2 - Knox - Vol 2

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 87

1

The Rose Traduções

Tradução Efetivada por The Rose Traduções.

Disponibilizado: Juuh Alves


Tradução: Juuh Alves
Revisão inicial: Rebecca Knox
Revisão: Helena Flores
Formatação: Claire Waters

2
Sinopse

Agora que Rebecca conhece os planos de Knox, ela


quer saber como seu ex-namorado August se encaixa em
tudo.

Mas é difícil se manter a par dos emaranhados da


vingança de Knox, quando Rebecca está consumida com
seu desejo por ele. Cada minuto seu, é gasto tentando
empurrar seu desejo por Knox para o fundo, mas ele está
tornando isso muito difícil. Ele invadiu a sua vida. Knox
está em toda parte. Assim como August.

Apenas quando Rebecca começa a sentir que ela


atingiu uma posição confortável em seu relacionamento
com Knox, ela recebe uma notícia que vai fazê-la
questionar as intenções de Knox e mudar sua vida para
sempre.

3
Capítulo 1
Rebecca
Uma mão quente pousa suavemente sobre meu
quadril,enquanto uma pele lisa pressiona as minhas costas.
Sua mão escorrega à frente até que cobre meu abdômen.
Eu abro minhas pernas um pouco, incentivando-o a deslizar
sua mão mais para baixo. Seus lábios estão no meu ombro,
são quentes e carinhosos. Eu mexo um pouco os quadris.
Esfregando-me contra ele. Eu quero que ele saiba que
estou pronta.

—Knox.— Minha voz é apenas um sussurro,


estrangulada pelo meu desejo por ele. —Por favor.

—Eu adoro ouvir você implorar.

Suas palavras são uma lufada de ar quente nas curvas


da minha orelha. Minha pele pulsa, meu clitóris sofre por
seu toque. Ele mantém sua mão pressionada contra meu
abdômen, enquanto chupa meu pescoço. Estou tremendo
como uma drogada. A adrenalina percorrendo meu corpo
quente com antecipação.

—Por favor.

Eu tento empurrar sua mão para baixo, para onde eu


quero, entre as minhas pernas. Ele agarra meu pulso e
pressiona seus quadris contra os meus. Sua ereção é

4
quente e dura contra a parte de trás da minha coxa. Eu o
quero quente e duro dentro de mim.

Ele vai me fazer implorar.

Eu solto a minha mão do seu aperto. Então a estendo


para trás e agarro a parte de trás do seu pescoço,
enquanto viro minha cabeça para beijá-lo. Seu beijo é tão
poderoso quantos todos os outros aspectos do seu ser. É
possivelmente a arma mais poderosa no seu arsenal;
embora eu nunca tenha dito isso a ele. Knox não é o tipo
de homem que quer ser conhecido por seu beijo.

—Por favor, coloque-o em mim— murmuro esta súplica


na sua boca.

Ele gentilmente massageia meu peito e uma faísca de


prazer pulsa entre as minhas pernas. Ele espreme meu
mamilo, puxando-o levemente. Eu arqueio minhas costas,
nunca deixando minha pele perder o contato com o seu pau
duro.

—Por favor, colocá-lo onde?—, Ele pergunta, e eu posso


ouvir o sorriso em sua voz.

—Por favor, foda a minha bunda.

Sua mão desliza para baixo e eu deixo escapar um grito


agudo quando o dedo provoca meu clitóris. Em seguida,
sua ereção desliza entre as minhas coxas, encontrando
minha umidade. Ele esfrega a espessura contra a minha

5
carne até que seu pênis está liso com meus sucos. Ele
estimula a entrada para a minha bunda e eu suspiro.

Ele desliza não mais do que dois centímetros e geme.


—Porra!

A queimadura da minha carne sendo esticada está


consumindo. Ele enche o meu corpo com um calor saboroso
que escorre em meus membros, deixando-me inútil. Ele
puxa para fora lentamente. Eu fecho meus olhos e engulo
em seco em antecipação. Ele entra de novo, um pouco mais
longe, o dedo massageando o meu clitóris, então meus
músculos contraem ao redor de seu pênis.

—Você é incrivelmente deliciosa—, ele murmura em


meu ouvido. —Absolutamente, fodidamente, inacreditável.

Ele vai lentamente, movendo-se um pouco mais a cada


curso, até que ele está enterrado tão profundamente
dentro de mim, quanto meu corpo permite. Até que eu
posso sentir a ponta do seu pênis duro cutucando meu
abdômen por dentro. Meus olhos reviram em puro êxtase.
Eu não posso falar ou mover. Eu não consigo nem tremer
quando o orgasmo me atinge. Eu tive a morte mais
requintada.

Ele me enche da sua essência quando explode dentro


de mim. O calor disso emana sobre meu rosto e meu corpo
está muito gasto, muito mole para se preocupar com meus

6
lençóis. Se eu pudesse, eu ficava aqui nesta posição para
sempre.

É preciso pelo menos uma boa hora para recuperar


desse episódio e convidar Knox para tomar banho comigo.
Eu esfrego os músculos sólidos das suas costas, enquanto
ele se inclina com ambas as mãos espalmadas na parede.
Eu massageio o pescoço e os ombros um pouco e ele geme
de prazer.

—Você está tão tenso.— Eu afundo meus dedos em


seus ombros e eles estão duros como o granito. —Você
precisa de uma massagem.

—Há dez anos de ódio embalados nesses músculos.


Nenhum massagista no mundo pode corrigir isso.

Eu deslizo meus braços em volta da sua cintura e


coloco o meu rosto contra suas costas, enquanto penso no
dia em que descobri a extensão de seu ódio. O dia que eu
descobri que nada vai impedir Knox de vingar o assassinato
de sua mãe. O dia que eu descobri, o quão longe ele iria
para chegar até mim.

Quando August entrou naquela garagem, há três


semanas, eu tinha certeza que estava tendo alucinações.
Eu não acreditava que August e Knox poderiam estar
envolvidos em qualquer coisa juntos. Eles não poderiam ser
mais diferentes se tivessem nascido em planetas
diferentes.

7
August é um garoto rico e mimado, que passa verões
nos Hamptons e em blogs sobre moda vintage. Knox é um
bilionário polido com uma inclinação para a dominação e
uma profunda ligação com a família criminosa Veneto -
minha família.

Quando August sentou-se à mesa na garagem vazia e


me disse que estava trabalhando com Knox há cinco
meses, meu coração quase parou. Foi aí que tudo começou
a fazer sentido. August não me convidava para seu
apartamento há quatro meses. Ele estava só me enrolando
por meses, até um dia antes da acusação do meu pai.
Então Knox poderia iniciar a fase do seu plano que me
envolveu.

Eu não falei com Knox por mais de uma semana. Não


atendi às suas chamadas, e-mails ou mensagens. Quando
ele apareceu no meu apartamento, eu não atendi a porta.
Eu sabia que ele não derrubaria a porta. Ele não quer
chamar a atenção para si mesmo.

Mas eu não sou estúpida. Eu sei que ele sabe que é


preciso lidar comigo com cuidado e, muitas vezes, a certa
distância. Eu sou a testemunha-chave contra o meu pai.
Enquanto ele me mantiver feliz, sua vingança pode
continuar sem quaisquer dificuldades.

O problema é que eu sei que não tenho esse grau de


poder. Mesmo se eu testemunhasse ter visto o meu pai
assassinar Frank Mainello na minha sala, quando eu tinha

8
treze anos, Knoxiria encontrar uma maneira de me
desacreditar. Não porque ele é um idiota. Mas porque nada
vai ficar no caminho de sua vingança.

Então, eu cuido com o que eu digo e faço. Ele observa


cada movimento meu. Eu posso sentir a sua presença em
todos os lugares que viro.

Knox conhece todos os meus padrões e vícios. Toda a


minha família. Todos os meus colegas de trabalho e
amigos.

Amigos.

Descobrir que August estava neste plano, colocou todos


os meus relacionamentos em dúvida. Não foi a minha
melhor amiga Lita que me pediu para levá-la até a estação
de trem, onde fui sequestrada por capangas de Knox?

Não foi Lita que me fez questionar a fidelidade de


August, com uma única pergunta?

Será que Knox chegou a Lita também? Isso é


exatamente o que eu planejo descobrir esta tarde.

Knox se vira no chuveiro para me enfrentar. Ele toma o


meu rosto em suas mãos fortes e me beija, como se ele
soubesse o que eu estou pensando. E ele só queira me
fazer esquecer tudo, exceto ele e seu beijo enlouquecedor.
Funciona.

9
Ele chupa levemente meu lábio superior quando se
afasta. —Delicioso.— Ele me dá um meio sorriso astuto no
momento em que desliza a mão entre as minhas pernas e
me empurra contra a parede do chuveiro. —Vou levá-la
para ver seu pai na próxima semana.

Empurrando dois dedos dentro de mim, seu polegar


acaricia meu clitóris inchado. As ondas de choque de prazer
pulsam para fora, todo o caminho até os dedos dos pés e
as pontas dos dedos. Ele toma minha orelha entre os
dentes e rosna no meu ouvido.

Eu solto uma risada quando um arrepio me percorre. —


Eu não preciso vê-lo.

—Isso não é um pedido, Rebecca.

Ele puxa e tira os dedos que estavam entre as minhas


pernas e, lentamente, eleva-a. Ele levanta totalmente a
minha perna até que possa dar um beijo suave no interior
do meu tornozelo, quando enfia seu pau dentro de mim. Ele
segura a minha perna para cima pelo tornozelo e empurra
para dentro de mim lentamente. O atrito do pênis no meu
clitóris provoca arrepios em mim.

—Eu não quero ver... meu pai na cadeia... para o resto


de sua vida.—Gemido. —Mas eu também... não quero ver
meu pai.

Ele bate em mim com tanta força, que eu sinto como se


ele pudesse me rasgar ao meio. —Ele vai a julgamento em

10
dois meses... Você vai ver o seu pai... Eu mesmo vou levá-
la.—Mantendo o aperto sobre a minha perna, ele entrelaça
os dedos no meu cabelo. Então, puxa suavemente a cabeça
para trás enquanto ele me bate ainda mais duro. —No meu
avião.

Ele aperta o punho em volta do meu cabelo e puxa.


Minha boca abre em um pequeno suspiro. Ele enfia a língua
na minha boca, silenciando-me. Provando que não tenho
escolha nesta matéria. Knox faz o que quer.

E eu faço o que ele quer. Assim, na próxima semana eu


vou com ele ver o meu pai, o assassino, pela primeira vez
em quatro anos.

11
Capítulo 2
A voz de Knox retumba como uma sirene na minha
mente, avisando-me para não contar à Lita nada sobre ele
ou o envolvimento dele com August e meu pai. Claro, Lita
está me ligando e mandando mensagens sem parar, da
casa de seus pais em Poughkeepsie, nas últimas três
semanas, uma vez que a acusação do meu pai foi
transmitida na televisão nacional. Ela teria voltado para
Manhattan antes, se não fosse pela minha insistência de
que eu realmente estou bem.

Lita e seu cabelo castanho claro, propositadamente


crespo,atacam-me no momento que eu abro a porta do
meu apartamento.

—Rebecca! Eu sinto muito que deixei você!

Ela me sacode como uma criança que abraça uma


boneca de pano. Com o seu 1,80m de altura para o meu
1,70m, esta é uma comparação muito precisa. Eu solto um
riso quando abraço-a de volta. Embora meu riso soe um
pouco tenso por seu abraço esmagadore minhas suspeitas
dela.

