Juiz Das Garantias
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Atualizado em 03/11/2023
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL – DL 3.689/1941
(SUMÁRIO)
LIVRO I DO PROCESSO EM GERAL ........................................................................................................... 3
TÍTULO I DISPOSIÇÕES PRELIMINARES ..................................................................................................................................... 3
ARTIGOS DO CPP SOBRE JUIZ DAS GARANTIAS MENCIONADOS NO INFO 1106-STF (ADIS 6.298/DF, 6.299/DF, 6.300/DF,
6.305/DF) ............................................................................................................................................................................. 13
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OUTROS ARTIGOS DO CPP E LEI 13.964/2019 MENCIONADOS NO INFO 1106-STF (ADIS 6.298/DF, 6.299/DF, 6.300/DF,
6.305/DF) ............................................................................................................................................................................. 17
NOÇÕES GERAIS – JUIZ DAS GARANTIAS ............................................................................................................................... 19
INFORMATIVOS 2023 ........................................................................................................................................................... 20
SÚMULA ............................................................................................................................................................................... 24
Legenda:
AMARELO – DESTAQUE
VERDE – EXCEÇÃO, VEDADO ou ALGUMA ESPECIFICIDADE
AZUL – GÊNERO, PALAVRA-CHAVE ou EXPRESSÃO
LARANJA – SUJEITOS, PESSOAS OU ENTES
CINZA – MEUS COMENTÁRIOS DENTRO DO ARTIGO
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DIREITO PROCESSUAL PENAL
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LIVRO I
DO PROCESSO EM GERAL
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Juiz das Garantias
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação
e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação (Info 1106-STF: juiz pode determinar
diligências suplementares). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vide ADI 6.298) (Vide ADI 6.300) (Vide ADI 6.305)
Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela
salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à autorização prévia do Poder
Judiciário, competindo-lhe especialmente: (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vide ADI 6.298) (Vide ADI 6.299)
(Vide ADI 6.300) (Vide ADI 6.305)
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Art. 20 da Lei 13.964/2019 (Pacote Anticrime)
Inconstitucionalidade do prazo de 30 dias para a instalação dos juízes das garantias.
O STF (Info 1106) declarou a inconstitucionalidade
Art. 20. Esta Lei entra em vigor após decorridos 30 parcial, por arrastamento, do art. 20 da Lei
(trinta) dias de sua publicação oficial. 13.964/2019, quanto à fixação do prazo de trinta
dias para a instalação dos juízes das garantias.
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I - receber a comunicação imediata da prisão (deixar de comunicar a prisão ao juiz das garantias pode
implicar responsabilização por abuso de autoridade – art. 12 da Lei 13.869/2019), nos termos do inciso LXII
do caput do art. 5º da Constituição Federal; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
II - receber o auto da prisão em flagrante para o controle da legalidade da prisão, observado o disposto
no art. 310 deste Código; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
III - zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que este seja conduzido à sua
presença, a qualquer tempo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
IV - ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal; (Incluído pela Lei nº 13.964, de
2019)
V - decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida cautelar, observado o disposto
no § 1º deste artigo; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem como substituí-las ou revogá-las,
assegurado, no primeiro caso, o exercício do contraditório em audiência pública e oral, na forma do
disposto neste Código ou em legislação especial pertinente; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
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assegurado, no primeiro caso, o exercício do contra- exercício do contraditório será preferencialmente
ditório em audiência pública e oral, na forma do dis- em audiência pública e oral.
posto neste Código ou em legislação especial perti-
nente;
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VII - decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas consideradas urgentes e não
repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla defesa em audiência pública e oral; (Incluído pela Lei nº
13.964, de 2019)
VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o investigado preso, em vista das razões
apresentadas pela autoridade policial e observado o disposto no § 2º deste artigo; (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019) [§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da
autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por até
15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente
relaxada.]
IX - determinar o trancamento do inquérito policial quando não houver fundamento razoável para sua
instauração ou prosseguimento; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
XII - julgar o habeas corpus impetrado antes do oferecimento da denúncia; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
XIII - determinar a instauração de incidente de insanidade mental; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
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XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do art. 399 deste Código; (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
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Art. 3-B. (...): do inciso XIV do art. 3º-B do CPP, e atribuiu interpre-
XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou tação conforme para assentar que a competência do
queixa, nos termos do art. 399 deste Código; juiz das garantias cessa com o oferecimento da de-
núncia.
