Auditoria para Gestão de Projetos
Auditoria para Gestão de Projetos
Auditoria para Gestão de Projetos
UNIVERSIDADE DE BRASILIA
FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
1
Lucas Duarte Ribeiro de Albuquerque
Orientador da EPR:
________________________________________
Brasília
16/0/2018
2
Aos meus pais e familiares, que foram grandes incentivadores sempre acreditaram nos meus
sonhos.
3
RESUMO
4
ABSTRACT
This paper proposes to analyze and improve the audit practices carried out by an
Brazilian Association of Telecommunications. In addition, to conduce a case study by
qualitative approach, it also contemplates some theoretical approaches on the audit subject. The
recommendations of improvements for the analyzed company are intended to increase the
quality of the auditing process currently carried out by the company, therefore, it aims to raise
the quality standard for overall project results.
5
LISTA DE FIGURAS
6
LISTA DE TABELAS
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ....................................................................................................................10
1. PROJETO .................................................................................................................11
1.1 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ................................................................................... 11
1.2 METODOLOGIA .................................................................................................... 11
1.3 JUSTIFICATIVA ..................................................................................................... 11
1.4 RESULTADOS ESPERADOS ................................................................................ 12
2. REFERENCIAL TEÓRICO ......................................................................................13
2.1 PROJETOS............................................................................................................... 13
2.2 GESTÃO DE PROJETOS ....................................................................................... 14
2.3 AUDITORIA ............................................................................................................ 18
2.4 AUDITORIA NA GESTÃO DE PROJETOS ......................................................... 23
3. METODOLOGIA......................................................................................................32
3.1 ESTUDO DE CASO ................................................................................................ 32
3.2 ABORDAGEM QUALITATIVA DE PESQUISA ................................................. 32
3.3 TRIANGULAÇÃO DE DADOS ............................................................................. 33
3.4 PLANEJAMENTO .................................................................................................. 34
4. DIAGNÓSTICO DA EMPRESA – ASSOCIAÇÃO DE TELECOM ............................36
4.1 RESUMO ................................................................................................................. 36
4.2 ESCRITÓRIO DE PROJETOS ................................................................................ 36
5. RECOMENDAÇÕES DE MELHORIA ......................................................................45
5.1 PREMISSAS ............................................................................................................ 45
5.2 PROPOSTAS ........................................................................................................... 45
5.2.1 PERSONALIZAÇÃO DO PROCESSO DE AUDITORIA..................................... 46
5.2.2 IMPLANTAÇÃO DE OUTROS TIPOS DE AUDITORIA .................................... 48
5.2.3 IMPLANTAÇÃO DE FERRAMENTA CENTRALIZADA PARA
GERENCIAMENTO E AUDITORIA DOS PROJETOS ................................................... 49
6. CONCLUSÃO ...........................................................................................................53
7. TRABALHOS FUTUROS..........................................................................................55
ANEXO I ..............................................................................................................................58
ANEXO II ............................................................................................................................59
ANEXO III ...........................................................................................................................60
ANEXO IV ...........................................................................................................................61
8
Glossário
Siglas
9
INTRODUÇÃO
A auditoria é um instrumento importante para o controle de qualidade do gerenciamento
de projetos. O objetivo principal deste trabalho é recomendar melhorias nas práticas de auditoria
a partir de uma compreensão teórica do tema e de como é realizada a auditoria em uma empresa
de desenvolvimento de soluções tecnológicas. O trabalho exposto neste projeto consiste em
uma análise qualitativa, a partir de um Estudo de Caso in loco, de como as práticas de gestão
são desempenhadas, percebidas e auditadas pela organização.
Por questões de confidencialidade o nome real da empresa analisada será substituído
por “Associação de Telecom”. No contexto da Associação de Telecom surge o Escritório de
Projetos (PMO) com a necessidade da padronização e melhoria contínua da metodologia e dos
processos de gestão de projetos e, adicionalmente, também é a unidade responsável por auditar
os projetos em andamento. O processo de auditoria do gerenciamento de projetos realizado pelo
Escritório tem como objetivo identificar preventivamente situações críticas eminentes e então
auxiliar na tomada de decisão que alavanque o sucesso dos produtos desenvolvidos.
A empresa analisada encontra-se em um ambiente altamente dinâmico e complexo. A
maior parte das soluções desenvolvidas por ela são concebidas por meio da entrega de sistemas
tecnológicos inovadores que promovem a colaboração das empresas do setor de
telecomunicações. O principal desafio da empresa é conciliar o interesse mútuo de seus
acionistas, parceiros, colaboradores e agentes reguladores para prover soluções integradas de
qualidade. O recurso responsável pela função de gerenciamento do projeto de desenvolvimento
destas soluções é o Gerente de Projeto (GP), que requer um conhecimento ímpar dos
fundamentos de gestão de projetos além de conhecimento técnico e uma habilidade interpessoal
de negociação e liderança. Já o Escritório de Projetos é responsável por garantir tanto a
conformidade como a evolução da maturidade de gestão dos projetos na organização.
Ao longo do trabalho também serão expostos estudos teóricos sobre gestão de projetos,
projetos de software e como a literatura sugere que seja realizada a auditoria destas práticas.
Consequentemente, este trabalho irá registrar como de fato é praticado o gerenciamento de
projetos na empresa estudada.
10
1. PROJETO
1.2 METODOLOGIA
1.3 JUSTIFICATIVA
11
1.4 RESULTADOS ESPERADOS
12
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 PROJETOS
Tudo aquilo que demanda do ser humano eficiência, organização e planejamento para
se alcançar objetivos específicos podem ser considerados projetos e, portanto, estes vem sendo
realizados desde o início das civilizações.
Os últimos anos da história humana foram marcados pela concretização de projetos
grandiosos, entregues de forma sistemática e com características semelhantes às dos projetos
conhecidos atualmente (Marcondes, 2017). O mais interessante é que em sua maioria possuíam
o que chamaríamos hoje de plano de projeto, além de seguirem um ciclo de fases comuns e
incorporarem o equivalente aos grupos de processos de gerenciamento de projeto atual
(iniciação, planejamento, execução, monitoramento e controle, e encerramento) do Project
Management Body of Knowledge 1(PMI, 2013).
