J Sfa 07102019
J Sfa 07102019
J Sfa 07102019
CENTRO DE EDUCAÇÃO
JOÃO PESSOA/PB
2019
JANDERLANE DOS SANTOS FREITAS DE ANDRADE
JOÃO PESSOA/PB
2019
AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus pelo dom da minha vida e por ter me guiado nesta
vida tão cheia de tropeços, acertos e desacertos, sonhos e desejos.
Agradeço à presença materna e humana de Maria, mãe de Cristo que apontou um
caminho de serenidade, confiança e amor a ser seguindo no meio de tantos espinhos e
pedregulhos.
Agradeço ao meu amado marido por todo apoio e paciência até o fim.
Agradeço a todos os amigos, familiares, conhecidos, que de alguma maneira foram
moldando o meu ser com seus exemplos de vida, seus diálogos e até nas ausências.
Em especial, agradeço à Universidade Federal da Paraíba, minha querida UFPB, por
ter me preparado através de seus docentes, ensinando-me a lançar um novo olhar para a vida.
Profundo agradecimento à minha orientadora, Professora Thamyris Mandú, por ter me
aceitado como orientanda, pela paciência, carinho e incentivo.
Agradeço aos profissionais da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio João
Ribeiro por ter me acolhido com muito amor e respeito durante todo o estágio e pela
informação e conhecimento que me passaram a fim de construir este trabalho.
“Se a educação sozinha não transforma a
sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda”
(Paulo Freire)
RESUMO
The research sought to analyze the role of the Political-Pedagogical Project in a State School
of Elementary and High School João Ribeiro of Gurinhém, PB. Padilha (2001), Muribeca
(2002), Ferrari (2011), Gandin (2000) and Gadoti (1994), are the main authors that guide the
study. We sought to identify if PPP was known to the school community and whether it was
experienced at the institution. For this, we used as research methodology the documentary
analysis of the PPP of the school institution and the semi-structured interview with the
manager, teachers, students of EJA and non-teaching staff. We found that the PPP is outdated,
being dated 2015, with no forecast of strategies and actions for its re-elaboration. Still, it was
possible to realize that despite its existence, this has not been experienced by the school
community and has not been playing the role of being the guiding document of teaching
practices and teachers developed in school. Only the manager claimed to have participated in
its construction, and despite saying that it was elaborated collectively, none of the other
survey participants claimed to have actually participated in this construction. Students and
non-teaching staff stated that they did not know the document. In this sense, it was concluded
that collective and participative work is of fundamental importance for the construction of the
PPP, because only when everyone participates, they feel responsible and committed to it. In
this way, we can guarantee the construction of a democratic and participative management,
having the Pedagogical Political Project as one of the main tools of School Management.
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................................... 9
2 A GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA ................................................................ 14
3 O PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO ESCOLAR ........................................... 18
3.1 Conceitos e princípios ................................................................................................... 18
3.2 Legislações e outras normas que dão suporte ao PPP................................................ 23
3.3 Planejar: importância e prática ................................................................................... 25
3.4 Elaboração e execução do Projeto Político-Pedagógico............................................. 32
4 METODOLOGIA ......................................................................................................... 41
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................................. 43
5.1 Caracterização da escola .............................................................................................. 43
5.2 Análise documental do Projeto Político-Pedagógico.................................................. 43
5.3 Entrevista com o Gestor ............................................................................................... 48
5.4 Projeto Político-Pedagógico: entrevista com os professores ..................................... 50
5.5 Projeto Político-Pedagógico: entrevista com os estudantes e funcionários.............. 51
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 54
REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 56
APÊNCICE 1 - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ... 60
APÊNCICE 2 - ROTEIRO DE ENTREVISTA COM O GETOR ........................... 62
APÊNDICE 3 - ROTEIRO DE ENTREVISTA COM OS PROFESSORES .......... 63
APÊNDICE 4 - ROTEIRO DE ENTREVISTA COM OS ALUNOS DA EJA ....... 64
APÊNDICE 5 - ROTEIRO DE ENTREVISTA COM OS FUCIONARIOS .......... 65
9
1 INTRODUÇÃO
A presente pesquisa visa tecer discussões acerca das questões que envolvem o Projeto
Político-Pedagógico (PPP) da escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio João Ribeiro
(EEFMJR) do município de Gurinhém/PB, a pesquisa buscou analisa o papel do Projeto
Político- Pedagógico da escola EEFMJR, de forma articulada, permite elucidar o papel central
da gestão escolar e do docente enquanto coautores das condições necessárias ao
desenvolvimento do ensino e da aprendizagem da escola. Formular um documento que norteie
as ações da instituição de ensino é aprimorar, humanizar e direcionar o fazer pedagógico com
suas peculiaridades.
O PPP deve ser abrangente no sentido de elencar todos os segmentos da escola, tendo
em vista todos os desafios existentes em nossa sociedade, e os percalços enfrentados pela
educação em todos os âmbitos, incluindo as responsabilidades nessa construção coletiva e de
posterior execução. Dessa forma constitui-se algo real e necessário, conciliando e organizando
a dinâmica do processo educativo dentro da escola.
Ferrari (2006), afirma que:
apresenta tão importante para escola. Diante disso alguns questionamentos foram suscitados:
como é organizado o processo de elaboração do PPP? Como é a atuação dos diversos
segmentos escolares na gestão escolar e na construção e efetivação do PPP? O PPP da escola
caracteriza-se como um instrumento direcionador do processo pedagógico da instituição? A
partir de tais questionamentos iniciais, elencamos a questão central da pesquisa: Qual o papel
do Projeto Político-Pedagógico na escola pública Estadual de Ensino Fundamental é Médio
João Ribeiro?
O PPP ganha importância desde a disseminação do paradigma de gestão democrática,
que começa a se fortalecer no Brasil a partir da redemocratização, aparecendo já na nossa CF
como um dos princípios da educação nacional. A construção do PPP deve ser democrática e
humanizada, de tal forma que visa a formar sujeitos críticos, autônomos e atuantes, todavia
precisamos de escolas que promovam educação de fato para que exerçam seu poder de
cidadania plenamente e assim seja instrumento real de transformação.
