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Resumo

Outros Anti-
hipertensivos
Resumo de Outros Anti-hipertensivos 2

1. Vasodilatadores Diretos

São medicamentos que elaxam a musculatura lisa → Dilatação arteriolar →


Redução da resistência vascular periférica (RVP). Alguns vasodilatadores também
podem promover uma dilatação venosa, como exemplo temos o Nitroprussiato e os
Nitratos.

Necessitam de associação necessária a β-bloqueadores e diuréticos a fim de


evitar o reflexo renal de absorção de sal e água e reduzir os efeitos cardiovasculares
reflexos.

Mecanismos de ação:

✓ Liberação de NO a partir de fármaco ou do endotélio. Exemplos: Nitroprusseto,


hidralazina, nitratos, histamina, acetilcolina.
✓ Redução do influxo de cálcio. Exemplos: Verapamil, diltiazen, nifedipino
✓ Hiperpolarização da membrana do musculo liso por meio de canais de potássio.
Exemplos: Minoxidil, diazóxido.
✓ Ativação de receptores de dopamina. Exemplos: Fenoldopam

Classificação:

Nitratos

✓ Orais: Hidralazina e Minoxidil.


✓ Parenterais: Diazóxido, Nitroprussiato e Fenoldopam.

Hidralazina:

✓ Mecanismo de ação: dilatação do músculo liso arteriolar.


✓ Farmacocinética: boa absorção, rápida metabolização, baixa biodisponibilidade
(25%), meia-vida de 3 horas (efeitos vasculares persistem).
✓ Administração: 2-3x/dia (40-200mcg).
✓ Reações adversas: cefaleia, náuseas, palpitações, sudorese, rubor, anorexia,
taquicardia, hipotensão, tontura. Em paciente com cardiopatia isquêmica, pode
causar angina ou arritmia. Pode causar também reações imunológicas, das quais

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a síndrome Lúpus-like (artralgia, mialgia, rash cutâneo e febre) é a mais comum,


apesar de rara.
✓ Indicações terapêuticas: seu papel na hipertensão diminuiu acentuadamente
com a introdução de novas classes de anti-hipertensivos. Pode ter alguma
utilidade no tratamento de alguns pacientes com hipertensão grave.

Minoxidil

✓ Mecanismo de ação: é metabolizado pela sulfotransferase hepática em N-O


sulfato de minoxidil, que relaxa o músculo liso vascular (dilatação arteriolar)
através da abertura de canais de potássio (o efluxo de potássio hiperpolariza a
célula e relaxa o músculo). Leva à estimulação simpática reflexa (retenção de sal
e água).
✓ Indicações terapêuticas: reservado para hipertensão grave que responde
precariamente a outras medicações, sobretudo em pacientes do sexo masculino
com insuficiência renal. Deve ser administrado concomitantemente com um
diurético para evitar retenção hídrica e com uma agente simpaticolítico para
controlar os efeitos cardiovasculares reflexos.
✓ Eventos adversos: retenção de líquido e sal, taquicardia, palpitação, angina,
edema, cefaleia, sudorese, hipertricose.

Nitroprussiato de sódio

✓ Mecanismo de ação: é um nitrovasodilatador, que atua através da liberação de


NO. Causa dilatação arteriolar e venosa.
✓ Farmacocinética: é uma molécula instável (sensível à luz), deve ser administrado
de forma de infusão intravenosa contínua, efeitos duram de 1-10 minutos.
✓ Dose inicial de 0,5mcg até 10mcg/Kg/min.
✓ Monitorar PA intrarterial.
✓ Efeitos adversos: hipotensão, acúmulo de cianeto (acidose metabólica e
arritmias) – associar ao tiossulfeto de sódio (auxilia no metabolismo do cianeto,
evitando o acúmulo).

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✓ Indicações terapêuticas: é utilizado principalmente no tratamento de


emergências hipertensivas, mas pode também pode ser também utilizado em
muitas situações, quando se deseja obter uma redução a curto prazo da pré-
carga e/ou pós-carga cardíaca.

