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EFEITOS DE CICLONE FREDE SOBRE AS PLANTAÇOES FLORESTAIS DA

PORTOCEL AO NIVEL DO DISTRITO DE MOCUBA


UNIVERSIDADE ZAMBEZE

FACULDADE DE ENGENHARIA AGRONÓMICA E FLORESTAL

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA FLORESTAL

CURSO DE ENGENHARIA FLORESTAL

Proposta de projeto

Autor:

Gonçalves João jornal

Mocuba, Novembro de 2023


Introdução

Os danos provocados por ventos em florestas têm se agravado, em função


principalmente das alterações no clima que tem se tornado mais frequentes e constantes
com o aumento de tempestades. Entre os principais danos estão o tombamento,
acurvamento e a quebra das árvores da floresta. Além dos danos que leva a perda dos
plantios, outras implicações podem ser mencionadas, como os prejuízos provocados
para o processo de colheita florestal. Segundo Rosado (2006)

O vento é um fator ambiental com considerável influência na taxa de crescimento e


forma das árvores, afetando tanto a taxa de transpiração quanto as características de
resistência mecânica dos troncos (TELEWISK, 2006). A resistência ou suscetibilidade
das árvores submetidas à ação dos ventos está relacionada tanto a fatores como tamanho
da árvore, características de sua copa e sistema radicular, como a fatores externos,
citando-se o grau de exposição ao vento e as condições ambientais do local (NIELSEN,
2005).

A ocorrência de climáticas extremas, como o ciclone Frede, tem desencadeado


preocupações crescentes em relação aos seus impactos devastadores sobre diferentes
setores socioeconômicos e ambientais. Um dos setores amplamente afetados por esses
eventos são as plantações florestais, cuja importância econômica e ambiental é
significativa. O ciclone Frede, um evento meteorológico de grande escala, desencadeou
uma série de efeitos adversos sobre as plantações florestais em várias regiões. Sua
passagem resultou em consequências que vão desde danos imediatos até repercussões
de longo prazo, afetando a biodiversidade, a estrutura das florestas e a produtividade das
plantações (OCHA, 2023a).

Essas plantações são componentes essenciais para a economia de muitas áreas, sendo
utilizadas para produção de madeira, papel, celulose e outros produtos, além de
eliminarem um papel crucial na preservação do meio ambiente, na regulação do clima e
na manutenção da biodiversidade. A compreensão dos efeitos do ciclone Frede sobre as
plantações florestais torna-se, portanto, uma questão de suma importância, não apenas
para avaliar os danos imediatos causados, mas também para estratégias planejadas de
recuperação, mitigação e adaptação diante de futuros eventos climáticos extremos
(Staset al., 2019).
Esta pesquisa visa analisar de forma abrangente os impactos do ciclone Frede sobre as
plantações florestais, considerando os efeitos imediatos e de longo prazo sobre a
biodiversidade, a estrutura das florestas e a produtividade das plantações. Ao
compreender os desdobramentos desse evento climático, busca-se estabelecer bases para
a implementação de medidas de manejo, recuperação e prevenção, mudança para a
sustentabilidade e resiliência dessas plantações diante de eventos climáticos extremos.

Problemas e Justificativa

O ciclone Frede, que atingiu uma região em determinados dados, provocou danos à área
florestal da Portucel, localizada no distrito de Mocuba. Essa plantação é uma fonte
essencial de recursos madeireiros, contribuindo economicamente para a região e para a
cadeia de produção. Investigar os impactos desse evento climático na plantação florestal
é crucial para entender os danos causados, identificar estratégias de recuperação e
implementar medidas preventivas para futuros eventos semelhantes. Esse estudo servira
de base para recomendar pesquisa ajudará a elaborar planos de gestão de riscos e
manejo sustentável das florestas afetadas.
1.2. Objetivos

1.2.1. Geral

 Avaliar os efeitos de ciclone frede sobre as plantações florestais da portocel ao


nivel do distrito de mocuba

1.2.2. Específicos

 Avaliar as taxas das componentes das espécies da


 Determinar o nível de sobrevivência de efeitos de ciclone frede sobre as
plantações florestais da portocel
 Identificar estratégias adotadas pela Portucel para melhorar as plantações após
os efeitos de ciclone Frede
II. Revisão Bibliográfica

Efeitos de ciclones em moçambique

Efeitos climáticos

Moçambique, é um País do continente Africano localizado na costa oriental, a sul do


equador na região da África Austral, Com uma superfície de 799.380 e encontra-se
exposto aos riscos dos desastres naturais, devido a sua localização na região de
convergência intertropical, tornando-o vulnerável a ventos extremos de origem
meteorológico, causando vários impactos climáticos, tais como: seca, cheias, ciclone
tropical (FAO, GOVERNO DE MOÇAMBIQUE, 2009).

