]
(Cante lá que eu canto cá. Petrópolis: Vozes, 1982)
a) um testemunho de quem conhece o ambiente retratado.
b) humor e ironia numa linguagem simples típica do sertanejo.
c) uma descrição detalhada do espaço.
d) a percepção do poeta de que seu canto é a melhor das interpretações.
e) perceptível distanciamento entre o poeta e o objeto do seu canto.
Comentários:
Fica claro que o eu lírico do poema conhece o local sobre o qual canta já no título (“Eu e o
sertão”). Além disso, ele reforça que sempre tem cantado sobre o sertão e que ele vê ali os
seus mistérios que ninguém sabe decifrar. Portanto, a alternativa correta é a A.
A alternativa B está incorreta, pois humor e ironia não são traços típicos da fala sertaneja. Os
traços estão no modo de falar.
A alternativa C está incorreta, pois há um relato da relação do eu lírico com o local, não uma
descrição do ambiente.
A alternativa D está incorreta, pois em nenhum momento ele diz que sua canção é melhor ou
mais válida que outras.
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A alternativa E está incorreta, pois o poeta revela conhecimento e sentimento acerca do local
que fala.
Gabarito: A
16. (ITA - 2011)

(l. 1) São Paulo – Não é preciso muito para imaginar o dia em que a moça da rádio
nos anunciará, do helicóptero, o colapso final: “A CET* já não registra a extensão do
congestionamento urbano. Podemos ver daqui que todos os carros em todas as ruas
estão imobilizados. Ninguém anda, para frente ou para trás. A cidade, enfim, parou. As
autoridades pedem calma, muita calma”.
(l. 6) “A autoestrada do Sul” é um conto extraordinário de Julio Cortázar**. Está em
Todos os fogos o fogo, de 1966 (a Civilização Brasileira traduziu). Narra, com
monotonia infernal, um congestionamento entre Fontainebleau e Paris. É a história que
inspirou Weekend à francesa (1967), de Godard***.
(l. 10) O que no início parece um transtorno corriqueiro vai assumindo contornos
absurdos. Os personagens passam horas, mais horas, dias inteiros entalados na
estrada.
(l. 12) Quando, sem explicações, o nó desata, os motoristas aceleram “sem que já
se soubesse para que tanta pressa, por que essa correria na noite entre automóveis
desconhecidos onde ninguém sabia nada sobre os outros, onde todos olhavam para a
frente, exclusivamente para a frente”.
(l.16 ) Não serve de consolo, mas faz pensar. Seguimos às cegas em frente há
quanto tempo? De Prestes Maia aos túneis e viadutos de Maluf, a cidade foi induzida a
andar de carro. Nossa urbanização se fez contra o transporte público. O símbolo
modernizador da era JK é o pesadelo de agora, mas o fetiche da lata sobre rodas
jamais se abalou.
(l. 20) Será ocasional que os carrões dos endinheirados – essas peruas high-tech –
se pareçam com tanques de guerra? As pessoas saem de casa dentro de bunkers,
literalmente armadas. E, como um dos tipos do conto de Cortázar, veem no
engarrafamento uma “afronta pessoal”.
(l. 24) Alguém acredita em soluções sem que haja antes um colapso? Ontem era a
crise aérea, amanhã será outra qualquer. A classe média necessita reciclar suas aflições.
E sempre haverá algo a lembrá-la –coisa mais chata – de que ainda vivemos no Brasil.
(SILVA, Fernando de Barros. Folha de S. Paulo, 17/03/2008.)
*CET - Companhia de Engenharia de Tráfego.
**Julio Cortázar (1914-1984), escritor argentino.
***Jean-Luc Godard, cineasta francês, nascido em 1930.

NÃO há emprego de metáfora em


a) Ninguém anda, para frente ou para trás. (l. 4)
b) Quando, sem explicações, o nó desata, os motoristas aceleram [...]. (l. 12)

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c) [...] mas o fetiche da lata sobre rodas jamais se abalou. (l. 19)
d) As pessoas saem de casa dentro de bunkers, literalmente armadas. (l. 21)
e) A classe média necessita reciclar suas aflições. (l. 25)
Comentários:
Na alternativa A, a frase está no sentido literal: por causa do trânsito, ninguém consegue
andar (se locomover) para nenhuma direção (para frente ou para trás).
Na alternativa B, a expressão metafórica é “nó desata” = trânsito anda.
Na alternativa C, a expressão metafórica é “lata sobre rodas” = carro.
Na alternativa D, a expressão metafórica é “bunkers” = carros de luxo.
Na alternativa E, a expressão metafórica é “reciclar” = modificar, alternar.
Gabarito: A

17. (EEAr CFS)


Observe as frases:
5- Os riachos pareciam sussurrar palavras de amor.
6- No horizonte, espreita-nos o caos.
7- Abriram todas as janelas que havia no mundo.
8- Após a tempestade, calaram-se finalmente os céus.
Pode-se afirmar que a figura de linguagem prosopopeia aparece apenas nas
seguintes frases:
a) 1, 2 e 3.
b) 1, 2 e 4.
c) 3 e 4.
d) 1 e 2.

Comentários:
1- Os riachos pareciam sussurrar palavras de amor. = Há uma prosopopeia, pois foi
atribuída ao riacho a ação de sussurrar, que é uma característica humana.
2- No horizonte, espreita-nos o caos. = Há uma prosopopeia, pois foi atribuída ao
caos a ação de espreitar, que é uma característica humana.

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3- Abriram todas as janelas que havia no mundo. = Não há prosopopeia evidente,


pois ao se dizer “abriram” pode ter sido pessoas, não necessariamente seres
inanimados.
4- Após a tempestade, calaram-se finalmente os céus. = Há uma prosopopeia, pois
foi atribuída aos céus a ação de se calar, que é uma característica humana.

Gabarito: B

18. (EEAr CFS)


Em qual das alternativas abaixo há a figura de linguagem eufemismo?
a) Tiniam os cristais durante o jantar.
b) Tão cedo a bela bailarina partiu desta vida...
c) As flores murcharam escondendo-se de vergonha do sol.
d) Fiz daquele tão próximo o mais distante.

Comentários

A alternativa A apresenta a figura de linguagem conhecida como metonímia, pois eram as


taças, copos que tiniam e colocaram a matéria “cristais” no lugar dos objetos.
A alternativa B apresenta a figura de linguagem eufemismo que consiste no emprego de
palavras ou expressões agradáveis, em substituição às que têm sentido grosseiro ou
desagradável. Isso ocorre na expressão “partiu desta vida”, em substituição ao verbo
“morreu”.
A alternativa C apresenta a figura de linguagem conhecida como prosopopeia, em que
foi atribuída a flor uma ação humana, a de esconder-se.
A alternativa D apresenta a figura de linguagem conhecida como antítese, por meio das
palavras opostas “próximo” e “distante”.
Gabarito: B

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19. (ESA 2015 - Adaptada)


No período: “Nós nos tornamos pavões exibicionistas.”, encontra-se a seguinte
figura de linguagem (figura de palavra):

(A) Metonímia.
(B) Eufemismo.
(C) Prosopopeia.
(D) Hipérbole.
(E) Metáfora.

Comentários:
Há uma metáfora presente, ou seja, uma comparação implícita sem o uso de conectivo
comparativo entre “nós” e “pavões exibicionistas”.

Gabarito: E

20. (ESA 2014)


Na frase: “Faria isso mil vezes novamente, se fosse preciso.”, encontra-se a
seguinte figura de linguagem

(A) metáfora.
(B) hipérbole.
(C) eufemismo.
(D) antítese.
(E) personificação.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois não havia no período uma comparação implícita.
A alternativa B está correta, pois, ao dizer que faria isso mil vezes, há um exagero
presente na frase que consiste em uma hipérbole.
A alternativa C está incorreta, pois não havia no período uma suavização de um termo ou
expressão que pudesse ser desagradável.
A alternativa D está incorreta, pois não havia no período uma oposição de palavras para
dar ideias contrárias.

