Artigo de Dóra Cortat Simonetti
Artigo de Dóra Cortat Simonetti
Artigo de Dóra Cortat Simonetti
Resumo :
Apesar de documentos legais que reconhecem alunos com capacidade acima da média na
população escolar o que, muitas vezes, chega à prática dos profissionais da educação são
conceitos desligados de concepções, relativamente vagos, pesados de mitos que as produções
científicas estão derrubando.
Superdotação é um conceito que serve para expressar alto nível de inteligência e indica
desenvolvimento acelerado das funções cerebrais. Desde a década de 80 surgem novas teorias
sobre inteligência que vêm ampliando nossa visão sobre altas habilidades; a partir da década
de 90, as pesquisas cognitivas foram enriquecidas com o desenvolvimento das ciências
neurais.
Algumas alternativas para inclusão escolar destes alunos são: Atividades extracurriculares
organizadas na própria escola, Sala de Recursos, Modelo de Enriquecimento Escolar (SEM) de
Renzulli e Centro para Desenvolvimento do Potencial e Talento (CEDET) idealizado pela
psicóloga Zenita Guenther.
Introdução
Lutar por uma escola inclusiva que busque ter um projeto pedagógico que responda às
necessidades específicas de cada aluno e grupo de alunos traz nova esperança; sem dúvida, o
convívio ampliado entre os pares é uma das mais férteis vertentes educativas.
Gallagher (1979) chama a atenção para o fato de que o conceito de superdotação está ligado a
cultura. Para muitos professores os alunos superdotados fazem o melhor trabalho na sala de
aula, participam avidamente das atividades de classe e completam as tarefas com presteza.
Para Clark (1998), a superdotação é um conceito de fundo biológico que serve como rótulo
para alto nível de inteligência e indica desenvolvimento acelerado das funções do cérebro, o
qual pode ser expresso através de habilidades de alto nível. O avanço das neurociências nas
investigações sobre inteligência mudou as formulações anteriores.
Gagné propõe que a superdotação está associada à habilidade intelectual geral – fator “ g “,
enquanto que o talento indica destrezas mais específicas. Identificou cinco atitudes::
intelectual, criativa, sócio-afetiva, sensomotora e percepção extrasensorial.
Neste modelo, as habilidades naturais atuam como material para os elementos constituintes
dos talentos; a superdotação se refere a medidas de potencial, habilidades não treinadas,
enquanto o talento se reserva especificamente para rendimentos alcançados como resultado
de um programa sistemático de formação e prática.
Teoria formulada por Renzulli na década de 70, apresenta uma conceituação centrada mais na
atuação que na potencialidade, onde sustenta um modelo que não se atém no Quociente
Intelectual, mas na confluência de três fatores : habilidade acima da média, compromisso com
a tarefa (motivação) e criatividade elevada.
A ideia de que há várias inteligências não é nova. Gardner apoiou seus antecessores , como
Thurstone e Guilford, procurando complementar alguns pontos: a não inclusão dos fatores
biológicos da inteligência, não problematização da criatividade, insensibilidade aos papéis
socialmente valorizados.
Assumindo que o mapa cerebral sugere áreas distintas de funcionamento inteligente, conclui
em seus estudos, divulgados em 1983, que existem tipos de inteligências independentes.
Trata-se de uma teoria útil porque expande os conceitos de inteligência, e amplia a maneira de
identificar talentos, mas sem investigação empírica que sustente suas afirmações (Sternberg,
2000) .
Segundo Sternberg (2000) para compreender habilidades devemos pensar não só em termos
de Quociente Intelectual, mas também de Inteligência Exitosa.
A partir de sua teoria triárquica da inteligência deriva uma concepção plural de superdotação e
formula um modelo pentagonal o qual considera que esta deve ter um conjunto de cinco
características: excelência, raridade, produtividade, demonstratividade e valor.
· Sala de recursos – Esta estratégia foi inicialmente desenvolvida para atender alunos com
deficiência, cuja aprendizagem exigia material didático específico.
Diretrizes do MEC (1998) sugerem esta alternativa também para alunos superdotados. Pelo
que se sabe para desenvolver talentos não são requeridos “recursos materiais” específicos, em
uma sala especial , pois os recursos pedagógicos usados por eles são necessários aos outros
alunos da escola.
O objetivo desta sala seria oportunizar a convivência entre, orientados por um professor /
facilitador capacitado para catalisar todos os recursos materiais e humanos, existentes na
escola ou fora dela, e sobre esta base atender cada criança de acordo com seus interesses e
potencial.
Conclusão
Referências bibliográficas:
GALLAGHER,James J. Issues in education for the gifted in The gifted and Talented: their
education and development, Universidade de Chicago, Illinois, 1979
GARDNER, Howard. Mentes que mudam: a arte e a ciência de mudar as nossas mentes e a dos
outros, Porto Alegre : Artmed/Bookman, 2005
REVISTA CÓDICE 2,5 .Kazimierz Dabrowsky, Bogotá: Instituto Alberto Merani, Ano 3, no. 1,
2002
STERNBERG, Robert L. La inteligencia exitosa: una visión má ampla de quién es más listo en la
escuela y en la vida y Entrevista exclusiva in Códice 2,5, Bogotá : Instituto Alberto Merani , Ano
1, no. 1, fevereiro de 2000