Historicamente, a maioria dos grandes projetos era relacionada a construções imperiais,
como as pirâmides do Egito, a Muralha da China, o Coliseu e o Pathernon, normalmente
motivados pela religião e obtenção do poder. Uma característica destes projetos históricos é que
não eram muito rigorosos com relação ao cumprimento de prazos e custos, o objetivo deveria
ser alcançado custe o que custar.
O desenvolvimento e a sistematização dos conhecimentos relacionados ao
gerenciamento de projetos foram amplamente impulsionados por diversos fatores, tais como
guerras, forças econômicas, desenvolvimento tecnológico e projetos de escalas
governamentais.
Dentre as principais evoluções no conceito de projetos, destaca-se o período seguinte a
II Guerra Mundial, onde diagramas de rede, o método crítico e sistemas de controles de custos
e cronogramas foram cada vez mais difundidos e utilizados pelos gerentes das tropas militares
e agentes governamentais.
O final do século XX e início do século XXI são marcados pelo aumento exponencial
de inovações tecnológicas, os consumidores se tornaram cada vez mais exigentes e a
globalização se torna uma realidade. Um cenário mais dinâmico amplia a competitividade do
mercado e potencializa ainda mais o gerenciamento de projetos.
1
O Project Management Institute (PMI) é uma organização sem fins lucrativos que tem o objetivo de disseminar
as melhores práticas de gerenciamento de projetos em todo o mundo.
13
Desde então, instituições como o Project Management Institute (PMI) e a International
Project Management Association 2(IPMA) foram surgindo e possibilitando o reconhecimento,
o aprimoramento e a sistematização dos conhecimentos intrínsecos à profissão de gerente de
projetos, potencializando a aplicação do conhecimento, habilidades, ferramentas e técnicas às
atividades de projeto.
2
International Project Management Association – IPMA, no Brasil conhecida como Associação Internacional de
Gestão de Projetos, é uma organização sem fins lucrativos com foco na capacitação profissional na área de
gerenciamento de projetos.
14
Figura 1 Grupos de Processos do Gerenciamento de Projetos
A Figura 1 demonstra de maneia geral como é o fluxo destes processos. Vale enfatizar
a alta relação entre os processos de planejamento e execução, e isso ocorre devido a constante
atualização e revisão dos planos a partir de mudanças ocorridas na execução do projeto. Os
processos de monitoramento e controle são de extrema utilidade tanto para manter o projeto no
trilho do escopo acordado como para reportar aos patrocinadores sobre o status, eventuais riscos
críticos, mudanças e problemas ocorridos nos projetos em andamento.
A Figura 2 faz referência ao PMBOK e lista quais são processos sugeridos à cada área
de gestão de projetos:
16
Figura 3 Metodologia Waterfall
Fonte: O autor
A Metodologia de Gestão Ágil tenta fornecer uma entrega rápida e contínua do produto
ao cliente. Enquanto as metodologias tradicionais, como o método waterfall (cascata) e demais
processos lineares, exigem requisitos detalhados definidos no início, em que o produto final é
semelhante ao definido no início (Ferreira, 2006). Na Metodologia Ágil, não há produto final
claramente definido no início. Existe um processo de priorização de funções do produto de
maneira bastante disciplinada, mas os requisitos não estáticos, há espaço para flexibilidade e
mudanças constante, porém para isso é necessário que a empresa vivencie ótima comunicação
como parte da cultura e do processo de Gestão Ágil.
Metodologias Ágeis são mais comumente usadas no desenvolvimento de software, mas
esta abordagem também pode ser poderosa em outros tipos de projetos. Alguns usuários dizem
que os profissionais devem ter processos de gerenciamento de projetos mais simplificados para
entregar nos prazos curtos que a Gestão Ágil exige.
2.2.1.3 SCRUM
17
conforme exemplificado na Figura 4, também garante uma resposta mais rápida a falhas e evita
a inércia da equipe, mantendo-os sempre alinhados:
No Scrum, não há título de gerente de projeto. Em vez disso, existe um "Scrum Master"
cujo papel é facilitar as comunicações diárias do projeto e lidar com qualquer distração que
esteja tentando interferir na capacidade dos membros da equipe de trabalhar no projeto.
O Scrum é aplicável apenas em certos tipos de ambientes - principalmente aqueles com
membros de equipe 100% dedicados (sem trabalhar em vários projetos), com suporte ilimitado
para a equipe do projeto (não um tempo muito restrito e orçamento de materiais).
2.3 AUDITORIA
18
Nas últimas décadas o conceito de auditoria esteve fortemente ligado a atividades
contábeis:
A palavra auditoria se relacionam com a revisão e verificação de
documentos contábeis, registros, livros e listagens de contas, utilizadas
no processo de captação, representação e interpretação da realidade
econômico-financeira da empresa (SÁ, 2002, apud SILVA, 2014).
Franco (2001), descreve outro conceito mais Associaçãoangente que àqueles citados por
Sá (2002), porém, desta vez, rico em detalhes que fortalecem o entendimento, conforme segue:
A auditoria compreende o exame de documentos, livros e registros,
inspeções e obtenção de informações e confirmações, internas e
externas, relacionados com o controle do patrimônio, objetivando
mensurar a exatidão desses registros e das demonstrações contábeis
deles decorrentes. Os exames são efetuados de acordo com as normas
de auditoria usualmente aceitas e incluem os procedimentos que os
auditores julgarem necessários, em cada circunstância, para obter
elementos de convicção, com o objetivo de comprovar se os registros
contábeis foram executados de acordo com princípios fundamentais e
normas de contabilidade e se as demonstrações contábeis deles
decorrentes refletem adequadamente a situação econômico-financeira
do patrimônio, os resultados do período administrativo examinado e
outras situações nelas demonstradas (FRANCO, 2000, p. 26).
