Transtornos de Ansiedade
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riscos predispostos pela idade. Assim, é o grau de alterações funcionais nas regiões cerebrais que
prejuízo e a interferência no funcionamento diá- modulam emoções e medo parecem implicadas
rio do adolescente que confi guram esses sinto- na etiologia dos transtornos de ansiedade, prin-
mas como um transtorno de ansiedade. Conside- cipalmente: amígdala (condicionamento e res-
ra-se também como patológico, quando o nível posta ao medo), hipocampo (processamento do
de medo e ansiedade evocado por determinada contexto) e córtex pré-frontal (modulação do
situação/objeto é extremo, se comparado a seus medo e suas respostas de extinção)5,7,8. No as-
pares.8 Intensidade, duração, frequência e reper- pecto neuroquímico, os neurotransmissores áci-
cussão dos sintomas, então, são os critérios utili- do gama-aminobutírico (GABA), noradrenalina
zados na distinção entre o normal e o patológico. e serotonina tem-se demonstrado envolvidos na
Além dessa disfuncionalidade, comum nos regulação da ansiedade, exercendo atividade no
sistema límbico5,7,8. Anormalidades no funciona-
transtornos de ansiedades em todas as idades,
mento e ativação do eixo hipotálamo-hipófise-
adolescentes, principalmente os mais novos, e
-adrenal, componente importante na resposta
crianças podem não reconhecer seus medos e
normal e fisiológica ao estresse, são verificadas
preocupações como irracionais, sendo o surgi-
em alguns transtornos de ansiedade, respaldan-
mento de queixas somáticas, também usual. Epi-
do o aspecto neuroendócrino5.
sódios de irritabilidade, choro intenso e explosões
Dentre os fatores psicológicos, dois mode-
de raiva, muitas vezes interpretados como deso- los prevalecem na explicação da ansiedade, a
bediência e rebeldia, podem expressar, ainda, partir de conceitos cognitivo-comportamentais
tentativa de um indivíduo mais novo de evitar o e psicodinâmicos5. No primeiro, é postulado que
estímulo desencadeante da agressividade3. adolescentes ansiosos apresentam, como pa-
Os transtornos de ansiedade fazem parte drão, a avaliação de situações ambíguas como
das doenças psiquiátricas mais comuns na ado- ameaçadoras, preferindo evitá-las. Isso teria ori-
lescência, com uma prevalência em torno de 10 gem ainda na infância, quando apareceriam as
a 30%, sendo mais comuns em meninas, estan- primeiras cognições disfuncionais. Os aspectos
do associados à menor escolaridade4,7,8. Mais de psicodinâmicos propõem que os sintomas an-
50% desses adolescentes já experimentaram, siosos refletem e são decorrentes da existência
ou experimentarão, na evolução de seu trans- de um conflito inconsciente e da tentativa de
torno ansioso, um episódio depressivo8. organizar mecanismos de defesa para lidar com
ele. Entendendo como vínculo o meio pelo qual
a criança tenta assegurar sua proteção e segu-
ETIOLOGIA RAN A NO MUNDO "OWLBY ESSE CONmITO
teria origem em transtornos de vínculos afetivos
Os transtornos de ansiedade apresentam formados na infância, entre pais e filhos7,9.
etiologia multifatorial, destacando-se, didatica- Como fatores ambientais, definem-se as si-
mente, a etiologia genética, neurobiológica, tuações psicossociais e estressantes pelas quais
psicológica e ambiental. passa o adolescente no decorrer de sua vida,
Sobre os fatores genéticos, não existem como relacionamentos interpessoais, doenças
evidências de um gene específi co associado à pregressas e internações, violências e abusos,
ansiedade, mas há indícios de que as contribui- uso/abstinência de drogas, entre outros2.
