000728094
000728094
000728094
PPGEM
Porto Alegre
2009
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÂO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
Escola de Engenharia
PPGEM
PORTO ALEGRE
2009
Esta dissertação foi julgada adequada para obtenção do título de Mestre em Engenharia,
Especialidade Engenharia de Inspeção de Equipamentos , e aprovada em sua forma final, pelo
orientador e pela Banca Examinadora do Programa de Pós-Graduação.
Banca Examinadora:
SUMÁRIO ...........................................................................................................................VI
LISTA DE FIGURAS..........................................................................................................IX
LISTA DE TABELAS....................................................................................................... XV
RESUMO.........................................................................................................................XVII
ABSTRACT................................................................................................................... XVIII
7.0 REFERÊNCIAS.......................................................................................................... 71
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.5 Reações típicas das etapas de degradação polimérica por auto-oxidação
(PAOLI, 2008) .................................................................................................11
Figura 2.12 Representação de cisão em agrupamento cetona por fotólise (PAOLI, 2008).14
Figura 2.14 Mecanismo de rompimento de cadeias em PMMA por radiação gama (PAOLI,
2008).................................................................................................................15
Figura 2.15 Esquema geral da degradação sem cisão da cadeia polimérica principal
(PAOLI, 2008). ................................................................................................15
Figura 2.19 Deformação padrão na matriz circundante a uma fibra submetida a tração.
(CALLISTER 2001).........................................................................................21
Figura 2.20 Formas usuais disponíveis em fibras de vidro para aplicação em compósitos
(POLYPLASTER, 2009). ................................................................................22
Figura 3.1 Temperatura de saída do óleo do poço avaliado no TLD de 2008 (GUISSO
2009).................................................................................................................28
Figura 3.2 Pressão de sugência do poço avaliado durante TLD de 2008 (GUISSO 2009).29
Figura 3.4 Taxa de corrosão com formação de escama calculada pelo modelo De Waard
and Milliams com a função de escala. Esse modelo aplica-se a sistemas
gasosos sem cloretos com até 6%molar de CO2, pressão parcial de H2S de até
0,34 kPa(abs), sem condensado de água, Temperatura entre 20ºC e 140ºC,
pCO2(abs) entre 0,1 MPa e 60 MPa. (adaptado de WAARD 1991)...................31
Figura 3.5 Efeito da pressão e teor de água no ponto de orvalho do gás (PETROBRAS
2007) com representação dos pontos pré e pós resfriamento de gás................32
Figura 3.6 Concentração de água produzida (BS&W) do óleo, durante TLD de 2008
(GUISSO 2009)................................................................................................33
Figura 4.4 Taxa de desgaste por erosão em função do ângulo de incidência. (QUINTELA
2006).................................................................................................................59
Figura 4.11 Amostra do revestimento IPC ME35 em corte transversal, submetido a exame
visual por MEV, após ensaio por imersão em 150ºC por 2000h (QUINTELA
2006).................................................................................................................66
LISTA DE SIMBOLOS
Tabela 2.1 Energia necessária para quebra de ligações em alguns polímeros (PAOLI,
2008).................................................................................................................11
Tabela 3.1 Relação dos pontos de processo avaliados e das condições operacionais
estipuladas. .......................................................................................................29
Tabela 3.2 Resultados das análises de água produzida coletadas em 2008 (GUISSO 2009)34
Tabela 3.6 Materiais selecionados para o sistema de tratamento de gás, segundo a ET-
200.03...............................................................................................................40
Tabela 3.8 Mapeamento das propriedades requeridas por um material orgânico em cada
condição estabelecida.......................................................................................45
Tabela 3.9 Algumas propriedades de materiais não metálicos estabelecidas
(PETROBRAS 2000) .......................................................................................46
Tabela 3.10 Revestimentos orgânicos testados pelo CENPES (QUINTELA 2006). ..........47
Tabela 4.1 Campo de aplicação atual dos materiais não metálicos em sistemas de
tubulação no E&P, em função da classe de pressão (adaptado de ET-200.03).51
Tabela 4.2 Resumo dos resultados obtidos em laboratório com revestimentos orgânicos
como proteção anticorrosiva da área interna de tubulações de aço carbono para
sistemas de reinjeção de água produzida que operam a temperaturas de 90, 120
e 150ºC (QUINTELA 2006). ...........................................................................56
Tabela 4.3 Resultado do ensaio de aderência por tração, conforme a norma ISO 4624
(QUINTELA 2006) ..........................................................................................58
Tabela 4.4 Revestimentos orgânicos especificados para sistemas de água produzida (ET-
200.03)..............................................................................................................62
Tabela 4.6 Resumo da adequação dos materiais orgânicos avaliados em função das
características requeridas em cada condição do processamento primário do
Petróleo.............................................................................................................68
RESUMO
The exploitation of recently discovered fossil fuel in reservoirs under the salt layer
became a challenging field to the development of new engineering materials. Recent studies
estimates more severe process conditions that the usually known, such as temperature,
pressure, CO2 and H2S concentrations, which may result in critical damage mechanism in
equipments and process piping, especially high corrosion rates. This dissertation is based on
the need of studying alternative materials to be applied at these conditions. The review
presents the expected damage mechanisms to the oil, produced water and gas treatment plant.
General properties of polymers have been understood by its classifications. The methodology
used is based on a search of polymeric materials already applied at similar conditions.
Organic resins used as internal coatings of metallic equipments and piping will be also
evaluated. Finally, the studied materials will be evaluated and compared by a criteria
developed in this study.
1
1.0 INTRODUÇÃO
Por outro lado, a rigidez dessas normas e códigos retarda o desenvolvimento de novos
materiais, já que investimentos em pesquisa e desenvolvimento estão fortemente associados
ao tempo de retorno financeiro dos mesmos. É nesse sentido que encontramos campo propício
para o estudo da aplicação de novos materiais atualmente desenvolvidos, mas de pouco
conhecimento sobre seu real comportamento em campo a longo prazo.
Ano
Figura 1.2 – Importância relativa do desenvolvimento dos materiais através da história (ASHBY 1987)
Pretende-se com essa revisão, fornecer subsídios para avaliar a utilização de materiais
poliméricos em equipamentos e tubulações, aplicando a seguinte metodologia:
N Avaliar os materiais não metálicos atualmente utilizados nesse setor, bem como as
condições de especificação estabelecidas para os mesmos;
Este processo consiste basicamente na separação entre óleo, água produzida e gás em
separadores trifásicos, como o representado na Figura 2.1. Esta separação ocorre basicamente
4
em função das diferenças de densidade entre as fases e da temperatura. Por isso o petróleo é
inicialmente aquecido em trocadores de calor.
