Etnografica 2866
Etnografica 2866
Etnografica 2866
Fernando Florêncio
Edição electrónica
URL: https://journals.openedition.org/etnografica/2866
DOI: 10.4000/etnografica.2866
ISSN: 2182-2891
Editora
Centro em Rede de Investigação em Antropologia
Edição impressa
Data de publição: 1 novembro 2002
Paginação: 347-364
ISSN: 0873-6561
Refêrencia eletrónica
Fernando Florêncio, «Christian Geffray e a antropologia da guerra: ainda a propósito de La Cause des
Armes au Mozambique», Etnográfica [Online], vol. 6 (2) | 2002, posto online no dia 17 setembro 2016,
consultado o 02 abril 2022. URL: http://journals.openedition.org/etnografica/2866 ; DOI: https://
doi.org/10.4000/etnografica.2866
Este artigo não pretende de modo algum constituir-se como uma espécie de
obituário de Christian Geffray, nem mesmo uma dedicada homenagem
laudatória, tão comum após o desaparecimento físico de alguém.1 O propó-
sito geral é o de integrar uma das obras mais importantes deste antropólogo
francês – que tendo dedicado a sua vida a estudar questões políticas extrema-
mente pertinentes em países da chamada área lusófona, tais como Moçam-
bique e Brasil, permanece em larga medida desconhecido da maioria dos
antropólogos portugueses – numa perspectiva antropológica mais vasta, a
dos chamados estudos sobre a antropologia da guerra.2
Nesse sentido, apresentamos primeiro um pequeno esboço do que na
antropologia se tem denominado “estudos sobre a violência”, ou sobre a
guerra, para de seguida nos concentrarmos mais detalhadamente numa das
obras mais importantes de Christian Geffray, precisamente aquela que dedi-
1 Neste artigo estamos em dívida para com os amigos Filipe Reis, Clara Carvalho e José Flávio Teixeira, que deram
uma inestimável colaboração com os seus comentários e críticas.
2 Christian Geffray produziu uma vasta obra bibliográfica sobre Moçambique e o Brasil. Importa aqui apresentar um
breve esquisso desse seu percurso. Christian Geffray, nasceu em 1954 e faleceu a 9 de Março de 2001. O seu primeiro
trabalho de terreno foi em Moçambique, de 1982 a 1986, entre populações Macua, no distrito de Erati, província de
Nampula. Nesta primeira fase procurou estudar a relação entre o parentesco e a organização social, num trabalho ainda
muito centrado numa antropologia bastante clássica, e com nítidas influências marxistas. Desta pesquisa resultou a sua
tese de doutoramento, Travail et Symbole en Pays Makhuwa, de 1987, sob a direcção de Georges Balandier, e a posterior
obra Ni Père, ni Mère: Critique de la Parenté Chez les Makhuwa, publicada em 1991, pela Le Seuil, e traduzida para
português (em versão muito reduzida), em 2000, pelas Edições Caminho. No decorrer desta estadia de terreno confronta-
se então com a questão da guerra civil, publicando vários artigos, e sobretudo La Cause des Armes au Mozambique:
Anthropologie d’une Guerre Civile. No inicio da década de 90 participa no movimento fundador da revista Lusotopie:
Enjeux Contemporains dans les Espaces Lusophones. Em 1993 parte para o Brasil, Rondónia, Amazónia, para estudar as
representações sociais da morte entre os índios, o narcotráfico fronteiriço, a situação dos garimpeiros, e a questão
fundiária. Deste trabalho surge um número da revista Lusotopie, denominado L’Oppression Paternaliste au Brésil, em 1994,
e um livro, Chroniques de la Servitude en Amazonie Brésilienne, publicado em 1995 pela Karthala. Em 1997 publica Le Nom
du Maître: Contribuition à l’Anthropologie Analytique, pela Arcanes, em que procura desenvolver um modelo analítico
da dominação paternalista entre mestres e escravos, relacionando a questão da dívida imaginária com a noção de valor.
Antes de falecer tinha acabado de escrever uma outra obra, Trésors: Anthropologie Analytique de la Valeur, em que procura
analisar o que determina o valor dos bens sociais, através do estudo da função social da morte entre os índios da floresta
amazónica.
3 Neste aspecto o autor realmente não oferece novidade, pois o que caracteriza este período da produção etnográfica é
válido para qualquer área da disciplina e não apenas para a questão da guerra e da violência nas sociedades ditas
primitivas.
