Tópico 3
Tópico 3
Tópico 3
HIDROLOGIA
TÓPICO 03. HIDROMETEOROLOGIA E PRECIPITAÇÃO
UNIMONTES
CURSO: ENGENHARIA CIVIL
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS
DISCIPLINA: HIDROLOGIA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MONTES CLAROS
HIDROLOGIA
Observação:
Esta apresentação, elaborada com base nos livros textos de
vários autores, citados nas REFERÊNCIAS e com ilustrações
obtidas em meio digital, destina-se exclusivamente para fins
didáticos da disciplina de Hidrologia do curso de Engenharia
Civil da Unimontes. Não se recomenda utilizá-la para fins de
citação bibliográfica.
UNIMONTES
CURSO: ENGENHARIA CIVIL
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS
DISCIPLINA: HIDROLOGIA
1ª PARTE:
ELEMENTOS HIDROMETEOROLÓGICOS
1. Considerações gerais
3.1. Troposfera:
Características da Troposfera:
3.2. Tropopausa:
3.3. Estratosfera:
3.4. Estratopausa:
3.5. Mesosfera:
3.6. Mesopausa:
3.7. Termosfera:
4. Composição da atmosfera
5. Umidade atmosférica
Existe sempre alguma água, na forma de vapor, misturado com o ar por toda
atmosfera.
m = mv + md
Patm = e + Pd Equação 02
UNIDADES DE PRESSÃO:
Temos assim:
A quantidade de vapor d`água que pode existir em dado espaço é uma função
da temperatura e independe da coexistência de outros gases. Quando a
máxima quantidade de vapor d`água para uma determinada temperatura
está contida em um espaço, diz-se, então, que o espaço encontra-se
saturado.
A pressão exercida pelo vapor em um espaço saturado é
denominada de pressão de saturação es, que para fins práticos
é máxima de pressão de vapor possível para um dada
temperatura.
• Em condições de ar saturado:
Vê-se, portanto a partir destes princípios, que o ar frio pode "carregar" menos
vapor d'água do que um ar quente.
Em ambientes fechados, como estufas, por exemplo, depois que o ar absorveu todo o
vapor que podia reter àquela temperatura, o excesso de vapor que por evaporação e
transpiração é jogado no ar, volta para a fase líquida pelo processo de condensação.
(7,5 * T)
eS = 6,1076 * 10 (237,3 + T) = para T > = 0º Equação 03
(9,5 * T)
esu = 6,1076 * 10 (265,5 + T) = para T < = 0º Equação 04
CURSO: ENGENHARIA CIVIL UNIMONTES – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS
DISCIPLINA: HIDROLOGIA Professor : Expedito José Ferreira – D.Sc
Elementos de hidrometeorologia
Exemplo:
Vamos supor uma T = 27,0 0 C, temos es = 3,56 kPa = 26,74 mm Hg.
Isto significa que a 27,0 0 C, o ar pode reter um máximo de vapor d'água
que lhe confere uma pressão de 35,649 mb ou 3,56 kPa. Com isto todo
excesso de água que porventura entra no sistema condensa-se.
Se, por exemplo, uma massa de ar a 27,0 0C tem uma pressão de vapor
de 2,0 kPa, isto significa que ele não está saturado.
Figura 2. Higrógrafo
Figura 3. Termohigrógrafo
Figura 4. Psicrômetro
Ela pode ser estimada por meio da equação a seguir, fazendo-se e = es, ou seja:
Sendo: "e" a pressão real de vapor, em milibars, e "Td" a temperatura do ponto de orvalho, em 0C.
MÉTODO ANALÍTICO:
Em que,
a) depressão psicrométrica;
∆t = t - tU = 18,0 - 16,2 = 1,8 0 C.
b) pressão de saturação do vapor à temperatura do ar e à temperatura do bulbo úmido;
(7,5 * 18,0)
eS = 6,1076 * 10 (237,3 +18,0) = 20,6 mb = 15,5 mmHg
(7,5 * 16,2)
esu = 6,1076 * 10 (237,3 +16,2) = 18,4 mb = 13,8 mmHg
e = 13,8 - 6,7 x 10-4 x 720 x (18,0 - 16,2) = 12,9 mmHg = 17,2 mb.
