RCM - Parte 5 - Etapa 6 A 8

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 61

Manutenção Centrada em

Confiabilidade
Agosto 2020
Marcelo Rodrigues, Dr.
Material adaptado do prof. Dr. Emerson Rigoni

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 1


Evolução dos Conceitos

Aspectos Gerais da MCC

Etapa 0 - Adequação da MCC

Etapa 1 - Preparação

Etapa 2 - Seleção do Sistema e Coleta de Informações

Etapa 3 - Análise dos Modos de Falha, seus Efeitos e sua Criticidade (FMEA/FMECA)

Etapa 4 - Seleção das Funções Significantes e Classificação de seus Modos de Falha

Etapa 5 - Seleção das Tarefas de Manutenção Aplicáveis e Efetivas

Etapa 6 - Definição dos Intervalos Iniciais e Agrupamento das Tarefas de Manutenção

Etapa 7 - Redação do Manual e Implementação

Etapa 8 - Acompanhamento e Realimentação

Conclusões e Sínteses

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 2


Manutenção Centrada em
Confiabilidade
Etapa 06

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 3


Etapa 6 - Definição dos Intervalos
Iniciais e Agrupamento das Tarefas de
Manutenção

Objetivos: definir a periodicidade inicial


das atividades de manutenção
selecionadas na Etapa 5 e agrupar estas
atividades de forma estratégica para
otimizar as ações da equipe de
manutenção.

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 4


Etapa 6 - Intervalos Iniciais e Agrupamento das Tarefas de Manutenção

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 5


Etapa 6 - Intervalos Iniciais e Agrupamento das Tarefas de Manutenção

Descrição da Tarefa Proposta  Aspectos a considerar:

• Precisão, objetividade e clareza da descrição

• Atenção com instruções do tipo: “verificar e executar se necessário”

 Verificar = Minutos ≠ Executar = Horas  Disponibilidade

 Em casos complexos  Verificar e Informar o supervisor/gerência

• Deve estar claro o ativo/item/componente ao qual a tarefa se aplica

• Procedimentos de segurança e parada do equipamento

• Ferramentas especiais e sobressalentes prescritos  Agilidade na

execução da tarefa

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 6


Etapa 6 – Definição dos Intervalos Iniciais

Jonh Moubray: Reliability Centered Maintenance, 2th ed, pg 254, 1997

“... except for a limited number of fairly specialized situations, the actuarial analysis of the relationship
between operating age and failure is of very little use from the maintenance management viewpoint.”

Anthony M. Smith & Glenn R. Hichcheliffe: RCM – Gateway to World Class Maintenance, 1st ed, pg 219,
2003

“... It is the authors’ experience that any introduction of quantitative reliability data or models into the
RCM process only clouds the PM issue and raises credibility questions that are of no constructive value.”

Neil B. Bloom: Reliability Centered Maintenance: Implementation Made Simple, 1st ed, pg 164, 2006

“... Prudent judgment on the part of individuals knowledgeable about the equipment is the
recommended method for establishing task periodicities.”

Anthony Kelly, PhD: Strategic Maintenance Planning, 1st ed, pg 117, 2006

“In only a few situations will the maintenance manager need to employ statistical reliability or cost
analysis to determine the optimum procedure.”

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 7


Etapa 6 – Definição dos Intervalos Iniciais

Jonh Moubray: Reliability Centered Maintenance, 2th ed, pg 254, 1997

“... exceto por um número limitado, de algumas poucas situações especializadas, a análise
atuarial da relação entre a idade de operação e a falha é de muito pouca utilidade do ponto de
visa da gestão da manutenção.”

Anthony M. Smith & Glenn R. Hichcheliffe: RCM – Gateway to World Class Maintenance, 1st ed,
pg 219, 2003

“... é a experiência dos autores que qualquer introdução de dados de confiabilidade quantitativa
ou modelos no processo de RCM somente torna a questão da PM obscura e levanta questões de
credibilidade que não tem nenhum valor construtivo.”