Válvula de Controle de
Pressão (PCV)
saída de gás
entrada de
petróleo
gás úmido
oleo e emulsão
água oleosa
1 Surges de pressão são variações na pressão de chegada do petróleo na planta de processamento primário.
Ocorrem devido à instabilidade da pressão de surgência do poço. Surges de pressão podem culminar em falha
catastrófica de equipamentos e tubulações a ela submetidos.
5
Para Tratamento
Gás
20
Produzido
Petróleo com
3 água e gás
(em emulsão)
Petróleo Separador Trifásico
bruto
Permutador
(aquecido)
2 Aquecedor
Água doce
(do forno)
8
Água
Água doce
Produzida
(para o forno)
Para Hidrociclone
Para Tratamento
20
Gás
Permutadores Produzido
4
Recuperador
Óleo Processado de calor Desgaseificador
(resfriado)
Óleo Processado
(aquecido) Óleo com água
7 6 5
(em emulsão)
1
Tanque Petróleo
bruto
Tratador de Óleo
de Carga
(para exportação)
Água
9
Produzida
Para Hidrociclone
Atmosfera
Para descarte
2.2 Polímeros
Quanto à origem
Quanto ao processamento
Essa é a classificação mais usual dos polímeros, pois agrupa materiais de propriedades
semelhantes. A capacidade de reprocessamento dos termoplásticos torna essa classe de
polímeros bastante atrativa, seja do ponto de vista econômico ou ecológico. É possível obter
grande variedade de materiais, pois são também maleáveis (acima de Tm) e fundem-se quando
aquecidos. Os termoplásticos podem ser subclassificados como amorfos (moléculas
desordenadas, materiais transparentes) ou semicristalinos (moléculas mais ordenadas e
10
compactadas, com regiões cristalinas e amorfas distintas. Podem ser translúcidos ou opacos,
em função do grau de cristalinidade). Os termorrígidos (ou termofixos) por sua vez são
rígidos e frágeis, porém mais estáveis a variações de temperatura. Uma vez polimerizados
(curados, com ligações cruzadas), não mais se fundem. Não são, portanto, reprocessáveis.
Podem ser aplicados como matriz em compósitos. Oferecem baixo custo e facilidade de
aplicação com fibras. Já as fibras apresentam estrutura molecular linear alongada de grande
comprimento. Encontram-se na forma de fios. Sua resistência mecânica é elevada na direção
longitudinal às cadeias alongadas.
Tabela 2.1 Energia necessária para quebra de ligações em alguns polímeros (PAOLI, 2008)
75 a 85 C-C
108 C-F
65 C-Cl
Figura 2.5 Reações típicas das etapas de degradação polimérica por auto-oxidação (PAOLI,
2008)
12
Despolimerização
Figura 2.6 Reações de despolimerização na região terminal de uma cadeia polimérica (PAOLI,
2008).
A iniciação ocorre nos extremos das cadeias e depende dos grupos X e Y ligados ao
Cterminal. É favorecida quando o radical formado é estável. Esta reação também pode ocorrer no
meio da cadeia polimérica, por rompimento homolítico C-C, gerando dois radicais livres,
conforme ilustrado na Figura 2.7.
A cisão aleatória de ligações na cadeia principal pode ser de dois tipos: homolítica,
que gera radicais livres ou heterolítica, que gera íons. Podem ser causadas por hidrólise,
fotólise, termólise ou radiólise.
13
A hidrólise pode ocorrer por adição de H2O num determinado grupo químico e
acelerada em meio ácido, sem formar radicais livres.
Figura 2.12 Representação de cisão em agrupamento cetona por fotólise (PAOLI, 2008).
A Radiólise é a quebra de uma ligação química com radiação de alta energia. Não é
específica e ocorre de forma aleatória. Provoca a reticulação.
Figura 2.14 Mecanismo de rompimento de cadeias em PMMA por radiação gama (PAOLI, 2008).
Figura 2.15 Esquema geral da degradação sem cisão da cadeia polimérica principal (PAOLI,
2008).
16
Figura 2.16 Mecanismo de degradação do poli(acetato de vinila) com formação de ácido acético
(PAOLI, 2008).
Figura 2.17 Mecanismo de degradação do poli(cloreto de vinila) com formação de HCl (PAOLI,
2008).
Degradação do PVC
O Poli Cloreto de Vinila foi tomado como exemplo neste capítulo por ser um dos
poucos plásticos não integralmente originários do petróleo. O PVC é constituído por 57% de
cloro e 43% de eteno em peso. É o segundo termoplástico mais consumido no mundo. Sua
estabilidade térmica em temperatura ambiente (abaixo de 60ºC), baixo custo e peso relativo,
facilidade de instalação e manutenção fizeram do PVC o material mais usado em sistemas de
tubulação de água e esgoto no mundo (RODOLFO 2007)
pela mudança de coloração para amarelo, até o marrom escuro. Esse processo é conhecido
como desidrocloração.
Estado Vítreo
Transição vítrea (Tg)
Transição vítrea
patamar de elastômeros
fluência induzida
fluência livre
Temperatura de Cristalização – Tc
Matriz
Fibra
Figura 2.19 Deformação padrão na matriz circundante a uma fibra submetida a tração.
(CALLISTER 2001).
A matriz é responsável por fazer a ligação entre as fibras, e atua como meio de
distribuição das tensões para as fibras, pois apenas parte da carga é suportada pela matriz.
Uma outra função da matriz é de proteger as fibras contra agressões superficiais, pois podem
provocar defeitos como trincas, levando a falhas (GIBSON 1994).
baixo coeficiente de dilatação térmica, alta estabilidade térmica e alto alongamento até a
ruptura. A adição de pequenas quantidades de fibra na matriz pode apresentar sensível
aumento de tenacidade em materiais tipicamente frágeis. (MENICONI 2002). O E-Glass é a
forma de vidro mais usualmente estirado em fibras. Os diâmetros das fibras variam entre 3 a
20 µm (FOLKES 1982).
Figura 2.20 Formas usuais disponíveis em fibras de vidro para aplicação em compósitos
(POLYPLASTER, 2009).
Propriedades combinadas
Em geral, os reforços mais comuns são formados por fibras de vidro ou de carbono.
Defeitos de superfícies devido ao atrito entre superfície e material duro, assim como
exposição de partes de vidro à atmosfera, afetam as propriedades relativas à tração
(AGARWAL 1990).
