Doenças No Pâncreas
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Doenças No Pâncreas
Fernanda Osso
fernandaosso@nutmed.com.br
Secretina
+ Resposta neural Redução de hematócrito > 10mg/dl
colecistoquinina Aumento do N2 ureico sanguíneo > 5mg/dl
Primeiras PO2 arterial < 60mmHg
48h Déficit de base > 4 mEq/L
Seqüestro de fluido > 6L
Cálcio sérico < 8mg/ml
Secreção exócrina pancreática
(enzimas digestivas) Interpretação:
(Dan 2009)
Presença de 1 a 3 critérios = Pancreatite leve
Presença de 4 ou + critérios = Mortalidade elevada
Composição dos Sais biliares
alimentos ingeridos Os sintomas da pancreatite incluem:
(Os lipídeos são os
maiores estimuladores) Dor de intensidade Náuseas/vômitos
variável, contínua ou
intermitente que pode Esteatorréia
Fig 1: Fatores responsáveis pela regulação da secreção irradiar para as costas
exócrina pancreática Hipoperistaltismo Distensão abdominal
Parada de eliminação
Neste capítulo serão abordadas apenas as doenças do de flatos e fezes icterícia
Pâncreas exócrino.
Casos Graves de Pancreatite
PANCREATITE
Hipotensão (pulso Oligúria
fino)
È uma inflamação do pâncreas caracterizada por edema +
Dispnéia Hemorragia
exudato celular + necrose gordurosa. A doença pode seguir
dois cursos distintos conforme abaixo: Choque Morte
Sinal de Cullen Sinal de Gray Turnner
1. Leve – 80% dos casos: autolimitante, pancreas (hematoma na (hematoma em flancos)*
apresenta edema intersticial (pancreatite edematosa) com região umbilical)*
recuperação completa em torno de 5-7 dias. *significa sangramento retroperitoneal
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Pancreatite Aguda
Cálculos A Causa mais comum são os cálculos biliares
Alcoolismo biliares Outras causas incluem:
crônico Traumática: trauma abdominal, pós operatória, CPRE
Doença pancreática: pâncreas divisum, câncer de
pâncreas, ascaridíase ductal(colédoco ou Wirsung),
pancreatite crônica
Metabólica:alcoolismo, hipertrigliceridemia, hipercalcemia,
obesidade, gravidez, hiperparatireoidismo (pelo ↑ cálcio)
Dç do trato
PANCREATITE Trauma
Infecciosa: caxumba, peritonite, hepatite B, Herpes
biliar Simples, citomegalovirus
Medicamentosa: diuréticos, corticoesteróides, azatioprina,
tetraciclina, metronidazol, sulfassalazina.
Tóxica: arsênico, chumbo, histamina, tetracloreto de
carbono
hipertrigliceridemia Algumas drogas Outras: excessos alimentares, veneno de escorpião, LES,
hipercalcemia Infecção viral queimaduras, insuf. Hepática grave, pós Tx renal
Idiopática: causa desconhecida
Classificação (Dan)
A Pancreatite pode ser classificada em AGUDA ou CRÔNICA. Retorno da alimentação: deve ocorrer após desaparecerem
vômitos, dor, distensão abdominal e íleo, além de se
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normalizarem os exames laboratoriais (amilase, lípase, cálcio
e glicose). Isto normalmente ocorre em 5 a 7 dias. (Chemin 2016) Recomendações na Pancreatite aguda
GRAVE
VET 25 – 30kcal/kg/peso
Características da dieta: dieta por via oral ou enteral, Carboidratos 35 a 65%
atentando para possível retorno da sintomatologia que mostra Proteínas 1,5 a 2,0 – desde de que
refratariedade à essas vias. No caso de enteral, esta pode ser não haja ↑ ureia sérica
por sonda nasoentérica ou jejunostomia, com dieta Lipídios 0,9 a 1,0 – optando por
hiperproteica, moderada em carboidratos e suplementada com formulas com TCM ou oliva
TCM Micronutrientes Não estabelecidas as doses
2. Pancreatite aguda grave Nos casos de uso de NP, deve-se monitorar atentamente a
glicose, os TG, cálcio e o estado hidroeletrolítico, pois a
tolerância não é tão boa quando os nutrientes são
(Dan 2009) – Não recomenda a NPT como padrão de Terapia administrados via enteral.