Assim, esta pesquisa tem como objetivo geral analisar o papel do projeto político-
pedagógico numa escola estadual no município de Gurinhém/ PB, no interior da Paraíba. E
nos seguintes objetivos específicos: identificar de que forma o PPP está sendo elaborado e
vivenciado na instituição escolar; compreender as concepções da gestão que embasam o
documento e seu processo de constituição; verificar se o mesmo é conhecido e vivenciado
pela comunidade escolar.
Entendemos que administrar uma instituição escolar requer conhecimento, tempo,
colaboração e planejamento de uma série de pessoas envolvidas com o ambiente escolar.
Porém, tem grandes chances de acabar se voltando para a figura central da direção o problema
é que os diretores já realizam inúmeras tarefas, como lidar com fornecedores, com os
parceiros da instituição, com o corpo docente e até com os responsáveis dos alunos e
interessados na matrícula escola.
Por isso, é importante que os gestores das instituições de ensino fiquem atentos a
algumas obrigações escolares que servem de parâmetro para o bom desenvolvimento do
ensino. É aqui que entra o projeto político-pedagógico (PPP), uma ferramenta primordial na
organização e no direcionamento do ano letivo e da própria instituição.
No Brasil, se intensificou a elaboração dos projetos políticos pedagógicos após a
publicação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (1996), que em seus artigos 12,
13 e 14 estabeleceram a obrigatoriedade de uma proposta pedagógica para as escolas de
educação básica. A mesma legislação deixa claro o caráter político da escola, pois deixa
12
visível, como seu principal papel a formação de cidadãos. Mas, qual a importância do PPP
para a Educação?
As palavras de Veiga (2005) respondem a indagação. Para ela o PPP torna-se uma
direção para as ações da escola. Sendo um ato intencional que deve ser estabelecido
coletivamente e, por isso, passa a ser compromisso de todos.
Refletindo opções de escolha, prioridades para a formação de cidadãos e expressando
atividades pedagógicas que levam a escola a alcançar seus objetivos educacionais. O PPP é
importante para a Educação por ser um documento que diz não à uniformização, e requer que
toda a comunidade escolar participe da sua construção. Deixou de ser apenas um conjunto de
planos e diretrizes e se fez amplo, justamente, por ser projeto, por ser político e por ser
pedagógico.
Para embasar teoricamente as concepções desenvolvidas nas entrelinhas do trabalho
foram feitas leituras de autores que se debruçavam com afinco sobre a temática projeto
político-pedagógico, articulando com as impressões desenvolvidas na aprendizagem durante o
período acadêmico.
O levantamento das pesquisas realizadas no âmbito da Universidade Federal da
Paraíba através da biblioteca na consulta de acervo do CE, utilizando na plataforma a palavra
“monografia” sobre os TCC, quer falavam sobre o PPP e Gestão escolar da UFPB, no ano de
2009 a 2019 são 5 trabalhos falando sobre o projeto político-pedagógico e 29 sobre gestão
escolar e gestão democrática, onde foi possível identificar qual a constância de trabalho feito e
os debates acerca da temática do presente trabalho, tendo-a como de extrema importância para
a educação e na formação dos educadores. A presente temática se configura no aspecto do
avanço das políticas educacionais e suas conexões com o tema da gestão participativa e
democrática, ação pedagógica e o projeto político-pedagógico que foram trabalhados nessas
monografias, falam sobre o projeto político-pedagógico das escolas e a gestão democrática
como base de participação de toda a comunidade escolar. Analisando o processo do gestor
escolar de forma democrática e sua relação com o projeto político-pedagógico, que contribuir
para melhoria das escolas públicas.
Na primeira parte, busca-se discutir a fundamentação teórica da pesquisa.
Primeiramente através de um resgate histórico sobre gestão escola e gestão democrática o
projeto político-pedagógico só vem a existir a partir dessa concepção de gestão democrática, a
partir da LDBEN (1996), falando sobre o projeto político-pedagógico como norteador das
práticas pedagógicas da escola, conceitos e princípios do PPP e outras normas que dão suporte
13
A qualidade da educação é de interesse tanto da equipe escolar como dos pais por isso
faz-se necessário uma relação mais próxima entre a escola e as famílias. Quando o gestor e
sua equipe perguntam, registra e divulga as necessidades e aspiração da comunidade escolar
existe uma maior possibilidade de se atingir o principal objetivo da educação: formar cidadãos
não apenas com conteúdos teóricos, mas também críticos e com capacidade de fazer escolhas
conscientes.
De acordo com Libâneo (2005), a gestão democrática participativa valoriza a
participação da comunidade escolar no processo de tomada de decisão, apostando na
construção coletiva dos objetivos e do funcionamento da escola através do diálogo, do
consenso.
Para que haja uma verdadeira gestão democrática, o diretor, os professores, os
funcionários, os alunos e a comunidade devem ter os mesmos ideais participativos, onde o
gestor deve comunicar esclarecer, perguntar e delegar responsabilidades entre todos os que
participam da comunidade escolar. Os participantes desta comunidade precisam entender sua
responsabilidade no grupo, pois em um modelo participativo as decisões atingem a todos.
com os gestores escolares sobre decisões pertinentes à escola tornando-se assim um elemento
fundamental para uma gestão participativa e democrática.
18
Qualidade para todos, portanto, vai além da meta quantitativa de acesso global, no sentido de
que as crianças, em idade escolar, entrem na escola. É preciso garantir a permanência dos que
nela ingressarem. Em síntese, qualidade “implica consciência crítica e capacidade de ação,
saber e mudar” (DEMO, 1994, p. 19).