19
principalmente de financiamentos de entidades particulares e empréstimos junto ao
público;
d) O crescimento da importância do imposto de renda – baseado no resultado do
exercício – na receita pública de muitos países;
e) O controle, cada vez maior, do Poder Público sobre as empresas particulares e
entidades que exercem atividades relacionadas com o interesse público;
f) A exportação de capitais, ou seja, a instalação de subsidiárias de empresas
multinacionais, exigindo a fiscalização e o controle das atividades dessas
subsidiárias. Igualmente, a associação de multinacionais com empresas locais,
gerando o interesse integrado em controlar seu investimento.
informações financeiras.
Revisa os registros contábeis que suportam os Revisa todas as atividades da
relat6rios financeiros uma vez ao ano. empresa a, continuamente.
20
Apesar de serem diferentes, os objetivos de ambas as auditorias são igualmente
essenciais, necessários e significativos para o mundo dos negócios. São duas atividades
diferentes que se complementam e devem trabalhar em harmonia para a melhor produtividade
do processo e transações dos negócios. (MIGLIAVACCA, 2004, p.48)
Os trabalhos de auditoria interna estão regulamentados, no âmbito da profissão contábil
no Brasil pelas normas técnicas NBC T 12 aprovada pela Resolução 986 (CFC, 2003), e norma
profissional NBC P 3 aprovada pela Resolução 781 de (CFC, 1995). Portanto, vale destacar a
importância e a responsabilidade que assume a auditoria no atual contexto das organizações.
Na Tabela 2 estão representados quatro princípios a serem observados na execução dos
trabalhos e estudos de auditoria realizados por Attie (1998, p.31), são eles:
Tabela 2 Princípios do trabalho de Auditoria
21
Área Alguns princípios
Confidencialidade É elementar na atividade de auditoria o sigilo e confidencialidade,
pois o profissional tem acessos a informações restritas, não devendo
ele divulgar informações em seu próprio benefício ou de terceiros.
Informações somente poderão ser dadas a terceiros se houver
determinação legal ou formalmente expressa pela empresa auditada.
Fonte: ATTIE, 1998, p 33
22
2.3.2.2 AUDITORIA EXTERNA
2.4.1 HISTÓRICO
2.4.2 FUNÇÃO
As auditorias devem ser etapas já previstas no ciclo de vida de um projeto (Filho, 2014).
O ciclo de vida de um projeto se encontra na Metodologia que o projeto está sendo gerenciado,
23
e esta tem grande impacto nas entregas e no resultado do projeto. Seus resultados podem
influenciar e justificar decisões gerenciais e, para isto a auditoria deve ser capaz de determinar
a situação real de um projeto, garantindo que todos envolvidos executem as atividades conforme
qualidade, custo, tempo e escopo planejados.
Além disso, uma auditoria deve ser capaz de revisar o projeto comparando seu estado
atual com o que foi previamente planejado, assim tomando medidas cabíveis para garantir a
conformidade do planejamento e das metodologias da empresa. Filho (2014), entende que a
Abrangência da auditoria deve alcançar todo projeto, incluindo até mesmo atividades
pendentes.
Segundo Michael McCormick (2013), uma métrica, por definição, é qualquer tipo de
medição usada para avaliar alguns componentes de desempenho. Uma métrica pode ser
coletada diretamente através da observação, como número de dias atrasados ou número de
defeitos encontrados; ou a métrica pode ser derivada de quantidades diretamente observáveis,
como número de requisições de mudança ou um custo índice de desempenho (CPI). Quando
usado em um sistema de monitoramento para avaliar projetos ou saúde do programa, uma
métrica é chamada de indicador ou um indicador-chave de desempenho (Key Performarce
Indicator - KPI). De acordo com o Guia Referencial para Medição de Desempenho e Manual
para Construção de Indicadores (GESPÚBLICA), indicadores são métricas que refletem o
desempenho de um objeto.
Indicadores são essenciais para atividades de monitoramento e avaliação de
desempenho das organizações pois são capazes de traduzir resultados qualitativos em
quantitativos, facilitando a identificação de problemas, melhoria na qualidade e necessidades
de mudanças.
Para McCormick (2013), é preciso usar o CSC (Critical Success Criterias) relacionados
ao gerenciamento de projetos. Isso significa que os KPIs de limite de tempo, orçamento e
escopo devem estar relacionados. Para se relacionar com esses três critérios críticos,
McCormick supõe que: toda tarefa envolve recurso; todo recurso está relacionado a um custo;
toda tarefa precisa de tempo para conclusão.
24
Figura 5 CSC
2.4.4 ESTUDOS
2.4.4.1 MCDONALD
25
apresentações informais sobre o projeto, seus objetivos, estrutura técnica e seu plano de projeto.
Eles entrevistam todos membros da equipe e apresentam um relatório, geralmente documentado
em uma série de slides que descrevem as coisas positivas que encontraram, uma lista de
preocupações que eles têm sobre o projeto e, para cada preocupação, um conjunto de
recomendações sobre como eles lidariam com essa preocupação se estivessem gerenciando o
trabalho. Esse feedback é dado ao gerente de projeto, talvez para toda equipe do projeto e, às
vezes, com o chefe do gerente de projeto.
McDonald (2002), citado por Wanderley (2016), afirma que auditorias em gestão de
projetos normalmente se concentram em processos e métodos de gestão relacionados a pessoas,
e não nos processos de negócios ou técnicos.
26
Quadro 1 Matriz de auditoria universal
As atividades de auditoria são diferentes para cada estágio e para cada dimensão de
gestão do projeto. É possível perceber que as atividades de auditoria se intensificam nas etapas
de planejamento e execução, pois são quando as mudanças e problemas geralmente começam
a aparecer e a alta gestão deve estar pronta para agir.
O conceito de auditoria gerenciamento de projetos compreende a análise da
organização, processos, dos produtos de projeto e gerenciamento de portfólio. O gerenciamento
de projetos ou portfólio é tem como objetivo garantir que as entregas do projeto sejam
realizadas dentro do prazo, orçamento e qualidade esperados. (DIIR 2008, apud
WANDERLEY, 2016).
