Processo Penal Militar
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PENAL MILITAR
WALNEY OLIVEIRA
POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - PMPA
DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR
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POLÍCIA MILITAR DO PARÁ - PMPA
DIREITO PROCESSUAL PENAL MILITAR
Interpretação literal
DIREITO PROCESSUAL Art. 2º A lei de processo penal militar deve ser
interpretada no sentido literal de suas expressões. Os
PENAL MILITAR termos técnicos hão de ser entendidos em sua acepção
especial, salvo se evidentemente empregados com outra
significação.
PROGRAMA
Interpretação extensiva ou restritiva
1 Processo Penal Militar e sua aplicação. 2 Polícia §1º Admitir-se-á a interpretação extensiva ou a
judiciária militar. 3 Inquérito policial militar. 4 Ação penal interpretação restritiva, quando for manifesto, no
militar e seu exercício. 5 Prisão em flagrante. 6 Prisão primeiro caso, que a expressão da lei é mais estrita e, no
preventiva. 7 Menagem. 8 Liberdade provisória. segundo, que é mais ampla, do que sua intenção.
Aplicação provisória de medidas de segurança. 9
Processos especiais. Deserção de praça e de praça Casos de inadmissibilidade de interpretação não literal
especial. Insubmissão. 10 Composição do Conselho §2º Não é, porém, admissível qualquer dessas
Permanente de Justiça e Conselho Especial de Justiça interpretações, quando:
a) cercear a defesa pessoal do acusado;
PROCESSO PENAL MILITAR E SUA APLICAÇÃO. b) prejudicar ou alterar o curso normal do processo, ou
lhe desvirtuar a natureza;
c) desfigurar de plano os fundamentos da acusação que
deram origem ao processo.
CÓDIGO DE PROCESSO PENAL MILITAR
LIVRO I Suprimento dos casos omissos
Art. 3º Os casos omissos neste Código serão supridos:
TÍTULO I a) pela legislação de processo penal comum, quando
aplicável ao caso concreto e sem prejuízo da índole do
CAPÍTULO ÚNICO
processo penal militar;
DA LEI DE PROCESSO PENAL MILITAR E DA SUA
b) pela jurisprudência;
APLICAÇÃO
c) pelos usos e costumes militares;
d) pelos princípios gerais de Direito;
Fontes de Direito Judiciário Militar
e) pela analogia.
Art. 1º O processo penal militar reger-se-á pelas normas
contidas neste Código, assim em tempo de paz como em
tempo de guerra, salvo legislação especial que lhe for Aplicação no espaço e no tempo
estritamente aplicável. Art. 4º Sem prejuízo de convenções, tratados e regras de
Divergência de normas direito internacional, aplicam-se as normas deste
Código:
§1º Nos casos concretos, se houver divergência entre
essas normas e as de convenção ou tratado de que o
Brasil seja signatário, prevalecerão as últimas. Tempo de paz
I - em tempo de paz:
Aplicação subsidiária a) em todo o território nacional;
§2º Aplicam-se, subsidiariamente, as normas deste b) fora do território nacional ou em lugar de
Código aos processos regulados em leis especiais. extraterritorialidade brasileira, quando se tratar de
crime que atente contra as instituições militares ou a
segurança nacional, ainda que seja o agente processado
ou tenha sido julgado pela justiça estrangeira;
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Delegação do exercício
§1º Obedecidas as normas regulamentares de jurisdição,
hierarquia e comando, as atribuições enumeradas neste
artigo poderão ser delegadas a oficiais da ativa, para fins
especificados e por tempo limitado.
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Designação de delegado e avocamento de inquérito Art. 9º O inquérito policial militar é a apuração sumária
pelo ministro de fato, que, nos termos legais, configure crime militar,
e de sua autoria. Tem o caráter de instrução provisória,
§5º Se o posto e a antiguidade de oficial da ativa cuja finalidade precípua é a de ministrar elementos
excluírem, de modo absoluto, a existência de outro necessários à propositura da ação penal.
oficial da ativa nas condições do §3º, caberá ao ministro
competente a designação de oficial da reserva de posto Parágrafo único. São, porém, efetivamente instrutórios
mais elevado para a instauração do inquérito policial da ação penal os exames, perícias e avaliações realizados
militar; e, se este estiver iniciado, avocá-lo, para tomar regularmente no curso do inquérito, por peritos idôneos
essa providência. e com obediência às formalidades previstas neste
Código.
