Acao Bancaria RMC de Sucesso 1
Acao Bancaria RMC de Sucesso 1
Acao Bancaria RMC de Sucesso 1
I. DA JUSTIÇA GRATUITA
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Menciona também que no prazo do artigo 335, I do CPC irá
apresentar sua réplica, caso haja a contestação da parte Ré.
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Em que pese a boa-fé, importante ressaltar que o Autor
celebrou SIM contrato de empréstimo consignado com desconto em seu
benefício junto ao Banco Réu. No entanto, NUNCA SOLICITOU OU
CONTRATOU CARTÃO DE CRÉDITO CONSIGNADO, pois fora em busca de
um empréstimo consignado COMUM e assim acreditou ter contratado. Até
porque a contratação do empréstimo se deu como todos os outros anteriores
que o aposentado já realizou. Ou seja, houve especificação do valor
liberado, parcelas fixas com data início e fim para acabar e o valor
contratado foi depositado na conta corrente em que o aposentado recebe
a sua pensão.
Ocorre que, o Réu, objetivando lucro a qualquer custo, embutiu
ao Autor um Cartão de Crédito Consignado maquiado de Empréstimo
Consignado, denominado de “Reserva de Margem Consignada (RMC), o qual
vem sendo descontado até então.
Cumpre destacar também que o Autor jamais autorizou tais
descontos em seu benefício previdenciário ou tinha interesse nesse tipo de
reserva, e, como de praxe, sequer foi informado pela instituição financeira
acerca da constituição da Reserva de Margem Consignável, inclusive sobre o
percentual que seria averbado em seu benefício previdenciário.
Dessa forma, por não ter autorizado o desconto, tampouco
recebeu/desbloqueou/utilizou cartão que justificasse o débito! Logo, o Banco
Réu NÃO DEVERIA estar descontando do consumidor valores a título de
Empréstimo sobre a RMC e de Reserva de Margem de Crédito (RMC).
O Autor acreditava que os valores descontados do seu
benefício eram referentes ao pagamento do empréstimo consignado comum
contratado, mas descobriu recentemente que foi ENGANADO, levado a crer,
durante os quatro anos a partir da contratação – 09/08/2016 -, que seu
empréstimo estava sendo amortizado mês a mês e findando as 48 parcelas
cessariam os descontos, reestabelecendo o valor da sua Aposentadoria.
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Excelência, o Autor jamais concordaria em contratar a
modalidade de cartão de crédito RMC ou descontar valores a maior de
seu benefício previdenciário, haja vista que ele necessita de cada centavo
para garantir sua subsistência, razão pela qual, assim que teve
conhecimento da conduta fraudulenta da instituição financeira, imediatamente
decidiu por ingressar com a presente ação no intuito de solicitar a alteração da
modalidade cartão de crédito RMC para empréstimo consignado comum e
reaver os valores descontados indevidamente e sem qualquer autorização.
Ademais, é sabido que a modalidade de empréstimo de cartão
de crédito RMC, sem a autorização do consumidor, se trata de DÍVIDA
ETERNA, haja vista que a reserva da margem de 5% (cinco por cento) e os
descontos do valor mínimo dos vencimentos previdenciários do Autor geram
lucro desmedido e exorbitante para o Banco e torna a dívida do Autor
IMPAGÁVEL. Frisa-se ainda que o valor que é descontado de 5%, para o
aposentado, é um valor muito expressivo, pois recebe apenas um salário-
mínimo e já possui o desconto de R$ 298,70 (duzentos e noventa e oito reais
e setenta centavos) de empréstimos consignáveis. Percebendo o valor total
de R$ 746,30 (setecentos e quarenta e seis reais e trinta centavos) para
arcar com dívidas alimentares, remédios e moradia.
Ora, o aposentado já recebe um valor extremamente
insuficiente para satisfazer todas as necessidades de uma subsistência digna.