A Gestão Democrática é um princípio consagrado pela Constituição vigente e abrange
as dimensões pedagógica, administrativa e financeira. Ela exige uma ruptura histórica na
prática administrativa da escola, com o enfrentamento das questões de exclusão e reprovação
e da não-permanência do aluno na sala de aula, o que vem provocando a marginalização das
classes populares. Esse compromisso implica a construção coletiva de um projeto político-
pedagógico ligada à educação das classes populares.
A gestão democrática exige a compreensão em profundidade dos problemas postos
pela prática pedagógica das escolas. Ela visa romper com a separação entre concepção e
execução, entre o pensar e o fazer, entre teoria e prática. Busca resgatar o controle do
processo e do produto do trabalho pelos educadores. A busca da gestão democrática inclui,
necessariamente, a ampla participação dos representantes dos diferentes segmentos da escola
nas decisões/ações administrativo-pedagógicas ali desenvolvidas. Segundo as palavras de
Marques (1990):
Neste sentido, fica claro entender que a gestão democrática, no interior da escola, não
é um princípio fácil de ser consolidado, pois se trata da participação crítica na construção do
projeto político-pedagógico e na sua gestão, assim como toda comunidade escolar, fazem
parte desse projeto político-pedagógico, com sua participação.
A liberdade é outro princípio constitucional, segundo Veiga (2005), o princípio da
liberdade está sempre associado à ideia de autonomia. O que é necessário, portanto, como
ponto de partida, é o resgate do sentido dos conceitos de autonomia e liberdade. A autonomia
e a liberdade fazem parte da própria natureza do ato pedagógico. O significado de autonomia
remete-nos para regras e orientações criadas pelos próprios sujeitos da ação educativa, sem
imposições externas.
Segundo Veiga (2005), a valorização do magistério é um princípio central na
discussão do projeto político-pedagógico. A qualidade do ensino ministrado na escola e seu
20
projetam, portanto, todos os que estão vivos, todos os que antecipam cursos de ação,
os que concebem transformações de situações existentes em outras imaginadas e
preferidas, elegendo metas a serem perseguidas, tanto em termos pessoais quanto em
termos coletivos, o que situa a ideia de projeto no terreno próprio do exercício da
cidadania (MACHADO, 2004, p. 1, 2).
Ele inicia destacando o sentido etimológico do termo, que deriva do latim projectus,
particípio passado projicere, com o sentido de jato lançado para frente. Em outro momento o
investigador associa o termo a duas famílias de proximidade (programa e problema).
Finalmente, considerando o sistema de proximidade associado à raiz jactum, relaciona a
termos como subjectus (sujeito), objectum (objeto), trajectus (trajeto).
Machado (2004) ainda destaca o termo sob o ponto de vista da língua inglesa,
relacionado a design (desenho), que na atualidade traz maior aproximação com o sentido de
projeto que a palavra inglesa project. De maneira geral, o sentido inglês diz respeito à relação
singular existente entre o intento individual e de reprodução, entre a criação do novo e
imaginário coletivo.
Veiga (1995) também traça, de forma mais simples, o sentido etimológico do termo
projeto, dizendo que o significado está associado à concepção de lançar-se para diante. “Ao
construirmos os projetos de nossas escolas, planejamos o que temos intenção de fazer, de
realizar. Lançamo-nos para diante, com base no que temos, buscando o possível. É antever
um futuro diferente do presente” (VEIGA, 1995, p. 12).
É possível verificar, segundo Machado (2004), que todas as palavras associadas ao
termo projeto guardam estreita relação com o conceito que se apreende da palavra na
atualidade. Não há como se conceber o projeto sem o individual em relação ao coletivo, sem a
relação sujeito/objeto, sem o sentido de trajeto, sem articular à estrutura organizada, sem a
ideia do novo, sem lançar-se para o futuro a fim de modificar determinada realidade, sem
vincular a exercício de cidadania.
22
Sem projetos, portanto, não existe vida, em sentido humano. Tanto em sentido
pessoal como em sentido coletivo, a ideia de crise está sempre associada a uma
ausência de, ou a uma transformação radical nos projetos que nos mantêm vivos ou
nos valores que os sustentam. Excluindo-se o ponto de vista religioso, a morte é o
fim de todos os projetos. Desde a ideia original da religação do ser humano com
Deus, as religiões em seus múltiplos avatares, buscam projetar uma outra vida,
extraterrena, ou fazer o homem projetar-se até ela. (MACHADO, 2004, p. 9).
O ato de planejar propõe-se uma construção de ações significativas, pela qual, segundo
Gandin (1983), é desencadeada dentro de um período de tempo determinado, se propondo a
criar algo que não existia antes, dando o entendimento de uma ação programada para a
melhoria no processo de ensino e aprendizagem, buscando mudanças e melhorias.
Para Gadotti (1994):
Todo projeto supõe rupturas com o presente e promessas para o futuro. Projetar
significa tentar quebrar um estado confortável para arriscar-se, atravessar um
período de instabilidade e buscar uma nova estabilidade em função da promessa que
cada projeto contém de estado melhor do que o presente (GADOTTI, 1994, p. 579).
as possibilitem criar e desenvolver seus respectivos PPPs e não definir modelos prontos. Cada
escola, em conjunto com seu corpo docente buscará as medidas necessárias para aplicar o
fazer pedagógico de forma elaborada e sistematizada. A escola como instituição social
buscará formar através de seu Projeto Político-Pedagógico indivíduos que não se afastem do
homem enquanto sujeito integrante da sociedade capitalista, indivíduos que estarão prontos e
adaptados à sociedade capitalista atual; indivíduos capazes de pensar de acordo com seu
tempo; que trarão em sua formação as determinações e contradições desta mesma sociedade.