Competência da polícia judiciária militar
Art. 8º Compete à Polícia judiciária militar: Modos por que pode ser iniciado
a) apurar os crimes militares, bem como os que, por lei Art. 10. O inquérito é iniciado mediante portaria:
especial, estão sujeitos à jurisdição militar, e sua autoria; a) de ofício, pela autoridade militar em cujo âmbito de
b) prestar aos órgãos e juízes da Justiça Militar e aos jurisdição ou comando haja ocorrido a infração penal,
membros do Ministério Público as informações atendida a hierarquia do infrator;
necessárias à instrução e julgamento dos processos, bem b) por determinação ou delegação da autoridade militar
como realizar as diligências que por eles lhe forem superior, que, em caso de urgência, poderá ser feita por
requisitadas; via telegráfica ou radiotelefônica e confirmada,
c) cumprir os mandados de prisão expedidos pela Justiça posteriormente, por ofício;
Militar; c) em virtude de requisição do Ministério Público;
d) representar a autoridades judiciárias militares acerca
da prisão preventiva e da insanidade mental do
indiciado; d) por decisão do Superior Tribunal Militar, nos termos
do art. 25;
e) cumprir as determinações da Justiça Militar relativas
aos presos sob sua guarda e responsabilidade, bem como e) a requerimento da parte ofendida ou de quem
as demais prescrições deste Código, nesse sentido; legalmente a represente, ou em virtude de
representação devidamente autorizada de quem tenha
f) solicitar das autoridades civis as informações e conhecimento de infração penal, cuja repressão caiba à
medidas que julgar úteis à elucidação das infrações Justiça Militar;
penais, que esteja a seu cargo;
f) quando, de sindicância feita em âmbito de jurisdição
g) requisitar da polícia civil e das repartições técnicas militar, resulte indício da existência de infração penal
civis as pesquisas e exames necessários ao complemento militar.
e subsídio de inquérito policial militar;
h) atender, com observância dos regulamentos militares,
a pedido de apresentação de militar ou funcionário de
repartição militar à autoridade civil competente, desde
que legal e fundamentado o pedido.
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Obrigatoriedade
Art. 30. A denúncia deve ser apresentada sempre que
houver:
a) prova de fato que, em tese, constitua crime;
b) indícios de autoria.
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Nota de culpa
Lavratura do auto
Art. 247. Dentro em vinte e quatro horas após a prisão,
Art. 245. Apresentado o preso ao comandante ou ao será dada ao preso nota de culpa assinada pela
oficial de dia, de serviço ou de quarto, ou autoridade autoridade, com o motivo da prisão, o nome do condutor
correspondente, ou à autoridade judiciária, será, por e os das testemunhas.
qualquer deles, ouvido o condutor e as testemunhas que
o acompanharem, bem como inquirido o indiciado sobre
a imputação que lhe é feita, e especialmente sobre o Recibo da nota de culpa
lugar e hora em que o fato aconteceu, lavrando-se de
§1º Da nota de culpa o preso passará recibo que será
tudo auto, que será por todos assinado.
assinado por duas testemunhas, quando ele não souber,
§1º Em se tratando de menor inimputável, será não puder ou não quiser assinar.
apresentado, imediatamente, ao juiz de menores.
Relaxamento da prisão
Ausência de testemunhas §2º Se, ao contrário da hipótese prevista no art. 246, a
§2º A falta de testemunhas não impedirá o auto de prisão autoridade militar ou judiciária verificar a manifesta
em flagrante, que será assinado por duas pessoas, pelo inexistência de infração penal militar ou a não
menos, que hajam testemunhado a apresentação do participação da pessoa conduzida, relaxará a prisão. Em
preso. se tratando de infração penal comum, remeterá o preso
à autoridade civil competente.