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Prof. ª Fabíola Soares

A alternativa E está incorreta, pois não havia no período uma personificação de nenhum
ser inanimado.

Gabarito: B

Nível 02

21. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Leia:

“Um vento furioso, atrevido e vociferante provocava fantasmagóricos redemoinhos de


areia enquanto o faraó Tutankhamon era retirado de seu local de repouso na antiga
necrópole egípcia conhecida como Vale dos Reis.”

Assinale a alternativa em que não aparece a mesma figura de linguagem presente no


trecho destacado.
a) “Vi a Ciência desertar do Egito.”
b) “A vida é um incêndio: nela/dançamos, salamandras mágicas.”
c) “O silêncio de quando nos vimos à primeira vez atravessa a cozinha como um rio
profundo.”
d) “A ilha era deserta e o mar com medo/ da própria solidão já te sonhava./ Ia em vento
chamar-te para longe./ E longamente, em espuma te aguardava.”

Comentários
A figura de linguagem presente em “Um vento furioso, atrevido e vociferante” é uma
prosopopeia ou também chamada de personificação, que consiste em atribuir ações ou
características humanas a seres inanimados, como é o caso do vento estar furioso,
atrevido e vociferante, que são características humanas.

A alternativa A apresenta uma prosopopeia ao dizer que a Ciência deserta do Egito, ou


seja, o abandona.
A alternativa B não apresenta uma prosopopeia, tendo em vista que, ao afirmar que a vida
é um incêndio, a figura de linguagem transmitida é a metáfora.
A alternativa C apresenta uma prosopopeia ao dizer que o silêncio atravessa. É válido
também perceber que havia uma comparação em dizer que a cozinha é como um rio
profundo.
A alternativa D apresenta uma prosopopeia ao dizer que o mar estava com medo.

Gabarito: B

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Prof. ª Fabíola Soares

__________________________________________________________________________________

22. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Relacione as colunas


quanto à classificação das figuras de linguagem presentes nos trechos
destacados. Em seguida, assinale a alternativa com a sequência correta.

1 – hipérbole
2 – antítese
3 – metonímia
4 – eufemismo

( ) “O sonho de um céu e de um mar/ E de uma vida perigosa/Trocando o amargo pelo


mel/E as cinzas pelas rosas.”
( ) “Senhora, partem tão tristes/Meus olhos por vós (...)/tão tristes, tão saudosos,/tão
doentes da partida,/tão cansados, tão chorosos/da morte mais desejosos/ cem mil vezes
que da vida”.
( ) “Sobre um mar de rosas que arde/Em ondas fulvas, distante, Erram meus olhos,
diamantes,/Como a nau dentro da tarde”.
( ) “Às vezes tenho que concordar com a ideia de que meu filho não atingiu o índice
normal de aproveitamento para meninos de sua idade”.

a) 4 – 2 – 1 – 3
b) 2 – 1 – 3 – 4
c) 3 – 4 – 2 – 1
d) 2 – 4 – 3 – 1

Comentários:

(2) Em “O sonho de um céu e de um mar/ E de uma vida perigosa/Trocando o amargo


pelo mel/E as cinzas pelas rosas.” = Antítese em amargo e mel.
(1) Em “Senhora, partem tão tristes/Meus olhos por vós (...)/tão tristes, tão saudosos,/tão
doentes da partida,/tão cansados, tão chorosos/da morte mais desejosos/ cem mil vezes
que da vida”. = Hipérbole em “cem mil vezes que da vida”.
(3) Em “Sobre um mar de rosas que arde/Em ondas fulvas, distante, Erram meus olhos,
diamantes,/Como a nau dentro da tarde”. = Metonímia de uma parte pelo todo em
“Erram meus olhos”. No caso, ele erra, não apenas os olhos.
(4) Em “Às vezes tenho que concordar com a ideia de que meu filho não atingiu o índice
normal de aproveitamento para meninos de sua idade”. = Eufemismo em “não atingiu o

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índice normal de aproveitamento para meninos de sua idade”, ou seja, houve uma
suavização da ideia de que o filho ficou reprovado.

Gabarito: B
_________________________________________________________________________________________

23. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Assinale a alternativa em


que há metáfora.

a) A aeronave era um grande pássaro metálico devorando a distância.


b) A aeronave passou milhões de vezes pela revisão mecânica.
c) A aeronave brasileira perdia vagarosamente a altitude.
d) A aeronave transportou os refugiados da Síria.

Comentários
Na alternativa A, há uma relação de comparação implícita, ou seja, de metáfora, entre
“aeronave” e “pássaro”.
Na alternativa B, há uma hipérbole, ou seja, um exagero em “milhões de vezes”.
Na alternativa C, há um eufemismo para suavizar a ideia de que a aeronave estava caindo,
quando apresenta a frase “perdia vagarosamente a altura”.
Na alternativa D, não há uma comparação implícita.

Gabarito: A
__________________________________________________________________________________
24. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Leia o poema abaixo, do
poeta Mário Quintana.
Inscrição para um portão de cemitério
Na mesma pedra se encontram,
Conforme o povo traduz,
Quando se nasce - uma estrela,
Quando se morre - uma cruz.
Mas quantos que aqui repousam
Hão de emendar-nos assim:
“Ponha-me a cruz no princípio...
E a luz da estrela no fim.”

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Prof. ª Fabíola Soares

Analisando as figuras de linguagem presentes nesses versos, é incorreto afirmar que


a) princípio e fim formam uma antítese.
b) a palavra pedra constitui uma prosopopeia.
c) repousam é um eufemismo para “estão mortos”.
d) cruz representa a morte, portanto constitui uma metonímia do tipo concreto pelo
abstrato.
Comentários
A alternativa A está correta, pois há uma oposição entre as palavras “princípio” e “fim”,
consistindo numa antítese.
A alternativa B está incorreta, pois a palavra “pedra’ está sendo utilizada em seu sentido
real, não figurada para apresentar qualquer figura de linguagem.
A alternativa C está correta, pois houve uma suavização da expressão morte, por meio de
um eufemismo.
A alternativa D está correta, pois há uma troca de palavra pela outra, estabelecendo entre
elas uma relação de sentido, por isso ocorreu uma metonímia do tipo concreto (cruz) pelo
abstrato (morte).

Gabarito: B
__________________________________________________________________________________

25. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Assinale a alternativa em


que não há conotação.
a) Construí um muro de pedra entre mim e ti.
b) Senti a seda da pele do bebê em meus dedos quando o segurei.
c) Diante do caos estabelecido na empresa, o gerente nadava em ouro.
d) Mesmo com as orientações sobre a crise nos reservatórios, a empregada não se
importava com a água que pingava da torneira.

Comentários
Na alternativa A, há conotação em construir um muro de pedra entre duas pessoas com a
ideia de que queria uma separação entre elas.
Na alternativa B, há conotação em apresentar a pele de um bebê como sendo de seda,
para indicar que ela é muito macia.

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Prof. ª Fabíola Soares

Na alternativa C, há conotação em dar a ideia de que o gerente ficou muito rico, ou seja,
ele nadava em ouro.
Na alternativa D, não há conotação, pois o período apresenta ideias denotativas, ou seja,
reais de acontecerem.

Gabarito: D
__________________________________________________________________________________

26. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Relacione as colunas e, em


seguida, assinale a alternativa com a sequência correta.

(1) Eufemismo
(2) Prosopopeia
(3) Antítese
(4) Metáfora
( ) Nem o céu nem o inferno estavam preparados para sua chegada.
( ) O sertão castigava com seu ódio sem lágrimas todo o povo.
( ) Com cuidado, mas em estado de cólera, seu grito pela funcionária da limpeza da casa ecoava nos
corredores.
( ) Moça, sonhei com você esta noite. Seu sorriso é meu travesseiro. Sua determinação de mulher,
minha inspiração.
a) 3 – 2 – 1 – 4
b) 3 – 1 – 2 – 4
c) 4 – 1 – 2 – 3
d) 2 – 3 – 1 – 4

Comentários
(3) Nem o céu nem o inferno estavam preparados para sua chegada. = Há antítese entre as palavras
contrárias “céu” e “inferno”.
(2) O sertão castigava com seu ódio sem lágrimas todo o povo. = Há prosopopeia ao ser
apresentada uma ação humana ao sertão que é inanimado, a de que ele podia castigar.