Ao fazer uma análise da relevância do PPP, Carvalho (2004) relata que:
O PPP não deve ser elaborado apenas para atender a uma exigência burocrática. O
mesmo é contínuo, pode ser reformulado quando necessário e, principalmente, não deve ser
guardado e esquecido. É ferramenta fundamental a ser usada como guia das atividades
pedagógicas, colocando em prática ações que neste apresentam-se como propostas, podendo a
27
Ainda para a mesma autora, para que a construção coletiva do projeto político-
pedagógico seja possível não é necessário convencer os professores, a equipe escolar e os
funcionários a trabalhar mais, ou mobilizá-los de forma espontânea, mas sim propiciar
oportunidades para que desenvolvam a capacidade de fazer e pensar o seu trabalho
pedagógico de forma coerente (Veiga, 2009). O projeto político-pedagógico, por ser um
documento de natureza democrática, deve contar sempre com a participação dos docentes,
gestores e comunidade escolar em geral na sua elaboração, desenvolvimento e aplicação,
servindo de base para que a gestão democrática seja instaurada de fato na escola. Para a autora
Luck (2010) afirma que a participação pode ser caracterizada:
Pela força da atuação consciente pela qual os membros de uma unidade social
reconhecem e assumem seu poder de exercer influência na determinação da
dinâmica dessa unidade, de sua cultura e de seus resultados, poder esse resultante de
sua competência e vontade de compreender, decidir e agir sobre questões que lhes
são afetas, dando-lhe unidade, vigor e direcionamento firme (LUCK, 2010, p. 21).
Planejar é preciso, já que não existe ação eficiente sem planejamento. Necessário
também é desmistificar a relação existente entre plano e gaveta. Planejar implica a
preparação de uma ação e a organização adequada de um conjunto de ações ao
mesmo tempo independentes e interdisciplinares. O planejamento visa à ruptura
como o espontaneísmo, com o amadorismo; visa também ao profissionalismo, à
integração das ações e à indicação dos rumos na busca do que se deseja alcançar; em
nível escolar, deve prever a participação de todos na redefinição das diretrizes e na
integração das ações, a fim de atender às necessidades do aluno real (MURIBECA,
2002, p. 94).
Para Veiga (1995), o PPP não se configura como singelo ordenamento de planos e
ações variadas. Ele não deve ser entendido como coisa construída para ser encaminhada às
instâncias de autoridade e engavetado como tarefa burocrática. Esse projeto deve ser
construído e implementado pelos envolvidos de forma democrática e conforme o processo
educacional de cada escola.
Na construção do Projeto Político-Pedagógico também está contemplada a dimensão
de participação, pois sua elaboração “é corresponsabilidade dos professores, dos pais, dos
alunos, do pessoal técnico-administrativo e dos segmentos organizados da sociedade local,
contando ainda, com a colaboração e a assessoria efetivas de profissionais ligados à
educação” (VEIGA, 1998, p. 13).
30
que se faz necessária para a ocorrência da ação coletiva da qual deverá brotar o Projeto
Político-Pedagógico.
Na atualidade, é importante que o planejamento escolar seja participativo,
democrático, ou seja, envolva toda a comunidade escolar no processo de tomada de decisões.
Veiga (1995) relaciona o PPP ao processo de tomada de decisão.
O PPP define a identidade da escola e indica caminhos para ensinar com qualidade.
Toda escola tem objetivos que deseja alcançar, metas a cumprir e sonhos a realizar. O
conjunto dessas aspirações, bem como os meios para concretizá-las, é o que dá forma e vida
33
a organização das tarefas escolares. Se é para e com a comunidade escolar que se organizam
todas as atividades desempenhadas na instituição, a escola juntamente toda a comunidade
escolar deve promover a participação de todos os membros nas tomadas de decisões para
todos tenham a chance de organização a ações educacionais do processo de construção do
PPP.
Infelizmente a participação efetiva da maioria dos membros da comunidade escolar,
tais como: pais, alunos e professores, no processo de tomada de decisões e execução das
atividades pertinentes de instituição é mínima, ás vezes quase que nula. Isso porque na
administração tradicional das escolas o diretor é o principal membro responsável por decidir e
delegar ordens as quais são acatadas e cumpridas pelos demais membros. No entanto, quando
se trata de uma educação democrática, cada membro tem o seu papel decisório e as ações são
coletivas, pois se trata de um órgão público com ações voltadas a comunidade escolar e nada
mais coerente do que esses fazerem parte das ações, das responsabilidades e das
peculiaridades necessárias para um bom andamento da educação, da instituição desde suas
menores e insignificantes ações ate aquelas que guiam o futuro e a imagem da instituição.
Dessa forma é necessário ressaltar que toda mudança que vise transformar a escola,
exige planejamento e ousadia. Para que isso aconteça é necessário projetar ações que visem
essas mudanças, a fim de transformar a realidade (para melhor). E, por se tratar de mudanças
que as pessoas que as formam, permanecem em constante transformação. Sobre isso, Dalbério
(2008) afirma:
Assim, é necessário que a escola assuma uma gestão democrática a fim de tornar as
ações coletivas considerando todas as peculiaridades dos envolvidos no processo de ensino-
aprendizagem e que mantenha a função social enquanto instituição escolar no momento de se
corresponsabilizar pelas tomadas de decisões pertinentes ao grupo e relevantes no processo de
aprendizagem.
O PPP da escola pode ser entendido como um processo de mudanças, o qual
estabelece princípios, diretrizes e propostas para melhor organizar e sistematizar as atividades
desenvolvidas as escolas, no momento de desenvolvê-los, os envolvidos ressignificam suas
35
experiências, refletem suas práticas, traçam novos caminhos, propostas e ações. A elaboração
desse documento visa à transformação desejada pelo coletivo escolar, nesse sentido, o PPP é
prática e planejamento dialógico. Para Veiga (2003):
Essa colocação está sustentada na ideia de que a escola deve assumir, como uma de
suas principais tarefas, o trabalho de refletir sobre sua intencionalidade educativa. A Estrutura
organizacional a escola, de forma geral, dispõe de dois tipos básicos de estruturas:
administrativas e pedagógicas. As primeiras asseguram, praticamente, a locação e a gestão de
38
recursos humanos, físicos e financeiros. Fazem parte, ainda, das estruturas administrativas
todos os elementos que têm uma forma material como, por exemplo, a arquitetura do edifício
escolar e a maneira como ele se apresenta do ponto de vista de sua imagem: equipamentos e
materiais didáticos, mobiliário, distribuição das dependências escolares e espaços livres,
cores, limpeza e saneamento básico (água, esgoto, lixo e energia elétrica).
