Apostila de Well Control Supervisao
Apostila de Well Control Supervisao
Apostila de Well Control Supervisao
II
6.5.4 REPARO DE VAZAMENTOS NO REVESTIMENTO......................................... 41
6.5.5 COMBATE À PERDA DE CIRCULAÇÃO EM ZONAS SEM INTERESSE ..... 42
7 CAUSAS DE KICKS ................................................................................................................ 42
7.1 MÁ CIMENTAÇÃO ......................................................................................................... 42
7.1.1 REDUÇÃO DA PRESSÃO HIDROSTÁTICA DA PASTA DE CIMENTO
DURANTE A PEGA ................................................................................................................ 42
7.1.2 TESTE NEGATIVO.................................................................................................. 42
7.1.3 REDUÇÃO DA PRESSÃO NO FUNDO DO POÇO (BHP) DURANTE O
DESLOCAMENTO DA PASTA ............................................................................................. 43
7.1.4 REDUÇÃO NA PRESSÃO NO FUNDO DO POÇO DEVIDO AO TUBO EM U
43
7.1.5 REDUÇÃO NA PRESSÃO NO FUNDO DO POÇO DEVIDO AOS PISTONEIOS
(SWABBING E SURGING) .................................................................................................... 44
7.1.6 TESTES DE PRESSÃO REALIZADOS NO TAMPÃO DE CIMENTO ............. 44
7.2 AUMENTO DA PRESSÃO DA FORMAÇÃO (PRESSÃO DE FORMAÇÃO
ANORMALMENTE ALTA)........................................................................................................ 45
7.3 PISTONEIO NA RETIRADA DA COLUNA (SWABBING) ........................................ 45
7.4 PISTONEIO NA DESCIDA DA COLUNA (SURGING) ............................................... 46
7.5 FALHA NO ABASTECIMENTO DO POÇO COM O VOLUME CALCULADO EM
UMA MANOBRA ......................................................................................................................... 47
7.5.1 MARGEM DE SEGURANÇA PARA MANOBRA (MSM) ................................... 48
7.6 REDUÇÃO DA DENSIDADE OU DO NÍVEL DO FLUIDO DE PERFURAÇÃO ..... 49
7.6.1 REDUÇÃO DA PRESSÃO HIDROSTÁTICA ....................................................... 49
7.6.2 DENSIDADE INSUFICIENTE DE FLUIDO ......................................................... 49
7.7 PERDA DE CIRCULAÇÃO ............................................................................................ 49
7.7.1 PERDA TOTAL DE CIRCULAÇÃO ...................................................................... 49
7.7.2 PERDA PARCIAL DE CIRCULAÇÃO .................................................................. 50
7.7.3 TAMPÃO DE COMBATE A PERDA (PILLS OU SLUG).................................... 50
7.7.4 MATERIAIS DE PERDA DE CIRCULAÇÃO (LCM) .......................................... 51
7.7.5 DESCRIÇÃO DO TAMPÃO DE PERDA CIRCULAÇÃO DE MATERIAL
CONVENCIONAL ................................................................................................................... 60
7.7.6 MÉTODO DE PERFURAÇÃO ADIANTE ............................................................. 61
7.7.7 O MÉTODO DO TAMPÃO ..................................................................................... 61
7.7.8 TAMPÕES DE REFORÇO ...................................................................................... 62
7.7.9 TAMANHO DAS PARTÍCULAS DOS MATERIAIS DE PERDA CIRCULAÇÃO
62
8 GASES RASOS, FLUXO DE ÁGUA E PERFURAÇÃO TOPHOLE ................................. 69
8.1 PRÁTICAS E CAUSAS DE KICK PERFURANDO TOPHOLE ................................. 69
8.2 DIVERTING ...................................................................................................................... 71
III
8.3 PRÁTICAS DE PERFURAÇÃO DE TOPHOLE QUE PODEM REDUZIR O RISCO
DE KICK ....................................................................................................................................... 74
9 DETECÇÃO DE KICK ........................................................................................................... 75
9.1 INDÍCIOS PRIMÁRIOS DE KICKS .............................................................................. 75
9.1.1 AUMENTO DA VAZÃO DE RETORNO ............................................................... 75
9.1.2 GANHO NOS TANQUES ......................................................................................... 75
9.1.3 POÇO FLUINDO COM AS BOMBAS DESLIGADAS ......................................... 76
9.2 INDÍCIOS SECUNDÁRIOS DE KICKS ........................................................................ 77
9.2.1 DIMINUIÇÃO DA PRESSÃO DE BOMBEIO ....................................................... 77
9.2.2 MUDANÇAS NAS PROPRIEDADES DO FLUIDO DE PERFURAÇÃO ........... 77
9.2.3 TEOR DE GÁS NO FLUIDO DE PERFURAÇÃO ................................................ 78
9.2.4 INFORMAÇÕES DO PWD “PRESSURE WHILE DRILLING” RELATIVAS À
ECD 78
9.2.5 DETECÇÃO DO AUMENTO DA PRESSÃO DE POROS ................................... 79
9.2.6 INFORMAÇÕES DO LWD “LOGGING WHILE DRILLING” RELATIVAS À
RESISTIVIDADE E AO TEMPO DE TRÂNSITO ............................................................... 79
9.2.7 MUDANÇA NO TAMANHO, DENSIDADE E FORMATO DOS CASCALHOS
79
9.2.8 AUMENTO DA TEMPERATURA DO FLUIDO................................................... 80
9.2.9 AUMENTO DA TAXA DE PENETRAÇÃO (DRILLING BREAK POSITIVO) 80
9.2.10 POÇO ACEITANDO MENOS LAMA DO QUE O VOLUME CALCULADO
DURANTE AS MANOBRAS .................................................................................................. 81
9.3 DETECÇÃO KICKS EM PERFURANDO EM LÂMINAS D’ ÁGUA PROFUNDAS
81
9.4 FATORES QUE PODEM DIFICULTAR A DETECÇÃO DE UM KICK EM SONDAS
FLUTUANTES ............................................................................................................................. 82
9.5 IMPORTÂNCIA DA RÁPIDA DETECÇÃO DO KICK ............................................... 82
10 PROCEDIMENTOS DE FECHAMENTO DE POÇO E VERIFICAÇÃO ......................... 83
10.1 PERFURANDO (DRILLING) E MANOBRANDO (TRIPPING) ............................. 83
10.2 MÉTODO DE FECHAMENTO HARD (RÁPIDO) ................................................... 83
10.2.1 SEQUÊNCIA DO MÉTODO DE FECHAMENTO HARD DURANTE A
PERFURAÇÃO (CHOKE HIDRÁULICO 100% FECHADO) ........................................... 84
10.2.2 SEQUÊNCIA DO MÉTODO DE FECHAMENTO HARD DURANTE A
MANOBRA DA COLUNA (CHOKE HIDRÁULICO 100% FECHADO) .......................... 84
10.3 MÉTODO DE FECHAMENTO SOFT (LENTO) ...................................................... 84
10.3.1 SEQUÊNCIA DO MÉTODO DE FECHAMENTO SOFT DURANTE A
PERFURAÇÃO (CHOKE HIDRÁULICO 50% ABERTO)................................................. 84
10.3.2 SEQUÊNCIA DO MÉTODO DE FECHAMENTO SOFT DURANTE A
MANOBRA (CHOKE HIDRÁULICO 50% ABERTO) ....................................................... 85
10.3.3 VERIFICAÇÃO DO FECHAMENTO DO POÇO ................................................. 85
IV
10.3.4 GAVETA CEGA CISALHANTE............................................................................. 85
10.3.5 FERRAMENTAS NÃO CISALHÁVEIS................................................................. 86
10.4 MONITORAMENTO E ATIVIDADES APÓS O FECHAMENTO ......................... 88
10.4.1 MONITORAMENTO DE FLUXO NO RISER APÓS O FECHAMENTO ......... 88
10.5 REGISTRO DAS PRESSÕES DE FECHAMENTO .................................................. 88
10.6 ANALISANDO AS CONDIÇÕES DE FECHAMENTO ........................................... 89
10.6.1 REGISTRANDO O VALOR DE SIDPP QUANDO TEM FLOAT VALVE NA
COLUNA................................................................................................................................... 90
10.6.2 PRESSÃO NO FUNDO DO POÇO APÓS O FECHAMENTO DO POÇO (BHP =
PF) 91
10.7 LAMA DE MATAR (KILL MUD) .............................................................................. 92
10.8 KICK EM POÇOS HORIZONTAIS ........................................................................... 92
10.9 KICK ABAIXO DA BROCA........................................................................................ 94
10.10 EFEITO BALLOONING.............................................................................................. 94
10.11 MONITORANDO A MIGRAÇÃO DO GÁS .............................................................. 97
10.11.1 MANTENDO-SE O POÇO FECHADO SEM AS IMEDIATAS ATITUDES DE
CONTROLE ............................................................................................................................. 97
10.11.2 MANTENDO-SE O POÇO ABERTO ................................................................. 98
10.12 PRESSÃO TRAPEADA................................................................................................ 99
10.12.1 PROCEDIMENTOS DE STRIPPING ............................................................... 101
11 GRADIENTE DE FRATURA, TOLERÂNCIA AO KICK E PRESSÃO DA FORMAÇÃO
101
11.1 RESILIÊNCIA DA FORMAÇÃO ............................................................................. 101
11.2 PRESSÃO DE ABSORÇÃO DE UMA FORMAÇÃO (LEAK-OFF TEST) .......... 102
11.3 PRESSÃO DE FRATURA DE UMA FORMAÇÃO ................................................ 104
11.4 DENSIDADE EQUIVALENTE DE FRATURA (MÁXIMO PESO DE LAMA) ... 105
11.5 MÁXIMA PRESSÃO PERMISSÍVEL NO CHOKE (MAASP) .............................. 105
11.6 MÁXIMA PRESSÃO ESPERADA OU ANTECIPADA NA SUPERFÍCIE (MASP)
105
11.7 FORMATION INTEGRITY TEST (FIT) ................................................................. 106
11.8 TOLERÂNCIA AO KICK.......................................................................................... 106
11.9 FLUXO INTENCIONAL ............................................................................................ 107
11.9.1 TESTE DE FORMAÇÃO/PRODUÇÃO ............................................................... 107
11.9.2 FINGERPRINTING ................................................................................................ 108
12 PRESSÃO DE BOMBEIO ..................................................................................................... 108
12.1 PRESSÃO NO FUNDO DO POÇO ........................................................................... 110
12.1.1 CONTROLE DE PRESSÃO ANULAR DE FUNDO ........................................... 110
V
12.2 DENSIDADE EQUIVALENTE DE CIRCULAÇÃO (Equivalent Circulating Density
- ECD) 110
12.3 DENSIDADE EQUIVALENTE ESTÁTICA X DENSIDADE EQUIVALENTE DE
CIRCULAÇÃO ........................................................................................................................... 111
12.4 POÇO HIDROSTATICAMENTE DESEQUILIBRADO ........................................ 111
12.5 CONTROLE DE POÇO PRIMÁRIO PARA PERFURAÇÃO CONVENCIONAL E
NÃO CONVENCIONAL ........................................................................................................... 112
12.6 PRESSÃO NO FUNDO DO POÇO CONSTANTE (CONSTANT BOTTOM HOLE
PRESSURE - CBHP) .................................................................................................................. 113
12.7 CABEÇA ROTATIVA (ROTATING CONTROL DEVICE - RCD) ...................... 114
12.7.1 CLASSIFICAÇÃO .................................................................................................. 115
13 DADOS PRÉVIOS ................................................................................................................. 115
13.1 PRESSÃO REDUZIDA DE CIRCULAÇÃO (PRC) ................................................ 115
13.2 CASO A PRC NÃO TENHA SIDO REGISTRADA (DE FORMA CORRETA) E O
POÇO ENTRE EM KICK, DEVE-SE UTILIZAR O SEGUINTE PROCEDIMENTO
OPERACIONAL: ....................................................................................................................... 116
13.2.1 SONDA COM BOP DE SUPERFÍCIE .................................................................. 116
13.2.2 SONDA COM BOP SUBMARINO ........................................................................ 116
13.3 FRICÇÃO DA CHOKE LINE ................................................................................... 117
13.3.1 MEDIDA DE PERDA DE CARGA NA LINHA DO CHOKE ATRAVÉS DA
DIFERENÇA DA PRC VIA RISER E DA PRC VIA CHOKE .......................................... 117
13.3.2 MEDIDA DE PERDA DE CARGA DA LINHA DE CHOKE ATRAVÉS DO
BOMBEIO DE FLUIDO POR ESTA LINHA E COM RETORNO PELO RISER.......... 117
13.4 DENSIDADE DOS FLUIDOS DAS LINHAS DE KILL E CHOKE....................... 120
13.4.1 ÁGUA NA LINHA DE CHOKE X LAMA NA LINHA DE CHOKE ................. 120
14 KILL SHEET .......................................................................................................................... 121
14.1 CONTEÚDO ................................................................................................................ 121
14.2 CÁLCULOS ................................................................................................................. 122
14.2.1 CALCULANDO CAPACIDADE INTERNA, DESLOCAMENTO E
DESLOCAMENTO DE COLUNA FECHADA (bbl/m): .................................................... 122
14.3 COMO CALCULAR O NÚMERO DE STROKES DA SUPERFÍCIE ATÉ A
BROCA 122
14.4 COMO CALCULAR O NÚMERO DE STROKES DA BROCA ATÉ A SAPATA
123
14.5 COMO CALCULAR NÚMERO DE STROKES DA BROCA ATÉ A SUPERFÍCIE
PASSANDO PELA LINHA DE CHOKE ................................................................................. 123
14.6 ALINHAMENTO ........................................................................................................ 126
15 MÉTODOS DE CONTROLE DE POÇO ............................................................................. 127
15.1 O MÉTODO DO SONDADOR .................................................................................. 127
15.1.1 PRIMEIRA CIRCULAÇÃO – EXPULSÃO DO FLUIDO INVASOR ............... 127
VI
15.1.2 SEGUNDA CIRCULAÇÃO – SUBSTITUIÇÃO DO FLUIDO ORIGINAL PELO
FLUIDO NOVO...................................................................................................................... 128
15.1.3 POR QUE A LAMA ANTIGA DO RISER É TROCADA DEPOIS DE MATAR O
POÇO 129
15.1.4 CUIDADOS NUMA OPERAÇÃO DE CONTROLE DE POÇO ........................ 130
15.2 O MÉTODO DO ENGENHEIRO .............................................................................. 130
15.2.1 PROCEDIMENTOS PARA CIRCULAÇÃO........................................................ 130
15.3 MÉTODO VOLUMÉTRICO ..................................................................................... 132
15.3.1 MÉTODO VOLUMÉTRICO ESTÁTICO ............................................................ 132
15.3.2 MÉTODO VOLUMÉTRICO DINÂMICO ........................................................... 136
15.4 PROCEDIMENTO PARA BULLHEADING ........................................................... 142
15.4.1 COMO A MIGRAÇÃO DO GÁS AFETA A TAXA DE BULLHEAD ............... 144
15.4.2 PROCEDIMENTO SE A OPERAÇÃO DE BULLHEADING FRACASSAR ... 145
15.4.3 ALTERNATIVA PARA BULLHEADING DURANTE AS MANOBRAS ......... 145
15.4.4 CONTROLE DE POÇO SUBMARINO COM HIDRATOS ............................... 145
15.5 PROCEDIMENTO AO LIGAR E DESLIGAR A BOMBA .................................... 146
15.5.1 PROCEDIMENTOS DE LIGAR E DESLIGAR E O PAPEL DO SUPERVISOR
146
15.5.2 AÇÕES A SEREM TOMADAS SE A PRC NÃO FOR CONHECIDA .............. 146
15.5.3 DETERMINANDO A PRESSÃO INICIAL DE CIRCULAÇÃO ....................... 146
15.5.4 PORQUE LIGANDO A BOMBA A PRESSÃO PODE NÃO SER IGUAL A PIC E
PORQUE DESLIGANDO A BOMBA A PRESSÃO PODE NÃO SER IGUAL A
ESPERADA ............................................................................................................................ 146
15.5.5 COMO A PERDA DE CARGA DA LINHA DA CHOKE MAIOR QUE SICP
AFETA O INÍCIO DO BOMBEIO ....................................................................................... 147
15.5.6 VERIFICANDO SE O POÇO ESTÁ MORTO DEPOIS DO PROCEDIMENTO
DE MATAR ............................................................................................................................ 147
15.6 CONSIDERAÇÕES DURANTE O CONTROLE .................................................... 148
15.6.1 MONITORAMENTO DOS TANQUES DURANTE OPERAÇÕES DE
CONTROLE ........................................................................................................................... 148
15.6.2 CONDUZINDO GÁS TRAPEADO NO BOP STACK ......................................... 149
15.6.3 REMOÇÃO DO GÁS TRAPEADO NO BOP ....................................................... 150
16 CONTROLE DE POÇO EM SITUAÇÕES ESPECIAIS .................................................... 150
16.1 PROBLEMAS NO CHOKE OU NO CHOKE MANIFOLD ................................... 151
16.2 PROBLEMAS COM A BOMBA DE LAMA ............................................................ 151
16.3 VAZAMENTOS NO BOP .......................................................................................... 152
16.4 PROBLEMAS NO SEPARADOR ATMOSFÉRICO ............................................... 152
16.5 PROBLEMAS NA BROCA ........................................................................................ 153
16.6 PROBLEMAS COM A COLUNA DE PERFURAÇÃO .......................................... 154
VII
16.7 CONTROLE DE POÇO COM PERDA DE CIRCULAÇÃO PARCIAL ............... 155
16.8 CONTROLE DE POÇO COM PERDA DE CIRCULAÇÃO TOTAL ................... 155
16.9 CONTROLE EM POÇOS NÃO VERTICAIS .......................................................... 156
16.10 EFEITO DA NÃO VERTICALIDADE DO POÇO .................................................. 157
17 GERENCIAMENTO DE RISCOS........................................................................................ 158
17.1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS .................................................................................. 158
17.2 PROCEDIMENTOS PARA A GESTÃO DE RISCOS ............................................ 158
17.3 DESCRIÇÃO DOS ESTUDOS DE RISCOS ............................................................ 159
17.4 ALTERAÇÃO DE PROJETOS ................................................................................. 160
17.5 PLANO DO POÇO...................................................................................................... 161
18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................. 167
VIII
1 PERFURAÇÃO, WORKOVER E COMPLETAÇÃO
1
perfuração, em uma unidade produtiva de óleo e, ou gás, completamente equipada e com os
requisitos de segurança atendidos, gerando receitas.