Agora, por favor, digne-se Excelência, como esse mesmo aposentado
poderia contratar de própria vontade e consentimento um empréstimo
com anatocismo, cujas parcelas não têm data fim para acabar e o
montante pago no decorrer dos anos podem ultrapassar 3 vezes o valor
liberado? De fato, é inconcebível tal suposição.
A situação fatídica demonstra que desde agosto de 2016 até a
presente data o autor já pagou 53 parcelas de R$ 52,25 (cinquenta e dois reais
e vinte e cinco centavos, totalizando R$ 2.769,25 (dois mil, setecentos e
sessenta e nove reais e vinte e cinco centavos) ao Banco Réu, ou seja,
quase 03 (três) vezes o valor depositado, cuja quantia sequer abateu o valor
liberado de R$ 1.144,00 (um mil, cento e quarenta e quatro reais), implicando
certamente em enriquecimento sem causa à Instituição Financeira e de
imensurável prejuízo a parte Autora.
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Portanto, Excelência, além do Banco Réu ter agido com
má-fé por embutir produto não contratado ao consumidor, o débito em
comento jamais será pago se prosseguir na modalidade Cartão de crédito
RMC, vez que os descontos mensais são apenas juros e encargos da
dívida, gerando descontos da verba remuneratória do consumidor por
prazo indeterminado.
Para elucidar melhor a situação, o referido empréstimo foi
submetido à análise pericial, conforme parecer técnico/jurídico juntado nos
autos, oportunidade em que se faz prova a planilha/cálculo demonstrativa
(documento anexo), apontando diversas irregularidades.
Destaca-se que a ANÁLISE PERICIAL, realizou o
comparativo entre as duas modalidades de empréstimos – consignado
tradicional (comum) e cartão de crédito RMC, sob o prisma de verificar as
reais condições praticadas pela instituição financeira.
Com o resultado de tal apuração financeira, feita consulta na
calculadora do cidadão no Site do Banco Central, ficou evidenciada, que o
negócio jurídico não foi pautado sob o princípio da boa-fé, vez que, o Banco
Réu convencionou ao Autor produto prejudicial e diferente do solicitado.
Conforme se comprova:
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Taxas de juros
Posição Instituição % a.m. % a.a.
1 BANC OOB 1,87 24,9
2 BC O BMG S.A. 1,88 25,11
3 BRB - BC O DE BRASILIA S.A. 1,96 26,23
4 GAZINC RED S.A. SC FI 2,03 27,27
5 BC O DO ESTADO DO RS S.A. 2,1 28,32
6 BC O DO EST. DO PA S.A. 2,12 28,55
7 BANC O INTER 2,13 28,76
8 BC O SAFRA S.A. 2,14 28,85
9 BC O BANESTES S.A. 2,15 29,06
10 BC O DAYC OVAL S.A 2,15 29,11
11 BC O OLÉ C ONSIGNADO S.A. 2,16 29,17
12 PARANA BC O S.A. 2,16 29,28
13 C C B BRASIL S.A. - C FI 2,17 29,38
14 BANC O BRADESC ARD 2,2 29,81
15 BANC O ITAÚ C ONSIGNADO S.A. 2,2 29,84
16 C REDIARE C FI S.A. 2,2 29,89
17 C AIXA EC ONOMIC A FEDERAL 2,21 29,96
18 BC O SANTANDER (BRASIL) S.A. 2,22 30,21
19 BC O MERC ANTIL DO BRASIL S.A. 2,23 30,32
20 BANC O SEMEAR 2,24 30,45
21 BC O BRADESC O S.A. 2,25 30,58
22 BANC O DIGIO 2,25 30,67
23 BC O INDUSTRIAL DO BRASIL S.A. 2,28 31,12
24 BC O VOTORANTIM S.A. 2,29 31,24
25 BANC O PAN 2,31 31,55
26 BC O DO NORDESTE DO BRASIL S.A. 2,31 31,56
27 MERC ANTIL BRASIL FIN S.A. C FI 2,33 31,83
28 BC O BRADESC O FINANC . S.A. 2,33 31,84
29 BC O DO BRASIL S.A. 2,33 31,87
30 BANC O BARI S.A. 2,34 31,92
31 BC O C ETELEM S.A. 2,34 31,97
32 ITAÚ UNIBANC O S.A. 2,36 32,26
33 AGIBANK FINANC EIRA 2,37 32,52
34 KIRTON BANK 2,39 32,7
35 FAC TA S.A. C FI 3,37 48,87
FONTE:https://www.bcb.gov.br/estatisticas/reporttxjuros/?path=conteudo%2Ftxcred%2FReports%2FTaxasCr
edito-Consolidadas-porTaxasAnuais
Historico.rdl&nome=Hist%C3%B3rico%20Posterior%20a%2001%2F01%2F2012&exibeparametros=true
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Ainda, utilizando a taxa média de mercado, à época, de 2,12%