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(1) Com cuidado, mas em estado de cólera, seu grito pela funcionária da limpeza da casa ecoava
nos corredores. = Há eufemismo, com a suavização da expressão “funcionária da limpeza da
casa”, no lugar de dizer empregada.
(4) Moça, sonhei com você esta noite. Seu sorriso é meu travesseiro. Sua determinação de mulher,
minha inspiração. = Há metáfora, com a comparação implícita entre sorriso e travesseiro.

Gabarito: A
__________________________________________________________________________________

27. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Assinale a alternativa em


que não há prosopopeia.
a) O ipê alegrou-se com a chegada da primavera.
b) O quarto respirava todo um ar triste de desmazelo e boemia.
c) No cair da tarde, a suntuosa Brasília e a esquálida Ceilândia contemplam-se.
d) O que um pai pode ser para seu filho? Um atalho para a casa, uma canção da infância.

Comentários
Na alternativa A, há prosopopeia no fato de o ipê se alegrar e isso é uma ação humana.
Na alternativa B, há prosopopeia no fato de o quarto respirar e isso é uma ação humana.
Na alternativa C, há prosopopeia no fato de duas cidades contemplarem-se e isso é uma
ação humana.
Na alternativa D, não há prosopopeia, mas uma metáfora, ao ser levantada a comparação
de que o pai pode ser um atalho ou uma canção para o seu filho.

Gabarito: D
__________________________________________________________________________________

28. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Leia:


Nada como a indiferença do tempo, esse rolo compressor que esmaga todos os
nossos momentos e os transforma em lembranças. Ele nos leva o futuro e nos deixa o
passado.

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No texto acima, há duas figuras de linguagem. São elas


a) metáfora e antítese.
b) eufemismo e antítese.
c) metáfora e metonímia.
d) prosopopeia e metonímia.

Comentários

Há metáfora, ao ser comparado o tempo a um rolo compressor, e antítese a partir


das palavras contrárias “futuro” e “passado”.

Gabarito: A
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29. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Leia:

I. Um violão chorava suas canções com saudade.


II. Luísa, ó Luísa! Longe dos olhos e perto do coração!

Nas frases acima há, respectivamente, as seguintes figuras de linguagem:

a) eufemismo e antítese.
b) antítese e eufemismo.
c) prosopopeia e antítese.
d) prosopopeia e hipérbole.

Comentários

Em I, “Um violão chorava suas canções com saudade”, havia uma prosopopeia ao se
afirmar que o violão chorava e sentia saudades, ações que são humanas.

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Em II, “Luísa, ó Luísa! Longe dos olhos e perto do coração!”, havia uma antítese, a
partir das palavras contrárias “longe” e “perto”.

Gabarito: C
__________________________________________________________________________________

30. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Relacione as colunas e, em


seguida, assinale a alternativa com a sequência correta.

(1) Eufemismo
(2) Prosopopeia
(3) Antítese
(4) Metáfora
( ) Um frio inteligente percorria o jardim.
( ) Onde queres prazer eu sou o que dói.
( ) Ele vivia de caridade pública.
( ) Teu corpo é brasa do lume.

a) 3 – 2 – 1 – 4
b) 3 – 1 – 2 – 4
c) 2 – 3 – 4 – 1
d) 2 – 3 – 1 – 4

Comentários

(2) Um frio inteligente percorria o jardim apresenta uma prosopopeia ao ser


atribuída uma característica humana a um ser inanimado, que é o frio.
(3) Onde queres prazer eu sou o que dói apresenta uma antítese, a partir das
palavras que trazem significados contrários.
(1) Ele vivia de caridade pública apresenta um eufemismo, para suavizar a ideia de
que ele vivia de ajuda.

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(4) Teu corpo é brasa do lume apresenta metáfora por meio da comparação
implícita entre corpo e brasa do lume.

Gabarito: D
__________________________________________________________________________________

31. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Leia:


Já estou cheio de me sentir vazio, meu corpo é quente e estou sentindo frio (...)

Que figura de linguagem está presente no trecho destacado?

a) antítese
b) metáfora
c) eufemismo
d) prosopopeia

Comentários

No trecho “Já estou cheio de me sentir vazio” há uma antítese, a partir das ideias contrárias das
palavras “cheio” e “vazio”.

Gabarito: A
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32. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Leia:


Os eleitores perceberam que aquele candidato não era dado ao trabalho.

Na frase acima, empregou-se a seguinte figura de linguagem:

a) prosopopeia.
b) eufemismo.
c) metonímia.
d) hipérbole.

Comentários
Na frase “Os eleitores perceberam que aquele candidato não era dado ao trabalho”,
a expressão “não era dado ao trabalho” foi utilizada de modo suave para não
apresentar a ideia de que o candidato não gostava de trabalhar, era um preguiçoso.

Gabarito: B
__________________________________________________________________________________

33. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Assinale a alternativa em


que ocorre uma prosopopeia (ou personificação).

a) “Somos feitos de silêncio e som.”


b) “O sol belisca a pele azul do lago.”
c) “Saiu da faculdade com um mundo de ideias na cabeça.”
d) “No fusca, mãozinhas infantis acenavam animadas rumo ao zoológico.”

Comentários
Na alternativa A, há uma antítese entre as palavras “silêncio” e “som”.
Na alternativa B, há uma prosopopeia ao apresentar uma ação humana empregada ao ser
inanimado “sol”, a ação de beliscar.
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Na alternativa C, há uma hipérbole ao dizer que havia um mundo de ideias na cabeça.


Na alternativa D, há uma metonímia de parte por um todo, ao apresentar que mãozinhas
infantis acenavam em vez de dizer que crianças acenavam.

Gabarito: B
__________________________________________________________________________________

34. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Leia:


Na rua, o luar embalava carinhosamente os sonhos dos namorados.

Qual a figura de linguagem presente na frase acima?


a) prosopopeia
b) metonímia
c) hipérbole
d) antítese

Comentários
Em “o luar embalava” há uma prosopopeia ao apresentar uma ação humana empregada
ao ser inanimado “luar”, a ação de embalar.

Gabarito: A
__________________________________________________________________________________

35. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Assinale a alternativa em


que não se verifica a presença de metáfora.

a) “Deus, antes de ser homem, era sol sem sombra.” (Pe. Vieira)
b) “As tuas saudades ficam onde deixas o coração.” (Camilo Castelo Branco)
c) “Tem nas faces o branco das areias que bordam o mar.” (José de Alencar)
d) “...meu pensamento vadio era uma borboleta serena que não pousava em nada.”
(Bernardo Elis)

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Comentários
Na alternativa A, há metáfora na relação de comparação implícita de Deus e sol em
sombra.
Na alternativa B, não há metáfora, pois não há nenhum tipo de comparação implícita
entre as palavras no contexto.
Na alternativa C, há metáfora na relação de comparação implícita entre faces e o branco
das areias.
Na alternativa D, há metáfora na relação implícita entre pensamento e borboleta.

Gabarito: B
__________________________________________________________________________________

36. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Leia:


“Dormia
A nossa pátria mãe tão distraída
Sem perceber que era subtraída
Em tenebrosas transações.”

A figura que ocorre nos versos acima é:


a) antítese
b) metáfora
c) hipérbole
d) prosopopeia

Comentários

Quando o poeta atribui características e ações de seres humanos a seres inanimados,


como é o caso da pátria, no poema, em que ela dorme, fica distraída, ele faz uso da figura
de linguagem conhecida como prosopopeia ou também chamada de personificação.