17,2
UR = -------- 100 = 83,5 %
20,6
PRECIPITAÇÃO
1. Considerações iniciais
Uma chuva de 100 mm, por exemplo, pode ser pouca em um mês, mas é
muito significativa em um dia, e, mais ainda, é muito em uma hora.
2.1. Formação
O ar úmido das camadas mais baixas, aquecido por condução, torna-se mais
leve que o ar das vizinhanças e sofre ascensão adiabática. Neste processo ele
se expande e se resfria na razão de 1ºC/100 m (expansão adiabática seca)
até alcançar a condição de saturação (nível de condensação). Depreende-se,
assim, que a formação das precipitações está ligada à ascensão de massas
de ar úmido.
Condensação:
Coalescência:
O processo de crescimento
é lento inicialmente e se
intensifica com o aumento
do tamanho das gotas.
Figura 5. Representação do
processo de coalescência
(Adaptado de Lutgens & Tarbuck,
1989). Fonte: Mello e Silva (2013)
3. Tipos de precipitação
Precipitações orográficas:
As precipitações orográficas
(Figura 06) ocorrem nas regiões
que apresentam grandes
variações de altitude, podendo
abranger o ano todo ou qualquer
época do ano.
Precipitações convectivas:
Precipitações ciclônicas
Em resumo:
Equação 08
− Altura pluviométrica: h = V/S
V = volume, em cm³
S = área, em cm²
h = precipitação, em mm
∆t = tempo em horas
- Duração: ∆t
- Chuva forte: precipitações superiores a 7,5 mm/h (mais de 0,75mm por 6 minutos).
A chuva parece cair em lençóis, não sendo possível cair gotas isoladas. Aparecem
respingos grandes nas superfícies planas. Formação rápida de poças d’água.
Visibilidade prejudicada.
Pluviômetro e o pluviógrafo
O pluviômetro e o pluviógrafo são aparelhos comumente utilizados nas
medições das chuvas (Figuras 10-a e 10-b).
• No Brasil, grande parte das medições é desenvolvida com base no
pluviômetro, por ser de simples uso, de fácil construção e manutenção, e
devido, principalmente, pela simplicidade de instalação.
• A maior dificuldade em se trabalhar com pluviômetros, consiste de sua baixa
capacidade em detalhar a distribuição temporal da chuva. O normal é obter
chuvas diárias, leituras diárias de 06 horas também pode ser conduzidas.
Isso implica em dificuldades de pessoal para execução dessa atividade.
Pluviômetros e pluviógrafos
Figura 10-a. Esquema de um Pluviômetro Figura 10-b. Pluviômetro tipo Ville de Paris
superfície receptora de 400 cm²
Radares Meteorológicos
Tipos de pluviômetros
Figura 11. Pluviômetro tipo Casella Figura 12. Pluviógrafo sifão em operação
- superfície receptora de 200 cm²) (superfície receptora de 200 cm²)
Figura 13. Pluviômetro tipo Paulista - Figura 14. Pluviôgrafo tipo Paulista -
superfície receptora de 500 cm²) superfície receptora de 500 cm²)
Registro a precipitação
Instalação de pluviômetros
PRECIPITAÇÃO DIÁRIA
JANEIRO 2009
60
50 48
Precipitação (mm)
43
40
31,4 32
30 29
20,6
20
13
10 11,6 8,4
4,6 2,7 1,6 3,6
0,4 0,2 0,2 4,6 1,2
0 0,2 2
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31
Dias
Pluviógrafo
11
10
9
8
7
6
h (mm)
5
4
3
2
1
0
07:00
08:00
09:00
10:00
11:00
12:00
13:00
14:00
15:00
16:00
17:00
18:00
19:00
20:00
21:00
22:00
23:00
00:00
01:00
02:00
03:00
04:00
05:00
06:00
Pluviógrafo: Intensidade pluviométrica em trechos h1
(9 a 10h) e h2 (14 às 16h)
Climogramas
Exemplo 1.