23
Reforços híbridos
Esses compósitos são formados por combinações de fibras de materiais diferentes para
uma só matriz. As fibras podem ser combinadas de forma a obter um produto final com
propriedades específicas em função dos materiais empregados. Um compósito híbrido vidro-
carbono é mais rígido, mais resistente ao impacto, e de menor custo do que aqueles fabricados
somente em fibra de vidro ou carbono. (SOUSA 2007).
Para tornar seu custo mais competitivo, o corpo do componente compósito pode ser
uma estrutura híbrida composta de fibra de carbono e fibra de vidro numa matriz de epóxi.
Dutos podem ser fabricados através do processo de Enrolamento de Filamentos (SOUZA
2007), no qual as fibras reforçadas são impregnadas por uma resina de epóxi e aplicadas num
mandril girante com precisão nas orientações e espessuras.
Tubulações operando entre -30 e 80ºC, onde o diâmetro interno permite, podem ser
revestidas internamente por tinta epóxi bi-componente com 450 2m de espessura mínima
(KOEBSH 2009). O grande inconveniente dessa técnica é a dificuldade em conferir proteção
nas regiões das juntas soldadas. Uma das soluções em desenvolvimento consiste em revestir
internamente as juntas soldadas com o auxílio de robôs. Outra solução seria a instalação de
uma luva interna entre as tubulações antes da soldagem definitiva, que cobriria o revestimento
danificado pela soldagem.
Inércia química
Durante sua vida útil, um bom revestimento deve ser inerte quimicamente ao meio em
que se encontra imerso, mantendo sua aderência e resistência mecânica. Para que essas
características sejam avaliadas, os revestimentos podem ser submetidos a ensaios de imersão
25
Aderência
Um revestimento ideal seria aquele aderido ao substrato de tal forma que poderia ser
considerado com parte integrante da estrutura do material. A aderência é crítica quando o
revestimento é sujeito a meios erosivos ou corrosivos. Segundo (MUNGER 1984), falhas em
revestimentos orgânicos são diretamente proporcionais à falta de aderência. Quando a
aderência é fraca o revestimento gradualmente apresentará falhas por empolamento,
descolamento, delaminação por dilatação diferendial e corrosão sob o filme. De forma oposta,
revestimentos com aderência elevada podem resistir melhor aos ambientes que poderiam
afetar a sua integridade. A resistência ao impacto, abrasão, umidade, corrosão, produtos
químicos, permeabilidade e flexibilidade são sabidamente influenciadas pela aderência.
A aderência pode ser classificada em três tipos distintos: química, polar e mecânica. A
aderência química obtida pela reação química entre o substrato e o revestimento é considerada
a ligação mais eficiente. A aderência polar é originada pela atração magnética entre cargas
opostas do substrato e do revestimento, principalmente os revestimentos orgânicos. A
aderência mecânica está relacionada com a rugosidade da superfície e o perfil de ancoragem.
ORGÂNICOS INORGÂNICOS
Figura 2.21 Simplificação do mecanismo de funcionamento dos silanos (Adaptado de MUDRY
2009)
Resistência à erosão
N Densidade: 29 ºAPI;
N BS&W máximo: 27 %;
3.1.1 Temperatura
A temperatura de chegada do óleo mais elevada que as existentes atualmente poderia
até dispensar o seu aquecimento primário antes da separação das fases no Separador trifásico,
que opera em torno de 90ºC. A temperatura máxima de operação necessária em um sistema de
tratamento de óleo ocorre no Tratador eletrostático, onde o mecanismo de separação da água
em emulsão no óleo é função da temperatura e da densidade do óleo. O tratador eletrostático
estudado foi projetado para operar em 140ºC para tratar óleo pesado (17ºAPI). No entanto,
uma menor densidade esperada para o óleo (29ºAPI) permitiria operar o sistema com
temperatura máxima inferior à estabelecida para as condições definidas atualmente. A
temperatura máxima de operação do sistema proposto será então estabelecida para 150ºC. A
Figura 3.1 mostra a temperatura de chegada do óleo ao longo do ano.
Figura 3.1 Temperatura de saída do óleo do poço avaliado no TLD de 2008 (GUISSO 2009).
3.1.2 Pressão
O poço avaliado é surgente, ou seja, a própria pressão do reservatório realiza a
elevação do petróleo até a plataforma. A pressão de surgência de um poço de petróleo tende a
cair durante sua vida útil, tornando necessário o emprego de métodos auxiliares de elevação
como a utilização de gás lift e de bombas centrífugas submersas após certo tempo de
produção. Pode-se observar na Figura 3.2 essa característica. As variações bruscas entre os
patamares de queda gradativa observados são devidas a intervenções operacionais no controle
da pressão e na intervenção do poço.
Figura 3.2 Pressão de sugência do poço avaliado durante TLD de 2008 (GUISSO 2009).
Tabela 3.1 Relação dos pontos de processo avaliados e das condições operacionais estipuladas.
TEMPERA-
pCO2 [kPa]
pH2S [kPa]
PRESSÃO
TURA [ºC]
ÁGUA [%]
# [kPa]
23 Compressor (1º estágio) resfriador interestágio gás ácido úmido 2697 150 0 21,6 100,1
24 resfriador interestágio Depurador interestágio gás ácido úmido 2648 40 1 21,2 98,2
25 Depurador interestágio Compressor (2º estágio) gás ácido úmido 2648 40 0 21,2 98,2
26 Compressor (2º estágio) resfriador interestágio gás ácido úmido 6590 145 0 52,7 244,5
27 resfriador interestágio Depurador interestágio gás ácido úmido 6541 40 1 52,3 242,7
28 Depurador interestágio Adoçamento de gás gás ácido úmido 6541 40 0 52,3 242,7
29 Adoçamento de gás Comp.3º estágio/distribuição gás doce úmido 6541 40 0 0,0 0,0
30 Comp.3º estágio/distribuição resfriador interestágio gás doce úmido 14857 140 0 0,0 0,0
31 resfriador interestágio Desidratação de gás gás doce úmido 14808 40 1 0,0 0,0
32 Desidratação de gás injeção nos poços gás doce seco 14839 42 0 0,0 0,0
30
Com o objetivo de determinar as causas das taxas de corrosão, serão avaliados a seguir
os processos de deterioração mais comuns esperados para os materiais atualmente
empregados, considerando as condições de contorno estabelecidas.
a. CO2( ag ) Г H 2 O H 2 CO3( ag )
b. H 2 CO3( ag ) Г Fe H 2 Г FeCO3
Figura 3.3 a. Reação de dissociação do gás carbônico em meio aquoso. b.
Reação global de corrosão do aço em presença de ácido carbônico.
