1.1 Livro Gestalt-Terapia Explicada - Minhas Anotações
1.1 Livro Gestalt-Terapia Explicada - Minhas Anotações
1.1 Livro Gestalt-Terapia Explicada - Minhas Anotações
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AQUI É O AGORA: É a única coisa que existe, e onde se pode propiciar o equilíbrio. Aqui e
agora são a única coisa que existe (passado e futuro não existem). O se envolver, o fenômeno
e a consciência só existem no aqui e agora.
COMO é a estrutura, o comportamento, tudo o que está acontecendo. O processo.
O self não significa nada além daquilo que é definido pelo outro. “Eu mesmo faço”, ou seja,
que ninguém mais vai fazer isto, e é este organismo que o faz.
OS DOIS FENOMENOS DA FRONTEIRA DE EGO SÃO IDENTIFICAÇÃO e ALIENAÇÃO. Eu diferencio
entre a experiência AQUI e a experiência LÁ FORA. Dentro da fronteira do ego existe
geralmente existe coesão, amor, cooperação; fora da fronteira existe suspeita, estranheza,
não-familiaridade.
Se aceitássemos a semelhança, não perceberíamos a existência da fronteira. Se percebemos
um diferenciação muito grande, então temos o problema da hostilidade, da rejeição, de
colocar à parte. Assim, já podemos ver a polaridade: atração e rejeição, apetite e aversão.
Nós geralmente não amamos uma pessoa. Amamos uma determinada qualidade nessa pessoa,
que é idêntica ao nosso comportamento ou complementar.
Quando digo “eu aceito tal coisa em mim mesmo”, estou dividindo em “eu” e “eu mesmo”.
O ódio é a função de jogar algúem para fora da fronteira, por alguma razão. O termo usado na
psiquiatria existencial é ALIENAÇÃO. Nós renegamos uma pessoa, e se a existência desta
pessoa constitui para nós uma ameaça, queremos destruí-la. Uma exclusão de nossas
fronteiras, de nós mesmos.
UPTIGHT: “Compressão” Pessoa cuja postura é rija. (pelo que entendi, é relacionado a pessoa
rígida, que tem movimento de comportamento cíclido. Conferir significado)
LEIS DO METABOLISMO:
Autoconsciência estou com sede
Nossa vida nada mais é do que um número infinito de gestalts incompletas. Situações não
terminadas. A gestalt é uma função orgânica; uma unidade de experiência fundamental. É o
fenômeno experienciado. Assim que você dissolve uma gestalt, ela já não será mais uma
gestalt.
Considero a gestalt-terapia como um dos três modos de terapia existencial.
A LOGOTERAPIA de Frankl
A terapia da DASEIN e a
GESTALT-TERAPIA - Esta é a primeira filosofia existencial que se apoia em si
própria.
Para Fritz, há três tipos de filosofia:
SOBREÍSMO – Nós falamos e falamos sobre as coisas e nada é
realizado. Fritz de que a explanação científica por exemplo,
rodeia, mas não chegam a essência da questão.
MORALISMO- “isso deveria ser desse ou daquele jeito, não
deveria fazer isso”. Mas nenhuma consideração é dada sobre
até que ponto a pessoa “deveria”.
EXISTENCIALISMO – O existencialismo deseja se libertar dos
conceitos, e trabalhar com o princípio da “presentificação”
(AWARENESS) com a FENOMENOLOGIA.
O entrave das filosofias existencialistas atuais é que elas precisam de apoio de
outro lugar. Ex.: Sartre, no socialismo; Heidegger, na linguagem, Binswanger, na psicanálise.
A gestalt-terapia tem sua base na sua própria formação, porque a formação da
gestalt, a emergência de necessidades, é um fenômeno biológico primário. Assim, abolimos
toda a teoria do instinto e consideramos o organismo simplesmente como um sistema que
está em equilíbrio e que deve funcionar adequadamente. Qualquer desequilíbrio é
experienciado como uma necessidade de ser corrigido.
Do ponto de vista da sobrevivência, a situação mais urgente torna-se controladora. Para Fritz,
essa é uma lei da sobrevivência. A situação mais urgente, emerge em qualquer caso de
emergência. Ela prevalecerá sobre todas as outras.