Supor uma coleta de dados pluviométricos, conforme Tabela 1, a seguir, com
anotações do tempo de coleta, altura de chuva e intensidade de precipitação.
T1 = 50 min h1 = 14,0 mm
T2 = 60 min h2 = 17,5 mm
Exemplo 02:
iméd = 15,7x(60/50)=18,8mm/h.
Tabela 02. Alturas pluviométricas (P) e Figura 18. Hietograma das chuvas de 10
intensidade de chuva, conforme Figura 17. min, construído com base na análise do
pluviograma.
a. Regressão Linear
Equação 11
c. Método das razões dos valores normais (Métodos das Médias Ponderadas)
Equação 12
Média de
Precipitações:
NX = 140,9696
NA = 114,3087
NB = 105,4391
NC = 123,1913
Precipitação no ano:
PA = 349,5
PB = 79,70
PC = 103,3
Exemplo 03:
Solução:
Solução:
Figura 19. Análise de dupla massa Figura 20. Análise de dupla massa
sem inconsistência com inconsistência – com mudança
de tencdncia.
Equação 13
Onde,
Pc = precipitação acumulada ajustada à tendência desejada;
Pi = valor da ordenada correspondente à interseção das duas tendências;
P0 = valor acumulado a ser corrigido;
Mc = coeficiente angular da tendência desejada; e
M0 = coeficiente angular da tendência a corrigir.
Equação 14
Supondo que uma reta de dupla massa foi criada com base nos pontos (0,0)
e (1200,1400), e esta mesma reta, atualmente apresenta (0,0) e
(1100,1200), qual será o valor corrigido de uma leitura de 1300 mm feita
atualmente.
• Ma = 1400/1200 = 1,17
• Mo = 1200/1100 = 1,09
• Po = 1300 mm
Temos:
Pa = 1395,4 mm é o valor corrigido para a leitura atual de 1300 mm.
Exemplo 02.
Considerando os dados
pluviométricos registrados
nos postos apresentados
na Tabela 04, vamos fazer
a consistência dos dados
do posto de Indaial.
Na Tabela 05 é mostra o
procedimento para o
traçado da Dupla Massa.
O cálculo da média por estes métodos pode ser feito para um temporal
isolado, para totais mensais precipitados ou para os totais anuais.
Este método:
Equação 15
Neste método, para cada estação define-se uma área de influência dentro da
bacia. Assim, para o posto pluviométrico “i” tem-se a área Ai, tal que ∑Ai = A
(igual à área de drenagem da bacia hidrográfica). A precipitação média é então
calculada atribuindo-se um peso a cada altura em cada uma das estações,
peso este representado pela área de influência.
Os postos são unidos por linhas retas, que dividem a área total em
uma série de triângulos;
São baixadas perpendiculares ao meio dessas linhas, formando-se
uma série de polígonos;
Pode-se aceitar estações fora da bacia hidrográfica;
Aceita programas computacionais;
Embora mais preciso do que o aritmético, o método de Thiessen
também apresenta limitações, pois não considera as influências
orográficas.
P AP i i
P i 1
A A Equação 16
Onde,
P = a precipitação média na bacia (mm);
Pi = a precipitação no posto i (mm);
Ai = a área do respectivo polígono, dentro da bacia(km2);
A = é a área total da bacia.
i 1
Pi Ai
P
A Equação 17
P = é a precipitação média na bacia (mm);
Pi = é a média aritmética das duas isoietas seguidas i e (i + 1) ;
Ai = é a área da bacia compreendida entre as duas respectivas
isoietas (km²);
A = é a área total da bacia (km²).