Para sistemas gasosos, foram desenvolvidos alguns modelos para previsão da corrosão
por CO2 em aço carbono. Um modelo simples e amplamente aplicado para uma avaliação de
ordem de grandeza da taxa de corrosão é o de De Waard and Milliams (WAARD 1991) que
explana o aumento da taxa de corrosão em função da pressão parcial de dióxido de carbono. A
Figura 3.4 mostra o comportamento da taxa de corrosão por CO2 calculada pelo modelo em
função da temperatura.
31
12
Velocidade de corrosão [mm/ano]
10
26
6 23
20
27
4
pCO2=200 kPa
24 pCO2=100 kPa
2
pCO2=50 kPa
21
pCO2=30 kPa
0 29
20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140
Temperatura [ºC]
Figura 3.4 Taxa de corrosão com formação de escama calculada pelo modelo De Waard and
Milliams com a função de escala. Esse modelo aplica-se a sistemas gasosos sem
cloretos com até 6%molar de CO2, pressão parcial de H2S de até 0,34 kPa(abs), sem
condensado de água, Temperatura entre 20ºC e 140ºC, pCO2(abs) entre 0,1 MPa e 60
MPa. (adaptado de WAARD 1991)
Pode-se notar que, após um limiar de temperatura, chamado de temperatura de escala,
existe uma redução da taxa de corrosão, contrariando o efeito esperado pela cinética de
reação. Este efeito é considerado no modelo devido ao inicio de uma região de formação de
produtos de corrosão estáveis, diminuindo a taxa de corrosão calculada. O mecanismo é
explicado pela diminuição da solubilidade do ácido carbônico e, conseqüentemente, do íon
CO3-, que tende a precipitar em forma de um carbonato de ferro (YIN 2007). Os pontos
críticos do processo avaliado são: 20 devido à temperaturas críticas; 23 e 26, por serem pontos
com pressão parcial e temperaturas elevadas e 27, por apresentar pressão parcial elevada.
eletroquímica. A Figura 3.5 indica o teor máximo de água no gás em função da temperatura e
da pressão para determinar a condensação de água.
Resfriamento após 1º estágio de compressão
20
Resfriamento após 2º estágio de compressão
23 26
Resfriamento após 3º estágio de compressão
30
21
24
27
31
Figura 3.5 Efeito da pressão e teor de água no ponto de orvalho do gás (PETROBRAS 2007) com
representação dos pontos pré e pós resfriamento de gás.
Pontos críticos
acima de 35% podem romper essa barreira, impedindo que o óleo exerça uma ação eficiente
na prevenção da corrosão.
Figura 3.6 Concentração de água produzida (BS&W) do óleo, durante TLD de 2008 (GUISSO
2009).
Em uma produção com razão gás-óleo menor que 890m3/m3 já se pode observar
reduções da taxa de corrosão, mas outros fatores também alteram este comportamento. A
mesma tendência é observada em gases com razão gás-água menores que 11,3 m3/Mm3
(SRINIVASAN 1996) A mitigação da corrosão nos sistemas de tratamento de óleo está
intimamente ligada à característica da fase oleosa. A coesão desta fase aumenta as
propriedades protetivas do óleo. Srinivasan define que a variação entre um óleo persistente,
meio persistente ou não persistente pode afetar a taxa de corrosão em até quatro vezes. Uma
inibição total é atingida em óleos persistentes com BS&W menores que 35% existe uma
inibição, devido à formação de um filme estável de óleo na superfície.
de gás dos EUA. Outro critério, considerado como corrosivo um gás cuja pressão parcial seja
superior a 0,05 PSIA. (NACE 2005)
Os ponos críticos do processo avaliado para presença de H2S são o Separador, para
tratamento de óleo e o adoçamento de gás.
Tabela 3.2 Resultados das análises de água produzida coletadas em 2008 (GUISSO 2009)
Os pontos críticos do processo com relação à velocidade do fluxo são: 1, 2, 10, 11, 12,
13, 15, 16, 20, 21, 23, 24, 26, 27, 30, 31 e 32.
óleo bruto produzido. Esses sedimentos podem potencializar os processos de deterioração por
erosão.
Tabela 3.3 Requisição de teste de resistência a fogo de tubulações em materiais não metálicos
para transporte de hidorcarbonetos com ponto de fulgor < 60ºC (adaptado de ABS
2009).
Casario, acomodações
Praça de máquinas e
Casa de bombas de
Tasnques de lastro
e salas de controle
Tanques de carga
sala de caldeiras
Tanques de óleo
Convés aberto
combustível
Cofferdams
carga
Linhas de tanques de carga NA L1 0 NA 0 0 NA L1(2)
Linhas de lavagem NA L1 0 NA 0 0 NA L1(2)
Linhas de Respiro (vent) NA NA 0 NA 0 0 NA X
Linhas de Processo NA NA 0 NA 0 0 NA L1(2)
Linhas de Água produzida NA NA 0 NA 0 0 NA L3(10)
Legenda:
NA Não aplicável (material não metálico não aceito)
L1 60 minutos de teste de resistência a fogo sob condições secas;
0 Teste de resistência a fogo não requerido
2 tanques de carga e hidrocarbonetos líquidos ou gás devem ser providos de
válvulas operadas à distância, quando aplicável.
X Materiais metálicos com Temperatura de fusão maior que 925°C
L3 30 minutos de teste de resistência a fogo sob condições secas;
10 Válvulas metálicas ESD com detecção de fogo, flash e shut down deverão ser
instaladas.
O critério de seleção de materiais padronizados para instalações offshore foi baseado
nestas limitações. A Petrobras, por exemplo, as inclui em suas especificações técnicas
próprias, como a ET-200.03, em conformidade com códigos das principais organizações
internacionais de construção, como a ASME e API e de segurança marítima, como a IMO. Os
materiais usados nessa especificação estão listados na Tabela 3.4. A aplicação de materiais
não metálicos atualmente limita-se a PVC, FRP e revestimentos orgânicos internos em aço-
carbono.
Tabela 3.4 Materiais recomendados pela ET-200.03, para instalações de produção de petróleo.
