Compartilhar Anà Nimo Irresistà Vel Meu Chefe Irresistivel

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Apresentação

Sempre fui uma garota apaixonada por livros. Comecei a ler com apenas 7 anos de idade, e
foi o meu primeiro clássico, a história da Rapunzel e eu cresci rabiscando pequenos trechos e
parágrafos de romances pois dentro de mim existia o desejo de ser escritora e foi então que decidi
me arriscar.
Hoje, com um pouco mais de 16 mil leitores, o meu primeiro ebook acabou se tornando a minha
grande realização, e só tenho a agradecer a vocês, leitores, por terem me dado o voto de confiança
de vocês e assim a conhecer a minha história e as outras que estão por vir.
Com muito carinho a vocês.

by Candy Boss
MEU CHEFE
IRRESISTÍVEL
Livro 1

Duologia Anônimo Irresistível

Escrito por
Candy Boss
Avisos importantes
da autora

Lembrando que esta obra pode conter palavras de baixo calão, violência e linguagens
inapropriadas, cenas de sexo ou até mesmo insinuações.

Não recomendado para menores de 18 anos.

Todo o conteúdo foi criado com base na imaginação e desejo da autora.


Redes sociais da autora:

Entre em contato comigo através do instagram


https://www.instagram.com/p/CNS0cADnVGs/

ou me envie um e-mail:
autoracandyboss@gmail.com

Será um prazer conhecer vocês e trocar algumas idéias sobre o meu primeiro casal Michael e
Yven.
Já sabemos que a música nos faz viajar, tanto física como psicologicamente, e por isso criei essa
playlist, pois eu viajo muito quando estou lendo ou escrevendo.

No link abaixo, está a playlist que ouço enquanto imagino os meus personagens interagindo,
conversando, brigando ou até mesmo quando estão em um momento muito tenso.

Ouça e se divirta enquanto você está se aventurando numa boa leitura!

Playlist Boss
http://bit.ly/PlaylistCandyBoss
Eu tentei tanto e cheguei tão longe
mas no fim, isso nem importa
tive que cair, que perder tudo
Mas no fim, isso nem importa

In The End( feat Jung Youth & Fleurie)

Prólogo
O início do império

Michael Louis Backham

Por onde devo começar? Houve alguns acontecimentos na minha vida que são dignos de serem
compartilhados.
Alguns não me orgulho por ter em minha história, seja lá como for, creio que eu deva começar pela
fase da minha vida onde eu tive o empurrão para chegar no lugar que estou hoje. Ou seja, no auge. Na
vida bem estruturada de um poderoso empresário, onde todos os esforços que fiz, os momentos que
pensei que fossem me derrubar, me deixaram ainda mais fortes e firmes em minhas opiniões, onde
realmente formaram meu caráter profissional. Acredito no esforço, no trabalho e na boa vontade. Até
porque, um dos meus lemas é “Quando queremos fazer algo, encontramos um jeito. Quando não
queremos, encontramos desculpas.” Sempre que possível, me recordo desta frase, para que não me
deixe esquecer, de onde eu vim, e acredito que eu possa chegar mais longe.
Meu objetivo sempre foi ter meu próprio negócio, minha empresa, minha casa, possuir bens, e com
isso foquei muito no trabalho, minha vida profissional sempre foi a prioridade, e até hoje é o meu
ponto focal, porém na vida de um homem de 24 anos, que já possuía alguns bens, casas e empresas
ainda faltava algo para preencher o vazio que a vida de um empresário como eu possuo no peito e foi
aí então que tudo começou…

Eu estava perdido em meus pensamentos relembrando momentos felizes que passei, estava
exatamente na Praça da Cidade de Londres, um lugar lindíssimo, onde moro desde os meus 18 anos.
Sou americano, vim morar na Inglaterra exatamente para estudar, e depois que me formei logo
comecei a trabalhar no ramo que escolhi, o administrativo, e com 22 anos já havia construído minha
empresa, logo após, aos 24 anos eu estava sendo sócio de uma grande multinacional no qual havia me
dedicado um jantar comemorativo, e foi exatamente lá, que encontrei a mulher que fez meu coração
acelerar, naquela época ao menos, pensei ser a pessoa perfeita para mim.
De volta às lembranças, me encontrei num momento único nos quais me transportaram para o melhor
dia da minha vida, e novamente me atrevo a repetir, naquela época.

Eu estava terminando meu discurso de agradecimento no púlpito quando encontrei um par de olhos
verdes cativantes me encarando com uma sobrancelha arqueada e quando a encarei de volta percebi
o esboço de um sorriso e ver o sorriso iluminando o belo rosto daquela loira maravilhosa me deixou
cheio de desejos, fiquei tentado a conhecê-la e foi o que aconteceu.
Depois daquele jantar, 2 anos se passaram e hoje sou noivo da belíssima Laura Evans, a bela loira
que estava naquele jantar. E esta noite estou preparando uma surpresa para minha mulher. Laura sabe
que minha agenda é sempre cheia de eventos e jantares beneficentes e este fim de semana será nosso
aniversário de 2 anos, porém eu tenho um evento na agenda e neste em especial vou faltar, não vejo
Laura desde domingo à noite e eu só iria vê-la no dia seguinte, pois ela disse que está cansada e com
dor de cabeça por isso não poderia me acompanhar no evento, e eu entendi essa necessidade, sei que
precisa de um tempo para descansar, pois, também trabalha na contabilidade da empresa do seu
primo, entretanto, o que ela não sabe é que vou fazer uma pequena surpresa para ela.
Passei em uma floricultura e comprei um buquê de rosas-vermelhas e dei uma passada na loja onde
Laura mais gosta, comprei um conjunto de brincos de diamantes da Cartier para presenteá-la.
Já a caminho do seu prédio, senti um nó no estômago se intensificar e eu lembro perfeitamente de
pensar que era expectativa de revê-la depois de dias. Estacionei o carro e peguei os presentes,
peguei o elevador já contando os segundos para estar com ela, feliz por tê-la em minha vida.
Agradecendo de joelhos por ser o escolhido.
Passamos a semana sem nos ver, era apenas ligações, então seria impossível não ver ela essa noite,
estou morrendo de saudade dela. Assim que cheguei em seu andar, peguei as chaves e enfiei a chave
na fechadura e entrei fechando a porta atrás de mim, neste meio tempo o nó no estômago se tornou um
mal-estar me deixando enjoado e até mesmo tonto e olhando ao redor tudo estava escuro exceto por
uma luz que vinha do corredor provavelmente do quarto de Laura, deixei os presentes em cima da
mesa me aproximei um pouco do corredor e então encontrei roupas espalhadas pelo chão.

Isso é uma camisa masculina?

Me perguntei mentalmente, e então senti o cheiro de perfume masculino barato, nada agradável, e
meu estômago revirou. Fiquei me perguntando se eu deveria ir mesmo ver aquilo, se realmente
deveria ver com meus próprios olhos uma cena que já se fazia real em minha mente.

Será que estou pronto para os fatos?

Já no corredor, cuidei ao máximo para não fazer ruído algum, e me aproximando do quarto, consegui
ouvir gemidos e gritos. Eram gritos de satisfação e aquele tom de voz eu conhecia melhor do que
ninguém.

Quer dizer, além de mim, outro homem conhece e intimamente.


A porta estava entreaberta quando eu consegui ver movimentos e mais gemidos e abrindo mais a
porta consegui ver um homem de costas para a entrada sem roupa fodendo Laura de quatro que estava
gemendo exageradamente.

Puta que pariu… Fiquei sem ar. Totalmente sem reação no momento.

Naquele instante, ela deixou de ser a noiva perfeita e passou a ser simplesmente a mulher que mais
tenho nojo no momento.
Com toda cautela, entrei no quarto e tirei a aliança e logo após chegarem ao orgasmo, ambos se
deitaram na cama naquela mesma posição de costas para a porta, e encarando-os, tremendo muito,
acredito que seja pelos nervos à flor da pele, deixei a aliança cair e nesse meio tempo pareceu que
tudo se fez silêncio e em câmera lenta, pois com o simples impacto da peça de metal no piso de
mármore, vi 2 pares de olhos se voltarem para a porta e assim que meus olhos recaíram sobre o rosto
da Laura, vi um olhar aterrorizado e com isso ela empurrou o homem de cima dela e levantou
rapidamente e o simples empurrão de Laura fez com que ele tropeçasse e cambaleando, caiu de
bunda no chão e o homem que tinha um pouco menos da minha altura e era mais magro, se aproximou
de Laura e lhe deu um tapa em seu rosto, deixando marca de seus dedos na bochecha de Laura, que
quando recebeu o golpe, caiu feito um saco de batatas no chão e aquilo me subiu nos nervos e já
muito enfurecido fui para cima do homem, o derrubando com toda fúria que existia em mim e o atingi
várias vezes com socos estratégicos em sua cara, apenas pensando na dor que ambos me causaram, e
quando dei por mim, o homem estava desmaiado e já sangrando pela boca e nariz e com vários
hematomas pela face, e soltando um suspiro larguei seu corpo desacordado no piso frio, Laura com o
rosto vermelho me olhou chorosa e levantou, tentando se aproximar de mim e dando passos para trás
enquanto me afastei e murmurei com a voz mais fria que eu consegui — isso que ele fez com você...
Eu nunca faria isso. Eu dei o meu melhor e mesmo assim, você preferiu algo baixo e sujo. Agora
aproveite isso que você construiu — e saí do quarto de Laura bufando enquanto a ouvia gritar pelo
meu nome. Lembro perfeitamente que cheguei na academia furioso, nunca me senti daquela forma, e
aquele também foi a única vez que perdi a cabeça de verdade. Para extravasar a minha raiva soquei o
saco de pancadas até ver areia saindo pelo buraco que fiz, meu treinador de MMA não disse nada,
apenas me acompanhou com os olhos e sou muito grato a ele por isso. Eu não queria falar com
ninguém, não queria ver ninguém. Naquele fim de semana eu passei treinando e só voltei para casa
quando estava completamente esgotado e exausto no domingo de manhã.
Depois daquele fatidico dia com Laura, não consegui mais me relacionar de verdade com nenhuma
mulher, pensei que a única que eu me dedicasse de verdade seria perfeita para mim, e hoje não
acredito mais no amor, e caso eu encontrar, se é que existe mesmo, uma mulher que me fizer perder
noites de sono e me fizer sorrir igual a um idiota, fazer com que meus pensamentos se tornem dela
com certeza vou casar com ela, e não vou deixar nada faltar para ela, a única coisa que não garanto é
amor. Por enquanto, me contento com alguns encontros casuais. Não mais do que desejo sexual, e
quando vejo que a minha parceira está se apegando, termino nossa relação.

Depois de dois anos, aqui estou eu. Tenho duas empresas, construí meu império, meu pai é uma
grande influência no mundo dos negócios também, e já está se aposentando e me propôs que eu
cuidasse da sua empresa também. A única diferença é que fica a exatas 5 horas de avião, fica em
New York, mas longe de mim, recusar ao pedido do meu pai, ele é um grande exemplo para mim, é
só em lembrar do meu pai, já sinto saudade de casa, eu preciso ver o que tenho para fazer hoje, pois
meu pai quer que eu seja apresentado na segunda-feira, e hoje é sexta-feira e já são 8:15 da manhã
em Londres, em New York são apenas 3:15 então eu tenho muita coisa para fazer até o horário de
embarque.

Já bem concentrado em minhas planilhas, ouço meu celular vibrar ao lado do meu Mac, coloquei os
fones de ouvido e vejo ser do meu escritório empresarial.
— Beckham — murmurei rapidamente até ouvir a voz intimidada do meu ajudante.