Nutricional na pancreatite aguda, como fazia na edição
anterior. Complicações da NPT (Dan)
Sabe-se agora que não usar o trato digestivo pode ocasionar Infecciosas: a mais comum é a infecção de cateter, e os
problemas. Promove translocação bacteriana e aumento nas pacientes com pancreatite crônica são mais acometidos
complicações tardias de infecção nosocomial, sepse e do que os com pancreatite aguda.
insuficiência de órgãos. Assim, a alimentação precoce na
pancreatite aguda é importante para manutenção da função Metabólicas: a mais comum é a hiperglicemia moderada,
intestinal e prevenção de complicações. acometendo aproximadamente 80% dos pacientes. Uma
glicemia > 200mg% é de difícil controle e sinal de mau
È indicado o uso de 2 sondas simultaneamente. Uma para a prognóstico.
alimentação, pós ligamento de Treitz ( 40 – 60 cm além do
ligamento) e a outra para descomprimir o estômago. Monitoração do paciente em NPT (Dan)
Diária: glicemia, lipase, amilase, peso e balanço hídrico
Fórmulas com baixo teor de lipídios ou sob a forma de TCM e 2x/semana: cálcio e albumina séricos
proteínas sob a forma de pequenos peptides estimulam 1x/ semana: hemograma, hemocultura, CB, PCT e
menos o pâncreas e são melhores toleradas. balanço nitrogenado
Atenção! Fórmulas isentas de lipídios tendem a ter alta A conduta clínica para esses pacientes inclui:
osmolaridade > estimulação do pâncreas e < tolerância.
Correção da hipovolemia com reposição hidroeletrolítica +
Preferência: Fórmulas elementares ou semielementares. cuidados cardiorrespiratórios
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2.Necrose de gordura: Ocorre um “seqüestro” do cálcio pela ENERGIA
área de necrose gordurosa para a formação de sabão com 30 35kcal/kg/peso
os ácidos graxos livres ali gerados.
Se IMC< 16kg/m2 deve-se começar com menos de 20kcal/kg
Para saber o real cálcio disponível deve-se determinar os peso ATUAL para evitar síndrome de realimentação.
níveis de cálcio ionizado, que não é nem ligado à albumina
nem aos ácidos graxos LIPÍDEOS
Dor ao se alimentar Aumento do GER (devido à - devido à produção pancreática de bicarbonato ser
que gera sitofobia inflamação pancreática) freqüentemente ineficaz, pode-se utilizar antiácidos (Inibidores
(medo de se de bomba de prótons e antagonistas dos receptores de H 2) ou
alimentar) bicarbonato para manter o pH intestinal ótimo para atuação
Anemia Hemorragia gastrointestinal das enzimas, além de inibir a secreção ácido-gástrica que é
um importante estimulador da secreção pancreática.
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morrem por HIPOglicemia do que por HIPERglicemia, devido
à ausência do contrarregulador Glucagon.
Nutrição enteral X parenteral na PC Fig. 4: Cirurgia com preservação do piloro (A) e cirurgia de
Whipple padrão (B)
NE: nos casos de dor refratária com ingestão de alimentos,
pode-se indicar dietas enterais, até mesmo poliméricas por via
oral, já que estimulam menos o pâncreas comparadas aos Terapia Nutricional no Pós Operatório
alimentos in natura.
(Dan)
NP: reservada para os casos de dor persistente até mesmo à Lipídios: Recomenda-se dieta hipogordurosa e nos casos de
NE oral ou casos de ascite pancreática e/ou cisto pancreático, má absorção deve-se usar TCM.
onde a NP torna-se indicação formal e precisa na tentativa de
estabelecer repouso pancreático máximo. Carboidratos: 60 a 70% do VET
Problemas no pós operatório (Chemin) Pacientes com tumores não passíveis de ressecção são
submetidos a um desvio duplo, que é realizada para aliviar
- insuficiência exócrina e a má absorção de gorduras uma obstrução já presente ou iminente do duodeno e do ducto
- saciedade precoce, diarréia e anorexia biliar. A cirurgia consiste em uma gastrojejunostomia e de uma
- rápido esvaziamento gástrico, úlcera marginal (minimizada coledocojejunostomia. Apesar desta cirurgia, os pacientes
pelo uso de bloqueadores de H2) e gastrite com refluxo de continuam queixando-se de saciedade precoce, dor abdominal
bile. Uma modificação para preservar o piloro reduz o refluxo após a refeição, distensão e falta de apetite. Estes pacientes
biliar e o esvaziamento rápido (ver figura abaixo, foto A), mas apresentam perda de peso grave, debilidade física, dor e
seu uso em pacientes com câncer de pâncreas é anorexia.
problemático.