Neil B. Bloom: Reliability Centered Maintenance: Implementation Made Simple, 1st ed, pg 164,
2006

“Um julgamento sensato por parte dos especialistas sobre o equipamento é o método
recomendado para estabelecer a periodicidade das atividades.”

Anthony Kelly, PhD: Strategic Maintenance Planning, 1st ed, pg 117, 2006

“Somente em algumas situações o gestor da manutenção precisa empregar confiabilidade


estatística ou análise de custos para determinar o procedimento mais eficiente.”

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 8


Etapa 6 – Definição dos Intervalos Iniciais

IEC 60300-3-11 • Métodos estatísticos devem ser utilizados quando os


dados estiverem disponíveis.
SAE JA1011
• O tratamento estatístico deve ser documentado.
SAE JA1012
• O tratamento estatístico deve ser aprovado pelo usuário,
proprietário e/ou órgão regulamentador.
ATA MSG3

Não havendo disponibilidade de dados estatísticos ou histórico de falhas:

• Consenso entre a equipe de implantação


• Conhecimento heurístico da equipe de manutenção e equipe de
Credibilidade
das Decisões
implantação
• Dados e recomendações do fabricante
• Sistemas similares  Tecnicamente e em contexto operacional

M. Rausand and J. Vatn. Reliability Centered Maintenance. In C. G. Soares, editor, Risk and Reliability in Marine Technology. Balkema, Holland, 1998

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 9


Influência da Manutenção na Confiabilidade de Sistemas

 Seja R(t) a confiabilidade do sistema sem manutenção.

 Se o sistema é submetido a manutenção preventiva periódica


em intervalos de tempo T, então, para t < T a manutenção não
terá efeito algum na confiabilidade.

 Isto é, se Rm(t) é a confiabilidade do sistema com manutenção


preventiva:

Rm (t )  R(T ) para 0  t  T

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 10


Influência da Manutenção na Confiabilidade de Sistemas

 Suponhamos agora que a manutenção é realizada em T, restaurando o


subsistema e/ou componente a sua condição original.

 Significa que o sistema mantido em t > T não tem memória dos efeitos de
envelhecimento acumulados pelo subsistema e/ou componente para tempos
anteriores a T.

 Assim, no intervalo T < t ≤ 2T, a confiabilidade do subsistema e/ou componente


Rm(t) é dada por:

Rm (t )  R(T ) R(t  T ) para T  t  2T


Onde: R(t - T) é a probabilidade de sobrevivência um tempo adicional (t - T), dado que o
subsistema e/ou componente foi restaurado a sua condição original no tempo T.

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 11


Influência da Manutenção na Confiabilidade de Sistemas

 Continuando esse processo de raciocínio teremos:

Rm(t)  R(T )n R(t  nT) nT  t  (n 1)T com n  0, 1, 2, ...

 Onde: R(T)n é a probabilidade de sobreviver n intervalos de


manutenção

 R(t - nT) é a probabilidade de sobreviver (t - nT) unidades de


tempo passadas da última manutenção preventiva.

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 12


Influência da Manutenção na Confiabilidade de Sistemas

A confiabilidade condicionada à manutenção preventiva fica aumentada


em função das intervenções adotadas

Confiabilidades condicionais
1

0.99

0.98

0.97
RMsemestral ( t )
Confiabilidade

0.96
RManual( t )
0.95
R( t )
0.94

0.93

0.92

0.91

0.9
4 4 4 4 4
0 1 10 2 10 3 10 4 10 5 10
t
Tempo (horas)

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 13


Confiabilidade com Overhaul
Overhaul é uma a revisão detalhada de um equipamento (sistema/subsistema),
cujos trabalhos são feitos com máquina parada, com a finalidade de prolongar sua
vida útil.

Durante um overhaul são substituídas algumas peças pré-determinadas, que se


desgastam após um longo período de operação, enquanto outras são
remodeladas.