Gabarito: D
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Prof. ª Fabíola Soares

37. (Estratégia Militares – EEAr – Prof.ª Fabíola Soares) Em qual das alternativas
não há uma hipérbole?
a) Sete mil vezes
Eu tornaria a viver assim
b) Há uma nuvem de lágrimas
Sobre os meus olhos
c) Paixão cruel, desenfreada
Te trago mil rosas roubadas
d) A cada um cabe alegrias
E a tristeza que vier

Comentários
Na alternativa A, há uma hipérbole em “Sete mil vezes”.
Na alternativa B, há uma hipérbole em “nuvem de lágrimas sobre os meus olhos”.
Na alternativa C, há uma hipérbole em “te trago mil rosas roubadas”.
Na alternativa D, não há uma hipérbole, mas a presença de uma antítese por meio das
palavras “alegrias” e “tristeza”.

Gabarito: D
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38. (Estratégia Militares 2021 – Prof.ª Fabíola Soares) Leia:

“Alegre do dia entristecido,


O silêncio da noite perturbado,
O resplendor do sol todo eclipsado,
E o luzente da lua desmentido!”
No poema de autoria do poeta Gregório de Matos, há uma figura de linguagem
conhecida como:

a) eufemismo
b) metáfora
c) hipérbole
d) antítese

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Prof. ª Fabíola Soares

Comentários:

A alternativa A está incorreta, porque não há suavização das ideias.

A alternativa B está incorreta, porque não há comparação implícita.

A alternativa C está incorreta, porque não há exagero intencional a uma


determinada ideia.

A alternativa D está correta, porque apresenta sob a forma de antítese, a oposição


“alegre” e “entristecido”, “dia” e “noite”, “sol” e “lua”.

Gabarito: D

39. (Estratégia Militares 2021 – Adaptada - Prof.ª Fabíola Soares)

“Porém eu perco-me sem alegria, não sou o rio na foz para que nasceu incógnito, mas
sou o lago feito na praia pela maré alta, e cuja água sumida nunca mais regressa ao mar.”
(trecho adaptado)

No texto de onde foi retirado esse trecho, o autor afirma que escrever é perder-se e,
depois, apresenta uma figura de linguagem conhecida como

a) prosopopeia
b) metonímia
c) metáfora
d) hipérbole

Comentários:

A alternativa A está incorreta, porque não há atribuições de ações e características


humanas a seres inanimados.

A alternativa B está incorreta, porque não há uma palavra sendo substituída pela
outra em um contexto de relação entre as duas.

A alternativa C está correta, porque há uma metáfora entre esse ato de escrever e a
água, como ocorre quando o autor diz que é um lago.

A alternativa D está incorreta, porque há força expressiva, mas não exagero na fala
do autor.

Gabarito: C

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Prof. ª Fabíola Soares

40. (Estratégia Militares 2020 - Prof.ª Fabíola Soares )


“Alguns pensadores opõem-se ao uso deste termo para as pessoas que se encontram nessa
última etapa da vida, considerando-o um eufemismo; defendem que o melhor é utilizarmos
o termo ‘velho’. “(2º§). Há, no período em destaque, a referência a uma figura de linguagem.
Essa mesma figura pode ser encontrada em:
(A) Quando faltarem os pais, os filhos bem educados poderão dirigir-se com segurança.
(B) Este rapaz, que não gosta de tomar banho, é um porco.
(C) Respeitem a velhice!
(D) A natureza chora mediante a devastação causada pelo homem.

Comentários:
Vamos analisar as figuras presentes em cada alternativa.
a) Apresentou-se um eufemismo em “Quando faltarem os pais”, ou seja, quando os pais
morrerem. Foi utilizada uma expressão mais suave para comunicar algo desagradável.
(Resposta correta)
b) Apresentou-se uma metáfora. Substituição do significado natural de uma palavra por
outro.
c) Apresentou-se uma metonímia por meio da utilização da palavra “velhice” (abstrato) no
lugar de “velhos”, “idosos” (concretos).
d) Apresentou-se uma prosopopeia ou personificação, atribuindo uma ação pertencente
humana a um ser inanimado.
Gabarito: A

Nível 03

41. (Estratégia Militares 2020 – Wagner Santos)

Haroldo era um robô doméstico


Cozinheiro de forno e fogão
Quebrava o galho na limpeza
Assumindo sua profissão
E de nada reclamava ...
Do trabalho até gostava

34
Prof. ª Fabíola Soares

De repente ele mudou


Havia alguma coisa errada
Chorava lágrimas de óleo
E já não fazia nada
Sem ter nunca revelado
Ele estava apaixonado

Então começou a desordem na casa


Haroldo irritado brigou com o patrão
Na briga caiu um abridor de latas
Que fez um estrago no seu coração
Cheio de aditivos e sujo de graxa
Morreu sem dizer sua grande paixão ...
(Haroldo, O robô doméstico – Erasmo Carlos)

A história do robô Haroldo, na segunda e na terceira estrofe, apresenta, como figura de


linguagem prevalente,
a) a metáfora.
b) a prosopopeia.
c) a metonímia.
d) a catacrese.
Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois a metáfora aparece, sem dúvida, em trechos como os que o robô chora
lágrimas de óleo e, inclusive, quando lhe é atribuído um coração e “vida”, visto que ele morre em determinado
momento da música.

A alternativa B está correta, pois prosopopeia, ou personificação, é a figura de linguagem em que temos a
atribuição de características humanas a um ser não humano. Como o robô apaixona-se, temos uma
personificação, dado que esse sentimento é essencialmente humano.

A alternativa C está incorreta, pois metonímia apresenta uma relação de mudança de identificação de nome de
determinado elemento, que passa a ser conhecido por uma de suas características. Nesse caso, não temos
nenhuma modificação de nome.

A alternativa D está incorreta, pois na catacrese, temos a nomeação de elemento que não apresenta nome
próprio a ser utilizado. Por exemplo, quando dizemos “maça do rosto”, estamos construindo uma catacrese.

Gabarito: B

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Prof. ª Fabíola Soares

42. (Estratégia Militares 2020 – Prof. Wagner Santos)

No texto acima, há um problema textual logo em seu início. Esse problema pode ser
entendido como
(A) um pleonasmo.
(B) uma cacofonia.
(C) uma ambiguidade.
(D) uma prolixidade.
(E) uma obscuridade.
Comentários
Alternativa A: incorreta. Nesse caso, o defeito indicado está incorreto, visto que não temos
uma repetição desnecessária no trecho, como é conceituado o pleonasmo. Temos, nesse
caso, uma ambiguidade gerada pelos “mortos” que andavam.
Alternativa B: incorreta. A cacofonia está relacionada com os sons da frase. Nesse caso, não
podemos aplicar essa ideia ao trecho, visto que não temos a utilização de palavras que juntas
geram a formação de uma nova palavra com sentido “feio”.
Alternativa C: correta. No título, ao afirmar que “dois mortos andavam pelo elevado”, gera-se
uma ambiguidade, porque há dupla interpretação, visto que, apesar de querer dizer que
“duas pessoas que morreram andavam pelo elevado”, gera-se a possibilidade de
compreensão de que dois “mortos” caminhavam pelo elevado.
Alternativa D: incorreta. No caso, a prolixidade é o famoso “encher linguiça”. Para que ele
ocorra, é necessário que tenhamos palavras desnecessárias que enrolem o leitor, gerando
uma informação vaga.
Alternativa E: incorreta. A obscuridade é, literalmente, a falta de clareza, causado,
normalmente, por uso de construções sintáticas truncadas, com pontuação falha ou
elementos desnecessários. No caso, como vimos, temos uma ambiguidade.
Gabarito: C

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Prof. ª Fabíola Soares

43. (Estratégia Militares 2020 – Wagner Santos)


No trecho “Desculpe este bilhete, redigido à mão, como se fazia antigamente. Meu colega
sugeriu que lhe enviássemos um e-mail. Mas não tenho seu endereço eletrônico. Além
disso, resolvi levar o seu computador. Sou um grande entusiasta da tecnologia”, é possível
perceber a presença de
a) hipérbole.
b) comparação.
c) metáfora.
d) ironia.
e) metonímia.

