Língua Portuguesa - 2024 - LITERATURA
Língua Portuguesa - 2024 - LITERATURA
Língua Portuguesa - 2024 - LITERATURA
CAIU NO ENEM E porque vos fez Deus melhor de quantas fez e mais va-
ler, querede-vos de mim doer
CANÇÃO AMIGA e destes meus olhos, senhor,
Eu preparo uma canção, que vos virom por mal de si, quando vos virom, e por mi.
em que minha mãe se reconheça todas as mães se reco-
nheçam E porque o al nom é rem, senom o bem que vos Deus
e que fale como dois olhos. [...] deu, querede-vos doer do meu
Aprendi novas palavras E tornei outras mais belas. mal e dos meus olhos, meu bem,
Eu preparo uma canção que faca acordar os homens e que vos virom por mal de si, quando vos virom, e por mi.
adormecer as crianças.
ANDRADE, C. D. Novos poemas. Rio de Janeiro: Fonte: <http://cantigas.fcsh.unl.pt/cantiga.asp?cdcant=542&pv=sim>.
Acesso em: 15 maio 2017.
Jose Olympio, 1948. (fragmento).
a) O ambiente das cantigas de amor é sempre o palácio, b) A cantiga da Ribeirinha é uma cantiga trovadoresca
com o trovador declarando seu amor por uma dama mista, em parte lírica e em parte religiosa.
(tratada de “senhor”, isto é, senhora). Daí o relaciona-
mento respeitoso, cortês, dentro dos mais puros pa-
10.O argumento da peça A Farsa de Inês Pereira, de Gil b) Houve o resgate, pelos intelectuais renascentistas,
Vicente, consiste na demonstração do refrão popular “Mais dos ideais medievais ligados aos dogmas do catoli-
quero asno que me carregue que cavalo que me derrube”. cismo, sobretudo na concepção teocêntrica do mundo.
Identifique a alternativa que não corresponde ao provér-
c) Nesse período, reafirmou-se a ideia do homem cida-
bio, na construção da farsa.
dão, que terminou por enfraquecer os sentidos de
identidade nacional e cultural, os quais contribuíram
a) A segunda parte do provérbio ilustra a experiência para o fim das monarquias absolutas.
desastrosa do primeiro casamento.
d) O humanismo pregou a determinação das ações hu-
b) O escudeiro Brás da Mata corresponde ao cavalo, manas pelo divino e negou que o homem tivesse a
animal nobre, que a derruba. capacidade de agir sobre o mundo, transformando-o
de acordo com sua vontade e interesse.
c) O segundo casamento exemplifica o primeiro termo,
asno que a carrega. e) Os estudiosos do período buscaram apoio na observa-
ção, no modelo experimental e na reflexão racional,
d) O asno corresponde a Pero Marques, primeiro preten- valorizando a natureza e o ser humano.
dente e segundo marido de Inês.
d) Um dos seus maiores expoentes foi Leonardo da Vin- 15. “Nos séculos XV e XVI, houve no mundo universitário
ci, um modelo do intelectual renascentista, pelo fato [europeu] um intenso debate filosófico (...) com o resgate
de se ter dedicado a múltiplas áreas do conhecimen- do platonismo, que estava associado à inquietação de
to, como, por exemplo, à Anatomia, à Física e à Botâ- muitos religiosos e teólogos em relação ao rigor doutriná-
nica, além de à Pintura. rio e institucional da Igreja. Assim como os artistas, eles
desejavam humanizar a religião e o divino.” (VAINFAS,
e) O termo “Renascimento” designa uma modalidade de Ronaldo e outros. História – vol. 1. SP: Saraiva, 2014. p.
expressão intelectual urbana e burguesa originária da 236).
Península Itálica, que se constituiu a partir do sincre-
tismo entre a Cultura Clássica e a tradição judaico-
cristã.
a) livres.
"De repente, não mais que de repente
b) brancos.
c) regulares. Fez-se de triste o que se fez amante
d) polimétricos. E de sozinho o que se fez contente"
a) ser um teatro de louvor e Iitúrgico em que o sagrado é entre homem amante/mulher amada, ou mulher aman-
plenamente respeitado.
te/homem amado, pode-se afirmar que:
b) não se identificar com a postura anticlericaI, já que
considera a igreja uma instituição modelar e virtuosa.
a) O Trovadorismo corresponde ao Renascimento.
c) apresentar estrutura baseada no maniqueísmo cristão,
que divide o mundo entre o Bem e o Mal, e na correla- b) O Trovadorismo corresponde ao movimento humanis-
ção entre a recompensa e o castigo. ta.
d) apresentar temas profanos e sagrados e revelar-se ra- c) O Trovadorismo corresponde ao Feudalismo.
dicalmente contra o catolicismo e a instituição religiosa. d) O Trovadorismo e o Medievalismo só poderiam ser
e) aceitar a hipocrisia do clero e, criticamente, justificá-Ia provençais.
em nome da fé cristã. e) Tanto o Trovadorismo como Humanismo são expres-
sões da decadência medieval.