Ela finalmente solta. —Eu sinto muito, não estar aqui


quando tudo aconteceu. Especialmente desde que August
acabou por ser um idiota total, como eu suspeitava.

12
Ela senta-se à mesa de metal pequena, com o tampo
de fórmica. Sento-me na frente dela e empurro um copo de
chá gelado na direção dela. A Lita não bebe
frequentemente. Uma das muitas coisas que admiro sobre
ela.

Ela tem uma necessidade insaciável de controlar uma


situação e o álcool trabalha contra essa necessidade. Eu
tenho que descobrir como controlar essa conversa. Como
conduzi-la na direção da verdade sobre a existência ou não
de envolvimento dela na vingança de Knox, ao mesmo
tempo, guiando para longe da verdade sobre o meu
envolvimento com Knox.

Ela fareja o ar de forma dramática. —Você transou


aqui, há muito pouco tempo.

—O quê? Não, eu não transei.—Eu pego o copo suado


na minha frente e tomo um gole de meu chá gelado.

Ela olha por cima do ombro para a cama desfeita. —


Você está mentindo. Quem foi? Não foi August, foi? Você
não voltou com aquele idiota traidor, não é?

—Não! August me faz passar mal. Ele provavelmente


estava me traindo há meses.

—Então, ele admitiu isso? Bem assim?

—Não, eu só estou supondo porque...

13
Eu tomo um longo gole do meu chá gelado, tentando
parar. Eu não quero mentir para Lita sobre August e seu
envolvimento com Knox. Lita tem problemas de confiança
suficientes sem eu acrescentar algo.

Todos nós já fomos traídos por alguém em algum


momento das nossas vidas. Alguém que nos fez desprezar
as pessoas que mentem. Para Lita, essa pessoa era a mãe
dela.

Quando ela tinha dezessete anos, a mulher que ela


achava que era sua mãe, apresentou-a à sua verdadeira
mãe.

Descobriu-se que a mulher que criou Lita era uma


vizinha da mãe biológica de Lita. A mãe biológica de Lita
era jovem quando ela teve Lita. Ela literalmente deixou Lita
na porta do vizinho, com uma nota, e foi embora.

Agora, Lita passa três semanas a cada verão em


Poughkeepsie com sua mãe biológica, para compensar o
tempo perdido. Sua relação com a mãe que a criou ainda é
tensa. Mas eu entendo como é difícil se recuperar de uma
traição tão completa. Quando vi meu pai de assassinando
“tio” Frank, eu senti como se estivesse conhecendo
finalmente o verdadeiro John Veneto. Não aquele que fingiu
ser meu pai amoroso.

Então, é claro, há a possibilidade de que Lita já saiba


sobre Knox. Por que outro motivo ela perguntaria sobre

14
August no mesmo dia em que eu fui sequestrada por Knox
e todo este esquema, entre August e Knox, explodiu na
minha cara? Não pode ser uma coincidência. Pode?

—Lita, eu tenho...

Eu me interrompo quando tenho uma súbita percepção.


Knox provavelmente grampeou meu apartamento. Quando
eu o perguntei se ele tinha me grampeado, ele afirmou que
nenhuma das vigilâncias foi colocada em meu apartamento.

Ele disse que não queria que seus homens assistissem


eu me vestir, ou ouvir-me gritar seu nome no auge da
paixão. Mas eu não tenho certeza se acredito que o meu
apartamento não está sendo observado.

—Você tem... o quê?— Os olhos cinzentos redondos de


Lita não piscam, enquanto espera que eu termine esta
frase.

Eu me inclino para frente para sussurrar em seu ouvido


e ela ri como uma colegial. —Estou saindo com alguém
novo.

—Eu sabia!— Ela grita.

—Shh!— Eu quase calo a sua boca com a minha mão.


—Por favor, não diga nada... em voz alta.

Ela olha para mim como se eu fosse louca. —Você está


agindo muito estranha. Você está namorando aquele cara

15
assustador do trabalho? Qual era o nome dele? Charles?
Chuckie?

—Charlie—, eu respondo rapidamente para calá-la.

Um nó de arrependimento pesa dentro no meu


estômago quando penso no meu colega de trabalho,
Charlie. Depois que ele me viu saindo do Laboratório
Forense, no Queens, quando eu deveria estar em casa
doente, Knox teve que “cuidar dele”. O que quer que isso
signifique. Charlie não foi trabalhar por três semanas. Ele
tem ligado para o trabalho todos os dias só para dizer que
sua mãe, que vive em Michigan, ainda não está se sentindo
bem. Assim que Charlie se tornou leal ao Knox, sua mãe,
de repente, ficou doente.

Eu tenho um sentimento de que Charlie nunca mais


volta para a 14ª DP.

Eu deslizo minha cadeira pelo piso de cerâmica e fico


ao lado dela. Então, eu me inclino para aproximar e
sussurrar em seu ouvido. —Estou sendo vigiada.

Ela se vira para mim, provavelmente para ter certeza


que eu não a estou sacaneando. —Por quê?

—O meu pai.

Não é uma mentira. Knox trabalha para o meu pai.

16
Seus olhos se arregalam, quando ela percebe que eu
não estou agindo de forma estranha de jeito nenhum. —Por
quê? Por causa do julgamento? Eu não entendo.

Você tem provas contra ele ou algo assim?

—Eu não posso falar sobre isso. Mas você não pode
contar a ninguém. Ok?

—Você não deveria denunciá-lo se você acha que está


sendo perseguida? Você trabalha para o departamento de
polícia, caralho. Jesus Cristo, Becky. Isso é muito sério.

Eu a calo novamente. —Eu não estou sendo


perseguida. Não se desespere. Eu tenho tudo sob controle.

—Você tem tudo sob controle!—Ela sussurragritando


comigo. —Você realmente acha que pode controlar o seu
pai?

Eu olho nos olhos dela e forço-me a não quebrar. Não


conte o que você viu. Não diga a ela sobre Frank Mainella.

Meus ombros caem, quando percebo que não posso


manter esse tipo de segredo de Lita. Ela é a primeira amiga
que fiz quando me mudei para Manhattan, vindo de
Bensonhurst, há quatro anos. Eu a conheci em uma aula de
sociologia, na Faculdade Hunter.

Eu cheguei atrasada na aula uma vez e ela se ofereceu


para me deixar copiar suas notas no Starbucks, na rua. Ela
ainda é viciada nos chaitealattes deles, quatro anos depois.

17
Nós nos encontramos no Starbucks e conversamos por
horas. Nós nos tornamos melhores amigas
instantaneamente, no momento que ela me disse que tinha
acabado de se mudar para Manhattan, vindo de
Poughkeepsie, para ficar longe da sua família. Era
reconfortante saber que eu não era a única com uma carga
insuportável de bagagem da família.

—Escute-me. Eu não estou em perigo. Como você


disse, eu trabalho para o departamento de polícia do
caralho. Eu estou acostumada a ter olhos em mim. Eu sei
como me cuidar. Ok?

Ela passa a mão pelos cabelos, em seguida, ela abre a


bolsa, que está pendurada da parte de trás da sua cadeira.
Ela retira algo pequeno embrulhado em jornal. Eu balanço
minha cabeça, enquanto pego da sua mão e começo a
desembrulhar. Eu amasso o jornal e atiro-o sobre a mesa.
Então, eu levanto a estatueta de gato delgada de vinte
centímetros de altura entre nós.

Lita sempre me traz de volta uma estatueta de gato


pintada à mão de uma pequena loja de cerâmica polonesa
em Poughkeepsie. Ela fez isso pela primeira vez, há três
anos como uma brincadeira. Eu fiquei tão apavorada que
ela fez isso de novo no ano passado. Esta é a terceira.

—Obrigada.

18
Ela olha ao redor do apartamento e seus lábios enrolam
em um sorriso. —Você ainda não me contou com quem
transou essa manhã?

Eu suspiro quando inclino para trás em minha cadeira e


penso na minha manhã com Knox. —Não é nada.— Eu
tento ser indiferente, mas eu não consigo esconder meu
sorriso.

—Oh, não. Eu reconheço esse olhar—Ela se inclina para


frente em seus cotovelos. —É o sexo que é tão bom, ou
você está apaixonada?

—Eu não estou apaixonada.

—Então, é o sexo?

Eu fico olhando para a mesa, assim não tenho que


olhar nos olhos dela. Como eu digo a ela que é mais do que
sexo?

Como eu digo a ela que anseio por um cara desde que


dei uns amassos nele quando tinha quinze anos? Ela vai
pensar que eu sou uma pessoa louca. Como posso dizer a
ela que não há nenhuma maneira de descrever a energia
de Knox? É preciso estar perto dele para sentir isso. Ser
consumida por ele.

—É mais do que sexo.

—Você acabou de terminar com August, há três


semanas, e você já está apaixonada? Derrame!

19
Eu olho para cima e encontro o seu olhar desesperado.
—KnoxSavage. Ele é dono de uma empresa de segurança
privada. Ele está...

—Ele trabalha para o seu pai.

—Por que você diz isso? Você o conhece?

Suas sobrancelhas contraem e ela balança a cabeça. —


Não é preciso ser um gênio para descobrir isso.— Ela senta
na cadeira e faz uma pausa por um momento, perdida em
pensamentos. —Ele está protegendo o seu pai, enquanto
ele está em liberdade sob fiança?

Concordo com a cabeça e penso comigo mesma, Algo


assim.

20
Capítulo 3
Knox

—Certifique-se que a corda é longa o suficiente para ele


ficar com os pés firmemente plantados na cadeira, mas não
tão longa que seus pés toquem o chão quando ele cair.
Lembre-se: Ele tem 1,95m na ponta dos pés.— Eu dou a
minha ordem gentilmente.

Billy é um bom garoto, mas ele pode ser um pouco


idiota, às vezes. Ele precisa ser lembrado de como fazer o
seu trabalho muitas vezes. Eu não me importo. O garoto
pode ser idiota, mas ele é brutal. Ele vai fazer o que eu
pedi.

Eu me sento em uma mesa na churrascaria, na esquina


da 14ª Delegacia. Eu observo como Billy dá o laço há
poucos metros da mesa, onde Charlie e Rebecca ficavam
sentados há alguns meses. Meu cara da tecnologia, Sven,
já plantou o e-mail de suicídio no laptop de Charlie. Ele
configurou uma tarefa automatizada indetectável para
enviar o e-mail para Rebecca cerca de uma hora antes da
hora da morte.

Pobre apaixonado Charlie. Ele simplesmente não


consegue superar Rebecca. E agora que sua mãe morreu
de câncer de ovário, na semana passada, ele não tinha
mais por quem viver.

21
Bruno carrega o corpo mole, cloroformizado de Charlie
nos braços, como um bebê. As almofadas sob as algemas
em seus pulsos irão garantir que não há sinal de luta ou
cativeiro. Charlie tem sido mantido em um depósito perto
da casa da sua mãe em Michigan, pelas últimas três
semanas. Tivemos que dar tempo para que os ferimentos
da luta inicial se curassem. Agora ele está novo e pronto
para morrer.

Devo admitir,que uma pequena parte de mim, quase


deseja que ele acorde do seu nevoeiro de clorofórmio e
tente lutar contra seu destino. Tem sido um pouco patético
assistir o vídeo dele enlouquecendo na cela acolchoada que
montamos para ele em Michigan. Demorou cerca de nove
dias de greve de fome para ele quebrar e começar a
cooperar. Ele ganhou de volta o peso e fez tudo o que
queríamos. Pena que ele nunca teve uma chance.

Bruno sobe em uma escada com o corpo de Charlie. Ele


coloca os pés de Charlie planos sobre a cadeira. Em
seguida, ele segura-o pela cintura por trás, como se
estivesse prestes a realizar uma manobra de Heimlich1
nele.