XVI - deferir pedido de admissão de assistente técnico para acompanhar a produção da perícia; (Incluído
pela Lei nº 13.964, de 2019)
XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não persecução penal (ANPP) ou os de colaboração
premiada, quando formalizados durante a investigação; (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
XVIII - outras matérias inerentes às atribuições definidas no caput deste artigo. (Incluído pela Lei nº 13.964,
de 2019)
§ 1º (VETADO).
§ 1º O preso em flagrante ou por força de mandado de prisão provisória será encaminhado à presença
do juiz de garantias no prazo de 24 (vinte e quatro) horas, momento em que se realizará audiência com a
presença do Ministério Público e da Defensoria Pública ou de advogado constituído, vedado o emprego de
videoconferência. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
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Art. 310, caput, do CPP
Audiência de custódia poderá ser realizada por videoconferência
em caso de urgência e se o meio se revelar idôneo.
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, O STF (Info 1106) atribuiu interpretação conforme
no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas ao caput do art. 310 do CPP, para assentar que o juiz,
após a realização da prisão, o juiz deverá promover em caso de urgência e se o meio se revelar idôneo,
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audiência de custódia com a presença do acusado, poderá realizar a audiência de custódia por video-
seu advogado constituído ou membro da Defensoria conferência.
Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa
audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: (...)
AUDIÊNCIA DE CUSTÓDIA
Comentamos artigo por artigo em material especí-
fico. Material disponível
na pasta de
Direito Processual Penal
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§ 2º Se o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação da autoridade
policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a duração do inquérito por até 15 (quinze)
dias, após o que, se ainda assim a investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada.
(Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
O descumprimento do prazo do parágrafo único do art. 316 do CPP não acarreta automaticamente a
liberdade do preso. Esse dispositivo se aplica também aos Tribunais?
O transcurso do prazo previsto no parágrafo único do art. 316 do Código de Processo Penal não acarreta,
automaticamente, a revogação da prisão preventiva e, consequentemente, a concessão de liberdade pro-
visória.
A exigência da revisão nonagesimal quanto à necessidade e adequação da prisão preventiva aplica-se até
o final dos processos de conhecimento.
O parágrafo único do art. 316 do CPP se aplica para:
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• o juízo em 1ª instância: SIM
• o TJ ou TRF: SIM (tanto nos processos de competência originária do TJ/TRF – foro por prerrogativa de
função – como também durante o tempo em que se aguarda o julgamento de eventual recurso interposto
contra decisão de 1ª instância).
• o STJ/STF: em regra, não. Encerrado o julgamento de segunda instância, não se aplica o art. 316, pará-
grafo único, do CPP. Exceção: caso se trate de uma ação penal de competência originária do STJ/STF.
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Em conclusão, o art. 316, parágrafo único, do CPP aplica-se:
a) até o final dos processos de conhecimento, onde há o encerramento da cognição plena pelo Tribunal de
segundo grau;
b) nos processos onde houver previsão de prerrogativa de foro.
Por outro lado, o art. 316, parágrafo único, do CPP não se aplica para as prisões cautelares decorrentes de
sentença condenatória de segunda instância ainda não transitada em julgado.
STF. Plenário. ADI 6581/DF e ADI 6582/DF, Rel. Min. Edson Fachin, redator do acórdão Min. Alexandre de
Moraes, julgados em 8/3/2022 (Info 1046).
A obrigação de revisar, a cada 90 dias, a necessidade de se manter a custódia cautelar (art. 316, pará-
grafo único, do CPP) é imposta apenas ao juiz ou tribunal que decretar a prisão preventiva?
Entendimento atual:
A exigência da revisão nonagesimal quanto à necessidade e adequação da prisão preventiva aplica-se até
o final dos processos de conhecimento.
O parágrafo único do art. 316 do CPP se aplica para:
• o juízo em 1ª instância: SIM
• o TJ ou TRF: SIM (tanto nos processos de competência originária do TJ/TRF – foro por prerrogativa de
função – como também durante o tempo em que se aguarda o julgamento de eventual recurso interposto
contra decisão de 1ª instância).
• o STJ/STF: em regra, não. Encerrado o julgamento de segunda instância, não se aplica o art. 316, pará-
grafo único, do CPP. Exceção: caso se trate de uma ação penal de competência originária do STJ/STF.