Ao longo da vida produtiva dos poços, geralmente são necessárias outras intervenções
posteriores à completação, designadas genericamente de workover, com o objetivo de manter
a produção ou eventualmente melhorar a produtividade.
Sem instalação de sondas, é possível realizar uma série de operações com cabo, tais como:
• Abertura ou fechamento de sliding sleeve;
• Substituição de válvulas de gas-lift;
• Registros de pressão;
2
Para evitar que componentes únicos criem uma possível falha total do sistema, uma
função de contingência (backup) deve estar presente no sistema. Todos os equipamentos de
controle devem sofrer manutenção e passar por testes de pressão e funcionamento, de acordo
com os procedimentos e política da companhia, garantindo um correto funcionamento e
integridade quando necessário.
As barreiras secundárias podem ser denominadas como um conjunto solidário de
barreiras, ou seja, são várias barreiras que atuam juntas com o objetivo de garantir a segurança
do poço evitando assim um blowout. Além disso, a barreira primária e as barreiras secundárias
podem ser chamadas por outras nomenclaturas:
3
1.3.1.2 TESTE DE FUNÇÃO
O teste de função também deverá ser realizado, já que um teste para ver se as funções
do BOP estão operando normalmente, porém a realização de um teste de função satisfatório
não substitui o teste de pressão.
4
• Verificar que todos os manômetros (painel do sondador, painel de controle, painel do
BOP), choke hidráulico, BOP estão prontos para trabalho;
• Obter mais prática/sensibilidade nas operações de entrada e retirada de bomba durante
controle.
1- Verificar se uma tool joint não está à frente da gaveta e se a última drill string safety
valve está acessível;
2- Fechar a gaveta;
3- Descer, vagarosamente, a coluna até o contato com a gaveta. Observar o indicador de
peso.
4- Na utilização de uma gaveta sem dispositivo de travamento automático, atuar as travas.
5
2 FORÇA, ÁREA, PRESSÃO
Pressão é definida como uma força atuando em uma unidade de área, conforme a figura:
F
P=
A
6
1º: calcula-se a pressão hidrostática do primeiro tipo de fluido;
2º: calcula-se a pressão hidrostática do segundo fluido,
3º: soma as duas pressões.
Exemplo:
Neste tipo de cenário, o fluido mais pesado está tentando expulsar parte do fluido mais
leve para fora do poço, porém como o poço se encontra fechado acabará resultando em
acréscimo de pressão no fundo poço e nos manômetros localizados no ponto onde se encontra
o fluido mais leve, isso devido os fluidos não conseguirem equilibrar as suas hidrostáticas. Esse
diferencial de pressão (ΔPressão) pode ser calculado através da seguinte fórmula:
8
2.5 PROGRAMA DE FLUIDOS
A principal função do fluido de perfuração, do ponto de vista da segurança do poço, é
gerar pressão hidrostática, cujo valor seja superior ou igual à pressão de poros das formações
para prevenir a ocorrência de kicks. A pressão hidrostática é uma barreira de segurança física,
também conhecida como controle primário do poço.
10
Consiste, portanto na medição de grandezas físicas, tais como velocidade angular,
torque, ângulo de deflexão, tempo, etc., que possam ser transformadas em unidades de tensão
e de taxa de cisalhamento, consequentemente, de viscosidade, através de equações deduzidas
a partir de princípios e leis da mecânica clássica. Os instrumentos ou equipamentos usados para
medir estas grandezas são denominados de viscosímetros ou reômetros.
A viscosidade de um fluido é caracterizada por sua resistência ao fluxo, ou movimento
relativo de quaisquer de suas partes devido ao atrito interno entre elas. A viscosidade de um
fluido pode ser alterada por aditivos como a bentonita. A viscosidade plástica de um fluido é
caracterizada pela concentração das partículas sólidas do fluido.
A força gel de um fluido é caracterizada pela sua resistência às variações de sua
velocidade (inércia do fluido). O limite de escoamento é caracterizado pela interação
eletroquímica das partículas sólidas do fluido.
Nas plataformas de petróleo é comum encontrar o viscosímetro de orifício conhecido
como funil Marsh. Tal equipamento é composto de um tubo ou orifício, geralmente disposto
na vertical, com comprimento pequeno quando comparado ao seu diâmetro. Machado (2002)
afirma que a indústria tem usado o viscosímetro de orifício devido à simplicidade e rapidez na
operação, tornando-se úteis para determinações relativas de fluidos newtonianos ou não-
newtonianos. Para investigações mais qualificadas, entretanto, os resultados medidos são
imprecisos e difíceis de serem interpretados.
Como exemplos de viscosímetros de orifícios disponíveis no mercado, podemos
destacar o Saybolt Universal, o Ford e o Funil Marsh (Figura), pelos Estados Unidos, o vaso
Redwood, pela Inglaterra, o vaso Engler, pela Alemanha, e o Barbey, pela França.
11
A concepção original, ainda segundo Machado (2002), desses viscosímetros se
fundamenta na lei de Hangen-Poiseuille, que estabelece que o tempo de fluxo de um volume
fixo de fluido através de um capilar é proporcional à viscosidade do fluido.
A viscosidade Marsh mede o tempo (em segundos) que um determinado volume de
fluido leva para passar por um funil, dando uma medida qualitativa da viscosidade do fluido A
medição é chamada de viscosidade de funil e é uma razão entre fluxo e tempo. Geralmente, é
a medida de tempo para o escoamento de um quarto de galão (aproximadamente 946 mL).
Existem também os viscosímetros rotativos, por exemplo, o Fann V. G. Metter mod.
35 A (Figura 8). Segundo Machado (2002) o princípio de funcionamento baseia-se na rotação
de um corpo cilíndrico, cônico ou circular, imerso em um líquido, o qual experimenta uma
força de resistência viscosa, quando se impõe uma velocidade rotacional ao sistema. A grande
vantagem destes viscosímetros é que as medidas podem ser efetuadas de modo contínuo por
longos períodos de tempo, para uma certa condição de tensão e de taxa de cisalhamento.
Portanto, outras medidas poderão ser efetuadas na mesma amostra e no mesmo
instrumento, sob outras condições. A dependência da viscosidade com o tempo, isto é, a
característica tixotrópica ou reopética, pode ser estudada nos viscosímetros rotativos, atributo
impossível nos viscosímetros tubulares e capilares.
Machado (2002) ainda comenta que o viscosímetro Fann VG Metter 35 A está baseado
no projeto original da Socony-Mobil Oil Company, cuja intenção era medir as propriedades
aparente e plástica, e o limite de escoamento dos fluidos de perfuração nos campos de petróleo.
O equipamento, portanto, apesar de ter sido projetado inicialmente para utilização no campo
pode servir para estudos mais apurados em laboratórios de pesquisa e de apoio ao ensino.
12
A determinação imediata das viscosidades aparente, da viscosidade plástica, do limite
de escoamento, ou do índice de consistência e do índice de fluxo, torna-o versátil e rápido para
utilização no campo. A construção de reogramas torna o seu uso possível nos laboratórios.
Pela Figura 9 é possível verificar exemplos de equipamentos utilizados nas medições
das principais propriedades dos fluidos de perfuração.
A Figura 10 contém um exemplo da prensa filtro, utilizada para realizar uma filtração
estática a baixa pressão. Essa propriedade mede a perda de fluido (em mililitros) através de um
papel de filtro sob determinada condição de pressão (100 psi) e à temperatura ambiente. É
possível ter uma ideia da quantidade de filtrado do fluido de perfuração que invade uma
formação permeável. Essa invasão ocorre porque, em condições normais de perfuração, o
fluido exerce uma pressão hidrostática superior à pressão da formação, o que provoca a invasão
do fluido. Assim, essa invasão é controlada pela formação de um reboco, formado pelos
aditivos sólidos nele contido.
13
2.5.8 MANTENDO A DENSIDADE DO FLUIDO
ρ = m,
v
Onde:
ρ: é a densidade
m: é a massa
v: é o volume
14
Figura 11: Medidores de densidade, viscosidade e pH (potencial de hidrogênio)
Procedimentos:
1. Recolha uma amostra de lama de perfuração limpa na área das peneiras, depois que os
detritos forem removidos pela peneira vibratória ou sistema condutor, enchendo o
recipiente de uma balança de lama.
2. Coloque o recipiente na balança e ajuste a peça móvel até nivelar. Faça a leitura da
densidade da lama (kg/m3) na escala.
3. Adicione água doce, conforme necessário, para diminuir a densidade da lama através
da diluição. Para aumentá-la, acrescente um material denso, como sulfato de bário em
pó (baritina) ou calcário.
15
2.5.9 ALTERAÇÕES NA DENSIDADE DO FLUIDO DEVIDO AO AUMENTO
DE TEMPERATURA, À DIMINUIÇÃO DE TEMPERATURA E AO
AUMENTO DE PRESSÃO GERADO SOBRE O FLUIDO
• O aumento na temperatura do fluido reduz a sua densidade.
• A diminuição da temperatura do fluido aumenta a sua densidade.
• O aumento de pressão gerado sobre o fluido aumenta a sua densidade.
ρe = P ÷ 0,1704 ÷ TVD
16
e entendida. Se for notado um aumento no volume de lama nos tanques, deve-se fechar o poço
imediatamente e verificar se há pressão.
Os sensores de nível são usados para detectar um nível adequado de lama. O mesmo
pode detectar com precisão o nível do tanque de lama, comunicar essa informação a um CLP
que dispara alarmes e evita situações de nível baixo de tanque de lama. A precisão e a
confiabilidade do sensor de sonda de lama garantem o tempo de operação durante a perfuração.
Portanto, deve estar sempre calibrado.
Segue abaixo alguns fatores que podem afetar os monitoramentos dos tanques de lama:
• Transbordamento de fluido nas peneiras (diminui o nível dos tanques);
• Movimentação de guindaste (atrapalha o monitoramento dos tanques com relação a
perdas e ganhos de volume);
• Condições climáticas (aumenta o nível dos tanques);
• Variação do nível do mar (interfere diretamente no monitoramento dos tanques em
sondas flutuantes);
• Transferência de fluido sem avisar (aumenta o nível dos tanques);
• Fluido à base de óleo e zonas de baixa permeabilidade (gera pequenos ganhos de
volume nos tanques, é mais demorado para perceber um aumento no nível dos tanques);
• Efeito ballooning (gera fluxo e ganho com as bombas desligadas);
• Quando liga o desareador ou o dessiltador sem comunicar ao sondador (diminui o nível
do tanque);
17
2.8 TERMINOLOGIAS DE CONTROLE DE POÇO E CARACTERÍSTICAS DA
FORMAÇÃO
18
as três fases bem definidas. Dependendo das características do reservatório, pode-se, por
exemplo, encontrar o gás dissolvido no óleo.
19
gás associado ou não ao petróleo, em ambientes exploratórios de Terra, Mar Pós-Sal ou Mar
Pré-Sal.
20
massa específica da lama e um consequente decréscimo da pressão no poço que pode ser
suficiente para gerar um kick.
Pequenas quantidades de gás no fluido de perfuração que retornam à superfície são
registradas pelos detectores de gás. A quantidade de gás registrada por estes instrumentos é
expressa termos de Unidades de Gás Total (UGT) que é uma medida arbitrária e não
padronizada entre os vários fabricantes de detectores de gás. Para algumas companhias 50 UGT
representa 1% de gás na lama, para outras 30 UGT representa 1% de gás na lama que
corresponde a uma concentração equivalente a 10.000 ppm. Quando quantidades maiores de
gás estão presentes no fluido de perfuração, o corte se manifesta por uma redução da massa
específica do fluido na superfície quando medida com uma balança densimétrica não
pressurizada.
Embora a massa específica do fluido de perfuração muitas vezes esteja bastante
reduzida na superfície, a pressão hidrostática no poço não decresce significativamente, pois a
maior expansão do gás ocorre próximo à superfície. Assim, na maioria dos casos, o corte do
fluido de perfuração por gás não provoca a ocorrência de um kick. Entretanto, é importante
que o gás já incorporado ao fluido de perfuração seja removido na superfície pelo uso de
desgaseificadores e que a causa da contaminação seja identificada e eliminada. Existem várias
maneiras nas quais o gás se incorpora à lama. As mais comuns designam o tipo de
contaminação, tais como:
• Gás de fundo ou background: é o gás na lama oriundo das formações pouco permeáveis.
A leitura do detector de gás permanece constante ao longo da perfuração. Variações
para mais nesta leitura devem ser investigadas;
• Gás de manobra: é o gás que aparece na superfície após tempo necessário à circulação
do espaço anular (bottom’s up) após uma manobra. Pode indicar que houve pistoneio e
um ajuste na margem de segurança de manobra é recomendável;
• Gás de conexão: é o gás que aparece na superfície após a circulação de um bottom’s up
após uma conexão. Ele é gerado pela redução da pressão no fundo do poço (BHP)
devido cessação das perdas de carga por fricção no espaço anular quando a bomba de
lama é desligada para a conexão, associado ao efeito do pistoneio devido ao movimento
de subida da coluna para a conexão. Recomenda-se um ajuste na margem de segurança
de manobra, aumentando o peso específico do fluido de perfuração;
• Gás dos cascalhos perfurados: gás proveniente de formação com alta porosidade e
portadora de gás quando está sendo perfurada. O gás contido nos poros dos cascalhos
desta formação se libera dos mesmos e se expande quando trazido à superfície,
21
causando um decréscimo de pressão no poço que pode ser suficiente para gerar um
kick. Quando esta condição existe, deve-se tomar uma ou algumas das seguintes ações:
▪ Redução da taxa de penetração;
▪ Aumento da vazão de bombeio;
▪ Parada da perfuração e circulação de um bottom’s up em intervalos de tempo
regulares.
A redução da pressão a uma determinada profundidade pode ser estimada pela seguinte
equação:
22
Onde ΔP é o decréscimo da pressão devido ao corte por gás em psi, ρ m é a massa
específica da lama original em lb/gal, ρmc é a massa específica da lama cortada em lb/gal, Ph é
a pressão hidrostática da lama não cortada na profundidade da zona portadora de gás em psi.
É importante que se faça uma verificação da redução da pressão no fundo do poço para
cada ocorrência de corte de lama por gás, e a melhor verificação após a identificação da lama
cortada por gás é a realização de um flowcheck. Caso o flowcheck dê resultado positivo (está
fluindo com a bomba desligada) deve-se fechar o poço imediatamente.
b) Underbalance.
3.7 BLOWOUT
Blowout é o fluxo totalmente descontrolado de fluidos da formação para o interior do
poço e do poço para a superfície, ao vencer a primeira e a segunda barreira de segurança (BOP
e equipamentos de superfície). Um kick deve ser detectado o mais prontamente possível e o
fluido invasor deve ser removido do poço. Se a equipe da sonda falhar na detecção ou na
remoção do kick, o fluxo de fluidos da formação pode se tornar sem controle, gerando uma
situação de blowout.
Os blowouts podem trazer perdas de vidas humanas, reservas e equipamentos, prejuízo
à imagem da companhia operadora e danos ao meio ambiente. Embora os kicks e blowouts
sejam mais comuns na fase de perfuração do poço, eles podem ocorrer durante qualquer
operação realizada no poço durante a sua vida produtiva.
24
3.8 POROSIDADE E PERMEABILIDADE
A porosidade e a permeabilidade são propriedades do máximo interesse, sob o ponto
de vista prático, principalmente quando se pretende explorar um fluido que preenche os
espaços intersticiais de uma rocha. Denomina-se por porosidade a relação entre o volume de
espaços ocos de uma rocha e o volume total da mesma. Estes espaços podem estar preenchidos
por gases, água ou petróleo. A porosidade é quem dita o volume máximo de fluidos que uma
rocha é capaz de armazenar.
Figura 16
• Kicks ocorrerão mais rápido em rochas com alta permeabilidade e com um grande
diferencial de pressão (exemplo: Pressão da formação = 5500 psi e Pressão hidrostática
= 5100 psi).
25
• Zonas de baixa permeabilidade e fluidos de perfuração base óleo podem atrapalhar o
sondador identificar um kick, devido ao gás entrar em solução no fluido a base de óleo
fazendo com que o ganho de volume nos tanques possa ser menor do que o volume de
kick que entrou no poço, isso resultado da solubilidade do gás no fluido.