ções de diversos genes parecem se somar para O principal fator de risco para ansiedade na
determinar uma vulnerabilidade biológica para infância e adolescência é a presença de transtor-
o desenvolvimento de um transtorno ansioso5. nos ansiosos e/ou depressivos em familiares - a
Há três aspectos principais dentre os fatores maior proximidade parental aumenta esse ris-
neurobiológicos: neuroanatômicos, neuroquími- co3,7. A inibição do comportamento verificada na
cos e neuroendócrinos. Neuroanatomicamente, infância (Kagan, 1984 e 1987) aumenta a preva-
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de, tem sido visto como um subtipo da doença, Algumas condições médicas que se estabe-
com características peculiares, como presença lecem como diagnósticos diferenciais de trans-
aumentada de tiques, maior prevalência em me- tornos de ansiedade7,5,12,13:
ninos, curso crônico e com pior resposta ao tra- Doenças cardiovasculares - anemia, angina,
tamento7,8. Manifestações neuropsiquiátricas da insuficiência cardíaca congestiva, hipertensão,
febre reumática, como a coreia de Sydenham, prolapso de valva mitral, infarto do miocárdio,
tem sido associadas, etiologicamente, a TOC e taquicardia atrial paroxística;
tiques; a síndrome PANDAS (pediatric autoimmu- Doenças pulmonares - asma, hiperventilação,
ne neuropsychiatric disorders associated with strep- embolia pulmonar;
tococcal infection) é o protótipo dessa hipótese Doenças neurológicas - acidente vascular en-
neuroimunológica pós infecciosa3,7,8,12. cefálico, epilepsia, doença de Huntington, in-
Obsessões e compulsões mais comuns em fecções, doença de Ménière, enxaqueca, es-
adolescentes com TOC1,5,7: clerose múltipla, ataque isquêmico transitório,
Obsessões: preocupações com germes, sujeira neoplasia, doença de Wilson;
e doenças; preocupações com eventos catas- Doenças endócrinas - doença de Addison, sín-
tróficos; simetria, ordem ou exatidão; núme- drome carcinóide, síndrome de Cushing, dia-
ros de sorte e azar; preocupação ou nojo de bete, hipertireoidismo, hipoglicemia, hipopa-
secreções do corpo; escrupulosidade religiosa. ratireoidismo, menopausa, feocromocitoma,
Compulsões: lavagem excessiva de mãos, ex- síndrome pré menstrual;
cesso de banhos, rituais de escovar os dentes Intoxicação por drogas - anfetaminas, antico-
ou pentear-se; checagem de portas, cadeados, linérgicos, cocaína, alucinógenos, maconha,
armários e móveis; rituais para evitar ou remo- nicotina, teofilina.
ver germes de objetos contaminados; repe- Abstinência a drogas - álcool, anti-hipertensi-
tição de idas e vindas em escadas ou portas; vos, opiáceos, opioides, sedativos e hipnóticos;
rituais de tocar ou bater (tic like); colecionismo. Outras condições – anafilaxia, deficiência de
Transtorno de déficit de atenção e hipera- B12, distúrbios hidroeletrolíticos, intoxicação
tividade (TDAH) e transtorno de tiques são as por metais pesados, infecções sistêmicas, lúpus
comorbidades mais associadas ao TOC na infân- eritematoso sistêmico, arterite temporal, uremia.
cia e adolescência; transtornos depressivos e an- Em contrapartida, deve-se atentar para as
siosos são comuns e conferem um padrão mais situações, pois muitos quadros de transtorno de
observado no adolescente mais velho e adulto5. ansiedade são avaliados, primeiramente, em ser-
viços de atenção primária e de emergência clíni-
ca, antes de chegarem a unidades de psiquiatria.
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS A busca por auxílio médico diante da ansiedade
pode levar o adolescente a apresentar queixas
Diversos fatores orgânicos e condições inespecíficas ou ainda, primariamente somáticas.
médicas não psiquiátricas podem gerar uma Como exemplo, tem-se o transtorno de pâ-
síndrome ansiosa, devendo ser feitas avaliações nico que, pela possibilidade do caráter espontâ-
clínica e laboratorial, se necessário, para melhor neo de seus ataques, leva, com frequência, à in-
abordagem do caso e exclusão de diagnósticos tensa procura por emergências médicas, até que
diferenciais. Sinais e sintomas atípicos apresen- o devido diagnóstico seja feito. Os 13 sintomas
tados pelo adolescente, num quadro de ansie- listados na tabela 1 são os identificados pelo
dade ou crise de ansiedade, constituem sinais de DSM-IV-TR, como possivelmente presentes num
alarme para a investigação clínica; são eles: ver- ataque de pânico (período distinto de intenso
tigem genuína, perda da consciência, alteração temor e desconforto, no qual quatro, ou mais,
da marcha, perda do controle esfincteriano, fala desses sintomas se desenvolvem abruptamente
pastosa, cefaleia e amnésia13. e alcançam um pico em 10 minutos).