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Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias abrange todas as infrações penais, exceto as de menor
potencial ofensivo (juiz das garantias não abrange o rito da Lei 9.099/95), e cessa com o recebimento da
denúncia ou queixa na forma do art. 399 deste Código. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vide ADI 6.298) (Vide
ADI 6.299) (Vide ADI 6.300) (Vide ADI 6.305)
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O STF (Info 1106) atribuiu interpretação conforme à
primeira parte do caput do art. 3º-C do CPP, para es-
clarecer que as normas relativas ao juiz das garantias
Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias não se aplicam às seguintes situações:
abrange todas as infrações penais, exceto as de me- (a) processos de competência originária dos tribu-
nor potencial ofensivo, e cessa com o recebimento nais, os quais são regidos pela Lei 8.038/1990;
da denúncia ou queixa na forma do art. 399 deste (b) processos de competência do tribunal do júri;
Código. (c) casos de violência doméstica e familiar (rito da
Lei Maria da Penha); e
(d) infrações penais de menor potencial ofensivo
(rito da Lei 9.099/95).
#Resumindo
➔ Infrações de menor potencial ofensivo (rito da Lei 9.099/95).
JUIZ DAS GARANTIAS ➔ Competência originária dos Tribunais.
NÃO SE APLICA... ➔ Tribunal do Júri.
➔ Violência doméstica e familiar (rito da Lei Maria da Penha).
(Auditor TCM/PA 2023 Consulpam correta) A competência do juiz das garantias não abrange as infrações penais de menor
potencial ofensivo.
§ 1º Recebida a denúncia ou queixa, as questões pendentes serão decididas pelo juiz da instrução e
julgamento. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
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§ 2º As decisões proferidas pelo juiz das garantias não vinculam o juiz da instrução e julgamento, que,
após o recebimento da denúncia ou queixa, deverá reexaminar a necessidade das medidas cautelares em
curso, no prazo máximo de 10 (dez) dias. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
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ANTES DO INFO 1106-STF DEPOIS DO INFO 1106-STF
(cessa com o RECEBIMENTO da peça acusatória) (cessa com o OFERECIMENTO da peça acusatória)
O marco final de atuação do juiz das garantias é com A atuação/competência do juiz das garantias se en-
o recebimento da peça acusatória. Recebida a peça cerra com o oferecimento da denúncia ou da queixa.
acusatória as questões pendentes serão decididas
pelo juiz da instrução e julgamento.
§ 3º Os autos que compõem as matérias de competência do juiz das garantias ficarão acautelados na
secretaria desse juízo, à disposição do Ministério Público e da defesa, e não serão apensados aos autos do
processo enviados ao juiz da instrução e julgamento, ressalvados os documentos relativos às provas
irrepetíveis, medidas de obtenção de provas ou de antecipação de provas, que deverão ser remetidos para
apensamento em apartado. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
§ 4º Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos (conferir a Súmula Vinculante 14) acautelados
na secretaria do juízo das garantias. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
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Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar qualquer ato incluído nas competências dos arts.
4º e 5º deste Código ficará impedido de funcionar no processo. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar apenas um juiz, os tribunais criarão um sistema de
rodízio de magistrados, a fim de atender às disposições deste Capítulo (Info 1106-STF: é inconstitucional o
“sistema de rodízio de magistrados”). (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
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Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar O STF (Info 1106) declarou a inconstitucionalidade
qualquer ato incluído nas competências dos arts. 4º do caput do art. 3º-D do CPP; e declarou a inconsti-
e 5º deste Código ficará impedido de funcionar no tucionalidade formal do parágrafo único do art. 3º-
processo. D do CPP.
Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar
apenas um juiz, os tribunais criarão um sistema de
rodízio de magistrados, a fim de atender às disposi-
ções deste Capítulo.
Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado (Info 1106-STF: investido) conforme as normas de
organização judiciária da União, dos Estados e do Distrito Federal, observando critérios objetivos a serem
periodicamente divulgados pelo respectivo tribunal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vide ADI 6.298) (Vide
ADI 6.299) (Vide ADI 6.300) (Vide ADI 6.305)
Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o cumprimento das regras para o tratamento dos presos
(proteção dos direitos fundamentais e humanos), impedindo o acordo ou ajuste de qualquer autoridade
com órgãos da imprensa para explorar a imagem da pessoa submetida à prisão, sob pena de
responsabilidade civil, administrativa e penal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vide ADI 6.298) (Vide ADI
6.299) (Vide ADI 6.300) (Vide ADI 6.305)
Parágrafo único. Por meio de regulamento, as autoridades deverão disciplinar, em 180 (cento e oitenta)
dias, o modo pelo qual as informações sobre a realização da prisão e a identidade do preso serão, de modo
padronizado e respeitada a programação normativa aludida no caput deste artigo, transmitidas à imprensa,
assegurados a efetividade da persecução penal, o direito à informação e a dignidade da pessoa submetida
à prisão. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019)
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(Advogado CRMMG 2023 Quadrix incorreta, porque também é possível responsabilidade administrativa e penal) O juiz das
garantias deverá assegurar o cumprimento das regras para o tratamento dos presos, impedindo o acordo ou o ajuste de qualquer
autoridade com os órgãos da imprensa para explorar a imagem da pessoa submetida à prisão, sob pena de responsabilidade
exclusivamente civil.