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Fundamentação do despacho
Concessão de liberdade provisória Art. 256. O despacho que decretar ou denegar a prisão
Art. 253. Quando o juiz verificar pelo auto de prisão em preventiva será sempre fundamentado; e, da mesma
flagrante que o agente praticou o fato nas condições dos forma, o seu pedido ou requisição, que deverá preencher
arts. 35, 38, observado o disposto no art. 40, e dos arts. as condições previstas nas letras a e b , do art. 254.
39 e 42, do Código Penal Militar, poderá conceder ao
indiciado liberdade provisória, mediante termo de
comparecimento a todos os atos do processo, sob pena
de revogar a concessão.
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MENAGEM.
Revogação e nova decretação
Art. 259. O juiz poderá revogar a prisão preventiva se, no
curso do processo, verificar a falta de motivos para que
subsista, bem como de novo decretá-la, se sobrevierem CAPÍTULO V
razões que a justifiquem. DA MENAGEM
Parágrafo único. A prorrogação da prisão preventiva Competência e requisitos para a concessão
dependerá de prévia audiência do Ministério Público.
Art. 263. A menagem poderá ser concedida pelo juiz, nos
crimes cujo máximo da pena privativa da liberdade não
Execução da prisão preventiva exceda a quatro anos, tendo-se, porém, em atenção a
natureza do crime e os antecedentes do acusado.
Art. 260. A prisão preventiva executar-se-á por mandado,
com os requisitos do art. 225. Se o indiciado ou acusado Lugar da menagem
já se achar detido, será notificado do despacho que a Art. 264. A menagem a militar poderá efetuar-se no
decretar pelo escrivão do inquérito, ou do processo, que lugar em que residia quando ocorreu o crime ou seja
o certificará nos autos. sede do juízo que o estiver apurando, ou, atendido o seu
posto ou graduação, em quartel, navio, acampamento,
ou em estabelecimento ou sede de órgão militar. A
Passagem à disposição do juiz
menagem a civil será no lugar da sede do juízo, ou em
Art. 261. Decretada a prisão preventiva, o preso passará lugar sujeito à administração militar, se assim o entender
à disposição da autoridade judiciária, observando-se o necessário a autoridade que a conceder.
disposto no art. 237.
Audiência do Ministério Público
§1º O Ministério Público será ouvido, previamente,
sobre a concessão da menagem, devendo emitir parecer
dentro do prazo de três dias.
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Reincidência
Art. 269. Ao reincidente não se concederá menagem.
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TÍTULO II
Fundamentação DOS PROCESSOS ESPECIAIS
§2º Será fundamentado o despacho que aplicar qualquer CAPÍTULO III
das medidas previstas neste artigo.
DO PROCESSO DE DESERÇÃO DE PRAÇA COM OU SEM
GRADUÇÃO E DE PRAÇA ESPECIAL.
Irrecorribilidade de despacho (Redação dada pela Lei nº 8.236, de 20.9.1991)
Art. 273. Não caberá recurso do despacho que decretar
ou denegar a aplicação provisória da medida de
segurança, mas esta poderá ser revogada, substituída ou Inventário dos bens deixados ou extraviados pelo
modificada, a critério do juiz, mediante requerimento do ausente
Ministério Público, do indiciado ou acusado, ou de Art. 456. Vinte e quatro horas depois de iniciada a
representante legal de qualquer destes, nos casos das contagem dos dias de ausência de uma praça, o
letras a e c do artigo anterior. comandante da respectiva subunidade, ou autoridade
competente, encaminhará parte de ausência ao
comandante ou chefe da respectiva organização, que
mandará inventariar o material permanente da Fazenda
Nacional, deixado ou extraviado pelo ausente, com a
assistência de duas testemunhas idôneas. (Redação dada
pela Lei nº 8.236, de 20.9.1991)
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§8º O curador ou advogado do acusado terá vista dos Art. 463. Consumado o crime de insubmissão, o
autos para examinar suas peças e apresentar, dentro do comandante, ou autoridade correspondente, da unidade
prazo de três dias, as razões de defesa. para que fora designado o insubmisso, fará lavrar o
termo de insubmissão, circunstanciadamente, com
indicação, de nome, filiação, naturalidade e classe a que
Dia e hora do julgamento pertencer o insubmisso e a data em que este deveria
apresentar-se, sendo o termo assinado pelo referido
§9º Voltando os autos ao presidente, designará este dia
comandante, ou autoridade correspondente, e por duas
e hora para o julgamento.