Após o procedimento a sobrevida é baixa (4% em 05
anos) e aproximadamente 10 a 12% são diabéticos e 10 a
35% apresentam glicosúria ou hiperglicemia assintomáticas. FÍGADO
O fígado é a maior glândula do corpo humano, pesando
aproximadamente 1.500g e tem a capacidade de se
regenerar. Ele é suprido com sangue vindo da artéria hepática
(1/3 do total) + o vindo da aorta e veia porta, que supre os
outros 2/3 e leva para o fígado o sangue drenado do TGI.
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Apesar de somente 10 a 20% de fígado funcional serem
necessários para manutenção da vida, a sua remoção AVALIAÇÃO LABORATORIAL DA FUNÇÃO
completa causa óbito em 24h. Isto demonstra claramente o HEPÁTICA
papel metabólico chave desempenhado pelo fígado, cujas
principais funções são mostradas na tabela 4. No caso de suspeita de doença hepática,podem ser utilizados
marcadores bioquímicos como:
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Alcoólica: ocorre após ingestão média de 80g (homens) 4. Ingestão alcoólica Apesar de não estar envolvida em
e 60g (mulheres) de palcool/dia por um período de 5 a 10 100% dos casos de cirrose, a ingestão alcoólica é muito
anos. freqüente e é uma importante causa de desnutrição
devido a fatores como:
Induzida por fármacos: metrotrexato, isoniazida, - substituição do alimento pelo álcool
oxifenisatina e alfa-metildopa - o álcool possui efeito negativo sobre a digestão e
absorção, levado à deficiência de tiamina e folato,
Auto imune: afeta caracteristicamente mulheres jovens principalmente
ou pós menopausa e é conseqüente à evolução da - promove aceleração da peristalse e redução da
hepatite ou colangite auto imune lactase da borda em escova, favorecendo diarréia e
esteatorréia.
Biliares: cirroses biliares primária e secundária
5. sangramento digestivo (melena) pode ocorrer pela
Criptogenica: de etiolgia indeterminada (10 a 15% dos ruptura de varizes esofagianas e gástricas e é necessário
casos) que o paciente fique em dieta zero, de forma que se isto
ocorrer com freqüência pode levar a desnutrição
Manifestações clínicas (Chemin + Dan 2009)
6. alterações neurológicas: dependendo da gravidade,
(Chemin) podem impossibilitar uma ingestão por via oral segura.
Os pacientes são classificados em compensados ou
descompensados (presença de ascite, encefalopatia e/ou
icterícia). Conseqüências da desnutrição (Chemin)
A desnutrição pode contribuir com o aparecimento do ascite
(pela redução ainda maior das ptns totais), encefalopatia (pela
(Dan) proteólise que o paciente faz) e peritonite bacteriana (pela
Cirrose hepática compensada redução da imunidade e risco de colonização bacteriana no
Pobre em sinais e sintomas. Suspeita da doença por líquido ascítico que é nutritivo para bactéria).
alterações ao exame físico. Alguns pacientes podem manter-
se nesta fase por toda vida, outros, em poucos meses ou Quanto maior for a gravidade da cirrose, pior é a desnutrição,
anos, evoluem para falência hepatocelular e hipertensão ou seja, pacientes Child B e C são mais desnutridos do que
portal. Child A (Chemin)
Cirrose hepática descompensada
Presença de complicações da cirrose – ascite, encefalopatia e
HDA, e sinais característicos como fraqueza, perda ponderal, AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DO HEPATOPATA (Dan)
hálito hepático, icterícia e circulação colateral.