27
2.4.4.3 CLELAND E IRELAND
Já os autores Cleland e Ireland (2012), defendem que as auditorias de projetos irão variar
dependendo do grau da necessidade de comparação entre o plano de projeto e as práticas
efetivas de execução. Argumentam ainda que as auditorias devem ser planejadas para garantir
que apenas as áreas e projetos devidamente pertinentes sejam auditados, e seu plano, padrão,
processo, procedimento ou prática de projeto devidamente monitorados e comparados (apud
WANDERLEY, 2016).
Os autores expõem que a equipe de auditoria depende exclusivamente do propósito do
trabalho e que o sucesso depende das habilidades, conhecimentos e capacidades deste time.
O Quadro 2 relaciona os tipos de auditoria de projeto com seus respectivos propósitos e
resultados esperados:
28
2.4.4.4 DE YAMEI
29
2.4.4.5 NBR 16277 - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS
TÉCNICAS - ABNT
A NBR 16277 (2014), sugere que as empresas devem planejar um intervalo para
executar auditorias do sistema de gerenciamento de projetos utilizado, verificando a
conformidade, validade e integridade dos seus requisitos. Segundo a ABNT, a auditoria consiste
em uma revisão estruturada e independente para determinar se qualquer projeto está alinhado
com
Segundo a NBR 16277 (2014), os princípios de governança de projetos para auditoria
são “a justificação contínua de negócio, a responsabilização, o desempenho, a conformidade, a
ênfase no gerenciamento do projeto e o aprendizado com a experiência”. A alta gerência deve
ser capaz de fornecer evidências do seu comprometimento com o processo de auditoria
validando todas etapas de estabelecimento, implementação, operação, monitoramento, análise
crítica, manutenção e melhoria do sistema de gerenciamento de projetos.
Esta norma estabelece os requisitos para realização de auditoria de projetos sejam
baseados nas diretrizes de governança de projetos, e, conforme NBR ISO 21500, deve seguir
as boas práticas, normas e padrões utilizados como referência em auditoria de projetos. Dos
benefícios inerentes a seguir estas práticas, destacam-se: identificar a eficácia da estrutura da
organização do sistema de gerenciamento do projeto (SGP); identificar a eficácia do
gerenciamento do projeto; identificar a relação entre os limites de autoridade e responsabilidade
nas tomadas de decisão para o gerenciamento do projeto; identificar o grau de adoção,
aplicabilidade e eficácia das políticas e estratégias utilizadas; identificar a aderência,
aplicabilidade e eficácia dos processos, boas práticas e metodologias utilizadas; identificar a
suficiência, aplicabilidade e eficácia dos controles utilizados no gerenciamento do projeto;
proporcionar clareza da aplicação dos marcos regulatórios pertinentes ao projeto; e avaliar a
prestação de contas do projeto, de acordo com as necessidades do demandante da auditoria.
A NBR 16277 relaciona os tipos de auditoria de projetos quanto a sua natureza, seus
resultados e relatórios apresentáveis, representados na Quadro 3.
30
Quadro 3 Tipos de auditoria em gerenciamento de projetos
Os estudos analisados nesta seção são altamente relevantes para implementar boas
práticas na auditoria em gerenciamento de projetos. Dentre as diversas semelhanças e
diferenças entre os modelos estudados, uma conclusão é certa: a auditoria de projetos não deve
ser realizada da mesma maneira em todos projetos, é uma abordagem que varia de acordo com
a fase, interesse da alta gestão, grau de importância e prioridade de cada projeto em andamento.
Todos modelos recomendam a utilização de métricas de desempenho do projeto,
divididas em algumas subcategorias: escopo, tempo, custo, qualidade, riscos e partes
interessadas. Além disso, todos modelos relatam que um processo de auditoria de sucesso deve
possuir seus objetivos específicos muito bem alinhado com as expectativas da alta gestão.
Portanto, o entendimento de que um projeto deve ser fiscalizado e controlado
periodicamente por um agente externo ao projeto, mesmo que pertencente a organização, mas
que consiga visualizar o projeto de uma ótica mais ampla e comparável com os demais projetos
em curso. O ganho com esta prática está relacionado a busca de projetos gerenciados com
qualidade e que, consequentemente promovam resultados de qualidade conforme previsto nas
etapas de concepção e planejamento do projeto.
31
3. METODOLOGIA
Para Gil (2002), "o estudo de caso é caracterizado pela investigação profunda e
exaustiva de um ou de poucos objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e
detalhado, o que mediante os outros tipos de delineamentos é mais difícil de se atingir."
Hartley, com seu estudo voltado para pesquisa organizacional define:
[...] consiste de uma investigação detalhada, frequentemente com dados
coletados durante um período de tempo, de uma ou mais organizações,
ou grupos dentro das organizações, visando prover uma análise do
contexto e dos processos envolvidos no fenômeno em estudo
(HARTLEY, 1995, p. 208-209).
O estudo de caso promove a idealização de hipóteses e teorias pois seus principais
objetivos são descrever a situação, gerar teorias e testá-las. As teorias devem ser sustentadas, e
para isto o estudo de caso deve focar em (1) delimitar adequadamente o escopo do problema e
(2) determinar os potenciais fatores e variáveis a serem observados. (EISENHARDT, 1999).
A pesquisa tem como objetivo realizar análises qualitativas e, portanto, não busca medir
os eventos estudados de maneira instrumental e/ou estatística. (VIERA; ZOUAIN, 2006;
BARDIN, 2011).
O estudo de caso “envolve a obtenção de dados descritivos sobre pessoas, lugares e
processos interativos pelo contato direto do pesquisador com a situação estudada, procurando
compreender os fenômenos segundo a perspectiva dos sujeitos, ou seja, dos participantes da
situação em estudo” (GODOY, 1995 p. 58).