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“Nossa relação com as emergências, com o mundo, é a mesma que, por exemplo,
na pintura. Você tem uma tela branca. Então faz certos pontos nesta tela, e de repente surge
um momento reorientador. De repente a tela faz exigências, e você se torna o servo. É como
se você perguntasse: “O que esta coisa quer?”, “aonde quer um pouco de vermelho?”,
“aonde quer simétrica?”
Assim, chegamos ao nosso conflito básico, e o conflito básico é o seguinte: todo indivíduo,
toda planta, todo animal tem apenas um objetivo inato – realizar-se naquilo que é.
Uma rosa é uma rosa, não pretende se realizar como canguru. O mesmo se aplica ao
multiorganismo, ou à sociedade, que é constituída de muita gente. Um Estado, uma sociedade,
é constituída de muitos milhares de células que devem ser organizadas, ou por controle
externo ou por controle interno.
Pag 53 da folha
A questão é que a sociedade, seja ela qual for, cria uma padronização, que nos é passada por
nossa família, professores, meio. Muitas vezes, as exigências da sociedade não são as mesmas
que as nossas. Atrapalhando então para que eu tenha um desenvolvimento natural, uma vida
autêntica. Aí se dá o conflito: PERDER A RAZÃO DE SER.
Esta sociedade trabalha com 2 tipos de FALSIFICAÇÃO (para falsificar nossa existência):
(1) A vara de bater: NA terapia é encontrada sob o nome de EXPECTATIVA
CASTÁSTROFICA. É assim: Se eu correr o risco, não serei amado. Ficarei sozinho.
Morrerei. A vara de bater, produz o medo, só em estar ali, já produz o efeito de evitar
fazer algo considerado inaceitável, para não correr-se o risco de apanhar.
(2) A hipnose: Se dá quando você recebe uma informação ou conjunto de informações,
crendo que são verdadeiras e as assimila sem compreender. Não há compreensão, só
a repetição dessas informações. Você engole (repete automaticamente a informação
sem compreensão) ou vomita (como no caso das provas, onde você responde a
questão que o professor colocou, mas pra você não faz o menor sentido. Só coloca pra
fora, “vomita”, pra se livrar e seguir a vida.
Manipular o ambiente, usar máscaras (no lugar de ser eu mesmo), desempenhar papéis é a
característica do neurótico... é característico de certa imaturidade. Assim, vemos o quanto de
energia é gasta na manipulação do mundo, em vez de ser usada para a criatividade, para o
nosso próprio desenvolvimento.
Voltando a estupidez fingida, (provérbio) “um tolo pode fazer mais perguntas do que mil
sábios podem responder”. Todas as respostas são dadas. A maioria das perguntas são feitas
simplesmente para torturar os outros ou nós mesmos. Nossa maneira de pensar (as
perguntas) é transformar toda pergunta em uma afirmação, o background a partir do qual
surgiu a pergunta se abre, e as possibilidades são encontradas pelo próprio questionador.
P: Eu tenho uma pergunta. Você poderia dar alguns exemplos de como transformar perguntas
em afirmações?
F: Você acabou de me fazer uma pergunta. Você pode transformar a pergunta em afirmação?
P: Seria mais agradável ouvir alguns exemplos de como transformar uma pergunta em uma
afirmação.
F: “Seri mais agradável”. Mas eu não sou agradável. Realmente o que está por trás de tudo é o
único meio de comunicação verdadeiro, é o IMPERATIVO. O que você realmente quer dizer é:
“Fritz, diga-me como se faz isto”. Faça uma exigência. E o ponto de interrogação é o gancho de
uma exigência. Toda vez que vocês se recusarem a responder uma pergunta estarão
ajudando a outra pessoa a desenvolver seus próprios recursos. Aprender nada mais é do que
descobrir que alguma coisa é possível. Ensinar quer dizer mostrar a uma pessoa que alguma
coisa é possível. O que buscamos é a maturação da pessoa, removendo os bloqueios que a
impedem de manter-se sobre os próprios pés. Nós tentamos ajudá-la a fazer a transferência
do apoio ambiental para o auto-apoio. E basicamente fazemos isso encontrando
o IMPASSE. O impasse ocorre originalmente quando uma criança não pode mais obter o
apoio do ambiente e ainda não pode prover seu próprio apoio. Neste momento de impasse, a
criança começa a mobilizar o ambiente desempenhando papéis falsos, fazendo-se de estúpida,
desamparada, fraca, bajulando e desempenhando todos os papéis que usamos manipular
nosso ambiente.