Diante de todas as causas de desnutrição presentes no
paciente hepatopata, e considerando que a desnutrição é uma
Causas da desnutrição no hepatopata achado bastante freqüente, torna-se fundamental a realização
da avaliação nutricional. Entretanto, ainda não há um “padrão
Como o fígado é um órgão chave para o metabolismo ouro” para avaliação do hepatopata e portanto esta deve ser
de forma geral, um prejuízo importante em sua função, como feita utilizando-se métodos antropométricos, bioquímicos e
se observa na cirrose, acarreta uma série de conseqüências clínicos, conforme descritos abaixo:
inclusive nutricionais, sendo a desnutrição extremamente
prevalente. Entretanto, quando a terapia nutricional é 1. História clínica: deve-se considerar o início, duração, e
fornecida, a desnutrição pode ser revertida e o prognóstico etiologia da doença hepática, bem como a presença de
clínico melhorado. comorbidades (nefropatia, DM, cardiopatia)
1. Ingestão oral inadequada: é o principal contribuinte para 2. exame físico: observar edema, ascite e sinais de
desnutrição e é acarretada por um conjunto de fatores: deficiências nutricionais (dermatites por carência de zinco
- anorexia ou de ácidos graxos essenciais; pelagra por deficiência de
- disgeusia: estes pacientes podem apresentar niacina e queilose ou queilite por deficiência de complexo
deficiência de zinco, que está associada à disgeusia B)
- saciedade precoce: a ascite aumenta a pressão
intra-abdominal, comprimindo o estômago 3. Avaliação subjetiva global (ASG):
- dietas muito restritas e não saborosas
- Dan É considerado um método impreciso por
2. Esteatorréia é comum de ocorrer na cirrose, alguns autores por subestimar a DPC em 50% na
especialmente se houver lesão ou obstrução do ducto cirrose ou superestimar em 60%.
biliar.
- drogas utilizadas no tratamento que podem causar - Chemin Ainda é controverso para hepatopatas
má absorção (lactulose, sequestrantes de sais
biliares)
4. indicadores bioquímicos:
3. Metabolismo alterado ocorre alteração no metabolismo
de macro e micronutrientes, com possível elevação do - proteínas séricas (albumina; pré-albumina; transferrina;
GEB. proteína ligadora do retinol) devem ser usadas com
cautela pois já que são produzidas pelo fígado, níveis
baixos podem refletir a disfunção hepática e não
necessariamente desnutrição
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na interpretação destes parâmetros, como mostra a tabela
abaixo.
- índice creatinina/altura Além dos parâmetros antropométricos, bioquímicos e
clínicos já vistos, é importante classificar a gravidade da
(Chemin) o índice creatinina/altura é um bom insuficiência hepática para estimar de forma mais correta as
indicador de massa magra, exceto em doença renal necessidades do paciente. Para tal, utiliza-se a classificação
de Child – Pugh, demonstrada abaixo:
Atenção: A Chemin diz que é um bom indicador no
texto,mas coloca em uma tabela como sendo um
fator que afeta o índice de creatinina altura, a síntese
hepática reduzida de creatina
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(Chemin)
Minerais - reposição de sangue e derivados em grande volume
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- restrição de sódio a 2g/dia (80 mEq). Não devem ser feitas ambos os tipos de Aminoácidos competirem pelo mesmo
restrições exageradas pois levam a menor ingestão e transportador na barreira hematoencefálica, de maneira
comprometimento nutricional (Chemin) que conseguirá atravessar aquele que estiver em maior
concentração, neste caso os AACA. Ao atravessarem a
barreira hematoecefálica os AACA conseguem gerar
Hiponatremia falsos neurotransmissores que irão levar a alterações
neurológicas, como as vistas na encefalopatia
Ocorre devido à capacidade reduzida de excretar água por
liberação persistente do hormônio antidiurético (o sangue fica
diluído causando uma hiponatremia dilucional), perdas de
sódio na paracentese e com a terapia diurética. Entretanto,
uma ingestão moderada de sódio deve ser continuada a fim
de evitar maior retenção hídrica, gerando um circulo vicioso.