Comentários

Alternativa A: incorreta. Na hipérbole, temos uma relação de exagero, em que o autor apresenta uma
comparação descabida para algum elemento do texto. Por exemplo, quando dizemos que
“choramos um rio de lágrimas”, estamos apresentando uma construção hiperbólica, visto que há
exagero no fato do choro.

Alternativa B: incorreta. Para que tenhamos uma comparação, diferente do que acontece no trecho
destacado, é necessário que sejam apresentados dois elementos e que esses tenham uma
característica compartilhada. Ou seja, um elemento necessitará ter uma característica encontrada no
outro elemento. Além disso, o conectivo como é necessário para a construção da comparação.

Alternativa C: incorreta. A metáfora é, sem dúvida, uma das mais comuns figuras de linguagem das
línguas em sua característica conotativa. Inclusive, é a principal figura de linguagem dos poemas.
Nesse caso, não temos uma metáfora, porque constrói-se humor de forma irônica.

Alternativa D: correta. Como o texto apresenta uma crônica fundamentada na notícia de que a
Espanha teria uma casa completamente controlada por computador, o trecho em que o bandido
decide levar o computador por ser um “grande entusiasta da tecnologia” apresenta uma relação de
ironia com o tema central do texto.

Alternativa E: incorreta. Na metonímia, temos uma característica do elemento que passa a ser
utilizado como nome para o elemento inteiro. É o que acontece, por exemplo, quando uma parte do
elemento passa a designá-lo todo, como quando a marca de um produto passa a nomeá-lo. Essa,
inclusive, essa é a metonímia mais conhecida.

Gabarito: D

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44. (Estratégia Militares 2020 – Wagner Santos)


Jimmy andava de cabeça erguida, o nariz espetado no ar, e, ao atravessar a rua, pegava-me
pelo braço com uma intimidade muito simples. Eu me perturbava. (Clarice Lispector)

A oração “Jimmy andava de cabeça erguida”, se descontextualizada, é considerado um


trecho ambíguo. Da mesma forma, encontramos uma ambiguidade em
a) Esse menino sempre foi muito cara de pau.
b) Os alunos de Wagner acharam o caminho fácil.
c) Os pais do aluno que brigou na escola vieram conversar.
d) Ele chegou pregadão depois do futebol semanal.
e) Esse menino é sempre um cavalo com os outros.
Comentários:

A ambiguidade é contextual e depende muito de como montamos os enunciados. Ao retirarmos a frase de seu
contexto, temos uma dupla significação, visto que a oração pode significar a atitude do menino ou, ainda,
literalmente levantar a cabeça pra andar.

A alternativa A está incorreta, pois cara de pau, nesse caso, apresenta significação conotativa, visto que significa
dissimulado, sem caráter.

A alternativa B está correta, pois aqui, temos a ambiguidade, porque o caminho poderia ser fácil de cumprir, ou,
ainda, poderiam ter achado facilmente o caminho. A ambiguidade, nesse caso, é sintática.

A alternativa C está incorreta, pois em princípio, o uso do “que” poderia gerar uma ambiguidade, visto que
poderia se referir aos pais ou ao aluno. Contudo, o verbo no singular entrega a quem se refere.

A alternativa D está incorreta, pois ele só pode ter chegado cansado, visto que o contexto leva para esse lado.

A alternativa E está incorreta, pois o menino é sempre grosso com os outros, provavelmente, dando coices.

Gabarito: B

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45. (Estratégia Militares 2020 – Wagner Santos)


Ser Gagá é sentir plenamente que tudo que se leu, que se aprendeu, que se viu e se
viveu não vale nada diante do que estua. Ser Gagá é estar sempre na iminência de ouvir
em plena rua: “Olha o tarado!” É ficar contente em ver Chaplin e Picasso como os “mais
charmosos” de sessenta! É chamar de menina à quarentona. É ter uma esperança senil nos
cientistas. É reparar, nos mais jovens, o imperceptível sinal de decadência. É ficar olhando
o detalhe, nos amigos; a lentigem nas mãos, o cabelo que afina, a pele que vai
desidratando. Ser Gagá é o orgulho vão de ainda ter cabelo e poucos brancos! A vaidade
tola de não ter barriga; a felicidade de ter dentes próprios. E fazer grandes planos
quinquenais que espantam os jovens que acham cinco anos a própria eternidade, mas que
o Gagá sabe que voam como voaram tantos, tantos, tantos.
É se apegar, desesperadamente, pelo tremendo impulso da existência, aos filhos, aos
netos e aos bisnetos, embora saiba que eles não o querem, que a convivência com eles é
apenas parte e total do egoísmo vital que o enterra. É sentir que agora, outra vez, está
bem de saúde. É sentir a saúde ocasional. É carregar o corpo o tempo todo. É sentir o
caixão no próprio corpo. É saber que já não há quem tenha prazer em lhe acarinhar a pele.
É já não ter prazer em passar a mão na própria pele. É esquecer de coisas importantes e
lembrar, sem saber por que, um gosto, um calor, uma palavra há tempos esquecidos.
(Millôr Fernandes)

Em “É sentir o caixão no próprio corpo. É saber que já não há quem tenha prazer em lhe
acarinhar a pele”, identifica-se, como figura de linguagem,
a) uma analogia.
b) uma metáfora.
c) uma comparação.
d) uma metonímia.
e) um eufemismo.
Comentários

Alternativa A: incorreta. Para que tivéssemos uma analogia, seria necessário apresentar duas histórias em que
uma explicasse, por meio de linguagem figurada, a outra.

Alternativa B: incorreta. Apesar da semelhança com uma metáfora, não temos essa construção no trecho, que
apresenta um eufemismo, uma suavização de informação.

Alternativa C: incorreta. Não temos uma comparação, porque não se apresenta uma ideia de comparar o corpo
dos idosos a um caixão, com características claras a serem igualadas entre eles.

Alternativa D: incorreta. Não temos metonímia, porque não estamos nomeando os idosos por características
suas.

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Alternativa E: correta. O eufemismo ocorre porque há um arrefecimento para a ideia de que se está morrendo. É
uma forma menos forte e direta de se dizer que o idoso está morrendo. É uma maneira mais suave de se
apresentar uma ideia mais pesada.

Gabarito: E
46. (Estratégia Militares 2020 – Wagner Santos)
Em qual das alternativas a seguir pode-se identificar uma metonímia?
(A) Ela era o meu norte e o meu horizonte durante a infância.
(B) Li Machado de Assis todos os dias durante as férias.
(C) Você é a rosa que ilumina os meus dias, meu amor.
(D) Você ilumina a minha vida como o sol ilumina o mundo.
(E) É um calor que me esfria completamente por dentro.
Comentários

Alternativa A: incorreta. Nessa alternativa, temos uma construção de metáfora e não de metonímia como
solicitado no enunciado.

Alternativa B: correta. Ao identificar a obra com o autor, dizendo ter lido o autor e não a obra produzida por ele,
constrói-se uma metonímia, em que uma característica do ser passa a identificá-lo. É comum com marcas e
autores.

Alternativa C: incorreta. Nessa construção, temos uma metáfora, não uma metonímia. É interessante notar que,
na metáfora, igualam-se dois elementos, sem que se diga quais características de um se aplica ao outro.

Alternativa D: incorreta. Na comparação, temos dois elementos interessantes: o conectivo como e a clareza de
qual é a característica que os elementos compartilham.

Alternativa E: incorreta. No caso, temos uma antítese em jogo. Nela, construímos uma ideia com outras duas que
se negam, que não se encaixam como lógica.