Agora, qualquer terapeuta que queira “ajudar” estará arruinado desde o começo . O paciente
fará qualquer coisa para que o terapeuta se sinta inadequado, pois ele deve ter sua
compensação por precisar do terapeuta. Assim, o paciente pede ao terapeuta mais e mais
ajuda, conduzindo-o cada vez mais a um beco sem saída, até que consiga fazer com que o
terapeuta fique louco – que é um outro meio de manipulação – ou, se o terapeuta não o
ajudar, pelo menos fará com que ele se sinta inadequado. Ele absorverá cada vez mais a o
terapeuta em sua neurose, e não haverá um fim para a terapia.
Assim, de que forma procedemos na Gestalt-terapia? Temos um meio muito simples de levar
o paciente a descobrir seu potencial esquecido, ou seja, o paciente usa a mim, o terapeuta,
principalmente como uma tela de projeção, e espera de mim exatamente aquilo que não
consegue mobilizar nele próprio. E, neste processo, fazemos a peculiar descoberta de que
nenhum de nós é completo, que cada um de nós tem furos em sua personalidade. Aonde
deveria existir alguma coisa, simplesmente não existe nada. Muitas pessoas não tem alma.
Outras não tem órgãos genitais. Outras não tem coração, sua energia vai toda para o pensar.
Outras não tem olhos. Ela desiste de seus olhos e pede ao mundo externo que olhe por ela; o
acanhamento é a forma mais suave de paranoia. A maioria de nós não tem ouvidos. As pessoas
esperam que os ouvidos estejam fora delas, e falam esperando que alguém escute. Mas quem
escuta? Se as pessoas escutassem, teríamos paz.
Agora, a parte mais importante que falta é o CENTRO. Sem um centro
tudo vai para a periferia, e não existe um lugar a partir do qual trabalhar.
A partir do qual lidar com o mundo. Sem um centro, não se está alerta.
Esses FUROS que faltam são sempre visíveis. Existem sempre na “projeção do paciente no
terapeuta” – supõe-se que o terapeuta tenha todas as propriedades que estão faltando nessa
pessoa. Assim, primeiro o terapeuta proporciona a oportunidade de a pessoa descobrir o
que necessita – as partes que faltam, que foram alienadas e deixadas para o mundo. Então o
terapeuta deve proporcionar a OPORTUNIDADE, a situação na qual a pessoa possa crescer. E
o meio é FRUSTRARMOS O PACIENTE DE TAL FORMA QUE ELE SEJA FORÇADO A
DESENVOLVER SEU PRÓPRIO POTENCIAL. Proporcionamos de maneira hábil a frustração
suficiente para que o paciente seja forçado a achar seu próprio caminho, a descobrir suas
próprias possibilidades, seu próprio potencial, e a descobrir que o que ele espera do
terapeuta, ele pode conseguir muito bem sozinho.
Tudo o que a pessoa REJEITA PODE SER RECUPERADO, e os meios para isto são a
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Vamos falar primeiramente sobre o passado. Agora eu estou tirando lembranças da minha
gaveta, e possivelmente acredito que estas lembranças sejam idênticas à minha
história. Isso nunca é verdade, porque uma lembrança é uma abstração. No processo
de ABSTRAÇÃO, você nunca consegue abstrair tudo. Assim, o que você faz é um
recorte relevante do contexto total. Isso é a GESTALT. O recorte que você faz da
história é a gestalt. Se você pega este recorte (esta abstração) e o arquiva, o chama
de lembrança. Se esta lembrança for desagradável, especialmente se for desagradável
à nossa auto-estima, nós a modificaremos. Vocês sabem o quanto estão se enganando,
quantas de suas lembranças são exageros, e projeções, quantas lembranças são
remendadas e distorcidas.