Segundo Chemin, valores de sódio < 130 mEq/L exigem
restrição hídrica para 800ml/dia de líquidos no total (não
apenas água)
Osteopenia
* aminoácidos essenciais
(Dan)
Tem sido identificada em pacientes com hepatopatia alcoólica,
entretanto a suplementação com cálcio e vitamina D são
ineficazes. A conduta deve ter como meta evitar o álcool e
monitorar esteatorréia, para que não haja perda fecal de Teoria do “Cavalo de tróia” (Dan 2009): A amônia que
cálcio. entra no cérebro é metabolizada nos astrócitos (céls
responsáveis pela nutrição e proteção dos neurônios) a
Encefalopatia Hepática glutamina. Em condições normais, essa glutamina sai do
astrócito por difusão passiva. Entretanto, com o aumento
Sua etiologia é multifatorial e apesar de ser uma de amônia no sangue, ocorre alteração de pH e prejuízo
complicação freqüente nos cirróticos (50 a 70% apresenta), da saída de glutamina dos astrócitos, promovendo seu
apenas em 7 a 9% dos casos ela é precipitada por ingestão acúmulo. Este acúmulo gera metabolismo da glutamina
protéica excessiva. Ela pode ser classificada do estágio 1 ao 4 nas mitocôndrias em glutamato + AMÔNIA. Logo, a
(menos grave para mais grave – ver tab. 11) e as principais glutamina em excesso vira um “cavalo de tróia” que leva
teorias envolvidas na sua precipitação são: amônia para o interior do astrócito.
Amônia: a amônia é um produto neurotóxico, formado no
metabolismo das proteínas, que necessita ser
transformado em uréia pelo fígado para poder ser Estágios da encefalopatia Hepática
excretada. Como o fígado está doente, esta
transformação não ocorre, levando a um acúmulo de
amônia na corrente sanguínea que irá causar toxicidade
ao SNC.
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Lipídios: 25 – 30% VET As formulas devem ter densidade calórica > 1 cal ml, para
favorecer o ganho de peso sem infundir grandes volumes.
Teor de sódio deve ser < 40mEqdia
Proteínas A formula deve conter todos os aminoácidos essenciais.
As formulas suplementadas com AACR estão indicadas
(Chemin) quando houver intolerância à proteína animal.
- encefalopatia grau 1 e 2: ofertar 1 – 1,5g/kg peso IDEAL/dia
(10 a 30g/dia de ptn animal + vegetal para completar Nutrição Parenteral
quantidade)
Esta indicada quando não for possível usar o TGI, como
- encefalopatia grau 3 e 4: usar nutrição enteral exclusiva rica ocorre, por exemplo, em sangramentos não controlados.
em AACR na proporção 3:1 (AACR: AACA) até atingir 1 – 1,5 A nutrição parenteral periférica pode ser útil para
g/kg peso IDEAL/ dia suplementar a nutrição enteral oral ou por sonda.
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drogas que melhorem a sensibilidade à insulina (metformina e indicado o estímulo ao consumo de álcool para
glitazonas) pacientes!!
Lipídios
(Chemin)
- dietas hiperlipidicas levam a resistência insulínica
(Chemin)
- redução das gorduras saturadas e aumento das insaturadas
poderá elevar a sensibilidade à insulina
Vinho tinto (Dan 2009) deve-se realizar exame físico, balanço nitrogenado e ASG,
Recomenda estimular o consumo de 1 cálice no jantar, pois considerada por autores como o método de escolha para
favorece redução do colesterol e triglicerídeos. ATENÇÃO: candidatos a transplante
Apesar do Dan recomendar isto, sabe-se que é contra
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Atenção: apesar da maioria dos candidatos a transplante ser
desnutrido, uma pequena porcentagem é obesa. Apesar
deles apresentarem resultados de sobrevida pós transplante
semelhantes a não obesos, recomenda-se restrição calórica
utilizando-se peso ajustado para os cálculos.
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PÓS TRANSPLANTE
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A TN no período pós-op deve ser instituída, preferencialmente,
nas primeiras 24 a 36 horas, até que a função do enxerto (A) dieta oral zero associada a hidratação endovenosa
hepático esteja totalmente estabelecida, o que ocorre, (B) dieta oral fracionada com restrição de lipídeos
geralmente, em torno do 5º dia após o transplante. (C) nutrição enteral hidrolisada por sonda nasogástrica
(D) nutrição enteral hidrolisada, por sonda nasojejunal
A sobrecarga calórica, sobretudo de CHO, deve ser evitada após ângulo de Treitz
pelo risco de causar esteatose hepática. (E) Nutrição parenteral total sem emulsão lipídica
Recomenda-se 30 a 50% do VET na forma de lipídios,
desde que não tenham hiperlipidemia. 3) As hepatopatias podem ser classificadas de
várias maneiras. Na encefalopatia costuma
ocorrer um desequilíbrio no metabolismo de
Pós – Transplante Tardio aminoácidos de cadeia ramificada e de
aromáticos. Um exemplo de aminoácido de
A Obesidade pode atingir até 66% dos transplantados. A cadeia ramificada é: (PETROBRAS -
maior parte do excesso de peso é adquirida no primeiro ano Cesgranrio)
pós-transplante.