— hãm… Bom dia. Sr. Beckham, os anexos da reunião das 10:00 horas estão em cima da sua mesa.
— Karl falou rapidamente e assentindo respondo — ótimo. Obrigado por avisar, daqui a pouco
estarei aí para conversarmos sobre a apresentação — respondi e aguardei alguma resposta que
pareceu vir depois de longos segundos — S..sim, senhor. — Karl respondeu e eu finalizei a ligação.
Levanto-me da cadeira no escritório da minha casa e fecho o Mac, sai andando pelo corredor até meu
quarto onde tirei minha roupa e entrei no chuveiro. Com o banho tomado, enrolo a toalha na cintura e
vou até à pia para dar uma atenção a minha barba. Minha barba é comprida, porém bem cortada e
bem feita, digno de um empresário bem-sucedido que sou, meus cabelos pretos e bem cortados, olhos
verdes acinzentados iguais aos da mamãe, lembrar dela me deixa com uma saudade gigante de casa,
em breve estarei de volta, sorrio ao pensar que estou voltando a New York depois de tanto tempo.
O primeiro motivo de eu estar indo para New York é que descobrimos desvios de verbas da empresa
do meu pai, já faz alguns meses, sou especializado em administração e tenho muito conhecimento de
causa, mesmo que ele não tivesse encontrado o meio de darmos início a investigação, eu mesmo iria
começar. Uma coisa que me deixa muito irritado é trabalhar com pessoas desonestas, e no meu rosto
já está estampado minha raiva, sempre trabalhei dignamente para chegar onde estou. Nunca desisti
quando as pessoas me negavam as coisas, e devo considerar que a traição de Laura também me
ajudou muito no processo de transformação do caráter profissional, não que eu fosse um homem
desonesto, pois repito que comigo pessoas desonestas não trabalha, mas fiquei mais firme nas
escolhas e mais objetivo em tudo o que me envolve. Ou seja, hoje tenho uma vida descomplicada em
todos os sentidos.
Assim que terminei o que estava fazendo fui até meu closet, escolhi um terno preto de corte
sofisticado para hoje, já que vou ir hoje mesmo para new York e já vestido com a calça social, a
camisa preta e um colete feito sob medida para acompanhar o traje da colcci e sapatos Prada,
encontrei a caixa preta que minha mãe me deu de presente abrindo-a encontrei uma pequena caixa
preta escrita Cartier em letras sofisticadas, lá estava meu conjunto de abotoaduras. Já vestido,
coloquei meu blazer e fui em frente ao espelho admirar a beleza. E sem conseguir segurar, esbocei
um sorriso irônico de mim mesmo.
Cabelo ok, barba ok, roupas ok.
Assim que eu terminei tudo, voltei até meu escritório, vejo que meu celular vibrou e assim que
visualizo a mensagem, vi que meu dia poderia ou não ser surpreendente, pois simplesmente recebi
uma mensagem completamente presunçosa da minha querida ex noiva. Não sinto completamente nada
em relação a ela, na verdade, tenho muita pena, mas confesso que vou deixar ela correr atrás, pois
agora irá dar valor ao que perdeu, se antes eu era um menino inteligente rico e bonito, hoje me tornei
um homem decidido, inteligente e capaz de qualquer coisa pelos meus objetivos e melhor, milionário.

Por essa você não esperava, não é Laura?


A mensagem recebida dizia o seguinte:

— Sinto sua falta, eu sinto muito pelo que aconteceu. Sei que também sente minha falta, por isso
estou dando uma nova chance a nós dois.
Estarei esperando você em meu apartamento hoje as 19 horas —

Fiquei enfurecido com essa mensagem, que mulher dos infernos. Aprontou com certeza inúmeras
vezes pelas minhas costas e depois de 2 anos me mandou esta mensagem esperançosa, e o pior,
dizendo que decidiu nos dar uma segunda chance. Com esse pensamento soltei uma gargalhada, não
consegui evitar. Ela está ficando louca, só pode, ela está pensando o quê? Que é só estalar os dedos e
eu volto correndo, rendido, para ser traído de novo?

— Não mesmo, Laura. — Olhei gritando para o telefone já me sentindo um pouco nervoso.

Só o que me falta, soltei um longo suspiro e apaguei a mensagem que me deixou com um humor
alterado, não sei se é bom ou ruim, sacudi a cabeça para me livrar dos pensamentos, pois não quero
que Laure cause nenhum tipo de reação em mim, que muito menos me faça perder o controle e ficar
nervoso, e já me sentindo muito melhor, me direcionei até a janela e de lá vejo Gregori ao meu
aguardo.
Gregori é um ex militar de alto escalão, largou sua carreira militar para entrar nas forças especiais e
agora é aposentado então como ele era conhecido do meu pai, propus que trabalhasse para mim, sou
um homem de muita influência no mundo dos negócios, como mencionei anteriormente, entretanto
corro um certo risco de vida, não só eu, mas todos da família Beckham e ter Gregori como segurança
é como ter uma máquina de matar.
Com este pensamento acabei soltando mais uma gargalhada.

Caramba! Se Gregori imaginasse que eu o comparo com uma máquina mortífera, qual seria sua
reação? Ele é um homem de quase 2 metros de altura, careca e tem o porte físico atlético.

Peguei o Mac e o coloquei na pasta e desço as escadas e caminhando em direção a saída, peguei o
celular e liguei para Gregori, que atendeu rapidamente

— Bom dia, eu estarei indo com meu carro, pode me acompanhar, por gentileza. — Falei e aguardei
sua resposta —Sim, senhor. Estarei logo atrás — e encerrei a ligação.

Quando entrei no Maserati, coloquei o cinto de segurança e coloquei a chave na ignição já me


preparando para sentir o poder do motor. O trânsito estava tranquilo e eu estava ouvindo I don’t
wanna love you- Zayn- enquanto dirigia tranquilamente e acompanhava Gregori atrás de mim,
olhando através do retrovisor, observo que Gregori sempre fica atrás do meu carro, talvez por um
meio de segurança. Em todas as ruas que eu entrava, com muita agilidade Gregori se mantinha atrás
do meu carro, sempre muito cuidadoso e hábil, faz uns 4 anos que contratei Gregori para minha
segurança e se eu pudesse teria o contratado há muito tempo, é uma ótima pessoa e também muito
dedicado em todo trabalho que ofereço para executar.

Quando estacionei, e desci do carro logo entrei no escritório, e gostei muito de ver o que vi quando
cheguei, a minha empresa estava motivada, e este é o espírito de todo o negócio, os meus
colaboradores devem ter prazer em trabalhar comigo, gostar do que o trabalho oferece e assim, não
só eu e os clientes saímos satisfeitos mas também meus funcionários, pois, são recompensados com
seus bônus que os clientes mandam para eles.

Colaboradores satisfeitos mais clientes satisfeitos é igual a um chefe satisfeito e o resultado dessa
junção são os resultados e lucros que é o que mais estamos recebendo.

Na recepção, uma moça bonita de terninho preto levanta-se num pulo e me olha com um sorriso e me
comprimenta — Bom dia. Sr. Michael. — logo respondo — Bom dia, Srta. Marques. — Esboçando
um sorriso leve e me direcionei apressadamente até o elevador.

No vigésimo andar, no momento em que entrei no setor, alguns olhares se voltaram para mim,
mulheres bonitas e provavelmente curiosas que acompanham meus passos até eu entrar no meu
escritório. Com certeza tem a curiosidade de saber o meu estilo de vida, isso não me surpreendeu,
todas as mulheres que eu conheci até hoje são assim, a única que pensei ser diferenciada, acabou me
machucando da pior forma possível, mas já me acostumei com toda essa atenção. Diariamente
acontece isso. Elas me acompanham com os olhos a cada passo meu, mas quando eu volto a olhar
para elas, elas apenas ruborizam e abaixam a cabeça como se eu tivesse dado uma ordem e as
obrigasse a acatar, é como se elas desejassem saber como eu sou, fora do ambiente do trabalho.
Voltando ao trabalho, adentrei meu escritório, coloquei o Mac em cima da mesa ao lado do material
físico que Karl colocou e me avisou sobre, e em seguida tirei casaco e comecei a ler meus e-mails.

Já eram 9:40h e havia um alerta de e-mail que apareceu assim que eu estava saindo a procura de
Karl, pois precisamos discutir o que ele iria apresentar da proposta, procurei por ele em sua mesa,
porém lá estava tudo, menos o próprio rapaz.

Meu assistente Karl é um rapaz muito educado, mas não consegue acompanhar meu ritmo, gosto de
agilidade e objetividade, e de longe é possível ver a timidez dele. Droga, onde ele foi ?
Liguei para Karl, que estava preparando seu café com guloseimas na cozinha. Porra, ele gosta de
comer, e pensando bem, só o vejo comendo quando ele está nervoso, e a última vez que o vi nervoso
desse jeito, foi quando iríamos apresentar uma proposta…
Rapidamente Karl apareceu todo nervoso, e vermelho. Parecia ansioso, e no momento em que pus os
olhos nele tive a certeza de que ele nunca fez uma apresentação de negócio sozinho e sem dúvidas
era capaz de arruinar nossa apresentação ao cliente que teria seu primeiro atendimento conosco.

— Karl, pode me acompanhar até meu escritório, por favor. — falei virando de costas para ele e
andei até minha sala pensando em uma forma de não ser tão duro com ele, porém percebi que já está
intimidado, e sem querer, causo isso nas pessoas, em alguns âmbitos, isso é bom, pois as pessoas se
mantém longe de mim, e se aproximam realmente para o necessário.
— Karl, você já fez uma apresentação de negócios antes? — Ele fica ruborizado e nega com a
cabeça ainda em silêncio. E isso me irritou um pouco. Respirando fundo sentei na minha cadeira e
fechei os olhos para pensar um pouco e assim que os reabri continuei — Karl você deixou todo o
material pronto, eu irei apresentar ao cliente e você irá desmarcar os meus compromissos para o
próximo mês. Estarei indo viajar. Tudo bem? Consegue fazer isso? — Perguntei ao observar Karl
ficar mais relaxado. E ficando na sua cor natural.
— Sim, senhor. Farei o possível. — Karl responde.

— Está liberado. Irei para a sala de reunião. — Informei enquanto colocava meu casaco e pegando o
Mac e o material em cima da mesa me direcionei até a sala de reunião.
Sendo 10:00 em ponto o material está preparado e o Mac aberto, aguardando o cliente, me sentindo
um pouco ansioso, não penso que seja pela reunião, apenas sei que irá acontecer algo diferente, mas
não sei quando. Na verdade, não tenho nem ideia do que poderá acontecer.
Em algumas batidas na porta, Karl entra com os clientes empolgados atrás.
Me tirando dos pensamentos perdidos que me dominavam, volto a minha atual situação, que é a
reunião de possíveis soluções corporativas, e acenando com a cabeça e um sorriso em meus lábios
os aguardo se acomodar. — É hora do ‘show’ senhores — penso e dou meu melhor sorriso para
recebê-los, assim que já estão com sua atenção voltada a mim.
O amor é minha religião, mas ele era a minha fé
Algo tão sagrado, tão difícil de substituir
Apaixonar-me por ele era como cair em desgraça
Tudo envolvido em um, ele tinha tantos pecados
Heaven ( Julia Michaels)