348
349
4 Uma dessas raras excepções é a colectânea de textos sob a direcção de Audrey Richards, East African Chiefs, de 1960,
350
5 Sobre a discussão em torno do povo yanomamo, ou yanomami, cf. Sponsel 2000: 837-841.
6 Sobre esta corrente, cf. Ferguson e Whitehead 1992.
7 De certo modo esta proposta paradigmática retoma as principais premissas dos denominados estudos de local level
351
352
8 As nossas próprias investigações de terreno, no distrito de Mossurize, província de Manica, em 2000, comprovam que
as primeiras incursões da Renamo nesta região, logo em 1977, contavam com o apoio de unidades especiais e da aviação
rodesiana.
353
9 Existe uma vasta literatura sobre o processo de aldeamento em Moçambique. Adolfo Yañes Casal é um dos autores
que mais contribuiu para o estudo deste processo (cf. Yañes-Casal 1986, 1988, 1996).
354
No entanto, este modelo, como o próprio Christian Geffray admite, não pode
ser aplicado linearmente, pois nem todos os jovens, assim como nem todas as
famílias desfavorecidas pelo processo de aldeamento e nem todas as autori-
dades linhageiras, aderiram à Renamo. Pelo contrário, a clivagem entre aqueles
que ficaram do lado do Estado e aqueles que se perfilaram do lado da Renamo
assumiu outros contornos, principalmente de natureza histórica, uma vez que
esta polarização política acabou por retomar os contornos de conflitos antigos
entre diversos grupos sociais que partilham o espaço geográfico do distrito de
Erati. Por isso, foram as autoridades linhageiras e as populações da Macuana,
já marginalizadas durante o período colonial, que aderiram à Renamo,
enquanto que os de Erati, Chaka, Marave e Mmeto, que foram privilegiados
nesse período, mantiveram uma forte lealdade ao Estado-Frelimo.
Em conclusão, de acordo com Christian Geffray, a Renamo capitalizou
a seu favor um conjunto de conflitos e tensões entre grupos sociais, e entre estes
e o Estado-Frelimo, atribuíndo a estes conflitos o carácter de uma dissidência
violenta entre partes da população rural e o Estado. A Renamo manipulou estas
dissidências para se “auto-alimentar” pois na verdade não possuía nenhum
projecto político-económico próprio. É este aspecto que leva o autor a definir
a Renamo como um corpo social, isto é “une institution sans outre fin que sa
propre reproduction” (Geffray 1990b: 166), com uma única motivação política:
destruir o Estado e perpetuar o estado de guerra, condição única, segundo
Christian Geffray, para a sua reprodução. Nesse caso, o projecto da Renamo
seria, antes do mais, um “project social guerrier” (Geffray 1990b: 219).
355
10 Christian Geffray já tinha criticado estes intelectuais ocidentais que se deslocaram para Moçambique após a
independência e que, na perspectiva do autor, eram os responsáveis “ideológicos” pelo desconhecimento científico da
Frelimo em relação às sociedades rurais (cf. Geffray 1988b). Num comentário crítico a uma primeira versão deste artigo,
José Flávio Teixeira alertou, e com razão, para o facto de não darmos atenção aos impactes desta obra entre os
intelectuais moçambicanos. Contudo não possuímos fontes escritas ou outras destes intelectuais que nos possam
informar e enquadrar a sua posição no debate.
356
11Em 2000 e 2001 voltámos a efectuar várias estadias de campo na zona ndau, cobrindo outros distritos, como
Mossurize, Machaze e de novo o Búzi. As ideias aqui apresentadas resultam destas várias estadias.
357
12 Com mais ou menos ênfase, este processo foi igual em todo o país.
13 Nas línguas Shona, nas quais se inclui o Chindau, o radical va serve para formal o plural.
14 Estas acções, levadas a cabo por ambos os exércitos, tinham também como objectivo capturar elementos da população
civil. Contudo, alguns indivíduos, ou pequenos grupos domésticos, aproveitavam a ocasião para fugirem
voluntariamente.
358
15 A vida nas zonas controladas pela Renamo era muito mais difícil porque o movimento não tinha capacidade de
abastecer as populações em épocas de escassez, e esta zona do país é ciclicamente afectada por secas, ou cheias. Este
facto levava a que famílias inteiras arriscassem fugir das zonas controladas pela Renamo e a procurarem refúgio, por
vezes temporário, nas zonas do Estado, onde conseguiam obter ajuda alimentar.