Clima

O clima é um fator limitante e condicionante do cultivo das espécies florestais e a


definição de áreas aptas ao cultivo deve ser baseada nas junções das informações do
ambiente físico (clima e solo) e das necessidades ambientais das espécies visadas
(Fritzons et al., 2012).

De acordo com Mantovani & Fritzsons (2010), as condições climáticas exercem uma
forte influência no crescimento e na produtividade florestal, pois deve ser considerado
que houve uma adaptação genética de cada espécie ao clima e solo onde tiveram
origem. Segundo os mesmos autores, elementos do clima, como a temperatura e
umidade, exercem uma forte influência sobre as plantas.

Efeitos de ciclones na zambezia

Mocuba

Efeitos dos ventos em plantações florestais

Os danos florestais provocados pela ação de tempo severo e ventos fortes causam
recorrentes perdas econômicas em todo o mundo. Em 1999, por exemplo, 175 milhões
de metros cúbicos de floresta foram derrubados devido à ocorrência de tempestades na
Europa (BOMERSHEIM, 2000).

Esses danos são caracterizados como modificações não hereditárias das plantas, que
fazem com que a árvore assuma uma forma diferente de crescimento, desde a simples
inclinação no tronco e desfolhamento, até a queda ou arranque das árvores
(BOMERSHEIM, 2000). Quando as árvores são tombadas, quebradas ou arrancadas, os
danos são considerados como irreversíveis, haja vista que ocorre a perda de dominância
apical das árvores, com consequente perda na produção (ROSADO, 2006),

Danos pelos ventos

O vento é o deslocamento do ar atmosférico, sendo influenciado por fatores como


altitude, latitude, longitude, radiação solar e umidade (MITCHELL, 2012). A direção do
vento parte da área de maior pressão atmosférica para áreas de menor pressão e quanto
maior a diferença entre as pressões dessas áreas, maior será sua velocidade. O vento é
um fenômeno que causa distúrbios consideráveis em florestas naturais e plantadas,
sendo registrados danos desde 1940 (MOORE et al., 2013).

Atualmente, os danos pelos ventos em florestas ocorrem no mundo inteiro (MOORE et


al., 2013; LAGERGREN et al., 2012; MITCHELL, 2012). Em 1999, o volume de
árvores quebradas pelo vento correspondeu a 175 milhões de metros cúbicos na Europa
(BOMERSHEIM, 2000).

Fatores que influenciam as árvores na suscetibilidade ao vento

Fatores ambientais

O crescimento e o desenvolvimento de uma planta são regulados tanto por fatores


endógenos quanto por fatores externos, sendo estes últimos de fundamental importância
na compreensão das condições e limites para sua sobrevivência. Em microclimas
favoráveis, ocorre o sincronismo do desenvolvimento da planta com as condições
ambientais, favorecendo assim a velocidade e extensão do crescimento (LARCHER,
2006). Sendo assim, o grau de suscetibilidade das árvores à ação dos ventos está
diretamente relacionado aos fatores ambientais e de localização das florestas.

Segundo Oliveira e Lopes (2007), dentre os fatores que influenciam a resistência das
árvores a quedas destacam-se, além das características biofísicas e fitossanitárias
topográficas, qualquer que seja o local de origem das massas de ar, uma vez que estas
apresentaram pouca variação em sua velocidade quando consideradas as diferentes
direções.

Segundo Alcoforado (1984), árvores situadas em locais com altitudes mais baixas e
abrigadas dos ventos apresentam menor quebra e dobramento dos ramos, quando
comparadas a árvores localizadas em terrenos inclinados e em maiores altitudes, onde
foram observadas modificações no porte das árvores, com suas copas fortemente
inclinadas na direção dos ventos predominantes.