Gabarito: B
Texto para as próximas duas questões
Estavam nisto, quando a costureira chegou à casa da baronesa. Não sei se disse que
isto se passava em casa de uma baronesa, que tinha a modista ao pé de si, para não andar
atrás dela. Chegou a costureira, pegou do pano, pegou da agulha, pegou da linha, enfiou a
linha na agulha, e entrou a coser. Uma e outra iam andando orgulhosas, pelo pano adiante,
que era a melhor das sedas, entre os dedos da costureira, ágeis como os galgos de Diana —
para dar a isto uma cor poética. E dizia a agulha:
— Então, senhora linha, ainda teima no que dizia há pouco? Não repara que esta
distinta costureira só se importa comigo; eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a
eles, furando abaixo e acima...
A linha não respondia; ia andando. Buraco aberto pela agulha era logo enchido por ela,
silenciosa e ativa, como quem sabe o que faz, e não está para ouvir palavras loucas. A
agulha, vendo que ela não lhe dava resposta, calou-se também, e foi andando. E era tudo
silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da agulha no pano.
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Caindo o sol, a costureira dobrou a costura, para o dia seguinte. Continuou ainda nessa e
no outro, até que no quarto acabou a obra, e ficou esperando o baile.
Veio a noite do baile, e a baronesa vestiu-se. A costureira, que a ajudou a vestir-se,
levava a agulha espetada no corpinho, para dar algum ponto necessário. E enquanto
compunha o vestido da bela dama, e puxava de um lado ou outro, arregaçava daqui ou
dali, alisando, abotoando, acolchetando, a linha para mofar da agulha, perguntou-lhe:
— Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte
do vestido e da elegância? Quem é que vai dançar com ministros e diplomatas, enquanto
você volta para a caixinha da costureira, antes de ir para o balaio das mucamas? Vamos,
diga lá.
Parece que a agulha não disse nada; mas um alfinete, de cabeça grande e não menor
experiência, murmurou à pobre agulha:
— Anda, aprende, tola. Cansas-te em abrir caminho para ela e ela é que vai gozar da
vida, enquanto aí ficas na caixinha de costura. Faze como eu, que não abro caminho para
ninguém. Onde me espetam, fico.
Contei esta história a um professor de melancolia, que me disse, abanando a cabeça:
— Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!
Machado de Assis. Para Gostar de Ler: Volume 9 – Contos. São Paulo: Editora Ática, 1984,
pág. 59.

47. (Estratégia Militares 2020 – Wagner Santos)


As características apresentadas tanto pela linha quanto pela agulha são correspondentes à
figura de linguagem chamada
(A) metáfora.
(B) personificação.
(C) ironia.
(D) gradação.
(E) anacoluto.
Comentários

Alternativa A: incorreta. Na metáfora, temos a colocação de dois elementos que são igualados, normalmente se a
apresentação de qual característica permite esse “igualar”. Não é o caso desse conto de Machado de Assis.

Alternativa B: correta. Na personificação, como ocorre no texto, atribuem-se características humanas a seres não
humanos. No nosso caso, a linha e a agulha conversam e pensam, fatores impossíveis a esses elementos.

Alternativa C: incorreta. Há, sem dúvida, ironia na fala que fecha o conto, visto que o “professor de melancolia”
constrói pensamento extremamente irônico sobre como a vida funciona. Contudo, o enunciado pede a análise de
linha e agulha, que são personificadas.

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Alternativa D: incorreta. Na gradação, temos ideias que apresentam crescimento ou decréscimo, são ideias lógicas
que se sucedem, “crescendo”, como ocorre em “Ó pedaço de mim, ó metade arrancada de mim”, versos do
genial Chico Buarque de Holanda.

Alternativa E: incorreta. No anacoluto, temos uma interrupção abrupta de uma mensagem, sem que tenhamos
necessidade. O termo que aparece para a interrupção, não desempenha nenhuma função sintática, como em
“Minha mãe, eu enviei a ela vários presentes em seu aniversário”. Nesse exemplo, “minha mãe” não tem função
sintática possível de ser analisada.

Gabarito: B
48. (Estratégia Militares 2020 – Wagner Santos)
Assinale a alternativa em que temos a presença de uma leitura ambígua.
(A) Também eu tenho servido de agulha a muita linha ordinária!
(B) Faze como eu, que não abro caminho para ninguém.
(C) Ora, agora, diga-me, quem é que vai ao baile, no corpo da baronesa, fazendo parte do
vestido e da elegância?
(D) E era tudo silêncio na saleta de costura; não se ouvia mais que o plic-plic-plic-plic da
agulha no pano.
(E) Eu é que vou aqui entre os dedos dela, unidinha a eles, furando abaixo e acima...

Comentários
A alternativa A apresenta uma leitura com possibilidade de ambiguidade pelo uso do
adjetivo “ordinária”, visto que ele pode apresentar, no contexto, duas significações. A
primeira leitura é a de que a linha se comporta de forma ordinária, ou seja, ela se aproveita
das situações para se sobressair, como podemos entender com relação à linha, que tem seu
caminho aberto pela agulha, mas não lhe dá o devido valor. É importante pensarmos que
essa é a leitura mais presente. Contudo, esse adjetivo poderia estar ligado à qualidade da
linha, que, se entendida como ordinária, deve ser entendida como uma linha de qualidade
inferior, leitura que também se encaixa em nossa interpretação do conto.
Gabarito: A
49. (Estratégia Militares 2020 – Wagner Santos)
Havia em Itaoca um pobre moço que definhava de tédio no fundo de um cartório.
Escrevente. Vinte e três anos. Magro. Ar um tanto palerma. Ledor de versos lacrimogêneos
e pai duns acrósticos dados à luz no “Itaoquense”, com bastante sucesso.
Vivia em paz com as suas certidões quando o frechou venenosa seta de Cupido. Objeto
amado: a filha mais moça do coronel Triburtino, o qual tinha duas, essa Laurinha, do
escrevente, então nos dezessete, e a do Carmo, encalhe da família, vesga, madurota,
histérica, manca da perna esquerda e um tanto aluada.
LOBATO, Monteiro. Textos escolhidos. Por José Carlos Barbosa Moreira. 3. ed. Rio de
Janeiro: Agir, 1972. (Nossos Clássicos,65).

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Em “Vivia em paz com as suas certidões quando o frechou venenosa seta de Cupido”, o
trecho destacado é formado por uma
a) ironia relacionada à forma como o escrevente cai em paixão.
b) personificação, visto que se atribui humanidade ao Cupido.
c) metonímia relacionada à utilização do Cupido como deus.
d) metáfora relacionada ao processo de paixão do escrevente.
e) gradação, visto que o processo passa da vida em paz à paixão.

Comentário
Alternativa A: incorreta. Não há inversão de significação no trecho apresentado, que é
característica clara de uma ironia. O que percebemos é o uso de uma metáfora relacionada à
paixão do escrevente, que ocorre de maneira inesperada.
Alternativa B: incorreta. A personificação é a atribuição de características humanas a seres
não humanos, como a capacidade de sentir, de falar e de expressar pensamentos. No caso
em questão, o Cupido já é entendido como um ser humanizado, ainda que sem a
personificação.
Alternativa C: incorreta. Na metonímia, uma característica do elemento utilizado na figura de
linguagem é nomeado e passa a ser identificado por meio de uma de suas características.
Seria o caso de renomear um elemento e passar a conhecê-lo por meio dessa característica
apresentada.
Alternativa D: correta. A construção é metafórica, visto que o autor usa uma ideia
comparativa, por meio de subjetividade, do ato de se apaixonar, aproveitando-se do mito
grego relacionado ao cupido, que seria o Deus responsável pela paixão entre as pessoas.
Alternativa E: incorreta. Na gradação, temos evolução de ações, que ocorreriam de maneira
lógica. No trecho em questão, não temos uma gradação porque a oração destacada tem
uma relação subjetiva de comparação entre as ações de apaixonar-se e ser flechado pelo
Cupido. Ou seja, temos uma metáfora.