Na literatura, e em muitas empresas, é comum o uso da sigla, em inglês, MRO


(Maintenance, Repair and Overhaul)

A cada manutenção com planta parada


(overhaul) pode-se considerar que há um
aumento de confiabilidade devido à
manutenção/substituição dos subsistemas
e/ou componentes, levando o sistema a
condição de tão bom quanto novo (AGAN).

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 14


Confiabilidade com Overhaul

O aumento de confiabilidade devido ao overhaul

0.99997

0.99994

0.99991

0.99989
Rm( t  c)
0.99986
R( t  c)
0.99983

0.9998

0.99977

0.99974

0.99971
4 4 4 5 5
0 2.7210 5.4310 8.1510 1.0910 1.3610
t

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 15


MENSURAÇÃO DA CONFIABILIDADE

O papel da Manutenção
Qualquer que seja a estratégia de manutenção, o objetivo maior é prolongar a
vida útil e a disponibilidade dos equipamentos, balanceando os custos
envolvidos no processo
λ(t)
Pobre Inexistente
Taxa de Falhas

Controle
Médio Média
de
Manutenção
Bom Qualidade
Superior

Falhas Prematuras Falhas Aleatórias Falhas por Desgaste


Idade, Período Operacional (t)

http://www.buildings.com/article-details/articleid/1489/title/hvac-repair-or-replace-

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 16


Tempo de Vida de Equipamentos

TEMPO DE VIDA FÍSICO:


 Começa a operar desde quando novo até um status no qual não pode mais
ser usado e deve ser substituído.
 MP pode prolongar o tempo de vida físico.

TEMPO DE VIDA TÉCNICO:


 Pode ser substituído por razões técnicas apesar de estar fisicamente apto
a operar.
 Obsolescência tecnológica ou falta de peças de reposição devido ao
lançamento de novos modelos.

TEMPO DE VIDA ECONÔMICO:


 Não tem mais valor econômico apesar de estar fisicamente apto a operar
 Depreciação do custo financeiro do equipamento (operação +
manutenção). Pode ser mais custo-eficiente substituir o equipamento.

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 17


O QUE É otimização

Otimização da Manutenção é definida como um método que visa


encontrar um balanço ótimo entre ações de manutenção corretiva e
preventiva em relação aos objetivos.

Os objetivos são assumidos como sendo receita (faturamento) e


clientes satisfeitos.

Esta definição de otimização da manutenção está de acordo com a


definição de gestão de ativos. Uma otimização da manutenção
eficiente apoia (sustenta) a gestão de ativos

Adaptado de Patrik Hilber, “Maintenance Optimization for Power Distribution Systems”, Master Thesis written at KTH,
Royal Institute of Technology, Sweden, April 2008.

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 18


O QUE otimizar ?
Em manutenção, podemos otimizar por critérios diferentes, incluindo:

 Custos
Frequentemente, o principal objetivo da manutenção. Custos dos
equipamentos ou ativos, mão de obra e perda de produção são todos
considerados.
 Disponibilidade
Alcançar o equilíbrio adequado entre tirar o equipamento de serviço para
MP e sofrer paradas (outages) devido a quebras.
 Segurança
Se for o critério mais importante, a otimização buscará a solução mais
segura, mas de impacto aceitável nos custos.
 Lucro
Implica em considerar não somente os custos, mas também o efeito sobre
os rendimentos (receita).

Campbell, J.D. and Jardine, A.K.S., Maintenance Excellence: Optimizing Equipment Life-Cycle Decisions, Mark Dekker, 2001

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 19


COMO otimizar?
Desenvolver um modelo (usualmente matemático) para avaliar uma
variedade de cenários alternativos.

Todo e qualquer modelo matemático envolve suposições para simplificar


o problema real, tornando-o possível sua solução.

 Teoria da substituição  A eficiência de um sistema ou equipamento que se


deteriora com o tempo de uso, pode ser restaurada ao nível anterior de eficiência
por alguma medida corretiva ou preventiva.

 Medida de Eficiência  Idade (para uma substituição) ou valor econômico.