As pedagógicas, que, teoricamente, determinam a ação das administrativas,
“organizam as funções educativas para que a escola atinja de forma eficiente e eficaz as suas
finalidades” (ALVES, 1992, p. 21). As estruturas pedagógicas referem-se, fundamentalmente,
às interações políticas, às questões de ensino e aprendizagem e às de currículo. Nas estruturas
pedagógicas incluem-se todos os setores necessários ao desenvolvimento do trabalho
pedagógico. A análise da estrutura organizacional da escola visa identificar quais estruturas
são valorizadas e por quem, verificando as relações funcionais entre elas. É preciso ficar claro
que a escola é uma organização orientada por finalidades, controlada e permeada pelas
questões do poder. A análise e a compreensão da estrutura organizacional da escola
significam indagar sobre suas características, seus pólos de poder, seus conflitos.
O Currículo é um importante elemento constitutivo da organização escolar. Currículo
implica, necessariamente, a interação entre sujeitos que têm um mesmo objetivo e a opção por
um referencial teórico que o sustente. Currículo é uma construção social do conhecimento,
pressupondo a sistematização dos meios para que esta construção se efetive; a transmissão dos
conhecimentos historicamente produzidos e as formas de assimilá-los, portanto, produção,
transmissão e assimilação são processos que compõem uma metodologia de construção
coletiva do conhecimento escolar, ou seja, o currículo propriamente dito. Neste sentido, o
currículo refere-se à organização do conhecimento escolar.
O tempo escolar é um dos elementos constitutivos da organização do trabalho
pedagógico. O calendário escolar ordena o tempo: determina o início e o fim do ano,
prevendo os dias letivos, as férias, os períodos escolares em que o ano se divide os feriados
cívicos e religiosos, as datas reservadas à avaliação, os períodos para reuniões técnicas, cursos
etc.
O processo de decisão e a organização formal de nossa escola, o fluxo das tarefas, das
ações e principalmente das decisões é orientado por procedimentos formalizados,
prevalecendo as relações hierárquicas de mando e submissão, de poder autoritário e
centralizador. Uma estrutura administrativa da escola, adequada à realização de objetivos
educacionais, de acordo com os interesses da população, deve prever mecanismos que
estimulem a participação de todos no processo de decisão.
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Isto requer uma revisão das atribuições específicas e gerais, bem como da distribuição
do poder e da descentralização do processo de decisão. Para que isso seja possível há
necessidade de se instalarem mecanismos institucionais visando à participação política de
todos os envolvidos com o processo educativo da escola. Paro (1993, p. 34) sugere a
instalação de processos eletivos de escolha de dirigentes, colegiados com representação de
alunos, pais, associação de pais e professores, grêmio estudantil, processos coletivos de
avaliação continuada dos serviços escolares etc.
As relações de trabalho são importantes reiterar que, quando se busca uma nova
organização do trabalho pedagógico, está se considerando que as relações de trabalho, no
interior da escola, deverão estar calcadas nas atitudes de solidariedade, de reciprocidade e de
participação coletiva, em contraposição à organização regida pelos princípios da divisão do
trabalho, da fragmentação e do controle hierárquico. É nesse movimento que se verifica o
confronto de interesses no interior da escola. Por isso, todo esforço de se gestar uma nova
organização deve levar em conta as condições concretas presentes na escola. Há uma
correlação de forças e é nesse embate que se originam os conflitos, as tensões, as rupturas,
propiciando a construção de novas formas de relações de trabalho, com espaços abertos à
reflexão coletiva que favoreçam o diálogo, a comunicação horizontal entre os diferentes
segmentos envolvidos com o processo educativo, a descentralização do poder. A esse
respeito, Machado (1989) assume a seguinte posição: “O processo de luta é visto como uma
forma de contrapor-se à dominação, o que pode contribuir para a articulação de práticas
emancipatórias” (MACHADO, 1989, p. 30).
Acompanhar as atividades e avaliá-las levam-nos à reflexão, com base em dados
concretos sobre como a escola organiza-se para colocar em ação seu projeto político-
pedagógico. A avaliação do projeto político-pedagógico, numa visão crítica, parte da
necessidade de se conhecer a realidade escolar, busca explicar e compreender criticamente as
causas da existência de problemas, bem como suas relações, suas mudanças e se esforça para
propor ações alternativas (criação coletiva). Esse caráter criador é conferido pela autocrítica.
Avaliadores, que conjugam as ideias de uma visão global, analisam o projeto político-
pedagógico, não como algo estanque, desvinculado dos aspectos políticos e sociais. Não
rejeitam as contradições e os conflitos. A avaliação tem um compromisso mais amplo do que
a mera eficiência e eficácia das propostas conservadoras. Portanto, acompanhar e avaliar o
projeto político-pedagógico é avaliar os resultados da própria organização do trabalho
pedagógico.
40
A avaliação, do ponto de vista crítico, não pode ser instrumento de exclusão dos
alunos provenientes das classes trabalhadoras. Portanto, deve ser democrática, deve favorecer
o desenvolvimento da capacidade do aluno de apropriar-se de conhecimentos científicos,
sociais e tecnológicos produzidos historicamente e deve ser resultante de um processo
coletivo de avaliação diagnóstica. É preciso entender o Projeto Político-Pedagógico da escola
como uma reflexo de seu cotidiano. Para tanto, ela precisa de um tempo razoável de reflexão
e ação, para se ter um mínimo necessário à consolidação de sua proposta. A construção do
projeto político-pedagógico requer continuidade das ações, descentralização, democratização
do processo de tomada de decisões e instalação de um processo coletivo de avaliação de
cunho emancipatório de resistência dos educadores é indispensável para ampliar as
possibilidades e apressar as mudanças que se fazem necessária dentro e fora dos muros da
escola.