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Art. 3º-F. (...).
Parágrafo único. Por meio de regulamento, as auto- O STF (Info 1106) atribuiu interpretação conforme
ridades deverão disciplinar, em 180 (cento e oitenta) ao parágrafo único do art. 3º-F do CPP, para assen-
dias, o modo pelo qual as informações sobre a reali- tar que a divulgação de informações sobre a realiza-
zação da prisão e a identidade do preso serão, de ção da prisão e a identidade do preso pelas autori-
modo padronizado e respeitada a programação nor- dades policiais, Ministério Público e magistratura
mativa aludida no caput deste artigo, transmitidas à deve assegurar a efetividade da persecução penal, o
imprensa, assegurados a efetividade da persecução direito à informação e a dignidade da pessoa sub-
penal, o direito à informação e a dignidade da pessoa metida à prisão.
submetida à prisão.
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ARTIGOS DO CPP SOBRE JUIZ DAS GARANTIAS
MENCIONADOS NO INFO 1106-STF
(ADIs 6.298/DF, 6.299/DF, 6.300/DF, 6.305/DF)
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(ADIs 6.298/DF, 6.299/DF, 6.300/DF, 6.305/DF)
Art. 3º-A. O processo penal terá estrutura acusatória, O STF (Info 1106) atribuiu interpretação conforme
vedadas a iniciativa do juiz na fase de investigação e ao art. 3º-A do CPP, para assentar que o juiz, pontu-
a substituição da atuação probatória do órgão de almente, nos limites legalmente autorizados, pode
acusação. determinar a realização de diligências suplementa-
res, para o fim de dirimir dúvida sobre questão rele-
vante para o julgamento do mérito.
Art. 3º-B. O juiz das garantias é responsável pelo con- O STF (Info 1106) declarou a constitucionalidade do
trole da legalidade da investigação criminal e pela caput do art. 3º-B do CPP, e, por unanimidade, fixar
salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia te- o prazo de 12 meses, a contar da publicação da ata
nha sido reservada à autorização prévia do Poder Ju- do julgamento, para que sejam adotadas as medidas
diciário, competindo-lhe especialmente: (...). legislativas e administrativas necessárias à adequa-
ção das diferentes leis de organização judiciária, à
efetiva implantação e ao efetivo funcionamento do
juiz das garantias em todo o País, tudo conforme as
diretrizes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e
sob a supervisão dele.
Esse prazo poderá ser prorrogado uma única vez,
por no máximo 12 meses, devendo a devida justifi-
cativa ser apresentada em procedimento realizado
junto ao CNJ.
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Art. 3-B. (...): O STF (Info 1106) atribuiu interpretação conforme
ao inciso VII do art. 3º-B do CPP, para estabelecer
VII - decidir sobre o requerimento de produção ante- que o juiz pode deixar de realizar a audiência quando
cipada de provas consideradas urgentes e não repe- houver risco para o processo, ou diferi-la em caso de
tíveis, assegurados o contraditório e a ampla defesa necessidade.
em audiência pública e oral;
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Art. 3-B. (...): O STF (Info 1106) declarou a inconstitucionalidade
do inciso XIV do art. 3º-B do CPP, e atribuiu interpre-
XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou tação conforme para assentar que a competência do
queixa, nos termos do art. 399 deste Código; juiz das garantias cessa com o oferecimento da de-
núncia.
Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias O STF (Info 1106) atribuiu interpretação conforme à
abrange todas as infrações penais, exceto as de me- primeira parte do caput do art. 3º-C do CPP, para es-
nor potencial ofensivo, e cessa com o recebimento clarecer que as normas relativas ao juiz das garantias
da denúncia ou queixa na forma do art. 399 deste não se aplicam às seguintes situações:
Código. (a) processos de competência originária dos tribu-
nais, os quais são regidos pela Lei 8.038/1990;
(b) processos de competência do tribunal do júri;
(c) casos de violência doméstica e familiar (rito da
Lei Maria da Penha); e
(d) infrações penais de menor potencial ofensivo
(rito da Lei 9.099/95).