FAMÍLIA MATERIAL
,
3¹ ² Aço inox ASTM A312 Gr. TP 321 (B,C,E,F) ou ASTM A358 Gr. 321Cl 1 ou 3(G,H)
4 Aço-carbono API 5L Gr. B PSL1 (ASTM A105) (sobreespessura 1,6 mm)
5 Aço-carbono API 5L Gr. B PSL1 (ASTM A105) (sobreespessura 3,2mm)
6¹ Aço carbono ASTM A333 Gr. 6 (sobreespessura de 1,6mm)
7 Cu-Ni (Somente sistema naval para geradores e selo de gás inerte)
8 Aço-carbono API 5L Gr. B PSL1 (ASTM A105) galvanizado
9¹ Aço-carbono API 5L Gr. B PSL1 (ASTM A105) (sobreespessura 3,2 mm)
,
10¹ ² Aço-carbono API 5L Gr. B PSL1 (ASTM A105) (sobreespessura 1,6 mm)
38
FAMÍLIA MATERIAL
11² Aço-carbono API 5L Gr. B PSL1 (ASTM A105) com revestimento orgânico inerno
12 Aço super duplex ASTM A790/A928 (UNS 32760)
13 Aço super duplex ASTM A928 (UNS 32750)
14 Aço-carbono API 5L Gr. B (ASTM A105) revestido internamente com PE
15 Aço carbono Mariloy S-400 para sistema naval - sobre espessura 1,6 mm
20 PVC - Policloreto de vinila rígido
Tubo: ASTM D1785 PVC 1120. Conexões: ASTM D1784 classe 12454
21 CPVC - Policloreto de vinila clorado
Tubos: ASTM F441 CPVC 4120. Conexões: ASTM D1784 classe 23447
22 FRP - (resina termofixa reforçada com fibra de vidro)
Tubos, conexões e acessórios: ASTM F1173-01 Flanges: ASTM D4024-00(RTR-a;b c)
(T=90ºC a 110PSIG ou T=60ºC a 145PSIG)
23 FRP - (resina termofixa reforçada com fibra de vidro)
Tubos, conexões e acessórios: ASTM F1173-01 Flanges: ASTM D4024-00 (RTR-a;b c)
T=90ºC a 150PSIG ou T=60ºC a 230PSIG
24 FRP - (resina termofixa reforçada com fibra de vidro)
Tubos, conexões e acessórios: ASTM F1173-01 Flanges: ASTM D4024-00 (RTR-a;b c)
T=120ºC a 150PSIG ou T=90ºC a 125PSIG
25² RPVC – PVC extrudado reforçado ext.c/ resina poliéster e fibra de vidro (apenas
para instalações terrestres)
¹ material recomendado para sistemas de hidrocarbonetos gasosos;
² material recomendado para sistemas de hidrocarbonetos multifásicos.
10.Corrosão Microb.
TEMPERATURA [ºC]
6.Cavitação
pCO2 [kPa]
pH2S [kPa]
ÁGUA [%]
#
5.HIC
SERVIÇO (fluido)
tratamento de água produzida tratamento de óleo
Tabela 3.6 Materiais selecionados para o sistema de tratamento de gás, segundo a ET-200.03.
CONDIÇÕES DE PROJETO
TEMPERATURA [ºC]
PRESSÃO [kPa]
Material
pCO2 [kPa]
pH2S [kPa]
especificado
ÁGUA [%]
# segundo a
ET-200.03
De (orígem) Para (destino) SERVIÇO (fluido) (Apêndice 5)
19 Flotador/Vaso de rejeito oleoso Queima (flare) gás ácido úmido 343 105 2 2,7 12,7 inox. austenítico
20 Sep. Trifásico/Desgadeificador Resfriador de Gás gás ácido úmido 839 90 2 6,7 31,1 Aço-carbono
21 Resfriador de gás Vaso de Gás Combustível gás ácido úmido 804 40 2 6,4 29,8 inox. austenítico
22 Vaso de Gás Combustível Compressor (1º estágio) gás ácido úmido 785 39 0 6,3 29,1 Aço-carbono
tratamento de gás
23 Compressor (1º estágio) resfriador interestágio gás ácido úmido 2697 150 0 21,6 100,1 Aço-carbono
24 resfriador interestágio Depurador interestágio gás ácido úmido 2648 40 1 21,2 98,2 Aço-carbono
25 Depurador interestágio Compressor (2º estágio) gás ácido úmido 2648 40 0 21,2 98,2 Aço-carbono
26 Compressor (2º estágio) resfriador interestágio gás ácido úmido 6590 145 0 52,7 244,5 Aço-carbono
27 resfriador interestágio Depurador interestágio gás ácido úmido 6541 40 1 52,3 242,7 Aço-carbono
28 Depurador interestágio Adoçamento de gás gás ácido úmido 6541 40 0 52,3 242,7 Aço-carbono
29 Adoçamento de gás Comp.3º estágio/distribuição gás doce úmido 6541 40 0 0,0 0,0 Aço-carbono
30 Comp.3º estágio/distribuição resfriador interestágio gás doce úmido 14857 140 0 0,0 0,0 Aço-carbono
31 resfriador interestágio Desidratação de gás gás doce úmido 14808 40 1 0,0 0,0 Aço-carbono
32 Desidratação de gás injeção nos poços gás doce seco 14839 42 0 0,0 0,0 Aço-carbono
Família 9
Aço-C
Família 3
Austenítico
Figura 3.7 Critério de seleção de materiais para sistemas hidrocarbonetos líquidos multifásicos
COM presença de H2S (adaptado de PETROBRAS 2007).
Tabela 3.7 Materiais selecionados para os sistemas de tratamento de óleo e de água produzida,
segundo a ET-200.03.
CONDIÇÕES DE PROJETO
TEMPERATURA [ºC]
PRESSÃO [kPa]
Material
pCO2 [kPa]
pH2S [kPa]
especificado
ÁGUA [%]
# segundo a
ET-200.03
De (orígem) Para (destino) SERVIÇO (fluido) (Apêndice 5)
tratamento de água produzida tratamento de óleo
O sistema de água produzida trabalha com salinidade de quase 30% (quase saturado).
Assim, o aço Super Duplex (UNS S32760) não atende às especificações, pois apresenta
notada deficiência sob ação de cloretos.
Os polímeros, por outro lado, por pertencerem a outra classe de materiais, com
propriedades particulares e distintas dos metais, apresentam outros mecanismos de
deterioração . Enquanto a corrosão é o principal fator considerado na seleção de metais, os
polímeros em geral têm como principal limitação sua estabilidade físico-química em função
da temperatura. Dessa forma, seria incoerente avaliar essas duas classes de materiais segundo
os mesmos critérios. Portanto, a avaliação de cada meio para trabalhos com materiais
poliméricos levará em consideração os seguintes critérios:
43
3.4.1 Pressão
A pressão máxima de trabalho admissível é definida em função do processo, visando
otimizar o desempenho do processo, maximizando a deparação de fluidos, estabilidade
operacional e a eficiência energética do sistema. Devem ser consideradas as sobrepressões
oriundas da instabilidade operacional, como golpes de aríete ou pressões sub-atmosféricas
(vácuo).
3.4.2 Temperatura
A faixa de temperatura de trabalho é definida considerando os mesmos critérios
mencionados para a definição da pressão. Devem ser considerados os picos de temperatura
intrínsecos do processo, no caso de descontrole operacional.