16 Esta ideia, que o movimento difundia propositadamente, tem um carácter propagandístico evidente. O que se passava
é que a Renamo utilizava as autoridades tradicionais, ou indivíduos que o movimento impunha como tal, para gerirem
as populações civis. O movimento também não exercia nenhuma repressão sobre as práticas sociais, tais como a magia
e a religião, que tinham sido abolidas pelo Estado-Frelimo. Estes aspectos levavam as populações das zonas controladas
pelo Estado a idealizarem a vida nas zonas controladas pela Renamo como se se tratasse de um “retorno às origens”
do povo ndau.
17 Apenas a título elucidativo pode adiantar-se que uma parte da liderança da Renamo é de origem ndau, a começar
pelo próprio Afonso Dhlakama, que é filho do prestigiado régulo de Mangunde, de Chibabava. Esta influência dos
vandau na estrutura deste movimento pode ainda ser aferida pelo facto de a própria língua oficial do movimento ser
o Chindau, e de certas unidades militares serem inteiramente constituídas por indivíduos vandau, como o famoso Grupo
Limpa.
359
18 Essa contabilidade reporta-se à análise dos custos-benefícios que uma tal decisão acarretava. As mudanças de campo
acarretavam enormes riscos, quer físicos, pois a própria vida podia estar em perigo, quer de sobrevivência alimentar.
19 As análises dos recentes conflitos nos Grandes Lagos (Ruanda, Burundi e RDC) é bem um exemplo desta deformação,
com a invenção apressada de explicações etnicizantes, e mesmo de grupos étnicos, como o caso dos famosos
banyamulenges, amplamente aceites por antropólogos, jornalistas e politólogos. Sobre este assunto, cf. Florêncio 2000/
2001.
360
Por outro lado, esta é uma das áreas de estudos em que as análises
teóricas reflectem mais acentuadamente as posições ideológicas dos autores,
sejam estes antropólogos ou não. Se esta constatação é, em certa medida,
inevitável, sobretudo quando estabelecida por antropólogos originários
dessas sociedades em conflito,20 não deixa de ser verdadeira para os outros.
Os exemplos apontados dos denominados “intelectuais frelimistas” constitui
um excelente exemplo de como uma postura ideológica deforma a análise de
uma dada realidade social, pois a realidade das dinâmicas conflituosas en-
tre o Estado-Frelimo e as sociedades rurais foi completamente escamoteada
e deturpada.
O próprio Christian Geffray não foi capaz de fugir a essa tendência
ideológica, apesar dos cuidados que colocou no seu trabalho. Ela aparece-nos
sobretudo na análise que faz da Renamo, da sua ideologia, das suas acções
violentas, do seu relacionamento “predatório” para com as populações que
controlava. Provavelmente, e aqui não nos é possível oferecer uma resposta
conclusiva, esta postura resulta mais dos problemas metodológicos que o
autor enfrentou, do que propriamente de um parti pris ideológico. Christian
Geffray desenvolveu o seu trabalho de campo, ou seja fez a sua observação
participante, em plena guerra. Em todo este período não teve acesso directo
nem a elementos da Renamo, nem às zonas controladas pelo movimento. De
facto só fez observação participante com indivíduos do Estado-Frelimo, ou
populações vivendo em zonas controladas pela Frelimo.
Tudo o que escreveu sobre a Renamo foi-lhe transmitido em segunda
mão, como ele próprio reconheceu, por alguns informantes que fugiram das
zonas controladas por este movimento. Este factor coloca duas interrogações
metodológicas evidentes: qual a representatividade desse escasso número de
elementos; como confirmar as suas informações, tendo em conta que eles
teriam óbvios interesses pessoais, subjectivos? Fica por explicar, por exemplo,
qual a razão por que sendo então a Renamo uma força predatória, violenta,
cujo único propósito era a sua própria reprodução, no dizer de Christian
Geffray acabou por alcançar cerca de 63% dos votos no distrito, nas eleições
de 1994.21 A acreditarmos nesta visão teríamos então de entender a adesão
política das populações à Renamo como uma espécie de manifestação de
masoquismo social colectivo, o que seguramente não aconteceu.