 Em geral, do ponto de vista matemático, a situação se resume a encontrar um


equilíbrio entre funções de custos crescentes e decrescentes.

Campbell, J.D. and Jardine, A.K.S., Maintenance Excellence: Optimizing Equipment Life-Cycle Decisions, Mark Dekker, 2001

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 20


Políticas de Substituição

Os custos crescentes são devido à eficiência


decrescente do equipamento devido ao
envelhecimento por uso.

Isso favorece a decisão de SUBSTITUIR o equipamento


em uma idade precoce para reduzir o custo de
operação e manutenção

Os custos decrescentes são devido à depreciação do


equipamento original. Em outras palavras, distribuindo
o custo de capital por período de tempo longos, resulta
em um custo médio menor.

Isso favorece a decisão de NÃO SUBSTITUIR o


equipamento.

Fonte: A.K. GOVIL., “Reliability Engineeringl”, Tata Mc Graw-Hill, 1983

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 21


Políticas de Substituição
O custo mínimo é obtido pelas soma destas funções de custos crescentes
e decrescentes e pela determinação do custo mínimo total

Fonte: Buddhika Lewangama, “Preventive Maintenance”, Marriot School, 2006

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 22


Distribuições Aplicadas a Confiabilidade - Weibull

Confiabilidade C(t):  < 1  Falhas Prematuras > 1  Falhas por Desgaste



 t t 0 
 
  
R (t )  e  

Probabilidade de Falha F(t):



 t t 0 
 
  
F (t )  1  e  

= 1  Falhas Aleatórias.
Taxa de Falha λ(t):
 1
  t  t0 
 (t )  . 
    MCC - SELEÇÃO DAS TAREFAS DE MANUTENÇÃO APLICÁVEIS E EFETIVAS

Valor do  Tendência da Taxa de Falhas () Tipo de Manutenção


 - Vida Característica
 - Parâmetro de Forma <1 Decrescente  Corretiva
t0 - Vida Mínima
=1 Constante = Preditiva / Corretiva
t - Período de Vida Transcorrido
>1 Crescente  Preventiva Sistemática
Miguel Afonso Sellitto (Unisinos) - Formulação Estratégica da Manutenção Industrial com Base na Confiabilidade dos Equipamentos

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 23


Etapa 6 - Intervalos Iniciais e Agrupamento das Tarefas de Manutenção

Intervalos Iniciais  Confiabilidade Mínima

1,00 = 20
0,80 t0 = 0
Probabilidade Acumulada de Falha F(x):
0,60 Beta (0,5)
Beta (1,0)

0,40
Beta (3,0)  t t 0 
 
  
F (t )  1  e
0,20
 
0,00
0,01 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Probabilidade Acumulada de Falha F(x)


1,00 = 20
0,80 t0 = 0
Qual a Confiabilidade R(x):
0,60 Beta (0,5)
Confiabilidade
Mínima exigida?  Beta (1,0)
 t t 0  0,40
Beta (3,0)
 
  
Qual o Risco
R (t )  e
0,20
 
Máximo 0,00
aceitável? 0,01 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Confiabilidade R(x)

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 24


Intervalo Ótimo para Troca  Melhor Custo Benefício

Troca Ótima  Os itens são trocados se um evento de falha ocorrer ou em um determinado tempo “t” de
operação, o que ocorrer primeiro.

Custo de Troca por Ciclo  R(t) = Confiabilidade em um tempo “t”


Custo/Tempo 
Tempo de Ciclo  CPreventiva = Custo de trocas planejadas
C Preventiva  R(t)  C Corretiva  [1  R(t)] CCorretiva = Custo de trocas não planejadas
Custo/Tempo  t

 R(t)dt
0

Custo/Tempo
O intervalo de tempo “t” ótimo de troca será o tempo que
minimizará o Custo/Tempo:

Corretiva
[Custo / Tempo(t )] Intervalo ótimo
0 de Troca.
t Preventiva

Tempo

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 25


Intervalo Ótimo para Troca  Melhor Custo Benefício

Teste: Intervalo Ótimo para Troca  Melhor Custo Benefício

  2  1  Válido para:
    1     2 1  
C Preventiva 1    
2
      >1
  1  
2   = t0 = 0
C Corretiva 2       1   (independe)
  TMédio  t0    1  
   

Manutenção Corretiva
CPreventiva / CCorretiva

Manutenção Preventiva Sistemática

Tempo Ótimo para Troca  Melhor Custo Benefício

 C 1 
1/ 

TOtimo  t0     Preventiva
  
C
  Corretiva    1  

Parâmetro de Forma ()

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 26


Intervalo Ótimo para Troca  Melhor Custo Benefício

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 27


Etapa 6 - Intervalos Iniciais e Agrupamento das Tarefas de Manutenção

Exploração da Idade, associado a um


plano de coleta de informações sobre
as ações de manutenção e o
comportamento do modo de falha

Falhas não relacionadas com o tempo: as


ações devem ser sobre os motivos que
resultam no aumento das solicitações do
ativo.

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 28


Etapa 6 – Agrupamento das Tarefas de Manutenção

As tarefas de manutenção devem ser agrupadas de forma a aproveitar oportunidades


de execução para minimizar custos e interferências no processo produtivo.

Questões que devem ser observadas:

• Conflitos técnicos, operacionais e gerenciais da otimização das tarefas

• Visão holística das interações interdepartamentais e logísticas

• Tipo de processo (contínuo ou batelada)

• Normas a serem atendidas (Ambientais, Segurança, Corporativas, etc...)

• Ciclo de demanda do produto no mercado

• Suprimento de material de consumo, peças sobressalentes, etc...

• Viabilidade técnica e gerencial da execução das tarefas agrupadas

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 29


Etapa 6 – Responsáveis pelas Tarefas de Manutenção

As tarefas de manutenção devem ser divididas de acordo com as habilidades e

competências da equipe  Manutenção, Operação, Inspetores, Terceiros, etc...

Questões que devem ser observadas:

• Planejamento estratégico da empresa  Terceirização

• Complexidade da tarefa

• Tamanho da equipe  Influência direta nos intervalos iniciais das tarefas

• Relação custo benefício da alocação da responsabilidade

• Treinamento do responsável  Serviços Operacionais

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 30


Etapa 6 – Responsáveis pelas Tarefas de Manutenção

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 31


Otimização da Equipe de Manutenção

Distribuição de Poisson

Considere as seguintes eventos/situações práticas:

 Usuários de computador ligados à Internet, em um certo intervalo de tempo

 Clientes chegando ao caixa de um supermercado, em um certo intervalo de tempo

 Acidentes com automóveis, em um determinado segmento de uma estrada

O que estes experimentos têm em comum ?

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 32


Otimização da Equipe de Manutenção

Distribuição de Poisson

Em todas estas situações temos um conjunto de ocorrências que satisfazem


as seguintes condições:

 As ocorrências de um evento em um intervalo de tempo é independente do


número de ocorrências do evento em qualquer outro intervalo não sobreposto.

 A probabilidade de duas ou mais ocorrências simultâneas é praticamente zero.

 A média de ocorrências por unidade de tempo é “razoavelmente” constante ao


longo do tempo.

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 33


Otimização da Equipe de Manutenção
Distribuição de Poisson

Esta distribuição representa a probabilidade de que um evento ocorra um número


especificado de vezes em um intervalo de tempo, quando a taxa de ocorrência é fixa.

  1 
x 
 .e Média  λ  1/t0  .  1 ou  se (X  Exp)
  
P ( x)  
x! DP    

P ( x  k )  1  P( x  k )  1  {P( x  0)  P( x  1)  ...  P( x  k )}

X = v. a. número de ocorrências do evento em um intervalo


 = taxa de ocorrência do evento x (número esperado de eventos)

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 34


Otimização da Equipe de Manutenção - Distribuição de Poisson

Um determinado modo de falha ocorre em média 2 vezes por dia. A equipe de manutenção
tem capacidade para atender até 3 destes modos de falha por dia. Determine:

a) A probabilidade da equipe atual não atender à demanda ?

x . e  
P( X  x )    2 e x3
x!