Billy amarra o laço em torno do pescoço de Charlie, e


Bruno inclina o corpo dele em direção ao laço. Agora

1
Método pré-hospitalar para desobstrução das vias aéreas, uma pessoa fazendo a manobra usa
as mãos para fazer pressão sobre final do diafragma. Isso comprimirá os pulmões e fará pressão sobre
qualquer objeto estranho na traqueia esquerda.

22
Charlie está de pé por conta própria, inclinando-se com o
seu peso sobre a corda em volta do pescoço.

Bruno desce da escada. Billy dá um passo para trás


para admirar o seu trabalho. Finalmente, Bruno move a
escada para fora do caminho, para que ele possa chutar a
cadeira para fora de debaixo de Charlie.

—Espere!— Bruno e Billy olham confusos para a minha


explosão. —Eu quero fazer isso.

23
Capítulo4
Rebecca

Knox alcançou Charlie antes que ele pudesse chegar a


qualquer outra pessoa. Estou grata por não ter sido
implicada na má gestão de arquivo de evidência do meu
pai. Tudo que fiz foi colocar o arquivo em outro lugar na
mesa da recepcionista do Laboratório Forense no Queens.
O arquivo foi encontrado no dia seguinte. Logo depois, meu
pai já foi indiciado, e em seguida colocado em prisão
domiciliar com 15 mil dólares de fiança. Mas eu posso ser
acusada de obstrução da justiça, se alguém descobrir que
mexi naquele arquivo.

Então, eu sou grata por Knox ter cuidado de Charlie.


Mas ainda me deixa doente ir ao trabalho todos os dias e
não ouvir os comentários maliciosos de Charlie. Knox
silenciou-o também. E ele se recusa a me dizer onde
Charlie está, ou se ele está bem.

—Ele ainda está ligando para o trabalho, não está?—


Knox falou para mim a última vez que eu o pressionei para
obter informações sobre Charlie.

—Isso não significa que ele não está machucado. Onde


você está o prendendo? Quando é que você vai soltá-lo?

24
Eventualmente meu questionamento se transformou
em histeria. Felizmente, estávamos no meu apartamento e
ninguém viu o meu colapso. Knox ainda não me levou para
sair em público. E ainda não me convidou para sua casa.
Ele afirma que é para minha própria proteção. Como a
equipe de segurança que ele colocou estacionada fora do
meu apartamento, todas as vinte e quatro horas do dia.

Agora, eu só tenho que me concentrar em fazer o meu


trabalho. Detetives e oficiais vêm em intervalos de poucos
minutos para apresentar novas provas para processar. Eu
registro e minha colega de trabalho, Tracy, arquiva-as até
que alguém venha e pegue para transferir para outro
depósito de material probatório. Ou um laboratório forense
para testes. Ou um tribunal para ser apresentada como
prova em um julgamento.

Por volta de dez horas da manhã, eu estou pronta para


desistir. Então, tudo para. Por mais de uma hora, nem uma
única pessoa entra no armário de provas. Ninguém passa
pelo corredor no nível subterrâneo. Apenas completo
silêncio.

Estou começando a notar um padrão.

Eu pego o telefone para ligar para o sargento, mas o


grito atrás de mim me faz derrubar o aparelho. Eu giro ao
redor em minha cadeira e Tracy está cobrindo a boca, com
os olhos fixos na tela do seu computador. O olhar em seu
rosto envia calafrios através de mim.

25
—O que está errado?

Eu saio da minha cadeira e circulo a mesa de Tracy. Ela


rapidamente tenta minimizar a janela de seu navegador,
mas é tarde demais. Eu vi. A manchete diz: DETETIVE do
NYPD2 encontrado morto no RESTAURANTE
MIDTOWN.

—Abra de novo.

Lágrimas estão brotando em seus olhos. —Querida,


você não quer ver isso.

—Abra!

Seus ombros caem, quando ela alcança o mouse e clica


na janela. Ele reaparece na tela e a cada palavra que eu
leio o meu corpo afunda mais para baixo. Até que eu estou
destruída e agachada ao lado de Tracy, agarrando sua
mesa por apoio.

—Baby, isso não é culpa sua—, ela insiste, mas ela não
tem ideia de como ela está errada.

Ela acha que Charlie se suicidou porque não podia me


ter. Ela não sabe a verdade. A verdade é que Knox não
apenas silenciou Charlie. Ele o matou.

Charlie era apenas um dano colateral na sua trama de


vingança. Quanto tempo vai passar, antes que eu também
me torne um dano colateral?
2
Departamento de Polícia de Nova York.

26
Eu não vou ficar esperando sentada para descobrir.

27
Capítulo 5
A sede corporativa da Knox Segurança na 7ª Avenida é
muito bonita, exatamente como eu imaginava. Alta, escura
e elegante. Ela emana força e segurança. Se Knox fosse um
edifício, ele pareceria com esse.

Eu entro no lobby como uma tempestade e há três


recepcionistas diferentes: uma loira atrás de uma mesa de
vidro, no centro do lobby; uma garota negra com um belo
cabelo ruivo atrás de um balcão à direita; e uma menina
asiática atrás de outra mesa do lado esquerdo. Por um
momento eu fico tão confusa que esqueço o quanto estou
irritada.

—Posso ajudá-la?—, A loira pergunta e toda a minha


raiva ressurge.

—Eu preciso ver Knox Savage.

Ela sorri, um sorriso com conhecimento. Como se ela


soubesse quem eu sou, ou como se eu não fosse a primeira
mulher a invadir isso aqui, pedindo para ver Knox.

—Senhor Savage está em uma reunião. E ele só vê as


pessoas com hora marcada. Você tem um compromisso, ou
você gostaria de marcar uma data posterior?

—Eu não preciso de um agendamento, então você pode


tirar esse pequeno sorriso do seu rosto.

28
A menina não tem nem mesmo que chamar alguém, ou
pressionar algum botão e dois seguranças engravatados
estão ao meu lado.

—Minha senhora, o que parece ser o problema?— O


cara à minha direita pergunta em voz estridente, mas
calma.

Eu odeio falar meu nome, especialmente com a forma


como os noticiários têm falado da história do meu pai, mas
parece que eu não tenho escolha.

—Você sabe quem eu sou?

O cara olha para mim. Pelo menos, eu suponho que ele


está olhando para mim. Eu não posso ver seus malditos
olhos através desses óculos escuros.

—Eu sou Rebecca Veneto. A filha de John Veneto.

—Merda.— Ele sussurra isso sob sua respiração, então


se vira para a recepcionista. —Vou levá-la para cima.

O elevador funciona com uma impressão digital e um


pino de segurança. Quando damos um passo para dentro,
os prateados reluzentes das paredes espelhadas,
combinado com a batida frenética do meu coração
vingativo, deixam-me tonta. Agarro o corrimão para me
equilibrar.

Charlie está morto.

29
—Minha senhora, você está bem? Você parece um
pouco pálida.

—Eu estou bem.

Quando atingimos o 29º andar, o segurança olha para


mim com expectativa. —Eu não tenho liberação para este
andar.

—Então, o que você quer dizer? Você me trouxe até


aqui para nada?

—Não, mas você tem. Você só precisa colocar o seu


dedo indicador direito lá—, diz ele, apontando para um
pequeno sensor no painel de controle do elevador. —Em
seguida, digite seu PIN de segurança na tela sensível ao
toque embaixo do sensor.

—Mas eu não tenho um PIN de segurança.

—Fomos informados de que, se você viesse aqui hoje,


para dizer-lhe que o seu PIN de segurança é um número de
seis dígitos.

Eu balancei minha cabeça em desgosto. É claro que ele


esperava que eu viesse aqui. Ele está sempre um passo
confiante em minha frente.

Eu respiro fundo, quando tento pensar em qual poderia


ser o meu PIN de seis dígitos. Eu coloco meu dedo
indicador no sensor e um teclado numérico materializa no
touchscreen. Eu tento o meu aniversário sem sorte. Eu

30
tento o aniversário de Knox“de Marco” e nada acontece. Eu
tento o aniversário do meu pai, o aniversário da minha
mãe. Nada funciona.

Então eu me lembro da última vez que eu vi Marco na


minha sala quando eu tinha quinze anos. O dia em que ele
saiu da prisão e deixou Bensonhurst para se tornar Knox
Savage.

Digito a data 041806. 18 de abril de 2006.

As portas do elevador deslizam abertas e eu saio com


espanto. Eu não posso acreditar nisso. Eu nem sequer o vi
ainda e ele já conseguiu manipular as minhas emoções. Eu
agora estou menos irritada do que estava quando entrei
neste edifício.

Felizmente, saber que eu estava sendo manipulada,


engrena a minha raiva mais uma vez. Eu atravesso todo o
tapete felpudo em direção à recepcionista ruiva com um
sorriso falso.

—Bom dia, senhorita Veneto. Sr. Savage me pediu para


informá-la de que ele está em uma reunião, mas ele sairá
muito em breve. Posso oferecer-lhe um pouco de café, chá,
ou champanhe, enquanto você espera?

—Cole seu champanhe e seu pequeno sorriso


desagradável na sua bunda. Onde é o escritório dele?

31
Há duas portas na parede atrás dela em ambos os
lados da mesa. Esquerda ou direita. Qual eu devo escolher?

Isso não é um enigma, Rebecca. Basta fazer uma


escolha.

Eu vou para a porta à direita em seguida a


recepcionista me impede. Seu rosto está quase tão
vermelho quanto seu cabelo. Ela está puta. Bom.

—Você não pode entrar aí.

Lutamos por um momento, enquanto ela tenta me


impedir de alcançar a maçaneta da porta. Seus dedos
magros estão trancados em meu antebraço direito como
garras de caranguejo.

—Se você não me deixar entrar agora, eu vou ter


certeza que Knox não apenas a demita. Vou me certificar
de que ele destrua você.

No momento em que as palavras saem da minha boca,


eu fico horrorizada. O que está acontecendo comigo?

Eu estou me tornando a filha do meu pai.

Ela imediatamente solta meu braço. Ela está


apavorada.

—Lamento tanto. Eu não sei o que deu em mim.—Ela


pega meu braço. —Ó, meu Deus. Eu te machuquei? Oh,
não. Eu sinto muito. Eu não queria fazer isso. Reagi muito

32
mal. Por favor, por favor, por favor, não diga ao Sr.
Savage. Por Favor. Eu preciso deste emprego.

Ela não precisa deste trabalho. Ela precisa ficar bem


longe de Knox Savage, antes que este trabalho arruíne sua
vida. Mas eu não digo isso a ela. Tenho pena da garota,
mas eu também ainda meio que estou chateada com ela.

—Só me leve para seu escritório e Knox nunca vai


saber o que você fez.

Ela balança a cabeça e abre a porta. Ela segura-a


aberta para eu entrar. E agora meu estômago está
embrulhando novamente, quando a imagem no site do New
York Times aparece na minha mente. Era uma foto da
metade inferior do corpo de Charlie, pendurado acima do
lugar, onde ele e eu dividimos uma refeição há quatro
meses. E, finalmente, me bate.

Charlie está morto e é tudo por minha causa. É tudo


culpa minha.

As lágrimas vêm tão rápidas. Minhas mãos tremem


conforme as enxugo. Nós andamos por um longo corredor
desinteressante, repleto de portas de aço em cinza escuro.
No final do corredor, a recepcionista vira para mim.

Ela fica chocada com as minhas lágrimas, mas ela


consegue encontrar as palavras. —Este é o escritório dele.
Ele não está de verdade em uma reunião.

