Aula 1 - Conceitos Históricos Do Comportamento Anormal
Aula 1 - Conceitos Históricos Do Comportamento Anormal
Aula 1 - Conceitos Históricos Do Comportamento Anormal
A "loucura" é uma produção histórica dependendo da estrutura de maior poder no momento, aonde
essa estrutura detém o poder de definir o que é normal e o que é patológico.
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Transtorno psicológico
Sofrimento subjetivo ou prejuízo - para ser caracterizado assim o indivíduo tem que estar
demasiadamente perturbado.
Somente este critério não define o comportamento anormal.
Em uma situação de mania a pessoa não sentirá sofrimento ou angústia, por exemplo.
Atípico ou socialmente inesperado - aos olhos da sociedade quanto mais você for produtivo, mais
excentricidade ela vai tolerar.
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Tradição sobrenatural - fenômenos eram vistos como punição de Deus, o comportamento hoje
chamado de psicopatologia era entendido como um reflexo entre a batalha entre o bem e o mal.
Quando confrontados com o inexplicável, com o comportamento irracional, com o sofrimento e a
revolta, as pessoas identificam o mal.
O comportamento das pessoas antigamente era vista como possessão ou culpa das bruxas.
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Tradição biológica
A partir dos gregos, a pergunta "que Deus ofendi ou que entidade pune pelo quê?" Será substituída
pela busca de um "órgão" acometido, Pela base física da doença.
Hipócrates diz que os transtornos psic. Poderiam ser tratados como qualquer outra doença.
Para ele eram causados por patologias cerebrais ou por traumas na cabeça e hereditariedade
familiar.
Galeno usava a teoria humoral dos transtornos , desequilíbrio bile , bile negra , sangue e tals
Melancólica, fleumático , colérico e sanguíneo.
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Médica moderno
Ascensão do racionalismo
Ciência passa predominantemente a dominar e cria a expectativa que o homem poderia controlar
as forças naturais , curar as doenças e, quem sabe , atingir a imortalidade.
Franz Joseph Gali - criador da frenologia considerando que o cérebro tinha diferentes órgãos que
ocupavam determinadas áreas . E cada um era responsável por uma característica da personalidade
conforme a forma, tamanho e proporção de estruturas faciais e cranianas.
Com o tratamento moral - era a oposição aos tratamentos físicos utilizados na época e pode ser
entendido como psicológico.
O tratamento humano e digno declinou a partir do final do século XIX em função de uma
convergência de fatores.
Com o aumento do número de doenças mentais, tornando os hospitais psiquiátricos "depósitos de
gente"
Tratamento adequado era dispendioso e trabalhoso
E não era de interesse de o governo investir.
No sec. XX, com as observações de crises epiléticas podiam atenuar sistemas psicóticos.
Em 1938 Cerleti e Bini utilizavam eletricidade para induzir crises epiléticas controladas. Conhecido
como eletrochoque ou eletroconvulsoterapia sendo amplamente utilizado em hospitais psiquiátricos
em pacientes que davam mais "trabalho"
Entre 1940 e 1950, Egas Moniz propôs o tratamento de quadros psicóticos e obsessivo -compulsivos
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Entre 1940 e 1950, Egas Moniz propôs o tratamento de quadros psicóticos e obsessivo -compulsivos
intratáveis com o uso da lobotomia, sendo a destruição da substância branca dos lobos frontais.
Uns tinham melhoras nos sintomas outros apresentavam complicações cirúrgicas graves e alterações
de personalidade.
Brasil colônia - nessa época a maioria dos loucos eram tratados por curandeiros ou sacerdotes
católicos (jesuítas) , não representavam risco e eram tolerados em espaços públicos, os agressivos
eram levados a santa casa e prisões onde eram encarcerados.
Brasil imperial - assistência social como caridade (ordens religiosas) ou como forma de sanear o
espaço público.
Primeira denúncia de insalubridade nos portões de tratamento a doentes mentais na santa casa
(1835)
1881 - criação de disciplina de doenças mentais nas faculdades de medicina do rio de janeiro e
Bahia.
Antônio Luis da Silva denunciou os maltrato feitos pela santa casa no rio de janeiro, tanto no
convívio social como um lugar sem limpeza, revelando o acorrentamento no tronco e repressão dos
enfermos. E solicitou um lugar adequado para recebê-los.
Século XX - é fundada a liga brasileira de higiene mental em 1923 por Gustavo Riedel
Programas de intervenção era xenofóbico, racista, antiliberal e eugenista.
Asilamento se torna mais frequente ETC (eletrochoque) e lobotomia são muito usados.
Reforma psiquiátrica italiana - criação da expressão saúde mental antes o que era loucura e doença
hoje passa a se tornar sofrimento psíquico ou mental (uma pessoa que está em sofrimento) ,
surgindo a descrição saúde mental usada até hoje.
Século XX - a doença mental se torna objeto de lucro, uma mercadoria. Na parte farmacêutica com
os remédios.
A loucura se torna doença, alienação, desajuste e irracionalidade e perversão pelos saberes médicos
Manicômio se torna expressão para essa forma de controle, violência, exclusão e desumanização do
indivíduo.
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A ideia de que o cuidado a saúde deve ser feito no território e na comunidade, tendo equipamentos
substitutiva de assistência e saúde mental. (Substituindo o manicômio) focando na prevenção e
promoção da saúde e inserindo o indivíduo novamente na sociedade.
Envolvendo 4 dimensões :
• teórico-conceitual: construir teorias que embasem as práticas propostas.
• Técnico-assistencial: foco em fornecer atendimento e cuidado em saúde mental.
• Jurídico-político: foco nas leis que garantem os direitos.
• Sociocultural: mudar as concepções e estereótipos acerca da loucura em si.
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Nise da Silveira - médica e psiquiátrica que não concordava com os tratamentos daquela época, que
criou ateliês de pintura e modelagem trabalhando com os clientes.
Era contra o modelos manicomial e apontava os problemas da pobreza e desigualdade e a promoção
da saúde.
A reforma psiquiátrica tem a função de mostrar que as pessoas tem que receber um tratamento
humano e não devem ser excluídas da sociedade.
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