Resenha Max Weber

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Nome: Victória Cristina dos Santos Lage (RA: 202587)

Resenha do texto "Ciência e política – Duas Vocações" do autor Max Weber

No capítulo proposto de Ciência e política – Duas Vocações, Max Weber explora as


relações de dominação, obediência e poder dentro do Estado e como essas estão ligadas
e são usadas como mecanismo para a legitimidade do mesmo. O autor ainda propõe uma
explicação do que é a política, seu uso e ramificações em aspectos variados dentro do
sistema.

O argumento principal é que a violência têm relação intrínseca com o Estado de modo
estrutural e individual e é o instrumento chave para sua manutenção e das relações de
dominação, por consequência o uso da força é essencial dentro do sistema, não há
dominância sem força e apenas o Estado pode usar dela de modo legal. Para este uso ser
legitimo e a população aceitar num consenso é preciso utilizar meios manipulativos,
sendo assim Max Weber propõe outros três fundamentos puros da dominação, o
tradicionalismo, carismático e racional. O sociólogo exemplifica os três conceitos da
seguinte forma:

“Antes de tudo, a autoridade do ‘passado eterno’,isto é, dos costumes


santificados pela validez imemorial e pelo hábito, enraizado nos homens, de
respeitá-los. Tal é o “poder tradicional ”, que o patriarca ou o senhor de terras,
outrora, exercia. Existe, em segundo lugar, a autoridade que se funda em dons
pessoais e extraordinários de um indivíduo (carisma) — devoção e confiança
estritamente pessoais depositadas em alguém que se singulariza por
qualidades prodigiosas, por heroísmo ou por outras qualidades exemplares
que dele fazem o chefe. Tal é o poder “ carismático”, exercido pelo profeta ou
— no domínio político — pelo dirigente guerreiro eleito, pelo soberano
escolhido através de plebiscito, pelo grande demagogo ou pelo dirigente de
um partido político. Existe, por fim, a autoridade que se impõe em razão da “
legalidade” , em razão da crença na validez de um estatuto legal e de uma “
competência” positiva, fundada em regras racionalmente estabelecidas ou, em
outros termos, a autoridade fundada na obediência, que reconhece obrigações
conformes ao estatuto estabelecido” (WEBER, 1997, p. 57)
Weber continua por destacar a liderança carismática e a partir disso fica mais fácil de
entender que a obediência é pautada em conceitos mais complexos e a legitimidade não
é mantida apenas por leis, mas também pela fé por exemplo, que também é exemplificada
como sendo um importante meio de coerção social.

Complementando seu argumento dos fundamentos puros da dominação e procurando


responder como é institucionalizado o uso das forças políticas, o autor posa a questão “De
que modo conseguem as forças políticas dominantes afirmar sua autoridade?” (WEBER,
1997, p. 59) entra no campo de dominância estrutural e afirma que a politica precisa fazer
a manutenção dos métodos de autoridade do Estado, esse se dá, nas palavras de Weber
por meio de um “estado-maior administrativo e de meios materiais de gestão”. É
evidenciado no texto que os cuidadores do estado-maior são divididos em dois grupos, os
que possuem bens materiais e os favorecidos do detentor de poder, assim a relação de
obediência é pautada em conceitos não-morais exclusivos para privilegiados como
retribuição material e prestigio social, essa camada é fiel ao governante por medo de
perder seus privilégios.

Por fim, o autor faz uma analise do Estado Moderno, como a vontade do governante
dentro deste é fazer com que todo mecanismo do Estado dependa de si, transformando os
agentes que performam a perpetuação do Estado através de seu papel burocrático no
sistema em meros fantoches políticos. É uma explicação que clarifica os métodos de
funcionamento de governos mais antigos aos mais atuais posando indagações sobre como
a obediência funciona em seu centro e liga com maestria os conceitos de politica e
legitimidade estatal.

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