ao mês, e valor de parcela de R$ 52,25 (cinquenta e dois reais e vinte e cinco
centavos), para liberação do valor de R$ 1.144,00 (um mil, cento e quarenta e
quatro reais), é possível perceber que o empréstimo do autor já foi quitado na
parcela de número 30:
FONTE:https://www3.bcb.gov.br/CALCIDADAO/publico/
calcularFinanciamentoPrestacoesFixas.do
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cartão de crédito consignado, mas sim de um empréstimo consignado
tradicional (comum) a ser pago em parcelas fixas e determinadas.
Por esta razão, serve a presente demanda para requerer
que seja declarado nulo o contrato de nº 97-819886018/16, com a
transformação da dívida em empréstimo consignado tradicional, devendo
assim, o contrato ser recalculado pela média do mercado posto que mais
vantajoso ao mutuário.
Portanto, Vossa Excelência, mediante a conduta ardilosa
apresentada pelo banco Réu, a parte Autora requer que seja aplicado a
esta operação a Taxa Média de juros utilizada no mercado e
consequentemente reconheça e reenquadre o valor ao contrato.
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autoriza a inversão do ônus probandi, uma vez que se trata de aplicação do
direito básico do consumidor, inerente à facilitação de sua defesa em juízo.
Sobre a relação de consumo, as partes enquadram-se nos
conceitos de consumidor e fornecedor conforme dispõem os artigos 2º e 3º do
CDC, vez que o Autor é consumidor final e o Réu instituição financeira, nos
termos da Súmula 297 do STJ.2
Sendo assim, inexistem maiores dificuldades em se concluir
pela aplicabilidade do referido Código, visto que a norma pretende aplicar-se a
todas as relações desenvolvidas no mercado brasileiro que envolvam um
consumidor e um fornecedor.
Portanto, requer desde logo que o caso seja analisado e
julgado sob o prisma da relação de consumo, deferindo-se em favor do Autor o
benefício da inversão do ônus da prova consoante artigo 6º, VIII, do CDC 3, ante
a manifesta hipossuficiência técnica e financeira em relação ao Réu.
Assim, o princípio da força obrigatória contratual (pacta sunt
servanda) deve ceder e se coadunar com a sistemática do Código de Defesa
do Consumidor.
2
O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às instituições financeiras.
3
Art. 6º São direitos básicos do consumidor: (...) VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão
do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
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Ressalta ainda que a obrigatoriedade da transparência nas
relações jurídicas não precisa estar explicitada no contrato, porquanto o
comportamento probo dos contratantes na execução das obrigações
pactuadas constitui premissa maior inserida no padrão genérico exigível de
conduta. Neste sentido, vejamos:
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consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu
conteúdo.
§ 3° Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos
claros e com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da
fonte não será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar sua
compreensão pelo consumidor
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APLICAÇÃO DA TAXA MÉDIA DE MERCADO
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- Na hipótese de o contrato prever a incidência de juros
remuneratórios, porém sem lhe precisar o montante, está correta a
decisão que considera nula tal cláusula porque fica ao exclusivo
arbítrio da instituição financeira o preenchimento de seu conteúdo. A
fixação dos juros, porém, não deve ficar adstrita ao limite de
12% ao ano, mas deve ser feita segundo a média de mercado
nas operações da espécie. Preenchimento do conteúdo da cláusula
de acordo com os usos e costumes, e com o princípio da boa fé (arts.
112 e 133 do CC/02).
- A norma do art. 6º da LICC foi alçada a patamar constitucional, de
modo que sua violação não pode ser discutida em sede de recurso
especial. Precedentes.
- Tratando-se de ação condenatória, os honorários advocatícios têm
de ser fixados conforme os parâmetros estabelecidos no art. 20, §3º
do CPC. Merece reforma, portanto, a decisão que os estabelece em
valor fixo. Precedentes.
Recursos especiais da autora e do réu conhecidos e parcialmente
providos.”
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A adoção da taxa média de mercado ganhou força quando o
Banco Central do Brasil passou, em outubro de 1999, a divulgar as taxas
médias, ponderadas segundo o volume de crédito concedido, para os juros
praticados pelas instituições financeiras nas operações de crédito realizadas
com recursos livres (conf. Circular nº 2.957, de 30.12.1999).
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melhores bancos para o período de contratação, e que evidenciou-se que a
média do mercado ficou em 2,12 % ao mês contrastando com as taxas que
vem sendo aplicada, é de, 3,99% ao mês. Corrobora também o entendimento
do STJ sobre a matéria:
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controvertidas em instância especial. Os ministros aprovaram tese4 que visa
pacificar a interpretação do parágrafo único do artigo 42 do Código de Defesa
do Consumidor.
A norma diz que o consumidor cobrado em quantia indevida
tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em
excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de
engano justificável, restando a seguinte tese aprovada: “1. A restituição em
dobro do indébito (parágrafo único do artigo 42 do CDC) independe da
natureza do elemento volitivo do fornecedor que cobrou valor indevido,
revelando-se cabível quando a cobrança indevida consubstanciar
conduta contrária à boa-fé objetiva.”
Portanto, no caso sob comento, o direito do autor à restituição
de valores que foram descontados a mais do seu benefício, deverá ser em
dobro, como previsto no artigo 42 do CDC, estatuto que, ao contrário de lei
civil, não exige prova da má-fé no ato da cobrança da dívida, sendo suficiente o
pagamento indevido, por débito inexistente, até porque a obrigação só resta
excluída se comprovado que a cobrança decorreu de engano justificável, o que
não ocorreu.
Cláudia Lima Marques, refere, em Comentários ao Código de
Defesa do Consumidor, que:
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EAREsp 676.608 (paradigma); EAREsp 664.888; EAREsp 600.663; EREsp 1.413.542; EAREsp 676.608;
EAREsp 622.697
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dano moral puro (...)”.MARQUES, Cláudia Lima. in: Comentários ao
código de defesa do consumidor, 2. ed., RT, São Paulo-SP, 2006,
pág. 593. (grifo nosso)
Art. 42 (...)
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concluída de forma ardilosa pelo Banco Réu a adesão ao cartão de crédito
consignado RMC.
Em que pese a questão da vulnerabilidade técnica, a
instituição financeira deveria instruir e informar corretamente todos os clientes,
principalmente àqueles consumidores que mais necessitam de clareza e que
geralmente são os segurados idosos, leigos, sem muita instrução escolar,
analfabetos e/ou as pessoas visivelmente “desesperadas” pelo valor ofertado.
Com o máximo respeito, Excelência, ser idoso não é
sinônimo de ser tolo, e em nenhum momento aferimos tratamento
discriminatório indevido, apenas enfatizamos que, pelo uso do bom
senso, a pessoa idosa, na sua grande maioria, possui pouco ou nenhum
esclarecimento ou discernimento sobre esse tipo de operação financeira.
De modo igual, até mesmo algumas pessoas bem instruídas e jovens não
possui total conhecimento sobre as funcionalidades do sistema bancário e seus
produtos/serviços.
Porém, o que se nota é que no momento da contratação houve
uma imposição de cláusulas em contrato padronizado, de adesão, redigidas
unilateralmente pelo Banco Réu, tornando-se, o consumidor, submisso, sem
poder alterar, ou mesmo opinar sobre as condições impostas coercitivamente.
Estando presente a vulnerabilidade (técnica jurídica ou fática –
socioeconômica) como demonstrada retro, não foi o autor tutelado pelos
preceitos do CDC., ficando “expostos” às práticas previstas nos capítulos V e
VI do CDC.
Com a inversão do ônus da prova estará o M.M. Juiz
garantindo a proteção legal/contratual e o acesso pelo autor parte mais fraca
na relação obrigacional, ao Poder Judiciário, facilitando o direito de ação
conforme preceito contido no art. 6º, VIII do CDC, que se requer seja declarado
ab initio em vista da oportunidade da instrução processual que objetivará
apurar o equilíbrio contratual e a licitude das cobranças ocorridas por parte do
banco.
e) ALTERAÇÃO CONTRATUAL
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Conforme consta no Extrato de Empréstimos Consignados do
beneficiário, verifica-se que o Banco Réu, acabou por entregar produto diverso
do pretendido pelo Autor na contratação, o que afronta os princípios da
transparência e da informação dispostos no Código de Defesa do Consumidor.
Nesse sentido, observe-se que, aparentemente para o
consumidor, o empréstimo consignado e o saque em cartão de crédito
consignado em nada se diferem, visto que o aposentado busca a instituição
financeira, assina um contrato com autorização de desconto no benefício
previdenciário e recebe o numerário em sua conta corrente.
Contudo, em uma análise técnica (frise-se, impossível para o
consumidor no momento da contratação), observa-se apenas vantagens para
a instituição de crédito.
A situação foi compreendida e explanada pelo Tribunal de
Justiça do Estado do Paraná5:
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centavos), considerando apenas o saque de R$1.299,18 (mil
duzentos e noventa e nove reais e dezoito centavos). Com base
nessa amortização real, sem considerar qualquer correção de
valores, conclui-se que o consumidor adimpliria o valor do saque
– R$1.299,18 (mil duzentos e noventa e nove reais e dezoito
centavos) – em mais de 1.000 parcelas, ou seja, em cerca de 91
anos, bem como pagaria, no total, R$ 59.674,20 (cinquenta e nove
mil seiscentos e setenta e quatro reais e vinte centavos). Agora,
suponha que o consumidor obtivesse o numerário mutuado da
forma como pretendia – empréstimo consignado –, utilizando-se
as mesmas variáveis, ou seja, o empréstimo de R$1.299,18 (mil
duzentos e noventa e nove reais e dezoito centavos), a uma taxa
mensal de 3,06% (três vírgula zero seis por cento) ao mês, com
parcelas de R$54,20 (cinquenta e quatro reais e vinte centavos),
conclui-se que o consumidor adimpliria o valor mutuado em
cerca de 44 parcelas, ou seja, em menos de 4 anos, bem como
pagaria, no total, R$ 2.384,80 (dois mil trezentos e oitenta e quatro
reais e oitenta centavos)
23
mais porque em ambos os casos receberia o mesmo valor
mutuado”. (grifo nosso)
24
época da contratação do crédito, de modo a prestigiar a verdadeira vontade
das partes.
f) DO DANO MORAL
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Fonte: https://migalhas.uol.com.br/quentes/329401/aposentada-que-contratou-
emprestimo-consignado-mas-sofreu-desconto-de-cartao-sera-indenizada
26
A notícia acima, informa sobre abertura de processos
administrativos instaurados pelo Departamento de Proteção e Defesa do
Consumidor (DPDC) contra Instituições Financeiras, quanto as contratações de
empréstimos realizadas via telefone, todavia também enfatiza:
Fonte: https://extra.globo.com/economia/bancos-serao-investigados-por-se-
aproveitar-da-vulnerabilidade-de-idosos-para-oferecer-consignado-
23818748.html
27
As reportagens acima são apenas uma pequena demonstração
em meio há milhares de reclamações realizadas por consumidores e órgãos de
proteção que repudiam o engano, a má-fé e a ilegalidade cometida por
alguns Bancos referente à contratação de empréstimos consignados,
RESSALTA-SE NO CASO EM QUESTÃO, o cartão de crédito RMC.