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Tabela 1. Diagnóstico diferencial e avaliação diagnóstica complementar baseada nos sintomas do ataque
de pânico.
Sintomas do ataque Avaliação diagnóstica
Diagnóstico diferencial
de pânico complementar
- taquicardia atrial paroxística
- eletrocardiograma
- taquicardia supraventricular
- ecocardiograma
- prolapso de valva mitral
- dosagem de TSH / T4l
1 - palpitações ou - contrações paroxísticas ventriculares
- glicemia
taquicardia - hipertireoidismo
- metabólitos da serotonina e
- hipoglicemia
catecolaminas na urina de 24 horas
- feocromocitoma
- toxicológico de urina
- uso de substâncias psicoativas
- dosagem de TSH / T4l
- hipertireoidismo
2 – sudorese - metabólitos da serotonina e
- feocromocitoma
catecolaminas na urina de 24 horas
3 - tremores ou abalos - síndrome de abstinência
4 - falta de ar ou - asma brônquica - metabólitos da serotonina e
sufocamento - feocromocitoma catecolaminas na urina
- hiperventilação
RAIO 8 DE TØRAX
- embolia pulmonar
5 - sensação de asfixia - D-dímero
- insuficiência cardíaca congestiva
- tomografia computadorizada de tórax
- asma brônquica
- angina
- eletrocardiograma
6 - dor ou desconforto - infarto do miocárdio
- enzimas cardíacas
torácico - costocondrite
RAIO 8 DE TØRAX
- pneumonia/dor pleurítica
7 - náusea ou - síndrome do intestino irritável
desconforto abdominal - dismenorréia
- hipertensão ortostática
8 - sensações de - anemia aguda
tonturas, instabilidade, - vertigem posicional benigna
vertigem ou desmaio - labirintite aguda
- doença de Ménière
- epilepsia do lobo temporal - eletroencefalograma
9 - desrealização ou - processo expansivo no sistema nervoso - neuroimagem
despersonalização central
- uso de substâncias psicoativas - exame toxicológico
10 - medo de perder o
- hiperventilação
controle ou enlouquecer
11 - medo de morrer - hiperventilação
- ataque isquêmico transitório
- processo expansivo no sistema nervoso
12 – parestesias - neuroimagem
central
- esclerose múltipla
13 – calafrios ou ondas
- hipertireoidismo - dosagem de TSH/T4l
de calor
Fonte: Adaptação de Emergências Psiquiátricas13.
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Diante disso, nota-se que uma primeira so4. As especificidades e gravidade de cada caso
avaliação de um quadro de ansiedade patológi- orientam a melhor forma do tratamento3.
ca deve ter uma história detalhada, numa ten- Os adolescentes com sintomas ansiosos
tativa de obter dados clínicos que o justifiquem transitórios, ou sintomas leves e pouco, ou
e, se preciso, alguns exames complementares nenhum, prejuízo funcional, geralmente res-
devem ser solicitados, como: hemograma com- pondem a reasseguramento e suporte; os com
PLETO 43( RAIO 8 DE TØRAX ELETROCARDIOGRAMA sintomas leves e com prejuízo funcional, assim
eletrólitos e toxicológico de urina13. Sempre como os com sintomas mais intensos, devem ser
se deve considerar a possibilidade de uso de encaminhados a tratamento específico.
estimulantes e abstinência de depressores do Tem-se considerado que a abordagem de
sistema nervoso central, ao se atender um ado- escolha, dentro do tratamento específico, é a
lescente, principalmente se o quadro ansioso terapia cognitivo-comportamental (TCC) dire-
o levou, voluntariamente ou não, até o serviço cionada ao transtorno, com ou sem farmaco-
de emergência. O uso (não necessariamente terapia4; psicofármacos são utilizados quando
a intoxicação) ou a descontinuação de diver- não é possível tentar psicoterapia inicialmente,
sas substâncias podem produzir síndromes quando não há resposta à abordagem psicote-
ansiosas, entre elas: álcool, cafeína, cocaína, rápica isolada, quando há sintomas graves e/ou
descongestionantes, maconha, alucinógenos, presença de comorbidades psiquiátricas, como
anfetaminas, inalantes, anticonvulsivantes, transtorno depressivo e risco de suicídio4.