A questão principal prende-se com os constrangimentos a que Chris-
tian Geffray esteve sujeito para efectuar a recolha de dados empíricos, que
foi muito limitada e por conseguinte não possibilitou ao autor obter uma
visão mais abrangente, e independente, da relação das populações com a
20 Sobre esta questão consultar o artigo de Maja Povrzanovic (2000) sobre a participação ideológica dos antropólogos
361
Renamo nas zonas controladas por este movimento. Por isso mesmo, o autor
não foi capaz de se “libertar” da mesma visão ideológica com que a Renamo
era apresentada nos círculos governamentais e entre os intelectuais “pró-
frelimo”, que tanto criticou.
Ao efectuar uma pesquisa em sociedades em conflito, isto é, durante
o desenrolar da própria acção, o autor restringiu imediatamente o campo de
manobra. No trabalho de campo, logo na fase inicial da apresentação/inte-
gração no grupo a estudar, é fundamental o modo como o antropólogo é
classificado pelos “autóctones”. “Quem é?”, “o que pretende?”, “com quem
chegou?”, “com quem está a viver?”, são apenas algumas das interrogações
cujas respostas determinam, em geral, o modo como o antropólogo é classi-
ficado pelo grupo. Numa sociedade em conflito, como no caso moçambicano,
essa classificação reflecte ainda a bipolarização política em que a própria
sociedade se encontra. Christian Geffray chegou a Erati com, e pelo Estado,
pela Frelimo, e a trabalhar para estes. É pois natural que a sua classificação
social tenha sido influenciada por esse factor, e que as informações obtidas
através de informantes “fugidos da Renamo” tenha sido condicionada, até
pela vontade/necessidade de esses mesmos informantes se mostrarem
apoiantes da Frelimo.
Por outro lado, a própria mobilidade do autor estava em causa. Ao
longo da obra várias vezes o autor sublinha as dificuldades, e os perigos, de
se deslocar em estradas onde as emboscadas da Renamo se sucediam com
alguma frequência. Este facto restringe, obviamente, a qualidade e a quan-
tidade dos dados recolhidos. Mas as restrições mais gravosas ao nível da
mobilidade do autor situam-se na impossibilidade de este efectuar estadias
de terreno nas zonas controladas pela Renamo, e portanto de obter dados
empíricos em primeira mão. O autor estava consciente deste facto, mas isso
não o coibiu de mesmo assim dedicar uma parte significativa à análise de um
movimento, e de um modo de organização social (o das populações nas áreas
da Renamo) que verdadeiramente não conhecia.
Este é um risco elevado para quem faz pesquisa de terreno em socie-
dades em conflito armado. Num sentido, a análise dificilmente ultrapassa os
limites da parcialidade territorial a que o investigador está condicionado.
Noutro, o investigador está mais exposto às influências ideológicas do
“campo político” em que se integrou, e à inerente diabolização do Outro.
Talvez seja importante interrogarmo-nos se não será mais pertinente, pelo me-
nos do ponto de vista científico, não efectuar uma pesquisa nestas condições.
Estas críticas não pretendem diminuir a importância da obra de Chris-
tian Geffray, pois ela apresenta uma postura epistemológica bastante virtuosa
e corajosa. Ela conduz, pela primeira vez no caso moçambicano, o centro de
interesse da análise para as dinâmicas sociais locais, para o próprio processo
de formação do Estado, salientando, e pondo em confronto, os interesses
362
BIBLIOGRAFIA
BALANDIER, Georges, 1957, Afrique Ambigue, Paris, Plon.
BHEBE, Ngwabi, e RANGER, Terence (eds.), 1995, Soldiers in Zimbabwe’s Liberation War, Londres, Ports-
mouth, Harare, James Currey, Heinemann, University of Zimbabwe Publications.
BENEDICT, Ruth, s/d. [1934], Padrões de cultura, Lisboa, Livros do Brasil.
BRITO, Luís de, 1995, “O Comportamento Eleitoral nas Primeiras Eleições Multipartidárias em
Moçambique”, MAZULA, Brazão, Moçambique: Eleições, Democracia e Desenvolvimento, Maputo.
CABRITA, João M., 2000, Mozambique: The Tortuous Road to Democracy, Nova Iorque, Palgrave.
CHAGNON, Napoleon, 1968, Yanomamo: The Fierce People, Nova Iorque, Holt, Rinehart, and Winston.
DINERMAN, Alice, 1994, “In Search of Mozambique: The Imaginings of Christian Geffray in La Cause des
Armes au Mozambique: Anthropologie d’une Guerre Civile”, Journal of Southern African Studies, 20 (4).
EVANS-PRITCHARD, Edward E., 1969 [1940], The Nuer, Nova Iorque e Oxford, Oxford University Press.