P ( X  3)  1  P( X  3)  1  [P( x  0)  P( x  1)  P( x  2)  P( x  3)]

20. e2 21. e2 22. e2 23. e2


P ( X  3)  1  P( X  3)  1  [    ]  14,29%
0! 1! 2! 3!

b) Para quanto deve ser aumentada a equipe, para atender 95% da demanda ?

x
x ( 95%)
x . e   20. e 2 21. e 2 22. e 2 23. e 2 2 ( 95%) . e 2

x 0 x!
 95%
0!

1!

2!

3!
 ... 
x( 95%)!
 95%

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 35


Otimização da Equipe de Manutenção - Distribuição de Poisson

Taxa Eventos P(x) P(x) % F(x)


2 0 0,13534 13,534 13,53
2 1 0,27067 27,067 40,60
2 2 0,27067 27,067 67,67
2 3 0,18045 18,045 85,71
2 4 0,09022 9,022 94,73
2 5 0,03609 3,609 98,34
2 6 0,01203 1,203 99,55
2 7 0,00344 0,344 99,89
2 8 0,00086 0,086 99,98
2 9 0,00019 0,019 100,00
2 10 0,00004 0,004 100,00

No Excel :
Para x  4  P(x  4)  94,73%
Para x  5  P(x  5)  98,34%

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 36


Exercício
Implementação desta Etapa para um Sistema Selecionado

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 37


Manutenção Centrada em
Confiabilidade
Etapa 07

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 38


Etapa 7 - Redação do Manual e
Implementação

Objetivos: redigir o manual inicial de


manutenção e implementar as ações
propostas pela MCC com base nas
conclusões das etapas anteriores.

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 39


Etapa 7 - Redação do Manual e Implementação

Entradas:

• Consolidação da Auditoria das etapas anteriores

• Saídas das etapas anteriores

• Especialistas no Planejamento, Programação e Controle da Manutenção da

empresa

Saídas:

• Manual do programa de MCC para o sistema selecionado

• Planejamento estratégico para implementação do programa de MCC

• Execução do planejamento para implementação

• Documentação referente às decisões tomadas nesta etapa

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 40


Etapa 7 - Redação do Manual e Implementação

Todas as informações geradas ao longo do processo de implementação das etapas devem

ser documentadas e disponibilizadas para os setores envolvidos com o programa de MCC

Redação do Manual de MCC  Quesitos Importantes

• Descrição detalhada do sistema e suas partes componentes

• Inclusão de todos os resultados das etapas anteriores

• Política de manutenção para funções não significantes  Etapa 4

• Revisão pela equipe de implementação do programa de MCC

• Divulgação para os setores envolvidos com o programa de MCC

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 41


Etapa 7 - Redação do Manual e Implementação

Concluída a concepção e a redação do manual do programa de MCC a empresa deve


estruturar os setores envolvidos para implementação das tarefas propostas.

Implementar = Incorporar as tarefas propostas pela MCC no Sistema de Controle e Gestão


da Manutenção (SCGM) da empresa.

Implementação do Programa de MCC  Quesitos Importantes

• Cronograma e a estratégia de implementação

• A implementação do programa de MCC deve ser acompanhada pela equipe de implantação

• Necessidades e limitações da empresa/sistema  Estruturação

 Execução do programa de MCC Necessidades


Gerenciais e Técnicas
 Realimentações e/ou Correções

• Treinamento  Operação e Manutenção

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 42


Manutenção Centrada em
Confiabilidade
Etapa 07

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 43


Etapa 8 - Acompanhamento e
Realimentação

Objetivos: definir as estratégias inerentes


e executar o acompanhamento e a
realimentação do programa de MCC, ao
longo de todo o seu ciclo de vida.