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Art. 3º-C. A competência do juiz das garantias O STF (Info 1106) declarou a inconstitucionalidade
abrange todas as infrações penais, exceto as de me- da expressão “recebimento da denúncia ou queixa
nor potencial ofensivo, e cessa com o recebimento na forma do art. 399 deste Código” contida na se-
da denúncia ou queixa na forma do art. 399 deste gunda parte do caput do art. 3º-C do CPP, e atribuiu
Código. interpretação conforme para assentar que a com-
petência do juiz das garantias cessa com o ofereci-
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mento da denúncia.
Art. 3º-D. O juiz que, na fase de investigação, praticar O STF (Info 1106) declarou a inconstitucionalidade
qualquer ato incluído nas competências dos arts. 4º do caput do art. 3º-D do CPP; e declarou a inconsti-
e 5º deste Código ficará impedido de funcionar no tucionalidade formal do parágrafo único do art. 3º-
processo. D do CPP.
Parágrafo único. Nas comarcas em que funcionar
apenas um juiz, os tribunais criarão um sistema de
rodízio de magistrados, a fim de atender às disposi-
ções deste Capítulo.
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Art. 3º-E. O juiz das garantias será designado con- O STF (Info 1106) atribuiu interpretação conforme
forme as normas de organização judiciária da União, ao art. 3º-E do CPP, para assentar que o juiz das ga-
dos Estados e do Distrito Federal, observando crité- rantias será investido, e não designado, conforme as
rios objetivos a serem periodicamente divulgados normas de organização judiciária da União, dos es-
pelo respectivo tribunal. tados e do Distrito Federal, observando critérios ob-
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jetivos a serem periodicamente divulgados pelo res-
pectivo tribunal.
Art. 3º-F. O juiz das garantias deverá assegurar o O STF (Info 1106) declarou a constitucionalidade do
cumprimento das regras para o tratamento dos pre- caput do art. 3º-F do CPP.
sos, impedindo o acordo ou ajuste de qualquer auto-
ridade com órgãos da imprensa para explorar a ima-
gem da pessoa submetida à prisão, sob pena de res-
ponsabilidade civil, administrativa e penal.
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OUTROS ARTIGOS DO CPP E LEI 13.964/2019
MENCIONADOS NO INFO 1106-STF
(ADIs 6.298/DF, 6.299/DF, 6.300/DF, 6.305/DF)
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(ADIs 6.298/DF, 6.299/DF, 6.300/DF, 6.305/DF)
Art. 28. Ordenado o arquivamento do inquérito poli- O STF (Info 1106) atribuiu interpretação conforme
cial ou de quaisquer elementos informativos da ao caput do art. 28 do CPP, para assentar que, ao se
mesma natureza, o órgão do Ministério Público co- manifestar pelo arquivamento do inquérito policial
municará à vítima, ao investigado e à autoridade po- ou de quaisquer elementos informativos da mesma
licial e encaminhará os autos para a instância de re- natureza, o órgão do Ministério Público submeterá
visão ministerial para fins de homologação, na forma sua manifestação ao juiz competente e comunicará
da lei. à vítima, ao investigado e à autoridade policial, po-
dendo encaminhar os autos para o Procurador-Geral
ou para a instância de revisão ministerial, quando
houver, para fins de homologação, na forma da lei.
Art. 28-A. Não sendo caso de arquivamento e tendo O STF (Info 1106) declarou a constitucionalidade dos
o investigado confessado formal e circunstancial- arts. 28-A, caput, III, IV e §§ 5º, 7º e 8º do CPP.
mente a prática de infração penal sem violência ou
grave ameaça e com pena mínima inferior a 4 (qua-
tro) anos, o Ministério Público poderá propor acordo
de não persecução penal, desde que necessário e su-
ficiente para reprovação e prevenção do crime, me-
diante as seguintes condições ajustadas cumulativa
e alternativamente:
(...)
III - prestar serviço à comunidade ou a entidades pú-
blicas por período correspondente à pena mínima
cominada ao delito diminuída de um a dois terços,
em local a ser indicado pelo juízo da execução, na
forma do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de de-
zembro de 1940 (Código Penal);
IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos
termos do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal), a entidade pú-
blica ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo
da execução, que tenha, preferencialmente, como
função proteger bens jurídicos iguais ou semelhan-
tes aos aparentemente lesados pelo delito; ou
(...)
§ 5º Se o juiz considerar inadequadas, insuficientes
ou abusivas as condições dispostas no acordo de não
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persecução penal, devolverá os autos ao Ministério
Público para que seja reformulada a proposta de
acordo, com concordância do investigado e seu de-
fensor.
(...)