testemunhas idôneas, podendo ser impresso ou
datilografado. (Redação dada pela Lei nº 8.236, de
20.9.1991)
Interrogatório
§10. Reunido o Conselho, será o acusado interrogado,
em presença do seu advogado, ou curador se for menor, Arquivamento do termo
assinando com o advogado ou curador, após os juízes, o
§1º O termo, juntamente com os demais documentos
auto de interrogatório, lavrado pelo escrivão.
relativos à insubmissão, tem o caráter de instrução
provisória, destina-se a fornecer os elementos
necessários à propositura da ação penal e é o
Defesa oral
instrumento legal autorizador da captura do insubmisso,
§11. Em seguida, feita a leitura do processo pelo para efeito da incorporação. (Redação dada pela Lei nº
escrivão, o presidente do Conselho dará a palavra ao 8.236, de 20.9.1991)
advogado ou curador do acusado, para que, dentro do
prazo máximo de trinta minutos, apresente defesa oral,
passando o Conselho a funcionar, desde logo, em sessão Inclusão do insubmisso
secreta.
§2º O comandante ou autoridade competente que tiver
lavrado o termo de insubmissão remetê-lo-á à auditoria,
acompanhado de cópia autêntica do documento hábil
Comunicação de sentença condenatória ou alvará de
que comprove o conhecimento pelo insubmisso da data
soltura
e local de sua apresentação, e demais documentos.
§12. Terminado o julgamento, se o acusado for (Redação dada pela Lei nº 8.236, de 20.9.1991)
condenado, o presidente do Conselho fará expedir
imediatamente a devida comunicação à autoridade
competente; e, se for absolvido ou já tiver cumprido o Procedimento
tempo de prisão que na sentença lhe houver sido
§3º Recebido o termo de insubmissão e os documentos
imposto, providenciará, sem demora, para que o
que o acompanham, o Juiz-Auditor determinará sua
acusado seja, mediante alvará de soltura, posto em
atuação e dará vista do processo, por cinco dias, ao
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procurador, que requererá o que for de direito, COMPOSIÇÃO DO CONSELHO PERMANENTE DE JUSTIÇA
aguardando-se a captura ou apresentação voluntária do E CONSELHO ESPECIAL DE JUSTIÇA.
insubmisso, se nenhuma formalidade tiver sido omitida
ou após cumprimento das diligências requeridas.
(Redação dada pela Lei nº 8.236, de 20.9.1991)
Menagem e inspeção de saúde Na Justiça Militar da União não há julgamento por órgão
singular. A Justiça Militar da União é um dos ramos do
Art. 464. O insubmisso que se apresentar ou for
Poder Judiciário brasileiro, sendo especializada no
capturado terá o direito ao quartel por menagem e será
julgamento de crimes militares. Está dividida em 12
submetido à inspeção de saúde. Se incapaz, ficará isento
Circunscrições Judiciárias Militares (CJM), que, por sua
do processo e da inclusão. (Redação dada pela Lei nº
vez, abrigam uma ou mais Auditorias Militares, os órgãos
8.236, de 20.9.1991)
de Primeira Instância.
As Auditorias têm jurisdição mista, ou seja, cada uma
Remessa ao Conselho da unidade julga os feitos relativos à Marinha, ao Exército e à
Aeronáutica. Na Primeira Instância, o julgamento é
§1º A ata de inspeção de saúde será, pelo comandante
realizado pelos Conselhos de Justiça, formados por
da unidade, ou autoridade competente, remetida, com
quatro oficiais (juízes militares) e pelo juiz federal da
urgência, à auditoria a que tiverem sido distribuídos os
Justiça Militar da União (juiz-auditor; juiz togado).
autos, para que, em caso de incapacidade para o serviço
militar, sejam arquivados, após pronunciar-se o A presidência do conselho é do juiz militar mais antigo.
Ministério Público Militar. (Redação dada pela Lei nº Já na Justiça Militar Estadual a presidência do conselho
8.236, de 20.9.1991) cabe ao juiz-auditor.