26
Figura 18: Pressão de formação anormalmente alta
Isso ocorre em decorrência de falhas geológicas, de fluido aprisionado em folhelhos
(rocha com baixíssima ou nenhuma permeabilidade), de domos salinos, e da possível
comunicação de poços injetores com reservatórios que estejam sendo perfurados.
27
3.9.1 FALHAS GEOLÓGICAS
A pressão da formação normalmente aumenta com a profundidade. Porém, se rochas
rasas se encontrarem deslocadas em relação a outras rochas originais mais profundas, elas
podem apresentar pressões mais altas do que as normais.
A passagem por uma falha durante a perfuração pode acarretar num rápido aumento de
pressão da formação, gerando altas pressões em um curto espaço de tempo. Quando há domos
salinos próximos a área de perfuração, regiões de altas pressões podem ser encontradas em
falhas localizadas ao redor dos mesmos.
28
3.9.3 FORMAÇÕES ESPESSAS DE SAL (DOMOS SALINOS)
Altas pressões são sempre encontradas dentro e abaixo de espessas camadas de sal, pois
tais camadas são plásticas e transmitem todo peso litostático para as camadas subjacentes.
Pressão Normal
Pressão Anormal
29
4 MARGEM DE SEGURANÇA DE RISER (MSR)
As sondas flutuantes que operam em águas ultra profundas são mantidas na posição de
perfuração por um sistema conhecido pelo nome de posicionamento dinâmico. A sonda é
conservada no local de operação por propulsão própria não utilizando assim um sistema de
âncoras. Se por algum motivo esse sistema não conseguir manter a sonda na posição
verticalmente acima do poço, o riser tem que ser desconectado hidraulicamente da cabeça do
poço para evitar danos a esse conjunto de equipamentos. Se no momento da desconexão do
riser existir uma coluna de perfuração no poço, ela será cortada por um elemento do BOP
chamado de gaveta cisalhante.
No caso de uma desconexão do riser acidental, há um problema que deve ser
considerado, a pressão hidrostática no poço. Quando essa desconexão de ocorre, a pressão no
poço é reduzida devido à perda parcial de pressão hidrostática no poço devido à remoção do
riser. Ou seja, a pressão hidrostática do fluido de perfuração no interior do riser é substituída
pela pressão hidrostática da água do mar. Essa redução de pressão pode ser suficiente para
gerar um kick no poço.
Para que isto não se verifique, ao peso do fluido de perfuração deve ser adicionada uma
margem de segurança conhecida com o nome de Margem de Segurança do Riser (MSR) para
compensar essa perda de pressão hidrostática no interior do poço. Quando a lâmina de água
aumenta, o valor dessa margem de segurança também aumenta resultando numa elevação do
30
peso do fluido de perfuração a ser utilizado. Quando esse valor se torna incompatível com as
pressões de fratura existentes, essa margem não pode ser utilizada no valor calculado para
prevenir um kick num evento de desconexão acidental do riser.
Se a pressão de fratura da formação permitir uma densidade mais alta de fluido no poço,
esta densidade deve ser aumentada, de forma a prevenir essa perda de hidrostática no caso de
uma desconexão do riser, a este adicional de densidade dá-se o nome de Margem de Segurança
de Riser (MSR). A densidade de fluido com a margem de segurança de riser pode ser obtida
através da fórmula abaixo:
MSR = [(PH riser – PH água do mar) ÷ 0,1704 ÷ (TVD – Lâmina d’água – Air gap)] + ρfluido
Durante as operações de manobra, o poço precisa ser abastecido com o mesmo volume
que está sendo removido (volume calculado) para evitar que um kick ocorra.
O tampão de manobra é um fluido mais denso que é bombeado para o interior da coluna
de perfuração para realizar uma operação de manobra de retirada de coluna seca (manobra sem
banho). Esse tampão tem como objetivo reduzir o nível de fluido no interior da coluna de
perfuração deixando alguns metros do tubo vazio, porém sem perder a hidrostática que já
existia na tubulação.
O tampão será deslocado para o interior da coluna usando o fluido de perfuração, para
posicionar corretamente o tampão no interior da coluna é preciso levar em consideração o
volume das linhas de superfície. Para calcular esse volume para posicionar o tampão,
precisaremos conhecer o ID das linhas de superfície e seu comprimento.
Uma vez que o tampão foi bombeado para o interior da coluna de perfuração o mesmo
volume bombeado será recebido no tanque ativo, imediatamente após esse bombeio o retorno
do poço deverá ser direcionado para tanque de manobra (trip tank), pois retornará um volume
a mais de fluido que decorrente da estabilização do tubo em U. Esse volume a mais que retorna
depois do deslocamento do tampão é usado para calcular a redução de nível na coluna e com
isso saberemos qual é a posição do tampão na tubulação.
31
Figura 24: Momento que o tampão foi deslocado para o interior da coluna
32
mesmo. As providências imediatas devem ser tomadas, independentes da presença de fluxo. A
grande vantagem disto é que se pode controlar o kick enquanto o ganho ainda é pequeno.
É evidente que se os procedimentos corretos não forem adotados, o fluxo surgirá e com
o risco de descontrole. O controle do volume de abastecimento, principal indicador, deve ser
feito através de um tanque de manobra e do preenchimento da planilha de manobra (trip sheet).
Quando se precisa determinar a existência de alguma anormalidade, faz-se um flowcheck.
Quando há baixa vazão de influxo seja por causa de baixa permeabilidade da formação
ou baixo diferencial de pressão hidrostática com a pressão da formação, torna-se difícil a
detecção do influxo. Para ter uma melhor afirmação é preferível fazer um alinhamento com o
tanque de manobra, trip tanque. Com uma vazão de retorno baixa alinhada ao tanque de
manobra, trip tanque, pode-se perceber que há um influxo no poço pela variação de volume no
mesmo.
Neste caso o deslocamento é apenas o do aço retirado, visto que a lama no interior da
coluna escoa para dentro do poço. Deve-se estar atento para qualquer diferença entre o volume
calculado e o realmente cedido ao poço. Com isto se determina qualquer anormalidade.
Este não é um método de abastecimento confiável, visto que, por falha humana, pode-
se deixar de ligar a bomba nas ocasiões necessárias, além disso, este meio de abastecimento
dificilmente fornece um controle quantitativo do abastecimento e sim qualitativo. Isto resulta
em se adiar a detecção de um kick.
O uso deste tipo de tanque de manobra para abastecer o poço, após a retirada de
determinada quantidade de seções, permite um controle quantitativo do abastecimento, porém
é muito trabalhoso e pode resultar também em esquecimento. Este tipo de tanque de manobra
está em desuso.
34
Grupo de Volume Inicial Medido Calculado Diferença Diferença
Seção de do Trip Tank Abastecimento Abastecimento (bbl) Acumulativa
DP (bbl) do Poço (bbl) do Poço (bbl) (bbl)
Caso essas planilhas de manobra (trip sheets) não sejam mantidas atualizadas não
poderemos detectar os eventos de pistoneio, pois uma vez acompanhando o volume deslocado
e volume calculado que poderemos perceber se tem ou não anormalidades durante a operação
de manobra que seriam causados por possíveis pistoneios ou até mesmo se o abastecimento do
poço está sendo feito da maneira correta.
36
Finalmente, na ponta de um revestimento existe um equipamento chamado sapata.
Logo, ela é perfurada pela broca que irá passar por dentro do revestimento. Assim, é muito
comum se usar a expressão profundidade de assentamento da sapata como sinônimo de
profundidade de assentamento do revestimento.
Centralizadores são posicionados no revestimento antes da sua descida. Eles favorecem
uma boa instalação do revestimento, porém podem ser um problema quando são utilizados,
pois os centralizadores aumentam as chances de surgimento de pressão (surging) na descida
do revestimento.
• Ser estanque;
• Ter resistência compatível com as solicitações;
• Ter dimensões compatíveis com as atividades futuras;
• Ser resistente à corrosão e à abrasão;
• Apresentar facilidade de conexão;
• Ter a menor espessura possível.
37
6.4 CLASSIFICAÇÃO DAS COLUNAS DE REVESTIMENTO
• Condutor;
• Revestimento de superfície;
• Revestimento de intermediário;
• Revestimento de produção;
• Liner;
• Tie Back
38
(aproximadamente 18 cm), embora muitos liners coincidam com o diâmetro da tubulação de
produção.
A tubulação de produção é, por conseguinte, instalada no interior da última coluna de
revestimento e a tubulação de coroa circular é normalmente fechada na parte inferior do tubo
por um packer. A tubulação é mais fácil de remover para manutenção, substituição ou para
diversos tipos de operações (workover). É significativamente mais leve que o revestimento e
não necessita de um equipamento de perfuração para ser executada dentro e fora da perfuração;
"sondas de serviço" menores são utilizadas para esta finalidade.
O tie back é a complementação de uma coluna de liner até a superfície, quando as
limitações técnicas ou operacionais exigirem a proteção do revestimento anterior. Diâmetros
típicos 9-5/8’’, 7’’ e 5-1/2’’.
*No contexto de revestimento, um liner é uma sequência parcial de tubo que não retorna à
superfície, podendo ou não ser cimentado.
6.5 CIMENTAÇÃO
Uma outra possível falha da cimentação primária, que precisa ser corrigida, se refere a
falta de isolamento do topo do liner. Tais falhas são decorrentes das condições adversas
encontradas para a sua cimentação, como anular pequeno e difícil centralização do liner.
Cuidados adicionais devem ser tomados na interpretação da qualidade da cimentação nos topos
de liner, onde a leitura elevada da amplitude do CBL pode ser decorrente justamente da boa
qualidade da cimentação e da presença do revestimento por detrás do liner.
40
para tamponamento de canhoneados são aqueles relacionados com a excessiva produção de
água ou gás.
Uma razão água-óleo (RAO) elevada apresenta várias desvantagens como perda de
energia do reservatório, dispêndio de energia em elevação artificial e custos com tratamento e
descarte, além de riscos de degradação ao meio ambiente. Uma elevada produção de água pode
ser conseqüência da elevação do contato óleo/água devido ao mecanismo de produção (influxo
de água), ou injeção de água. Isto ode ser agravado pela ocorrência de cones ou fingerings,
falhas na cimentação primária, furo no revestimento ou uma operação de estimulação atingindo
a zona de água.
Se a zona produtora é espessa, pode-se tamponar os canhoneados e recanhonear apenas
na parte superior, o que resolve o problema temporariamente. O aparecimento de água se torna
um problema mais complexo quando há permeabilidade estratificada. A variação de
permeabilidade ao longo da zona, verticalmente, provoca um avanço diferencial da água
conhecido como fingering, cujo efeito pode ser minimizado com a redução de vazão. Quando
uma fratura mal dirigida alcança uma zona de água, tal fato geralmente inviabiliza a produção
desta zona, visto que este contato se localiza dentro da formação e ainda não se dispõe de
metodologia eficiente para correção deste problema.
Uma razão gás-óleo alta pode ter como causa o próprio gás dissolvido no óleo, o gás de
uma capa ou aquele proveniente de uma outra zona ou reservatório adjacente. Esse ultimo caso
pode ser produto de uma falha de cimentação primária, furo no revestimento ou de uma
estimulação mal concretizada.
A produção excessiva de gás, devido a formação de cone, pode ser contornada
temporariamente completando-se o poço apenas na parte inferior. Um cone de gás é mais
facilmente controlado pela redução da vazão do que o de água. Isto se deve a maior diferença
de densidade entre o óleo e o gás. O fechamento do poço, temporariamente, é também uma
técnica recomendada para a retração do cone de gás ou água.
41
Basicamente, em se tratando de pontos localizados ou pequenos intervalos de
revestimento danificados, a técnica utilizada é semelhante à empregada em tamponamentos de
pequeno número de canhoneados. No caso de trechos longos, o tratamento é similar ao de
canhoneados extensos.
7 CAUSAS DE KICKS
Um kick pode ocorrer a qualquer momento, desde que a pressão dos fluidos da
formação se torne maior do que a pressão hidrostática do interior do poço. Esse cenário de
underbalance pode acontecer por diversas maneiras diferentes, maneiras essas que podemos
chamar de causas de kicks. Seguem abaixo as causas de kicks:
7.1 MÁ CIMENTAÇÃO
42
cimento não criou um bom isolamento. Ao contrário, se não houver fluxo significa que a
cimentação foi adequada, e a próxima operação tem início.
43
Se um elemento de auto-preenchimento (autofill-tube type) do revestimento falha no
momento em que fosse se converter em válvula de retenção (check valve) também poderá
permitir que fluidos do anular ou da formação entrem no revestimento possam reduzir a BHP.
Por isso que quando descendo revestimento em poço aberto, o benefício do abastecimento de
rotina é proporcionar suporte hidrostático para os componentes do revestimento, caso o
elemento float abra diminui o risco de redução da hidrostática do poço já que a tendência é
que ela esteja equalizada com a hidrostática dentro do revestimento.
Um colar ou sapata com dispositivo auto-enchimento (self-fill) se estiver entupida será
observado, que o volume de retorno no tanque de manobra durante a descida da coluna
aumentará do volume de deslocamento (volume de aço) da coluna mais o volume interno da
coluna de revestimento.
Uma redução na BHP poderá ocorrer devido a indução de perda devido ao surgimento
de pressão (surging/pistoneio) na descida do revestimento que resulta em uma diminuição do
nível de fluido de perfuração no poço podendo ocasionar um influxo.
É um teste numa barreira no qual a pressão aplicada no lado da barreira voltado para a
superfície (topo do tampão) é maior que a aplicada no lado da barreira voltado para a formação
(base do tampão). Caso o tampão esteja com falhas a pressão de bombeio cairá.
44
7.1.6.2 TESTE NEGATIVO DE PRESSÃO
É um teste de uma barreira onde a pressão acima dessa barreira é reduzida para um
valor menor que a pressão abaixo dela. Caso o tampão esteja com falhas a pressão hidrostática
no fundo do poço diminuirá e o poço irá fluir.
45
Figura 32: Pistoneio na retirada da coluna
O pistoneio ocorre quando a coluna de perfuração vai sendo retirada do poço, a lama
tende a acompanhar a ascensão dos tubos criando uma espécie de arraste de fluido para a
superfície criando assim uma redução na pressão hidrostática no poço. Este efeito constitui-se
no pistoneio hidráulico. O valor estimado do pistoneio hidráulico ΔP (também conhecido como
swab) ou surge pressure que é o efeito de sobrepressão devido a descida da coluna e tem o
mesmo valor do swab, pode ser calculado pela seguinte equação:
(L LE) (L VP V )
P = +
60,96(Dh − Dp) 18287 (Dh − Dp)2
46
• Espaço anular muito estreito.
Quando a coluna de perfuração está sendo inserida no poço, o espaço anular do poço
muito estreito combinado à uma alta força gel do fluido de perfuração e a alta velocidade de
manobra tende a forçar o fluido de perfuração contra a formação, causando um aumento de
pressão no fundo do poço. Este aumento é chamado de surging pressure. Inserir a coluna muito
rápido no poço, pode levar a uma fratura e perda de circulação. Esta situação é de extrema
importância em poços com uma margem muito pequena entre a pressão de poros e de fratura.
47
Figura 34: Abastecimento do poço com o uso do trip tank
𝚫𝐩
𝚫𝐡 = 𝟎,𝟏𝟕𝟎𝟒⋅𝝆 𝐟𝐥𝐮𝐢𝐝𝐨 , onde:
𝟐𝚫𝐏
𝐌𝐒𝐌 = (𝟎,𝟏𝟕𝟎𝟒⋅𝐡), onde:
48
ΔP = pistoneio hidráulico;
h = profundidade do poço.
Sabe-se que a pressão hidrostática de uma coluna de fluido, depende do peso específico
do fluido considerado e da altura da coluna. Portanto quando pelo menos um desses elementos
sofre variação, tem-se variação da pressão hidrostática. Existem alguns casos em que se tem
redução da pressão hidrostática, tais como:
Caso o fluido tenha a sua densidade reduzida, de alguma forma, por um fluido mais
leve ou por um dos cenários abaixo, um kick poderá ocorrer quando for atingida uma formação
permeável que contenha fluidos. Uma densidade insuficiente resultará em uma redução da
pressão hidrostática no fundo do poço afetando assim o controle primário do poço.
A perda de circulação total faz com que o nível de lama (h) no poço caia, diminuindo
consequentemente a pressão hidrostática da lama. Quando isto ocorre e o nível de lama no poço
diminui reduzindo rapidamente a pressão hidrostática no poço, já que nessa perda não tem
retorno de fluido para a superfície. Esta condição é verificada normalmente em áreas onde há
reservatórios de calcário fraturado ou permeável, ou em zonas onde tem cavernas gerando
assim uma perda total de circulação.
49
Figura 35: Zonas de perda total de circulação
Parte do fluido de perfuração está sendo perdido para a formação, porém continua-se
tendo fluxo de retorno de fluido para a superfície, entretanto esse fluxo de retorno é menor do
que o que retornava antes. Outro fator que ajuda a identificar é que o nível do tanque estará
diminuindo muito mais do que o volume necessário para preencher o intervalo de poço que foi
perfurado.