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 44


Etapa 8 - Acompanhamento e Realimentação

Entradas:

• Manual do Programa de MCC

• Informações de campo  Indicadores (Confiabilidade, Mantenabilidade e


Ciclo/Contexto Operacional do Sistema)

Saídas:

• Critérios para realimentação do programa de MCC

• Rotinas e estratégias para coleta das informações e acompanhamento do programa de


MCC e do sistema no qual a MCC foi implantada

• Indicadores de desempenho do programa de MCC

• Indicadores de desempenho do sistema no qual a MCC foi implantada

• Documentação referente às decisões tomadas nesta etapa

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 45


Etapa 8 - Acompanhamento e Realimentação

Tarefas:

• Definir os critérios para concepção dos indicadores de desempenho, do programa de

MCC e do sistema ao qual a MCC foi implantada

• Formular os indicadores de desempenho do programa de MCC e do sistema

• Definir os índices de desempenho, a serem alcançados pelo programa de MCC, e/ou que

sejam aceitáveis, do ponto de vista estratégico da empresa

• Estruturar e sistematizar as rotinas e estratégias para coleta das informações que irão

subsidiar os indicadores de desempenho

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 46


Etapa 8 - Acompanhamento e Realimentação

Tarefas:

• Definir os critérios para realimentação do programa de MCC:

 Realimentações periódicas até a consolidação do programa

 Realimentações dependentes dos indicadores de desempenho

 Estratégia mista

• Acompanhar e realimentar o programa de MCC em função dos critérios estabelecidos

• Prever ações disciplinadoras e/ou corretivas, caso haja quebra de procedimentos

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 47


Como a MCC não deve ser Implantada

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 48


Como a MCC não deve ser Implantada

• Análise em nível muito aprofundado:

 Dividir o sistema em subsistemas

 No máximo 1 nível acima do menor nível de mantenabilidade

 Evitar reuniões demoradas e análises tediosas

• Análise muito superficial e de forma apressada  Resultados duvidosos

• Importância demasiada em dados de falha  Utilizar a experiência da equipe

• Sem o apoio e o comprometimento dos níveis gerenciais

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 49


Dificuldades para Implantação da MCC

• Escolha errada sobre: Quem irá implantar a MCC?

 Uma única pessoa  validade técnica, tempo, envolvimento, etc...

 Departamento de manutenção  envolvimento e comprometimento

institucional

 Fabricante e/ou Vendedor  Falta do contexto operacional

 100% Terceirizado  Falta conhecimento sobre a cultura da empresa

 Software  Mero preenchimento de uma base de dados

Participação  Envolvimento  Comprometimento

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 50


Dificuldades para Implantação da MCC

• Incapacidade para implementar as tarefas preventivas recomendadas pela MCC:

 Insuficiência de recursos financeiros  Equipamentos, terceirização, etc...

 Demora para implementação do programa de MCC

 Falta de capacitação técnica da equipe

 Inabilidade do patrocinador interno

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 51


Dificuldades para Implantação da MCC

• A MCC não foi aceita pelos evolvidos e/ou afetados pelo programa:

 Força da cultura atual  Possível falta de envolvimento das pessoas

 As pessoas e a empresa não aceitam o risco e/ou a filosofia de funcionar

até a falha, mesmo sendo financeiramente mais vantajosa

 Difícil mensuração dos resultados

 Falta de comprometimento da alta gerência

 Falta do “espírito de equipe” (Ex.: Operação x Manutenção | Elétrica x Mecânica)

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 52


Dificuldades para Implantação da MCC

• O que fazer x Como fazer:

 Falta clareza do procedimento de manutenção  Como fazer

 Inconsistência da Instrução de Trabalho  Falta de revisão

 Falta de estrutura para realização da tarefa

 Incompatibilidade com as recomendações do fabricante

 A tarefa não foi incorporada ao Sistema de Controle e Gestão da

Manutenção (SCGM)

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 53


Como e Quando Simplificar a Implantação da MCC
Processo de Implantação Simplificado da MCC (Streamline RCM)

Sistemas Similares

As seguintes circunstâncias devem ocorrer concomitantemente:

 O sistema sob análise deve ser do mesmo fabricante, modelo e material

 O sistema deve estar sujeito ao mesmo contexto operacional

 As condições ambientais de ambos os sistemas devem ser as mesmas

 Os modos de falha específicos do local da instalação devem ser considerados


individualmente

PLUCKNETTE, Douglas J., When and How to Template an RCM Analysis.


