Fontes de Raios X e Filtros

Atividade: Fontes de raios X e filtros
Disciplina: Espectrometria de Fluorescência de Raios X

Aluno: Felipe Leria Stefenon
Data: 24/06/2022
1. Produção de raios X, fontes e filtros

Os raios X são produzidos a partir da incidência de elétrons de alta energia sobre um dado
material, também chamado de “alvo”. Esses elétrons são provenientes de um cátodo e,
geralmente, são emitidos por efeito termiônico e acelerados por uma diferença de potencial
de milhares de volts existente entre esse cátodo e um ânodo (alvo). Ao atingir o material,
os elétrons de alta energia interagem com os elétrons das camadas mais internas dos
átomos do alvo, os quais são ejetados por efeito fotoelétrico. Assim, elétrons das camadas
“superiores” acabam decaindo para ocupar o espaço deixado pelo elétron ejetado. Esse
decaimento resulta na emissão de um fóton de alta frequência, que é o fóton caracterı́stico
dos raios X. Todo esse processo é feito dentro de um tubo a vácuo, como representado na
figura abaixo:
Figure 1: Figura esquemática do equipamento de produção dos raios X.
Na figura (1) está representado um esquema “clássico” de produção de raios X, no qual

os elétrons são emitidos, por efeito termiônico, de um filamento de tungstênio aquecido e
atingem um alvo também de tungstênio. Todo esse sistema está envolto, neste caso, por
um vidro Pyrex, o que permite a criação de uma atmosfera de baixı́ssima pressão.
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A figura (2) mostra dois espectros de raios X para duas diferentes tensões (V ) de acel-
eração dos elétrons. Nessa figura, percebe-se que para uma dada energia dos elétrons
(definida por V ), há um valor mı́nimo para o comprimento de onda (λm ), o qual depende
apenas do valor de V e sendo, portanto, o mesmo para todos os materiais. Outro detalhe
importante desses espectros é que eles podem ser separados em dois espectros diferentes,
um deles sendo formado pela linha contı́nua que contém o λm , e outro sendo formado
pelas linhas caracterı́sticas verticais. O espectro contı́nuo é formado pela “freamento”
dos elétrons ao incidirem sobre o material, por isso ele recebe o nome de espectro de
bremsstrahlung, termo alemão que significa em tradução livre “radiação de frenagem”. Já
os espectros caracterı́sticos são devidos a emissão de um fóton em consequência do decai-
mento de elétrons para as camadas mais internas do átomo. Esses elétrons decaem pois o
feixe de elétrons de alta energia que atingem o material ejetam os elétrons das camadas
mais internas (K e L) do átomo, fazendo com que ele fique mais excitado. Portanto,
diferentemente do espectro contı́nuo, o espectro caracterı́stico varia para cada material e
pode ser usado para caracterizá-lo.
Figure 2: Espectro de raios X do tungstênio para duas tensões de aceleração.
Analisando ainda a figura (2), percebe-se a existência de duas denominações em relação

aos espectros caracterı́sticos: série K e série L. Essas terminologias dizem respeito para
qual camada o elétron excitado decaiu, ou seja, nas linhas da série K, um elétron da ca-
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mada L (ou M) decai para a camada K, e assim por diante. Isso evidencia a importância
do material de que é feito o ânodo, pois para metais pesados, por exemplo, como é o
caso do tungstênio, necessita-se de uma energia muito alta para a aceleração dos elétrons
para que a série K possa ser observada, pois os elétrons dessa camada no tungstênio estão
muito mais fortemente ligados do que os elétrons da camada L, ou até mesmo que os
elétrons da camada K de outros materiais.
Apesar dos tubos de raios X, como o esquematizado na figura (1), serem os mais comuns
(ou ao menos os mais estudados em disciplinas de fı́sica), ainda existem um outro tipo
de gerador de raios X. Esse gerador consiste num material radioativo que, ao decair para
estados menos excitados, emite, entre outras coisas, radiação com frequência dos raios
X. Diferentemente dos tubos, esse tipo de equipamento permite uma montagem portátil
para estudos em campo, porém, exige cuidados especiais e determinadas restrições por se
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tratar de um material radioativo. Entre esses materiais estão os isótopos Fe e Cd, e
os efeitos que mais predominam na produção de raios X a partir dessas fontes radioativas
estão a captura de elétrons e a conversão interna.
Em medidas que utilizam os raios X da fonte para interagir com os outros elementos e
gerar novos raios X por fenômeno de fluorescência (XRF), costuma-se utilizar filtros, os
quais possuem como uma das principais finalidades, atenuar (ou reduzir) o espectro de
freamento (bremsstrahlung) em uma determinada região de interesse. O interesse em se
retirar das medidas o espectro contı́nuo, é porque em análises de elementos traços, por
exemplo, os quais estão em matrizes de baixo número atômico, os picos caracterı́sticos
acabam sendo sobrepostos pelo espectro contı́nuo. Entretanto, apesar desse problema
ser atenuado, a utilização do filtro acaba reduzindo também a intensidade dos raios X
caracterı́sticos, o que exige maiores potências da fonte.
Uma das formas de diminuir a intensidade dos raios X contı́nuos é tornar a radiação
monocromática na ragião próxima ao máximo de intensidade desse tipo de espectro. Os
filtros usados para isso costumam ser os de transmissão, porém podem ser utilizados
também os de difusão, onde a radiação incide primeiramente em um alvo secundário.
Além desses há ainda a monocromatização por cristais monocromadores, espelhos multi-
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camadas, entre outros.
Os filtros de transmissão utilizados nos processos de monocromatização são feitos de pla-
cas metálicas de algumas dezenas de micrômetros, ou de misturas em componentes em
resinas epoxi. A seleção do elemento do filtro é definido de modo a se obter o corte de
absorção na energia correspondente ao máximo de intensidade do feixe de Bremsstrahlung.

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Analisando ainda a figura (2), percebe-se a existência de duas denominações em relação

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