Eu sei que vocês querem perguntar por que, como toda criança, como toda pessoa imatura
pergunta por que, para obter racionalização ou explicação. Mas o por que, na melhor das
hipóteses, leva a uma explicação inteligente, mas nunca à COMPREENSÃO.
POR QUE e PORQUE são palavrões na Gestalt-terapia. Eles levam apenas à racionalização, e
fazem parte do palavreado da segunda classe. O POR QUE FAVORECE APENAS INQUÉRITOS
SEM FIM SOBRE A CAUSA DA CAUSA DA CAUSA. Como Freud já observou, todo evento é
multideterminado, tem muitas causas; todos os tipos de coisas se juntam a fim de criar este
momento específico que é o AGORA. Muitos fatores se juntam para criar esta pessoa
específica e única que sou eu. Ninguém pode, em dado momento ser diferente do que é nesse
momento, incluindo todos os desejos e pedidos para que seja diferente.
NÓS SOMOS O QUE SOMOS. ESTAS SÃO AS DUAS BASES SOBRE AS QUAIS
A GESTALT-TERAPIA CAMINHA: AQUI E COMO. A essência da teoria da
Gestalt-terapia está na compreensão destas duas palavras. AGORA
engloba tudo o que existe. O passado já foi e o futuro ainda não é. AGORA
INCLUI O EQUILÍBRIO DE ESTAR AQUI, É O EXPERIENCIAR, O
ENVOLVIMENTO, O FENÔMENO, A CONSCIÊNCIA. COMO ENGLOBA TUDO
O QUE É ESTRUTURA, COMPORTAMENTO, TUDO O QUE REALMENTE ESTÁ
ACONTECENTO – O PROCESSO. Todo o resto é irrelevante – Computar,
aprender, e assim por diante.
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AQUI É O AGORA: É a única coisa que existe, e onde se pode propiciar o equilíbrio. Aqui e
agora são a única coisa que existe (passado e futuro não existem). O se envolver, o fenômeno
e a consciência só existem no aqui e agora.
COMO é a estrutura, o comportamento, tudo o que está acontecendo. O processo.
Correr risco tem possibilidades catastróficas, mas também anastróficas. Devemos ver ambos
os lados da figura. Podemos ganhar e podemos perder.
Sobre CULPA. No sistema Freudiano a culpa é muito complicada. Na Gestalt-terapia, é muito
mais simples. Nós vemos a culpa como um sentimento projetado. Sempre que você sentir
culpa, descubra do que você se ressente, a culpa desaparecerá e você tentará fazer com que
outra pessoa sinta culpa.
Qualquer coisa que você se ressente, a culpa desaparecerá e você tentará fazer
com que outra pessoa sinta culpa. Qualquer coisa que você queira expressar, e que não
expressa, pode fazê-lo sentir-se desconfortável. E uma das experiências não expressas mais
comuns é o RESSENTIMENTO. Esta é uma situação inacabada par excellence. Se você estiver
ressentido, estará preso. Não poderá ir para a frente e pôr para fora, expressar sua raiva,
mudar o mundo para obter satisfação, nem poderá se livrar e esquecer o que o perturba. O
ressentimento é o equivalente psicológico da comida entalada no meio da garganta. Ela não
pode ser engolida, ou empurrada, e tampouco pode ser esquecida. No ressentimento você não
consegue nem esquecer e deixar que o incidente ou a pessoa recue para o background, nem
consegue enfrentá-la ativamente. A expressão do ressentimento é uma das formas mais
importantes para ajudá-lo a facilitar um pouco de vida.
Existe outra grande vantagem em se usar o ressentimento na terapia, no
crescimento. Atrás de todo ressentimento existem exigências... é importante expressar as
exigências que estão por trás dos ressentimentos. A exigência é a única forma de
comunicação real. Expressem suas exigências abertamente. Façam isto também com a auto-
expressão – formule suas exigências na forma imperativa, como uma ordem. Acho que vocês
conhecem bastante gramática para saber o que é imperativo. O imperativo é como “cale-
se”! “vá para o inferno!”, “faça isto”...