De acordo com Richardson (1999), os estudos abordados através de uma metodologia
qualitativa são capazes de demonstrar a complexidade de determinado problema, analisar a
interação de variáveis, compreender e classificar os processos dinâmicos vivenciados por
grupos sociais.
Essa metodologia normalmente é mais intensa que a aplicação de questionários fechados
pois o ambiente estudado deve permitir maior relacionamento e flexibilidade, resultando em
um maior detalhamento dos dados estudados. (AAKER; KUMAR; DAY, 2004).
32
Richardson (1999), afirma que a validade da pesquisa qualitativa não está relacionada
ao tamanho da amostra, e sim pela complexidade da situação e profundidade com que o estudo
é realizado.
Conforme resgatado por Bruchez (2018), os dados mais comumente utilizadas nos
estudos de caso são: documentação, registro em arquivos, entrevistas, observação direta,
observação participante e artefatos físicos.
A triangulação de dados consiste em usar diferentes fontes de dados, sem usar métodos
distintos. Neste caso, os dados são coletados em momentos, locais ou com pessoas diferentes.
A Tabela 3 compara os conceitos de triangulação aplicados em pesquisas e abordados
na visão de diferentes autores:
Autores Conceito
Denzin (1970)
Combinação de metodologias diferentes para analisar o mesmo
Denzin e Lincoln
fenômeno, de modo a consolidar a construção de teorias sociais
(2005)
Patton (2002) Combinação de diferentes fontes e métodos de coleta de dados
Combinação de diferentes fontes e métodos de coleta de dados, em que
Davidson (2005) a análise desses dados é feita em conjunto, e não considerando dados
individuais
Combinação de diferentes métodos, grupos de estudo, ambientes, períodos
de tempo e perspectivas teóricas para lidar com um fenômeno
Estudo de um tema e um problema de pesquisa com base em duas
Flick (2009a; 2009c;
perspectivas privilegiadas, assumindo diferentes visões a respeito da
2013)
questão de pesquisa e combinando diferentes tipos de dados sob a
mesma abordagem teórica para a produção de mais conhecimento do
que seria possível com base em uma só perspectiva
Método que utiliza dados adicionais para validar ou ampliar as
interpretações feitas pelo pesquisador, adotando diferentes percepções
Stake (2005; 2011)
para esclarecer o significado por meio da repetição das observações ou
interpretações
A avaliação dos documentos pode ser efetuada por meio de cartas, memorandos,
correspondência eletrônica, dentre outros documentos pessoais como por exemplo agendas,
anúncios e minutas de reunião, documentos administrativos, estudos formais ou recortes de
notícias. Os registros de arquivos podem ser tanto por arquivos disponibilizados pela empresa,
como pelos governos federal, estadual e local; registros de serviços; registros operacionais;
mapas e gráficos. As entrevistas são pautadas em conversas para entender tanto sobre o assunto,
33
como pelas vivências, experiências e insights dos entrevistados. As observações diretas por sua
vez, ajudam a compreender o contexto real no qual a situação observada está ocorrendo e na
observação participante a pessoa que realiza o estudo interage ativamente com o contexto, além
de ser envolvido diretamente na execução de atividades.
Bruchez (2018), conforme podemos observar na Tabela 4, descreve algumas situações
em que se recomenda a triangulação:
3.4 PLANEJAMENTO
34
ID ETAPAS RESULTADOS ESPERADOS
05 Avaliar o Fluxo de Trabalho realizado em "Fluxo de desenvolvimento de
cada fase dos projetos produtos e serviços"
O projeto se inicia com a validação do tema entre todas partes interessadas no assunto,
sendo estas: o aluno graduando, a Universidade de Brasília (professor orientador Annibal
Afonso) e a empresa analisada (Associação de Telecom). A aprovação e alinhamento das
diretrizes do estudo consequentemente facilitam o acesso a informações organizacionais e ao
patrocínio de ambas as partes.
Após aprovado, o projeto contou com a identificação de informações gerais e materiais
acadêmicos referentes ao tema para uma ampla compreensão sobre o assunto e consequente
consolidação do referencial teórico. Paralelamente, o processo de gerenciamento de projetos e
as atividades desempenhadas pela empresa foram analisados a fim de contextualizar o ambiente
de trabalho estudado neste projeto.
A partir da contextualização da empresa, o referencial teórico e o alinhamento da
expectativa dos envolvidos no projeto, foi então estudado e mapeado como é o atual processo
de auditoria dos projetos na Associação de Telecom. Para se realizar o mapeamento do processo
de auditoria de projetos na situação atual ("as is"), foram realizadas entrevistas e reuniões com
gestores e com a equipe envolvida na garantia da qualidade do gerenciamento de projetos.
35
4. DIAGNÓSTICO DA EMPRESA – ASSOCIAÇÃO DE TELECOM
4.1 RESUMO
4.2.2 VISÃO
Ser a referência, no âmbito corporativo, em boas práticas de Gestão de Projetos para
integrar e sustentar a estratégia da Associação de Telecom.
4.2.3 MISSÃO
Sustentar o negócio da Associação de Telecom promovendo a elevação do nível de
maturidade organizacional em gestão de projetos e melhorando, de maneira consistente e
progressiva, a qualidade dos processos de gerenciamento dos projetos por meio de
metodologias, processos, sistemas de gestão da informação, ferramentas e treinamentos.
36
4.2.4 FUNÇÕES DO PMO
Abordagem
Estratégica Tática Operacional
1. Desenvolver e 3. Desenvolver e implementar 9. Monitorar e controlar
manter painel metodologia de gestão de projeto.
o desempenho de projetos da
estratégico de projetos. 4. Desenvolver competências em
gerenciamento de projeto organização.
2. Promover 5. Implementar e administrar
10. Conduzir revisões
gerenciamento de sistemas de informação de
projetos na gerenciamento de projetos (PED). pós-gerenciamento do
organização. 6. Prover um conjunto de
projeto (Lições Aprendidas).
ferramentas para o gerenciamento de
projetos. 11. Controlar Indicadores de
7. Implementar e gerenciar o banco
desempenho do projeto
de dados de lições aprendidas.