41
4 METODOLOGIA
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
como ela se apresenta frente ao que ela decidiu como ponto de chegada. No diagnóstico
ocorrem duas fases complementares:
Ou seja, a instituição, ao elaborar o seu plano, concentra quase todos esses elementos
fundamentais e afirma seus ideais de forma objetiva, e nesse ponto é possível observar sobre a
organização do trabalho pedagógico que a gestão visa desenvolver na instituição.
No planejamento das ações propostas pela escola, o PPP justifica a importância de se
planejar e apresenta alguns projetos a serem desenvolvidos. Como anexos, estão expostos os
conteúdos programáticos de cada componente curricular.
O PPP defende a importância de participação dos membros dos diversos segmentos
que compõem a comunidade escolar, entendendo que esta, contribui significativamente para
diminuir as diferenças e abrir a possibilidade de que todos possam ser participantes na criação
de planos, projetos e ações que, contidos no planejamento da escola ,e na sociedade em que a
escola se insere.
Desta forma, identificamos que o PPP analisado está desatualizado e as propostas
pedagógicas não estão apresentadas de forma clara, além de não especificar quem, de fato,
participou da construção do documento.
Dos dois gestores que compõem a equipe gestora da instituição e foram solicitados a
participar da pesquisa, apenas um deles se disponibilizou a responder à entrevista, sendo
denominado de P1, a fim de manter sua identidade preservada.
O gestor P1 tem 40 anos, é do sexo masculino, formado em Pedagogia e
Geografia,com 13 anos de formação, trabalha na função de gestor há6 anos e é prestador de
serviço contratado pela Secretaria Estadual de Educação da Paraíba.
Sobre a gestão democrática o gestor pensa que a prática da gestão democrática
acontece na instituição em pauta, pois, segundo ele, existe parceria entre todos que fazem a
escola. Segundo o gestor ele acredita que o PPP é importante para a escola na construção de
sua identidade como instituições social, promovendo, com isso, processos de articulação de
informações em todas as etapas do planejamento escolar e do fazer pedagógico
organizacional. Isso nos leva novamente ao conceito defendido por Veiga (1995),
O gestor relatou que uma das principais dificuldades de uma construção coletiva do
PPP diz respeito às poucas experiências democráticas vivenciadas e o autoritarismo que
historicamente tem impossibilitado o bom trabalho no recinto escolar. Essa pouca experiência
quer o gestor citou acima já vem dos gestores mais antigos.
Segundo Vasconcellos (1995), o projeto pedagógico:
esferas que envolvam a escola. Nas concepções do gestor, o PPP é um documento que reúne
propostas de ações concretas executando durante determinado período de tempo.
Ao ser questionado sobre a relação entre o PPP e o currículo, o gestor afirmou que
currículo é aquele que fundamenta o conteúdo didático que será desenvolvido, enquanto o
PPP está relacionado aos pressupostos básicos para a atuação didática. Segundo Moreira
(1997), o currículo escolar tem ação direta e indireta na formação e desenvolvimento do
aluno, onde cada instituição de ensino pode elaborar o seu currículo a partir das suas
necessidades e de seus alunos. Hoje em dia se discuti cada vez mais a possibilidade de uma
escola que construa o cidadão, trazendo a tona à importância cada vez maior do currículo
escolar na construção de um cidadão consciente.
achado contradiz o que o gestor afirmou, quando disse que houve participação coletiva nessa
construção. E segundo os autores Veiga (2009), Libâneo (2005) e Padilha (2001) essa prática
de não ter uma construção coletiva pode afetar a parte democrática do documento como
também não dar conta das necessidades da escola, uma vez que não se dá voz a todos os
envolvidos na instituição para escutar seus pontos de vista e suas demandas.
Em relação à existência do planejamento na instituição e sua frequência, os
professores relataram que é uma prática que existe mensalmente. Segundo o professor G2 a
escola tem um calendário específico pela secretaria da educação para fazer os planejamentos,
porém todos afirmaram que os planos de aula dos docentes não são elaborados com base no
projeto político-pedagógico da escola, uma vez que este não é de conhecimento de todos.
Inclusive, indo de encontro ao que Libâneo (2005) e Veiga (2009) defendem, quando
falam da importância do PPP ser de conhecimento de todos e servir de base para o
planejamento docente, para que a construção coletiva do projeto político-pedagógico seja
possível não é necessário convencer os professores, a equipe escolar e os funcionários a
trabalhar mais, ou mobilizá-los de forma espontânea, mas sim propiciar oportunidades para
que desenvolvam a capacidade de fazer e pensar o seu trabalho pedagógico de forma coerente
(VEIGA, 2009).
O Projeto Político-Pedagógico deve concretizar o processo de planejamento, é
bastante conveniente que as fases de elaboração do projeto sejam desenvolvidas com base em
um esboço prévio formulado por uma comissão escolhida pela equipe escolar. O grupo de
profissionais da escola pode criar reinventar a instituição, os objetivos e as metas mais
compatíveis com os interesses dela e da comunidade. E uma vez construído coletivamente
deve ser de conhecimento de todos e servir como base para todo o trabalho desenvolvido na
escola.
E1 37 F I Trabalha 4 anos
E2 30 F II Trabalha 4 anos
E3 25 M III Estudante 5 anos
E4 20 F 5A (1° e 2° Anos) Estudante 5 anos
E5 22 F 5B (1º e 2° Anos) Estudante 6 anos
E6 25 M 6ª (3° Ano) Estudante 5 anos
E7 36 F 6B (3° Ano) Trabalha 4 anos
E8 29 M IV Trabalha 4 anos
Fonte: A autora.