§ 7º O juiz poderá recusar homologação à proposta
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que não atender aos requisitos legais ou quando não
for realizada a adequação a que se refere o § 5º
deste artigo.
§ 8º Recusada a homologação, o juiz devolverá os au-
tos ao Ministério Público para a análise da necessi-
dade de complementação das investigações ou o
oferecimento da denúncia.
Art. 310. Após receber o auto de prisão em flagrante, O STF (Info 1106) atribuiu interpretação conforme
no prazo máximo de até 24 (vinte e quatro) horas ao caput do art. 310 do CPP, para assentar que o juiz,
após a realização da prisão, o juiz deverá promover em caso de urgência e se o meio se revelar idôneo,
audiência de custódia com a presença do acusado, poderá realizar a audiência de custódia por video-
seu advogado constituído ou membro da Defensoria conferência.
Pública e o membro do Ministério Público, e, nessa
audiência, o juiz deverá, fundamentadamente: (...)
Art. 20. Esta Lei entra em vigor após decorridos 30 O STF (Info 1106) declarou a inconstitucionalidade
(trinta) dias de sua publicação oficial. parcial, por arrastamento, do art. 20 da Lei
13.964/2019, quanto à fixação do prazo de trinta
dias para a instalação dos juízes das garantias.
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NOÇÕES GERAIS – JUIZ DAS GARANTIAS
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tem dupla finalidade: de proteção, a fim de tutelar a integridade física do preso, e de constatação, aquila-
tando, de acordo com as circunstâncias do caso concreto, a necessidade de ser mantida a prisão do autu-
ado” (2020, p. 127).
CUNHA, Rogério Sanches. Pacote anticrime: Lei n. 13.964/2019 - comentários às alterações no CP, CPP e LEP. Juspodivm, 2020.
#Atualização:
23/08/2023: STF considera obrigatória implementação do juiz das garantias
https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=512751&ori=1
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INFORMATIVOS 2023
INFO 1106-STF
DIREITO PROCESSUAL PENAL – JUIZ DAS GARANTIAS; ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL; AUDIÊNCIA
DE CUSTÓDIA; ARQUIVAMENTO DE INQUÉRITO POLICIAL; PROCESSO EM GERAL; AÇÃO PENAL; PROVAS;
PRISÃO, MEDIDAS CAUTELARES E LIBERDADE PROVISÓRIA
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DIREITO CONSTITUCIONAL – REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS; DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS;
PODER JUDICIÁRIO; MINISTÉRIO PÚBLICO
LEI ANTICRIME E ALTERAÇÕES NO CPP: JUIZ DAS GARANTIAS, PROCEDIMENTO DE ARQUIVAMENTO DO IN-
QUÉRITO POLICIAL, ACORDO DE NÃO PERSECUÇÃO PENAL, OBRIGATORIEDADE DE REALIZAÇÃO DA AUDI-
ÊNCIA DE CUSTÓDIA NO PRAZO DE 24 HORAS E REVOGAÇÃO AUTOMÁTICA DE PRISÃO.
É constitucional o art. 3º da Lei 13.964/2019 (Lei Anticrime), especificamente quanto à instituição e à
implementação do juiz das garantias no processo penal brasileiro, porquanto trata de questões atinentes
ao processo penal, matéria da competência legislativa privativa da União (CF/1988, art. 22, I), que tem
natureza cogente sobre todos os entes federativos e os Poderes da República.
No entanto, é formalmente inconstitucional — por configurar invasão desarrazoada à autonomia admi-
nistrativa e ao poder de auto-organização do Judiciário (CF/1988, art. 96, I) — a introdução do parágrafo
único do art. 3º-D do CPP, que impõe a criação de um “sistema de rodízio de magistrados” nas comarcas
em que funcionar um único juiz.
STF. Plenário. ADIs 6.298/DF, 6.299/DF, 6.300/DF, 6.305/DF, Rel. Min. Luiz Fux, julgado em 24.8.2023 (Info
1106).
Resumo:
A implementação do juiz das garantias visa garantir uma maior imparcialidade, a proteção de direitos
fundamentais e o aprimoramento do sistema judicial. Contudo, para viabilizar a adoção do instituto de
forma progressiva e programada pelos tribunais, é necessário fixar prazo de transição mais dilatado e
adequado ao equacionamento da reorganização do Poder Judiciário nacional.
A atuação do juiz das garantias se encerra com o oferecimento da denúncia ou da queixa, e não com o
recebimento de uma delas, devendo o juiz da instrução ter acesso aos elementos produzidos no inquérito
policial ou no procedimento investigativo criminal. Restringir esse acesso afeta diretamente a indepen-
dência funcional do magistrado em exercer seu julgamento motivado, em busca da verdade real. Não se
pode presumir que o simples contato com os elementos que ensejaram a denúncia seja apto a vulnerar a
imparcialidade do julgador.