Disponível em: http://www.reliabilityweb.com/

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 54


10 Mandamentos para Implantação da MCC

1) Implantar segundo uma Norma de Referência  SAE, IEC, etc...

2) Não iniciar sem o apoio institucional:

 Apresentar a MCC para a diretoria

 Alertar sobre o investimento

 Tempo de retorno

 Resultados potenciais

 Riscos

 Apoio formal

BLANCO, Santiago Sotuyo. Los 10 Mandamientos del RCM: Claves para el Éxito de un Proyecto de Implementación RCM. 22º Congresso Brasileiro de Manutenção, ABRAMAN, 2007.

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 55


10 Mandamentos para Implantação da MCC

3) Evitar implantações de forma autodidata:

 Erros conceituais

 Omissões Descrédito

 Resultados abaixo das expectativas Abandono

 Gastos desnecessários

4) Treinar os níveis gerenciais e a diretoria:

 Alta Diretoria  Seminário  1 dia

 Gerencias e Equipe de Implantação  Curso  3 dias

 Facilitador  Curso  5 dias

BLANCO, Santiago Sotuyo. Los 10 Mandamientos del RCM: Claves para el Éxito de un Proyecto de Implementación RCM. 22º Congresso Brasileiro de Manutenção, ABRAMAN, 2007.

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 56


10 Mandamentos para Implantação da MCC
5) Iniciar sempre com um Projeto Piloto:

 Aprendizagem progressiva

 Acelera o processo de expansão Diminuição

 Resultados mensuráveis  Planejamento para expansão dos Riscos

 Mudança gradual da cultura institucional

6) Não iniciar sem um planejamento detalhado  Etapas 0,1 e 2:

 Utilizar uma metodologia de Gestão de Projetos (Ex.: PMBOK - Project


Management Body of Knowledge do PMI - Project Management Institute)

 Aprovar e divulgar o planejamento

BLANCO, Santiago Sotuyo. Los 10 Mandamientos del RCM: Claves para el Éxito de un Proyecto de Implementación RCM. 22º Congresso Brasileiro de Manutenção, ABRAMAN, 2007.

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 57


10 Mandamentos para Implantação da MCC

7) Implantar indicadores de desempenho:

 Aderência do Programa de MCC

 Desempenho do Sistema

8) Realimentar e Auditar o Programa de MCC:

 Durante o processo de implantação

 Durante a fase de execução

BLANCO, Santiago Sotuyo. Los 10 Mandamientos del RCM: Claves para el Éxito de un Proyecto de Implementación RCM. 22º Congresso Brasileiro de Manutenção, ABRAMAN, 2007.

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 58


10 Mandamentos para Implantação da MCC

9) Expandir o Programa de MCC:

 Expansão contínua  Toda a empresa

 Massa crítica  Projeto de longo prazo

10) Desfrutar da Confiabilidade:

 Levantamento de dados de falha

 Manter o envolvimento institucional

 “A MCC não é uma moda, é um estilo de vida!”

BLANCO, Santiago Sotuyo. Los 10 Mandamientos del RCM: Claves para el Éxito de un Proyecto de Implementación RCM. 22º Congresso Brasileiro de Manutenção, ABRAMAN, 2007.

Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 59


Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 60
OBRIGADO PELA ATENÇÃO

Mas lembre-se de que tem muito, muito mais...


Engenharia da Confiabilidade – passos para aplicação da MCC parte 5/6 61

Você também pode gostar