33
—Eu acho que não.

—Por favor, não diga a ele.

—Eu não vou.

—Obrigada—, ela sussurra, em seguida, dirige-se de


volta para a direção em que veio.

Eu espero até que ela está fora de vista, antes de


alcançar a maçaneta da porta. Mas a porta se abre antes de
eu sequer tocá-la. Knox está em pé, ao lado da porta,
usando um dos seus ternos Dolce&Gabbana muito
ajustados. Ele parece impressionante.

—Bom dia, Rebecca. Aquela briga que você teve lá, foi
um pouco sexy. —Eu tento pegá-lo de surpresa com um
tapa forte no rosto, mas ele agarra meu pulso. —Parece
que você ainda tem alguma luta em você. Entre.

Ele me puxa para dentro pelo pulso, em seguida, fecha


a porta com uma batida.

—Como você pôde fazer isso?— Eu grito com ele, e dou


um golpe forte no seu peito duro, com a mão livre. —Você
o matou!

Mas ele rapidamente pega aquele pulso e junta meus


pulsos, pressionando-os. Seus dedos são como algemas.

34
—Mantenha sua voz baixa.— Ele emite esse aviso em
um sussurro mortal, que levanta os pelos dos meus braços.
—Eu fiz o que tinha que fazer para protegê-la.

—Mentira! Você fez o que tinha que fazer para se


proteger! E seu plano estúpido! É tudo sobre o seu plano de
merda!

—Eu disse para manter a sua voz baixa!—, ele ruge.

—O que você vai fazer? Mate-me. Estou entrando no


caminho da sua vingança? É hora de eu engolir um frasco
de comprimidos ou algo assim? Como eu posso morrer
Knox? Ou Marco? Ou qualquer merda que eu devo chamá-
lo? Você não é o Marco Leone que eu conheci. Se a sua
mãe soubesse das coisas que você têm feito, ela estaria se
virando no túmulo.

Seu peito está agitado com fúria animalesca. Seus


olhos se encheram de um fervor para atacar-me. Ele
passou 10 anos trabalhando neste plano para vingar a
morte da sua mãe. Ele não vai me deixar fugir por
mencioná-la.

Ou ele vai?

Ele solta os meus pulsos e os meus braços caem para


os lados. Seus olhos se fecham, quando ele abaixa a
cabeça e de repente eu sinto culpa rastejar na minha
consciência. Como eu pude mencionar a sua mãe?

35
—Eu nunca vou saber o que minha mãe pensa sobre o
que eu me tornei. E é por isso que eu não posso deixar
Tony escapar disso. Ele tirou tudo de mim. A vida dela. Seu
amor. Mesmo sua decepção com os meus erros.—Ele abre
os olhos e olha para mim. —Eu não posso deixá-lo levar
você também. Eu tenho que terminar isso e eu tenho que
mantê-la segura.

As lágrimas vêm novamente, quando sou inundada com


um alívio nauseante. Charlie está morto e eu sou a culpada.
E eu estou aliviada.

Knox me toma em seus braços enquanto eu choro.


Minhas lágrimas ensopam o colarinho dele conforme meu
corpo é sacudido por soluços de dor e culpa. Finalmente, eu
me recomponho e puxo meu rosto longe da curva do
pescoço dele.

—Isto é muito difícil para eu aceitar—, eu sussurro


através dos meus soluços fracos. —E isso é ainda mais
difícil de dizer. Mas... obrigada. Obrigada por me proteger.

Ele sorri e beija minha testa. —Agora, eu só tenho que


encontrar uma maneira de protegê-la de si mesma. Você
causou uma cena lá fora. Não que eu não esperasse isso.

—Você sempre sabe o que esperar, não é?

Ele olha nos meus olhos por um momento, ponderando


esta pergunta. —Eu nunca esperava encontrá-la
novamente.

36
Eu envolvo meus braços ao redor dos seus ombros e
ele me beija lentamente. Ele envolve seus braços em volta
da minha cintura e me levanta suavemente do chão, em
seguida, leva-me até a sua mesa. Com um golpe rápido do
seu braço, ele limpa todo o lado esquerdo da mesa e me
coloca para baixo. Durante todo o tempo, os lábios nunca
perdem o contato com os meus.

Ele toma o meu rosto com as mãos. Ele infunde um


pouco mais de paixão e urgência em seu beijo e
instintivamente eu coloco minhas pernas em torno dos seus
quadris. Sua mão encontra o botão da calça jeans skinny
preta que eu usei para trabalhar esta manhã. Ele desabotoa
o botão e abre as minhas calças em dois segundos, então
eu chuto os meus saltos.

Afastando sua boca da minha, ele rapidamente me tira


da mesa para me colocar no chão novamente. Ele puxa
para baixo o meu jeans e minha calcinha, em seguida,
joga-os de lado. Então, ele me coloca de volta em sua
mesa reluzente de vidro. A superfície é fria contra a minha
bunda, enviando uma emoção direta para o meu núcleo
pulsante.

Ele afasta os meus joelhos e se ajoelha diante de mim,


plantando um beijo suave no meu clitóris.

—Oh, Deus.

37
—Deite-se, baby.— Eu deito enquanto sua língua dá
mais um golpe feliz na minha protuberância dolorida. —E
você não precisa mais manter a voz baixa... Eu quero ouvir
você gozar em cima de mim.

38
Capítulo 6
O funeral de Charlie está marcado para a próxima
semana. No mesmo dia em que Knox planeja me levar para
visitar meu pai. Eu não sei onde meu pai está escondido.
Ou melhor, onde Knox está escondendo o meu pai. Mas eu
sei que o capitão vai entender porque eu não quero
participar do enterro.

Ninguém tem qualquer razão para acreditar que a


súbita viagem de Charlie para Michigan ou seu suicídio,
tenha algo a ver com o caso do meu pai. Todos acreditam
que ele cometeu suicídio por minha causa.

Por alguma reviravolta misericordiosa do destino, o e-


mail de suicídio do Charlie foi pego no meu filtro de spam.
Eu não sei se Knox planejou dessa maneira para me poupar
da aflição. O que eu sei é que provavelmente não há nada
que Knox não saiba sobre mim. O que significa que ele foi
capaz de fazer login na minha conta de e-mail e apagar o
e-mail, antes de eu mesma saber que existia. Quando ele
me falou sobre isso, eu fiquei irada.

—É uma invasão da minha privacidade! Como você não


pode ver isso?—Eu gritei para ele da pia da cozinha, onde
eu estava ocupada lavando os pratos da refeição, que
acabei de preparar para nós.

39
Oh, eu vi a semelhança. Como se eu estivesse
canalizando o espírito de minha mãe. Ficar lá reclamando a
Knox sobre suas práticas de negócios obscuros. Como se a
minha infância não tivesse apenas me assombrando; Eu
estava reencenando-a.

—Você preferiria ter tropeçado no e-mail? Eu fiz isso


para protegê-la. Se não fosse por mim, você estaria em
uma porra de um celular, ou se culpando pelo suicídio de
Charlie.

—Eu realmente me culpo!

Não demorou muito para que Knox ganhasse essa


discussão. E acabei aninhada contra seu corpo quente.

Meus músculos alongados e quentes como caramelo


puxado. Apegando-me a ele. Meu coração batendo forte e
cabelos despenteados como uma criança desesperada. Os
efeitos posteriores de outralição de fazer a terra tremer.

Se alguém gravasse um vídeo meu nesses momentos


de paixão, eu duvido que me reconhecesse na filmagem.
Eu me torno outra pessoa quando estou com Knox. Eu me
entrego a ele. Não apenas o meu corpo. Eu rendoa minha
escolha. Não há escolha, exceto fazer tudo e qualquer coisa
que ele queira naqueles momentos.

Encontro-me fantasiando sobre ele o dia todo. Quando


vou ver Knox novamente? Quando vou sentir a sua energia
iluminando meu interior? Quando vou encontrar o meu

40
consolo na doce rendição? Porque ele sabe exatamente
quando empurrar-me mais forte e quando acalmar-me.
Quando punir e quando aliviar minhas feridas.

Agora, enquanto me sento no Central Park vendo o


mundo passar por mim, a culpa pela morte de Charlie se
senta ao meu lado lançando uma sombra escura sobre
mim. Tudo o que posso pensar é que eu preciso ser punida.
E não há ninguém que possa fazer isso melhor do que
Knox.

A caminhada de volta ao meu prédio é revigorante.


Subo a escadaria até o meu apartamento, impulsionada
pela emoção. Vou mandar aKnox a mensagem habitual: O
passarinho saiu da sua gaiola novamente. Eu não vou nem
mesmo ter que cozinhar ou pedir comida hoje à noite.
Vamos jantar um ao outro.

Eu adoro ter um dia de folga no meio da semana!

Ao rodar a chave na fechadura, eu imediatamente noto


que a trava está solta. Está destrancada.

Eu dou um passo para trás. Eu vivi com meu pai por


tempo suficiente e assisti a muitos filmes para saber que
você não entra em sua casa, em casos como estes. Eu olho
em volta do pequeno corredor para as outras duas portas
neste andar.

Meu coração está martelando contra o meu peito. Mas,


através das vibrações do meu pulso, eu posso ouvir o

41
movimento dentro do meu apartamento. A porta de dentro,
de repente balança e eu quase salto para fora da minha
pele.

42
Capítulo7
August está com uma expressão perplexa. Como se ele
não estivesse me esperando.

—Seu imbecil. Você quase me deu um ataque


cardíaco.—Ele ri quando passo por ele. —O que diabos você
está fazendo no meu apartamento? Achei que você tinha
me dado todas as cópias da chave da minha casa.

—Seu senhorio me deixou entrar.— Ele fecha a porta e


me segue para a cozinha. —Eu trouxe uma coisa.

—August, você tem que sair. Você não deveria estar


aqui.

Eu pego um copo do armário e encho com água da


torneira. Ele observa em silêncio enquanto tomo a metade
do copo. Eu bato o copo no balcão e o encaro. Ele não está
indo embora.

—O que você me trouxe?

Ele sorri e sinto uma leve pontada de saudade no meu


peito. Aparentemente, os últimos quatro meses do meu
relacionamento foram uma farsa. Eu fiquei furiosa sobre
isso inicialmente. Mas eu ainda me vejo sentindo falta dos
domingos preguiçosos no meu apartamento. Ele
reclamando sobre seus parceiros de blog, enquanto eu me
mimava com horas de reality de má qualidade na TV.

43
Ele pega uma caixa cor creme amarrada com uma fita
negra no balcão do café da manhã. Em seguida, ele coloca
a caixa sobre o balcão ao meu lado. Ele parece tão
satisfeito consigo mesmo.

—Abra-a—, diz ele, quando pega a nova estatueta de


gato que Lita me deu e sorri.

—O que é isso? Uma cabeça decepada?

—Basta abrir a caixa.

Eu desamarro a fita e levanto a tampa. É o lenço


vermelho que vi na revista Vogue no mês passado. Num
desses domingos preguiçosos. Eu nem sequer mencionei
para August. Ele deve ter me visto admirando-o, enquanto
eu estava lendo. Típico de August, notar-me cobiçando um
lenço.

—É vintage Hermes—, diz ele, tirando o lenço da caixa


e colocando a estatueta de gato em cima do papel de tecido
macio. —Ele vai ficar deslumbrante com aquele vestido
tubinho vintage que você comprou há dois meses. Muito
Jackie O3.

Eu balanço minha cabeça enquanto ele enrola o lenço


sobre o meu pescoço. —Você não deveria ter comprado
isso para mim. Eu não posso mais aceitar presentes seus,
August.