Quando há perdas de circulação, elas devem ser controladas no menor tempo possível,
existem certos procedimentos e diferentes mecanismos para o seu controle. Deve-se notar que
nem todas os tratamentos utilizados para as diferentes operações de poço são eficazes, pois
dependerá das características da rocha, sua permeabilidade, porosidade, danos à formação,
entre outros. Para cada tratamento é utilizado um plano de contingência diferente, cada
prestadora de serviço tem sua forma de mitigar perdas.
Material de Perda de Circulação (LCM), são componentes sólidos, com os quais os pills
(tampões) são preparados para controle de perda, geralmente os tampões são condicionados
usando o fluido de perfuração da operação, então o material de controle de perda considerado
conveniente é adicionado, levando em consideração o volume de fluido que está sendo perdido.
51
Da formação em que ocorre a perda e do tipo de material de ponte a ser realizado, a quantidade
de material adicionado está diretamente relacionada com a gravidade da perda de circulação.
No entanto, o material de combate a perda de circulação adicionado ao tampão causa
danos à formação, em comparação com o dano causado se o fluido continuar migrando para a
formação, o dano será muito menor. O controle das perdas de forma eficiente dependerá das
ações do engenheiro de fluidos e dos materiais disponíveis no local. Caso ocorra a perda de
circulação na formação produtora, os materiais de perda de circulação devem ter a propriedade
de serem retirados da formação uma vez controlada a perda, é aí que ao controlar um problema
é gerado um novo, já esses materiais aderem à parede do poço e sua remoção é difícil.
Esses tipos de material de perda são conhecidos por serem planos e escamosos, e sua
rigidez pode variar. A classificação neste grupo é um pouco mais complexa do que nos demais
materiais de perda, pois alguns materiais em flocos tendem a ter composição granular ou
fibrosa, mas devido ao fato de os pequenos flocos predominarem, eles entram neste grupo
(cascas de sementes e algodão). Os materiais em flocos comumente usados no controle de
perdas são:
• Flocos de celofane (Folha fina e flexível, como o papel transparente, feita de viscose
solidificada, que é usada principalmente para embrulhar objetos e protegê-los da
umidade);
• Cortiça;
52
• Mica;
• Casca de caroço de algodão.
Esses tipos de materiais possuem menor rigidez, e formam uma estrutura emaranhada
na abertura da formação (Figura abaixo) o que os torna materiais amplamente utilizados,
devido à sua rápida ação e estrutura.
53
Figura 39: Material fibroso de controle de perda
Esses materiais de controle de perdas são constituídos por uma mistura de materiais
fibrosos, granulares e escamosos, em diferentes proporções, esses tipos de materiais são de
suma importância devido à variedade de tamanhos de partículas, o que torna a distribuição de
tamanhos uma vantagem, por ter uma ampla gama.
O tampão de vedação de alta filtração (Figura), é uma mistura de três componentes ou materiais
que são:
55
• Fibra sintética;
• Fibra de celulose;
• Minerais particulados;
VANTAGENS
56
• Assim que o tampão se estabiliza na fratura ela forma uma rede fibrosa;
• Termicamente estável até 350 °F (176,7 ºC);
• Não requer um retardador ou ativador;
• Seu desempenho é independente da temperatura e do tempo de operação;
Figura 42: Tampão gerado pelo tampão de vedação devido ao alto vazamento
DESVANTAGENS OU LIMITAÇÕES
57
Figura 43: Fibra solúvel em ácido
VANTAGENS
DESVANTAGENS OU LIMITAÇÕES
VANTAGENS
DESVANTAGENS OU LIMITAÇÕES
59
● Gravidade específica: 2,4 - 2,6.
VANTAGENS
DESVANTAGENS OU LIMITAÇÕES
Trate todo o sistema de fluido de perfuração com LCM de grafite deformável fino e
perfure a zona de fraqueza com o LCM no fluido de perfuração. Como o LCM tem um tamanho
de partícula grande, os agitadores devem ser equipados com telas de 20 ou 40 mesh ou mais
grossas para manter o material efetivo no sistema (ou contornar os agitadores completamente).
É desejável e necessário manter todo o espectro de tamanho de partícula no sistema.
Conforme a zona fraca é perfurada, pequenas fraturas curtas serão criadas, mas
preenchidas e conectadas com o LCM. A zona fraca será selada e fortalecida. Conforme o peso
da lama (densidade) é aumentado, mas pequenas fraturas são formadas e conectadas. Este
método é o mais eficaz, mas é melhor limitar a perfuração por causa do acúmulo de sólidos de
perfuração no sistema de lama.
61
7.7.8 TAMPÕES DE REFORÇO
Esses tipos de materiais são classificados como plugues macios ou fortes. Os plugues
macios têm uma massa sólida, mas têm pouca ou nenhuma força de compressão e formam uma
consistência elástica. Os plugues fortes, ao contrário dos plugues macios, têm uma alta força
de compressão, sua desvantagem em relação aos plugues macios é a remoção desse material
uma vez que o poço esteja controlado. Alguns dos tampões usados em fluidos à base de água
são:
● Injeção de pressão de alta perda de filtrado;
● Óleo diesel/bentonita;
● Polímero reticulado;
● Óleo diesel/bentonita/cimento;
● Tampão de cimento.
Deve-se levar em conta que um tampão de material de controle eficaz geralmente surge
da combinação de dois ou mais materiais, uma vez que a mistura dos diferentes materiais
mencionados acima enriquece o tampão e melhora sua ligação, vedação e desempenho ideal, é
aconselhável usar materiais de origem natural, como micas, grafite, celofane e fibras de
celulose. Um fator importante a levar em consideração ao determinar a distribuição de
partículas é a presença de MWD ou ferramentas direcionais, que são propensas a obstruir com
tamanhos de partículas grossas e isso pode causar danos a essas ferramentas. O recomendado
é, dependendo da profundidade das ferramentas, desmontar, retirá-las do tubo e bombear o
tampão.
62
Algumas empresas utilizam este tipo de tratamento para evitar qualquer eventualidade
durante a perfuração, este tratamento é desenvolvido através do aprimoramento das práticas de
perfuração, seleção adequada do fluido de perfuração e adição contínua de materiais ao sistema
de circulação de fluidos do poço. Uma série de atividades pode ser implementada para reduzir
ou minimizar a perda de circulação, tais como:
1. Localize o revestimento de forma que o gradiente de fratura na sapata seja suficiente para
suportar a pressão hidrostática das lamas mais pesadas que são subsequentemente injetadas,
para intervir nas camadas de rocha subjacentes.
2. Minimize as pressões de fundo, evitando o movimento do tubo em velocidades críticas
durante o deslocamento, sejam elas ações de suavização e principalmente de surging. O surging
gera excesso de pressão na hora de abaixar o tubo e se a velocidade ultrapassar a crítica, uma
perda pode ser induzida.
3. A ROP é muito alta, resultando em cortes aumentados e maior carga de sólidos no espaço
anular, resultando em aumento de ECD. Por esse motivo, se você tiver um ECD muito próximo
ao gradiente de fratura, a taxa de penetração deve ser reduzida.
4. O início ou parada brusca das bombas de lama pode gerar um aumento ou diminuição
repentina nas pressões de fundo. Iniciar as bombas de lama muito rapidamente pode causar um
aumento de pressão que, por sua vez, pode formar uma fratura induzida. O equívoco mais
comum que ocorre é que, para superar a força de gel da lama, as bombas são programadas para
uma taxa de curso alta, resultando em pressões excessivas no fundo.
5. Controlar as propriedades da lama, uma vez que altas viscosidades e altas forças de gel
geram um aumento na pressão de surging, cada vez que a circulação é interrompida e
restaurada.
Nas perfurações em intervalos longos, devem ser instaladas telas, combinadas com o
sistema de remoção de sólidos, para garantir que os materiais de perda permaneçam no fluido
63
e aumentem sua quantidade de sólidos e a viscosidade do funil, pois para intervalos maiores
devem ser aumentadas as concentrações, esta é uma desvantagem porque mais despesas devem
ser incorridas com o uso de mais produtos químicos.
LIMITAÇÕES
Nos tratamentos corretivos, um tampão deve ser desenhado para controlar as perdas,
com esse tipo de tratamento são controlados todos os tipos de perdas de circulação conhecidas,
uma vez conhecido o tratamento a ser utilizado, o tampão é definido. As condições em que
ocorreu a perda de circulação, oleodutos, tipo de perda, severidade da perda, entre outros, esta
análise gera um indicador de porque a perda se originou, localize a zona de perda de fluidos e
o possível tratamento que pode ser dado à situação. Para realizar um controle correto das
perdas, é feita uma correlação entre a técnica e a severidade, juntamente com o tipo de material,
sua composição e função serão analisadas.
Para controlar as perdas por filtragem, uma vez ocorridas, o procedimento para controlá-las é:
1. Remova o tubo e aguarde, para determinar o volume de fluido perdido e a quantidade de
retornos na superfície, caso seja estabelecido que é uma perda por vazamento, prossiga para a
etapa 2.
2. Se o poço não ficar cheio durante o tempo de espera, proceder a misturar um volume de
lama de aproximadamente 50 barris, com material residual, que contenha agentes de ponte ou
tamponamento finos, caso não os injete é adicionado ao fluido um agente de retenção de
infiltração.
3. Reduza o peso da lama, se possível, caso a perda seja causada por fraturas induzidas.
Anteriormente, o uso de LCM já foi discutido, para o controle de perdas, nesta seção o
uso de diferentes técnicas de controle, como o uso de agentes de vedação, injeção de pressão
de alta perda de filtração, plugues, e hard plugs é descrito em mais detalhes. Todos pertencentes
ao grupo MCL e dependendo da gravidade da perda.
64
7.7.9.8 USO DE AGENTES SELANTES (OBTURADORES)
Esta técnica deve ser utilizada na filtração e perdas parciais de circulação, embora
também possa ser utilizada em perdas totais menos graves, o procedimento recomendado por
MI Swaco18 é o seguinte:
1. Estabeleça o ponto aproximado de perda, o tipo de formação que a lama está tomando, a
altura da lama no poço e a taxa de perda. O ponto de paralisação está provavelmente localizado
logo abaixo da sapata de cimento de revestimento, quando uma fratura de formação causada
por um aumento na pressão é antecipada.
2. Use o tubo de perfuração aberto para instalar o plugue, se possível. Caso contrário, use
brocas de conduíte abertas ou brocas de jateamento após remover os bicos. Se os materiais
devem ser colocados através de uma broca com jato ou ferramentas MWD / LWD, use agentes
intermediários a finos para evitar entupir a broca.
3. Misture uma pasta de material residual. Os agentes mesclados, granulares, fibrosos e
escamados de tamanho grosso, médio e fino estão disponíveis comercialmente e podem
substituir as misturas que são adicionadas separadamente. Use lama do sistema de circulação
ou misture LCM em uma pasta de bentonita viscosa preparada recentemente.
4. Bombeie a pasta de material de perda através do tubo de perfuração aberto na frente da zona
de perda. Bombeie em baixa velocidade até que os materiais sejam capazes de estancar o
vazamento. Repita novamente se o poço não encher e, em seguida, use uma técnica de injeção
de argamassa de filtrado de alta perda se nenhum sinal de sucesso ainda tiver sido obtido.
65
01 - TAMPÃO VISCOSO: São tampões que manejam uma viscosidade de funil muito
superior à do sistema circulante, e cuja função é auxiliar na extração de cascalhos de perfuração
de poços verticais ou desviados durante a circulação do fluido, a fim de ter a coluna de fluidos
livre de sólidos. Também são chamados de tampão de alta reologia ou carreamento, podem ser
preparados com géis, bentonitas e polímeros, dependendo da área onde a operação é realizada.
O uso se dá nas áreas de xisto e na área de produção.
03 - TAMPÃO DE ÁGUA DOCE: São tampões que utilizam água doce para dissolver as
formações salinas no processo de intrusão.
06 - TAMPÃO PESADO: Também conhecido como tampão de manobra. São tampões que
lidam com uma densidade maior do que a do fluido de perfuração (1,5 a 3,5 ppg acima,
dependendo se a coluna é direcional ou não). O objetivo é serem usados para remover tubo
limpo, ou seja, livre de lama de perfuração, para evitar o derramamento de fluido no tubo
durante as manobras da coluna de perfuração para fora do poço. Isso possibilita melhorar os
66
tempos de manobra, evitar acidentes pessoais (escorregões) e reduzir custos, minimizando o
fluido que é desperdiçado na superfície após a operação de retirada da tubulação.
11 - TAMPÃO EQUIVALENTE: São tampões com densidade tal que permitem a geração
de uma pressão hidrostática de fundo equivalente à ECD em condições estáticas. Desta forma,
não é necessário densificar toda a lama. Eles são usados em poços profundos onde deve-se
tomar cuidado para manter o poço estático sem acumular pressões ao fazer uma manobra de
retirada de coluna para a superfície.
12 - TAMPÃO VISCOPESADO: São tampões que, como o próprio nome indica, têm uma
viscosidade e densidade maiores que a do sistema de perfuração. Normalmente são usados em
operações de deslocamento de um fluido por outro como espaçador. Isso evita a mistura entre
os dois sistemas de fluido. Além disso, embora não com muita frequência, pode ser usado para
ajudar a remover fragmentos e cascalhos de poços verticais ou desviados enquanto o fluido
está circulando.
67
13 - TAMPÃO DE ÁCIDO QUENTE: São tampões carregados com Potássio Cáustico
(KOH) ou Soda Cáustica (NaOH). Eles são usados para ajudar a limpar/desbloquear os poros.
68
2) Quando a tecnologia torna mais econômico (e, portanto, lucrativo) reiniciar a produção.
A vida de um poço passa por várias etapas. A descoberta de um novo campo de óleo
ou gás, após meses de anos de exploração e perfuração, bem como a realização da primeira
produção representa uma meta importante. As operações de recuperação bem-sucedidas podem
fazer com que esse estágio de produção seja financeiramente e tecnicamente compensador. A
fase que ninguém parece gostar é a conclusão da produção e o abandono dos poços e instalações
de produção.
Em todos os casos, um determinado volume de hidrocarbonetos ficará sempre sem
produzir porque o custo de trazê-lo à superfície é superior ao preço que será obtido no mercado,
os volumes de óleo e gás remanescentes no reservatório nunca poderão ser recuperados porque
até tecnologias como a injeção de fluidos, que são usadas para fluir os hidrocarbonetos para o
poço, uma vez que os mecanismos naturais do reservatório não são mais altos o suficiente para
produzi-los, acabará se tornando mais difícil, ineficaz e caro para continuar produzindo esses
reservatórios.
70
rasas. O termo gás raso representa um problema na perfuração nas camadas rasas onde
encontra-se gás misturados com areia.
Kicks de água e gás em formações rasas enquanto perfurando na seção top hole com
pequenos colunas de casing pode ser muito perigoso, conforme documentados por casos
históricos. Alguns dos kick de gases rasos são causados por mudanças de formações: trabalho
de cimentação (poor cement), vazamento no casing, operação de injeção, abandono
inapropriado.
Pouco tempo e esforço tem sido a explicação para o perigo dos gases rasos, embora as
indústrias tenham dedicado tempo e esforço para analisar o controle de kick e desastres devido
à blowout, ela também está se preparando para situação de gases rasos com a finalidade de
salvar vidas e a sonda. Eventualmente conhecido como gases rasos podem ser definidos como
ocorrências de gás durante a perfuração de um poço, proveniente de uma formação abaixo do
ponto de assentamento da sapata do primeiro revestimento, descido com o objetivo de conter
as pressões no poço (normalmente o revestimento de superfície).
O fechamento do poço nessas condições poderá causar a fratura da formação na sapata
do último revestimento descido e, em virtude de sua baixa profundidade, ela poderá se propagar
até a superfície, formando crateras, impondo desta maneira, riscos as unidades de perfuração
marítimas apoiadas no fundo do mar.
8.2 DIVERTING
71
Figura 47: Diverter
O sistema Diverter não é projetado para fechar o poço ou deter o fluxo do mesmo. A
sua função é prover a sonda de um sistema de controle de baixa pressão de fluxo com objetivo
de impedir que fluidos oriundos do poço, que passarem pelo BOP alcançando a coluna de Riser,
cheguem ao piso de plataforma, direcionando esses fluidos a favor dos ventos, para fora da
embarcação, garantindo a integridade física das pessoas e dos equipamentos.
Em sondas que possuem Booster Line, a mesma é utilizada para promover a circulação
destes fluidos e, caso a sonda não possua Booster Line, a circulação deve ser realizada pela
linha de Kill ou Choke que estiver conectada na posição mais alta do BOP.
Todas as válvulas das linhas do sistema são seletivamente sequenciadas
(“interlocadas”) na sua operação. O sequenciamento seletivo assegura que quando a função de
fechamento do Diverter é selecionada, as válvulas das linhas de flowline e trip tank se fecham
e a válvula de overboard se abra. Após a válvula de overboard existe uma bifurcação (“Y”), na
qual estão instaladas duas válvulas, uma em cada ramificação.
Cada ramificação se dirige a um bordo para o descarte do fluido indesejável. Estas
válvulas são interlocadas, ou seja, sempre haverá uma aberta e outra fechada. Existe a
alternativa da utilização de uma única válvula chamada “Flow selector”, que, como o nome
sugere, se destina a selecionar o bordo preferencial para o descarte do fluido indesejável. O
fechamento completo de todas as válvulas poderia causar um impacto, o qual, potencialmente,
poderia acarretar até o rompimento da formação.