São estudantes com idade entre 20 a 37 anos, 5 mulheres e 3 homens, que estão
estudando nas turmas da EJA do fundamental até o médio no turno da noite, a maioria
trabalha durante o dia e a noite vão para a escola.
Todos os estudantes participantes da pesquisa foram enfáticos em afirmar que nunca
participaram da elaboração do Projeto Político-Pedagógico da escola e também não o
conhecem, mesmo sendo estudantes que já estão na instituição há pelo menos 4 anos. Mais
uma vez, a informação dada por esse grupo contradiz a fala do gestor quando afirmou todos
os segmentos participaram da elaboração do Projeto Político-Pedagógico.
Os estudantes afirmaram, ainda, que não há uma relação entre os estudantes e a gestão,
uma vez que os gestores não se fazem presentes no turno da noite com muito frequência.
Além disso, eles disseram não haver uma mobilização ou motivação para que os estudantes
participem de processos decisórios da escola. Relatando, ainda, um expressivo aumento na
evasão dessa modalidade de ensino, sem que existam práticas para tentar minimizar essa
situação.
Participaram da pesquisa 03 funcionários não-docentes da escola, que tiveram suas
identidades preservadas, portanto serão denominadas pela consoante F acompanhada do
número respectivamente á ordem da entrevista, por exemplo: F1 refere-se ao funcionário de
número 1, e o F2 ao funcionário de número 2 e assim sucessivamente.
A seguir quadro descriminando o perfil dos funcionários.
São funcionários com idade entre 37 e 45 anos, 2 mulheres e 1 homem, que trabalham
na escola ente 6 e 8 anos. Mesmo com este tempo de atuação na instituição, todos afirmara
que não conhecem o Projeto Político-Pedagógico da escola e, consequentemente, não
participaram de sua elaboração.
Padilha (2001) defende que o processo de construção do PPP se organize por meio de
comissões. Neste sentido poderá ser formada uma comissão para redigir o texto final do
documento, considerando o último texto elaborado nas reuniões finais e na síntese de
programação das ações. Pode ser constituída comissão específica para realizar campanhas
para tirar dúvidas sobre partes do projeto e outra para acompanhar e avaliar o processo de
implementação na escola. Isso pode desafogar o trabalho da equipe gestora e trazer mais
sujeitos para participar e conhecer a relação teoria-prática-teoria que se desenvolve no PPP.
Esse documento não vai de acordo com que Padilha diz, que esta construção e
participação de todos no projeto político-pedagógico da escola, os seguimentos da sua
elaboração não conhecer e nunca participarão da sua elaboração.
Finalizando a discussão relacionada à necessidade da elaboração e participação
coletiva, Vasconcellos (2004) ainda esclarece que, “não haverá adesão do coletivo, um projeto
pode ser elaborado pela equipe de direção, tanto para cumprir uma exigência quanto para ter
alguns elementos de referência para o próprio trabalho mas entendendo que não é o da escola
como um todo” (VASCONCELLOS, 2004, p. 41).
Pelos motivos expostos é que, no processo de construção do PPP, é muito importante a
escola conhecer a realidade que a cerca que tipo de comércio existente, qual a cultura de sua
comunidade, que tipo de atividades acontece nas proximidades e de que forma são utilizados
os tempos e espaços existentes fora dos portões da escola.
54
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta monografia teve como objetivo analisar o papel do Projeto Político Pedagógico
numa escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio João Ribeiro do Município de
Gurinhém, PB. E, saber se o PPP era conhecido pela comunidade escolar e se era vivenciado
na instituição.Com relação aos objetivos propostos para a realização desta pesquisa, foi
possível observar que a interação e a participação da comunidade na elaboração do projeto
político-pedagógico não existem como também não existem indícios de uma gestão
democrática, muitas vezes relacionadas à falta de informação dos atores que compõem a
escola.
O Projeto Político-Pedagógico não pode ser imposto, mas construído coletivamente,
por se trata de um documento que expressa a identidade de uma comunidade escolar e não de
um grupo ou equipe técnica, sendo uma necessidade, e não apenas uma obrigação. Segundo
Luck (2011):
sociedade e através dela sentir, refletir e agir sobre o mundo à sua volta e formar grandes
cidadãos.
A pesquisa pode, inclusive, servir de referencial para questionamentos futuros e
sugerir aprofundamentos ao pensar em quais resultados esta alcançando ao assumir uma
perspectiva mais democrática. Isto é, planejar tem a ver com um pensar organizado e
estratégico, as tomadas de decisões sobre as ações intencionais na educação. Assim, os
gestores assumem esse compromisso de construção das tarefas de reflexão coletiva e
continuada. Também considerando o dinamismo e a interação do contexto entre a sociedade
atual e a escola, a fim de alcançar objetivos significativos para os envolvidos no processo de
aprendizagem.
56
REFERÊNCIAS
ALVES, J. M. Organização, gestão e projeto educativo das escolas. Porto: Edições Asa,
1992.
LUCK, H. Gestão Educacional: uma questão paradigmática. 3. ed. Petrópolis: Vozes, 2007.
SEVERINO, A. J. Metodologia do Trabalho Científico. 23. ed. rev. e atual. São Paulo:
Cortez, 2007.
SAVIANI, D. Para além da curvatura da vara. In: Revista Ande, n. 3. São Paulo, 1982.
VIEIRA, S. L. Educação e gestão: extraindo significados da base legal. In. CEARÁ. SEDUC.
Novos Paradigmas de gestão escolar. Fortaleza: Edições SEDUC, 2005, p. 7 – 20.
60
O (a) senhor (a) está sendo convidado (a) a participar da pesquisa intitulada sobre “UM
ESTUDO ACERCA DO PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO DA ESCOLA”
desenvolvida pela graduanda Janderlane dos Santos Freitas de Andrade sob a
responsabilidade da Profª. Drª. Thamyris Mariana Camarote Mandú e que tem como objetivo
analisar o papel do projeto político pedagógico numa escola estadual no município de
Gurinhém/ PB, no interior da Paraíba.