3
Jacqueline Lee "Jackie" Kennedy Onassis, mulher de Jonh F. Kennedy.

44
—Por quê? Não há nada de errado com um simples
presente entre amigos.

Ele ainda está segurando cada extremidade do


cachecol. A maneira como seus olhos permanecem
deslocando para os meus lábios está me deixando nervosa.

Eu removo o lenço ao redor do meu pescoço e empurro


no seu peito. —Leve-o de volta.

—Becky, é apenas um lenço. Não é um anel.

Eu ando em volta dele e vou para a cômoda perto do


pé da cama, no meu apartamento. —Apenas vá.

—Bem. Vou levá-lo de volta.

Ele segue atrás de mim e eu viro no meu calcanhar


antes de eu chegar à cômoda. —O que você quer? Você
está tentando me ter de volta ou algo assim? O que é isso?

—Eu quero me desculpar caralho, ok?!

August nunca levantou a voz para mim. Ele é sempre


tão agradável. Mesmo quando estávamos em desacordo,
nós nunca realmente brigamos. Ele acredita que conversar
acalma as coisas. Então, essa explosão é chocante e
emocionante.

—Você já se desculpou.

45
—Não corretamente.— Ele mexe os dedos como se
estivesse louco para bater em alguma coisa. —Eu errei. Eu
sei. Mas foi só uma vez.

—August, eu não quero saber quantas vezes você me


traiu.

—Você não está sendo justa. Apenas me ouça.

—Eu não estou sendo justa? Eu não estou sendo justa?


Foi justo você foder alguém nas minhas costas?

—Eu nunca a fodi!— Seus olhos verdes estão


desesperados com a necessidade de que eu o ouça. —Sim,
eu a levei para meu apartamento, mas eu nunca tive
relações sexuais com ela. Assim que ela saiu, Knox
apareceu e me ameaçou.

—E eu tenho que acreditar que você nunca transou com


ela porquê...?

—Porque é verdade!— Ele agarra meus dois braços e o


olhar em seus olhos me assusta. —Ele ameaçou matar o
meu tio. Ele ajudou meu tio a escapar do país no ano
passado, poucos meses depois que nós começamos a
namorar. Meu tio Stewart estava prestes a ir para a prisão
por 15 anos por uma fraude de títulos. Knox é o único que
sabe onde o meu tio está. Nós recebemos ocasionalmente
mensagens criptografadas de vídeo dele, mas todas são
encaminhadas através da Knox Segurança para que não
sejam rastreáveis.

46
Ele solta os meus braços e agarra meu rosto para que
eu possa olhar nos olhos dele, enquanto continua. —Esse é
o cara com quem você está dormindo. Ele é fodidamente
diabólico, Becky. Você não sabe no que você está se
metendo.

Meu estômago torce com o pensamento de como


August e eu parecemos agora; as mãos embalando o meu
rosto ao pé da minha cama. Se Knox entrasse neste
momento, ele provavelmente mataria a nós dois.

—Você tem que sair. Agora!

Eu o afasto e marcho em direção à cozinha. Ele segue


de perto atrás de mim. Eu agarro o lenço e a caixa no
balcão da cozinha. Então enfio na sua barriga.

Abro a porta da frente amplamente, eu faço um gesto


com a minha mão em direção à saída. —Obrigada pelo
presente, August, mas não posso aceitar isso. Por favor,
não volte a menos que você seja convidado.

Ele cerra os olhos para mim quando passa pela soleira


da porta. —Você mudou. A Becky que eu conheci nunca
teria se envolvido em algo assim.

—Isso é porque eu não sou a Becky que você


conheceu. Eu nunca fui. Eu estava fingindo. Sou Rebecca.
Rebecca Veneto. Adeus, August.

47
Ele pega a caixa e me entrega a estatueta de gato. —
Diga Lita que eu disse Oi.

48
Capítulo8
Lita é como um peso leve. Ela bebe, talvez quatro
vezes por ano. Nos casamentos ou na véspera de Ano Novo
que ela vai tomar uma taça de champanhe e declarar-se —
Quente.

Mas a culpa é uma emoção poderosa. Vou culpar Lita


por ter a bebida número dois esta noite. Eu preciso saber o
quanto ela sabe sobre Knox e August.

A vingança de Knox se parece muito com uma pintura


impressionista vista de perto. Preciso que Lita preencha
alguns dos detalhes que faltam. Ou me ajude a dar um
passo atrás para que eu possa fazer algum sentido. Se isso
for possível.

Eu pego Lita em seu apartamento em Chelsea, em


seguida, nos dirigimos para o The Park, um restaurante
dançante, decorado com árvores e arbustos no interior.
Após excursão de ontem para o Central Park terminar em
um encontro péssimo com August, achei melhor neutralizar
aquela experiência com uma viagem a uma saída clássica.

Lita e eu costumávamos ir ao The Park quase todo fim


de semana antes de eu conhecer August. Vai ser bom
passar algum tempo com a minha melhor amiga no nosso
antigo reduto. E Knox está ocupado hoje à noite.
Provavelmente fora, planejando algo “diabólico”. Eu sei que

49
seus capangas estão me observando, mas estamos aqui
apenas para uma bebida. Eu não estou preocupada.

Eu puxo Lita além das árvores interiores que brilham


com luzes cintilantes. Ela protesta quando a arrasto até as
escadas, passando por uma exibição de uma dúzia, mais ou
menos, de lanternas brilhantes. Vou levá-la para o segundo
andar do bar e para a pista de dança.

—Eu não quero dançar hoje à noite—, ela faz beicinho.


—Estou com fome! Quero algumas asas de frango.

—Nós vamos ter algumas asas de frango amanhã. Vou


levá-la para fora para um brunch para uma boa ressaca.

—Oh, nuh-uh!— Ela balança a cabeça com firmeza,


conforme a puxo através da densa multidão de sábado à
noite em direção ao bar. —Você ficou louca se acha que
vou ficar bêbada.

—Por favor, tome só uma bebida comigo?— Rogo ao


tentar encontrar um lugar para espremer no bar.

—Eu vou ao banheiro. Fique aqui. Eu já volto.

Lita não iria me abandonar, iria?

Dirijo-me de volta para o bar e tento me espremer em


um pequeno espaço entre um jovem rapaz que está usando
alguma colônia gostosa e uma loira que está usando seus
recursos para tentar chamar a atenção do barman. O cara
vai um pouco para trás para que eu possa espremer ao

50
lado dele e eu sorrio para ele, reconhecendo a sua
bondade. Ele é, na verdade, meio quente. Ou talvez esteja
apenas muito quente aqui.

—Eu estou aqui esperando há 30 minutos—, ele grita a


poucos centímetros de distância da minha orelha. —Ele
está finalmente pegando nossas bebidas. O que você está
bebendo?

Eu deveria rejeitar. Eu não quero dar a ideia errada


para esse cara. Não há dúvida em minha mente que eu
pertenço a Knox. Mas como? Como um amigo foda? Como
uma co-conspiradora? Ou é algo mais? O que temos é...
amor?

Nós certamente, não fizemos quaisquer compromissos


verbais entre nós. Não há nenhum mal em deixar alguém
me comprar uma bebida. Na verdade, não há mal nenhum
em deixar esse cara comprar uma bebida para Lita. Uma
vez que ele ver Lita, vai ficar muito mais interessado nela.

—Dois LongIsland Gelados—, eu respondo e ele


responde com um pequeno aceno de cabeça. Ele entendeu.

O bartender retorna com três cervejas - Estou supondo


que os outros dois são para os amigos dele - e ele faz o
pedido do meu drinque.

—Eu sou Alex. Qual é o seu nome?—, pergunta ele,


virando-se.

51
Ele levanta a mão para chamar a atenção dos seus
amigos. Do outro lado de um mar de dançarinos se
contorcendo profundamente, dois caras reconhecem o seu
gesto e vêm na nossa direção.

—Meu nome é Lita!

Alex e eu viramos em direção ao som da voz de Lita.


Seus lábios estão franzidos e sua cabeça levantada para
cima. Ela não parece satisfeita.

Eu entrego-lhe a bebida. —Olha o que Alex comprou


para você. Isso não é muito legal da parte dele?—Eu me
viro para Alex e ele está fascinado com a aparência de
supermodelo de Lita. —Alex, esta é minha amiga Lita. Ela
está comemorando uma promoção hoje e precisa de um
pouco de incentivo. Ela não bebe frequentemente.

Alex sorri, revelando uma boca cheia de dentes


alinhados, brancos. Perfeito. Lita insiste que os caras com
dentes deformados sempre têm mau hálito e não sabem
como beijar. Eu cutuco o ombro de Alex para tirá-lo do
transe.

—Oh, sim. Oi, Lita. Muito prazer em conhecê-la.

Ele oferece a mão para Lita cumprimentar e ela revira


os olhos. Ela espreme ao meu lado no bar, de modo que
fico entre ela e Alex.

—Estou com fome.

52
—Eu posso te oferecer alguma coisa para comer—, Alex
fala, gritando em cima de mim, como se eu não existisse.

Seus dois amigos chegam e Lita e eu somos


apresentadas para Hugo e Barry. Nenhum desses dois faz o
tipo de Lita, mas eu esperaria que ela, pelo menos, fosse
amigável com Alex. Depois de alguns momentos
embaraçosos de silêncio e perguntas ignoradas, Alex
desiste de Lita e pergunta se eu quero dançar.

Lita não tomou um gole de sua bebida ainda. Eu não a


culpo realmente. Este deve ser o LongIslandIcedTea mais
forte que eu já tomei. E eu tomei muitos. Eu só dei dois
goles no meu, antes de abandoná-lo no balcão pegajoso.

—Claro—, eu respondo, então me volto para Lita. —Só


uma dança então podemos descer e comer, tudo bem?
Venha.

—Eu só vou esperar aqui.— Ela pisca para mim,


enquanto Alex e eu saímos. Ela sabe como ser um pé no
saco, mas está feliz por conseguir o que quer, em breve.

A batida da música retumba no meu peito. Em breve, a


música e o cheiro de suor e habilidades de dança de Alex
me têm balançando e contorcendo junto com a batida. Eu
sinto falta de dançar. Eu não sou muito uma pessoa de
clube. Mas a dança traz todo outro lado meu. Esse instinto
primal incorporado no meu DNA; uma parte de mim que

53
uma vez gostou de dançar ao redor de uma fogueira, fora
de uma caverna.

Alex coloca as mãos nos meus quadris e eu pressiono


minhas costas em seu peito. Nossos corpos se movem
juntos, sincronizados com o ritmo da música. Eu deslizo
para baixo, balançando a minha bunda enquanto desço
então, eu deslizo de volta para cima. O cara dançando ao
nosso lado sorri para mim, como se estivesse nos
assistindo moer um contra o outro.

Então, de repente, eu sinto algo cutucando meu


traseiro. Ele tem uma ereção. Eu giro para longe dele e é
quando eu vejo Knox em pé no bar com Lita. Assistindo-
me.

O tempo para enquanto o clube se desintegra. Tudo o


que posso ouvir é o pulsar frenético do meu batimento
cardíaco. Tudo o que posso ver são aqueles olhos azuis
olhando para mim do outro lado da sala.

Alex agarra meu braço enquanto eu tento sair. —


Desculpe. Você só me deixou um pouco quente.

Eu tiro sua mão de cima de mim e vou para o bar. Knox


sussurra algo no ouvido de Lita então se dirige para as
escadas. Eu empurro meu caminho através da multidão,
meu corpo treme de adrenalina. Lita parece preocupada
quando me aproximo dela.