8. Implementar e gerenciar banco de (Prazo, Custo, Escopo,
dados de riscos.
IAM)
37
Os processos são alocados em cinco fases de gerenciamento: Iniciação; Planejamento;
Execução; Monitoramento e Controle; Encerramento. De acordo com a divisão, os processos
podem ser executados de forma sequencial ou paralela conforme a ilustração da Figura 10:
38
Figura 7 Metodologia de Gerenciamento de Projetos da Associação de Telecom
Com base no estudo do DIIR, a auditoria deve compreender tanto a organização, como
seus processos, produtos, projetos e consequentemente todo portfólio. Com o objetivo de
identificar as atividades envolvidas em cada processo (iniciação, planejamento, monitoramento
e controle, execução e encerramento) e em cada dimensão do projeto (integração, escopo,
riscos, aquisição, comunicação, custo, tempo e mudanças) foi elaborado um organograma para
orientar o fluxo dos projetos entre as fases de estudo, plano de negócio e implantação.
O fluxo do trabalho realizado ao longo dos projetos que envolvem o desenvolvimento
de um serviço pode ser representado através de uma Estrutura Analítica do Projeto (EAP),
conforme a Figura 12.
39
Nome do projeto
Gerenciamento Estudo – Fase I Plano de Negócios – Fase II Implantação – Fase III Encerramento
Plano de Gerenciamento
Ordem de Grandeza Seleção de Fornecedor Documentação Técnica Encerramento do Projeto
do Projeto
Monitoramento e Desenvolvimento
Benchmarking competitivo Modelagem do Negócio
Controle Fornecedor
A intenção deste modelo é que cada um destes pacotes seja auditado um a um, com o
objetivo de aferir a qualidade das entregas do projeto e assim tomar as medidas necessárias em
cada estágio, conforme a matriz de auditoria universal, de DIRR (2008), sugere.
Na iniciação dos projetos é enviado o TAP (Termo de Abertura do Projeto), a fim de
autorizar formalmente o início do projeto e estabelecer informações relevantes para seu
planejamento. Além disso, é definido o PGP (Plano de Gerenciamento do Projeto), composto
pela definição do escopo, cronograma, riscos iniciais, plano de comunicação e equipe do
projeto. A iniciação do projeto também é marcada pela reunião de Kick-off, em que é
apresentado as partes internas envolvidas o Plano de Gerenciamento do Projeto, bem como os
objetivos, justificativas e próximos passos, a fim de alinhar as partes em relação ao projeto.
Na fase de estudo é desenvolvida a visão geral da solução, um benchmarking
competitivo e a análise da viabilidade estratégica do projeto. A fase de estudo é importante para
que se possa analisar as informações disponíveis e assim verificar a viabilidade do projeto. Os
projetos que se mostram viáveis são deliberados na reunião de aprovação do estudo e seguem
para a fase de plano de negócio.
Ao final da segunda fase deverá ser apresentado um plano de negócio que viabilize a
implantação da solução proposta. Para isso são realizadas as seguintes atividades: levantamento
dos requisitos, seleção do fornecedor, modelagem do negócio e definição dos processos
operacionais internos. Com a deliberação do plano de negócio o projeto segue para a
implantação.
40
A fase de implantação consiste na execução do plano de negócio aprovado na segunda
fase para o desenvolvimento do serviço ou produto. A fase de implantação apresenta muitas
particularidades de projeto para projeto, mas pode-se citar como atividades comuns da fase a
contratação do fornecedor e o desenvolvimento da documentação técnica, do fornecedor, das
prestadoras, interno e do curso de Ensino a Distância (EAD).
Ao final da fase de implantação há o encerramento do projeto, que entra em operação
assistida até que possa ser transferido inteiramente para operação. É realizado ao final do
projeto o registro das lições aprendidas, para garantir a identificação de aspectos positivos e
negativos no projeto, e assim contribuir com o processo de melhoria contínua, e a reunião de
encerramento do projeto, a fim de formalizar a entrega do produto ou serviço final e registrar o
encerramento das atividades do projeto a todos os envolvidos.
Ao longo do projeto, os gerentes também são responsáveis por garantir o monitoramento
e controle do projeto. Para isso, são realizadas atividades, tais como: elaboração e envio de
relatórios de acompanhamento, controle das horas alocadas no projeto, controle do cronograma,
envio aos envolvidos das atividades a serem realizadas na semana e atualização dos indicadores
de custo, prazo e escopo do projeto (Sumário Executivo). O monitoramento e controle dos
projetos é realizado através de uma planilha de gerenciamento personalizada da empresa,
apresentada na Figura 13.
Confidencial Confidencial
41
4.2.8 AUDITORIA DO GERENCIAMENTO DE PROJETOS NA
ASSOCIAÇÃO
O escritório de projetos atualmente monitora como cada dimensão do projeto está sendo
gerenciada e, portanto, são auditores internos. A empresa utiliza o Índice de Aderência a
Metodologia (IAM), que consiste no acompanhamento e aferição dos critérios básicos de
gerenciamento definidos na Metodologia de Gerenciamento de Projetos da empresa.
A verificação é baseada em informações que requerem atividades de gestão para se
manterem atualizadas pois consiste em verificar a documentação básica, e das variações entre
o plano e a execução do projeto, conforme o estudo de Cleland e Ireland (2012) propõe. A
prática tem o objetivo de prevenir e detectar fraudes de qualquer forma ou efeito, sobre as
atividades auditadas, assim como sugerido por Migliavacca (2004).
O processo de aferição do IAM, representado na Figura 14 e detalhado no ANEXO III,
envolve atividades do GP, PMO e Gestores.