Gabarito: D

50. (Estratégia Militares 2020 – Wagner Santos)


A excelente dona Inácia era mestra na arte de judiar de crianças. Vinha da escravidão, fora
senhora de escravos e daquelas ferozes, amigas de ouvir cantar o bolo e estalar o
bacalhau. Nunca se afizera ao regime novo essa indecência de negro igual.

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LOBATO, M. Negrinha. In: MORICONE, I. Os cem melhores contos brasileiros do século. Rio
de Janeiro: Objetiva, 2000 (fragmento).

No trecho “amigas de ouvir cantar o bolo e estalar o bacalhau”, encontrado no último


parágrafo do texto, identifica-se uma
a) comparação.
b) metáfora.
c) personificação.
d) metonímia.
e) sinestesia.
Comentários

Alternativa A: incorreta. Para que tivéssemos uma comparação, era necessário ter um conectivo e uma
construção clara entre as características igualadas entre os elementos apresentados.

Alternativa B: correta. A expressão utilizada apresenta, metaforicamente, as atitudes de D. Inácia em seu tempo
de senhora de escravos. Tais atitudes estão claramente relacionadas à violência com que os negros eram tratados
por ela.

Alternativa C: incorreta. Para que tivéssemos uma personificação, era necessário que elementos não humanos
tivessem uma atribuição de características humanas. Não temos essa relação no trecho em destaque.

Alternativa D: incorreta. Na metonímia, há a citação de uma característica que passa a nomear o todo. É o que
ocorre, por exemplo, em “Eu adoro ler Machado de Assis”, em que o nome do autor passa a representar a sua
obra.

Alternativa E: incorreta. Para que tenhamos uma sinestesia, é necessário que dois sentidos humanos sejam
utilizados, com mistura entre eles. Por exemplo, em “que gosto verde isso tem!”, há uma mistura entre o sentido
da visão e o do paladar.

Gabarito: B
51. (Estratégia Militares 2020 – Wagner Santos)
Em qual alternativa temos a utilização de uma metáfora?
a) Os alunos são como o meu combustível: me dão força pra seguir.
b) Coloquei a carne no Tupperware e guardei na geladeira.
c) Choramos um rio de lágrimas de alegria pela aprovação.
d) Nessas aulas, os alunos são, sem dúvida, o meu combustível.
Comentários

Alternativa A: incorreta. Nessa alternativa, temos a construção de uma comparação, visto que temos a
característica que aproximaria alunos e combustível (a força), bem como temos o uso do conectivo “como”,
marcadamente um conectivo de comparação.

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Alternativa B: incorreta. Nesse caso, temos a utilização de um nome representando um elemento. Como
chamamos o pote de guardar carne por sua marca, constrói-se uma metonímia, literalmente da marca pelo
produto.

Alternativa C: incorreta. Nessa alternativa, temos a construção de uma hipérbole, visto que há um exagero na
construção da ideia. Esse tipo de figura de linguagem tem fatores metafóricos, claro, mas é específica de um
exagero.

Alternativa D: correta. Nesse caso, há um processo de igualar os alunos e o combustível, com subjetividade
suficiente para que tenhamos uma relação metafórica. Note que, nesse caso, não sabemos qual característica do
combustível se aplica aos alunos. A metáfora é semelhante à comparação, mas sem que saibamos “detalhes” do
que iguala os dois elementos.

Gabarito: D
52. (Estratégia Militares 2020 – Inédita – Wagner Santos)
Em qual alternativa há um processo de personificação?
a) Os cachorros reclamaram daquela ração nova que foi comprada.
b) O gato abriu a porta para poder sair daquela prisão.
c) A televisão desligou-se de súbito, assustando os periquitos.
d) O cachorro estava feliz com a chegada de seu dono.
Comentários

Alternativa A: correta. Nesse caso, temos uma personificação, visto que o ato de reclamar é, claramente, uma
ação humana, visto que é a partir dela que podemos entender ações de animais, como reclamar da ração.

Alternativa B: incorreta. Essa é uma ação que pode, sem problemas, ser desempenhada por um gato, visto que,
para abrir a porta, não é necessário que o ser seja humano. Cuidado com essas construções que servem como
“pegas” para vocês.

Alternativa C: incorreta. Nesse caso, tanto a televisão quanto os periquitos não têm ações consideradas
exclusivamente humanas. Esse é um peguinha bem interessante que demanda atenção por parte do aluno.

Alternativa D: incorreta. Os cachorros, assim como muitos outros animais, podem estar felizes ou tristes, visto
que temos possibilidade de demonstração desse sentimento por meio de comportamentos.

Gabarito: A

53. (Estratégia Militares 2022 - Prof.ª Fabíola Soares) Leia.

A Estrela
Vi uma estrela tão alta,
Vi uma estrela tão fria!
Vi uma estrela luzindo
Na minha vida vazia.

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Prof. ª Fabíola Soares

Era uma estrela tão alta!


Era uma estrela tão fria!
Era uma estrela sozinha
Luzindo no fim do dia.
Por que da sua distância
Para a minha companhia
Não baixava aquela estrela?
Por que tão alto luzia?
E ouvi-a na sombra funda
Responder que assim fazia
Para dar uma esperança
Mais triste ao fim do meu dia.
Manuel Bandeira

No texto acima há uma figura de linguagem. Que figura é apresentada?

e) Hipérbole.
f) Metonímia.
g) Prosopopeia.
h) Metáfora.

Comentários

A alternativa A está incorreta, pois não há exageros no poema de Bandeira. A estrela


pode estar, de fato, em relação ao poeta muito alta.

A alternativa B está incorreta, pois não há a troca de uma palavra pela outra, com
atribuições entre elas de uma relação de sentido.

A alternativa C está correta, pois há uma personificação quando, no poema, é


apresentado que a estrela responde à pessoa. Dessa forma, há uma característica
humana sendo atribuída a um ser inanimado.

A alternativa D está incorreta, pois não há uma comparação implícita presente.

Gabarito C

_______________________________________________________________________________

54. (Estratégia Militares 2020 – Wagner Santos)

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Assinale, a seguir, a alternativa em que não ocorre uma metonímia.


a) Li Machado de Assis durante todo o meu ensino médio.
b) Maria é um volante de primeira, causando inveja em muitos por aí.
c) Os imortais do Olimpo sempre foram cultuados pelos gregos.
d) Os livros são sempre um paraíso na Terra.
Comentários

Alternativa A: incorreta. Nesse caso, temos uma metonímia do autor pela obra. Na realidade, foram lidos os livros
do autor Machado de Assis e não o próprio autor.

Alternativa B: incorreta. Nesse caso, temos uma metonímia que apresenta a ideia de troca do instrumento pelo
agente, visto que “um volante de primeira” tem significação de “um excelente motorista”.

Alternativa C: incorreta. Nesse caso, temos uma metonímia da qualidade pela espécie, uma vez que o fato de
serem imortais é uma característica dos deuses gregos e passa a nomeá-los. Perceba que há uma troca de
nomeação no caso.

Alternativa D: correta. Nesse caso, como os livros são implicitamente comparados ao paraíso, temos a realização
de uma metáfora e não de uma metonímia. Cuidado com essa relação, que ocorre com muita frequência.

Gabarito: D
55. (Estratégia Militares 2020 – Wagner Santos)
Assinale, entre as alternativas a seguir, aquela em que há uma construção ambígua.
(A) O pai e o menino buscavam os pertences desse.
(B) Os geógrafos do grupo acharam o caminho fácil.
(C) O cachorro do vizinho latiu durante toda a noite.
(D) O pai disse que sua irmã estava esperando-o no carro.
(E) O pai da aluna a qual tirou nota 10 veio à escola.
Comentários

Alternativa A: incorreta. O uso do “desse”, um pronome demonstrativo que se refere ao elemento mais próximo,
não permite a existência de uma ambiguidade.