72
Figura 48: Direcionamento de fluidos através do Diverter
73
mudanças de direção devem ser graduais. Devido à falta de espaço na maioria das sondas, isto
pode não ser possível.
Considera-se como referência que: o raio de curvatura deve ser pelo menos 20(vinte)
vezes o diâmetro interno da linha. Curvas de raios longos são preferíveis às de pequenos raios,
contudo, quando não for possível utilizar raios longos de curvatura para mudanças de direção,
com ângulos próximos ou iguais a 90 graus, estes devem ser equipados com dispositivos
antierosão tipos “target flange ou target cushion”, dispostos na direção do fluxo para minimizar
os efeitos da erosão.
As linhas de ventilação podem ser inclinadas ao longo de seu comprimento, mas isto
deve ser evitado devido ao acúmulo de fluido de perfuração e detritos. Periodicamente deve
ser feita a limpeza das linhas de ventilação evitando-se assim o acúmulo de detritos.
75
instrumentos de medição de nível no poço com o registrador instalado no painel do
sondador e apoiado pelo sistema de monitoramento do mud logger. Isso permite uma
vigilância constante sobre o nível do poço pelo sondador, tanto durante a manobra, e a
perfuração.
A boa comunicação entre os membros da tripulação é essencial na plataforma. O
sondador deve certificar-se que tripulação o notifique se eles fizerem alguma coisa para
mudar o nível dos tanques. Se tripulação está adicionando volume nos tanques, eles também
devem notificar o sondador quando vão parar de adicionar volume. Ao perfurar uma
formação contendo gás, um aumento progressivo no volume do poço será notado por causa
do volume do gás que está sendo trazido no espaço anular.
No entanto, isto irá ocorrer apenas quando o gás se aproxima da superfície, que é
devido à expansão do gás quando submetido a baixa pressão. Este fato não é
necessariamente uma indicação de que o poço está em underbalnce. O aumento no volume
do poço é importante na distinção entre um kick verdadeiro e somente uma expansão de
gás. O poço retornará com o mesmo volume de fluido, após a bolha de gás tiver atingido a
superfície. No entanto, se houver qualquer dúvida quanto à causa de ganho do poço,
desligue as bombas e verifique o retorno de fluxo.
Fluxo com as bombas desligadas, é um indício primário de kick, e neste caso o poço
deve ser fechado imediatamente. Porém, em algumas situações, o fluxo pode ter a sua origem
em um desbalanceamento hidrostático (peso do fluido no interior da coluna maior que o peso
no espaço anular, como no caso dos tampões de manobra) ou no retorno do fluido que foi
injetado por algum motivo nas formações (efeito ballooning, por exemplo). Em algumas
situações em que a detecção do kick não é clara, usa-se o procedimento de flowcheck para
verificar se continua a haver fluxo no poço após as bombas terem sido desligadas. Como é o
caso dos indícios secundários.
76
Figura 49: Fluxo com bomba desligada.
O acompanhamento sistemático dos dados fornecidas pelo PWD em tempo real, como
pressão no anular no fundo, ECD, pressão no interior da coluna no fundo, temperatura, pode
auxiliar na previsão de possíveis problemas durante a perfuração, tais como pack off, perda de
circulação, influxos, limpeza do poço, efetividade dos tampões viscosos, etc.
O referido acompanhamento não deve ser feito de maneira isolada, uma vez que o
comportamento do ECD varia em função de inúmeras variáveis: ROP, RPM, vazão, reologia
do fluido, carreamento dos cascalhos, geometria e profundidade do poço, dentre outras, mas
de maneira sistemática e constante, durante a perfuração, a fim de se identificar (em tempo
hábil) a ou as causas da variação do ECD.
78
9.2.5 DETECÇÃO DO AUMENTO DA PRESSÃO DE POROS
79
provenientes das formações anormalmente pressurizadas possuem densidades menores que os
das formações normalmente compactadas.
É um indício secundário de kick, pois alterações na taxa de penetração podem ter outras
causas tais como variações do peso sobre broca, da rotação ou da vazão ou mudanças das
formações cortadas pela broca. No caso de kick, o aumento da taxa de penetração é decorrente
da existência de um diferencial de pressão negativo atuando na formação que está sendo
perfurada.
Em alguns casos, principalmente quando ocorre um kick durante à perfuração de
formações moles, o aumento verificado na taxa de penetração pode ser bastante significativo.
Na ocorrência do aumento da taxa de penetração, a equipe de perfuração deve estar atenta aos
outros sinais de kick. Deve ser realizado um flow check após a ocorrência de um aumento
brusco da taxa de penetração.
Quando todos os fatores que afetam a taxa de penetração são mantidos constantes e um
aumento consistente neste parâmetro é observado, é provável que uma zona de transição esteja
sendo perfurada. Assim, o aumento da taxa de penetração causado pela redução do diferencial
de pressão sobre a formação pode ser usado como um indicador de zonas de alta pressão.
Além disso, a normalização da taxa de penetração em relação à rotação da broca, ao
peso sobre broca, ao diâmetro da broca e à densidade da lama já foi muito utilizada na indústria
80
do petróleo para se estimar a magnitude da pressão de poros das formações, entretanto com o
avanço tecnológico as ferramentas de perfilagem em tempo real passaram a ser muito utilizadas
para fornecer valores de resistividade e tempo de trânsito das rochas como parâmetros para
estimativa da pressão de poros das formações.
81
9.4 FATORES QUE PODEM DIFICULTAR A DETECÇÃO DE UM KICK EM
SONDAS FLUTUANTES
Sabe-se que quanto mais cedo o kick for detectado e o poço fechado o volume ganho
será menor e consequentemente menores pressões teremos e mais fácil será a sua circulação
devido a maior margem de segurança para o controle, principalmente quando se projeta o poço
considerando a tolerância de kick.
Pmáx Fratura
P2
SICP
SIDPP Influxo P1
0 Vk Vmáx
Quanto mais cedo fecharmos o poço melhores condições teremos para sua circulação,
visto que aumentamos a área em destaque na figura acima, que determina a margem de
segurança na tolerância ao kick, tanto no fechamento quanto para início da circulação.
Portanto, quanto mais cedo o kick for detectado e o poço fechado, teremos:
O procedimento para fechamento do poço é iniciado imediatamente após o kick ter sido
detectado. Existem dois métodos de fechamento de poço: Método Hard Shut In e Método Soft
Shut In.
83
Estudos teóricos e experimentais recentemente publicados também mostraram que o
aumento de pressão devido ao golpe de aríete gerado durante o fechamento rápido não é muito
significativo, quando comparado ao aumento da pressão de fechamento no choke, devido ao
volume adicional de gás obtido, caso o método lento tivesse sido implementado.
É a gaveta mais importante do BOP, responsável por fechar o poço de forma estanque,
isolando-o do meio exterior e constituindo barreira de segurança. A gaveta cega cisalhante
deve exercer sua função fechando o poço tanto sem coluna (kicks que ocorrem sem a coluna
estar no poço) quanto eventualmente cortando a coluna de perfuração em situações de
emergência tais como a perda de posicionamento de uma sonda DP ou simplesmente se os
preventores anulares e as gavetas de tubos (fixas ou variáveis) não conseguirem vedar o poço
durante um influxo. Logo, a gaveta cega cisalhante deve garantir a estanqueidade do poço para
impedir que o fluxo de fluidos da formação continue e se perca o controle do poço resultando
em blowout.
85
10.3.5 FERRAMENTAS NÃO CISALHÁVEIS
Os tubos de perfuração são normalmente fabricados tubos de aço sem costura feitos por
extrusão, reforçados nas extremidades para permitir que uniões cônicas sejam soldadas nestas
extremidades. Existem tubos de perfuração de outros materiais (por exemplo alumínio) para
aplicações especiais.
A maioria das sondas utiliza tubos de perfuração com range II. O reforço na
extremidade do tubo (upset ) tem a função de criar uma área com maior resistência onde é
soldada a união cônica. Este reforço pode ser: Interno (IU) - Internal Upset, Externo (EU) -
External Upset, Misto (IEU) - Internal-External Upset.
10.3.5.2 WIRELINE
Procedimentos de fechamento enquanto operando com wireline são muito críticos para
toda a equipe que trabalha na sonda.
• Fechar o poço enquanto operando com wireline através do BOP sem lubrificador;
• Fechar o poço enquanto operando com wireline através do BOP com lubrificador;
Primeiro caso:
Passo 1 – Parar a operação
Passo 2 – Fechar o poço, seguindo estes procedimentos
87
a) Fechar o preventor anular para que sua unidade de vedação esprema a “wireline”. Pode
ser necessário aumentar a pressão de fechamento para obter uma vedação efetiva.
b) Abrir a válvula HCR contra o choke totalmente fechado.
c) Usar o trip tank para ver se o fluxo está parado e o poço totalmente fechado.
d) Informar aos supervisores.
O poço, em determinadas situações, pode não ser totalmente fechado através do preventor
anular. Portanto, deve-se considerar o corte da “wireline” para, então, possibilitar o fechamento
do poço.
Segundo caso:
Passo 1 – Parar a operação
Passo 2 – Fechar o poço, seguindo estes procedimentos
A duração desse período depende de algumas variáveis, tais como: tipo de fluido,
permeabilidade e porosidade da formação e diferença entre as pressões da formação e
hidrostática do fluido do poço. Dessa forma, não existe um valor arbitrário para essa duração.
89
Gráfico 2: Estabilização das pressões de fechamento
O valor de SIDPP é normalmente menor que o de SICP, pois, na maioria dos influxos,
só existe fluido invasor no espaço anular. Entretanto, existem situações nas quais o contrário é
observado. As possíveis causas para esse comportamento anormal são:
• Manômetros defeituosos;
90
Exemplo:
Dados de fechamento:
SIDPP = 0 psi
Um kick pode ser constituído de água salgada, óleo, gás ou de uma combinação deles.
Se o influxo for de gás, este pode ser natural, sulfídrico (H2S) ou carbônico (CO2). Os dois
últimos são tóxicos e requerem equipamentos de segurança de poço e procedimentos
preventivos e de controle específicos. Quando, no poço, existe gás livre, o controle deste torna-
se mais difícil, devido às suas propriedades de expansão e à grande diferença entre as massas
específicas do gás e do fluido de perfuração.
91
dependente do volume do influxo, ou seja, quanto maior for o volume de kick, maior será o
valor de SICP.
• Através da coluna:
PF = PH da coluna + SIDPP
Em estudos de controle de poço, para definir-se o acréscimo de peso a ser dado à lama
nova (peso da lama para matar o poço), deve-se levar em consideração a pressão SIDPP. A
tomada deste valor de pressão deve-se ao fato de que a coluna de perfuração se encontra cheia
de lama homogênea (limpa) proveniente dos tanques de lama.
Para se saber ainda de quanto o peso da lama deve ser aumentado para matar um poço,
faz-se necessário conhecer antes qual é o peso da lama que está no interior da coluna e qual o
valor da SIDPP medida. A SICP pelo contrário, no anular do poço aberto ou do revestimento
a lama está “suja” contendo cascalhos, gás ou óleo ou água salgada, tornando-se difícil obter
um valor preciso quanto ao aumento do peso da lama necessário para controlar o poço.
Quando o kick está no trecho horizontal do poço os valores de SIDPP e SICP serão
aproximadamente iguais, pois a pequena altura do kick afeta muito pouco a pressão hidrostática
do espaço anular fazendo com que o seu valor seja muito próximo da hidrostática da coluna de
perfuração.
92
Figura 57: Kick no trecho horizontal do poço
Quando o kick passa para o trecho vertical a sua altura muda consideravelmente,
conforme mostrado na figura acima, afetando assim a hidrostática do espaço anular, fazendo
com que agora o diferencial de pressão no espaço anular se torne muito mais alto. Outro ponto
a se ponderar é que não tem migração do gás em poços horizontais caso o gás esteja no trecho
horizontal do poço. Enquanto o kick de gás estiver sendo circulado ainda no trecho horizontal
o nível dos tanques na superfície permanecerá aproximadamente constante, pois o gás
dificilmente conseguirá expandir dentro da parte horizontal do poço.
93
10.9 KICK ABAIXO DA BROCA
Observação: quando o kick é gerado por pistoneio (swabbing) nós teremos diferencial de
pressão no espaço anular, mas não teremos diferencial de pressão pela coluna de perfuração
(ou seja, SIDPP = 0 psi), pois o kick foi induzido não foi por falha da pressão hidrostática.
Em uma formação com baixa resiliência, quando as bombas estão ligadas, as perdas de
carga no anular juntamente com a pressão hidrostática do fluido de perfuração exercem uma
sobre pressão sobre a formação (folhelhos, por exemplo) gerando perdas de fluido para a
formação. Quando as bombas são desligadas, essas perdas “desaparecem” e ocorre uma
diminuição da pressão sobre as rochas podendo ocorrer uma pequena diminuição no diâmetro
do poço, causando uma expulsão dos fluidos do anular para fora do poço gerando uma falsa
impressão de kick que poderia ser resultante tanto do influxo dos fluidos de alguma formação
porosa e permeável para dentro do poço como resultado da expansão de gás dentro do poço.
94
Figura 60: Efeito ballooning
Quando um poço é fechado e ele estava sofrendo efeito ballooning poderemos ter dois
cenários diferentes de pressão no poço, um deles é SIDPP e SICP iguais a 0 (zero) psi, o outro
cenário é SIDPP e SICP mostrando uma leitura de pressão (exemplo: ambos iguais 200 psi),
isso é resultado de uma pressão trapeada devido à formação não ter devolvido todo fluido que
foi pra ela. Porém, neste caso precisará fazer a drenagem de parte dessa pressão para saber se
não é uma situação de kick, pois nem toda pressão é pressão trapeada.
Durante os anos, tornou-se fato estabelecido na indústria que a estabilidade do poço é
um dos fatores primordiais para a segurança e eficiência da perfuração e o conhecimento da
estabilidade dos folhelhos e outras rochas são fundamentais a esse respeito. Quando as rochas
se comportam de forma “estável”, não há problemas de “inchamentos” ou desmoronamentos.
No entanto, quando há um comportamento “instável”, problemas de estabilidade de
poços ocorrem. O mecanismo de instabilidade é similar, em alguns casos, ao que ocorre nas
formações salinas. Os folhelhos são formações argilosas, impermeáveis e, em alguns estudos,
percebeu-se que, de maneira semelhante ao sal, os folhelhos possuem um comportamento
plástico.
• Perda de fluido – é preciso que haja perda de fluido para a formação para que haja
retorno quando as bombas estiverem desligadas;
• Retorno com as bombas desligadas e queda na taxa de fluxo ao longo do tempo – é
preciso um alinhamento com o trip tank e uma monitoração do poço. Acompanhar o
volume do fluxo de retorno a cada minuto ajuda a diferenciar o retorno de fluido
diminui com o passar do tempo. O importante é: a taxa de retorno de fluido deve
diminuir o tempo todo. Se não diminuir, uma situação de controle de poço deve ser
95
considerada. Monitorar o poço demanda tempo e todo o pessoal envolvido deve ser
paciente;
• Quanto mais fluido a formação absorver, mais rápido será o retorno e mais demorado
será o tempo para que o poço volte à condição estática (quando o retorno for
interrompido completamente);
• O fluido de retorno da formação pode trazer gás ou água – é comum que o fluido venha
cortado por gás ou contaminado por água da formação a uma profundidade
proporcional, ao ser circulado um bottom’s up.
• Considere a situação como sendo um kick até que se tenha certeza de que o ocorrido
foi o efeito ballooning;
• Perda de fluido para a formação deve ocorrer primeiro, para que se tenha um retorno –
se é observado um retorno de fluido sem antes perda de fluido para a formação, um
efeito ballooning não pode ser caracterizado;
• Em um poço ballooning, a taxa de retorno irá cair ao longo do tempo, em um poço
normal, porém, essa taxa tende a aumentar.
96
• Saber onde se encontram as zonas depletoras – as zonas depletoras tem mais tendência
a absorver fluidos. Minimizar o overbalance e manter as propriedades do fluido irá
ajudar a prevenir ou minimizar essas perdas.
São boas práticas de perfuração ligar as bombas vagarosamente, evitar o efeito surging
no poço enquanto manobrando, iniciar a rotacionar a broca vagarosamente por alguns segundos
de forma a quebrar o gel do fluido antes de ligar as bombas.
97
Figura 61: Comportamento do fluido invasor mantendo o poço fechado
PV = Z ∙n ∙ R ∙ T
Onde:
P = pressão;
T = temperatura;
V = volume;
Z = fator de compressibilidade;
R = constante universal dos gases perfeitos;
n = número de mols.
Aplicando essa equação para dois pontos de diferentes pressões e temperaturas, para
um mesmo n, tem-se:
P1 V1 P2 V2
=
Z1 T1 Z2 T2
98
Os valores de Z podem ser determinados através de ábacos em função das pressões e
temperaturas reduzidas do gás ou de maneira aproximada, para determinado gás, através da
temperatura e pressão no ponto em estudo. Exemplificando: o volume de 2 bbl de gás, que
invade o poço com uma pressão de 5650 psi, a 3000 m de profundidade, se comporta da
seguinte maneira: considerando-se, somente para determinação da ordem de grandeza da
expansão, Z1 = Z2 = 1 (gás ideal) e T1 = T2, tem-se: P1V1 = P2V2.