broncodilatadores, antiparckinsonianos, insuli-
na, anticoncepcionais, antidepressivos, hormô- Tratamento Não Medicamentoso
nios tireoidianos, esteroides, nicotina2,4,5,13. Garantir um espaço onde o paciente possa
Não sendo possível prever qual especialista expor seus sintomas, seu quadro possa ser expli-
será procurado pelo adolescente, seus cuida- cado, recebendo orientações sobre gravidade,
dores ou seus pares, assim como, se em nível prognóstico e manejo, configura uma etapa su-
ambulatorial ou em serviços de emergência, portiva que, embora simples, é muito importan-
pediatras, hebiatras e psiquiatras devem saber te2. O ideal é que haja um médico de referência,
reconhecer e manejar, inicialmente, os quadros com o qual se crie um vínculo e se permitam as
ansiosos, descartando os diagnósticos diferen- ações terapêuticas. Um espaço para os pares e
ciais e confirmando os diagnósticos de transtor- familiares, ou outros cuidadores, deve ser ofere-
nos de ansiedade. cido, engajando toda rede social mais próxima
Considerando os quadros psiquiátricos, é e aumentando sua habilidade em reconhecer
sempre importante atentar-se para os transtor- e tolerar o desconforto do adolescente, sem
nos de humor, conversivos e de somatização, evitação ou intrusão7. Identificar os fatores an-
como diagnósticos diferenciais ou comórbidos siogênicos e esclarecer os sinais de gravidade e
aos transtornos de ansiedade13. evolução da doença dão segurança ao paciente
mais jovem e propiciam a manutenção do trata-
mento. É importante aproveitar a oportunidade
TRATAMENTO para orientar o adolescente sobre uso de drogas
e suas correlações com quadros de ansiedade,
A abordagem diante de um diagnóstico inclusive sobre o risco de abuso, numa tentativa
de transtorno de ansiedade pode ser dividida de reduzir sintomas ansiosos1,3,4. Essa terapia de
em: tratamento não medicamentoso (incluindo suporte e a psicoeducação podem ser feitas pelo
suporte, psicoeducação e psicoterapia - de dife- hebiatra, sem a necessidade de se recorrer ao
rentes orientações) e tratamento medicamento- especialista em saúde mental.
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Ansiolíticos, como os benzodiazepínicos, CONCLUSÕES
são prescritos quando os sintomas são muito
intensos e disfuncionais, objetivando melhora Dada a prevalência dos transtornos ansiosos
rápida e transitória, até o início da ação dos an- nos adolescentes e suas vulnerabilidades biológi-
tidepressivos. O tratamento com os benzodia- ca e psicossocial, que podem ser entendidas como
zepínicos deve ser curto e limitado pelo perfil fatores de risco adicionais a esses transtornos, os
de efeitos colaterais (principalmente desinibição médicos de adolescentes devem ser hábeis em re-
comportamental, sedação e déficits cognitivos) conhecer e manejar esses quadros, inicialmente.
e pelo potencial de abuso e dependência – a Diferenciar o normal do patológico, avaliar glo-
tolerância a essas drogas leva à necessidade de balmente o adolescente e seu meio, descartar
doses progressivamente maiores para se obter quadros orgânicos, abordar uso de substâncias
efeitos semelhantes. Apesar disso, quadros de psicoativas e assumir que a assistência médica
intoxicação são raros, pela margem de seguran- assegura um importante suporte terapêutico ini-
ça dessas substâncias14,15. A maior facilidade no cial, são as principais habilidades requeridas; a
manejo de benzodiazepínicos pelos hebiatras partir delas, propõe-se um tratamento específico,
não deve favorecer sua prescrição nos casos de psicoterápico e medicamentoso, se necessário. A
transtornos de ansiedade; a pronta resposta a possibilidade de um desfecho desfavorável e as
esses fármacos, mesmo com a orientação para comorbidades associadas, também justificam a
uso apenas em situações emergenciais, por ve- necessidade desse conhecimento, objetivando
zes, dificulta um tratamento a longo prazo e fa- uma melhora na qualidade de vida, enquanto
vorece a auto medicação dos adolescentes. adolescentes e na vida adulta.