Diazóxido

✓ Mecanismo de ação: promove dilatação arteriolar (ação longa), através da


abertura de canais de potássio (estabilização de membrana).
✓ Farmacocinética: apresenta meia-vida de 24h, efeito hipotensor tem início em 5
minutos.
✓ Dose: 50-150mg (BIC 15-30mg/min).
✓ Efeitos colaterais: hipotensão, angina, insuficiência cardíaca, inibição da
liberação de insulina e risco de aparecimento de insulinoma.
✓ Indicações terapêuticas: era utilizado no tratamento das emergências
hipertensivas, mas não é mais em parte por causa do risco de quedas abruptas
na pressão arterial quando eram usadas grandes doses em bolo do fármaco.
Atualmente outros fármacos são preferidos para a administração parenteral no
controle da hipertensão. É administrado por via oral para tratar pacientes com
várias formas de hipoglicemia (inibe a liberação de insulina no pâncreas).

Fenoldopam

✓ Mecanismo de ação: é um agonista de dopamina 1 (D1), levando à dilatação


arteriolar. Possui ação diurética por aumento do fluxo de sangue renal
(vasodilatação preferencial nos vasos renais).
✓ Meia-vida: 10 minutos.
✓ Administração via BIC: 0,1mcg/Kg/min até 1,6mcg/Kg/min.
✓ Efeitos adversos: taquicardia reflexa, cefaleia, rubor, elevação da pressão
intraocular (atenção em pacientes com glaucoma).
✓ Indicações terapêuticas: pode ser usado com segurança nas emergências
hipertensivas e pode ser particularmente benéfico em pacientes com
insuficiência renal.

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2. Simpaticoplégicos de ação central


Reduzem a carga simpática no organismo e causam queda da pressão sanguínea,
em parte por inibição da liberação da norepinefrina e em parte por uma ação central.
Atuam no controle barorreceptor e tronco encefálico

Metildopa

✓ Metabólito ativo: alfa-metilnorepinefrina. “Falso” transmissor na fenda sináptica


(ação efetora).
✓ Mecanismo de ação: a metildopa é captada pelos neurônios adrenérgicos e
convertida no falso transmissor α-metilnorepinefrina. A alfa-metilnorepinefrina
irá competir com a norepinefrina (NE) na fenda sináptica ocupando seu sítio de
ligação, entretanto a primeira não possui a ação efetora da segunda, levando
assim a uma diminuição da ação simpática.
✓ Efeito máximo: 4-6 horas (pode durar até 24h, devido ao metabólito ativo
armazenado).
✓ Efeitos colaterais: sedação (principal), pesadelos, depressão, vertigem, sinais
extrapiramidais, interferência na lactação.
✓ Indicações terapêuticas: por estar associada a um risco de reações hemolíticas e
hepatotoxicidade, é pouco utilizada, exceto para a hipertensão no final da
gravidez, em que existe uma experiência considerável e sem sinais de perigo para
o feto.

Clonidina

✓ Mecanismo de ação: esse fármaco estimula o subtipo α2A dos receptores α2-
adrenérgicos no tronco cerebral, levando a redução na corrente simpática
oriunda do SNC. Em doses maiores, ativa também os α2B- receptores nas células
do músculo liso vascular, causando vasoconstrição. No geral, reduz o tônus
simpático (hipotensão e bradicardia) e reduz a FC e DC de forma mais efetiva que
a metildopa.
✓ Inicialmente, eleva a PA (agonista alfa vascular)

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✓ Cronicamente, reduz a PA (agonista alfa central)


✓ Reduz o tônus simpático (hipotensão e bradicardia)
✓ Reduz a FC e DC (de forma mais efetiva que a metildopa)
✓ Farmacocinética: lipossolúvel, meia-vida curta.
✓ Administração: 2x/dia.
✓ Efeitos colaterais: efeitos pressores, tanto hipertensão quanto hipotensão
(superdosagem), ressecamento da boca xerostomia, sedação, depressão,
hipotensão postural, disfunção erétil, pesadelos, inquietação, síndrome da
retirada.
✓ Interação medicamentosa: uso concomitante de antidepressivos tricíclicos leva
ao bloqueio do efeito anti-hipertensivo).