EVANS-PRITCHARD, E. E., e FORTES, M., 1940, African Political Systems; Londres, Oxford University
Press.
FERGUSON, R. Brian, e WHITEHEAD, Neil L., 1992, War in Tribal Zone: Expanding States and Indigenous
Warfare, Washington e Seattle, University of Washington Press.
FLORÊNCIO, Fernando, 1994, Processos de Transformação Social no Universo Rural Moçambicano, Pós-Colo-
nial: o Caso do Distrito do Búzi, Lisboa, ISCTE, dissertação de mestrado.
————, 2000/2001, “O Ruanda no Epicentro do Sismo Zairense: Variações sobre o Tema de David con-
tra Golias”, África Debate, 2, 46-57.
FLOWER, Ken, 1987, Serving Secretly; Rhodesia into Zimbabwe, 1964-1981.
GEFFRAY, Christian, e PEDERSEN, Morgens, 1988a, “Nampula en Guerre”, Politique Africaine, 29.
GEFFRAY, Christian, 1988b, “Fragments d’un Discour du Pouvoir (1975-1985): du Bon Usage d’une
Meconnaissance Scientifique”, Politique Africaine, 29.
————, 1990a, Ni Père, ni Mère. Critique de la Parenté: le Cas Makhuwa, Paris, Le Seuil, (versão portuguesa:
Nem Pai nem Mãe: Crítica do Parentesco: o Caso Macua, Lisboa, Edições Caminho, 2000).
————, 1990b, La Cause des Armes au Mozambique. Anthropologie d’une Guerre Civile, Paris, Karthala
(versão portuguesa: A Causa das Armas em Moçambique: Antropologia da Guerra Contemporânea,
Porto, Afrontamento, 1991).
————, 1995, Chroniques de la Servitude en Amazonie Brésilienne, Paris, Karthala.
————, 1997, Le Nom du Maître: Contribuition à l’Anthropologie Analytique, Paris, Arcanes.
————, 2001, Trésors: Anthropologie Analytique de la Valeur, Paris, Arcanes.
GLICKMAN, Harvey, 1995, Ethnic Conflit and Democratization in Africa, Atlanta, The African Studies
Association Press.
GLUCKMAN, Max, 1991 [1956], Custom and Conflit, Oxford, Blackwell.
HANLON, Joseph, 1984, Mozambique: The Revolution Under Fire, Londres, Zed Books.
LAN, David, 1985, Guns and Rain: Guerrillas & Spirit Mediums in Zimbabwe, Londres, Berkeley e Los
Angeles, James Currey e University of California Press.
MALINOWSKI, Bronislaw, 1941, “An Anthropological Analisys of War”, American Journal of Sociology, XLVI
(4), 521-550.
O’LAUGHLIN, Bridget, 1992, “Interpretations Matter: Evaluation of the War in Mozambique”, Southern
Africa Report, January.
OTTERBEIN, Keith F., 1973, “The Anthropology of War”, HONINGMANN, J. (ed.), Handbook of Social and
Cultural Anthropology, Chicago, Rand McNally Company.
————, 1999, “A History of Research on Warfare in Anthropology”, American Anthropologist, 101, 794-
-805.
POVRZANOVIC, Maja, 2000, “The Imposed and the Imagined as Encountered by Croatian War Ethnog-
raphers”, Current Anthropology, 41, 151-162.
363
RICHARDS, Audrey (ed.), 1960, East African Chiefs. A Study of Political Development in some Uganda and
Tanganyika Tribes, Londres, Faber and Faber.
ROTHCHILD, Donald, e CHAZAN, Naomi (eds.), 1988, The Precarious Balance: State and Society in Africa,
Boulder, Westview Press.
SPONSEL, Leslie E., 2000, “Response to Otterbein”, American Anthropologist, 102, 837-841.
VINES, Alex, 1991, Renamo: From Terrorism to Democracy in Mozambique?, Londres, James Currey.
WHITE, Leslie, 1949, The Science of Culture, Nova Iorque, Grove Press.
YAÑES-CASAL, Adolfo, 1986, Le Processus de Socialisation Rurale au Mozambique: Les Villages Communaux,
Paris, tese de doutoramento.
————, 1988, “A Crise da Produção Familiar e as Aldeias Comunais em Moçambique”, Revista
Internacional de Estudos Africanos, 8/9.
————, 1996, Antropologia e Desenvolvimento: As Aldeias Comunais de Moçambique, Lisboa, IICT.
364