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e Tratamento
Transtornos de Ansiedade: Diagnóstico
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OBJETIVOS:
Fornecer orientações sobre o diagnóstico e o tratamento dos transtornos
de ansiedade.
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DIAGNÓSTICO
TRANSTORNO DE PÂNICO1,2(D )
Em contato com os outros, especialmente vezes, de que não deixou uma porta aberta. As
estranhos, o paciente sofre de sintomas como obsessões e as compulsões surgem, ou tornam-se
tremores, sudorese, enrubescimento, dificuldade evidentes, no início da vida adulta. Tendem a
de concentração (“branco na cabeça”), piorar com a evolução da doença e a ocupar uma
palpitações, tonteira e sensação de desmaio. parcela cada vez maior do tempo do indivíduo.
Diferentemente dos ataques de pânico, os O grau de incapacitação é sempre considerável e
sintomas surgem durante as situações sociais pode atingir extremos quando o paciente torna-
temidas e duram até o contato com os outros se virtualmente paralisado pelos sintomas, incapaz
terminar. até de levar um garfo até a boca.
muito de caso para caso, nos diferentes transtornos Existe dentre especialistas a noção de que a
de ansiedade. Certos sintomas, mesmo os clomipramina seria superior à imipramina
considerados principais, muitas vezes não resultam quanto à eficácia no tratamento do transtorno
em melhora significativa. Nem sempre o bloqueio de pânico. Nos poucos estudos nos quais os dois
dos ataques de pânico resolve a agorafobia. tricíclicos foram comparados, em apenas um,
com uma amostra pequena, foi encontrada
A evitação fóbica tanto no transtorno de superioridade da clomipramina9(B). Em alguns
pânico quanto no transtorno de ansiedade social estudos não-controlados, a clomipramina foi
costuma ser vencida somente de modo gradual, eficaz em doses baixas (10–50 mg/dia), mas nos
na medida em que o paciente passa a enfrentar estudos controlados as doses eficazes foram em
situações que evitava. Nesse processo, o médico torno de 100 mg/dia. Nos estudos controlados
pode trabalhar com o paciente, estabelecendo, com a imipramina, em subgrupos de pacientes,
por exemplo, uma lista de situações a serem doses menores, em torno de 50 mg/dia, foram
enfrentadas, hierarquizadas de acordo com o eficazes no controle da sintomatologia do
nível de dificuldade5(A). pânico.
Algoritmo
Apesar de induzirem vários efeitos Por quanto tempo deve ser mantido o
indesejáveis, os Inibidores da Recaptação de tratamento?
Serotonina (IRSs) são, no presente, Há estudos que demonstram que os efeitos
considerados uma opção melhor quanto à terapêuticos dos medicamentos se mantêm
tolerabilidade do que os tricíclicos ou os durante períodos de seis meses a um ano no
benzodiazepínicos6,36(A)13,37(B)46,47(D). tratamento do transtorno de pânico6(A). Em
um estudo controlado, randomizado, duplo-
Outro fator que pode pesar na escolha de um cego, placebo-controlado com pacientes com o
medicamento é o custo. Os tricíclicos, transtorno de pânico, o índice de recidiva no
especialmente a imipramina, e os benzodia- grupo que passou para o placebo após seis meses
zepínicos são medicamentos mais antigos, de tratamento bem sucedido com a imipramina
acessíveis na forma de genéricos e de custo menor. foi de 50% em um ano de seguimento48(A).
Mostram que a evolução desses transtornos nítidas quando a dose do medicamento começa
não é uniforme e com subgrupos diferentes de a ser diminuída.
pacientes. Os pacientes podem ser divididos em
três subgrupos quanto à evolução: crônica,
episódica ou quadro agudo seguido de
remissão47(D).