23.SONETO DE SEPARAÇÃO
25. Em Farsa de Inês Pereira (1523), Gil Vicente apresen-
De repente do riso fez-se o pranto ta uma donzela casadoura que se lamenta das canseiras do
Silencioso e branco como a bruma trabalho doméstico e imagina casar-se com um homem
Mas um velho, de aspeito venerando, Que fica- Que nós no mar ouvimos claramente,
va nas praias, entre a gente, Postos em nós os C’um saber só de experiências feito,
olhos, meneando
Tais palavras tirou do experto peito:
Três vezes a cabeça, descontente,
A voz pesada um pouco alevantando, Que “Ó glória de mandar, ó vã cobiça
nós no mar ouvimos claramente, C’um sa-
Desta vaidade a quem chamamos Fama!
ber só de experiências feito, Tais palavras
tirou do experto peito: Ó fraudulento gosto, que se atiça
A voz pesada um pouco alevantando, Que ficava nas praias, entre a gente,
Que castigo tamanho e que justiça Desta vaidade a quem chamamos Fama!
Fazes no peito vão que muito te ama! Ó fraudulento gosto, que se atiça
Que mortes, que perigos, que tormentas, C’uma aura popular, que honra se chama!
Dura inquietação d’alma e da vida Fazes no peito vão que muito te ama!
A voz pesada um pouco alevantando, Que ficava nas praias, entre a gente,
13.Tu só, tu, puro amor, com força crua 15.Leia o soneto “Alma minha gentil, que te partiste”, do
Que os corações humanos tanto obriga, poeta português Luís de Camões (1525?-1580), para re-
Deste causa à moiesta morte sua, Como se fora pérfida sponder à(s) questão(ões) a seguir.
inimiga.
Se dizem, fero Amor, que a sede tua
Nem com lágrimas tristes se mitiga, Alma minha gentil, que te partiste
E porque queres, áspero e tirano,
Tuas aras banhar em sangue humano. tão cedo desta vida descontente,
Estavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo doce fruito, repousa lá no Céu eternamente,
Naquele engano da alma ledo e cego,
Que a fortuna não deixa durar muito, e viva eu cá na terra sempre triste.
Nos saudosos campos do Mondego,
De teus fermosos olhos nunca enxuito,
Aos montes ensinando e às ervinhas,
O nome que no peito escrito tinhas. Se lá no assento etéreo, onde subiste,
a) “Isso é um desaforo”
A estrofe acima pertence ao canto VII d’Os lusíadas, de b) “Diz que eu tou aqui com alegria”
c) “Vou mostrar pr’esses cabras”
Luís Vaz de Camões. Nele, observamos a figura de lingua-
d) “Vai, chama Maria, chama Luzia”
gem denominada anástrofe, que consiste na mudança da e) “Vem cá, morena linda, vestida de chita”
ordem direta dos termos da oração. Assinale a alternativa
em que se observa essa ocorrência. 03 – ENEM 2014
Em bom português
a) vós, ninfas do Tejo e do Mondego No Brasil, as palavras envelhecem e caem como folhas se-
cas. Não é somente pela gíria que a gente é apanhada (ali-
b) Por caminho tão árduo, longo e vário!
ás, não se usa mais a primeira pessoa, tanto do singular
c) Vosso favor invoco
como do plural: tudo é “a gen- te”). A própria linguagem
d) que navego / Por alto mar corrente vai-se renovando e a cada dia uma parte do léxico
e) com vento tão contrário / Que, se não me ajudais cai em desuso. Minha amiga Lila, que vive descobrindo essas
coisas, chamou minha atenção para os que falam assim: –
VARIAÇÕES LINGUÍSTICAS Assisti a uma fita de cinema com um artista que repre-
senta muito bem.
01.Alguns autores (CUNHA; CINTRA, 2013) apresentam a Os que acharam natural essa frase, cuidado! Não saber
seguinte classificação: dizer que viram um filme que trabalha muito bem. E irão ao
banho de mar em vez de ir à praia, vestido de roupa de ba-
a) Variações geográficas (diatópicas): falares regionais nho em vez de biquíni, carre- gando guarda-sol em vez de
barraca. Comprarão um automóvel em vez de comprar um
b) Variações históricas: mudanças na língua em determina-
carro, pegarão um defluxo em vez de um resfriado, vão
da época
andar no passeio em vez de passear na calçada. Viajarão
c) Variações socioculturais (diastráticas): particularidade de de trem de ferro e apresentarão sua esposa ou sua se-
uma população ou grupo social nhora em vez de apresentar sua mulher.
(SABINO, F. Folha de S. Paulo, 13 abr. 2003)
“Na língua existe, pois, ao lado da força centrífuga
de inovação, a força centrípeta da conservação, que, con-
trarregrando a primeira, garante a superior unidade de um idi- A língua varia no tempo, no espaço e em diferentes classes
oma como o português, falado por povos que se distribuem pe- socioculturais. O texto exemplifica essa característica da
los cinco continen- tes.” (CUNHA; CINTRA, 2013, p. 4). língua, evidenciando que
a) o uso de palavras novas deve ser incentivado em detri-
mento das antigas.
02. b) a utilização de inovações do léxico é percebida na compa-
ração de gerações.
Óia eu aqui de novo xaxando c) o emprego de palavras com sentidos diferentes caracteri-
za diversidade geográfica.
Óia eu aqui de novo pra xaxar Vou d) a pronúncia e o vocabulário são aspectos identificadores
mostrar pr’esses cabras Que eu da classe social a que pertence o falante.
ainda dou no couro Isso é um desa- e) o modo de falar específico de pessoas de diferentes faixas
foro Que eu não posso levar etárias é frequente em todas as regiões
Que eu aqui de novo cantando Que
eu aqui de novo xaxando Óia eu
aqui de novo mostrando Como se