Alternativa B: correta. Nesse caso, a ambiguidade é construída a partir da utilização, na posição em que está, do
adjetivo fácil. Somado ao verbo “achar”, considerado psicológico, temos a possibilidade de entender que havia
um caminho fácil e um difícil e foi o primeiro que os geógrafos encontraram. Além disso, podemos ter a
interpretação de que o caminho era fácil e não difícil, apresentando uma noção de “impressão”, não de
encontrar. Esse tipo de construção pode ser entendida como um defeito do texto e, por isso, precisamos tomar
cuidado com a escrita.

Alternativa C: incorreta. Como só há um elemento que pode ser referenciado pelo “sua” e pelo “o”, não temos
nenhuma forma de ambiguidade no trecho.

Alternativa D: incorreta. Nesse caso, se o predicado do enunciado fosse outro, teríamos uma possível
ambiguidade. Contudo, o fato de termos uma ação típica dos cachorros, há eliminação da ambiguidade.

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Alternativa E: incorreta. Nesse caso, como temos a utilização de um pronome relativo “a qual”, elimina-se a
ambiguidade possível nessa construção.

Gabarito: B

56. (Estratégia Militares 2022 - Inédita - Prof.ª Fabíola Soares) Leia:

1 – “Última flor do Lácio, inculta e bela,


És, a um tempo, esplendor e sepultura.” (Olavo Bilac)
2 – “A senhora é moça, é normal, e se estiver em estado interessante, o seu filho pode
correr um perigo terrível.” (Luís Jardim)
3 – Ele não tinha teto onde se abrigasse.

Nas sentenças acima, há, respectivamente, as seguintes figuras de linguagem:

a) hipérbole, metáfora, metáfora


b) antítese, hipérbole, prosopopeia
c) antítese, eufemismo, metonímia
d) metonímia, metáfora, eufemismo

Comentários

I. A figura de linguagem presente, na sentença, é a antítese, pois as palavras


“esplendor” e “sepultura” são expressões de sentidos opostos.
II. A figura de linguagem presente, na sentença é o eufemismo, porque, por meio da
expressão “estado interessante”, que quer dizer “grávida”, o autor quis suavizar, a
fim de passar uma ideia mais branda.
III. A figura de linguagem presente, na sentença, é a metonímia com a ideia de uma
parte pelo todo (o teto que é uma parte sendo apresentado no lugar de um todo
que é a casa)

Gabarito: C

57. (Estratégia Militares 2022 - EEAr)


A figura de linguagem presente no período
“Queria querer gritar setecentas mil vezes / Como são lindos, como são lindos os
burgueses...!” classifica-se como
a) prosopopeia.
b) hipérbole.
c) antítese.

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d) catacrese

Comentários
Há presença da figura de linguagem conhecida como hipérbole, pois há um exagero na
expressão “gritar setecentas mil vezes”.

Gabarito: B

58. (Estratégia Militares 2021 - Prof.ª Fabíola Soares) Leia:

Maliciosas em tentação,

Riem amoras orvalhadas.

Assinale a alternativa em que não há a mesma figura de linguagem presente no texto acima.

a) “Ai, a Lua que no céu surgiu

Não é a mesma que te viu

Nascer dos braços meus…”

b) “Alma minha gentil que te partiste


tão cedo desta vida

repousa lá no Céu eternamente

e viva eu cá na terra sempre triste.”

c) “E a poesia vai à esquina comprar jornal”


d) “Até o sol já tá suando / torrando a galera”
e) “O essencial é achar-se as palavras que o violão pede e deseja”

Comentários

Alternativa “a”. Incorreta. A figura de linguagem presente na alternativa é a mesma que ocorre no
enunciado, a personificação ou prosopopeia. A lua não vê, assim como as amoras não riem.

Alternativa “b”. Correta. A figura de linguagem presente é o eufemismo, em que consiste no


emprego da expressão “repousa lá no Céu eternamente”, para suavizar algo que é considerado
desagradável, como a morte.

Alternativa “c”. Incorreta. A figura de linguagem presente na alternativa é a mesma que ocorre no
enunciado, a personificação ou prosopopeia. A poesia não pode ir à esquina e comprar algo, assim
como as amoras não riem.

Alternativa “d”. Incorreta. A figura de linguagem presente na alternativa é a mesma que ocorre no
enunciado, a personificação ou prosopopeia. O sol não sua, assim como as amoras não riem.

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Prof. ª Fabíola Soares

Alternativa “e”. Incorreta. A figura de linguagem presente na alternativa é a mesma que ocorre no
enunciado, a personificação ou prosopopeia. O violão não pode pedir nem desejar algo, assim como
as amoras não riem.

Gabarito: B

59. (Estratégia Militares 2021 - Prof.ª Fabíola Soares)


Há uma figura de linguagem conhecida como eufemismo que possui a função de abrandar,
amenizar determinadas ideias consideradas grosseiras, desagradáveis na alternativa:

a) “As poucas pessoas que ainda se ocupavam dele reclamaram, a princípio.”

b) “Ia ao rio com a alma fresca como a manhã.”


c) “E, embora a natureza não se curvasse para cumprimentá-lo, sabia-se bem-vindo.”
d) “...comia o pão que havia trazido, molhado no rio para não ferir as gengivas
desguarnecidas.”
e) “E chegou a manhã em que, debruçando-se sobre a água antes mesmo de prender a
isca na barbela afiada, viu faiscar um brilho novo.”

Comentários
Alternativa “a”. Incorreta. Não há eufemismo na frase em destaque, há uma declaração.
Alternativa “b”. Incorreta. Não há eufemismo na frase em destaque, há uma comparação.
Alternativa “c”. Incorreta. Não há eufemismo na frase em destaque, há uma personificação,
pois a natureza não cumprimenta.
Alternativa “d”. Correta. Há eufemismo na frase em destaque, pois estar com as gengivas
desguarnecidas é uma forma de suavizar o termo banguelo, sem dentes, ou seja, as gengivas
estavam desguarnecidas de dentes.
Alternativa “e”. Incorreta. Não há eufemismo na frase em destaque, há uma declaração.
Gabarito: D

60. (Estratégia Militares 2021 – Prof.ª Fabíola Soares)


Há mecanismos com elementos figurados nas letras das músicas a seguir e
podemos perceber uma hipérbole nos seguintes versos:

a) “Somos amigos / Amigos do peito / Amigos de uma vez” - Turma do Balão Mágico

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b) “Eu quero ter um milhão de amigos / E bem mais forte poder cantar” – Roberto Carlos
c) “Amigo, estou aqui / Amigo, estou aqui / Se a fase é ruim” – Animação Toy Story
d) “Amigo, você é o mais certo das horas incertas” – Roberto Carlos
e) “Quero chorar o teu choro / Quero sorrir seu sorriso / Valeu por você existir, amigo” -
Fundo de Quintal

Comentários
Alternativa “a”. Incorreta. Em “amigos do peito” temos uma ideia de que são amigos mais
chegados, em quem confiamos. Não há hipérbole nesses versos.
Alternativa “b”. Correta. Há hipérbole, ou seja, uma expressão exagerada de uma ideia
em “...um milhão de amigos...”.
Alternativa “c”. Incorreta. Não há hipérbole, assim como nenhuma figura de linguagem
presente.
Alternativa “d”. Incorreta. Há antítese entre as palavras “certo” e “incertas”. Não há
hipérbole nesses versos.
Alternativa “e”. Incorreta. Há um vício de linguagem, conhecido como pleonasmo, em
“chorar o teu choro” e “sorrir teu sorriso”. Não há hipérbole nesses versos.
Gabarito: B

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5. Considerações Finais

É isso, meu/minha querido (a)! Finalizamos a nossa aula. Espero que tenha gostado!

Restando qualquer dúvida, estou à disposição. Mantenha-se no foco, a sua aprovação


está mais perto do que imagina!

Qualquer crítica, sugestão ou elogio, só mandar mensagem no fórum!

Até a nossa próxima aula!

Siga minhas redes sociais!

@fabiola soares @professafabiolasoares

Fé na missão!

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