3.4.3 Aplicação
Este critério avalia de forma subjetiva a necessidade de rapidez e disponibilidade de
recursos e tecnologia para instalação, montagem/aplicação e manutenção. Os níveis de
exigência estão definidos da seguinte forma
0 (não é importante): Falhas nesse desse nível não causam prejuízos relevantes
pessoais financeiros ou ambientais. Pode ser reparado em campanha.;
2 (propriedade requerida para condições severas): Falhas nesse nível causam prejuízos
pessoais ou ambienais. Requer reparo rápido.
3.4.4 Aderência
A aderência ao substrato metálico (para revestimentos) ou da fibra à matriz polimérica
(para compósitos) é um parâmetro importante para avaliar os pontos do processo com fluxo
multifásico turbulento ou com grandes variações de pressão. Falhas por aderência podem
expor o substrato (ou a fibra) ao meio corrosivo, potencializado a falha na região
desprotegida. Os níveis de exigência para esta propriedade estão definidos da seguinte forma:
0 (não é importante): Falhas por aderência nesse desse nível não causam prejuízos
relevantes pessoais financeiros ou ambientais. Pontos do processo sem variações de fluxo e
pressão consideráveis. Falhas no revestimento não comprometem a integridade do sistema.
44
2 (propriedade requerida para condições severas): Falhas por aderência nesse nível
podem levar à falhas em curto prazo, com risco pessoal ou ambiental de vazamento.
3.4.5 Degradação
O parâmetro resistência à degradação química e térmica avalia qualitativamente o
potencial de reação do fluido processado em contato com os equipamentos, nas condições
críticas de temperatura e pressão. Os níveis de exigência para esta propriedade estão definidos
da seguinte forma:
3.4.6 Erosão
O parâmetro resistência à erosão avalia qualitaivamente o potencial de resistência da
superfície ao impacto do fluido de processo. Depende fundamentalmente da natureza do
fluxo, como fluidos multifásicos em velocidade superior a 1m/s apresentam maior tendência a
este tipo de deterioração. Os níveis de exigência para esta propriedade estão definidos da
seguinte forma:
0 (não é importante): Falhas por erosão nesse desse nível não causam prejuízos
relevantes pessoais financeiros ou ambientais. Pontos do processo sem vazões ou fluidos que
comprometam a integridade da superície de contato. Exposição do substrato não compromete
a integridade do sistema. Enquadram-se nesse nível fluidos unifásicos es escoamentos
laminares ou estagnados, escoamentos unidirecionais ou laminares, velocidades inferiores a 1
m/s.
2 (propriedade requerida para condições severas): Falhas por erosão nesse nível
podem levar à falhas em curto prazo, com risco pessoal ou ambiental de vazamento.
Enquadram-se nesse nível fluidos com sólidos em suspensão como sedimentos ou cristais de
sais saturados, gases com líquidos condensados em velocidades superiores a 1 m/s em
regimes turbulentos com mudanças bruscas de direção.
Tabela 3.8 Mapeamento das propriedades requeridas por um material orgânico em cada condição
estabelecida.
CONDIÇÕES DE PROJETO Prop. REQUERIDAS
TEMPERATURA [ºC]
RES.DEGRADAÇÃO
PRESSÃO [kPa]
RES. EROSÃO
INSTALAÇÃO
ADERÊNCIA
#
23 Compressor (1º estágio) resfriador interestágio gás ácido úmido 2697 150 2 1 1 1
24 resfriador interestágio Depurador interestágio gás ácido úmido 2648 40 2 1 1 1
25 Depurador interestágio Compressor (2º estágio) gás ácido úmido 2648 40 2 2 1 1
26 Compressor (2º estágio) resfriador interestágio gás ácido úmido 6590 145 2 2 1 1
27 resfriador interestágio Depurador interestágio gás ácido úmido 6541 40 2 1 1
28 Depurador interestágio Adoçamento de gás gás ácido úmido 6541 40 2 1
29 Adoçamento de gás Comp.3º estágio/distribuição gás doce úmido 6541 40 2 2
30 Comp.3º estágio/distribuição resfriador interestágio gás doce úmido 14857 140 2 2
31 resfriador interestágio Desidratação de gás gás doce úmido 14808 40 2 2
32 Desidratação de gás injeção nos poços gás doce seco 14839 42 2 1
Outra opção para especificar materiais não metálicos em ambientes mais agressivos
que os admitidos na ET-200.03 é utilizar os critérios estabelecidos em PETROBRAS 2000).
46
Estão incluídas nessa especificação técnica os polímeros reforçados com fibra de vidro
flangeadas, conforme ANSI B 16.5, de classe de pressão até 1500# (10 MPa), diâmetros
nominais ate 48” e temperatura de projeto de -20GC até 93GC. Também estão incluídos alguns
termoplásticos conforme ISO 3663, como polipropileno, polietilenos, Cloreto de Polivinila,
Poliamida e Politetrafluoretileno.
Tabela 3.9 Algumas propriedades de materiais não metálicos estabelecidas (PETROBRAS 2000)
Material Módulo de Massa específica Velocidade do som
elasticidade
PVC 0,23 MPa 1439 kg/m3 399 m/s
PP 0,15 MPa 913 kg/m3 405 m/s
HDPE 0,069 Mpa 941 kg/m3 270 m/s
FRP 3,52 Mpa 1938 kg/m3 1347 m/s
NYLON 0,35 Mpa 1536 kg/m3 477 m/s
Figura 3.8 Classificação dos tipos de falha presentes no teste de aderência por tração conforme
ISO 4624 (QUINTELA 2006).
períodos de 10 minutos. Para cada ângulo de incidência, foram testadas duas amostras de cada
revestimento. As taxas de erosão foram determinadas para cada amostra individualmente,
através da perda de massa acumulada em função da massa de abrasivo projetado contra a
superfície de teste, expressa em gramas de revestimento perdido por gramas de abrasivo
impactado contra a amostra. A perda de massa da amostra de revestimento, devido à erosão,
foi determinada através da pesagem das amostras antes e após os ensaios. A taxa de desgaste
por erosão foi avaliada em corpos de prova novos e após os ensaios de imersão.
3.6.1 Pressão
A pressão máxima de trabalho admissível é determinada por norma em função do
material, da espessura da alma e da forma do componente. Por exemplo, tubulações de
pequeno diâmetro permitem pressões mais elevadas que equipamentos de grande porte
fabricados com o mesmo material. Dessa forma, os revestimentos não influenciam nesse
aspecto.