99
a) Drenagem de volume
Para o método de drenagem de volume, o volume de fluido necessário a ser drenado
deve ser determinado de acordo com a quantidade de tubo descido, e este volume deverá ser
medido com precisão. O volume pode ser determinado usando a equação:
V = OD2 x 0,00319
Onde:
V = volume de tubo adicional (bbl/m);
OD = diâmetro externo (polegadas).
Outro modo para determinar o volume é pela simples adição do fator capacidade do tubo
(bbl/m) para o fator de deslocamento de tubo (bbl/m).
c) Penetração do Influxo
Quando a coluna penetra no influxo a altura dos influxos aumentam. Como a altura do
kick aumenta, a pressão hidrostática decresce e a pressão no revestimento aumenta. Um
aumento na pressão do revestimento terá que ser considerado para à superfície, e ajustes do
choke deveriam ser feitos correspondentemente a quantidade de tubo estripado no poço.
Obviamente, o aumento será muito mais significativo se o influxo é de gás, devido a sua menor
densidade.
100
Onde:
Prevst = Aumento em pressão do revestimento (psi);
H = Mudança da altura do influxo (ft);
GF = gradiente fluido (psi/ft);
GK = gradiente do kick (psi/ft).
Como previamente discutiu-se neste manual, migração de gás com o poço fechado pode
causar acréscimos de pressão ocasionando perda de fluido e possível perda de circulação pode
ocorrer. Durante as operações de stripping num poço contendo gás o fluido deve ser drenado
para compensar o volume adicional de tubo descido no poço durante o stripping e também o
efeito da migração do gás.
101
Figura 62: Exemplo de janela operacional
102
Figura 63: Gráfico do teste de absorção de uma formação
103
11.3 PRESSÃO DE FRATURA DE UMA FORMAÇÃO
A pressão de fratura de uma formação corresponde a um valor de pressão capaz de
romper mecanicamente a formação, provocando a absorção de fluidos pela mesma. A pressão
de fratura, caracterizada (Pfrat), de uma formação depende de sua pressão de poros, bem como
das pressões exercidas sobre a mesma por outras formações superiores, também denominada
pressão de sobrecarga, caracterizado (ρ0) ou pressão de Overburden.
Onde,
104
11.4 DENSIDADE EQUIVALENTE DE FRATURA (MÁXIMO PESO DE LAMA)
Um dos procedimentos que deve ser realizado após a execução do teste de absorção é
converter a pressão de absorção lida na superfície em peso específico equivalente de absorção
(peso de fratura) na formação mais frágil abaixo da sapata aplicando a fórmula abaixo.
O ponto mais fraco da formação no poço aberto é assumido como sendo a profundidade
da sapata do último revestimento. O poço irá fraturar se a pressão de superfície exceder a
MAASP (Maximum Allowable Annular Surface Pressure), determinada pelo teste de absorção,
o Leak-off test. A pressão de superfície máxima antes de fraturar a formação é chamada
"Maximum Allowable Shut-in Casing Pressure” (MASICP).
A MAASP é a diferença entre a pressão de fratura da formação abaixo da sapata e a
pressão hidrostática que está atuando na sapata, com isso toda vez que a densidade do fluido
de perfuração é alterada, a MAASP deverá ser recalculada.
Calculando a MAASP:
O projeto do poço determinará a pressão máxima que pode ocorrer no poço durante a
construção e perfuração do mesmo, a MASP (Maximum Anticipated Surface Pressure), a
pressão mais elevada prevista para ser encontrada na superfície do poço. Esta previsão de
pressão deve basear-se em pressão de formação (PF) menos a pressão hidrostática em uma
situação em que o poço esteja completamente cheio de fluido da formação (geralmente
assumido como gás). Segundo a classe de pressão de um BOP, a pressão que ele deve ser capaz
de suportar é a Máxima Pressão Esperada ou Antecipada na Superfície (MASP).
105
Tabela 1: Classe de pressão do BOP
Tolerância ao kick é o volume máximo de kick que pode ser tomado e circulado para
fora do poço sem fraturar a sapata. É um conceito que verifica se há ou não a fratura da
formação mais fraca (normalmente assumida na sapata) durante o fechamento do poço após a
106
detecção de um kick. Este conceito é utilizado na fase de projeto de poço na determinação da
profundidade vertical para assentamento da sapata, no acompanhamento da perfuração do poço
e ainda na verificação das condições de segurança do ponto de vista da fratura da formação na
ocorrência de um kick. Como podemos observar no gráfico abaixo, se a intensidade de kick
aumenta o volume máximo de kick diminui.
11.9.2 FINGERPRINTING
12 PRESSÃO DE BOMBEIO
108
Figura 66: Circulação de fluido
As perdas de carga são funções dos parâmetros reológicos, do peso específico do fluido,
do regime de fluxo, dos diâmetros da coluna e espaços anulares, das profundidades (quanto
maiores forem, maiores serão as perdas de carga) e da rugosidade bem como dos diâmetros
dos jatos da broca. As maiores perdas de carga ocorrem em tubulações de diâmetros menores.
Na perfuração, a pressão anular de fundo deve ser mantida dentro da janela operacional,
que é definida por um valor mínimo (pressão de poros ou colapso inferior) e um valor máximo
(pressão de fratura ou colapso superior). A flutuação de pressão fora destes limites pode trazer
riscos à perfuração como um todo.
• No fundo do poço
110
• Na sapata
Exemplo:
Um poço está sendo perfurado com um fluido de densidade 9,6 lb/gal, a profundidade vertical
(TVD) do poço é de 2410 m, as perdas de carga por fricção no espaço anular são de 150 psi.
Com os dados fornecidos, qual será a densidade equivalente de circulação (ECD)?
ECD = 10 lb/gal
Observação: a profundidade medida (MD) do poço afeta a pressões por fricção do poço devido
aos atritos (perdas de carga) de todas as paredes do poço se somarem à pressão hidrostática,
porém essa profundidade medida não afeta a pressão hidrostática do poço. As perdas de carga
vão ocorrer independente se poço é vertical ou se tem algum trecho direcional ou horizontal.
111
o poço desequilibrado hidrostaticamente. Nesse tipo de cenário os kicks ocorreriam em paradas
na perfuração para fazer conexão (tanto kick quanto gás de conexão), por problemas de
bombas, para realizar manobras de retiradas da coluna, por exemplo.
Exemplo:
Poço estático: BHP = Pressão hidrostática (BHP: 5000 psi ˂ PF: 5100 psi) = Underbalance;
Poço em circulação: BHP = Pressão hidrostática + Perdas de carga do espaço anular (BHP:
5180 psi ˃ PF: 5100 psi) = Overbalance;
112
12.6 PRESSÃO NO FUNDO DO POÇO CONSTANTE (CONSTANT BOTTOM HOLE
PRESSURE - CBHP)
O objetivo é perfurar com um fluido ligeiramente mais leve que o previsto no programa
convencional. Quando a circulação é interrompida para realizar uma conexão ou por qualquer
outro motivo, a backpressure é aplicada pelo sistema de choke manifold conectado ao RCD
(será visto adiante), mantendo-se o nível de overbalance desejável, evitando influxo da
formação para o poço.
Um choke ajustável dedicado é usado para controlar a pressão no anular, independente
se a bomba de lama está ligada ou desligada. A aplicação de pressão mesmo sem ter a vazão
da bomba da sonda pode ocorrer de duas formas: com a linha de booster do BOP circulando
ou com uma bomba dedicada para circular durante a conexão. Desta forma, a variação da
pressão de fundo resultada pela circulação do fluido (ECD) é substituída por uma pressão
aplicada na superfície. Em outras palavras, a densidade do fluido é reduzida e a perda de
hidrostática ou a perda por fricção (AFP) é compensada pela backpressure. Isso permite que a
pressão de fundo seja apenas ligeiramente maior que a pressão de poros, diminuindo as chances
de perda de circulação e de se alcançar a pressão de fratura da formação.
Essa variação de MPD é a mais utilizada atualmente e permite também estender a
profundidade de assentamento das sapatas dos revestimentos, uma vez que permite continuar
a perfuração mesmo com janelas de operação estreitas, podendo até reduzir o número de fases
de um poço.
Figura 67: Representação de como a pressão no fundo do poço é mantida constante usando
CBHP
12.7.1 CLASSIFICAÇÃO
É importante salientar que o sistema de MPD, a princípio, não é para controlar o poço
no caso de um eventual kick. Para isso existe uma matriz de volume e pressão do influxo para
saber se é possível seguir perfurando ou não com o sistema do MPD. Caso não seja possível,
o poço tem que ser fechado com o BOP e o controle passado pra sonda.
13 DADOS PRÉVIOS
• Gerar menores pressões de bombeio e assim permitir que o operador do choke tenha
tempo de reagir durante o controle de poço;
• Permitir maior tempo para a separação do gás e da lama no interior do separador
atmosférico;
• Gerar menor pico de vazão de gás na entrada do separador atmosférico e, com isso,
reduzindo a possibilidade de expulsão do selo hidráulico.
13.2 CASO A PRC NÃO TENHA SIDO REGISTRADA (DE FORMA CORRETA) E O
POÇO ENTRE EM KICK, DEVE-SE UTILIZAR O SEGUINTE
PROCEDIMENTO OPERACIONAL:
116
13.3 FRICÇÃO DA CHOKE LINE
Quando perfurando com uso de BOP submarino, o choke normalmente está a uma
grande distância do BOP, dependendo da lâmina d’água. Como discutido anteriormente
qualquer perda de carga que ocorra no espaço anular do poço, se refletirá no fundo do poço e
na pressão na sapata. Isto se torna importante durante as operações de controle considerando
uma perda de carga adicional gerada enquanto circulando através da linha de choke. Se
ignorada, esta perda de carga poderá tronar-se grande o bastante para fraturar a formação na
sapata do revestimento ou no fundo do poço.
Se o método normal de ajuste das bombas para a velocidade de controle é seguida (isto
é, a pressão no choke é mantida igual a SICP até que a velocidade de controle seja alcançada),
a pressão no fundo do poço será aumentada de uma quantidade igual a perda de carga da linha
do choke. Este excesso de pressão pode resultar em sérios problemas de perda de circulação
durante as operações de controle.
Dois métodos são discutidos abaixo para determinar a quantidade de perda de carga da
linha de choke que acontece quando perfuramos com BOP submarino:
2. Registrando a PRC via Choke: Feche o BOP (preventor anular) e abra as válvulas
submarinas da linha de choke e todas as válvulas do choke manifold de superfície, e então
bombeia-se fluido pela coluna de perfuração com retorno da circulação através da linha de
choke com o BOP fechado.
3. A diferença entre as PRCs nos dará a perda de carga da linha de choke (CLF: Choke Line
Friction): CLF = PRC via choke – PRC via riser.
117
As vantagens da técnica mencionada acima são:
• A BHP (Pressão no Fundo do Poço) ficará constante devido a perda de carga do riser
ser desprezível.
• Não irá deixar sujeira (cascalhos, areia) na linha de choke que poderão obstruir essa
linha.
Figura 68: Registro das PRCs via riser e choke, e choke line friction
118
Figura 69: Influência do ID da Choke Line
Nota-se que antes de o gás entrar na choke line, o perfil das pressões é menor para
diâmetros menores, por conta da maior perda de carga causada pela diminuição do diâmetro.
Além disso, é possível perceber que as pressões máximas no choke (quando o kick chega à
superfície) ocorrem para diâmetros menores. Isto ocorre, porque diâmetro menor da choke line
leva a alturas maiores do gás e, portanto, menor pressão hidrostática no poço.
É possível observar abaixo, que a pressão no choke durante a circulação no espaço
anular diminui com o aumento da lâmina d’água, devido ao acréscimo das perdas de carga por
fricção na linha do choke.
Nota-se também, que enquanto todo o kick está na linha do choke, uma contrapressão
maior é exigida para a lâmina d’água maior que 2000m, já que há uma queda significativa da
pressão hidrostática. Além disso, a primeira circulação do método do sondador ocorre mais
rápido para lâminas d’água mais profundas, criando, portanto, maior dificuldade operacional,
devido à variação brusca na pressão hidrostática quando o kick entra na choke line. Nesse
sentido, uma vazão reduzida de circulação menor é recomendável.
119
Figura 70: Influência da Lâmina d’ água
Qualquer água ou lama de perfuração pode ser usada nas linhas de choke e kill. Embora
a lama seja o fluido preferido, o uso de água não é um problema contanto que seja usado com
a lama anterior para circular um kick. Abaixo listamos as vantagens e desvantagens de usar
cada tipo de fluido e o procedimento recomendado para lidar com eles.
O uso de água nas linhas de choke e kill tem uma vantagem. Elimina a decantação da
baritina enquanto o fluido está estático, prevenindo o entupimento dessas linhas. Contudo, a
utilização de água nessas linhas tem as seguintes desvantagens:
1) A SICP lida após a ocorrência de um kick mostrará um erro devido à diferença de pressão
hidrostática entre lama e a água contidas no poço. Isto requererá um ajuste no valor de SICP
mostrando dessa forma o seu verdadeiro valor. Este novo valor é determinado através da
seguinte equação:
2) Se a água não é circulada para fora das linhas antes de circular o kick, então quando as
bombas são trazidas à velocidade e mantendo-se a pressão do revestimento constante, a pressão
120
hidrostática na linha do choke estará aumentando com a entrada de lama na linha. Isto,
requererá que a pressão na superfície seja diminuída para compensar o aumento de pressão
hidrostática na linha de choke, mantendo-se constante a pressão no fundo do poço.
3) Em lâminas d’água profundas, água nas linhas de choke e kill em grande quantidade
aumentam o risco de formação de hidratos. Se for mantida água nas linhas de choke e kill,
antes de começamos um procedimento de controle de kick a água deve ser deslocada. O
procedimento recomendado é o seguinte:
a) Se a coluna não está ancorada verifique a sua correta posição do tool joint para o fechamento
da gaveta de tubo.
d) Feche os chokes na superfície, abra a gaveta e confira o novo valor de SICP, então continue
com o procedimento de combate.
14 KILL SHEET
14.1 CONTEÚDO
Uma kill sheet contém, normalmente, as seguintes informações:
• Equipamentos
✓ Drill string/drill collars: Dimensão, capacidades, comprimento, etc.
✓ Casing/Open Hole: Dimensões, MD/TVD, capacidade, etc.
121
• Bombas
✓ Pressão e taxa normal de circulação.
✓ Perda de carga da taxa reduzida de circulação
✓ Saída da bomba por STK.
• Registros de fechamento
✓ Standpipe pressure (SIDPP).
✓ Annulus pressure (SICP).
✓ Aumento no volume dos tanques (ganho).
14.2 CÁLCULOS
Através do uso da kill sheet, todos os cálculos para a circulação de um influxo de forma
segura são facilmente resolvidos.
• Volumes da coluna, comandos e poço;
• Superfície/broca – strokes;
• Broca/superfície – strokes;
• Broca/sapata – strokes;
• Peso da lama de matar;
• PIC;
• PFCs.
122
Volume total da coluna = Vol (DP) + Vol (HW) + Vol (DC)
Volume total do poço aberto = Volume poço aberto/comando + Volume poço aberto/tubo
123
KILL SHEET (FRENTE)
124
KILL SHEET (VERSO)
125
14.6 ALINHAMENTO
Nas figuras a seguir pode-se observar o alinhamento na superfície para uma operação de
controle.
Figura 71: Alinhamento do stand pipe manifold e do choke manifold para a operação de
controle de poço
Figura 72: Representação da disposição dos alinhamentos nos tanques durante uma operação
de controle
126
15 MÉTODOS DE CONTROLE DE POÇO
Os métodos de controle têm por objetivos expulsar o fluido invasor, mantendo a pressão
no fundo poço (BHP) constante, princípio básico de controle de poço, para evitar novos
influxos e evitar a fratura da formação, e finalmente, estabelecer uma nova pressão hidrostática
capaz de retomar o equilíbrio do poço. Os principais métodos de controle são: o método do
sondador (drilller), o método do engenheiro (wait & weight), o método volumétrico e o método
bullhead. O método a ser utilizado dependerá das condições nas quais ocorrer o influxo, bem
como das condições disponíveis para o seu combate.
O método do sondador, também conhecido como método das duas circulações, torna-
se uma opção conveniente, quando o material e os tanques para o preparo de um novo fluido
não estão disponíveis, dispensa cálculos mais complexos para ser iniciado, evitando a migração
do fluido invasor.
• A primeira circulação tem por objetivo, expulsar o influxo circulando com o fluido de
perfuração que já tinha no poço (lama antiga), mantendo-se constante a pressão no
fundo do poço com valor capaz de conter a pressão da formação.
• A segunda circulação tem por objetivo, substituir o fluido de perfuração pelo novo
fluido (lama nova, lama de matar), mantendo também a BHP constante, e assim
aumentar a pressão hidrostática, restabelecendo o controle do poço.
127
b) Manter a pressão na kill line constante e igual a pressão de estabilização (SICP), regulando
o choke até que a bomba seja ajustada para a vazão definida para o controle e na qual foi
registrada a PRC. No controle submarino, o valor da pressão igual a SICP permanece constante
na Kill Line, na Choke Line o valor da pressão será igual a SICP menos o valor da Perda de
Carga da Choke Line (SICP - ΔPchoke).
c) No manômetro do drill pipe, tubo bengala, devemos ler a pressão inicial de circulação (PIC),
que deve ser dada por: PIC = PRC + SIDPP.