Método de Thiessen
HIDROLOGIA ESTATÍSTICA
1. Considerações iniciais
Diante disso, desde o instante em que o ser humano buscou planejar seus
empreendimentos ele se preocupou em estabelecer instrumentos de
aleatoriedade. E a partir dessa preocupação surgiram duas disciplinas
relaciona com a teoria estatística e com a estatística.
Observar que:
Conceitos básicos:
Equação 18
2.2 Moda:
É definida como sendo o valor que aparece com mais frequência num conjunto
de dados. Quando se tem um intervalo de classe, a moda será o ponto médio
da classe que contiver o maior número de ocorrências.
ou Equação 19
Equação 20
Equação 21
Simétrica
Positiva Negativa
Equação 22
Equação 23
Simétrica
Positiva Negativa
Equação 24
Por exemplo:
Equação 25
Por exemplo: vamos supor que durante 31 anos foram feitas observações
de ocorrências de precipitações. E que neste período, uma chuva que foi
igualada ou superada 10 vezes tem a frequência de 10 em 31 anos. Isto
corresponde a uma probabilidade P{i ≥ io}=32,3% de ocorrer em
um ano.
Nota:
Nos métodos Califórnia e de Weibull, F (io) representa a probabilidade de
excedência, isto é, F = P{i ≥ io}.
É estruturada, portanto, com valores totais de cada ano. Neste caso, normalmente
objetiva-se ao estudo comportamental do ciclo hidrológico, sendo importante para
estudos vinculados ao balanço hídrico climatológico bem como balanço hídrico anual
em bacias hidrográficas.
Estas séries geram resultados mais precisos para o ajuste da equação de chuvas
intensas, pois trata-se de intensidades reais que ocorreram num determinado
local. Valores totais diários não expressam tal característica.
Ou seja:
O Tempo de Retorno representa o inverso da frequência com que um evento
pode ser igualado ou superado, ou seja reflete a probabilidade que uma dada
variável hidrológica possa ser igualada ou superada, pelo menos uma vez, no
em um ano qualquer. Assim, se o evento X (chuva ou vazão) de magnitude x0
ocorre ao menos uma vez em TR anos, tem-se:
Equação 28
Equação 29
O cálculo de TR, por sua vez, com base no seu conceito, não é suficiente.
Assim, é possível calcular o “risco hidrológico” propriamente dito, o qual
está associado à probabilidade de um evento ser igualado ou superado,
porém, num intervalo de tempo N menor que TR e cuja definição prática está
associada à vida útil da obra.
Assim:
k = 1- p Equação 30
K = kN Equação 31
R=1–K Equação 32
R = 1 – kN Equação 33
R = 1 – (1-p)N
Equação 34
Observar que:
Em outras palavras, R é probabilidade de ocorrência de um valor extremo
durante N anos de vida útil da estrutura.
Equação 36
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DISCIPLINA: HIDROLOGIA Professor : Expedito José Ferreira – D.Sc
HIDROLOGIA ESTATÍSTICA
Equação 37
Equação 38
Exemplo 05:
Uma barragem vai ser construída com capacidade para conter uma chuva de
TR = 100 anos. Qual a probabilidade de que tal chuva ocorra nos primeiros
25 anos de vida útil da barragem?
R = 1 - K25
R = 1 - [(100 - 1)/100]25
R = 22,22 %
Exemplo 06
Solução:
1- R = 1- 0,65 = 0,35 ou 35 %
Exemplo 07.
R = 1 – ( 1- 0,2)3 0,48 = 48 %
A= M - m,
Equação 39
Em que,
Equação 40
Equação 41
Equação 42
Equação 43
ou Equação 44
A variável z, por sua vez, tem a distribuição normal reduzida, ou seja tem
distribuição normal de média igual a zero e desvio padrão igual a 1.
P(O<Z<z)
Equação 45
e, ainda,
Equação 46
Equação 47
Figura 28. Representação gráfica das frequências para a variável reduzida. Fonte: Professor Antônio R. Barbosa
Temos:
x = 225 mm
= 200 mm
= 20 mm
200 225
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HIDROLOGIA ESTATÍSTICA
P (Z>0) = 0,5
0,1056
0 1,25
= 800 mm
= 1.000 mm
= 200 mm Para valores negativos de z, utiliza-se o
complemento aritmético para dos valores de F(Z)
correspondente ao valor positivo.
z = -1
Exemplo 6.