Capítulo 1

O começo de uma nova vida

Yven Lauren Cobalt

— Sem chance de eu me tornar uma de suas garotas — o empurrão que dei no Heitan foi forte o
suficiente para derrubá-lo de bunda no chão e isso me deu mais alguns minutos em vantagem, já que
eu corria igual a uma lesma, tudo bem que estou usando sapatilhas, mas se eu soubesse que iria
encontrá-lo na rua hoje, com certeza não teria saído de casa, Heitan está quase que diariamente me
importunando, toda vez que me vê, tenta me levar com ele e hoje não diferiu, correndo me envolvi no
meio da multidão que estava esperando atravessar na faixa de pedestres, Seattle é um lugar lindo,
mas quando se tem pessoas deste porte que considero péssimo, já consegue com certeza estragar a
cidade e quem me vê, fisicamente, pareço uma moleca que apronta todas e sai correndo dos
problemas, em alguns pontos até está correto, mas no que diz respeito a fugir de problemas, está
completamente errado. A questão é que toda a situação que envolve Heitan, tem circunstâncias
diferentes e uma história trágica por trás.Assim que cheguei perto do meu prédio, vi que eu já estava
a uma boa distância, então parei de correr, já me sentia segura com toda a correria, me sentia cansada
e tecnicamente me arrastei para chegar até o elevador, hoje não estava preparada para uma corrida
dessas. Me sentindo orgulhosa de mim mesma, vejo não fui tão mal.Preciso voltar para a academia,
meu corpo pede socorro…Assim que cheguei em casa, senti um cheiro delicioso de comida, meu
estômago protestou e então lembrei que não havia comido nada desde que acordei, Amanda estava
testando algumas receitas para fazer na casa do namorado dela, já que irá conhecer os pais de
Carlos, por isso está treinando para que não saia nada errado, apesar de eu já ter conversado com ela
a respeito, ela é uma ótima cozinheira, ela ainda fica com medo de algo sair errado, mas pelo aroma
que vem da cozinha, com certeza vai ficar tudo perfeito.Passando na cozinha, dei um beijo na
bochecha da minha melhor amiga e andei até o sofá onde me joguei confortavelmente, e é claro que
Amanda notou algo errado comigo e se aproximou, sentando na poltrona que fica de frente para mim
ela murmura — pode falar o que está te incomodando? — tapei o rosto com a almofada e comecei a
resmungar e Amanda levantou e tirou a almofada do meu rosto e disse — pode começar, por favor.
— ela me olhou com uma expressão preocupada e eu respirei fundo e sentei no sofá e disse —
encontrei Heitan na rua, e ele tentou me levar a força para a casa dele. De novo... — quando terminei
a frase algo soou amedrontado. Eu não sabia que estava com tanto medo, e falando isso para minha
melhor amiga acabei vendo que eu me sinto presa a isso, presa diretamente ao meu passado. Por mais
que fizesse tempo, mesmo que eu consiga fugir, eu ainda vou continuar tendo medo, e talvez nunca
esqueça do que passei.Respirando fundo Amanda murmurou — Yven, eu não quero ser intrometida,
mas, já sendo, eu penso que seria bom se você saísse um pouco de Seattle e fosse para New York
passar o fim de semana com seus pais. — ela se aproxima de mim no sofa e continua — Você está
saindo atrás de emprego, sabemos que você não precisa, mas quer um emprego para ser
independente, e não precisa ter um cargo com seu pai. Apenas veja se ele conhece alguém para que
você tenha contatos profissionais. — Ouvir aquelas palavras, senti um misto de sensações e
pensando bem, minha amiga tem razão, não estava olhando por este lado, a única coisa que eu estava
vendo em relação aos meus pais é que eles iriam querer que eu morasse com eles novamente, mas se
eu passar realmente o fim de semana com eles, quem sabe eu consiga alguns contatos, e também vou
fugir um pouco de Seattle, sumir por algum tempo vai ser bom para mim — você tem razão. Eu
estava com medo de algumas coisas e não estava vendo a situação de outro ângulo. Ainda bem que
tenho você. — murmurei olhando para Amanda que no mesmo instante pulou no sofá e me deu um
abraço bem forte.— Sabe que amo demais você, Yven, sempre que precisar vou estar aqui.
Independentemente de onde estejamos — e assentindo apertei meus braços em volta da minha amiga
e fiquei desfrutando do pouquíssimo tempo que nos sobrou, já que Amanda parece não sair do
trabalho, pois também trabalha em seu quarto, mas com exceção a este Fim de semana, que irá passar
na casa do namorado.Isso vai ser ótimo para ela, pois sempre a vejo confinada em seu quarto
trabalhando, não que trabalhar não seja importantíssimo, mas ter um momento para se divertir
também é necessário. Amanda e eu nos conhecemos na faculdade e desde então não nos separamos,
porém, andamos nos desencontrando pelo pouco tempo disponível que minha amiga tem.Quando
voltei para meu quarto, Amanda já estava arrumando suas coisas para levar para a casa do Carlos.
Eu imagino que só vou vê-la na próxima semana, ou na próxima, pois não sei o que me espera em
New York esse fim de semana.Fui até a minha janela, e de lá fiquei olhando a vista que eu tinha do
meu quarto, uma paisagem bonita de uma tarde de sexta-feira de verão, que me fez refletir sobre
novas possibilidades para a minha vida, hoje já tenho 21 anos, tudo bem que já sou formada em
administração, entretanto estou sem emprego ainda, e mesmo não precisando do dinheiro, continuar
sem um trabalho na minha área pode prejudicar minha carreira, e eu devo deixar o meu orgulho todo
de lado e ir até meus pais para saber se eles podem me ajudar com alguns contatos, apesar de que o
meu pai poderia me empregar em uma de suas duas empresas, eu quero fazer meu nome, quero ter
uma carreira baseada nos meus próprios méritos, e não porque o dono da empresa é meu pai. Diante
de tantas coisas que ganhei na vida e sou muito grata, e a outras que foram roubadas de mim, me
serviram como uma experiência muito ruim, mas não deixam de ser experiencia, e agora eu posso
fazer escolhas também, e só por que vou pedir ajuda agora não quer dizer que estou estragando tudo e
eu vou mudar isso.Eu nunca fui podre de rica, entretanto meu pai é um magnata da mídia, sendo assim
quando eu era criança eu ganhava de tudo da minha mãe e ainda recebia uma mesada com um valor
consideravelmente alto é isso tudo foi acumulando nos últimos anos, e ganhando juros em minha
conta bancária, por isso tenho um conforto. Meus pais sempre me diziam que se eu precisasse de
qualquer coisa era só pedir, mas odeio imaginar que estou dependendo deles, por isso prefiro viver
dos juros da minha conta bancária.O que na teoria, não me parece ser a mesma coisa. Finalmente
ganhei coragem o suficiente e decidi ligar para minha mãe, que no segundo toque atendeu a ligação
— Oi, Querida — minha mãe murmurou como de costume — hãm… Oi, Mamãe. Tudo bem? —
perguntei tentando esconder o meu nervosismo — sim, amor e você como está? Estamos com
saudade — Minha mãe respondeu e de repente me senti culpada pelo distanciamento, lembro-me que
quando eu era criança eles cuidaram tão bem de mim — Tudo bem, mamãe, também estou com
saudades — murmurei e esperei minha mãe falar — Querida, por que você não vem passar esse fim
de semana conosco? Sei que já está em cima da hora, mas posso mandar o Derek ir buscar você. O
que me diz? — minha nossa, parece que minha mãe leu meus pensamentos, já que ela convidou então
vou aproveitar — tudo bem, mãe. Eu adoraria. Vou esperar Derek então. —Depois do convite da
minha mãe, acertamos o horário e conversamos por mais alguns minutos sobre o que poderíamos
fazer e nesta lista já está marcado o dia no Spa, pois amanhã à noite terá um jantar beneficente e
minha mãe me convidou para ir, então obviamente que não vou falhar, vou aproveitar a oportunidade
para conseguir alguns contatos.Preparo minha mala, escolhi dois vestidos tubinho e 3 saias lápis de
cores diferentes. Minhas blusas coloquei de um modo que não chegue lá amassado e peguei meus
dois pares de sapatos Jimmy Choo e um Louboutin.Minha nécessaire está pronta, já estou levando
meu Mac na pasta, caso eu precise, e minhas coisas já prontas me apressei para tomar banho, pois
logo Derek chegará.Assim que saí do banho, peguei meu celular para ver a hora e já são 16:34 da
tarde, deixei o celular na penteadeira e iniciei o processo para escovar meu cabelo, que desce como
uma cascata negra pelas minhas costas, no momento em que soltei o coque que fiz para não molhar o
cabelo durante o banho, em meio a minha tarefa, ouço uma notificação e sai correndo pelo quarto
para ver quem estava ligando e assim que cheguei, vejo ser Derek ligando e rapidamente fui até a
janela e vi um sedan preto estacionado, e pela primeira vez em dias, me vejo ansiosa para algo. E
com certeza estou muito feliz por passar um tempinho com a minha família.
Capítulo 2