Fonte: Rang & Dale, 2016

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Simpaticoplégicos de ação central


Absorvido lentamente pela boca
Precursor de Hipotensão, sonolências, diarreia,
Hipertensão na Excretado na forma inalterada ou
Metildopa falso disfunção erétil,
gravidez como conjugado
transmissor hipersensibilidade
T1/2 plasmático ~ 6h
Bem absorvido oralmente
Sonolência, hipotensão
Agonista parcial Hipertensão, Excretado inalterado e como
Clonidina ortostática, edema e aumento de
α2 enxaqueca conjugado
peso, hipertensão resistente
T1/2 plasmático ~ 12h
Tabela : Fármacos simpaticoplégicos de ação central.

Fonte: Rang & Dale, 2016

3. Bloqueadores adrenérgicos
Impedem a liberação de NE na fenda sináptica:

Guanetidina

✓ Mecanismo de ação: entra pela NET (transportador da NE), e substitui a NE na


vesícula dentro da terminação nervosa. Além disso, concentra-se também nas
vesículas sinápticas por meio do transportador vesicular VMAT, possivelmente
interferindo na sua capacidade exocitótica e também deslocando a NE.

✓ Meia-vida: 5 dias.

✓ Dose: aumentar no mínimo a cada 2 semanas (simpaticoplegia gradual).

✓ Efeitos colaterais: hipotensão postural, ejaculação tardia ou retrógrada, diarreia


(predomínio parassimpático), congestão nasal. Feocromocitoma (crise
hipertensiva).

✓ Interação medicamentosa: cocaína, anfetamina, tricíclicos, e fenoxibenzamina


→ bloqueiam o feito da guanetidina. Uso de simpaticomiméticos → hipertensão.

✓ Indicações terapêuticas: não é mais usada clinicamente na hipertensão, pois há


fármacos anti-hipertensivos superiores. Embora sejam extremamente eficazes
na redução da pressão sanguínea, produzem efeitos adversos graves associados
à perda dos reflexos simpáticos.

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Reserpina

✓ Interfere em proteínas transportadoras, bloqueando a captação e


armazenamento de aminas necessárias a produção de NE Mecanismo de ação:
em concentrações muito baixas, bloqueia o transporte de norepinefrina e outras
aminas para o interior das vesículas sinápticas, por meio de bloqueio do
transportador vesicular de monoaminas. Também causa depleção de 5-HT e
dopamina nos neurônios do cérebro.
✓ Efeitos parecem irreversíveis
✓ Um dos primeiros anti-hipertensivos descobertos (não muito utilizado hoje em
dia)
✓ Efeitos colaterais: pouco hipotensão postural, parkinsonismo, sedação,
depressão.
✓ Indicações terapêuticas: um dos primeiros anti-hipertensivos descobertos, mas,
na atualidade, é usada apenas experimentalmente.

Fármacos que inibem a liberação de NE


Hipotensão, sonolência,
Mal absorvido oralmente
diarreia, disfunção erétil,
Esgota os níveis de Hipertensão Metabolizado lentamente
Reserpina hipersensibilidades,
NE ao inibir o VMAT (obsoleto) T1/2 plasmático~100h
depressão, parkisonismo,
Excretado no leite
ginecomastia
Inibe a liberação de
NE Hipotensão, sonolência, Mal absorvido oralmente
Também provoca diarreia, disfunção erétil, Majoritariamente
Hipertensão
Guanetidina depleção da NE e hipersensibilidades e excretado inalterado na
(obsoleto)
pode danificar hipertensão na 1ª urina
irreversivelmente os administração T1/2 plasmático ~100h
neurônios de NE
Tabela : Fármacos que alteram a liberação ou a recaptação da norepinefrina.
Fonte: Rang & Dale, 2016

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Fonte: Rang & Dale, 2016

Referências bibliográficas
1. Rang, H.P., Dalle, M., Ritter, J.M. Farmacologia, 8ª edição, Elsevier, 2016.
2. Laurence L. Brunton; Bruce A. Chabner; Björn C. Knollmann, As Bases
Farmacológicas da Terapêutica de Goodman e Gilman. Artmed, 12ª edição,
2012.
3. MALACHIAS, MVB et al . 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial: Capítulo 7
– Tratamento medicamentoso. Arq. Bras. Cardiol., São Paulo, v. 107, n. 3, supl.
3, p. 35 - 43, sept. 2016 .

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