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Resumo
Com o objetivo de discutir as possibilidades estratégicas quanto aos processos patológicos que
envolvem o transtorno de ansiedade, para embasar os profissionais quanto à ansiedade e aos seus
tipos, este estudo configura-se como uma pesquisa de caráter integrativo sistematizado, com uma
busca on-line das produções científicas na base de dados Biblioteca Virtual de Saúde, utilizando os
descritores “Transtorno de ansiedade”, “Ansiedade” e “Tratamento da ansiedade”, veiculados em
periódicos de estratos de A1, A2, B1, B2, B3 e B4, disponíveis para download na íntegra, escritos na
língua portuguesa. Os achados identificam que as possibilidades estratégicas perante esse transtorno
se dão por duas categorias, a Terapia Cognitivo-Comportamental e o Tratamento Humanizado e
Apoio Familiar, sendo este último mais eficaz quando associado ao uso de outros tratamentos para a
ansiedade. Ressalta-se a importância de estudos e capacitação para atuar efetivamente na prevenção
e no tratamento dessa patologia, além de mais estudos sobre a temática.
Palavras-chave: ansiedade, saúde mental, psicopatologia, tratamento
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Introdução
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da população atual. Assim como a personalidade, com pessoas mais tensas, preocupadas e a
presença de outros tipos de transtorno concomitantes. A genética e o abuso de substâncias
podem levar ao desenvolvimento ou ao agravamento da condição da ansiedade em relação
à pessoa, em que o indivíduo aumenta seus riscos e agravos e a sua prevalência (Craske,
Stein, & Hermann, 2014).
Com isso, existem diversas complicações acerca do transtorno de ansiedade, as quais
influenciam nas condições de vida do indivíduo que sofre diariamente com isso, sendo ca-
racterizadas muitas vezes pela depressão, abuso de substâncias como drogas ilícitas e álcool,
problemas digestivos ou intestinais, dores de cabeça, enxaquecas, bruxismo, transtornos por
uso de substância, entre outros, que podem levar a casos mais graves, como o suicídio, que
cada vez mais atinge essas pessoas (Zuardi, 2017).
De acordo com as afirmações de Castillo et al. (2000), os transtornos ansiosos caracteri-
zam-se com sintomas primários, não sendo derivados de outros tipos de casos psiquiátricos,
como depressões, psicoses, transtornos do desenvolvimento, transtorno hipercinético, entre
outros, porém os sintomas de transtornos ansiosos ocorrem em outros casos da psiquiatria.
Os autores afirmam, ainda, que há alguns casos em que a ansiedade se explica por meio dos
transtornos ansiosos, sendo eles a ansiedade do início do surto esquizofrênico e o temor da
separação dos pais para uma criança com depressão maior, por exemplo, não estabelecendo
um conjunto de sintomas que ocasionam um transtorno ansioso típico (Castillo et al., 2000).
Isso mostra que os sintomas do transtorno de ansiedade não se caracterizam unicamente
pela ansiedade propriamente dita, mas podem ocorrer alguns sintomas que caracterizam
outros tipos de transtornos, todos ao mesmo tempo, enquadrando a pessoa em diversas
possibilidades diagnósticas (Castillo et al., 2000).
Diante de tantas informações referentes a essa condição, encontram-se ainda grandes
desafios a serem derrubados, para que as pessoas que apresentam o TAG possam ter a
oportunidade de serem compreendidas e para que complicações mais severas não ocorram,
como o já citado suicídio. Assim, torna-se imprescindível a valorização do indivíduo em suas
particularidades, pois não há em lugar algum alguém que seja igual ao outro na personali-
dade, nos sentimentos, nos aspectos pessoais e nas vivências que o levam para um caminho
incerto e profundamente caótico. Dessa forma, é necessária uma avaliação mais profunda
por profissionais, levando em consideração a orientação, o aconselhamento, a utilização de
técnicas de relaxamento e/ou exercícios físicos, não se limitando a prescrever medicamentos
(Zuardi, 2017).
Nessa perspectiva, pode-se observar que o transtorno de ansiedade engloba diversos
aspectos da personalidade psíquica e emocional do indivíduo que o tem; considerando ain-
da suas possibilidades diagnósticas que envolvem outros diversos transtornos, torna-se es-
sencial ao profissional da área da saúde se preparar adequadamente para a compreensão
e o auxílio dessas pessoas, pois é uma tarefa que tem grandes dificuldades. A perspectiva
da multidisciplinaridade se torna algo primordial, fazendo com que profissionais envolvidos
na saúde mental, principalmente, tenham o compromisso de estarem devidamente prepa-
rados para a eficaz compreensão e auxílio a seus pacientes, fator essencial a um tratamen-
to concreto e acompanhamento eficiente. Portanto, a partir dos fatos apresentados, cabe
neste estudo a construção de uma revisão do tipo integrativa da literatura para embasar os
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profissionais quanto à ansiedade. Desta forma, este estudo busca responder a problemática
de quais possíveis tratamentos apresentados pela literatura são mais efetivos ao TAG. Como
objetivo, este estudo busca identificar formas de tratamento mais eficazes ao TAG, por meio
da literatura.