O processo se inicia com a avaliação de todos os controles que são aplicáveis a cada um
dos projetos em andamento a depender de suas peculiaridades. Uma vez definidos, estes
controles são monitorados pelo PMO no processo de “análise dos controles”. A depender do
resultado obtido com esta análise, são gerados comunicados personalizados para cada GP com
a finalidade de informa-lo da situação gerencial de seus projetos e orientá-los para melhorar
situações de inconformidade. Adicionalmente, é enviado um comunicado ao gestor da área de
42
projetos contendo os resultados históricos consolidados de todos os projetos do portfólio, que
é responsável por realizar as ações necessárias otimizar a gestão dos projetos nos casos de baixo
reincidência de IAM abaixo de 80%.
Após a verificação dos controles de todos os projetos, a planilha de Excel (ANEXO II)
gera a porcentagem das atividades cumpridas pelo GP, indicando os controles atualizados, os
controles que não se aplicam ao projeto e quais os controles que não estão sendo cumpridos
conforme o acordado.
Cada controle de cada projeto deve ser avaliado se realmente faz sentido ser auditado, e
se seu plano, padrão, processo, procedimento ou prática de projeto estão sendo devidamente
monitorados e comparados assim como propõe Cleland e Ireland (2012) em seu estudo.
Com os resultados calculados, um comunicado individual a deve ser enviado a cada
gerente com seus resultados obtidos, a fim de fomentar o processo de melhoria contínua,
permitindo que cada gerente possa tomar atitudes que melhorem seu rendimento a cada semana.
O IAM foi criado com o objetivo de auxiliar o Gerente de Projeto no controle das
práticas de gerenciamento, além de evidenciar oportunidades de melhoria continua na
Metodologia de Gerenciamento de Projetos (MGP) da Associação de Telecom. A meta atual é
que a média do portfólio de projetos supere 80% de aderência à metodologia.
Tabela 7 Controles do IAM
Fonte: O Autor
43
Figura 11 Média Geral do Índice de Aderência a Metodologia
Fonte: O Autor
Os resultados do IAM também são insumos para geração do IAM Consolidado, que
contém a lista de todos os projetos com seus respectivos resultados, controles que não se
aplicam e faltantes, algumas considerações feitas acerca de cada projeto e a média geral obtida,
a fim de informar ao Supervisor de Projetos acerca do andamento dos projetos, bem como quais
projetos precisam de mais atenção. Um exemplo dos resultados gerais obtidos no IAM é
apresentado na Figura 16. Estes resultados são reportados à camada executiva na forma de um
comunicado, onde o supervisor da área registra os planos de ação da semana para cada projeto,
conforme as colunas representadas na Figura 16, onde cada “semana” é registrado o valor do
IAM.
Fonte: O Autor
44
5. RECOMENDAÇÕES DE MELHORIA
5.1 PREMISSAS
5.2 PROPOSTAS
45
ocultado os gatilhos de problemas no portfólio que poderiam ser percebidos através do
aprofundamento nos projetos mais prioritários.
Atualmente existe uma única ferramenta que é aplicada da mesma maneira para todos
projetos, independente da sua fase, então é possível que o auditor reconheça problemas mais
específicos tarde demais. Os controles adotados na metodologia de aferição do IAM aqui
analisada não levam em conta os detalhes e a importância particular de cada projeto. Para suprir
esta possível fragilidade, dentre as principais oportunidades identificadas, o processo de
auditoria deve ser adaptado e personalizado para cada projeto, além de depender de
particularidades como grau de exposição a riscos (BUCKLEY, 2011, apud TERLIZZI, 2014).
Assim como Filho (2014) sugere, é importante calibrar o esforço em auditoria de acordo
com a fase atual do ciclo de vida, o tamanho do investimento e consequentemente a prioridade
do projeto para a organização. Todo projeto é único e possui um valor diferente os donos do
negócio, portanto é essencial que os auditores estejam alinhados com as partes interessadas da
empresa para serem capazes de perceber quais são realmente os projetos mais prioritários do
portfólio. A partir do entendimento de Filho (2014), recomenda-se a adoção de auditorias
personalizadas em etapas já previstas do ciclo de vida dos projetos. Para tal ao final de cada
etapa poderão ser auditadas informações mais específicas sobre o projeto em relação à fase em
curso. O estudo das práticas de auditoria propostas pelo Instituto Alemão DIIR, também reforça
que para cada estágio e tipo de projeto hajam tipos diferentes de auditoria. A Figura 17
demonstra atividades de responsabilidade do auditor que podem ser implantadas para propiciar
análises mais detalhadas dos projetos.
Avaliar a
Priorizar Formar Propor Reportar e
Identificar os qualidade
projetos grupos de ações de escalar
projetos em das entregas
mais auditoria contingência situações
andamento da fase atual
complexos específicos ou melhoria críticas
do projeto
Fonte: O Autor
46
prática, além de elevar o patrocínio do auditor, permite que ações prioritárias sejam escaladas
e solucionadas com maior facilidade.
O processo de auditoria incide diretamente em custos e, portanto, não é recomendado
que todos projetos sejam auditados. Isto pode sobrecarregar os recursos da auditoria que
poderiam estar contornando questões mais impactantes para o negócio.
Ademais, a Figura 18 ilustra as que atividades de auditoria, representadas pela letra “A”
em um triângulo azul, podem aplicadas no momento de transição entre as fases do projeto:
Fonte: O Autor
De acordo com Cleland e Ireland (2012), as auditorias irão variar dependendo do grau
da necessidade de comparação entre o plano do projeto e as práticas de execução. Normalmente
os produtos da empresa estudada são desenvolvidos por meio de uma metodologia waterfall, e,
portanto, é comum que boa parte da especificação do produto já esteja detalhada antes do início
do seu desenvolvimento. Esta situação evidencia a importância de se avaliar projetos por meio
de auditorias de progresso, de processos e gerais, conforme destacado na Figura 19.
Podem ser realizadas auditorias de progresso para revisar o projeto sob três perspectivas:
cronograma, desembolso do orçamento e aspectos técnicos (Cleland e Ireland, 2012). O
resultado progressivo de cada uma destas dimensões deve ser comparado com o planejado. Os
auditores podem também analisar os processos organizacionais e revisar a metodologia de
gerenciamento utilizada, assegurando uma referência sólida e eficiente para os projetos da
organização.