Lembranças

Michael Louis Backham


Assim que aterrissamos, desci do avião com a minha pasta em mãos e peguei o celular no bolso para
ligar para Gregori que rapidamente atendeu e eu logo murmurei — acabei de desembarcar, onde
posso encontrar você? — alguns segundos depois ele respondeu — O senhor irá me encontrar na
entrada do aeroporto — Gregori respondeu — Certo, estou indo — encerrei a chamada assim que
avistei Gregori com o habitual terno preto.Logo que Gregori e eu nos encontramos, pegamos a mala e
fomos até o sedan alugado, me recostei no assento traseiro e esperei Gregori dar a partida. Vejo-me
ansioso e nervoso, tudo porque estou voltando para casa, depois de anos. Minha nossa, que saudade
de casa, saudade dos meus pais. Já são 17:30 e estou chegando na casa dos meus pais, continua
sendo um lugar lindíssimo e elegante, e pelo que vejo, o jardim está mais revigorado, lindíssimo e
acolhedor. Eu sempre gostei muito de ficar perto de árvores, flores, rios, pois se torna revigorante e
transmite tranquilidade exatamente onde renova as energias.Estacionando o carro, logo abri a porta e
pulei do assento e ouço a porta da casa abrindo rapidamente e uma voz feminina falar — Meu filho,
que saudade — e minha mãe me abraçou forte e com a mesma rapidez, logo me senti em casa
rapidamente, em seguida meu pai apareceu e se juntou ao abraço e disse — Aguardamos você
ansiosos, Michael — assentindo eu murmurei um pouco emocionado — Eu também estava ansioso
para ver vocês — e eu realmente estava me sentindo em casa, com esta recepção parece que nunca
saí daqui.Se afastando do abraço eu olhei para minha mãe, que continua linda e elegante com seu
vestido floral que a deixou mais jovem e sorrindo olhei para meu pai que estava usando um jeans
escuro e uma camisa branca, sempre formal e elegante. Enfim, pelo que notei não mudou muita coisa
desde a última vez que vim para casa.— Vamos entrar. Querido. Temos muito o que conversar —
minha mãe convidou e já me puxou pela mão enquanto meu pai entrava atrás ajudando Gregori com
as bagagens.Assim que entramos na casa, encontrei meu irmão mais novo jogado no sofá, na verdade,
ele parecia desmaiado com um pacote de chips na mão e é claro que eu não poderia perder a
oportunidade de curtir com a cara dele e então sussurrei — Mamãe, tem algum creme ou chantilly
aqui? — assentindo minha mãe confirma e franzindo a testa murmura — Quer que eu pegue para
você? — Aposto que ela perguntou isso sem imaginar o que eu estou pensando em fazer, e assentindo
observei minha mãe ir até à cozinha. Meu pai me lançou um olhar engraçado como se estivesse lendo
minha mente e sorrindo olhei para ele como quem não quer nada e peguei a lata de chantilly que
minha mãe entregou, me aproximei do meu irmão que parecia apagado e virando sua mão com
cuidado para não acordá-lo, coloquei chantilly na sua mão e meu pai passou uma pena em seu nariz e
com isso ele levantou a mão do chantilly em direção ao seu rosto, e então ele acordou com o rosto
todo lambuzado de chantilly, eu e meu pai caímos na gargalhada e assim que a sonolência passou,
Anthony suavizou a expressão e finalmente pareceu despertar e quando me olhou sorriu com a cara
de quem iria dar o troco e eu logo falei — Então antes que você pense em dar o troco em mim, dê
uma boa olhada para mim e pense se eu não tenho outros planos para atacar você, caso tente revidar
— e sorrindo me aproximei do meu irmão com os braços abertos que também se aproximou
acabando com o espaço que havia entre nós após minha mãe lhe entregar uma toalha de rosto para ele
limpar a sujeira.— Cara, olha como você mudou — Meu irmão falou se afastando de mim enquanto
me olhava debaixo a cima — Você está mais forte e musculoso, deve estar pegando geral — neguei
com a cabeça e sorri em silêncio e Anthony continuou — Agora falando sério, já está sabendo das
ameaças? — Negando com a cabeça negativamente permaneço em silêncio esperando alguém
quebrar aquela tensão e coçando a garganta meu pai responde — Eu iria falar com você após nosso
jantar, Michael. Não temos nada concretizado, mas… — meu pai abaixou a cabeça e vendo eles em
silêncio me deixou incomodado e quando me dei conta aquilo tudo me deixou nervoso — o que
aconteceu? — Perguntei já com meu tom autoritário e meu pai me olhou firme e disse — A um tempo
atrás recebemos ameaças contra a família, eram cartas anônimas, sempre chegavam no mesmo
horário e sempre no endereço da empresa — eu abaixei a cabeça e soltei um suspiro audível e minha
mãe perguntou — Querido, está tudo bem? — e assentindo eu perguntei — Essas ameaças
continuam? — negando com a cabeça meu pai responde — Não, já faz uns 3 meses que não
recebemos mais nada — assenti e olhei para minha mãe que preocupada me encarou e franziu a testa
— mãe, posso ir para meu quarto? — perguntei tentando tirar aquele clima tenso que se pôs sobre
nós, e sorrindo minha mãe me olhou e disse — Fique à vontade, querido. Só subir a escadaria —
assentindo sorri em resposta e subi a escadaria conforme fui instruído.Assim que cheguei no meu
quarto, olhei ao meu redor e vi que a única mudança que teve depois que fui embora, foram as
cortinas. Meus brinquedos estavam lá, todos os carrinhos, personagens de histórias em quadrinhos
que eu mais gostava, dentre todos os meus brinquedos acabei encontrando o Mike, um super-herói
que eu levava para todos os lugares comigo, peguei este na mão e sentei na cama e comecei a
relembrar a história dele.Eu estava indo comemorar meu aniversário num parque aberto, um local
muito bonito repleto de árvores e flores, lembro-me do lago que havia peixes-dourados. Meus pais
me levaram lá para brincar, em comemoração ao meu aniversário de 11 anos com meu super-herói
novo, sai correndo pelo parque brincando, com a mentalidade infantil demais, a inocência cobria
qualquer coisa que hoje posso entender, quando cheguei até o último lugar que fosse possível correr
no parque, encontrei um menino com roupas sujas e surradas, chorava em silêncio e pelo que eu vi,
estava com fome, pois olhava para as crianças que comiam famintas seus pratos na lanchonete, e
aquilo despertou algo em mim, me vi magoado e triste pelo menino que olhou para mim e fungando
virou-se de costas para mim e continuou a chorar, sobre o ato do menino, só consegui pensar hoje que
ele não queria deixar um estranho ver ele chorando por não ter o que comer, e depois daquilo, corri
de volta para meus pais, que assim que me viram chegando logo me atenderam.— Papai… posso lhe
pedir algo? — perguntei com um pouco de receio, pois não sabia o que iriam pensar de mim, lembro
que eu pensei o seguinte: o que eu não quero é que pensem que sou aqueles meninos que ficam apenas
pedindo coisas para os pais.Aquele pensamento me fez rir, minha nossa, quais seriam os pais que
pensariam isso de uma criança? Bom, este era meu pensamento na época, e com aquela pergunta os
dois me deram total atenção e permaneceram em silêncio então me encorajei e logo perguntei —
Podemos comprar um lanche para dar de presente? — Meus pais me olharam atentos e depois se
entreolharam e piscando olharam para mim novamente — Para quem você quer dar este lanche,
Michael? — meu pai perguntou em um tom sério e aguardou eu responder enquanto minha mãe
levantou e foi até a atendente — É que, eu vi um menino com roupas um pouco velhas chorando
sozinho, então eu penso que ele sente fome, pois quando sinto fome eu também fico chateado —
respondi olhando para meu pai que esboçou um sorriso para mim e depois olhou para minha mãe que
se aproximou com um sanduíche natural e dois cachorros quentes com duas garrafas de suco de
laranja, e meu pai estendeu a mão para mim e então eu a apertei e fomos andando tranquilamente até
o lugar onde o menino estava, e assim que chegamos, meus pais ficaram para trás e me entregaram o
lanche em troca do meu boneco, e com muito cuidado me aproximei do menino que apenas me
acompanhou com os olhos e no momento em que estendi o lanche para ele sorri e esperei ele pegar,
mas o que eu vi em sua expressão nunca vou esquecer, seus olhos encheram de lágrimas e ele sorriu e
me abraçou forte e após isso pegou o lanche e me olhou de novo — Como é o seu nome? — O
menino perguntou já com o lanche em mãos — Eu me chamo Michael e você? — murmurei curioso
— Eu sou Sebastian, muito obrigado pelo lanche. — o menino respondeu enxugando a última lágrima
que brotou em seus olhos e a curiosidade tomou conta então eu tive que perguntar — Por que está
chorando? — o menino deu uma mordida no seu sanduíche e respondeu assim que terminou de
engolir — É que hoje é meu aniversário, e eu não tenho família. — ouvir aquilo me deixou chateado,
pois eu estava brincando com meu presente novo, enquanto ele não tinha família, comida e nem
brinquedos, então só pensei em uma coisa, levantei, andei até meus pais e peguei meu brinquedo e
voltei para onde Sebastian estava.— Feliz aniversário, Sebastian — entreguei meu brinquedo para o
garoto que eu acabei de conhecer e no qual nunca esquecerei e levantando deixou seu sanduíche em
cima da pequena bandeja e novamente seus olhos se encheram de lágrimas quando pegou o brinquedo
— Muito obrigado, Michael —Aquelas foram as últimas palavras que ouvi de Sebastian, depois que
conheci ele, meu comportamento, minha forma de pensar e até a minha forma de viver mudaram. Eu
sabia ter uma ligação com aquele menino, pois éramos crianças e compartilhamos um sentimento
muito inocente, e depois que meus pais me levaram para casa, acabei ganhando um brinquedo igual
ao que dei para Sebastian e isso fez com que eu nunca esquecesse o que fiz.Olhei ao redor e me senti
um pouco cansado, muitas lembranças em um períodocurto de tempo, então levantei e fui tomar um
banho.Assim que saí do banho, peguei uma calça moletom e uma camiseta e deitei na cama por um
momento.Eu estava caminhando por um lugar desconhecido, estava escuro, mas conseguia enxergar a
silhueta de um corpo elegante, e andando me aproximei ainda mais e consegui ver cabelos loiros e
brilhantes, e então eu estava de frente para Laura, que estava deslumbrante em um vestido vermelho,
porém não consegui sentir nada por ela, o tesão que eu sentia, a paixão que me queimava por dentro
sempre que a encontrava já não estava mais lá…— Michael, meu amor… Preciso de você — Laura
murmurou se aproximando de mim e a cada passo seu eu recuava um — Sem chances, Laura. Não
quero mais nada com você — respondi, mas tive um sobressalto quando senti o fim do espaço atrás
de mim, estava encurralado por uma árvore e então Laura se aproximou e logo se aproximou para me
beijar e quando eu iria sentir seus lábios…Levei um sobressalto na cama, estava suando e isso era
sinal de que o sonho estava se tornando um pesadelo, e mais uma vez me lembrei que eu não estava
sentindo nada em relação à Laura, o que quer dizer que já não sinto mais nada por ela, que não tenho
sentimento algum por ela. Depois de 4 anos, finalmente tive uma confirmação disso. Sentado na
cama, esperei a aceleração do meu pulso voltar ao normal e peguei meu celular e vi que já eram
02:20 então resolvi levantar e explorar a casa de madrugada.Logo que cheguei no corredor notei que
a casa estava escura, então andei em direção a escadaria com cuidado para não acordar ninguém, eu
já havia perdido o sono então não quero causar outras perdas de sono, e assim que cheguei no último
degrau, encontrei o caminho da cozinha, e logo achei uma cafeteira, com isso preparei café e me
sentei no banco em silêncio e fiquei pensando no que eu desço fazer, pois, apesar de amar meus pais,
não quero dividir uma casa com eles. Pois, preciso do meu próprio espaço, dei um gole do meu café
e continuei pensando quando ouço passos próximos e então minha mãe entrou na cozinha com seu
robe de seda preto. — Olá, Querido — minha mãe murmura enquanto pega uma xícara para si e
prepara seu café — acordei você, mãe? — perguntei assim que ela sentou no banco e negando com a
cabeça ela responde — Acordei porque senti ter um conhecido estranho explorando a casa, e que
provavelmente ele havia perdido o sono — aquilo me fez sorrir e baixando a cabeça, murmurei em
resposta — Bom, eu perdi o sono mesmo. Tive um sonho estranho. Então pensei em vir explorar um
pouco — expliquei para minha mãe que assentindo franziu a testa e perguntou — filho, posso fazer
uma pergunta? — assentindo encarei a minha mãe e permaneci em silêncio aguardando a pergunta —
Depois de Laura, você não saiu com nenhuma moça? — Minha mãe perguntou com uma expressão
preocupada no qual me vi obrigado a responder — Depois de Laura eu só foquei no trabalho. Mãe,
mas como você deve imaginar, eu tive alguns encontros casuais, sim — depois dessa resposta ela
pareceu um pouco mais preocupada e perguntou — mas você não se sente sozinho? Quer dizer, já
fazem 4 anos que tudo aquilo aconteceu. Você não pensa em voltar com ela? Ou então em ter uma
namorada fixa? — Aquilo me deixou um pouco incomodado, pois provavelmente minha mãe vai
pensar que sou gay — Mãe, não sinto falta da Laura. Nenhum pouco, na verdade. — com essa
resposta fiquei olhando para a expressão da minha mãe — Michael, você sabe que não tenho
preconceito nenhum, certo? — minha nossa, eu sabia que iria chegar neste assunto, então levantei e
me aproximei da minha mãe e olhei nos seus olhos e expliquei — mãe, não sou ‘gay’. Apenas não
encontrei a mulher certa, ainda — enfatizei o 'ainda' porque se em 4 anos nenhuma mulher mexeu com
a minha cabeça, então ainda está para nascer a escolhida e então continuei. — Então prefiro esperar
— depois que expliquei minha situação, vi a expressão da minha mãe suavizar e parecer aliviada —
mãe, agora vou subir, amanhã preciso fazer algumas coisas. — assentindo minha mãe sorri e eu
depositei um beijo no topo da sua cabeça e me preparei para deitar e dormir por mais algumas horas.
Eles dizem “todos os bons garotos vão para o céu”
Mas os garotos maus, trazem o céu até você
É automático
É apenas o que eles fazem
Heaven ( Julia Michaels)

Capítulo 3

Saudades de casa

Yven Lauren Cobalt


Posso dizer, que depois que cheguei na casa dos meus pais, me senti culpada por deixar esse
distanciamento existir entre mim e eles. Me receberam tão bem, me deram privacidade para tudo e
apareciam apenas quando eu os chamava.Depois que minha mãe me trouxe até o meu quarto, optei
por dormir este fim de semana aqui, sentia tanta falta do meu quarto que nem me importo por dividir
com bonecas e a minha pequena casa de bonecas e até encontrei meu álbum de fotos do ensino médio,
minha nossa, eu e as meninas éramos tipo as donas do Colégio. Todos me conheciam, e é claro, nunca
tratei ninguém mal apesar de ser popular, enfim, não tenho o que reclamar do início da minha
adolescência.Já deitada na minha cama, virando de um lado para o outro, com dificuldades em
dormir, acredito que seja porque não estou acostumada a dormir aqui novamente, então levantei e
desci a escadaria e fui em direção a cozinha comer algo. Chegando lá, encontrei meu pai sentado
comendo uma fatia de bolo de chocolate e assim que me viu começou a sorrir.— Penso que alguém
perdeu o sono também — murmurei pegando uma xícara para colocar café e me sentei de frente a
meu pai que assentindo responde — meu estômago me acordou — comecei a rir pela sua resposta e
então ele continua — querida, amanhã vamos ter um jantar beneficente para ir, quer nos acompanhar?
— assentindo respondi — eu iria adorar, papai. Vai ser ótimo para mim — e confirmando com um
movimento, meu pai completou — sua mãe estava preocupada com você, pois queria uma boa
oportunidade para que você pudesse socializar mais. Enfim, ela vai ficar feliz por saber que você irá
conosco — sorrindo olhei para meu pai que estava finalizando seu café e então respondo cheia de
gratidão no peito — agradeço muito o convite. Eu estava mesmo querendo conversar com vocês. —
Franzindo a testa meu pai tomou um gole do seu café e perguntou — o que houve? — negando com a
cabeça eu tomei meu café e falei — não é nada de mais, pai. É que eu queria saber se vocês teriam
alguns contatos para que eu pudesse conseguir algum trabalho na minha área — meu pai me encarou
por um instante e fez uma expressão pensativa e murmura — conheço pessoas incríveis que com
certeza irão contratá-la, mas, você pensa em vir morar em New York? — assentindo respondi — eu
estou pensando muito em vir morar na cidade, mas isso só vai ser possível se eu conseguir um
emprego — e meu pai sorrindo murmura — que Maravilha, no jantar beneficente eu apresentarei
você a alguns dos meus sócios e outros conhecidos, vamos conseguir algo para você — sorrindo
estendi a mão para meu pai — obrigada, isso é muito importante para mim — e assentindo com a
cabeça meu pai fala — o que for possível, vou ajudá-la, amor. — ouvindo isso levantei do banco e
fui em direção ao meu pai para abraçá-lo, sempre tive a certeza que ele faria o melhor por mim e
acredito que se ele soubesse o que aconteceu comigo ele seria capaz de acabar com a vida de Heitan
e o pior, iria arruinaria a sua própria vida, e afastando aqueles pensamentos me senti um pouco
enjoada e então resolvi ir para meu quarto — Bom, já, vou subir. Já estou com sono — e assentindo
meu pai dá um beijo na minha mão e me soltou, andei rapidamente em direção à escadaria.Assim que
cheguei no meu quarto, foi impossível não ficar perturbada com o que lembrei sobre Heitan, pois
passei por um momento intenso, constrangedor e horrível. Nunca vou me esquecer daqueles dias, e
fechando os olhos senti lágrimas descerem no meu rosto. Isso tudo aconteceu nos últimos 3 anos da
minha vida.Estava indo na casa de Heitan para fazer uma surpresa do nosso aniversário de namoro.
Ele tinha me dado as chaves de sua casa, estava levando comigo os presentes, o vinho que nos dois
adorávamos e alguns filmes que aluguei para assistirmos juntos, mas assim que entrei no seu
apartamento ouvi alguns gritos e gemidos, mas nada parecido com gritos de dor, e aquilo foi uma
situação estranha, fiquei nervosa então deixei os presentes em cima da mesa de jantar e andei em
direção ao corredor onde ficava o quarto de Heitan, e pelo chão do corredor havia muitas roupas
espalhadas, e consegui ver duas calças jeans e duas camisetas sociais e mais a frente um vestido
vermelho.Os gemidos continuavam cada vez mais altos e aquilo me deixava ainda mais incomodada,
e quando cheguei em frente ao seu quarto esperei alguns segundos para criar coragem e abrir a porta,
eu já sabia que ele estava diferente a um tempo, me tratava com indiferença passava alguns dias sem
falar comigo e depois voltava a falar comigo, como se nada tivesse acontecido e eu pensei que a
culpa fosse realmente minha então estava disposta a salvar meu namoro, pois tínhamos 4 anos juntos,
eu já estava com 19 anos quando decidi me entregar a Heitan na esperança de recuperar meu
relacionamento, e já que estávamos completando 4 anos então era um tempo bem considerável para
saber o que Heitan queria, mesmo sabendo que virgindade não segura e muito menos garante
relacionamentos.Finalmente criei coragem para abrir a porta e o que eu vi me deixou completamente
sem chão e enojada.Meu estômago revirou e senti enjoo, então deitei na cama já me sentindo exausta
e afastei os pensamentos e lembranças para dormir tranquilamente.Com algumas batidas na porta
senti a cama fazer um pequeno barulho, como se alguém estivesse sentado na cama e então senti
alguém puxando a coberta do meu rosto — bom dia, querida — minha mãe murmura quando encontra
meu rosto e então um sorriso se formou em meus lábios, quando pequena minha mãe me acordava
assim e agora me dei conta do quanto sentia falta disso também. Quem sabe, vir embora será uma das
mudanças bem-vindas que deveria ter feito há muito tempo mas eu sinto que vou ter surpresas, não
sei ao certo se serão boas ou ruins, apenas sinto que virão para mudar muitas coisas.— eu vim
acordar você, para irmos até o Spa — minha mãe murmurou e eu sentei na cama e sorrindo falei —
certo, só vou tomar um banho rápido e já desço. Tudo bem? — e assentindo minha mãe sorri em
resposta e me dá um beijo na testa, me levantando, atravessa a porta me deixando sozinha
novamente.Olhei para o meu criado mudo e peguei meu celular para ver que horas são e dando um
pulo da cama vejo que já são 09:15 então fui direto para o banho, fiz um coque no cabelo e relaxei no
momento em que a água desceu pelas minhas costas. Enrolada na toalha, fui escolher uma roupa leve
para o Spa, optei por um vestido preto leve e soltei meus cabelos e pegando meu celular e minha
bolsa saí do meu quarto e fui em direção a cozinha onde encontrei minha mãe e meu pai conversando,
e assim que me viram logo sorriram e minha mãe murmura — fico feliz que tenha aceitado o convite
para o evento desta noite, querida — e sorrindo em resposta sentei em um banco na cozinha — eu
que agradeço a oportunidade, pois para mim, vai fazer muito bem — e peguei uma xícara e coloquei
café com leite para mim — Bom, este evento pode abrir várias oportunidades, não É? — minha mãe
responde a mim com outra pergunta e confirmando com a cabeça enquanto tomo um gole do meu café
e observo minha mãe levantar e murmurar algo ao meu pai que confirmou com a cabeça e deu um
rápido beijo nos lábios da minha mãe que olhando para mim um pouco ruborizada pergunta —
Vamos, amor? — confirmei e levantei do Banco já com a minha bolsa nas mãos levei a caneca na
pia.Assim que Derek nos deixou no Spa, logo entramos num lugar luxuoso e bem decorado, o chão
era mármore escuro e as pessoas que trabalhavam naquele local eram bem vestidas e de boa
aparência.Olhei para os lados para admirar a bela decoração, e quando dei por mim, minha mãe já
estava sendo atendida por uma moça de terninho preto, e acenando com a mão minha mãe me chamou,
fomos direcionadas a uma sala onde seria feito a massagem. Com todo esse tratamento, eu não estou
acostumada, mas minha mãe se sente em casa, mas vou confessar, é maravilhoso tirar um tempo só
para mim e ainda mais com a minha mãe, que esbanja jovialidade.Nós entramos em uma sala onde
nos foi instruído colocar robes para receber a massagem e depois que nos acomodados nas macas,
duas moças entraram sorridentes conversando sobre algo que foi encerrada no momento em que nos
viram, e o profissionalismo ganhou vida e com isso me vi relaxar em meio a massagem deliciosa que
eu estava recebendo.
É no seu mundo que eu quero viver
É no seu oceano que eu quero nadar
É o seu show e eu só estou assistindo
Perder você não é uma opção