• Mediana:
Valor que corresponde a exatamente 50% dos dados (tabela): 1.427,3 mm.
• Valor máximo:
• Valor mínimo:
Pela simetria da curva normal, o valor de z = -1,28, então:
Para TR = 50 Anos: -
Portanto, =
= = 0,1409
Equação 50
Equação 51
Equação 52
Equação 53
Os valores desta integral também são fornecidos na Tabela 1, mas agora em termos da
variável reduzida:
Equação 54
Equação 55
Equação 56
Considere a série anual das vazões máximas diárias referidas à seção de um dado
curso d’água natural, conforme é fornecido nas duas primeiras colunas da Tabela 2.
Com base nestes dados, pede-se:
a. testar, por meio de construções gráficas, a aplicabilidade dos modelos normal e log-
normal de probabilidade à série de dados;
b. estimar, com base nos modelo normal e log-normal, a magnitude das cheias de 100
anos e de 200 anos de recorrência
Solução:
Item a.
Figura a. Frequência das cheias anuais (máximos valores Figura b. Frequência das cheias anuais (máximos
de cada ano) e modelo normal de probabilidade, para os valores de cada ano) e modelo log-normal de
probabilidade, para os dados da Tabela 3 (gráfico em
dados da Tabela construída para o problema.
papel logarítmico de probabilidade).
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HIDROLOGIA ESTATÍSTICA
Para testar o modelo Gausiano, na Figura a
(anterior), os valores de F encontram-se
em escala de probabilidade e os valores de
Q em escala aritmética (papel aritmético
de probabilidade.
Figura a. Frequência das cheias anuais (máximos valores de cada ano) e modelo
normal de probabilidade, para os dados da Tabela construída para o problema.
Figura b. Frequência das cheias anuais (máximos valores de cada ano) e modelo
log-normal de probabilidade, para os dados da Tabela 3 (gráfico em papel
logarítmico de probabilidade).
Vê-se, nesse caso, que o modelo log-normal, representado pela linha reta na Figura b,
apresenta uma boa aderência aos pontos. Isso sugere que as extrapolações são mais
confiáveis do que as realizadas com o uso do gráfico do Figura a.
Em outras palavras, numa inspeção visual comparativa das duas figuras, nota-se que o
modelo log-normal pode ser considerado superior ao modelo gaussiano, pela maior
aderência dos pontos à reta.
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HIDROLOGIA ESTATÍSTICA
b. Estimativas das cheias de 100 e 200 anos
Da conclusão apresentada no item (a), as extrapolações seriam mais
confiáveis se realizadas empregando-se o modelo log-normal. Contudo,
apenas a título de ilustração do uso do modelo gaussiano, far-se-ão as
determinações das vazões com recorrência de 100 e 200 anos por ambos os
modelos e segundo a equação de Chow
Distribuição Normal:
Distribuição Normal:
Distribuição Log-Normal:
Equação 57
Sendo,
e = a base dos logaritmos neperianos (2,71828)
Y = uma variável reduzida da distribuição de Gumbel.
Equação 59
Equação 60
Equação 61
Equação 63
Equação 64
Equação 65
Equação 66
= 194,339m3/s e s = 84,173m3/s.
Equação 67
onde:
Equação 68
- O valor de n pode ser obtido pela média dos valores extraídos da melhor
regressão de cada Tr.
- Da mesma forma, os valores de K e m são obtidos por regressão linear após a
linearização da equação C = KTrm , tomando-se o melhor ajuste para todos os
Tempos de Retorno.
Exemplo 10.