Possíveis impactos provocados pelas florestas plantadas

Impacto sobre a Biodiversidade

Segundo Barden et al. (1993), o efeito das plantações florestais sobre a biodiversidade
depende muito do tipo de ecossistema natural primitivo, das espécies arbóreas
escolhidas e das técnicas silviculturas empregadas. As principais acusações consistem
na redução da fauna e na sua uniformidade estrutural devido à utilização de uma única
espécie arbórea. De fato, é preciso reconhecer que foram os processos de mecanização e
de economia de escala que tornaram as plantações florestais rentáveis.

A floresta é manejada de acordo com o potencial das máquinas disponíveis para o


plantio e a colheita. As árvores são plantadas em espaçamentos uniformes e com
elevada densidade. O número das espécies vegetais e animais existentes em florestas
plantadas é muito inferior ao número de espécies que ocorrem em florestas naturais.
Quando a vegetação natural é substituída por florestas plantadas ocorre, evidentemente,
uma quebra da biodiversidade que será ainda mais intensa se for uma região tropical
pluvial. O resultado é ainda mais sério, se forem utilizadas espécies exóticas de rápido
crescimento.

Impacto sobre o microclima

À medida que a floresta plantada se desenvolve, ocorrem variações nas características


climáticas do local, principalmente em relação à temperatura e umidade relativa do ar,
velocidade do vento, energia radiante que incide sobre o solo, alterando a estrutura da
comunidade microbiana. Se, por um lado, temperaturas mais elevadas do solo
estimulam o crescimento do sistema radicular e propiciam um aumento da
produtividade; em certos casos, podem ser prejudiciais para a fixação biológica do
nitrogênio e para a germinação das sementes estocadas no solo.
Matérias e Métodos

Descrição da área de estudo

A localidade de Munhiba, localiza-se no distrito de Mocuba, no Posto administrativo de


Mocuba Sede, com as coordenadas geográficas 17°07'11.0"S e 36°58'11.0"E, dista
aproximadamente a 50 km da sede do distrito, com uma extensão de 2130.27 Km2, e
uma população de 24525 habitantes, e estima-se que até 2022 a população chegue aos
25057 habitantes (INE, 2016).

Clima

O clima do distrito, segundo a classificação climática de Thorntwaite, é do tipo sub-


húmido (subtropical), com uma precipitação média anual que varia de 850 mm na
estação de Chingoma, a 1.300 mm na estação de Malei, a sul da Cidade de Mocuba, e
cerca de 1.175 mm na estação climática de Mocuba (MAE, 2014).

A temperatura média mensal varia entre 20 e 27ºC, com a temperatura máxima variando
de 27 a 35ºC, e a mínima de 15 a 22ºC. A amplitude térmica mensal varia de 10 a 16ºC.
O período mais quente estende-se de Outubro a Fevereiro, sendo os meses mais frios
Junho, Julho e Agosto. As temperaturas altas nos meses de Outubro e Novembro
associados ao início irregular da estação chuvosa normalmente resultam na perda da
primeira sementeira. A humidade relativa do ar vária de 60% nos meses secos a 80%
nos meses húmidos (MAE, 2014).

Vegetação

Pereira (2006), descreve que a vegetação do distrito de Mocuba é uma Floresta de


Miombo semi-aberta em estágio de sucessão primário como fisionomia predominante.
Essa fisionomia forma um mosaico na cobertura vegetal, relacionado às variações
ambientais (humidade e fertilidade de solo), microclima e até mesmo a ocorrência de
fogo (Frost, 1996 apud Hofiço, 2014).

Desenho de amostragem

Taxas das componentes das espécies

Nível de sobrevivência das espécies


IV. Referencias Bibliográficas

FAO, Governo De Moçambique, 2009

OCHA. (2023b).South ern Africa: Tropical Cyclone Freddy Flash Update No.6 (Issue
13). https://phys.org/news/2023-03-freddy-tropical-cyclone.html%0AThis;

TELEWSKI, F. W. A unified hypothesis of mechanoperception in plants. American


Journal of Botany, v. 93, n. 10, p. 1466-1476, 2006.

NIELSEN,C. N. Forest management for improved wind stability. In: Adaptive


physiology and tree management. Samfundslitteratur Life Sciences, Thorvaldsensvej
Denmark, 2005.

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