54
—Que diabos foi isso?— Eu grito com ela. —Por que ele
saiu? O que ele te disse?

—Ele só disse para lhe dizer que ele estaria do lado de


fora.

Corro em direção às escadas e através das várias salas,


até que eu finalmente pouso fora na calçada, na 10ª
Avenida. Eu olho para cima e para baixo na rua, então eu
vejo o SUV preto. Ele está estacionado em frente à pizzaria,
na esquina.

O motorista sai quando chego mais perto, para abrir a


porta para mim. Eu fico olhando para a porta do carro
aberta, nervosa sobre o que me espera lá dentro. Eu só
tenho que lembrar-me de defender o meu lado. Eu não fiz
nada de errado.

Eu pego a mão do motorista e ele me ajuda a subir no


banco de trás do SUV. Em seguida, ele prontamente fecha
a porta atrás de mim. O olhar de Knox perambula em cima
do meu corpo, da cabeça aos pés. Como se ele estivesse
tentando avaliar se eu fui manchada pelo toque de Alex.

—Nós estávamos apenas dan...

—Shh!— Ele se vira em direção ao motorista, que está


se afastando do meio-fio. —Leve-nos para casa.

—Eu não quero ir para casa! Eu quero falar sobre isso.

55
Ele olha para mim, com o peito arfando. Em seguida,
ele balança a cabeça, enquanto volta sua atenção para as
multidões na 10ª Avenida.

—Nós não vamos para o seu apartamento. Vamos para


o meu.

56
Capítulo 9
A viagem para o lugar de Knox é estranhamente
silenciosa. Eu mantenho meus olhos sobre ele toda a
viagem até lá, mas ele só olha para mim de vez em
quando. Eu não consigo decidir se ele parece decepcionado,
ou se ele está silenciosamente calculando sua vingança
dentro dessa sua mente escura.

Finalmente, chegamos à sua townhouse4 pré-guerra,


linda, com uma fachada em pedra branca e enorme porta
preta na entrada. Eu esperava algo um pouco mais escuro
para Knox. Mas isso definitivamente combina com ele. É
quase palaciano. Digna de um rei.

—Espere aqui—, diz Knox, agarrando meu pulso antes


que eu possa alcançar a maçaneta da porta.

Sua pele na minha tira o meu fôlego. Faz menos de


dois dias desde que eu o vi pela última vez. No entanto,
parece que esta é a primeira vez que ele me tocou nas
últimas semanas.

Concordo com a cabeça e ele solta o meu pulso quando


sai do veículo. A porta da frente se abre, enquanto ele sobe
as escadas e desaparece dentro. A porta se fecha atrás dele
e eu e o motorista esperamos em silêncio.

4
Casa de cidade (ou uma "casa na cidade") era uma residência de um nobre ou membro da aristocracia
na capital ou numa cidade principal.

57
Quando a porta se abre outra vez, o paletó e gravata
de Knox sumiram. Ele abre a porta do carro para mim e
estende a mão para me ajudar. Meu estômago tremula com
este gesto simples. Talvez ele não esteja com raiva de
mim, ou talvez ele só esteja me amaciando para me punir
quando chegarmos lá dentro. De qualquer forma, estou
muito feliz com a antecipação.

Ele fecha a porta atrás de mim e me leva escada


adentro em sua casa.É tão extravagante como eu
imaginava que seria. Este é um nível de opulência que ele
nunca teria conseguido, se tivesse ficado em Bensonhurst
fazendo pequenos shows para o meu pai.

O lustre pendurado no teto de seis metros é


deslumbrante. O papel de parede branco cremoso com as
riscas cinza quase imperceptíveis. A madeira personalizada,
a escadaria curva, e os móveis escuros, tudo num equilíbrio
perfeito de glamour e estadia. Glamour e conforto.

—Isso é maravilhoso.

Ele olha para a pintura abstrata acima do manto, por


um momento, então se vira para mim. —Venha comigo.

Eu sigo-o em direção à escada, mas ele passa direto


por ela. Ele empurra uma estante na parede embaixo da
escada. Um clique suave soa e a prateleira sibila quando se
abre para nós. Minha boca fica seca quando vejo outra
escada que desce para a escuridão total.

58
Ele aciona um interruptor na parede e a escada de
madeira é revelada, e leva até um corredor bem iluminado.

—Você está com medo?

Eu olho para ele e há um ligeiro brilho nos olhos. A


possibilidade de que eu poderia estar com medo lhe
agrada.

Eu balanço minha cabeça. —Não.

Ele sorri para essa resposta. —Bom. Vamos seguir em


frente.

Descemos as escadas e seguimos pelo corredor até


chegar ao segundo e à última sala à esquerda.

Ele empurra a porta para abrir um pouco e vira um


interruptor de luz no interior. Em seguida, ele abre a porta
totalmente para que eu possa ver o interior.

—Se eu soubesse que você gosta tanto de dançar, eu


teria te trazido aqui antes.

A sala é do tamanho de um quarto grande.


Namoradeiras estofadas alinham de três paredes. E no
centro da sala estão dois póles de stripper, que se
estendem desde o piso de cerâmica até o teto. As luzes
piscando refletem nas paredes e nos espelhos espaçados de
forma intermitente.

—Você quer que eu dance para você?—, Pergunto.

59
Ele fecha a porta e acena para a porta do outro lado do
corredor. —Você vai dançar para mim. Mas ainda não. Em
primeiro lugar, você precisa ser ensinada uma lição sobre a
liberdade. Parece que você não aprendeu essa lição da
última vez que eu tentei ensinar-lhe.

Ele abre a porta e meu queixo cai. No centro da sala


está uma mesa brilhante preta de cerca de dois metros de
largura e seis metros de comprimento. A mesa está coberta
com uma almofada de vinil branco. Parece quase como
uma mesa de exame de um médico sofisticada. Mas os
itens nas paredes me dizem que Knox não está prestes a
me fazer um exame médico.

Várias correntes, chicotes, cordas e restrições de couro


estão pendurados nas paredes. A luz reflete nas correntes e
nas fivelas de restrições. Meu corpo inunda inteiro com um
medo pulsante, fazendo as luzes dançar na frente dos meus
olhos.

—Você está com medo agora?

Viro-me para ele, agarrando seu braço por apoio. E é


quando eu noto que as mangas estão arregaçadas. Ele está
pronto para começar o trabalho.

—Eu sei que você nunca me machucaria.

—Defina machucar.— Ele me dá um meio sorriso


tortuoso e meus joelhos enfraquecem. —Tire a roupa e
deite-se, Rebecca.

60
Ele abre o zíper nas costas do meu vestido em um
movimento rápido e uma rajada de desejo me atravessa.
Eu tento não deixá-lo ver como meus dedos tremem
quando tiro o meu vestido. Mas eu sei que ele pode ver. Ele
está alimentando-se disso.

Uma vez que eu estou nua, ele me levanta em seus


braços e gentilmente deita-me sobre a mesa. O vinil é frio
contra a minha pele. Meus mamilos animam
instantaneamente. Knox percebe isso e esfrega o polegar
sobre meu mamilo direito.

—Isso me pertence.— Ele aperta-o suavemente e a


necessidade pulsante entre a minha perna se intensifica.

Ele levanta os dois descansos de braços da mesa. Então


cobre meus punhos com pele de carneiro de pelúcia, antes
de ele amarrar os meus braços. Eu tremo quando ele traça
seu dedo na minha barriga, sobre a minha coxa, e para
baixo, para o meu tornozelo.

Como é que ele vai amarrar meus tornozelos?

Esta pergunta é respondida rapidamente quando ele


puxa dois estribos de metal da mesa. Ele coloca meus pés
nos estribos e amarra meus tornozelos.

—Você está confortável?—, Ele perguntacom sua voz


não tão rude como é normalmente. Há um tom
reconfortante, macio nela. Ele quer que eu saiba que estou
segura.

61
—Sim.

—Bom. Feche os olhos.

Faço o que ele me diz e as travas são, ao mesmo


tempo, suaves e emocionantes. Eu espero o que parece
uma eternidade, antes de eu finalmente sentir o seu toque.
Parece que a ponta suave de um chicote de couro está
sendo arrastada levemente sobre a pele entre os meus
seios. Eu quero abrir meus olhos, mas eu sei que Knox não
vai aceitar isso bem.

Ele arrasta a ponta sobre a minha barriga e para baixo


entre as minhas pernas. Ele pousa um golpe veloz contra o
interior da minha coxa e eu grito.

—Puta merda!

Imediatamente ele coloca a mão sobre o local onde ele


me bateu e o calor da sua mão faz a dor desaparecer. Ele
não me dá nenhum tempo para respirar antes de chicotear
o interior da minha outra coxa. Ele tira a minha dor com a
mão e eu me preparo para a próxima chicotada.

Os próximos dois aterrissam na minha bunda, uma em


cada lado. Cada vez eu grito tão alto quanto a última vez.

—Dói?

—Sim!

62
Ele chicoteia minha bunda de novo, mas desta vez ela
pega um pedaço de meus lábios inchados. Eu grito logo que
um golpe desce no meu clitóris. Tira a minha respiração.
Imediatamente, sua boca está nos meus lábios inchados,
acalmando-me, lambendo minhas feridas.

Meus gritos agudos se transformam em gritos de prazer


e minhas pernas começam a tremer. Ele chupa o meu
clitóris e beija cada centímetro da minha carne. Mas ele
para um pouco antes de me fazer gozar. Esta doce tortura
dura pelo menos uma hora. Finalmente, ele termina esse
tormento, dando-me três orgasmos sucessivos.

Ele tem que me carregar para a sala de dança quando


ele acaba comigo. Minhas pernas são como espaguete mole
em seus braços. Ele me deita em um dos sofás, em
seguida, ele se ajoelha ao meu lado.

Ele coloca sua mão sobre meu monte sensível e rosna


no meu ouvido. —A quem isso pertence?

—Você—, eu respiro, completamente gasta, mas o


seguro próximo. Eu envolvo meus braços em volta do seu
pescoço e me puxo para cima para que eu possa abraçá-lo
perto. —Eu sou sua. Apenas sua.

63
Capítulo10
Acordar na cama acolchoada de Knox, com seu corpo
exuberante deitado ao meu lado, está além de sonho. Isso
deve ser o céu.

Eu me aproximo mais dele e ele começa a se mexer.


Envolvo meu braço e perna direita sobre seu corpo quente
e ele me puxa para ele.

—Bom dia, linda—, ele murmura.

Ele dá um beijo suave na minha testa e eu devolvo o


gesto com um beijo no seu queixo desalinhado.

—Bom dia.

—Eu tenho que ir para o trabalho em breve.

—No Domingo!

Ele ri com som e é tão quente, eu quero me envolver


nisso. —Eu trabalho todos os dias. Mas eu volto em
algumas horas. Fique à vontade. O pessoal vai te conseguir
qualquer coisa que você precisar.

Eu traço o meu dedo até o meio do seu peito sólido,


então beijo seu mamilo. —Eu amo... estar em sua casa.

Eu puxo minha cabeça um pouco para trás para ver sua


reação. Ele está com um sorriso suave quando olha para

64
fora da janela. Eu pego seu queixo e viro a cabeça para que
ele me olhe.

—Mas eu ainda sinto que estamos nos escondendo.

Seu sorriso desaparece. —É claro que estamos nos


escondendo. Há muita coisa em jogo aqui. Ninguém pode
saber minha verdadeira identidade. Seu pai ainda não sabe.

—Mas eu só quero fazer algo normal. Eu quero que você


me leve para jantar, um filme ou algo assim.Não é isso que
você quer? Sentir-se livre por um tempo?