Solução:
Para cada Tr foram ajustadas regressões, considerando diferentes valores para to até
alcançar o valor que produziu os melhores resultados (maior R2), que neste caso, foi
de 25 minutos. Os resultados obtidos para C, n e r são:
Com a regressão linear entre os valores de Tr e C (equação 70), os valores de “K” e “m”
estimados foram:
K = 1806
m = 0,0898
C = KTrm
r = 0,9994
log C = log K + m log Tr
C = 1086 Tr 0,0898
Desta feita, pode-se estruturar a seguinte equação de chuvas intensas válidas para
Tr entre 05 e 100 anos e t entre 05 e 120 minutos.
Outro trabalho muito importante e pioneiro, que até hoje é utilizado para o
estudo das chuvas intensas, se deve a Otto Pfafstetter e foi apresentado em
1957 sob o título “Chuvas Intensas no Brasil”, publicado pelo Departamento
Nacional de Obras de Saneamento (DNOS)12.
O autor propôs o ajuste da equação, com base em observações de 98 postos
pluviográficos localizados em diferentes regiões do Brasil. E a partir de
plotagem das curvas p-d-f, em escala logarítmica, o autor ajustou para cada
posto a uma relação empírica da forma:
Equação 71
Equação 72
Equação 73
Sendo:
β = parâmetro que depende da duração
P = precipitação máxima, em mm; da chuva e variável de posto para
Tr = período de retorno, em anos; posto (tabelado);
td = duração da chuva, em horas; Y = Constante (adotada para todos os
R = Fator de probabilidade, postos igual a 0,25)
α = parâmetro que depende da duração da a, b e c = constantes para cada
chuva (tabelado); posto.
Solução
α = 0,156
β = 0,12
a = 0,2
b = 38
c = 10
Para Tr = 1 ano:
R = 14 mm/8,68 = 1,61
Dado que a equação 72 é não linear com relação a Tr, este último valor
pode ser obtido com base na relação gráfica entre R e Tr ou pelo uso
do método iterativo indicado a seguir.
Equação 74
P
Pmx de 1 dia
tempo
Os fatores de conversão (r) apresentam uma leve tendência a variar com o tempo de
retorno.
ESTADOS UNIDOS
Postos Pluviográficos BRASIL (r)
W.S.W. Bureau DENVER
5 min/30 min 0,34 0,37 0,42
10 min/30 min 0,54 0,57 0,63
15 min/30min 0,70 0,72 0,75
20 min/30min 0,81 0,84
25 min/30min 0,91 0,92
30 min/1h 0,74 0,79
1 h/24h 0,42
6 h/24h 0,72
8 h/24h 0,78
10 h/24h 0,82
12 h/ 24 dia 0,85
24 h/ 1 dia 1,14 1,13
24 h/1 dia 1,10
(Tucci, 2003)
CURSO: ENGENHARIA CIVIL UNIMONTES – DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS
(Tucci, 2003)
DISCIPLINA: HIDROLOGIA Professor : Expedito José Ferreira – D.Sc
Convém observar que os valores de chuvas gerados com base na Eq. 74
e na Tabela 5 não devem ser vistos como tendo a mesma precisão dos
resultados que seriam obtidos com base nos registros de pluviógrafos.
Exemplo 11.
Resposta:
*
Deve-se fazer a desagregação de 1 dia para 24 horas, para depois de 24
horas para 1 hora, da seguinte forma:
Parâmetros:
t = 20 min
Tr = 05 anos
a = m = 0,265
b = to = 24
c = n = 0,775
Parâmetros:
Tr = anos
t = min
Imáx = = 94,94 mm/h
K = 4050
a = m = 0,167
b = to = 34,789
c = n = 0,992
Quanto maior o período de retorno, Tr, maiores serão os picos de vazão, mais
seguras e mais caras serão as obras. Assim, o período de retorno pode ser
estabelecido com base em estudos econômicos. Entretanto, a necessidade de
considerarem-se custos e benefícios de difícil quantificação ou impossíveis de
serem traduzidos em unidades monetárias, limitam tal análise.
Residencial 2
Comercial 5
Aeroportos 2 -5