A instituição de Hábitos alimentares saudáveis com redução (A) valina
calórica + atividade física leve ou moderada apresenta efeito (B) tirosina
positivo para evitar ou controlar a obesidade. (C) fenilalanina
(D) metionina
(E) triptofano
Recomendações:
4) A recomendação de proteínas para o paciente
hepatopata estável é: (Prefeitura Municipal de
Águas de Lindóia - SP - São Paulo)
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(B) É sintetizada e armazenada no fígado (A) como o pâncreas é um órgão fundamental, cerca de
(C) É sintetizada no hepatócito e armazenada na 20% de comprometimento funcional já implica uma
vesícula biliar administração medicamentosa de enzimas, a fim de
(D) É sintetizada pelo pâncreas viabilizar a dieta oral
(E) É sintetizada pelo pâncreas e armazenada na (B) pacientes com estatorréia merecem preocupação
vesícula biliar adicional com a reposição protéica, pois as proteínas
são perdidas em doses maciças pelas fezes
8) Para pacientes com quadros de encefalopatia (C) em situação de destruição intensa do órgão,
hepática sistêmica portal, o tipo de proteína comumente pode ocorrer intolerância à glicose, que
usada deve ser: (Prefeitura Municipal de acarretará mudanças adaptativas na dieta
Campinas - São Paulo - SP) (D) O nutriente menos comprometido nos casos mais
graves é a gordura, que comumente é bem digerida
(A) restrita a 0,3g/kg/dia e absorvida
(B) sem alteração
(C) de fonte vegetal 14) Paciente 56 anos, operado devido à abdome
(D) de fonte animal agudo; durante laparotomia evidencia-se quadro
(E) de fonte animal e vegetal de pancreatite aguda extensa. Qual o tipo de
terapia nutricional pós operatória a ser instituida?
9) São alterações clínicas comuns nas (Pinheiral –RJ)
hepatopatias: (Prefeitura Municipal de Carambeí
- PR - Paraná) (A) enteral por sonda no inicio e, posteriormente,
parenteral por via central
(A) Degeneração hepática pela deficiência de vitamina (B) enteral por jejunostomia quando for possível
B6 e C (C) enteral por gastrostomia e via oral assim que
(B) altos níveis de hematócrito e de ferro sérico possível
(C) Deficiência de zinco (D) parenteral periférica e, posteriormente enteral por
(D) O armazenamento do ferro sob a forma férrica sonda gástrica
(E) O ferro gerado na hemólise feita pelo baço, não é (E) sem terapia nutricional
recuperado pelo fígado gerando anemia ferropriva
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(B) dieta normoproteica em cirrose estável
(C) adequar a ingestão protéica em encefalopatia (A) nenhuma alimentação por via oral e hidratação
(D) substituir TCL por TCM na esteatorréia venosa
(E) suplementar vitaminas e minerais (B) dieta hipoproteica, hipolipídica, com restrição hídrica
e suplementação de aminoácidos de cadeia
19) Nas hepatopatias ocorrem alterações nos níveis ramificada
séricos de aminoácidos. Assinale a alternativa (C) nutrição enteral com sonda em posição gástrica e
correta em relação à esta condição: (Secretaria fórmula oligomérica e isosmolar
Estadual de saúde) (D) dieta líquida completa, hipolipídica, sem irritantes
gástricos e reidratação oral
(A) valina alto e tirosina baixo
(B) leucina alto e fenilalanina baixo
(C) tirosina alto e triptofano livre baixo 24) O tratamento nutricional para pacientes com esteatose
(D) leucina alto e valina baixo hepática não alcoólica, para normalizar as enzimas hepáticas,
(E) fenilalanina alto e isoleucina baixo reverter a resistência à insulina e minimizar o quadro de
esteatose, deve ter as seguintes características: (adaptada de
Pref. RJ)
20) Com relação à terapia nutricional na pancreatite
aguda, assinale a alternativa incorreta. (A) dieta hipercalórica, rica em fibras e em ácidos graxos
(Secretaria Estadual de saúde - adaptada) poliinsaturados