—Rebecca, eu nunca vou ser livre até que esta missão


acabe. Uma vez que Tony estiver fora de cena, eu e você
podemos ir a qualquer restaurante ou cinema em
Manhattan. Vamos dançar nus na porra da Times Square,
se for isso que você quer. Mas, neste momento, não é
possível.

Eu deito no meu travesseiro e olho para o teto


sentindo-me completamente derrotada. Knox vira para o
lado e coloca a mão na minha barriga.

—Ok, ouça. Eu vou descobrir hoje, se tudo está certo


para que você possa encontrar seu pai na quinta-feira. Se
eu receber a luz verde, eu vou levá-la em um encontro esta
noite. Combinado?

—Um encontro? Como um encontro humano real?

65
—Um encontro humano real. Eu vou até lhe trazer
algumas flores se você quiser.

Eu viro para o meu lado para encará-lo novamente e


ele imediatamente estende a mão para descansar na minha
bunda.

—É um acordo.

Ele dá um golpe suave no meu traseiro, então desliza


para fora da cama. —Como você está se sentindo hoje?
Dolorida?

Eu recolho o edredom entre as minhas pernas para


preencher o vazio deixado por sua ausência. —Eu me sinto
ótima.— Eu deslizo minha mão entre minhas pernas para
verificar o quão sensível estou depois da lição de ontem à
noite.

Ele inclina a cabeça para mim. —Você está se tocando?

—Apenas checando se está tudo bem lá em baixo.

Eu grito quando ele puxa as cobertas de cima de mim e


as joga no chão. —Eu serei o juiz disso.

66
Capítulo11
Eu decidi não ficar parada na casa de Knox. Eu não sou
daquelas de ficar ao redor e não fazer nada, a menos que
eu esteja com alguém. Por isso, peço a um dos seus
motoristas para me levar para o meu apartamento, e então
coloco as minhas roupas de ginástica e vou para a
academia. Eu preciso ter certeza que estou em condições
físicas para o pique que Knox tem planejado para hoje à
noite - e para muitas noites que estão por vir.

Eu tenho sorte e encontro um aparelho elíptico vazio


quando chego às 11h30min, coloco minha toalha sobre a
tela para que não possa ver o número de minutos que vou
ficar na máquina. Isso ajuda, porque permite que eu
continue depois de passado um tempo determinado, de
trinta ou 45 minutos. Eu continuo até que não aguento
mais.

Também ajuda quando alguém me acusa de


monopolizar a máquina. Posso dizer: —Oooops! Minha
toalha estava cobrindo o timer. Desculpe.

Eu estou na máquina há apenas alguns minutos até que


alguém chame meu nome em algum lugar atrás de mim.

—Rebecca? É você?

67
Eu olho por cima do meu ombro e encontro Lenny
Pastore. Lenny trabalhou para o meu pai até a confusão em
2004, quando Tony Ângelo e alguns dos seus caras foram
desonestos. Lenny era mais ou menos da mesma idade de
Marco quando a mãe de Marco, Melissa Leone, foi morta
por Tony em um mau negócio. Tony estava tentando obter
algumas informações de Melissa. Eu nunca descobri que
tipo de informação ele estava querendo, mas ele a matou
em maio de 2004.

A parte estranha é que ele não tentou se safar disso em


primeiro lugar. Ele bateu nela pra caralho e ficou onde
estava, até que os policiais chegassem lá para prendê-lo.
Ele estava coberto de sangue dela. Não havia como negar
que ele fez isso. Mas ele tentou usar o nome do meu pai
em seu depoimento à polícia, dizendo que meu pai ordenou
o golpe.

Lenny Pastore foi um dos poucos caras que meu pai


mandou sair do bairro após Tony escapar do tribunal.
Lenny passou muito tempo com Tony antes do assassinato
e meu pai não queria ninguém por perto se ele não
confiasse cem por cento.

Eu paro de pedalar e saio do aparelho. —Hey, Lenny.


Como vai você?

Ele parece muito animado por me ver. Seu cabelo


castanho ralo está liso por causa do suor. Seus olhos
castanhos estão largos com antecipação.

68
—Ei, você está ótima!—, diz ele. —Eu ouvi que você
estava em Manhattan agora, mas eu não sabia que você
estava aqui em Midtown. Onde você está ficando?

—Hell’sKitchen. Onde você está ficando esses dias?

—Oh, você sabe. Aqui e ali. Eu acabei de voltar de


Bahamas. Minha esposa queria um período de férias de
verão. Você sabe como é. Você é casada, certo?

Eu tiro a minha toalha do aparelho e coloco-a sobre


meu pescoço. —Não, eu não sou.

—Sério? Eu poderia jurar que ouvi que você estava com


um cara figurão... Knox... KnoxSavage?

—Onde você ouviu isso?

—Oh, apenas por aí. Ouvi que a empresa dele estava


lidando com o detalhe da segurança e da fiança do seu pai.

Eu pisco para ele, sem saber se eu estou ouvindo-o


corretamente. —Eu não sei nada sobre as condições do
caso do meu pai ou sua fiança. Eu não falo com ele há
anos. E eu não sei nada sobre Knox Segurança.

—Mas eu não disse nada sobre Knox Segurança.

Merda.

—Bem, eu não sei nada sobre eles, mas eu já ouvi


sobre KnoxSavage. Quer dizer, todo mundo ouviu, né?

69
Ele ergue uma sobrancelha como se estivesse me pego
em uma mentira. —Sim, certo. Bem, foi bom vê-la. Espero
ver você por aí de novo.

Concordo com a cabeça quando ele vai embora, me


xingo por cometer um erro tão estúpido. E se Lenny ainda
estiver em contato com Tony? E se toda essa conversa foi
apenas Tony tentando obter informações sobre Knox?

Eu vou ter que contar ao Knox sobre esta conversa


durante nosso encontro hoje à noite. De alguma forma, eu
não acho que isso vai provocar um tipo bom de punição.

70
Capítulo12

—Onde você está me levando? Estou começando a me


perguntar se eu deveria ter medo desse seu sorriso
diabólico.

—Você não tem nada a temer esta noite—, Knox


responde conforme o carro nos leva através de Manhattan.
—Eu vou te levar para Coney Island.

—ConeyIsland? Mas... deveríamos estar em qualquer


lugar perto do Brooklyn?

—Relaxe. Há uma razão para que você não tenha me


reconhecido, quando você me viu naquela garagem há
quatro semanas. Eu tenho feito algum trabalho.

—Sim, mas seus olhos te entregaram.

—Para quem? Você acha que qualquer um dos caras da


vizinhança passava horas sonhando com os meus olhos
como você?

Ele sorri e bato no seu braço. —Você acha isso


engraçado?

—Não. Eu acho que é bonito.—Ele se inclina em todo o


banco de trás e segura meu queixo, enquanto dá um beijo

71
suave na minha mandíbula. —Mas não é tão bonito quanto
você.

Eu pressiono meus lábios para esconder meu sorriso


estúpido. No momento em que chegamos à ConeyIsland,
estou super alerta para qualquer um dos nossos velhos
amigos e vizinhos. A maioria deles está casado e com filhos
agora. Então, noite de domingo não é provavelmente a
noite mais popular para eles virem para Coney Island. Mas
eu ainda estou muito nervosa.

No instante em que o carro entra no estacionamento no


estádio Brooklyn Cyclones, meu nervosismo diminui.

Este era um dos meus lugares favoritos para ir quando


pequena. Meu pai sempre me levava a um par de jogos no
verão. Até a confusão em 2004. Mas eu não me lembro de
Marco vir com a gente.

Knox me ajuda a sair do carro e mantém um aperto na


minha mão, enquanto caminhamos em direção à entrada
do parque.

—Você me disse uma vez sobre como seu pai


costumava trazê-la aqui. Você disse que era o seu lugar
favorito em todo o Brooklyn.

—Eu disse?

Ele ri. —Sim, a vez que entrei na loja e você estava


roubando algumas latas de refrigerante do cooler. Você

72
segurou as latas contra as suas bochechas. Você estava
toda queimada de sol. Perguntei-lhe o que você estava
fazendo e você disse que foi se refrescar.

—Eu lembro. Esse foi o dia que nos conhecemos.

—Sim. Eu tinha dezessete anos e você doze. Sempre


fora dos limites.

—Até agora.

Ele ri, em seguida, acena para o cara no balcão. —Não,


você ainda está fora dos limites. Mas eu dei um jeito de
contornar isso hoje à noite.

O cara atrás do balcão acena em direção à entrada e


entramos sem mostrar quaisquer bilhetes.

—Você não precisa mesmo de bilhetes aqui, hein?

—Você vai ver o porquê.

Ele segura forte a minha mão, quando me leva pelos


portões e pelo labirinto de pessoas fazendo o seu caminho
para as arquibancadas. Eventualmente, acabamos no
Rooftop Brooklyn, na parte superior do estádio, com vista
para o campo esquerdo. Este espaço é geralmente repleto
de festas de verão, daí o apelido de “a plataforma de
festas”. Mas nós somos os únicos aqui em cima.

73
Há uma leve brisa no ar, agora que são quase sete
horas.Tem o cheiro do estádio e os sons da multidão abaixo
de nós. Algo sobre esta noite parece mágico.

Nós caminhamos para a beirada do telhado e eu agarro


o corrimão para olhar para as pessoas que estão abaixo de
nós, empurrando uns aos outros para chegar aos seus
lugares. —Este é o melhor encontro que eu já tive.

—Ele só está apenas começando, baby.

Passamos a maior parte do jogo em pé, um ao lado do


outro, até o sétimo tempo, quando começa a ficar frio.
Knox está atrás de mim, com os braços em volta da minha
cintura. Mordiscando ocasionalmente meu ouvido ou
escovando os lábios sobre o meu pescoço. Eu me sinto
como uma adolescente apaixonada. E eu nunca me senti
melhor.

Os Cyclones ganham e nós deixamos o estádio em


grande espírito entre uma multidão de pessoas, a metade
deles fazendo bagunça e a outra metade parecendo
mortos-vivos, morrendo de vontade de chegar em casa e ir
para a cama, antes de começar a sua jornada de trabalho
amanhã de manhã. Como eu.

—Eu tenho que ir para casa—, eu digo quando saímos


do estádio.

—Só mais um lugar.— Ele sorri e seus olhos brilham ao


luar. —Eu prometo que vai ser rápido.

74
Ele me leva em direção ao calçadão. São quase dez
horas da noite. A maioria das lojas no calçadão está
fechada agora, apesar de ser verão. Eles ficam abertos até
mais tarde apenas nas noites de sexta-feira e aos sábados.

Eu não menciono isso. Eu o deixei me levar em uma


longa caminhada até o calçadão do estádio na Rua 10. A
multidão dilui quanto mais longe ficamos do estádio. Em
seguida, fica mais densa quanto mais nos aproximamos da
Rua 10.

Passamos o Luna Park e a Rua 10 e ele sorri quando eu


suspiro. —Estamos quase lá.

Finalmente, chegamos ao aquário e eu não fico


surpresa ao descobrir que ele está fechado. Ele move-se
para perto dos metais recortados decorativos. Recifes,
peixes, focas e plantas marinhas todas recortadas em
pedaços de metal e pintados com um belo mar verde
adornando a entrada para o aquário.

Knox olha por trás de um recorte de recife de coral à


esquerda e sorri. —Venha aqui.