3.6.2 Temperatura
A temperatura máxima de trabalho admissível é aquela que o material pode operar em
regime permenente, mantendo sua estabilidade físico-química. Serão adotadas as temperaturas
determinadas por norma de fabricação, que apresentam um coeficiente de segurança
associado. Para os termoplásticos é inferior à Tm. Para os termofixos, inferior à Tz.
3.6.3 Aplicação
Este critério avalia de forma subjetiva a adequação do material quanto a sua
instalação, montagem/aplicação e manutenção. Os materiais avaliados foram classificados
segundo os seguintes níveis de exigência:
3.6.4 Aderência
Os materiais avaliados foram classificados segundo os seguintes níveis de exigência:
3.6.5 Degradação
Os materiais avaliados foram classificados segundo os seguintes níveis de exigência:
3.6.6 Erosão
Os materiais avaliados foram classificados segundo os seguintes níveis de exigência:
0 (material não atende): perda de massa em esnaio de erosão superior a 300 g/g.
Tabela 4.1 Campo de aplicação atual dos materiais não metálicos em sistemas de tubulação no
E&P, em função da classe de pressão (adaptado de ET-200.03).
PVC – Poli Cloreto de Vinila Rígido (ASTM D1784 classe 12454 e ASTM D1785 PVC
1120) (NBR-5688)
Aplicado em sistemas de água gelada, água industrial (doce e não corrosiva ou salgada
e desaerada), dreno sanitário, água potável, esgoto sanitário e injeção química corrosiva
(hipoclorito de sódio) na Petrobras sob a especificação B20, atendendo as condições
estabelecidas pela Figura 4.1.
4.000
3.000
2.000
1.000
0
0 5 10 15 20 25 30 35 40
Temperatura [ºC]
5.000 1" ET
Pressão máxima admissível [kPa]
2" ET
4.000 4" ET
8" ET
3.000
1/2"
2.000 1"
2"
1.000 4"
8"
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80
Temperatura [ºC]
temperatura de 25ºC, condições muito abaixo das requeridas para as condições do E&P,
inviabilizando seu emprego devido a diversos fatores, como degradação térmica, fluência e
permeabilidade à H2S. Contudo o PVC e o CPVC atualmente utilizados podem ser otimizados
para operar condições propostas pela Figura 4.1 e Figura 4.2. Pode-se observar que, em
temperaturas inferiores à máxima de cada faixa de trabalho, o material resistiria a pressões
superiores à máxima estabelecida.
FRP – Plástico Reforçado com Fibra de Vidro (ASTM F1173-01) (API 15 LR):
1400 RPVC
(25)
1200
1000
800
600
400
200
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120
Temperatura [ºC]
Tabela 4.2 Resumo dos resultados obtidos em laboratório com revestimentos orgânicos como
proteção anticorrosiva da área interna de tubulações de aço carbono para sistemas de reinjeção de água
produzida que operam a temperaturas de 90, 120 e 150ºC (QUINTELA 2006).
O tipo de falha observado nos revestimentos após os ensaios de imersão foi, de forma
predominante, o trincamento. Poucas amostras apresentaram empolamento. Entretanto, a
inspeção em MEV da seção transversal dos corpos de prova, revelou evidências de
delaminação do revestimento, muitas vezes, em corpos de prova que não apresentavam falhas
visíveis na superfície da película. A ocorrência dessas falhas aumentou de forma diretamente
proporcional com o aumento da temperatura dos ensaios de imersão. O Fibrecrete 218
(Sauereisen) foi o único revestimento que se apresentou totalmente isento de falhas (trincas,
empolamento ou delaminação) após 2.000 horas de imersão a 150 ºC. No entanto, os
revestimentos Flake Glass 500 EN (Resinar), Belzona 1591, Belzona 1522, ARC 855 HT
(Chesterton) e IPC ME 35 (Nova Coating) apresentaram aspecto visual e aderência ao
substrato em condições satisfatórias para serem empregados em sistemas de água produzida
que operam nesta temperatura (QUINTELA 2006), condição esta mais corrosiva que a
apresentada no presente trabalho.
Aderência avaliada
Tabela 4.3 Resultado do ensaio de aderência por tração, conforme a norma ISO 4624
(QUINTELA 2006)
59
Na Figura 4.4 são apresentadas as taxas de desgaste erosivo dos materiais (para os
ângulos de incidência de 45 e 90º), obtidas antes e após a submissão dos corpos de prova aos
ensaios de imersão.
Figura 4.4 Taxa de desgaste por erosão em função do ângulo de incidência. (QUINTELA 2006)
Segundo (FINNIE 1995), materiais que apresentam taxas de erosão crescentes com a
diminuição do ângulo de incidência apresentam comportamento dútil.
25.000
20.000
15.000
10.000
5.000
0
0 10 20 30 40 50 60 70
Temperatura [ºC]
H11 6"
35000 H11 8"
H11 10"
H11 12"
30000
20000
15000
10000
5000
0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110 120 130 140 150 160 170
Temperatura [ºC]
Figura 4.6 Limitação da pressão máxima de trabalho admissível do Aço-C com revestimento
orgânico em função da temperatura, considerando diferentes classes de pressão (ET-
200.03)
Tabela 4.4 Revestimentos orgânicos especificados para sistemas de água produzida (ET-200.03)
Belzona® 1591
Esta resina epóxi novolac reforçada com carbeto de silício é aplicada por
espalhamento manual. Esse método demanda muito tempo de trabalho e a espessura obtida
não é uniforme. Citando como exemplo prático, esta resina foi aplicada em Junho de 2006 no
Separador de produção da plataforma P-26, como proteção anticorrosiva na zona de água
produzida, conforme pode ser observado na Figura 4.7. Este equipamento opera sob pressão
de 1 MPa e temperatura entre 90 e 120 ºC até a presente data sem descontinuidade aparente.
Sua parada para inspeção interna está prevista para Setembro de 2009.
63
Figura 4.8 Amostra do revestimento Belzona 1591 em corte transversal, submetido a exame
visual por MEV, após ensaio por imersão em 150ºC por 2000h (QUINTELA 2006).
Discussão: ensaios realizados pelo fabricante indicaram resistência satisfatória em até
180ºC de operação contínua. Contudo, seu uso como revestimento interno em tubulações não
é viável, devido à sua metodologia de aplicação limitada em locais de difícil acesso. Portanto,
essa opção pode ser adequada para equipamentos revestidos de fábrica com superfície a
proteger acessível à aplicação manual, operando em até 150ºC.
64
Belzona® 1522
Esta resina epóxi fenol novolac bi-componente reforçada com carbeto de silício pode
ser aplicada por airless, com camada única (na versão 1521 atual) com tempo de secagem em
4 horas e cura total com poliamina em 1 dia.