‘Cross your mind - Niall horan ’

Capítulo 4

A aquisição

Michael Louis Backham

luz do sol já havia invadido o meu quarto, quando acordei e olhei para o lado e pela primeira vez em
anos senti a doce sensação de um sábado em casa. Uma sensação que eu havia memorizado quando
criança, pois eu adorava sábado de manhã.Sentei na cama e peguei meu celular, já são 09:36 da
manhã, apareceram algumas notificações das últimas horas então fui ver o que era, havia algumas
mensagens e alguns e-mails, e como eu poderia imaginar, todos de Karl. Penso que ele está, digamos,
um pouco apavorado por estar fazendo esses agendamentos e atendimentos sem mim. Soltei um
gemido audível e deitei de novo deixando o celular de lado, posicionando o braço em cima dos olhos
para aproveitar a sensação de tranquilidade quando ouço algumas batidas na porta e logo me sentei
na cama, e abrindo a porta meu pai enfiou a cabeça para dentro e sorriu para mim, e sorrindo em
resposta fiz um gesto com a mão para que ele entrasse.Se acomodando na cama, meu pai sorri e
murmura — Michael, esta noite teremos um evento beneficente para comparecer. Você está mais que
convidado — e assentindo me ajeitei na cama e respondi — obrigado, pai. Vai ser uma boa
oportunidade para conhecer os empresários daqui, eu só preciso fazer algumas coisas... — e levantei
da cama rapidamente e completei — e ainda de manhã — assentindo meu pai sorri e levanta — fico
feliz por ver o homem que você se tornou, filho — sorrindo abracei meu pai e respondi — devo tudo
a você, pai — e respondendo, ele sorri e me deixa sozinho no quarto.Saindo do banho rápido que
tomei, passei a mão pelo cabelo sabendo que seria suficiente para arrumá-lo e em seguida fui até
minha mala para pegar uma roupa para usar, pois, não desfiz a mala, meu intuito é comprar um
apartamento para mim ainda hoje. Vesti uma camisa branca e um jeans escuro.Assim que desci a
escadaria notei que a casa estava silenciosa e fui até a cozinha e lá encontrei meu irmão mexendo no
celular enquanto tomava seu café e no instante que me viu esboçou um sorriso — bom dia, maninho
— e eu senti um ar de ironia no tom de voz e logo rebati — bom dia, garotão. Onde está o pai e a
mãe? — peguei uma xícara e coloquei café com leite e sentei na cadeira de frente para ele, que
tomando um gole do seu café, responde — o pai foi levar a mãe no Spa, hoje tem aquele evento, aí já
sabe como são mulheres nesses dias.. — e começou a rir pela resposta e assentindo tomei um gole da
minha bebida quente e perguntei — sabe de alguma cobertura aqui perto que esteja venda? —
Anthony negou com a cabeça e respondeu — quem deve saber a respeito é o Matias, motorista do
papai — Anthony levantou e apontou para a porta — ele está na Rua, o pai levou a mãe com o carro
dele — e assentindo observei meu irmão sair da cozinha e dei meu último gole no café e levantei
para colocar a xícara na pia e depois fui à procura do Matias.Entrei no Jardim de casa, um local
muito bonito e bem cuidado, flores de vários tipos e cores decoravam todo o local e no centro do
Jardim tem um chafariz cinza e ao lado Gregori e Matias conversavam, e parecia ser uma conversa
bem descontraída, pois Gregori estava sorrindo, mas no momento em que cheguei logo voltaram a
postura de guarda-costas extremamente profissionais.— Bom dia, sr. Michael — Gregori me
cumprimentou e eu confirmei com a cabeça e respondi — Bom dia, Gregori. Matias… — acenei para
ambos e então continuei — Matias eu preciso de algumas informações — Matias assentiu e
permaneceu em silêncio — você sabe de alguma cobertura aqui perto que esteja à venda? —
assentindo seu rosto ganha uma expressão mais tranquila e ele responde — eu tenho um amigo que
quer vender a cobertura, posso levar o senhor lá, agora mesmo, se quiser. — logo me empolguei, e
assentindo respondo — só vou pegar minha pasta e já volto, Gregori irá seguir você, — finalizei e
corri até meu quarto para pegar minha pasta.Assim que entrei no carro, senti algo diferente, como se
o que eu estava prestes a fazer fosse a coisa realmente certa e com esse empurrão, fiquei com uma
expectativa sobre a cobertura e com uma certa curiosidade sobre o que iria acontecer dali para
frente, não creio que serão mudanças ruins, talvez mudanças necessárias, mas não ruins.Eu sou um
homem adepto a todas as mudanças, pois é sempre bom procurar e aceitar novas mudanças, apesar de
ser jovem, tenho experiências que me ensinaram a não temer e muito menos fugir do novo.Assim que
chegamos no local onde Matias nos informou que seria, desci do carro rapidamente e olhei para
cima, e encontrei a cobertura, que por fora era branca e tem a proteção de vidro fume, uma bela
estrutura adornava todo o prédio, e senti um misto de sensações me dominar.Pegando minha pasta,
segui Matias com Gregori e Entramos no prédio luxuoso onde eu iria passar a ser dono da cobertura,
dei uma risada de lado quando pensei no quão obstinado sempre fui para conquistar meus objetivos,
e na recepção encontramos uma moça loira que parece ter grudado seus olhos em mim e com isso
mordeu o lábio inferior e pareceu estremecer sob meu olhar repreensor no qual fez com que a
recepcionista se colocasse em seu devido lugar.— Boa tarde, o Julian está nos aguardando. —
Matias murmurou interrompendo o olhar da garota que assentindo franziu a testa e pegou o telefone
da recepção e discou para alguém, murmurou algumas palavras e assentiu e desligou o telefone. — O
Sr. Julian está aguardando os senhores no décimo andar, à esquerda na segunda porta. — a garota
respondeu parecendo ruborizar, mas olhando somente para Matias que assentindo começou a andar
em direção ao elevador e assim eu o segui.Assim que o elevador parou no andar solicitado,
acompanhei Matias sair primeiro e se aproximar diretamente de uma porta escura, abrindo-a vejo ser
uma sala comercial pequena, porém aconchegante, e na primeira mesa levanta-se um homem com
cerca de 50 anos e sorrindo se aproxima de Matias e o cumprimenta, depois vira-se para Gregori e a
mim e acena com a cabeça.— Bom dia, senhores. Como posso ajudá-los? — o homem grisalho
responde e Matias murmura — Julian, o Sr. Michael está interessado em uma cobertura, então
lembrei da sua. — e assentindo Julian olha para mim — bem lembrado, posso estar mostrando a
cobertura para você agora, se não tiver muito ocupado. — e negando com a cabeça respondi — para
ser sincero, estou ansioso pela cobertura. — e pela expressão que Julian fez, notei que a cobertura
seria minha facilmente.
Eles dizem “todos os bons garotos vão para o céu”
Mas os garotos maus, trazem o céu até você
É automático
É apenas o que eles fazem
Heaven ( Julia Michaels)