Os dados serão coletados através da análise do Projeto Político Pedagógico da Escola e de
uma entrevista que abordará perguntas sobre o Projeto Político Pedagógico da escola. Seus
dados serão guardados em sigilo e seu nome não será divulgado em momento nenhum
(anonimato). Cabe ressaltar que sua participação é voluntária, isto é, a qualquer momento o
(a) senhor (a) poderá desistir de responder qualquer pergunta ou retirar seu consentimento em
qualquer fase da pesquisa, seja antes ou depois da coleta dos dados, independente do motivo e
sem nenhum problema. Do mesmo modo, o (a) senhor (a)também não terá nenhum custo ou
receberá dinheiro para participar da pesquisa.
Antes de iniciar a coleta dos seus dados, o (a) senhor (a)receberá o Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (TCLE) e, após a explicação das etapas da pesquisa, será solicitado a sua
assinatura concordando com a participação. Qualquer dúvida poderá ser esclarecida em
qualquer tempo, seja antes, durante e/ou depois de concluída a pesquisa.
A sua participação nesta pesquisa poderá ter riscos, como constrangimento às perguntas da
entrevista. Entretanto, todos os riscos serão minimizados ao máximo, pois a entrevista será
realizada em local reservado na escola ou em local solicitado pelo entrevistado. O (a) senhor
(a) também poderá se sentir cansado (a) devido a coleta de dados que leva aproximadamente
20 minutos. Caso isso aconteça, o (a) senhor (a)poderá parar a entrevista e retomar quando
achar possível. Caso o (a) senhor (a)concorde, a entrevista será gravada para facilitar a
dinâmica da coleta dos dados pela pesquisadora, porém será garantido o sigilo de todo o
material decorrente da gravação, que será utilizado apenas pela pesquisadora para a presente
pesquisa. Caso o (a) senhor (a)sinta qualquer outro desconforto ao participar desta pesquisa,
seja durante a coleta de dados ou após responder as questões, deverá informar o mais rápido
possível à pesquisadora.
Está assegurada ao (a) senhor (a)a assistência imediata e integral a qualquer tempo e de
qualquer espécie, em situações em que dela necessite. Esta assistência será realizada para
atender problemas e danos decorrentes, direta ou indiretamente, imediatos ou tardios da
61
pesquisa. Caso o(a) senhor (a)sofra algum dano associado ou decorrente desta pesquisa, o (a)
senhor (a)tem o direito de buscar indenização na justiça.
Os resultados dessa pesquisa serão entregues ao (a) senhor (a)de forma confidencial com o
intuito de trazer benefícios diretos a sua participação e serão apresentados de forma anônima à
instituição através do Trabalho de Conclusão de Curso da estudante que realizará a pesquisa.
Além disso, os dados desta pesquisa poderão ser publicados em eventos científicos e revistas
especializadas.
Caso o (a) senhor (a) necessite de assistência, poderá entrar em contato 24 horas com a
pesquisadora responsável Profa. Dra. Thamyris Mariana Camarote Mandú através do telefone
81 99617-4749 ou email thamymariana@yahoo.com.br, bem como com a estudante
Janderlane dos Santos Freitas de Andrade , telefone 83 99652-8572 ou e-mail fjanderlane
@gmail.com.
O (a) senhor (a) receberá uma via deste termo, onde as páginas são numeradas, apresentando
também o número total de páginas do documento. Também, de forma a garantir sua
integridade, o documento será rubricado na primeira página e assinada onde consta os
contatos das pesquisadoras, vinculadas ao Centro de Educação da Universidade Federal da
Paraíba, localizado no Campus I, Cidade Universitária, João Pessoa-PB, telefone 83 3216-
7444.
Desde já agradecemos a sua colaboração!
Sendo assim, eu, _________________________________________________, telefone
(___)____________________, declaro, por meio deste termo, estar ciente do inteiro teor
deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e estou de acordo em participar, como
participante, da pesquisa acima descrita.
__________________________ __________________________
Caro gestor,
A presente entrevista servirá como subsídio para análise e discussão do nosso trabalho de
conclusão de curso que tem como objetivo geral analisar o papel do projeto político-
pedagógico numa escola estadual no município de Gurinhém/ PB, no interior da Paraíba.
Portanto, solicitamos que responda, conforme suas concepções, para que nossa pesquisa seja
efetivada.
PARTE I: Identificação
Nome:
Idade:
Sexo:
Formação:
Tempo de formação:
Tempo na função:
Prática docente:
Como ingressou no cargo de gestor:
Caro professor,
A presente entrevista servirá como subsídio para análise e discussão do nosso trabalho de
conclusão de curso que tem como objetivo geral que é analisar o papel do projeto político-
pedagógico numa escola estadual no município de Gurinhém/ PB, no interior da Paraíba.
Portanto, solicitamos que responda, conforme suas concepções, para que nossa pesquisa seja
efetivada.
PARTE I: Identificação
Nome:
Idade:
Sexo:
Formação:
Tempo de formação:
Tempo na função:
PARTE I: Identificação
Nome:
Idade:
Sexo:
Ciclo:
Ocupação:
Há quanto tempo está na escola:
INFORMAÇÕES GERAIS:
1. A atividade é referente á uma pesquisa, com uso de entrevista, tendo como base o roteiro
abaixo.
2. Questão motivadora: é sobre o projeto político-pedagógico da escola.
ABODAGEM:
Caro funcionário,
A presente entrevista servirá como subsídio para análise e discussão do nosso trabalho de
conclusão de curso que tem como objetivo geral que é analisar o papel do projeto político
pedagógico numa escola estadual no município de Gurinhém/ PB, no interior da Paraíba.
Portanto, solicitamos que responda, conforme suas concepções, para que nossa pesquisa seja
efetivada.
PARTE I: Identificação
Nome:
Idade:
Sexo:
Cargo:
Tempo de serviço: