Brasil Caipira
Brasil Caipira
Brasil Caipira
O povo caipira surge da mistura do português com os indígenas, não tendo relação linguística
com o uso pejorativo atribuído, um ser sem intelecto desenvolvido. O autor descreve como Paulistânia
sendo a região se São Paulo principalmente e os encontros térreos com Minas Gerais, Goiás, Mato
Grosso, uma parcela do Paraná e apêndices do Rio de Janeiro e Espírito Santo.
Enquanto sujeito rural, o caipira é um dos tipos apresentado na obra, houve uma miscigenação
proveniente de agressões colonizadoras, neste processo advém a mescla de uma língua geral com o
Tupi, que consiste até os dias atuais. A inserção do homem preto se dá quando a descoberta do ouro
e o desejo extrativista necessita cada vez mais da mão de obra especializada, uma vez que os povos
nativos não se adaptavam as normativas impostas pelos portugueses.
Entretanto a finitude do ouro, o processo de andarilho desse povo, seu desenvolver cultural e
atribuições como meios de agricultura de subsistência, caça, criação de animais e subprodutos da
economia bandeirante. Parte dos que ficaram em grandes centros, se tornaram grandes comerciantes,
os que sedentarizaram, mantiveram o cultivo subsistencial. A mão escrava vindo de África e a era
café foi um processo de choque e junção cultural muito grande, para uma nova nuance da cultura
caipira, seus festejos já fundidos com os de Portugal até aquele momento.
E com todo esse processo de sociedade móvel e conhecedora da terra que habita, este povo
resiste e sofre preconceitos de diversos modos como a imagem do “jeca”, mesmo que dentro da
linguística seus usos estejam conectados com a própria fala dos colonizadores. Mas é um povo
detentor de muitos saberes e sincretismos religiosos, as festividades à santos proveniente do
catolicismo imposto. O próximo cenário resulta no processo de fim da escravidão e a chega dos
imigrantes tidos como sociedade mais bem instruída e digna de salário para o trabalho estabelecido,
o que nunca foi ofertado para os negros ou merecidamente justa para com os indígenas miscigenados.
Este é o cenário observado por Darcy Ribeiro num Brasil que supostamente dando errado por vários
motivos, um deles a falta da história sendo analisada.