Figura 4.9 Amostra do revestimento Belzona 1522 em corte transversal, submetido a exame
visual por MEV, após ensaio por imersão em 150ºC por 2000h (QUINTELA 2006).
Discussão: é indicado para vasos de pressão em geral e tubulações acima de 36” de
diâmetro. Apresenta resistência química satisfatória para as condições estabelecidas, exceto
para trabalhos com Metanol e ácidos (HITA 2001), o que pode inviabilizar seu emprego em
presença de ácido carbônico gerado pelo CO2, bem como no sistema de desidratação de gás,
devido a presença de glicol.
Fibrecrete® 218
Figura 4.10 Amostra do revestimento Fibrecrete 218 em corte transversal, submetido a exame
visual por MEV, após ensaio por imersão em 150ºC por 2000h (QUINTELA 2006).
Discussão: o Fibrecrete 218 é indicado para ambientes agressivos, especialmente em
altas concentrações de ácido sulfúrico. Recomendado também para aplicações onde
perturbações no processo podem levar a resfriamento criogênico. Devido ao seu baixo
desempenho nos ensaios de aderência, sua aplicação não é recomendada para sistemas de
transporte, onde a velocidade do fluido multifásico e as variações de pressão são elevadas.
Regiões de estagnação de fluxo e de regimes permanentes, como vasos de pressão com tempo
de residência considerável são as condições mais indicadas para aplicação desse tipo de
revestimento.
IPC ME35®
Figura 4.11 Amostra do revestimento IPC ME35 em corte transversal, submetido a exame visual
por MEV, após ensaio por imersão em 150ºC por 2000h (QUINTELA 2006).
Com relação aos ensaios de erosão, foi o revestimento que apresentou a menor perda
de massa.
Discussão: dessa forma, o IPC ME35 pode ser indicado para revestimento antierosivo
em pontos críticos do sistema, com fluidos com presença de areia, cristais de sais saturados e
resíduos da formação, desde que este revestimento seja aplicado sobre primer fenólico,
melhorando a aderência ao substrato e reduzindo a possibilidade de delaminação do
revestimento em serviço, evidenciada pelos ensaios. A dificuldade da aplicação em campo,
associado com a heterogeneidade entre o revestimento base e eventuais reparos depreciam
essa opção para revestimento interno de equipamentos.
DEGRADAÇÃO EM
ADMISSÍVEL [kPa]
MÀX.TRABALHO
RESISTÊNCIA À
ADERÊNCIA AO
TEMPERATURA
0: Não atende
INSTALAÇÃO
SUBSTRATO
PRESSÃO
1: Atende em condiçõoes satisfatórias
SERVIÇO
EROSÃO
2: Atende em condições severas
[ºC]
NORMA DE MATERIAL
INDICAÇÕES CONTRA-INDICAÇÕES
FABRICAÇÃO AVALIADO
ASTM D1784
Sistemas de água em geral não
classe 12454 e
aquecida: gelada, industrial, potável, Temperaturas superiores a 40ºC
ASTM D1785 PVC 848 40 1 1 0 0
esgoto sanitário e linhas de injeção Fluidos Combustíveis
PVC 1120)
química corrosiva (hipoclorito de sódio)
(NBR-5688)
MATERIAIS NÃO METÁLICOS INTEGRAIS
Tabela 4.6 Resumo da adequação dos materiais orgânicos avaliados em função das características
requeridas em cada condição do processamento primário do Petróleo.
PVC CPVC RPVC FRP PE B 1591 B 1522 F 218 IPC ME35
AVALIAÇÃO FINAL
AVALIAÇÃO FINAL
AVALIAÇÃO FINAL
AVALIAÇÃO FINAL
AVALIAÇÃO FINAL
AVALIAÇÃO FINAL
AVALIAÇÃO FINAL
AVALIAÇÃO FINAL
AVALIAÇÃO FINAL
#
tratamento de água produzida tratamento de óleo
1 Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende
2 Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende
3 Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Atende Não atende
4 Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Atende Não atende
5 Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Atende Não atende
6 Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Atende Não atende
7 Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Atende Não atende
8 Não atende Não atende Não atende Ver. PxT Não atende Atende Atende Atende Atende
9 Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Atende Atende Atende Atende
10 Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Atende Atende Atende
11 Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Atende Não atende
12 Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Atende Atende Atende
13 Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Atende Atende Atende
14 Não atende Atende Atende Atende Atende Atende Atende Atende Atende
15 Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Atende Não atende
16 Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Atende Não atende
17 Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Atende Não atende Atende Não atende
18 Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Atende Não atende Atende Não atende
19 Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Atende Não atende
20 Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Atende Atende Não atende
21 Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Atende Atende Não atende
22 Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Atende Não atende
tratamento de gás
23 Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Ver. PxT Ver. PxT Não atende
24 Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Ver. PxT Ver. PxT Não atende
25 Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Ver. PxT Não atende
26 Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Ver. PxT Não atende
27 Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Ver. PxT Ver. PxT Não atende
28 Não atende Não atende Não atende Ver. PxT Não atende Não atende Ver. PxT Ver. PxT Não atende
29 Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Ver. PxT Não atende
30 Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende
31 Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende
32 Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Não atende Ver. PxT Ver. PxT Não atende
69
7.0 REFERÊNCIAS
ABS Guide For Building And Classing Facilities On Offshore Installations, American
Bureau of Shipping. Houston, 2009.
ASHBY, M. F. “Technology in the 1990s: Advanced Materials and Predictive Design”
Philosophical Transactions of the Royal Society of London, A322 (1987): 393-407.
ASM International METALS HANDBOOK Volume 2 Properties and Selection Nonferrous
Alloys and Special Purpose Materials 1988.
API 5L Specification for Line Pipe 44th ed. October 2007.
API 15 LR Low Pressure Fiberglass Line Pipe and Fittings 7th ed. August 2001.
API 571. Damage mechanisms affecting fixed equipments in the refining industries.
Washiongton, D.C., December 2003.
ARNOLD, K.; STEWART, M. Surface production operations Volume 1: Designing of oil
handling facilities. 2ª edição. Butterworth-Heinemann, 1998.
ASTM D1784 classe 12454 Standard Specification for Rigid Poly(Vinyl Chloride) (PVC)
Compounds and Chlorinated Poly(Vinyl Chloride) (CPVC) Compounds 8th ed.
November 2008.
ASTM D1785 PVC 1120 Standard Specification for Poly(Vinyl Chloride) (PVC) Plastic
Pipe, Schedules 40, 80, and 120 6th ed. May 2006.
ASTM F439 Standard Specification for Chlorinated Poly (Vinyl Chloride) (CPVC)
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