Eu me aperto ao lado dele e ele me ergue sobre o trilho


que circunda o parque. É pelo menos uma queda de seis
metros até o chão do parque abaixo, mas eu sei que Knox
não vai me deixar cair. Bem ali, na parte traseira do recife
de coral, estão as seguintes palavras escritas com

75
marcador permanente preto: Espere por mim. ML 18-06-
04.

Lágrimas enchem os meus olhos. Mesmo que ele nunca


tenha me falado sobre isso, eu me sinto um pouco
envergonhada por nunca ter sabido que isso estava aqui.

—Eu escrevi isso aqui há oito anos, depois de sair da


sua casa.— Ele me coloca no calçadão, em seguida,
estende a mão para limpar uma lágrima do meu rosto. —Eu
nunca encontrei seu pai naquele dia, mas eu acho que
acabou sendo melhor. Ele poderia ter me convencido a
ficar.

Eu sorrio para isso. —Sim, ele pode ser muito


convincente.

—Rebecca, a última vez que te vi, você prometeu que


iria esperar para entregar-se a alguém que te merecesse.
Eu esperava que você visse esta mensagem há muito
tempo, ou que esta missão acabasse anos atrás. E eu
poderia ter voltado para você antes de você pertencer à
outra pessoa.—Ele embala o meu rosto com as mãos e
planta um beijo suave na ponta do meu nariz. —Eu queria
ser o seu primeiro. Mas agora eu percebo que isso não
importa, contanto que eu seja o último.

Ele olha nos meus olhos, esperando que eu confirme


isso. E eu acho que não há melhor maneira de fazer isso do

76
que com o tipo de beijo que nós compartilhamos, há oito
anos.

Apesar do fato de que eu tenho que me levantar no


raiar do dia para estar no trabalho no dia seguinte, eu não
posso deixar Knox ir para casa sem mostrar a ele o quanto
eu aprecio tudo o que ele fez por mim hoje à noite. Quando
entramos em meu apartamento, eu quase esperava
encontrar August ou Lenny esperando por mim. Eu ainda
não contei ao Knox sobre minha conversa com Lenny. Vou
contar amanhã.

77
Capítulo13
São poucos dias de atraso, mas eu decido levar Lita
para um brunch na terça-feira. Peço por um dia folga e vou
para o distrito financeiro. Lita trabalha para uma empresa
de investimento, onde ela faz, nas palavras dela: “dinheiro
bastante decente”. Ela não tem que pegar um dia de folga,
quando ela quer ter um almoço de três horas.

Encontramo-nos no único lugar que conheço neste


bairro com um bom brunch. É o mesmo lugar onde conheci
August e sua mãe, para um brunch, cerca de sete meses
atrás. A comida era fantástica, embora a companhia fosse
um pouco difícil.

Depois de sentar à minha mesa por mais de dez


minutos, eu ligo para Lita para ver onde ela está. Cai no
seu correio de voz, mas eu não me incomodo em deixar
uma mensagem. Em vez disso, eu envio uma mensagem.

Eu coloco o meu telefone na mesa e pego o meu pó


para fazer um retoque. O som da voz de August faz meus
ombros travarem.

—Rebecca, o que você está fazendo aqui? Eu pensei


que você estivesse trabalhando hoje.

Rebecca?

78
—Eu peguei um dia de folga—, eu digo, levantando. —
Bom vê-la novamente, Mimi.

A mãe de August, Mimi, está em pé ao lado dele em um


terninho Chanel azul-bebê. O olho direito dele está se
contraindo, quase piscando para mim. Eu considero isso
como um sinal de que sua mãe não sabe que terminamos
ainda.

E ele não quer que eu diga a ela.

Mimi estende seus braços ossudos em minha direção e


colide sua bochecha contra a minha. Até mesmo seu cabelo
louro fluido cheira a Chanel. Ela se afasta e empina seu
nariz para mim, com o sorriso falso de costume.

—Este não é o seu ponto de encontro habitual. É,


Becky?

Eu abro um sorriso e pauso para o efeito. —Não, na


verdade vou me encontrar com um amigo.

Os olhos de August brilham com horror. Ele espera que


eu diga que vou encontrar Knox.

—Bem, não seja rude, August.— Mimi dá uma


cotovelada no braço dele. —Ofereça-se para escolher a
mesa dela ou algo assim. Seja o que for que vocês, as
crianças com blogs, fazem nos dias de hoje.

Eu cubro minha boca para segurar o riso e August


revira os olhos.

79
—Eu só vou encontrar minha amiga Lita—, eu
esclareço, pelo amor de August. —Mas ela está atrasada.
Eu acho que devo simplesmente ir. Eu tenho coisas para
fazer.

—Oh, um disparate. Junte-se a nós na sala de jardim—,


Mimi insiste.

—Eu realmente não posso. Mas obrigada pela oferta.


Vocês dois tenham um belo brunch.

Dou um último gole da minha água gelada e sou


subitamente tomada por uma onda de náusea. Eu me
inclino para beijar a bochecha de August.

Ele aproveita a oportunidade para sussurrar no meu


ouvido. —Obrigado, Rebecca.

Eu tento não parecer como se estivesse saindo


correndo de lá, mas é difícil quando estou praticamente
correndo de lá. Eu saio da porta de entrada para a calçada
e cuspo um pequeno vômito de bile na calçada.

August aparece ao meu lado. —Você está bem?

—O que você está fazendo aqui fora? Volte para a sua


mãe.—Eu passo a palma da minha mão pela minha boca,
em seguida, tiro a mão dele das minhas costas. —Vai,
August.

—Você tem certeza que está bem?

80
Eu olho em seus olhos verdes. Então eu olho para o
SUV preto do outro lado da rua. Por que August e eu
continuamos encontrando um com o outro? Bem,
tecnicamente, esta é a primeira vez. A última vez não foi
realmente um encontro.

Ainda assim, eu não consigo evitar, mas sinto como se


August estivesse me observando.

—Eu tenho que ir.

Eu vou rápido em direção às CVS, em Fulton, enquanto


silenciosamente faço as contas na minha cabeça. Eu fiquei
menstruada na semana depois que eu conheci Knox. Faz
cerca de três semanas desde então. É possível que eu
esteja grávida?

Knox disse que não podia me engravidar. Eu realmente


cometi tal erro de principiante?

81
Capítulo 14
Entro no CVS e imediatamente sigo para o corredor de
produtos femininos. Acho os testes de gravidez e,
instintivamente, olho ao meu redor para ver se alguém está
observando. Com certeza, um homem em um terno escuro
passa pelo início do corredor lentamente. Seus óculos de
sol apontam diretamente para mim.

Knox mentiu para mim? Ou eu apenas o interpretei?

Eu pego seis testes diferentes e vou direto para a fila


do caixa. O funcionário finge não me julgar quando passa
meus artigos e pergunta se eu tenho um cartão de
desconto e se eu gostaria de usá-lo.

—Não—, eu respondo bruscamente. Obviamente, eu


estou com pressa, senhora, eu quase disse.

Eu quase espero que Knox esteja esperando em um


SUV preto do lado de fora da loja. Pronto para ir a um local
afastado onde eu possa fazer xixi no teste em privado. Mas
eu não posso nem ver o carro do segurança mais. Eu viro à
esquina, em direção à estação de metrô, e vou para casa.

82
Capítulo 15
Estou encarando as seis caixas alinhadas no balcão do
meu banheiro por mais de uma hora. Eu li a parte de trás
de cada caixa duas vezes. Mas ainda não consigo decidir
qual delas abrir primeiro. Ou se deveria abrir qualquer uma
delas.

Knox não mentiria para mim sobre algo assim. Estou


apenas com um dia de atraso. Não há nada para me
preocupar.

Uma hora mais tarde, atiro todos os testes de volta na


sacola CVS e vou para o escritório de Knox.

Ninguém tenta me parar quando insisto em ver Knox


hoje. Ele não está me esperando neste momento. E estou
me mantendo legal com todo mundo, até mesmo com a
recepcionista ruiva estranha do andar superior. Ela me
permite ir sozinha para o último escritório do corredor
longo, cinzento.

Bato na porta e o som da risada de Knox faz minha


pele formigar. A risada dele é genuína? Alguma parte de
Knox é real?

Eu espero pouco mais de um minuto antes que ele fale.


—Entre.

83
Bom. Ele não sabe que sou eu. Eu finalmente consigo
pegá-lo de surpresa.

Eu entro em seu escritório e ele sorri quando se inclina


para trás em sua cadeira. Seu olhar cai para a sacola de
plástico pendurada na minha mão e ele acena com a
cabeça. Ele sabe sim por que estou aqui. É claro que ele
sabe. Um dos seus caras me viu comprando os testes
malditos.

—Você acha que isso é engraçado?—, digo segurando a


sacola.

—Eu acho que você está exagerando. Eu disse que eu


não sou capaz de te engravidar.

—O que você quer dizer com não ser capaz?

—Eu quero dizer que eu fiz uma porra de vasectomia


no ano passado!

Engulo outro caroço de bile. —Você o quê?

—Eu estava em um lugar escuro. Eu pensei que nunca


iria encontrar uma maneira de trazê-la de volta na minha
vida. Você tinha seu novo namorado mauricinho e eu não
tinha nada, exceto casos de uma noite. Toda garota que eu
comi foi apenas um trampolim para chegar até você, mas
eu sentia como se estivesse me distanciando.

Ele se inclina para frente e repousa a cabeça entre as


mãos, quando olha para a superfície da mesa de vidro. —Eu

84
não vi nenhum ponto em arriscar. Se eu engravidasse
acidentalmente uma menina enquanto usava um
preservativo, eu sabia que nunca iria amar essa criança do
jeito que eu adoraria nosso filho. Então eu seria apenas
como meu pai fodido. Pelo que eu sei, é por isso que meu
pai nos deixou. Porque a minha mãe e eu éramos apenas
os segundos melhores. E ele não podia suportar a visão de
nós.

Eu colocoa bolsa em uma das cadeiras da mesa


redonda. Eu me ajoelho ao lado da sua cadeira. —Knox,
olhe para mim.

—Não, eu não terminei—. Ele solta um suspiro


profundo. —Quando a encontrei no ano passado, pedi ao
médico para reverter à vasectomia. Ele me disse que havia
uma chance de eu ainda não poder ser capaz de ter filhos,
mas eu não me importei. Eu disse a ele para ir em frente
com o processo—. Ele finalmente vira sua cadeira e agarra
o meu rosto.

—Ele disse que meu corpo estava produzindo


anticorpos que estavam matando meus pequenos
nadadores. Eu nunca seria capaz de ter meus próprios
filhos.

Eu balancei minha cabeça. —Então, é possível que você


não esteja mais criando anticorpos, certo?

85
—Eu acho que não. Mas talvez você devesse fazer um
desses testes antes de chegar a conclusões precipitadas.

Eu olho para a cadeira do outro lado da mesa onde eu


coloquei a sacola de testes. —Você pode me levar para
casa?

Entramos no apartamento meio-dia e meia. O sol de


verão está brilhando através das minhas cortinas. Está,
pelo menos, dez graus mais quente dentro do que lá fora.
Eu ligo o aparelho ar condicionado e pego a sacola de
testes e vou para o banheiro, quando meu telefone toca.

Eu não reconheço o número de telefone, mas


reconheço o código de área. Alguém está me ligando de
Poughkeepsie.

—Olá?

—Lita - Quero dizer - Becky. Aqui é a mãe de Lita,


CarrieMatthews.

Essa tinha que ser a mãe biológica, eu nunca a conheci.

—Oi, Carrie! Você sabe da Lita? Ela deveria me


encontrar para um brunch há uma hora.

—Becky... Lita foi raptada!

86
Aguarde a continuação em Knox3!!!

87

Você também pode gostar