Capítulo 5

O primeiro encontro

Yven Lauren Cobalt


Depois que vi o resultado daquele tratamento todo, olhei para o relógio verificando a hora, fiquei de
queixo caído, pois, passamos horas nos preparando apenas com nossos cuidados para esta noite, e
sinto que nada poderá me impedir de criar uma boa conexão com futuros empregadores, mas de volta
aos cuidados com a beleza, o meu cabelo estava com um penteado maravilhoso, com um topete atrás
e cabelos ondulados perfeitamente soltos e bem hidratados, minhas unhas da mão com uma cor em
nude e as unhas do pé estavam com o estilo francesinha, já eram 16:42 da tarde quando nosso
atendimento foi encerrado. Assim que saímos do Spa, Derek nos levou para casa, e assim que
chegamos em casa, me deparei com a sala de visitas repleta de vestidos de gala, um mais lindo que o
outro. — Pedi para que eles trouxessem os vestidos para escolhermos tranquilamente —. Minha mãe
murmurou ao notar meu fascínio e se aproximou dos vestidos de tons mais escuros, a essa altura, eu
já estava encantada com os vestidos que eu olhava, havia tantos, que poderia vestir no mínimo 15
mulheres somente esta noite. Tudo bem, 15 é um exagero, mas realmente havia muitas peças
maravilhosas somente para nós duas escolher. Passeando com os dedos sobre os vários cabides,
fiquei encantada com o que estava vendo, mas encontrei algo que chamou minha atenção, e sobre o
vestido no cabide havia uma capa preta tapando o conteúdo que havia nele, assim que tirei o cabide
da arara e abri o zíper da capa protetora e encontrei uma peça num tom marsala, seu tecido era fino e
parecia ser um modelo simples, extremamente deslumbrante — Maravilhoso — murmurei com a
atenção voltada no tecido fino entre meus dedos e sorri com a expectativa alta, já com o vestido sem
a proteção, olhei minuciosamente para aquela peça linda em minhas mãos, o modelo, era cruzado nas
costas e na parte de cima, há o decote médio e uma abertura cavada na linha da coluna, a saia do
vestido tem uma abertura até a coxa direita, e para acompanhar uma sandália de saltos médios Jimmy
Choo nude maravilhoso.Mentalmente agradeço a minha mãe por ter me levado até o spa, minhas
unhas estavam precisando urgente de atenção. Na verdade, eu estava precisando de uns reparos há
muito tempo. — Vejo que escolheu seu vestido, querida — minha mãe aparece atrás de mim com um
vestido no seu braço e sorrindo confirmo com a cabeça e murmuro sorrindo — na verdade, acredito
que foi o vestido que me escolheu — minha mãe abre um sorriso e murmura — então pegue logo o
seu escolhido. — minha mãe murmurou se aproximando de mim e tocando em meu rosto concluiu —
Estou muito feliz por você estar aqui — e ouvindo essas palavras, um sentimento de gratidão enorme
tomou conta de mim e mais uma vez, culpada pelo distanciamento que tomou conta de mim para com
meus pais, mas afastando aqueles pensamentos e sentimento de culpa, abracei minha mãe e beijei sua
bochecha e me direcionei as escadarias com meu vestido. Fui direto para meu quarto andando
distraída com o meu belo vestido novo, fechei a porta atrás de mim e me aproximando da cama
deixei o vestido com a capa juntos em cima da cama, e fui pegar meu celular, pois assim que vi o
vestido logo lembrei da minha melhor amiga. Peguei o celular e sentei na cama e disquei o seu
número, que no segundo toque foi atendido — minha nossa, finalmente. — Amanda resmungou ao me
saudar e soltando uma risada respondi — como estão as coisas por aí? — suspirando alto e
audivelmente ouço um tom de voz conhecido que Amanda usava quando estava chateada — sabe, eu
penso que os pais do Carlos, não… Não gostaram muito de mim — mordendo o lábio me senti
preocupadíssima — amiga, por que você acha isso? — me vejo aflita por Amanda, pois ela sempre
foi uma das pessoas mais amáveis e confiante que eu conheço, sou muito grata a ela por ter me
ensinado a ter a confiança que tenho em mim — É que… eu não senti que eles tenham gostado do
jantar, de ter me conhecido. É só um pensamento meu — mordendo o lábio cruzei as pernas e
murmurei — conversa com o Carlos, e pergunta como foi, com certeza isso vai ajudar a acabar com
esse seu pensamento — Depois que conversei com a minha amiga, me senti mais tranquila, estava me
sentindo inquieta, na verdade, não era nada ruim, muito pelo contrário, eu estava animada sobre esse
evento, como se algo bom fosse acontecer e Amanda já com seu bom humor de volta me recomendou
que eu continuasse com o entusiasmo porque, provavelmente, algo bom pode acontecer, e que quando
uma pessoa se sente bom si mesma, as pessoas percebem no olhar e no sorriso e isso muda tudo. Dito
isso, resolvi levantar e me olhar no espelho, olhando para o reflexo, vi uma garota de cabelos longos
e pretos parecendo mais confiante, meus olhos castanhos claros demonstravam que eu estava animada
e pronta para essa noite, fui em busca da minha bolsa que portava meu batom e o retoquei em meus
lábios e já me sentindo pronta para conquistar meu espaço no mundo dos negócios, ouço batidas na
porta e em seguida a porta se abre revelando a figura alta e elegante do meu pai — Querida, às 19:15
estaremos aguardando você para irmos juntos até o evento — meu pai falou com metade do corpo
para dentro do quarto em meio a um sorriso bobo que ele sempre me dava quando olhava para mim.
Às vezes eu imagino o quão furioso ele ficaria caso descobrisse o que Heitan fez comigo e mais uma
vez, afastei aqueles pensamentos e em meio a um sorriso que considerei estranho, respondi da melhor
forma possível — estarei lá pontualmente, pai. — e confirmando com a cabeça, meu pai saiu e
fechou a porta. Olhando meu reflexo de novo, com o vestido em meu corpo, perfeitamente modelado
a minhas curvas, falei em voz alta e bem determinada — Hoje ninguém vai estragar minha noite. —
No momento em que entramos no carro, senti um frio na barriga tomar conta do meu corpo, me senti
inquieta, já ciente de que algo bom poderá acontecer, nada tirava aquele pensamento da minha
cabeça, enquanto eu mordia o lábio para tentar dissipar o nervosismo e aquele desconforto familiar
que eu estava sentindo, acompanhei as pessoas andando tranquilamente pelas ruas, já estava
anoitecendo e estava com uma noite de verão perfeita, havia uma lua gigante e cheia que iluminava
sensualmente a noite deixando aquela sensação de uma noite magicamente sensual pairar no ar.
Assim que nosso carro estacionou em frente ao tapete vermelho que dava acesso à entrada de uma
sala aglomerada por fotógrafos, senti meu corpo ficar tenso e engoli em seco e olhando para meus
pais acenei com a cabeça para que soubessem que eu estava pronta para acompanhá-los no momento
em que olharam para mim.Meu pai foi o primeiro a descer do carro, e com toda a sua elegância
abotoou seu casaco e ergueu a mão para minha mãe que logo a agarrou com toda a delicadeza de uma
dama, assim que desceram, respirei fundo e fechei os olhos para aplacar um pouco o nervosismo, já
fazia muito tempo que ninguém mais teve notícias sobre a herdeira dos Cobalt, sem falar pela
exposição que terei caso o Heitan saiba que estou em New York, mas assim que abri meus olhos, me
senti mais confiante e desci do carro segurando na mão que meu pai estendeu a mim, e fomos
andando entre os fotógrafos, e quando começamos a andar dispararam ‘flash’ por todos os lados e
ouvi alguns perguntando. — Quem é Ela? — Não sabia que eles tinham uma filha —— Não tivemos
mais notícias dela — E aquilo tudo me deu um pouco de tontura, passei muito tempo me escondendo,
por vergonha, e muito medo, medo de que descobrissem algo sobre Heitan, iria manchar toda a vida
da minha família e isso era algo que eu não queria nem pensar, mas afastando os pensamentos
negativos, me concentrei em fazer o meu melhor e atravessando todo o corredor, que parecia não ter
fim, entramos na entrada de uma magnífica sala, e olhando ao redor não consegui encontrar ninguém
conhecido mas logo na entrada, vi um grupo de homens conversando entre si, a questão da
autoconfiança que Amanda me contou deve ser verdade, pois me pareceu que aquele grupo que
conversavam entre si, sentiram minha presença ali e então olharam para mim com toda a curiosidade,
mas minha atenção foi para um homem que estava de costas para a entrada, ele era alto, cabelos
pretos, provavelmente 1,90 de altura, porte atlético, sem olhar seu rosto, eu já sabia que ele era
bonito e me fazendo soltar um suspiro e com um pequeno movimento, aquele mesmo homem de
cabelos escuros virou-se apenas um pouco para olhar o que estava chamando a atenção dos outros e
quando seus olhos verdes acinzentados me encontraram, nossos olhares se cruzaram e ali o tempo
pareceu congelar, engoli em seco e me direcionei a um garçom que oferecia bebidas aos convidados.
Não sei por que, mas me senti um pouco intimidada e atraída com aquele olhar, mesmo não
conseguindo ver o seu rosto direito, me senti fixada naquele homem, senti uma tensão, que nunca
havia sentido antes, engolindo em seco continuei a passear pelo salão. Depois que peguei a taça,
comecei a andar tranquilamente pelo local, admirando cada detalhe do lugar quando senti alguém me
observando de longe e virando discretamente olhei para a porta e lá encontrei um homem alto, forte e
careca conversando no celular com alguém. Provavelmente é o segurança do local, então olhei ao
redor a procura dos meus pais e os encontrei conversando com um casal elegante de aparentemente a
mesma faixa de idade — ah! Karyl, está é minha filha, Yven — minha mãe me apresentou a senhora
que estava conversando animadamente com ela e sorrindo a mulher responde — é um prazer
finalmente conhecê-la — e não pude conter o sorriso, pois me senti instantaneamente bem com ela —
obrigada, o prazer é todo meu — murmurei olhando em seus olhos e agora não me pareceram
desconhecidos e comecei a pensar de onde me lembrava aquele olhar, e me dei conta de que associei
o olhar daquele homem com essa mulher. Minha nossa, preciso para com isso ou não vou mais
dormir a noite — Querida, quero lhe apresentar um velho amigo meu — ouvi meu pai se
aproximando de mim com um homem quase de sua idade de cabelos escuros e estendendo a mão para
mim logo o cumprimentei — Louis Beckham, ouvi falar muito de você, Yven — em meio a um
sorriso respondo — ah sim! É um prazer conhecer você — confirmando com a cabeça o Sr. Louis
murmura — seu pai me disse que você é formada em administração, você não quer fazer uma visita
até a minha empresa? Eu abri uma vaga para assistente administrativo para trabalhar diretamente com
o Meu filho na presidência da empresa — fiquei sem reação ao ouvir aquilo, mas imediatamente
coloquei meu cérebro funcionar e respondi — adoraria conhecer sua empresa, podemos agendar uma
visita com certeza. — e assentindo, Louis responde — segunda-feira está bom para você? —
aparentemente fiquei tranquila, mas por dentro estava felicíssima, e sorrindo em resposta concordei e
respondo — claro, está ótimo. — ele sorriu satisfeito e eu fiquei aliviada por saber que ao menos um
contato do meu pai já se interessou por mim. Depois que conversamos, me dirigi até o banheiro para
ver como estava meu cabelo e maquiagem antes do jantar, deixei minha mãe na companhia adorável
da senhora Karyl. Estava sentindo ansiedade, parecia ter borboletas passeando pelo meu estômago e
aquela sensação de expectativa sobre tantas coisas que poderiam acontecer na segunda-feira, ou
melhor, o que poderia acontecer ainda hoje e imediatamente me pego pensando naqueles olhos,
apenas o que consegui enxergar, na verdade, os olhos daquele homem, que me prenderam, havia um
magnetismo, mesmo que por poucos segundos, me senti presa a ele. Como deve ser o seu rosto? Me
olhando no espelho, me vejo fantasiosa pelo olhar dele, e puxei uma lufada de ar para tentar
minimizar a tensão que eu estava sentindo naquele momento e saindo do banheiro, estava distraída e
tranquila olhando ao redor para ver as pessoas belas e elegantes se divertindo, quando a barra do
meu vestido resolveu prender em algo no chão, e fazendo um movimento nada delicado, puxei a barra
do vestido com tamanha força que consegui desfiar um pouco na costura barra, e continuei andando
sem dar atenção para a frente apenas olhando o estrago que acabei de fazer, e quando ergui a cabeça,
perdi o fôlego no momento da colisão. Acabei batendo de frente em algo sólido e muito grande, que
me fez voltar alguns passos trôpegos e desequilibrar quase caindo aos seus pés e quando pensei que
fosse ter um encontro bem íntimo com o chão, senti mãos grandes, firmes e possessivas me segurando
bem forte e quando me dei conta de que me livrei de uma queda feia graças a essa pessoa, olhei para
cima, de onde veio meu equilíbrio e senti meu corpo estremecer novamente quando encontrei os
olhos daquele homem diretamente nos meus. Engoli em seco e puxei o ar e respirei com cuidado. Que
homem é esse? Deve ser um anjo. Mas os anjos não causariam esses sentimentos de luxúria nos
mortais. É o homem mais lindo que já vi em toda a minha vida. Pensei enquanto o admirava
silenciosamente. Vi que uma linha de expressão preocupada e curiosa em seu belo rosto apareceu,
sua sobrancelha se arqueou e ele passou a língua pelos lábios lentamente, como se ele não soubesse
o que fazer, e nesse momento desejei do fundo do meu coração que ele me perguntasse algo, poderia
ser qualquer coisa, poderia até perguntar o que eu acho do tempo, do jogo de futebol, qualquer coisa.
Em algum lugar dentro de mim, ansiava para ele, que continuasse me dando essa atenção o resto da
noite. De repente soltando minhas mãos, me senti abandonada, mas consegui voltar a pensar e
murmurei — me desculpe, senhor — e assentindo o homem nada respondeu e continuou a me olhar de
um jeito que estava mexendo com algo dentro de mim, senti meu corpo aquecer diante daqueles olhos
acinzentados e foi então que notei que ele também sentiu todo o magnetismo que eu senti desde o
início e isso deixou claro que também causei um certo impacto nele, pois sua respiração estava
acelerada e franzindo a testa, ele olhou para as mãos e olhou para mim rapidamente e saiu andando
com mais um homem ao lado com muita pressa, e observei os dois andarem em direção a uma
escadaria com 4 degraus.Fechando os olhos, puxei o ar tentando me recompor e saí andando a
procura da minha mãe que estava próxima de Karyl em uma conversa animada. Assim que cheguei,
todos ficaram em silêncio e direcionaram a atenção para o palco e assim fiz o mesmo, e acabei
entendendo o motivo de todo o silêncio e toda a atenção direcionados ao palco.O homem que eu
esbarrei, estava no palco prestes a fazer algum discurso e foi impossível não olhar para ele. Ele era
o homem mais elegante que já vi na vida, e acredito que nunca ninguém tenha chamado minha atenção
apenas com o olhar como acontece com ele. Aqueles olhos verdes acinzentados me deixaram
fascinada, e no momento em que ele direcionou o olhar para a plateia que o observava, fiquei
encantada com a expressão firme e dominante que ele liberava, parecia ter o controle sobre o que as
pessoas sentiam sobre ele, eu estava sentindo uma tensão que nunca senti na vida, e a tensão foi
intensificada quando ouvi sua voz — Boa noite a todos, é um prazer estar aqui esta noite. — ele
murmurou abotoando com agilidade seu casaco, e com certeza fez as solteiras presentes
enlouquecerem silenciosamente — É com muito orgulho, que venho neste evento parabenizar a todos
pela ajuda que estão oferecendo para aquelas pessoas, que hoje, são vítimas de todos os abusos
existentes — olhei em volta e todos estavam vidrados em cada palavra que saia da boca dele e
aquilo estava me tocando profundamente, pois o evento era para apoiar as pessoas que sofrem ou
sofreram de alguma forma abuso sexual, psicologico ou fisico, e ouvindo aquelas palavras me senti
estranhamente protegida por ele, e me fez sentir algo estranho e desconhecido por esse estranho. —
Particularmente falando, o abuso sexual, é sem dúvidas o pior. É uma crueldade. — ele continuou —
e erguendo a mão em direção às pessoas ele continuou — olhem para as pessoas ao seu lado, alguma
delas, pode ter sofrido este abuso e nunca ter contado a ninguém, e eu realmente não sei como é a
sensação desta violação, mas mesmo sem nós sabermos, existem pessoas que sofrem no nosso meio.
— Depois que ele falou isso, não consegui prestar atenção em mais nada, ele falou algo profundo e
aquilo me atingiu, e não consegui afastar as lembranças do que eu sofri, mesmo que não tenha sido
sexual, o abuso que sofri mexeu demais comigo, e de repente senti seu olhar em mim e aquilo pesou
em mim, como se ele soubesse o que eu estava pensando, desviei a atenção e olhei para minha mãe
que estava vidrada nele e não suportei a vontade de chorar tomando conta de mim, pois eu sabia o
que era ser impotente diante de um agressor, eu sabia como era sentir na pele perder todo o direito,
perder a proteção. Sentir medo de tudo e o pior, não saber se deveria contar ou não, para alguma
pessoa confiável, para receber alguma ajuda. Meus pais eram as pessoas que mais me amavam e
cuidavam de mim, e não tive coragem de dizer a verdade. Quem sabe um dia, mas não agora. Me
sentindo inquieta, sai do salão andando tranquilamente para não chamar atenção, ciente de que aquele
homem sabia que eu estava saindo e isso me deixou um pouco intimidada, mas estava precisando
sentir um ar fresco em meu rosto, agora me sentindo tensa, amedrontada e dominada, precisava de um
tempo para respirar e assim me acalmar.No momento em que cheguei na varanda, senti um ar puro
tocando meu rosto e senti lágrimas descerem silenciosamente pelo meu rosto e estremeci quando
fechei os olhos para impedir mais lágrimas, mesmo que eu esteja frágil nesse instante, não posso
deixar esse sentimento tirar o brilho da noite e então ouvi alguns passos se aproximando então
respirei fundo e me acalmei para não mostrar nada a ninguém, mas a cada novo passo mais próximo,
comecei a sentir uma mistura de ansiedade com expectativas e era uma mistura bem tentadora, porém
eu não sabia o que esperava acontecer e foi quando ouvi algo que fez meu corpo estremecer — Você
está bem? — Ouvi uma voz aveludada e rouca perguntar e fechando os olhos, confirmei com um
gesto e olhei para trás e vi o homem que está mexendo com meus pensamentos desde a minha chegada
neste evento e respondi em um murmúrio — estou bem Sim! Obrigada — e sorri em agradecimento,
pois ele parecia bem amigável e até mesmo curioso sobre algo e então continuei — a noite está linda,
então resolvi tomar um ar — e assentindo o homem sorri e responde — é claro, fique à vontade. —
sorri para ele e ele abaixou a cabeça e se aproximou devagar e murmurou — As vezes, quando estou
num ambiente desconhecido, me sinto sufocado também — eu o observei se aproximar do parapeito
da varanda e direcionou sua atenção para a vista e eu então respondi — Eu não falei estar sufocada,
apenas falei que a noite estava linda —
Após a minha resposta, vi que o peguei de surpresa com a minha resposta, ele ergueu uma
sobrancelha e sorriu de lado, um sorriso absurdamente lindo, que fez com que eu me arrependesse
por responder daquela forma. — Me desculpe, não foi a minha intenção ser rude, eu só… — ele
negou com a cabeça me interrompendo e diz — eu mereci essa, após deixar você falando sozinha
quando esbarramos. Eu sinto muito — eu o encarei espantada pelo fato de ele ter lembrado do
esbarrão e senti minhas bochechas arderem e resolvi provocá-lo para tirar o foco de mim — Você
diz que sente muito, isso é, pelo esbarrão ou por colocar palavras na minha boca? — ele inclinou um
pouco a cabeça para o lado e mordendo o lábio, se aproximou de mim e murmurou — Eu sinto muito
pelo esbarrão, e não eram exatamente palavras que eu gostaria de colocar nessa sua boca. Digamos
que eu esteja curioso para sentir o sabor dos seus lábios — Ele olhou nos meus olhos e meu rosto
com certeza ficou mais vermelho ainda e ele então continuou — Mas agora, se me permite, preciso
voltar — e saiu andando de volta para o salão após tocar e apertar a minha mão e eu o observei sair
andando tranquilamente, como se o que ele me disse agora, não fosse nada digno de 50 tons de cinza,
merda, por que eu fui provocá-lo? Agora tenho certeza que não vou esquecer esse momento na minha
vida.Tentando me recompor depois dessa conversa, resolvi voltar para o salão, seria muita grosseria
da minha parte sair e não voltar mais, até porque eu pretendo preencher a vaga que o senhor Louis
mencionou, e para isso, ficará melhor se eu conseguir socializar e foi isso que tomei por objetivo no
momento que adentrei o salão, o que eu não esperava é que tantos olhares me notassem daquela
forma, principalmente porque eu não gosto de chamar atenção, na verdade, não é nada boa a atenção
que eu recebi deles, pois sei que ali eu seria um troféu, a bela filha do magnata Madson Cobalt, mas
engoli em seco e ergui a cabeça como se aquilo não me atingisse acabei encontrando um par de olhos
acinzentados que também prestava atenção em mim, e quando dei por mim, perdi os meus neurônios,
pois eu estava em um lado do salão onde não havia nenhum conhecido e eu estava totalmente presa
no transe com aquele homem, que me olhava da mesma forma e com a mesma intensidade e acabei
parando no meio do salão devido à nossa intensa troca de olhares e ao me ver ali parada, vejo que
ele levanta de sua cadeira elegantemente e começa a andar onde parecia ser a minha direção, mas
minha mãe acabou me encontrando e chamou minha atenção.— Querida, aí está você. O jantar será
servido. — minha mãe se aproximou sorrindo e me convidando com gestos para me juntar a eles e
aos Beckham e assim fiz com muito gosto, pois são pessoas espontâneas, divertidas, e que têm
conteúdo para conversar, mas minha atenção estava em outro lugar, perdi aquele homem de vista
desde que minha mãe me chamou e nesse exato momento, me sinto uma idiota ao pensar que ele
estaria vindo em minha direção, pior, pensar que ele iria me dar atenção.Quem sou eu, perto do Deus
grego de olhos acinzentados?Assim que encontramos nossos lugares na mesa e já acomodados,
observei enquanto o senhor Louis e a senhora Karyl se dirigiam para outra mesa, e nesta mesma
mesa, alguém elegantemente sentou de frente para o senhor Louis e enquanto abria o casaco para se
acomodar na cadeira, consegui ver o quanto seu corpo se movimentava lindamente e com toda a
elegância de um homem poderoso.Depois de longos segundos engolindo aquele homem com os olhos,
consegui finalmente desviar a atenção para o prato de comida que estavam servindo, e no momento
em que ia pegar um garfo consegui ver aquele homem no telefone sair com passos rápidos e
decididos sem que ninguém o notasse e aquilo me atingiu como um soco, apesar de me odiar por
sentir a decepção de vê-lo ir embora, sem ao menos saber o nome dele.Eu espero que quando eu
chegar em casa e deitar a minha cabeça no travesseiro, esqueça de tudo isso, quer dizer, não quero
esquecer nada. Cada segundo desta noite quero eternizá-la, pois tudo o que senti nesta noite, foi por
causa dele, foi por ele. Por um homem desconhecido. Que troquei poucas palavras e já senti tantas
sensações diferentes. E tudo isso me fez sentir viva, fez me sentir mulher novamente, apenas com o
olhar quente dele. Não quero esquecer os olhos dele, não quero esquecer os lábios dele, não quero
esquecer nem o meu tropeço nele, pois foi com isso que senti o toque firme dele. Minha nossa, estou
ferrada.