Observação: poderemos encontrar uma pequena variação entre o valor calculado da PIC e
valor observado da PIC no bengala, neste caso deveremos manter o valor registrado no referido
manômetro, uma vez que este representa a realidade do poço no momento considerado. A PIC
calculada é menor que a PIC observada, pois dificilmente a PRC terá sido registrada no ponto
exato onde ocorreu o kick.
d) Após a estabilização da PIC na coluna de perfuração, ela deverá ser mantida constante até
o final da primeira circulação, pois a coluna é o local que possui apenas um fluido e será mais
fácil de se manter constante, já que o espaço anular está contaminado pelo kick. Mantendo a
PIC constante, devemos circular no mínimo um volume igual ao do espaço anular (Bottom’s
UP), para que todo o fluido invasor seja expulso. Ficar atento para a pressão máxima no
revestimento. Para não fraturar a sapata, essa pressão deverá ser controlada até que o fluido
invasor a ultrapasse, uma vez que a partir desse instante, a pressão na mesma permanecerá
constante, e então estará limitada pela pressão de trabalho do BOP ou a pressão de resistência
interna do revestimento.
e) Uma vez expulso o fluido invasor, parar a bomba e fechar o choke hidráulico ajustável.
Nessa situação deveremos ter as leituras das pressões da coluna e do choke com valores iguais
ao de SIDPP de fechamento. Se isso ocorrer, pode-se dizer que o poço está totalmente limpo,
as duas pressões estão iguais devido à coluna e o espaço anular estarem com o mesmo fluido
(fluido limpo).
a) Iniciar o bombeio do fluido novo abrindo o choke hidráulico ajustável, mantendo o valor de
SICP constante no manômetro da kill line e igual a SIDPP. Na choke line o valor da pressão
deve ser o valor de SIDPP menos o valor da perda de carga da choke line, até que a bomba seja
ajustada para a vazão em que se determinou a PRC.
128
b) Bombear as linhas de superfície e zerar o número de strokes, o fluido novo começará a
descer pela coluna de perfuração deverá ser mantida constante a pressão da kill line (no valor
do SIDPP) até que o volume do interior da coluna seja deslocado pelo fluido de matar,
observando que a pressão no drill pipe reduzirá do valor da PIC para o valor da pressão final
de circulação 1 (PFC ou PFC1), definida por:
c) Manter a PFC no drill pipe, constante até que o fluido novo chegue à superfície através da
abertura gradual do choke para aliviar a pressão no poço. Porém, quando o fluido pesado
começar a entrar na linha de choke a pressão no drill pipe aumentará rapidamente devido a
nova perda de carga na linha de choke, isso pode fazer com que o choke tenha que ser
totalmente aberto antes que o fluido novo chegue à superfície, e isso fará a pressão da coluna
atingir o valor da pressão final de circulação 2, PFC2, definido por:
d) Após o fluido de matar chegar na superfície, parar a bomba e verificar se há fluxo pela linha
de estrangulamento (choke); se não houver o poço estará controlado, as pressões da coluna e
do choke irão zerar, kill line mostrará uma pressão trapeada, resultado do tubo em U entre a
choke (hidrostática da lama nova) e a kill (hidrostática da lama antiga).
O objetivo de vários métodos de matar o poço consiste em circular todo o fluido invasor
para fora do poço e circular uma lama de matar com um peso satisfatório para dentro do poço
sem permitir mais que o influxo entre. Idealmente isto deve ser feito com o mínimo de dano
para o poço. Se isto puder ser feito, então após matar o poço a lama de matar precisa ser
circulada na linha kill (linha que ficou estática durante o controle) e também precisaremos
substituir o fluido do riser, para isso deveremos garantir o correto alinhamento do fluido de
matar para linha de booster. Depois disso é possível abrir o poço e reiniciar as operações
normais. Depois da circulação, o poço é aberto novamente e o peso da lama pode ser ainda
mais aumentado para prover uma margem de segurança ou margem para manobras.
129
15.1.4 CUIDADOS NUMA OPERAÇÃO DE CONTROLE DE POÇO
Neste método, de uma única circulação, a expulsão do fluido invasor só será iniciada
após o preparo do novo fluido (lama nova ou lama de matar). Porém durante o preparo desse
novo fluido as pressões de cabeça devem ser monitoradas para que não atinjam os valores
máximos permitidos, e paralelamente são preparadas as planilhas ou gráficos de redução de
pressões, em função do volume de fluido a ser bombeado.
a) O primeiro passo é alinhar o fluido de matar para o sistema e zerar o número de strokes;
130
b) O segundo passo é ajustar a bomba mantendo kill constante, se não for possível utilizar a
kill line, trazer a pressão estática do choke para a pressão dinâmica;
c) Observar a PIC no drill pipe, aguardar atingir o número de strokes das linhas de superfície,
zerar o número de strokes;
d) Acompanhar a queda de pressão (pressure schedule) no stand pipe (bengala) até a lama de
matar chegar na broca já que tanto na coluna quanto no espaço anular nós teremos dois tipos
de fluido o que não permitirá manter nenhum dos dois lugares constante;
e) Após o fluido de matar chegar na broca manter stand pipe constante no valor de PFC ou
PFC1, até o final da circulação. Nesse caso manteremos a PFC constante com os ajustes do
choke, pois agora a coluna de perfuração possui apenas um tipo de fluido e o espaço anular
possui 3 tipos de fluido (o kick, o fluido antigo e o fluido de matar);
f) Caso o choke já esteja totalmente aberto antes de concluir a circulação do fluido de matar a
pressão no bengala poderá chegar ao valor de PFC2;
g) Após bombear um volume de lama igual, no mínimo, a soma do volume da coluna mais o
do espaço anular mais o da choke line, a lama nova chegará à superfície quando então a pressão
no revestimento deverá se anular.
h) O próximo passo é parar a bomba verificar as pressões do bengala e do choke (ambas
deverão zerar), a kill line mostrará uma pressão residual devido ao diferencial hidrostático entre
as linhas de kill e choke, para resolver isso basta alinhar para bombear o fluido pesado pela kill
line e a sua pressão irá zerar também.
131
i) Agora é abrir o choke e fazer um flowcheck através do stripping tank, caso não tenha fluxo
o poço estará amortecido.
j) O fluido de matar deverá ser alinhado para a booster line e o fluido do riser será substituído
pela lama nova, após essa troca e a verificação se existe gás trapeado no BOP, o poço será
aberto e um novo flowcheck deverá ser realizado.
k) Por fim, uma nova PRC deverá ser registrada, juntamente com a atualização da perda de
carga da choke line, e deverá ser recalculada a MAASP.
Esse método deve ser utilizado em situações em que não se tenha como circular o poço
(coluna fora do poço, coluna cortada ou coluna entupida não permitindo circulação) ou quando
a broca estiver muito acima do fundo do poço. A aplicação desse método dependerá de decisão
e acompanhamento de técnicos especificamente designados para o controle do poço.
O método consiste em duas etapas:
1ª - Segregação do gás até a superfície;
2ª - Substituição do gás por lama (top-kill)
132
• Migração do gás
O método consiste em permitir a migração do gás sob expansão controlada, obtida
devido ao sangramento (drenagem) de lama na superfície através do choke hidráulico ajustável.
Com este procedimento mantemos a pressão no fundo do poço aproximadamente constante e
pode ser implementado da seguinte maneira:
3) Drenar uma quantidade de lama equivalente a uma pressão hidrostática igual a 50 psi,
tentando manter constante a pressão no revestimento, durante essa drenagem. O volume a ser
drenado quando não há coluna no poço é calculado por:
Crev
V = 294 ( )
ρ𝑳
Onde:
V = volume a ser drenado em barris.
Crev = capacidade do revestimento em bbl/metro.
ρL = peso específico da lama.
A margem de segurança durante a migração do gás é a pressão que pode ser adicionada
na superfície (choke) sem que se rompa a formação mais fraca.
Ela corresponde à diferença entre a Pmáx e a pressão no choke até que o gás atinja a
formação mais fraca e a diferença entre a pressão de fratura e a pressão atuante em frente à
formação mais fraca após a passagem do gás.
Ms = Pmáx – Pchoke
Ms = Pfrat - Pas
133
Para a monitoração necessitamos definir a posição do gás no poço. Para estimarmos a
posição do gás poderemos adotar simplificadamente a lei de Boyle para determinarmos a
pressão do gás após drenagem e equilíbrio da pressão no fundo BHP (BHP = Pf + ms margem
de segurança adotada), determina-se:
Pf ∙ Vk
Peg = ( )
Vg
Hl = BHP – Peg
HI
h=
0,17 ∙ ρl
100
HL =
0,17 ∙ ρl
7) Monitora-se a pressão no choke até a hora tsap para não ultrapassar a Pmáx.
Após a passagem do gás pela sapata a margem de segurança será calculada através da
diferença entre a pressão de fratura e a pressão atuante na sapata P sap.
• Top-kill
Quando o gás atingir a superfície, o método conhecido como “Top-Kill”, pode ser
utilizado. Neste método, o gás é sangrado pelo estrangulador de fluxo, enquanto um fluido
adensado é injetado pela linha de matar, da seguinte maneira:
Injetar pela linha de matar um volume de lama nova (VLI), até que a pressão aumente de
100psi. Anotar este valor e calcular a pressão hidrostática que corresponde ao volume de
lama injetada (PFI), pela equação: (ρln = peso específico da lama nova)
VLI
PFI = 0,1706 ∙ ρln ( )
Crev
2) Drenar o gás pelo conjunto de válvulas de estrangulamento até que a pressão no revestimento
caia de 100 psi + PFI incremento de pressão no fundo do poço.
3) Repetir o processo a partir do item 1 até que todo gás tenha sido removido do poço.
Ms = Pfrat – Psap
135
a uma hidrostática DPh no poço ,haverá um incremento de pressão no choke de DPc. A
margem de segurança durante a injeção será:
Uma outra maneira de utilizar o “top. kill” é através do gráfico onde plotamos 2
retas, a superior relacionada com a Fratura da formação mais fraca e a inferior relacionada com
o influxo de gás. Durante o processo não devemos permitir que qualquer ponto caia fora da
área delimitada pôr essas retas, posto que se ficar abaixo da inferior teremos novo kick e se
ultrapassar a superior poderemos fraturar a formação.
Pressão Choke
P2
Fratura
P1
Pmáx
SIDP
P Influxo
Volume Vp
Ganho
O gráfico para a situação onde só tem gás no poço ou utilização da lama original
representa a pressão na cabeça em função do volume de lama ganho pelo poço.
1) P1 - A pressão estática da formação que contém o gás menos a hidrostática do gás no poço.
2) P2 -. A pressão de fratura da formação mais fraca menos a hidrostática do gás acima desta
formação.
• Princípio do método
O método volumétrico dinâmico conserva o mesmo padrão dos outros métodos de
controle que é o de manutenção da pressão no fundo (BHP). O método consiste em se circular
o fluido de perfuração original pela linha de kill, e o retorno pela linha do choke enquanto o
gás migra e se expande.
Durante esta circulação, o aumento do volume no tanque, causado pela expansão do
gás, e a diminuição deste volume quando o gás estiver sendo expulso devem ser monitorados
assim como a pressão de bombeio e a pressão no choke. Como o método depende do controle
do volume no tanque de sucção e retorno,é necessário que se tenha condição de medir
corretamente este volume.
1) PRCkc – Pressão reduzida de circulação, injetando pela linha de matar (kill line) e retornando
pela linha do choke. (As perdas de cargas das duas linhas são iguais).
ΔP(c,l) - perdas de carga na linha da choke line.
137
PRCkc = 2∙ ∆P(c.l)
Além das duas perdas de cargas, para iniciar a circulação a bomba terá que vencer a
contra pressão SICP. Logo a PIK será acrescida deste valor.
PIK = SICP + (2∙ ∆P(c.l))
PCH = SICP
Pode-se evitar que as perdas de carga da linha do choke atue na sapata, retirando-se este
valor da pressão do choke, quando a pressão no choke é maior que esta perda. Retirando-se
esta perda da linha do choke, da SICP fica:
BHP = Pform
138
Neste caso a margem de segurança é zero. Devemos trabalhar com uma margem no
fundo para que havendo qualquer descuido durante a aplicação não se corra o risco de haver
uma nova invasão.
Após a estabilização da pressão (SICP), aguardar a pressão subir o valor da margem de
segurança que poderá ser de 50 psi ou 100 psi. Isto ocorrerá pela migração do gás. A pressão
na superfície será SICP + MS tanto no manômetro da linha do choke como no manômetro da
linha de matar. Neste caso a PIK será acrescida da MS.
PIK = SICP + ΔP(c,l)+ MS
Obs.: O procedimento mais prático é aguardar o crescimento das pressões pela migração do
gás, como observado na próxima figura.
139
Figura 74: Poço com gás migrando
BHP = Pform + MS
A pressão de bombeio cai numa taxa constante igual ao ganho de hidrostática do BOP
ao fundo à medida que o gás é expulso pela linha do choke como parte de uma mistura. Depois
que a base do gás chega no BOP a pressão de bombeio tem o seguinte comportamento:
140
a) Pressão no BOP:
ΔPK = ΔP(c,l)
b) Pressão no fundo
Tem-se:
Pform = SICP + PH(k,l) + PHBF1 , onde
A diferença entre estas hidrostáticas será igual à diferença entre as respectivas pressões
na superfície. Quando não temos a presença de gás suponhamos uma SIDPP. Quando temos a
presença de gás temos a SICP.
PB = SIDPP + ΔP(c,l)+ MS
Logo que a base do gás chega no BOP a pressão de bombeio é constante e igual ao
valor acima.
Considera-se:
Cap. revestimento = Cap. do poço.
Esse método consiste em bombear fluido num poço fechado com o objetivo de devolver
o kick para a formação, porém se o bullhead for aplicado para kicks de gás precisaremos aplicar
uma vazão de injeção maior do que a taxa de migração do gás para que possamos obter sucesso
no recalque. Em perfuração o bullhead teria a sua aplicação mais associada à um kick de água
ou óleo sem possibilidade de injetar fluido pela coluna e circular esse kick para a superfícide.
Quando um influxo é detectado e o poço é fechado, os seguintes parâmetros críticos devem ser
avaliados:
a) Estimar a pressão máxima de superfície;
b) Estimar o volume de gás na superfície;
c) Verificar a possibilidade de formação de hidratos;
d) Avaliar a Capacidade do Separador de Lama Gás;
e) Observar a probabilidade de demolir a formação durante a circulação de um kick para a
superfície.
Observação: A decisão deve ser tomada o mais rápido possível para evitar o empacotamento
do anular devido à decantação de baritina ou cascalhos resultantes da perfuração.
142
Decida a taxa e o volume a ser recalcado (bullhead). O volume estará baseado no
volume de influxo e como o influxo foi adquirido. Para o kick ocorrido durante a perfuração,
o volume circulado durante o ganho do kick deve ser somado ao ganho medido na superfície
mais um fator de segurança para incerteza de migração.
Para um kick ocorrido durante as manobras (swabbed), o volume deve ser igual ao do
influxo. Faça um volume de lama suficientemente seguro para completar a operação de
bullheading.
Ajuste e teste os equipamentos de superfície. Mantenha uma pressão estimada na
superfície necessária para não fraturar a formação, baseada na resistência da formação da zona
de kick. Se o influxo acontecer durante a perfuração, não começe o bullheading antes da
pressão de fechamento do drill pipe estar estabilizada. A máxima pressão de bullheading
permitida deve ser determinada e decidida antes das operações de bullheading começar.
Observação: O peso de lama pode estar igual ao da lama atual em uso quando o kick ou influxo
ocorreu.
Inicie o bullheading a uma baixa taxa e estabeleça uma taxa de injeção. (volume X
Pressão). Monitore a pressão de injeção e confira se esta é menor que a máxima pressão a ser
usada. Se esta pressão é menor que a MAASP estimada há uma boa chance de que o influxo
esteja sendo bombeado de volta para o local de onde veio. Tente manter uma taxa constante e
plote a pressão de injeção x volume. Tenha a informação do Leak- off test disponível, assim
esta informação poderá ser comparada.
Observação: Atualize o gráfico do leak-off test toda vez que ocorrer mudança do peso da
lama. Pegue o valor da pressão reduzida de circulação PRC através da choke e kill, com a
unidade de cimentação após o assentamento do primeiro revestimento e todos os revestimentos
seguintes.
Bullheading deve ser interrompido se a injeção não for obtida dentro da máxima pressão
de injeção permissível. Recomece com uma baixa taxa de bombeio. Se a pressão de injeção na
superfície exceder a pressão predeterminada, reavalie a situação onde novas atitudes devem
ser tomadas.
Quando o volume inicial pré-determinado é devolvido, feche o poço e observe as
pressões no anular e no drill pipe. Se a pressão fechamento do anular cair, prossiga com a
operação de bullheading até que a pressão do anular e do drill pipe sejam iguais.
143
15.4.1 COMO A MIGRAÇÃO DO GÁS AFETA A TAXA DE BULLHEAD
Gráfico 7: Bullhead
Como a técnica de bullheading depende das condições de pressões suportadas tanto na
coluna quanto na formação, ao tomar um influxo de gás e o mesmo migrar, o range de trabalho
diminui, pois, a pressão máxima de fratura lida no manômetro da coluna diminui pelo fato de
que ao migrar a bolha aumenta a pressão do fundo e consequentemente a pressão no anular.