(B) dieta hipercalorica, rica em antioxidantes e ácidos
(A) Suspender alimentação enteral e parenteral nas graxos saturados
crises agudas leves (C) dieta hiperproteica, rica em AACR e ácidos graxos
(B) Nos casos graves pode-se iniciar terapia nutricional saturados
enteral abaixo do ligamento de Treitz usando uma (D) dieta hiperglicídica, rica em monossacarídeos e AACR
dieta de fórmula definida (E) dieta hipocalórica, rica em antioxidantes e gordura
(C) Na pancreatite aguda grave, a nutrição deve ser insaturada
iniciada quando triglicerídeos forem < 400mg/dl,
usando solução 3:1 e monitorando níveis de
triglicerideos 25) Assinale V (verdadeiro) ou F (falso) quanto a alternativa
(D) Uma vez iniciada a nutrição oral fornecer: alimentos relacionada às alterações no metabolismo intermediário por
facilmente digeríveis, dieta hiperlipídica, seis disfunção hepática (INCA):
refeições pequenas, ingestão protéica adequada e
calorias aumentadas. ( ) Grandes quantidades de glicogênio são armazenadas
dentro do hepatócito com efeitos significativos sobre a pressão
21) Na pancreatite crônica associada ao alcoolismo crônico, é osmótica intracelular
freqüente a deficiência da seguinte vitamina: (Secretaria
Estadual de saúde ) ( ) A degradação de ácidos graxos fornece uma fonte
alternativa de energia, juntamente com a glicose,
(A) riboflavina durante o jejum ou na inanição
(B) tiamina
(C) piridoxina ( ) A síntese protéica no fígado é influenciada pelo estado
(D) niacina nutricional, por hormônios, em particular insulina,
(E) biotina glucagon e glicocorticóides
22) Paciente masculino, 51 anos, desnutrido, com edema e ( ) Ácidos graxos liberados, ligados à albumina sangüínea,
ascite, com diagnóstico de cirrose alcoólica foi são lentamente removidos pelo hepatócito e
internado no hospital X. O nutricionista deverá adotar transportados para a mitocôndria
tratamento nutricional com as seguintes características:
(UFRJ) A seqüência CORRETA é:
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pode ocorrer
em condições
graves como
trauma,
sepse, Prof. Fernanda Osso
queimaduras fernandaosso@nutmed.com.br
e choque
27) Marque a opção que apresenta um fator predisponente onde há
para encefalopatia hepática no paciente portador de cirrose tendência à
hepática (adaptada de residência HUPE): estagnação
a) Desnutrição de bile na
b) Hiperhidratação vesícula.
c) Hipertensão arterial
d) Constipação intestinal Colangite
Pode ser
28) A fim de atingir um balanço nitrogenado equilibrado, em classificada
paciente com cirrose hepática sem encefalopatia, a como
quantidade de proteínas na dieta será (adaptada de colangite
FIOCRUZ) aguda e
colangite
(A) 0,5 a 08 g/kg de peso corporal seco/dia. esclerosante.
(B) 0,8 a 1,0g/kg de peso corporal seco/dia.
(C) 1,2 a 1,5g/kg de peso corporal seco/dia. Colangit
(D) 1,5 a 2,0g/kg de peso corporal seco/dia. e aguda:
(E) acima de 2,0g/kg de peso corporal seco/dia. Ocorre
29) O tratamento nutricional tradicionalmente utilizado na APENAS
pancreatite leve durante a fase aguda consiste em Inflamaç
(Residencia UFRJ): ão nos
ductos
a) dieta zero, com o objetivo de remover o estímulo da função biliares e
secretória do pâncreas por meio do repouso gastrintestinal o
b) interrupção da ingestão oral, com o objetivo de reduzir o paciente
volume plasmático circulante em decorrência da perda de necessita
líquidos colóides pela lesão pancreática de
c) dieta enteral elementar pela via nasoduodenal, com o ressuscit
objetivo de redução da concentração da amilase e lípase ação
séricas com
d) dieta hipolipídica rica em triglicerídeo de cadeia média, com fluidos +
o objetivo de redução da concentração sérica de amilase e antibiótic
cálcio os de
amplo
espectro.