Ademais, a inobservância do prazo previsto em lei não causa a revogação automática da prisão e o juízo
competente deve ser instado a avaliar os motivos que a ensejaram (1). Não é razoável, proporcional ou
obediente ao primado da inafastabilidade da jurisdição, exigir que, em toda e qualquer hipótese, indepen-
dentemente de suas peculiaridades e dos riscos envolvidos, a prisão seja automaticamente relaxada.
Além de não abranger as infrações de menor potencial ofensivo (CPP/1941, art. 3º-C), o juiz das garan-
tias também não se aplica:
(i) aos tribunais, pois a colegialidade, por si só, é fato e reforço da independência e da imparcialidade
judicial, a justificar a diferença de tratamento;
(ii) aos processos de competência do Tribunal do Júri, pela mesma lógica do item anterior; e
(iii) aos processos criminais de violência doméstica e familiar, porque a natureza desses casos exige disci-
plina processual penal específica, que traduza um procedimento mais dinâmico, apto a promover o pronto
e efetivo amparo e proteção da vítima.
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Resumindo:
➔ Infrações de menor potencial ofensivo (rito da Lei 9.099/95).
JUIZ DAS GARANTIAS ➔ Competência originária dos Tribunais.
NÃO SE APLICA... ➔ Tribunal do Júri.
➔ Violência doméstica e familiar (rito da Lei Maria da Penha).
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Com base nesses e em outros entendimentos, o Plenário, ao analisar algumas das modificações ao
CPP/1941, implementadas pela Lei 13.964/2019, julgou parcialmente procedentes as ações para:
(i) por maioria, atribuir interpretação conforme ao art. 3º-A do CPP, para assentar que o juiz, pontual-
mente, nos limites legalmente autorizados, pode determinar a realização de diligências suplementares,
para o fim de dirimir dúvida sobre questão relevante para o julgamento do mérito;
(ii) por maioria, declarar a constitucionalidade do caput do art. 3º-B do CPP, e, por unanimidade, fixar
o prazo de doze meses, a contar da publicação da ata do julgamento, para que sejam adotadas as medidas
legislativas e administrativas necessárias à adequação das diferentes leis de organização judiciária, à efe-
tiva implantação e ao efetivo funcionamento do juiz das garantias em todo o País, tudo conforme as
diretrizes do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e sob a supervisão dele. Esse prazo poderá ser prorro-
gado uma única vez, por no máximo doze meses, devendo a devida justificativa ser apresentada em pro-
cedimento realizado junto ao CNJ;
(iii) por unanimidade, declarar a inconstitucionalidade parcial, por arrastamento, do art. 20 da Lei
13.964/2019, quanto à fixação do prazo de trinta dias para a instalação dos juízes das garantias;
(iv) por unanimidade, atribuir interpretação conforme aos incisos IV, VIII e IX do art. 3º-B do CPP, para
que todos os atos praticados pelo Ministério Público, como condutor de investigação penal, se subme-
tam ao controle judicial (HC 89.837/DF) e fixar o prazo de até 90 dias, contados da publicação da ata do
julgamento, para os representantes do Parquet encaminharem, sob pena de nulidade, todos os PIC e ou-
tros procedimentos de investigação criminal, mesmo que tenham outra denominação, ao respectivo juiz
natural, independentemente de o juiz das garantias já ter sido implementado na respectiva jurisdição;
(v) por unanimidade, atribuir interpretação conforme ao inciso VI do art. 3º-B do CPP, para prever que
o exercício do contraditório será preferencialmente em audiência pública e oral;
(vi) por unanimidade, atribuir interpretação conforme ao inciso VII do art. 3º-B do CPP, para estabelecer
que o juiz pode deixar de realizar a audiência quando houver risco para o processo, ou diferi-la em caso
de necessidade;
(vii) por maioria, declarar a inconstitucionalidade do inciso XIV do art. 3º-B do CPP, e atribuir interpre-
tação conforme para assentar que a competência do juiz das garantias cessa com o oferecimento da
denúncia;
(viii) por unanimidade, atribuir interpretação conforme ao § 1º do art. 3º-B do CPP, para estabelecer
que o preso em flagrante ou por força de mandado de prisão provisória será encaminhado à presença do
juiz das garantias, no prazo de 24 horas, salvo impossibilidade fática, momento em que se realizará a audi-
ência com a presença do ministério público e da defensoria pública ou de advogado constituído, cabendo,
excepcionalmente, o emprego de videoconferência, mediante decisão da autoridade judiciária compe-
tente, desde que este meio seja apto à verificação da integridade do preso e à garantia de todos os seus
direitos;