48
A condução de auditorias gerais é um excelente ponto de partida para se iniciar a
implantação de melhorias, pois esta pode ser uma simples adaptação do atual IAM convertendo
os controles de gerenciamento para controles de requisitos do produto.
Rastreando a entrega dos requisitos planejados o auditor terá conhecimento exato do
que está sendo desenvolvido como produto final, bem como inconformidades que podem surgir
longo da sua concepção. A auditoria geral deve ser focada nos requisitos do cliente, pois estes
irão de fato fornecer à empresa os requisitos necessários para desenvolver os produtos
resultantes dos projetos. Por abranger tanto a empresa, como seus fornecedores e clientes, esta
medida se torna um ótimo “tiro curto” por converter resultados positivos no curto prazo.
49
Figura 16 - Project Online - Central de Projetos
Para perceber os benefícios integrais da solução, e seu impacto nas auditorias realizadas,
é importante que o EPM seja instalado, configurado e customizado por especialistas
familiarizados profundamente com a ferramenta profundamente e que tenham capacidades de
implementar as melhores práticas, adequando as necessidades da empresa. As configurações
corporativas e de gerenciamento aparecem na Central de Projetos, que será o local tanto para
se gerenciar projetos, quanto para integrar todo seu portfólio na nuvem (cloud). Deste modo é
capaz de se ter maior confiabilidade nas informações disponibilizadas.
Como resultado adicional obtido com este trabalho, sugeriu-se alguns “Campos
Personalizados” para alinhar quais informações gerais dos projetos poderiam ser controladas
de maneira centralizada. Conforme ilustrado na Figura 21 e detalhado no Anexo IV:
Fonte: O Autor
50
Associado aos campos personalizados, indica-se as seguintes opções de preenchimento
destacadas em parênteses: associadas relacionadas ao projeto (“nomes”), grau de complexidade
do projeto (“baixo”, “médio”, “alto”), fase do ciclo de vida (“estudo”, “plano de negócios”,
“implantação), fornecedores envolvidos (nomes), origem do projeto (área/empresa que
solicitou o projeto), patrocinadores (supervisor/gestor direto envolvido no projeto) e status dos
projetos (“não iniciado”, “em andamento”, “paralisado”, “cancelado”, “concluído”).
A partir da parametrização e com base nas informações registrada na Central de
Projetos, é possível que o auditor personalize sua análise, correlacionando conjuntos de
informações semelhantes em projetos diferentes para identificar padrões de comportamento que
precedem problemas nos projetos. A utilização de um EPM oferece à camada executiva da
empresa possibilidade de consultar relatórios sob demanda, automatizados e atualizados
simultaneamente devido ao gerenciamento em ambiente integrado.
McCormick (2013) supõe que toda tarefa envolve recurso, todo recurso está relacionado
a um custo e toda tarefa precisa de tempo para conclusão. Isto posto, é muito difícil controlar
todas tarefas de todos projetos, para isso o auditor pode solicitar aos gerentes o envio das
informações de todos projetos periodicamente. Há um risco claro das informações estarem
desatualizadas e apresentarem ainda mais particularidades decorrentes das práticas habituais
para cada GP.
Fonte: O Autor
Para solucionar este problema, recomenda-se que cada projeto possua um site próprio
na plataforma, onde o cronograma deverá ser controlado e publicado pelo GP. O site pode
funcionar como um repositório de arquivos e informações, possibilitando o gerenciamento de
riscos, problemas, plano de comunicação, e demais áreas do projeto de acordo com a MGP.
51
Conforme demonstrado na Figura 22, todos marcos do projeto são claramente expostos e as
dimensões de gerenciamento do projeto são controladas à na parte esquerda desta figura.
Além favorecer o processo de auditoria, o gerenciamento centralizado facilita a
implantação de mudanças nos procedimentos e diretrizes que compõe a Metodologia de
Gerenciamento de Projetos da empresa (MGP), uma vez que é possível customizar todo EPM
para refletir funcionalmente tais orientações.
52
6. CONCLUSÃO
53
As propostas resultantes deste trabalho vão desde alternativas de reestruturação das
ferramentas de gestão e auditoria utilizadas pela empresa, até indicações bem específicas de
como cada etapa dos projetos poderá ser auditada. Os projetos possuem inúmeras
particularidades que acabam compondo seus níveis de prioridade para a empresa. Assim sendo,
é interessante que o nível de esforço empreendido com auditoria só aumente de acordo com o
nível de priorização do projeto para a organização como um todo.
54
7. TRABALHOS FUTUROS
Após analisar e comparar o método de auditoria utilizado pela empresa com os métodos
referenciados neste trabalho, sugiro a realização de um estudo dos projetos em andamento para
verificar quais seriam as entregas mais frequentes em cada etapa do projeto. Observou-se que
os projetos possuem entregas em comum, portanto a qualidade destas entregas poderá ser
padronizada pelos auditores ao longo de cada fase e, com isso, garantir a evolução gradual da
qualidade dos produtos entregues pela empresa.
55
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YIN, Robert K. Estudo de caso – planejamento e métodos. (2Ed.). Porto Alegre: Bookman. 2001.
57
ANEXO I
58
59
Pontos de PLANO DE AÇÃO
Nome do Gestor do Meta Controles
SEMANA 1 SEMANA 2 SEMANA 3 SEMANA 4 Atenção/ Considerações SUPERVISOR DE PROJETOS Não se aplicam
Projeto Projeto (80%) Faltantes
(PMO) (18/10/2017)
• Parabenizar pelo RAE, Lições
P1 GP1 90% 100% 100% 100% P xxx -
resultado Aprendidas
• Parabenizar pelo RAI, RAE, Lições
P2 GP2 100% 100% 89% 100% P xxx -
resultado Aprendidas
• Parabenizar pelo
P3 GP1 100% 100% 100% 100% P xxx - RAE
resultado
ANEXO II
ANEXO III
60
ANEXO IV
61