Adaptações de Menus: Ao Final Desta Unidade de Aprendizagem, Você Deve Apresentar Os Seguintes Aprendizados
Adaptações de Menus: Ao Final Desta Unidade de Aprendizagem, Você Deve Apresentar Os Seguintes Aprendizados
Adaptações de Menus: Ao Final Desta Unidade de Aprendizagem, Você Deve Apresentar Os Seguintes Aprendizados
Apresentação
Um estabelecimento de alimentação fora do lar bem-sucedido é o resultado da conjugação de
oferta e demanda de alimentos. A comida oferecida é a desejada pelos consumidores e vice-versa.
Estabelecimentos modernos brincam com a fusão de culturas ou alternam refeições
completamente diferentes conforme o horário, já que o público, a oportunidade e a conveniência
mudam durante o dia naquele ponto específico da cidade.
Muitas vezes o restaurante tem uma temática ou uma identidade cultural que norteia a variedade
de preparações oferecidas no menu, mas isso não é obrigatório, e mesmo seguindo uma linha de
coerência, há inúmeras escolhas que o planejador de cardápios pode fazer na direção de tornar o
cardápio mais atrativo, saudável ou que alcance um grupo maior de consumidores. Essas decisões
podem, inclusive, determinar o tempo dispendido para consumir as refeições, ou determinar quais
bebidas serão consumidas com elas.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar a importância de adaptar o menu às demandas
dos consumidores, seja para adotar conceitos de alimentação saudável, seja para atender clientes
com necessidades nutricionais específicas (como é o caso das crianças) ou indivíduos com
restrições alimentares.
Bons estudos.
Com base no que foi exposto, explique como deve ser feito um menu infantil para as crianças e
descreva a melhor técnica de serviço para atendê-las.
Infográfico
Adaptações de menus são mais do que uma demanda para um atendimento personalizado, são uma
questão de sobrevivência dos negócios do ramo de alimentação. Até mesmo as grandes redes de
fast-food estão se preocupando em oferecer opções (supostamente) saudáveis, como saladas e
sucos mais naturais. Também há esforços no sentido de atender vegetarianos, veganos e outros
requisitos religiosos. Você sabia que o Mc Donald's tem lojas halal e kosher?
No capítulo Adaptações de menus, que faz parte da obra Planejamento de cardápios, você vai
conhecer os argumentos para adaptar menus ao conceito de alimentação saudável, as
particularidades para a alimentação de crianças e as soluções para atender satisfatoriamente
clientes com restrições alimentares, seja qual for a motivação.
Boa leitura.
PLANEJAMENTO
DE CARDÁPIOS
Introdução
Se um grupo de pessoas for a um restaurante para compartilhar uma
refeição e constatar que uma delas não será atendida por nenhum item
do cardápio, ele terá duas opções: ir embora para o estabelecimento
concorrente ou deixar o indivíduo cujos requisitos não foram atendidos
sozinho em sua busca por comida. É muito provável que se escolha a
primeira opção, pois o grupo tenderá a continuar junto na refeição.
Assim, o estabelecimento sem opções saudáveis ou adaptadas não
perdeu apenas o consumo do cliente que pertence a uma minoria, como
também do grupo todo. Esse fato se repetirá até que alguma medida
seja tomada, sendo que alguns grupos sequer serão computados pelos
responsáveis pelo local, pois, ao planejarem a refeição, os consumidores
não cogitarão ir a esse tipo de restaurante quando o indivíduo da minoria
estiver com eles.
Neste capítulo, você estudará a importância de adaptar o menu ao
conceito de alimentação saudável, considerando necessidades específi-
cas, como as crianças e os clientes com restrições alimentares.
2 Adaptações de menus
Restaurante saudável
O amplo acesso à informação e a evolução da cultura alimentar são variáveis
que trazem novos desafios ao profissional que planeja cardápios, que deve estar
atento às demandas e aos anseios do público consumidor. Os consumidores
estão cada vez mais conscientes de que uma alimentação desbalanceada,
rica em calorias e sem alguns nutrientes resultará em obesidade, carências
vitamínicas e doenças crônicas não transmissíveis como hipertensão, diabetes,
complicações coronárias, etc.
As transformações econômicas e sociais ocorridas nas últimas décadas
proporcionaram uma larga oferta, a preços baixos, de alimentos ricos em car-
boidratos e com alto teor de gorduras e calorias. Em um primeiro momento, as
famílias incorporaram esses ingredientes às refeições caseiras, mas, depois, a
urbanização e a metropolização exigiram que os trabalhadores dispensassem
menos tempo à preparação e ao consumo das comidas, o que explica o grande
crescimento do setor de alimentação fora do lar, que, por sua vez, também
utiliza bastante tais ingredientes. Isso somado a uma frequência baixa de
exercícios físicos contribuiu para o aumento da obesidade e de outras doenças
entre a população.
Os malefícios da ingestão de alimentos ultraprocessados em longo prazo são
amplamente divulgados e alarmam o consumidor contra o excesso de calorias
e gorduras saturadas, como as comidas oferecidas pelos estabelecimentos de
fast food, sejam de padrão internacional ou as típicas lanchonetes brasileiras,
que têm uma ampla gama de frituras à base de farinha de trigo.
A nova dinâmica do desempenho das atividades profissionais e a alta velo-
cidade das transformações da vida moderna, muitas vezes, levam o consumidor
a se descuidar da alimentação por falta de opção, e dessa rotina descontrolada
resulta uma dieta desbalanceada involuntária. Portanto, ofertar um menu
baseado em conceitos de alimentação saudável é mais do que um diferencial
atrativo, trata-se de uma responsabilidade social.
Devido a isso, os estabelecimentos que oferecem opções consideradas
artesanais se tornaram conhecidos. É perceptível o aumento da busca pela
comida caseira, quando as pessoas têm tempo disponível, resgatando os hábitos
alimentares tradicionais.
Há muitas fontes de conhecimento para se buscar uma alimentação mais
saudável, por exemplo, os guias alimentares. Em 1992, o Departamento de
Adaptações de menus 3
Quadro 1. Transpondo princípios do Guia Alimentar para a População Brasileira para res-
taurantes
(Continuação)
Quadro 1. Transpondo princípios do Guia Alimentar para a População Brasileira para res-
taurantes
https://qrgo.page.link/zU5Qa
Especificidades das
Exemplos de soluções possíveis
crianças ao comer
(Continua)
8 Adaptações de menus
(Continuação)
Especificidades das
Exemplos de soluções possíveis
crianças ao comer
Você sabe como evitar o padrão bife, arroz, feijão e batata frita? No Qua-
dro 3, estão elencados alguns ingredientes que passam desapercebidos e têm
o potencial de agradar às crianças.
Saladas sem Faça saladas com folhas (que são muito importantes)
predominância de folhas e bem coloridas, pois ficam mais atraentes e
contêm uma boa variedade de nutrientes. Inclua
vegetais cozidos no vapor (cenoura, beterraba,
batata doce, batata-baroa, brócolis, couve-flor,
etc.), ovos cozidos, frutas secas e queijos magros.
(Continua)
10 Adaptações de menus
(Continuação)
Você sabe quais são os ingredientes mais recorrentes nas alergias ou intolerâncias e
que não devem ser omitidos no cardápio?
A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) n°. 26, de 2 de julho de 2015, da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), regulamenta a rotulagem dos produtos
alimentícios e obriga os fabricantes a declararem a presença dos seguintes ingredientes
(BRASIL, 2015):
Trigo, centeio, cevada, aveia e suas estirpes hibridizadas.
Crustáceos.
Ovos.
Peixes.
Amendoim.
Soja.
Leites de todas as espécies de animais mamíferos.
Amêndoa (Prunus dulcis, Prunus amygdalus, Amygdalus communis L.).
Avelãs (Corylus spp.).
Castanha-de-caju (Anacardium occidentale).
Castanha-do-brasil ou castanha-do-pará (Bertholletia excelsa).
Macadâmias (Macadamia spp.).
Nozes (Juglans spp.).
Pecãs (Carya spp.).
Pistaches (Pistacia spp.).
Pinoli (Pinus spp.).
Castanhas (Castanea spp.).
Látex natural.
Agora, faça a revisão das fichas técnicas do estabelecimento e confira se esses
ingredientes estão devidamente declarados nas descrições do seu cardápio.
12 Adaptações de menus
Vegetarianismo e veganismo
Quanto às pessoas que decidem não se alimentar com carnes ou produtos de
origem animal, as motivações podem ser as mais variadas: dieta supostamente
saudável, religião (budistas), preocupação com o ambiente (desmatamento,
aquecimento global, etc.) ou a economia mundial, adesão à defesa dos direitos
dos animais, entre outros.
O vegetariano não consome carne, sendo que alguns comem ovos e lati-
cínios. Já o vegano (literalmente uma abreviação de vegetariano) tem uma
restrição maior e não consome nenhum produto com ingrediente de origem
animal (carne, ovos, gordura, laticínios, etc.), aplicando esse princípio ao
vestuário e às utilidades industrializadas (produtos de couro, cosméticos
testados em animais, entre outros).
Glossário
Saiba mais, a seguir, sobre o vocabulário utilizado neste capítulo.
Nesta Dica do Professor, você vai conhecer alternativas para trigo, aveia, cevada e centeio,
(principais ingredientes que são fontes de glúten na gastronomia) e ficar ciente de algumas
estratégias para aproximar os resultados ao máximo em relação aos produtos com glúten.
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Exercícios
1) O Guia Alimentar para a População Brasileira de 2014 traz princípios úteis para a
implementação de uma alimentação saudável. O guia visa à alimentação doméstica, mas é
possível aplicar algumas das suas recomendações em restaurantes. Marque a opção que
apresenta recomendações aplicáveis.
B) O restaurante deve manter a salvo suas receitas e técnicas, que deverão ser de conhecimento
restrito aos dirigentes, evitando assim que a concorrência possa reproduzir as mesmas
preparações com versões menos saudáveis.
D) Óleos, gorduras, sal e açúcar devem ser usados nos pratos em pequenas quantidades. É
possível reduzir o uso do sal usando ervas aromáticas, as gorduras animais podem ser
trocadas pelas vegetais e o açúcar deve ser controlado.
E) É preciso abrir mão de fornecedores que só fornecem ingredientes perecíveis, pois esses
produtos normalmente são responsáveis por pratos passados. Os melhores fornecedores
trabalham com produtos de indústrias líderes.
2) A tendência de adaptar o menu aos conceitos de alimentação saudável não tem abrangido
todos os restaurantes. Alguns muito tradicionais resistem em alterar seus cardápios e
continuam lotados, enquanto surgem cada vez mais negócios com foco em comidas mais
leves e com menor carga calórica e encontram demanda de consumidores. Assinale a
alternativa correta em relação à necessidade de adaptar o menu ao conceito de alimentação
saudável.
C) Há demanda por alimentação saudável mesmo para refeições rápidas, em razão do amplo
acesso à informação e à divulgação dos malefícios de uma alimentação desbalanceada. Os
estabelecimentos podem facilmente incluir ou alterar parte do seu menu para atender a esses
requisitos.
E) Uma boa alternativa para implementar um menu mais saudável num estabelecimento é adotar
produtos light e diet. O uso dessas expressões nas embalagens industriais é regulamentado e
garante que o produto realmente tem calorias reduzidas ou ausência total de substâncias
indesejadas.
B) A maioria das crianças ainda não sofre de doenças crônicas causadas por má alimentação,
pois só surgirão na idade adulta, por isso, aproveitar o gosto delas por frituras garante
alimentação em boa quantidade.
C) Dependendo da idade, as crianças ainda não têm boa coordenação motora para o uso de
garfo e faca, assim, servir carnes com ossos para que elas usem as mãos ao comer pode ser
uma boa prática.
D) Preparações como yakisoba e feijão tropeiro ou mexidão são boas opções atrativas para as
crianças, já que é preferível apresentar os alimentos misturados, o que evita rejeição de itens
específicos.
4) Num restaurante de frutos do mar que tem uma grande variedade de frituras, o chef de
cozinha ordenou que fosse separada uma fritadeira apenas para o camarão empanado em
coco ralado, alertando que nem mesmo os utensílios usados com o crustáceo deveriam ser
misturados com os demais. Assinale a alternativa correta em relação a essa ordem.
A) O objetivo da medida foi evitar que clientes com intolerância ao coco possam sofrer sintomas
imediatos, como obstrução das vias aéreas, inflamação intestinal, diarreia e cólicas
abdominais. Flocos de coco poderiam ser servidos com outras frituras.
B) A ordem visa a evitar que clientes que tenham alergia ao camarão possam sofrer reações
imediatas após consumir outras frituras com traços (resquícios) do crustáceo, presentes no
óleo de fritura.
C) A medida não é necessária, pois as substâncias que desencadeiam alergia ao camarão são
termossensíveis e não resistem a fritura. O que se deve evitar é que pedaços grandes de
camarão sejam servidos com outras frituras.
D) A medida é necessária e válida, pois na alergia ao camarão o sistema imune do alérgico inibe a
produção de enzimas necessárias para a digestão do crustáceo, levando o cliente a ter
diarreia, inchaço e dores abdominais.
E) A ordem visa a evitar que clientes que tenham intolerância a camarão possam sofrer sintomas
como inflamação intestinal tardia, diarreia e cólicas abdominais. Fragmentos do camarão
poderiam ser servidos com outras frituras.
A) Os muçulmanos consideram haram (proibido) a carne de animais que não foram abatidos
conforme os rituais estabelecidos, mas derivados como a gelatina são halal se tiverem sido
submetidas ao fogo purificador.
B) Os vegetarianos não admitem o consumo de nenhum produto de origem animal, como carne,
gordura, ovos, leite e seus derivados. Há veganos que, apesar de não consumirem carnes,
consomem ovos e laticínios.
C) Os muçulmanos não admitem o consumo de bebidas alcoólicas, mas essa proibição não
abarca molhos preparados com vinho, conhaque ou qualquer outra bebida alcoólica após
aquecimento.
D) Tanto muçulmanos quanto judeus não consomem carne suína e seus derivados, também nas
duas religiões há restrições quanto a laticínios, dependendo da forma de preparo.
Você vai conhecer um case sobre uma consultoria realizada em um restaurante familiar.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
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Site BDK
Assim como a certificação halal, existe a certificação kosher. Conheça mais sobre essa certificação
neste site.
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