Existem duas espécies de conselho:
Liberdade do insubmisso O Conselho Especial de Justiça é sorteado e formado a
cada processo em que haja julgamento de um OFICIAL
§2º Incluído o insubmisso, o comandante da unidade, ou
das forças armadas. Assim que a sentença é prolatada o
autoridade correspondente, providenciará, com
conselho é dissolvido.
urgência, a remessa à auditoria de cópia do ato de
inclusão. O Juiz-Auditor determinará sua juntada aos Já os Conselhos Permanentes de Justiça possuem a
autos e deles dará vista, por cinco dias, ao procurador, composição semelhante ao Conselho Especial de Justiça,
que poderá requerer o arquivamento, ou o que for de ou seja, (um juiz-auditor e quatro juízes militares) sendo
direito, ou oferecer denúncia, se nenhuma formalidade formados a cada trimestre. Estes conselhos processam e
tiver sido omitida ou após o cumprimento das diligências julgam as ações em que os acusados são praças ou civis.
requeridas. (Redação dada pela Lei nº 8.236, de
20.9.1991)
JUSTIÇA MILITAR ESTADUAL DO PARÁ
§3º O insubmisso que não for julgado no prazo de
sessenta dias, a contar do dia de sua apresentação São órgãos da Justiça Militar do Estado:
voluntária ou captura, sem que para isso tenha dado - Em primeira instância:
causa, será posto em liberdade. (Incluído pela Lei nº
8.236, de 20.9.1991) I - Os Juízes de Direito, titular e substituto;
II- Os Conselhos de Justiça, Permanente e Especial.
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O Conselho de Justiça é formado pelo Juiz de Direito do Sua jurisdição, em primeira instância, em todo o
Juízo Militar, que o preside, e por quatro oficiais militares território paraense, é exercida:
estaduais, escolhidos mediante sorteio pelo Juiz togado,
a) Pelos Juízes de Direito, a quem compete julgar os
conforme lista dos oficiais da ativa encaminhada pela
crimes militares praticados contra civis e as ações
respectiva corporação a que pertencer o acusado. O
judiciais contra atos disciplinares militares (habeas
Conselho Permanente tem os membros militares
corpus, mandado de segurança, ações civis ordinárias,
substituídos trimestralmente. Haverá um Conselho
etc.);
Especial para cada processo em que for acusado um
oficial da Polícia Militar ou do Corpo de Bombeiros b) Pelos Conselhos de Justiça, presididos pelo Juiz de
Militar. Direito e integrados por quatro oficias da ativa
escolhidos mediante sorteio realizado pelo Juiz togado.
A sede da Justiça Militar é na capital do Estado e sua
Há duas espécies de Conselhos de Justiça: o Permanente,
jurisdição abrange todo o território paraense.
para julgar praças (do soldado ao subtenente) e praças
especiais (cadete e aspirante a oficial), e o Especial, para
julgar os oficiais (do 2º tenente ao Coronel).
COMPETÊNCIA
Sua competência está definida nos parágrafos 4º. e 5º,
do artigo 125, da Constituição Federal que
transcrevemos a seguir:
"§4º Compete à Justiça Militar estadual processar e
julgar os militares dos Estados, nos crimes militares
definidos em lei e as ações judiciais contra atos
disciplinares militares, ressalvada a competência do júri
quando a vítima for civil, cabendo ao tribunal
competente decidir sobre a perda do posto e da patente
dos oficiais e da graduação das praças."
"§5º Compete aos juízes de direito do juízo militar
processar e julgar, singularmente, os crimes militares
cometidos contra civis e as ações judiciais contra atos
disciplinares militares, cabendo ao Conselho de Justiça,
sob a presidência de juiz de direito, processar e julgar os
demais crimes militares."
São considerados crimes militares os que estão
tipificados no Código Penal Militar, quando praticados
por militares estaduais ¿ policiais militares e bombeiros
militares, da ativa ou inativos (da reserva ou reformados)
¿ quando ocorra uma das condições previstas em seu
artigo 9º.
Existem crimes tipificados em lei extravagantes que
mesmo praticados por militares não constituem crimes
militares por falta de previsão normativa, por exemplo: o
crime de tortura e o de abuso de autoridade, entre
outros.
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