Método
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Tabela 1
Coleta de dados
Nome do artigo Publicação Metodologia Objetivo WebQualis
A Terapia Cogniti- Revista Estud. Estudo de campo com Descrever o desen- A2
vo-Comportamental Pesqui. Psicol. cinco voluntários acima volvimento de uma
em Grupo no Tran- v. 15 | n. 3 | p. de 18 anos na cidade de intervenção em grupo,
storno de Ansiedade 1061-1080 | Juiz de Fora. baseada na Terapia Cog-
Social 2015. nitivo-Comportamental,
para pessoas que apre-
sentaram os sintomas
de TAS.
Adesão ao Tratamento Revista Cog- Estudo quantitativo, Verificar os fatores B2
Medicamentoso por itare Enfer- transversal, descriti- relacionados à adesão de
Pessoas com Transtorno magem | v. 21 vo, realizado com 161 pessoas com transtorno
de Ansiedade | n. 1 | p. 1-11 pessoas de um serviço de ansiedade quanto à
| jan./mar. de saúde mental, num farmacoterapia prescrita.
2016. município do estado de
São Paulo, entre 1º de
janeiro e 31 de dezem-
bro de 2012.
Avaliação de Ansiedade e Revista Psico – Estudo comparativo Comparar vantagens e A2
Depressão em Pacientes USF | v. 19 | n. descritivo. desvantagens psicométri-
Oncológicos: Com- 2 | maio/ago. cas de instrumentos
paração Psicométrica 2014. comumente utilizados
em serviços especializa-
dos em Oncologia.
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Resultados
De acordo com a revisão integrativa realizada, percebe-se que, para o estudo da ansie-
dade no país, os artigos mostram que as possibilidades estratégicas perante esse transtorno
se dão por duas categorias: o uso da Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), relatando
as formas de tratamento para o TAG, a reestruturação cognitiva, exposição às situações te-
midas, treino de habilidades sociais e relaxamento; e o Tratamento Humanizado e Apoio
Familiar, resultando, assim, em uma reintegração social maior e na melhora consequente
nos sintomas apresentados pelo transtorno – sendo esta última categoria mais eficaz quan-
do associada ao uso de outros tratamentos para a ansiedade.
Discussão
Os autores que defendem a categoria de tratamento da TCC definem-na como uma as-
sociação a um bom funcionamento e resultados obtidos perante o transtorno de ansiedade.
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edicamentoso por pessoas com transtorno de ansiedade, visando a uma melhora na quali-
m
dade de vida e possíveis benefícios de seu uso para a pessoa com ansiedade. O trabalho dos
autores Bergerot, Laros e Araujo (2014) compara as vantagens e desvantagens psicométri-
cas de instrumentos comumente utilizados em serviços especializados em Oncologia: Escala
de Ansiedade e Depressão (HADS), Transtorno Geral de Ansiedade (GAD-7) e Questionário
sobre Saúde do Paciente (PHQ-9). Eles defendem que esses pacientes, por possuírem uma
doença como o câncer, estão mais vulneráveis e necessitam de um acompanhamento mais
humanizado sobre seu psicológico e social.
O artigo das autoras Martinez et al. (2012) fala sobre os estudos quanto ao transtorno
de ansiedade social, avaliando trabalhos sobre seu tratamento; comorbidade; validação/
propriedades psicrométricas; diagnóstico/prevalência; revisão crítica e teórica. Nota-se a
importância de mais estudos sobre esse tema, para fornecer uma melhor compreensão do
seu desenvolvimento e maior divulgação entre os profissionais de saúde para tornar o aten-
dimento mais humanizado.
Santos, Goulart Júnior, Canêo, Lunardelli e Carvalho (2010) fizeram um levantamento bi-
bliográfico sobre a neurose profissional, cujos sintomas são entendidos como a expressão
simbólica de um conflito psíquico que se desenvolve a partir de uma situação organizacional
ou profissional determinada.