Estou fazendo poesia e não sei nem o nome dele.


Eu te amo de qualquer maneira
E eu não me importo se você não me quer
Eu sou seu agora
‘ Annie Lennox - I put a spell on you’
Capítulo 6

Visita Indesejada

Michael Louis Backham

— Porra, como isso aconteceu? — perguntei já muito alterado no telefone durante o trajeto até a casa
dos meus pais, eu estava furioso, na verdade, estava a ponto de socar qualquer um que se opusesse
em minha frente.— Eu… Não sabemos, senhor Michael — O segurança respondeu com seu tom de
voz constrangido e aparentemente contido de nervosismo — eu vou pegar o próximo voo para
Londres, esteja me aguardando no aeroporto quando eu aterrissar — respondi cuspindo as palavras e
encerrando a ligação, pois não quero ir embora, não queria sair daquele jantar, não queria acabar
com a noite sem ao menos saber o nome daquela mulher. Eu me segurei ao máximo para não beijá-la
naquela maldita varanda. Sei que minhas palavras foram luxuriosas demais, mas eu sei que o que eu
senti ela também sentiu.

Caramba Aquela mulher…

Fechei os olhos e soltei um suspiro audível e com isso ouvi Gregori se aproximar, e ficar ao meu
comando.— Gregori, preciso que você fique aqui, e descubra algumas coisas para mim. — neste
meio tempo, Gregori assentiu e aguardou em silêncio — preciso que você descubra quem é a mulher
que estava conversando com meus pais esta noite. — Gregori assentiu e relaxou um pouco sua
postura — Considere-o feito, senhor — assentindo fiquei em silêncio e lembrei de quando a vi
saindo do salão durante meu discurso e do quanto acelerei o discurso para ir atrás dela.Será que ela
se entregaria se eu a beijasse?Com tantas coisas fervilhando em minha cabeça, a última coisa que
deveria pensar no momento é em mulheres, entretanto, aquela mulher, não sairá facilmente da minha
memória, nunca mais vou esquecer da forma que ela me olhou quando esbarrou em mim, parecia
assustada, pequena e submissa, mesmo me olhando daquele jeito provocante e delicado. Confesso,
fiquei curioso sobre ela, queria saber o que ela estava pensando no momento em que seus olhos se
perderam em mim quando me viu, se é que pensou algo que me agrade a não ser o fato de termos uma
atração física muito grande, merda. Já senti a oscilação de humor me atingir e de repente meus
pensamentos já estão indo para outro caminho. A visita indesejada da minha ex noiva. Sim, Laura
teve coragem de ir até minha casa em Londres e se passar por minha atual, sendo assim,
possibilitando a entrada dela. Sinto-me furioso, primeiro: ela voltou a me importunar, segundo: tive
que sair após o meu discurso de um evento que iria agregar muito para que eu conhecesse os demais
empresários da cidade, terceiro esse é ainda o pior: me fez perder a oportunidade de conhecer
aquela moça adorável, pois vi que ela estava me acompanhando atentamente enquanto eu me
acomodava na mesa com meus pais. Soltando um grunhido baixo, respirei fundo e um pouco mais
tranquilo, tentei afastar meu pensamento daquela mulher adorável, não posso ficar pensando nisso, na
verdade, não quero pensar muito. Entrando em casa, subi a escadaria rapidamente e fui em direção
ao meu quarto, peguei minha pasta e desci a escadaria mais rápido ainda, meu intuito de voltar para
Londres é acabar com as loucuras da Laura e voltar para New York em seguida, então certamente não
vou precisar de nada além da minha pasta, até por que tenho roupas em casa. Assim que entrei no
carro, Gregori logo pisou no acelerador para apressar minha viagem, e sem pensar duas vezes
resolvi ligar para meu pai que no segundo toque atendeu — Michael, onde você está? — ouvi a voz
do meu pai preocupada e aliviada — eu preciso voltar para Londres, aconteceram alguns
imprevistos, mas estarei de volta amanhã. No máximo até segunda pela manhã — falei tranquilizando
meu pai, que eu iria estar na segunda-feira já cuidando dos negócios da empresa do meu pai. Eu seria
nomeado o representante legal da corporação Beckham e meu pai obviamente vai ter 30% das ações
e a outra porcentagem das ações são minhas. Assim que Gregori me deixou no aeroporto, minutos
mais tarde, eu já estava aguardando meu voo á pelo menos 1 hora, meu embarque foi chamado e
olhando em meu relógio vi que já eram 2 da manhã e isso me fez estremecer só em lembrar que Laura
está tentando se apossar da minha casa e que provavelmente quando eu chegar em casa ela vai estar
usando uma camiseta minha, como fazia antes…Com o estômago revirando entreguei minha passagem
ao comissário e entrei no corredor que seguia até a saída para pegar o avião.