Logo, a ilegalidade praticada é perfeitamente passível de
indenização por danos morais à vítima, nesse caso, ao Autor.
Quanto à previsão legislativa, o dever de indenizar é
fundamentado tanto pela Constituição Federal em seu artigo 5º, inciso V, como
pelo Código de Defesa do Consumidor presente no artigo 14. Depreende-se
de seu texto, a imputação direta, independentemente de culpa, da reparação
do dano causado ao consumidor oriundo de “defeito” relativo à prestação do
serviço.
Tais situações deverão ser indenizadas independentemente de
prova, pois presumem-se. Além do que, o CDC consagra a responsabilidade
objetiva, onde somente se levará em consideração o nexo causal e o dano.
Ambos, in casu, estão sobejamente caracterizados. Dessa maneira, estando
presentes os pressupostos ensejadores do instituto jurídico da
responsabilidade civil, fundamentado está o pedido de reparação de danos,
seja ele motivado por prejuízo material ou moral.
28
violação da ordem jurídica; a imputabilidade; a penetração na esfera
de outrem. Desse modo, deve haver um comportamento do agente,
positivo (ação) ou negativo (omissão), que, desrespeitando a ordem
jurídica, cause prejuízo a outrem, pela ofensa à bem ou a direito
deste. Esse comportamento (comissivo ou omissivo) deve ser
imputável à consciência do agente, por dolo (intenção) ou por culpa
(negligência, imprudência, imperícia), contrariando, seja um dever
geral do ordenamento jurídico (delito civil), seja uma obrigação em
concreto (inexecução da obrigação ou de contrato). [...] Deve, pois, o
agente recompor o patrimônio (moral ou econômico) do lesado,
ressarcindo-lhe os prejuízos acarretados, à causa do seu próprio,
desde que represente a subjetividade do ilícito. Bittar, Carlos
Alberto . A Responsabilidade Civil - Doutrina e jurisprudência,
Saraiva, 20 ed., p. 93/95 (grifo nosso)
29
Além disso, é certo que o valor da indenização deve atender
aos princípios da proporcionalidade e razoabilidade, mostrando-se suficiente
para compensar a vítima pelo dano sofrido e, ao mesmo tempo, para sancionar
o causador do prejuízo e servir de desestímulo à repetição do ato ilícito, sem,
contudo, causar locupletamento indevido.
Além do mais, o fato do Autor já ter adimplido mais do
dobro do valor incialmente contratado, é com certeza, um dano
significativo, que causou prejuízos para além da ordem patrimonial, motivo
que se requer a fixação da indenização no montante de R$ 15.000,00 (quinze
mil reais), consoante o abalo psíquico experimentado.
7
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de
dano ou o risco ao resultado útil do processo.
8
Art. 84. Na ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o juiz concederá a tutela
específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do
adimplemento.
30
pelo Banco Réu. Em nenhum momento houve a contratação do cartão de
crédito RMC, pois o produto solicitado foi o empréstimo consignado comum.
31
subsistência com um pouco mais de R$ 700,00 (setecentos reais) que o
aposentado percebe líquido por mês.
32
Federal nº 8078/90, bem como o Código Civil e texto constitucional em seu art.
170, V e ADCT em seu art. 48, o que conduz à certeza de que o autor tem o
direito.
II - o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver
requerimento de prova, na forma do art. 349.rizada diante da
demonstração inequívoca de que o débito junto ao Banco Réu já
foi quitado.
34
isso, jus ao benefício da prioridade na tramitação de procedimentos
judiciais, nos termos do art. 1.048 do Código de Processo Civil e art. 71
do Estatuto do Idoso;
35
h. A condenação do Banco Réu em custas judiciais e
honorários advocatícios, no importe de 20% sobre o valor da
condenação;
Nestes termos,
Pede deferimento.
ADVOGADO
OAB
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