(ix) por unanimidade, atribuir interpretação conforme ao § 2º do art. 3º-B do CPP, para assentar que:
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(a) o juiz pode decidir de forma fundamentada, reconhecendo a necessidade de novas prorrogações do
inquérito, diante de elementos concretos e da complexidade da investigação; e
(b) a inobservância do prazo previsto em lei não implica a revogação automática da prisão preventiva,
devendo o juízo competente ser instado a avaliar os motivos que a ensejaram, nos termos da ADI 6.581/DF;
(x) por unanimidade, atribuir interpretação conforme à primeira parte do caput do art. 3º-C do CPP,
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para esclarecer que as normas relativas ao juiz das garantias não se aplicam às seguintes situações:
(a) processos de competência originária dos tribunais, os quais são regidos pela Lei 8.038/1990;
(b) processos de competência do tribunal do júri;
(c) casos de violência doméstica e familiar (rito da Lei Maria da Penha); e
(d) infrações penais de menor potencial ofensivo (rito da Lei 9.099/95);
(xii) por maioria, declarar a inconstitucionalidade do termo “Recebida” contido no § 1º do art. 3º-C do
CPP, e atribuir interpretação conforme ao dispositivo para assentar que, oferecida a denúncia ou queixa,
as questões pendentes serão decididas pelo juiz da instrução e julgamento;
(xiv) por unanimidade, declarar a inconstitucionalidade, com redução de texto, dos §§ 3º e 4º do art.
3º-C do CPP, e atribuir interpretação conforme para entender que os autos que compõem as matérias de
competência do juiz das garantias serão remetidos ao juiz da instrução e julgamento;
(xvi) por unanimidade, declarar a inconstitucionalidade formal do parágrafo único do art. 3º-D do CPP;
(xvii) por unanimidade, atribuir interpretação conforme ao art. 3º-E do CPP, para assentar que o juiz
das garantias será investido, e não designado, conforme as normas de organização judiciária da União,
dos estados e do Distrito Federal, observando critérios objetivos a serem periodicamente divulgados pelo
respectivo tribunal;
(xix) por unanimidade, atribuir interpretação conforme ao parágrafo único do art. 3º-F do CPP, para
assentar que a divulgação de informações sobre a realização da prisão e a identidade do preso pelas
autoridades policiais, Ministério Público e magistratura deve assegurar a efetividade da persecução penal,
o direito à informação e a dignidade da pessoa submetida à prisão;
(xx) por maioria, atribuir interpretação conforme ao caput do art. 28 do CPP, para assentar que, ao se
manifestar pelo arquivamento do inquérito policial ou de quaisquer elementos informativos da mesma
natureza, o órgão do Ministério Público submeterá sua manifestação ao juiz competente e comunicará à
vítima, ao investigado e à autoridade policial, podendo encaminhar os autos para o Procurador-Geral ou
para a instância de revisão ministerial, quando houver, para fins de homologação, na forma da lei;
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(xxi) por unanimidade, atribuir interpretação conforme ao § 1º do art. 28 do CPP, para assentar que,
além da vítima ou de seu representante legal, a autoridade judicial competente também poderá subme-
ter a matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, caso verifique patente ilegalidade
ou teratologia no ato do arquivamento;
(xxii) por unanimidade, declarar a constitucionalidade dos arts. 28-A, caput, III, IV e §§ 5º, 7º e 8º do
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CPP;
(xxiv) por unanimidade, atribuir interpretação conforme ao caput do art. 310 do CPP, para assentar que
o juiz, em caso de urgência e se o meio se revelar idôneo, poderá realizar a audiência de custódia por
videoconferência;
(xxv) por unanimidade, atribuir interpretação conforme ao § 4º do art. 310 do CPP, para assentar que a
autoridade judiciária deverá avaliar se estão presentes os requisitos para a prorrogação excepcional do
prazo ou para sua realização por videoconferência, sem prejuízo da possibilidade de imediata decretação
de prisão preventiva; e
(xxvi) por unanimidade, fixar a seguinte regra de transição: quanto às ações penais já instauradas no
momento da efetiva implementação do juiz das garantias pelos tribunais, a eficácia da lei não acarretará
qualquer modificação do juízo competente.
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SÚMULA
Súmula vinculante 14: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos
elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com
competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.
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