(no livro após ele falar sobre expressar o ressentimento, ele fala sobre “apreciar o que foi
ressentido” pág 75 da pág). Diz ele, que por trás de um ressentimento, existe sempre um
apreço.
Vejam, se não existisse apreço vocês não estariam presos a essa pessoa e
poderiam simplesmente esquecê-la. Existe sempre o outro lado.
Se vocês tiverem qualquer dificuldade de comunicação com alguém,
procurem sempre os ressentimentos. Os ressentimentos estão entre as piores
situações inacabadas – gestalts inacabadas. Se vocês estiverem ressentidos, não
conseguem nem deixar de lado, nem pôr pra fora. O ressentimento é uma emoção de
importância central. O ressentimento é a expressão mais importante de um impasse –
do estar preso. Se vocês se ressentirem, sejam capazes de expressar isto. Um
ressentimento não expresso, frequentemente é experienciado como sentimento de
culpa. SEMPREQUE VOCÊS SE SENTIREM CULPADOS, DESCUBRAM
O MOTIVO PELO QUAL ESTÃO RESSENTIDOS (como dói?) E
EXPRESSEM-NO, TORNANDO EXPLÍCITAS SUAS EXIGÊNCIAS. SÓ
ISTO JÁ AJUDARÁ MUITO.
A TOMADA DE CONSCIÊNCIA engloba, por assim dizer, três camadas ou três zonas:
Esta é a grande descoberta de Freud. De que EXISTE ALGUMA COISA ENTRE VOCÊ E O MUNDO.
Existem tantos processos ocorrendo na fantasia de uma pessoa. É o que ele chama de
COMPLEXO ou PRECONCEITO. Se vocês tiverem preconceitos, então seu relacionamento
com o mundo estará muito abalado e destruído. Se você quiser se aproximar de
alguém, e tiver um preconceito, você nunca chegará a esta pessoa. Você estará
sempre em contato apenas com o preconceito, com a ideia fixa . ASSIM, A IDEIA DE
FREUD DE QUE A ZONA INTEMEDIÁRIA, ESTA RERRA-DE- NINGUÉM ENTRE VOCÊ E O MUNDO,
DEVERIA SER ELIMINADA, ESVAZIADA... É PERFEITAMENTE CORRETA. O único problema é que
Freud analisou apenas esta zona intermediária. Ele não considerou a AUTOCONSCIÊNCIA OU A
CONSCIÊNCIA DO MUNDO; ele não considerou o que podemos fazer para estarmos em
contato novamente.
Esta perda de contato com nosso SELF AUTÊNTICO, e a perda de contado com o
MUNDO, são devidas a esta zona intermediária, a grande área de MAYA que temos
conosco, ou seja, existe uma grande ÁREA DE FANTASIA que absorve tanto do nosso
excitamento, tanta energia, tanta força vital, que sobra muito pouco de energia para
estarmos em contato com a realidade.
A fantasia pode ser criativa, mas ela só será criativa se você tiver a fantasia, no agora,
seja ela qual for. No agora você usa o que está disponível, e é obrigado a ser criativo. Observe
crianças brincando. O que estiver disponível será usado, e então alguma coisa acontece,
alguma coisa surge do seu contato com o aqui e agora.
Existe uma única maneira de favorecer este estado saudável de espontaneidade, de salvar a
genuinidade do ser humano. É utilizar uma disciplina rígida de simplesmente entender o
agora e como, e colocar um parênteses ou deixar de lado tudo o que não estiver contido nas
palavras agora e como.
Este continuum de tomada de consciência parece ser muito simples; apenas tomar
consciência do que se passa segundo após segundo. A não ser que estejamos dormindo,
estamos sempre conscientes de alguma coisa. Entretanto, assim que esta tomada de
consciência se torna desagradável, ela é interrompida pela maioria das pessoas. Então, estas,
repentinamente, começam a intelectualizar, usar palavreado do tipo blábláblá, voar em
direção ao passado, voar para as expectativas, boas intenções ou usar esquizofrenicamente as
associações livre, saltando como um louva-a-deus, de experiência em experiência, e nenhuma
destas experiências chega a ser experienciada, são apenas uma espécie de flash, que deixa
todo o material disponível não-assimilado e sem utilidade.