144
15.4.2 PROCEDIMENTO SE A OPERAÇÃO DE BULLHEADING FRACASSAR
Se a pressão reduzida de circulação não foi retirada, temos como determinar a PIC ao
iniciarmos o método de controle do Sondador. Ao iniciarmos o bombeio mantendo a pressão
do revestimento na kill line constante, assim que atingirmos a velocidade controlada a pressão
mostrada no stand pipe será o valor exato de PIC.
O procedimento consiste em:
1- Observar a pressão do revestimento, kill line;
2- Ajustar a bomba para a velocidade de controle desejada, ajustando o choke hidraulico para
manter a pressão do revestimento kill line constante;
3- Assim que o sondador ajustar a bomba na velocidade desejada, ele irá ver no manometro do
stand pipe a nova PIC.
15.5.4 PORQUE LIGANDO A BOMBA A PRESSÃO PODE NÃO SER IGUAL A PIC
E PORQUE DESLIGANDO A BOMBA A PRESSÃO PODE NÃO SER IGUAL
A ESPERADA
Durante a circulação do fluido pelo sistema o manômetro do stand pipe irá registrar
uma pressão de circulação, esta existe pois é imposto resistência a passagem do fluido no
sistema, seja pelo longo trajeto a ser percorrido, variações de diâmetros, propriedades do fluido
146
ou a própria velocidade de escoamento.
Quando inicia-se a circulação para o controle do poço, ou seja durante o ajuste da
bomba, a pressão de circulação irá aumentar ao longo do aumento da velocidade de bombeio,
tornando inviável o acompanhamento desta variação de pressão no intuito de igualar a pressão
no fundo do poço (BHP) com a pressão da formação. Se a pressão de bombeio não atingir PIC
depois da velocidade ajustada dois fatos podem ter ocorrido, quebra da força gel do fluido ou
perda de rendimento da bomba. Para o primeiro caso espera-se um determinado tempo para
que a pressão estabilize, para o segundo pode-se fechar o poço e voltar a circulação com a
segunda bomba.
O mesmo princípio vale para a parada da circulação. As vezes o poço pode ser fechado
com ele pressurizado devido ao fator de segurança determinado pelo range operacional ou gás
trapeado, esses fatores fazem com o que as pressões de fechamento sejam diferentes das
esperadas (calculadas).
Se a perda de carga da linha da choke for maior que SICP haverá um aumento em BHP
durante o início do bombeio, pois não há como compensar a pressão de fundo. Com as linhas
totalmente abertas na superfície (choke hidráulico 100% aberto) a perda de carga voltada para
o fundo será mais do que o necessário para manter BHP constante.
Ex.: Para uma SICP = 200 psi e uma fricção da choke = 220 psi, ao iniciar o bombeio a pressão
no fundo será igual a 220 psi + ΔP anular, mesmo tentando manter SICP de kill constante não
conseguiremos, o manômetro irá marcar 20 psi a mais mesmo com o choke totalmente aberto.
Uma vez que a lama de matar chegar à superfície através da circulação pela linha de
choque, o poço está morto. Uma forma de comprovar se realmente o poço está morto é se ainda
há pressão no manômetro da coluna e na linha da choque após desligar a bomba e fechar o
choque hidráulico. Após verificado que os dois estão com 0 PSI, pode-se iniciar os
procedimentos de troca de fluido do riser e linha de kill, basta fechar uma gaveta abaixo das
147
linha laterais para isolar o poço e circular a lama de matar realizando as devidas manobras para
esta circulação.
Durante a circulação do kick, enquanto o gás está sendo circulado para fora do poço o
nível do tanque irá aumentar devido ao processo de expansão do gás, e irá reduzir uma vez que
o gás tenha sido (já foi) circulado para fora do poço, pois o fluido terá que ocupar o espaço que
o gás ocupava no poço.
Durante a circulação do kick, o retorno da lama deverá ser direcionado para o separador
atmosférico e em seguida para as peneiras após a passagem pelo choke. Em todo o processo de
remoção do influxo, o desgaseificador a vácuo deverá estar operando. A depender do tipo de
148
influxo, durante a sua produção na superfície, observar os seguintes direcionamentos de fluxo
após a passagem pelo fluxo após a passagem pelo choke:
Após circular com sucesso um kick, gás poderá ficar trapeado no BOP stack, sendo,
portanto, necessário removê-lo antes de continuar com as operações normais. Em alguns casos,
este volume pode ser bastante significativo e poderá tornar o combate ao mesmo em um
desastre. Se o BOP stack simplesmente foi aberto e foi permitido que a bolha migrasse até a
superfície, esta expandiria e deslocaria lama em direção à superfície. Isto reduziria a pressão
hidrostática no poço e permitiria um segundo influxo para dentro do mesmo. Claramente este
não é um procedimento recomendado. O tamanho da bolha até a superfície é dependente de
dois fatores:
b) O volume da bolha.
Há pouca coisa que se possa fazer para minimizar a pressão da bolha durante a
circulação. Mas o volume da bolha pode ser minimizado se o comprimento entre o BOP usado
e a saída do choke é a menor possível. Esta é uma das principais razões para que a linha de
choke seja considerada a saída mais próxima à gaveta fechada.
149
15.6.3 REMOÇÃO DO GÁS TRAPEADO NO BOP
O método mais completo de remoção de gás é fechar uma gaveta mais abaixo no BOP
deixando o poço isolado, e assim podendo circular esse gás trapeado através das linhas de kill
e choke.
151
Se as características das bombas forem diferentes, sugere-se no momento da colocação da
bomba reserva em funcionamento, manter a pressão no choke constante (no caso de unidades
flutuantes deixar esta pressão cair do valor equivalente às perdas de carga por fricção na linha
do choke ou manter a pressão da kill line constante) e levar a bomba para a velocidade reduzida
de circulação. Após esta operação, a pressão registrada no manômetro do bengala será a nova
PIC.
Alternativamente, pode-se levar a bomba para uma velocidade que produza uma
pressão de bombeio igual à PIC que vinha sendo utilizada antes da falha da bomba principal.
Caso os deslocamentos volumétricos das duas bombas sejam diferentes, haverá a necessidade
da correção do número de strokes para circular o espaço anular e o interior da coluna de
perfuração. Caso ambas as bombas apresentem problemas e o poço não possa ser circulado,
utilizar o método volumétrico enquanto as bombas são reparadas.
Os vazamentos podem ocorrer nos flanges do conjunto de preventores, nos selos das
portas dos bonnets, nos engaxetamentos das hastes das gavetas, nos selos das gavetas ou na
borracha do BOP anular. Esses vazamentos são mais difíceis de serem corrigidos em BOP
submarino. Fluxo no interior do riser após o fechamento do poço pode ser provocado por
vazamento pelo BOP anular superior. Neste caso o anular inferior deverá ser fechado.
Se o vazamento é observado numa conexão do conjunto de preventores, uma gaveta
posicionada abaixo do vazamento poderá ser utilizada. Em alguns casos, o fechamento do BOP
não é efetuado devido a vazamento do fluido utilizado pelo sistema de acionamento e controle
dos preventores. Assim, o local do vazamento deverá ser identificado e a função
correspondente isolada do sistema para reparo posterior.
Em BOP submarino, o riser deve ser alinhado para o trip tank sempre que o BOP for
fechado com objetivo de monitorar a ocorrência desses tipos de falhas. Em preventores de
superfície, os vazamentos são mais fáceis de serem identificados e corrigidos. Vazamentos
entre os flanges poderão ser reduzidos ou mesmo corrigidos através do aperto dos parafusos
de fixação. Vazamentos através dos engaxetamentos das hastes das gavetas do BOP tipo
gaveta, poderão ser corrigidos utilizando vedação secundária.
Um dos problemas que pode ocorre durante a circulação de um kick é a vazão de gás
proveniente do poço, ser maior que a capacidade de processamento do separador. Nesta
situação, a pressão no interior do separador aumentará em função das perdas de cargas na linha
152
de ventilação no caso de sondas de perfuração marítimas ou na linha do queimador em caso de
sondas de perfuração terrestre e o selo hidráulico existente na parte inferior do separador poderá
ser expulso (ou seja, a pressão no interior do separador causará o deslocamento do fluido de
perfuração do tubo em U fazendo com que o gás entre no sistema de circulação do fluido de
perfuração).
Uma solução para o problema é a redução de vazão de circulação. Outra seria o
direcionamento do fluxo para o queimador, porém com a consequente perda de fluido de
perfuração. No caso de falha mecânica do separador (furo por exemplo) a solução seria também
o direcionamento do fluxo para o queimador. Serão abordados agora os problemas que ocorrem
no interior do poço. Os mais comuns são os seguintes:
Um problema que ocorre com frequência é o entupimento parcial dos jatos da broca
principalmente se materiais contra perda de circulação são utilizados no fluido de perfuração.
Ele é percebido por um brusco aumento da pressão de bombeio sem um aumento
correspondente no manômetro do choke. Normalmente, continua-se com a circulação na nova
pressão de bombeio (nova PIC) sem a necessidade de parar a bomba e fechar o choke. A equipe
de perfuração, entretanto, deve reconhecer que o jato entupiu, pois se o choke for aberto para
compensar o aumento de pressão corre-se o risco da produção de um influxo adicional. Deve-
se também atentar para um possível desentupimento de jato que causará uma brusca redução
da pressão de bombeio. Se o entupimento for total, a pressão de bombeio irá subir
constantemente e não haverá retorno de fluido de perfuração no espaço anular. Constatada esta
situação, a bomba deverá ser parada de imediato e o choke fechado.
Durante o período em que o poço está fechado, dever-se-á utilizar o método
volumétrico enquanto providências serão tomadas para promover a descida de uma ferramenta
pelo interior da coluna para perfurá-la no ponto mais profundo possível no sentido de
restabelecer a circulação. Outro problema que pode ocorrer na broca durante a circulação de
um kick é a queda de um de seus jatos. Isto é evidenciado por uma redução instantânea da
pressão de bombeio.
Normalmente, continua-se circulando na nova pressão de bombeio (nova PIC) sem a
necessidade de parar a bomba e fechar o poço. Nesta situação o operador não deverá restringir
a abertura do choke para compensar a queda de pressão, pois se assim proceder, ele elevará a
pressão no interior do poço desnecessariamente.
153
16.6 PROBLEMAS COM A COLUNA DE PERFURAÇÃO
A perda de circulação num poço com influxo é visualizada pela queda do nível de lama
nos tanques. Deste modo estando o poço com circulação, o medidor de nível do tanque indicará
se o poço está com perda parcial. Técnicas diferentes para combate a perdas são empregadas.
As técnicas aqui apresentadas devem ser aplicadas na seguinte ordem:
1 - Se for possível preparar um volume adequado de lama deve-se prosseguir com a operação.
A pressão da zona de perda cairá quando a bolha de gás ultrapassá-la e isto poderá resolver o
problema.
2 - Caso haja perda parcial de circulação considerar como pressão de fratura aquela pressão
que induziu a perda menos a pressão hidrostática correspondente a uma lama de 0,3 lbf/gal.
3 - Parar a bomba e fechar o poço. Observar se o mesmo se estabiliza (para de perder) no
intervalo de 30 minutos a 4 horas. Manter a SIDPP constante controlando a pressão no
estrangulador. Se a pressão no revestimento subir mais que 100 psi passe para a etapa seguinte.
4 - Escolher um fluxo lento de circulação e uma nova PIC com a bomba parada e o poço
fechado.
Os procedimentos normais para controle de erupção não podem ser realizados sem
circulação no poço. A perda total de circulação permitirá a subida do gás à superfície, mas o
problema básico pode ser um tipo de erupção subterrânea. Existem algumas técnicas para tentar
controlar o poço. O objetivo é sanar a perda de circulação e matar o cabeceio com
procedimentos normalizados.
155
Estando o poço com influxo, uma boa solução a ser adotada será tentar amortecer o
poço e depois trabalhar no controle da perda de circulação. Entretanto quando estas erupções
subterrâneas tiverem altas vazões, a injeção de um tampão pesado pode não ser suficientemente
rápida para controlá-lo. Sendo assim deve-se tentar a injeção de um tampão de baritina com a
altura suficiente para o controle da erupção.
156
16.10 EFEITO DA NÃO VERTICALIDADE DO POÇO
157
17 GERENCIAMENTO DE RISCOS
a) Análise Preliminar de Riscos – APR: Técnica indutiva estruturada para identificar perigos
decorrentes de falhas de instalações ou erros humanos, bem como suas causas e conseqüências
e avaliar qualitativamente seus riscos impactando a Segurança Pessoal, Meio Ambiente,
Instalação e Imagem da Empresa. A seguir, é mostrada a planilha para a elaboração da APR.
159
É mostrada a planilha para a elaboração do HAZOP, a seguir.
c) Estudo de Dispersão de Gases: Esta análise deve ser desenvolvida com o objetivo de avaliar
o comportamento dos vazamentos de gás e definir o número e a localização otimizada de
detectores de gás hidrocarboneto em áreas abertas.O estudo deve definir pontos de detecção
que atendam principalmente a liberações iniciais (inicio de vazamento) que devem ser
monitorados preliminarmente antes mesmo da detecção dos instrumentos do processo e da
ocorrência dos eventos de incêndio e de explosão. O estudo é feito com simulação dos casos
em fluidodinâmica computacional considerando as 4 direções de vazamento e 8 direções de
vento a fim de validar a locação dos detectores.
d) Estudo de Incêndio: Esses estudos visam a avaliar o comportamento das estruturas e
equipamentos da plataforma no caso de incêndio. É elaborado a partir do resultado da APR,
onde são selecionados cenários críticos de pequenos e grandes vazamentos de hidrocarbonetos.
Com o resultado das modelagens são sugeridas recomendações como instalação de proteção
passiva e/ou redução de inventário através de colocação de válvulas de segurança.
e) Estudo de Explosão: É o estudo aplicado para o dimensionamento das estruturas da
plataforma baseado nos valores de sobrepressão advindas de uma explosão. Também deverá
considerar os cenários críticos de vazamentos de hidrocarbonetos, sua composição, pressão e
temperatura. A modelagem da explosão está diretamente ligada a geometria 3D da plataforma
e o grau de confinamento do ambiente a ser simulado. A partir dos resultados da sobrepressão
resultante do estudo, ações de mitigação deverão ser propostas, como reforço de estrutura,
proteções adicionais, melhora da ventilação, novo arranjo de layout, etc.
160
analisada. Nessa fase os estudos de riscos citados poderão ser aplicados. Deve-se proceder um
gerenciamento das mudanças em uma plataforma durante a fase de operação.
Um especialista em Análise de Riscos, ao verificar o projeto, deve indicar qual(ais)
estudo(s) deverá ser elaborado ou revisado. A indicação da necessidade de um estudo deverá
ser acompanhada da metodologia a ser aplicada e em qual fase do projeto o mesmo será
desenvolvido.
161
ANEXO 1
ANEXO 2
162
ANEXO 2
163
ANEXO 3
ANEXO 5
164
ANEXO 4
165
ANEXO 5
166
18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• Análise dos Kicks Reportados 2002/2003 - Luiz Alberto Santo Rocha, Cecilia Toledo de Azevedo.
• Bourgoyne, Millheim, Chenevert, & Young. Applied Drilling Engineering. SPE Textbook Series,
1986.
• Projetos de Poços de Petróleo. Autores: Luiz Alberto Santos Rocha e Cecília Toledo de Azevedo
• Coker, I. C., 2004, “Managed Pressure Drilling Index”, Offshore Technology Conference, Houston,
Texas, USA, 3-6 May.
• PETROBRAS DPPS (Programa de Segurança em Posicionamento Dinâmico)
• Grace et al., 1996, “Field Examples of Gas Migration Rates”, SPE/IADC 35119, Drilling
Conference, New Orleans, Louisiana, USA, 12-15 March.
• Norma Petrobras de Segurança na Perfuração de Poços Marítimos N-2768
• Jayah et al., 2013, “Implementation of PMCD to Explore Carbonate Reservoirs from Semi-
Submersible Rigs in Malaysia results in Safe and Economical Drilling Operations”. SPE/IADC
163479. Drilling Conference and Exhibition. Amsterdam, The Netherlands, 5 – 7 March.
• Norma Petrobras de Controle de Poço N-2755
• Johnson et al., 1995, “Gas Migration: Fast, Slow or Stopped”, SPE/IADC 29342, Drilling
Conference, Amsterdam, Netherlands, 28 February-2 March.
• Engenharia de Reservatórios de Petróleo - Adalberto José Rosa, Renato de Souza Carvalho, José
Augusto Daniel Xavier, 2006.
• Kozicz et al., 2006, “Managed – Pressure Drilling – Recent Experience, Potential Efficiency Gains,
and Future Opportunities”. IADC/SPE 103753. Asia Pacific Drilling Technology Conference and
Exhibition. Bangkok, Thailand, 13 – 15 November.
• https://www.global.weir/offline-cementing.pdf
• REHM B. Pratical Underbalanced Drilling and Workover. The University of Texas at Austin -
Petroleum Extension Service; 1 ed, USA, 2002.
• https://downingusa.com/products/wellhead-systems/offline-cementing/
• Projetos de Poços de Petróleo — Geopressões e Assentamento de coluna de revestimento – Luiz
alberto Santo Rocha, Cecilia Toledo de Azevedo, 2008.
• Norma Petrobras de Segurança no Projeto de Poços Marítimos N-2752
167