Zanello e Silva (2012) acreditam que o transtorno de ansiedade e a depressão estão atin-
gindo cada vez mais pessoas no mundo, assim, afirmam que a maior parcela da popula-
ção que sofre com tais problemas é a feminina, composta por negras, pobres e domésticas,
usuárias dos serviços de saúde pública, sendo elas medicalizadas de maneira exorbitante e
com a necessidade de um tratamento mais adequado e humanizado. E, com a análise das
alterações psicológicas sofridas no pós-parto e sua relação com o transtorno de ansiedade,
Cantilino, Zambaldi, Sougey e Rennó (2010) acreditam que, com um tratamento mais huma-
nizado e um maior acompanhamento clínico, há melhoras em seus quadros.
Nesse sentido, os autores Almeida, Silva, Espínola, Azevedo e Ferreira (2013) apresentam
que o apoio familiar, na análise dos medos enfrentados pelos pacientes com o transtorno
fóbico ansioso, é uma das formas de tratamento pontual utilizadas pelas pessoas com a do-
ença. Paz, Brant, Marques e Machado (2013) afirmam que, com os pacientes fóbicos-ansio-
sos, é significativo o uso do tratamento precoce como uma contribuição para a melhora dos
quadros apresentados em relação ao contexto social.
Conclusão
Evidencia-se que o TAG é uma patologia que vem se expandido nos últimos tempos, cau-
sando grande sofrimento à população. Pontuamos que esse transtorno é uma doença bem
significativa, que acarreta um sofrimento físico e psíquico considerável e, como toda pa-
tologia, precisa ser compreendida e tratada em sua totalidade e de forma singular a cada
indivíduo que a sofre.
Salientamos que uma das formas eficazes de tratamento é a preparação adequada da
equipe. Ressalta-se, ainda, a importância da participação ativa da família desse doente no
processo de prevenção e tratamento desse agravo. Assim, percebemos, com este estudo,
que o uso da TCC é comprovadamente uma das formas de tratamento com melhoras no
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quadro dos pacientes analisados, da mesma forma que a utilização de métodos de aborda-
gem mais humanizada e a interação social entre os pacientes e seus familiares, com o apoio
e o uso associado com outras formas de tratamento, proporciona a consequente eficácia
em diversas patologias ou quadros associados ao transtorno de ansiedade apresentados na
maioria dos casos estudados.
Perante a importância da temática, ressaltamos a necessidade de realização de mais pes-
quisas que possam embasar não apenas teoricamente como também empiricamente os
métodos efetivos que proporcionem meios de prevenção e tratamento a toda a população.
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Sobre os autores:
Lívia Ivo D’ávila – Psicóloga. Faculdade de Saúde Ibituruna (FASI). E-mail: liviaidavila1@gmail.com,
Orcid: http://orcid.org/0000-0002-4823-1380
Fernanda Cardoso Rocha – Mestranda em Cuidados Primários em Saúde pela Universidade
Estadual de Montes Claros (UNIMONTES). Especialista em Saúde da Família. Especialista
em Metodologia e Didática do Ensino Superior. MBA em Gestão de Recursos Humanos.
Especialista em Psicologia Hospitalar. Psicóloga. E-mail: nandac.rocha@hotmail.com, Orcid:
http://orcid.org/0000-0001-6381-2063
Bruna Roberta Meira Rios – Especialista em Enfermagem Cardiológica. Enfermeira. Docente
das Faculdades de Saúde Ibituruna (FASI). E-mail: brunameirarios@gmail.com, Orcid:
http://orcid.org/0000-0002-7715-2921
Sabrina Gonçalves Silva Pereira – Mestre em Ciências da Saúde pela Universidade Estadual de
Montes Claros (UNIMONTES). Enfermeira. Docente das Faculdades de Saúde Ibituruna (FASI). E-mail:
sabrina.goncalves@fasi.edu.br, Orcid: http://orcid.org/0000-0001-8737-6569
Álvaro Parrela Piris – Mestre em Tecnologia Aplicada à Saúde pelas Faculdades
Promove-BH. Docente das Faculdades de Saúde Ibituruna (FASI). E-mail:
alvaroparrela@fasi.edu.b, Orcid: http://orcid.org/0000-0002-7151-5015
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