Me acomodando no assento onde indicava em minha passagem, relaxei sobre o assento e aguardei as
ordens do piloto para o momento em que devêssemos afivelar os cintos, uma aeromoça se aproximou
com um carrinho onde havia bebidas e petiscos e com um sorriso tranquilo ela parou ao meu lado e
me ofereceu e negando com a cabeça sorri em agradecimento, quando uma voz saiu dos alto-falantes
informando que iríamos descolar e passou todos os procedimentos para o cinto, já com tudo feito,
apenas fiquei aguardando o avião levantar para pegar minha pasta novamente, pois tive que colocá-la
sobre meus pés por conta do cinto.No momento em que o avião decolou, fiquei olhando pela janela e
pensando na curta conversa que tive com aquela mulher, ela tem algo que me prendeu, mas é claro,
não foi tudo aquilo… Caramba! Não vou mentir para mim mesmo, ela é maravilhosa. Não consigo ter
outra definição para ela, diante daqueles olhos consegui enxergar não só a beleza e delicadeza, ela
parece ser afiada e inteligente, e eu, mais do que ninguém, queria ter o privilégio de testar sua
inteligência para saber o quão afiada ela pode ser. Só de pensar nisso sorri sem querer, pela primeira
vez em dias me sinto relaxado mesmo sabendo o que me espera em casa. Droga, só de lembrar o
motivo de estar voltando para casa, meu humor congelou.Durante as duas horas seguintes, abri o
espaço reservado como mesa e coloquei o Mac em cima para responder aos e-mails recebidos, aqui
não vou conseguir enviar nada, mas no momento em que estabelecer conexão, será tudo
enviado.Fechei o Mac e o coloquei na pasta e olhei para a janela, comecei a pensar, imaginar de
onde aquela mulher surgiu, desejando que Gregori consiga todas as informações possíveis sobre ela,
fiquei curioso, preciso descobrir mais sobre ela. Preciso conhecê-la e acabar com essa sensação de
angustiante que estou sentindo, e pensando nela, comecei a sentir meu corpo relaxando, uma fina
brisa de sono tomando conta de mim…Eu estava andando em um local desconhecido, porém muito
bonito e cheio de vida, olhei para os lados a busca de algo que eu reconhecesse, olhei para a ponte
que dividia o solo da água e lá encontrei uma pessoa, a pessoa que fez meu coração acelerar quando
pus os olhos nela, ela estava vidrada em algo que se escondia por entre o lago, depois virou para
mim e com uma expressão horrorizada deixou lágrimas descerem silenciosamente pelo seu belo rosto
e então tive o instinto de olhar para onde ela olhava e lá encontrei quem não queria ver nunca mais na
minha vida, quem eu passei a desprezar com tamanha força.Laura estava sorrindo, um sorriso que me
deu nojo, e com tamanha petulância ouvi sua voz em um murmúrio — ela não será sua nunca,
Michael, eu vou cuidar para que isso não aconteça — aquilo me deixou furioso e então andei
tentando me aproximar dela quando de repente tudo ficou em silêncio…Forcei a abrir meus olhos,
senti algo conhecido, tentei deixar minha mente em alerta para descobrir onde eu estava, então me
encontrei no meu jardim de casa em Londres, usando um jeans escuro e uma camisa de linho branco e
me sentindo feliz, olhei em volta respirei uma lufada de ar fresco, estava calor, uma brisa deliciosa e
perfumada tomou conta do local, ouço alguns passos se aproximarem com uma risada deliciosa que
me fez sentir um arrepio agradável e então quando me virei para olhar quem se aproximava…—
Senhor Michael… — ouço uma voz masculina me chamar com cautela — Senhor Michael, já
aterrissamos a — despertei do sono frustrado, não sei quem era a pessoa que estava me
proporcionando aquela sensação boa, na verdade, acredito que aquela mulher do evento era quem
estava comigo no jardim de casa, no meu sonho, acabei ficando frustrado por dois motivos, o
primeiro é que eu talvez nunca mais a veja e o segundo motivo é saber que quando eu chegar em casa
vou ter que ver Laura tentando se apossar da minha vida novamente, e esta tentativa será inútil, pois
na minha vida já não tem espaço para ela, na verdade, não tem espaço para mais ninguém, digo já
para que meu coração e minha mente parassem de pensar em quem não deveria. Este caminho que
estou indo, em relação aquela mulher, é muito perigoso, e a última vez que passei por algo próximo
disso, acabei sofrendo muito.Saindo do avião e entrando pela porta de desembarque, encontrei meu
motorista ao meu aguardo, o cumprimentei formalmente e ele começou a andar rapidamente em
direção a saída do aeroporto, nosso sedan estava estacionado em frente a saída do estacionamento
privado, então já acomodado, apenas esperei o motorista ligar o carro para irmos embora.Enquanto o
motorista pilotava silenciosamente, minha mente estava a mil, e a cada segundo que passava eu
estava ficando mais enfurecido por estar voltando para casa devido a uma mulher que havia sido
excluída da minha vida totalmente, a estrada estava tranquila, por ser 8 da manhã, porém, eu estou
cansado, irritado e desejando mais do que tudo umas boas horas de sono.Assim que chegamos na
minha casa, logo consegui ver os seguranças na rua aglomerados conversando e assim que o carro
estacionou logo desci com minha pasta nas mãos, fechei a porta do carro com tranquilidade, na
verdade, estava me controlando, pois, a vontade era arrancar Laura a força da minha casa, mas essa
vontade não deixei transparecer. Me aproximando dos seguranças, os cumprimentei como de costume
e logo perguntei — como ela apareceu aqui? — um silêncio se fez no lugar e de repente um
segurança que eu nunca havia visto apareceu — Senhor Michael, a culpa foi minha, fazem 2 dias que
comecei a trabalhar aqui, até então eu desconhecia a moça, pensei que realmente fosse autorizada a
entrar, mas de qualquer forma, isso não justifica meu erro — o rapaz falou e abaixou a cabeça.Eu
entendi ele, até porque não teria motivo nenhum de desconfiar de uma mulher como Laura,
aparentemente.Tentando deixar o rapaz mais tranquilo tentei amenizar a situação — Bom, preciso que
vocês procurem uma feminina para retirar Laura daqui, até que a autoridade chegue eu vou cuidar
dela — finalizei já andando em direção a porta onde dava acesso à garagem, e entrando pelo
corredor privado que dava acesso à casa entrei sem fazer ruído, respirei fundo e me acalmei para
parecer a situação mais natural do mundo encontrá-la ali.Entrando na sala de visitas, vi estar vazia,
me direcionei até a cozinha e lá também não havia vestígio de alguém que estivesse na casa, fui
andando em direção a escadaria com a minha pasta nas mãos e subi tranquilamente degrau por
degrau, desabotoei meu casaco e cheguei em frente ao meu quarto e quando tirei o casaco respirei
fundo silenciosamente e abri a porta com cuidado, entrando no quarto vi que a cama estava arrumada
como de costume, apenas ouvi um barulho no banheiro, chegando próximo à poltrona deixei meu
casaco e guardei minha pasta no meu closet, preferi guardar, pois caso ela tenha um ataque de
loucura, o que com certeza vai acontecer, ela não encontrará nada meu para danificar.Consegui
segurar a vontade de chamar os seguranças para retirá-la do meu banheiro, seja lá como ela
estivesse, pois, a porta do boxe estava sendo aberta e com isso deduzo que ela esteja saindo do
banho e xingando-a em meus pensamentos, lembro que em alguns segundos irei encontrá-la enrolada
em uma toalha apenas.Fechei meus olhos e respirei fundo e tranquilamente abri os olhos e em meio a
este tempo direcionei meu olhar na mulher que saia do meu banheiro distraída, e no momento em que
sua atenção desceu sobre mim na poltrona, ela recua um passo assustado para trás e sorri sem graça
— minha nossa, você quase me matou de susto — e soltou uma risada no qual me fez estremecer só
em lembrar o que ela fez comigo.— desculpe — respondi em seco e olhando profundamente em seus
olhos — mas matar você de susto, é realmente a última coisa que quero — levantei da poltrona ainda
mantendo nosso olhar e percebi que ela baixou a cabeça como se levasse um tapa devido à minha
resposta em seguida abriu a boca para responder algo, mas logo se arrepende da ideia e com isso
pergunto — o que trouxe você aqui? — Enfiei as mãos no bolso da calça e relaxei a postura e
aguardei a resposta, Laura parou e pensou um pouco e respondeu um pouco tímida — na verdade,
queria ver você. Sinto sua falta — ouvir aquilo me deixou irritado, ela estava me deixando irritado.
— Laura… você... — levantando-me da poltrona e me aproximando dela rapidamente e acabando
com a distância que existia — não sente nada. — falei com o meu tom mais frio e continuei
encarando-a e com isso deixando transparecer toda a certeza do que eu estava falando e em seguida
ela olhou bem para meu rosto e disse — Michael, eu realmente sinto muito. Eu não queria... —
ouvindo isso dei um passo para trás e soltei uma gargalhada, e isso a surpreendeu, pois ela recuou
também alguns passos e se encolheu — vai negar que você estava se divertindo? O que eu vi naquela
noite já foi bem convincente — quebrei o nosso contato visual e me afastei para ter uma distância
segura — Michael, eu errei mas… Arrependo-me muito por perder você e sei bem que você se
preocupa comigo, pois vi o quanto você bateu nele por ele ter me batido — Laura deu alguns passos
à frente e eu recuei fechando a cara e respondi duramente — Não fique mendigando atenção de quem
não quer você, e outra coisa, você não é mulher de um homem só, por isso vai pagar o preço por
passar de cama em cama — no momento em que ergui a voz para ela e falei o que estava preso na
minha garganta virei as costas e sai andando em direção ao corredor, estava me sentindo um pouco
tonto, furioso e cansado talvez, mas estava me sentindo leve diante das palavras duras que gritei para
ela, e assim que cheguei na escadaria meus seguranças logo se aproximaram — Sr. A feminina
chegou — assentindo fiquei em silêncio e me direcionei até o meu escritório, peguei um copo para
me servir uma bebida, que normalmente eu sempre tomo, olhei para a vista que eu tinha do meu
escritório e virei o copo bebendo tudo de uma só vez, coloquei o copo vazio na bancada e fiquei em
frente à janela observando o dia quente que iria ter ao decorrer do dia, quando vejo Laura sendo
levada à força pelo corredor em direção a saída da casa, senti um misto de orgulho e diversão com
aquela cena.Deixei o copo vazio em cima da mesa e sai andando novamente em direção ao meu
quarto, dei uma averiguada ao redor em busca de vestígios de pertences da Laura, e se ela esqueceu
algo aqui, será jogado no lixo, pois aqui não quero nada dela.Chamei a governanta para limpar o meu
quarto e durante este período tirei minha camisa e as coloquei no cesto de roupas sujas e tranquei a
porta, tirando o restante da minha roupa e entrei no chuveiro. A água descia quente pelo meu rosto,
aquecendo e relembrando os momentos do meu dia. Na verdade, trazendo todas as lembranças à tona,
pois minha volta para New York, só me trouxe pontos positivos até agora, me sinto bem em relação a
toda curiosidade que envolve aquela doce mulher, lembrei do exato momento em que a vi durante o
evento. Em meio a uma conversa tranquila e sem prestar atenção por completo, já que eles queriam
saber como eu consegui chegar onde cheguei, aparece uma dama misteriosa com um vestido bonito e
que no instante em que pus os olhos nela, senti imensa vontade de saber como ela é, na verdade,
daria qualquer coisa para descobrir ao menos o seu nome e é com essa possibilidade que conto
assim que chegar em New York na segunda, sei que há possibilidades de voltar a ve-la mas também
sei que posso nunca mais ter uma notícia dela, e tentei afastar aquele pensamento, pois me arrependo
até agora por ter apenas conversado um pouco com ela, as vezes, confesso que sou um grande idiota,
mas vou fazer de tudo para não deixar essa passar e sorrindo com esse pensamento, termino meu
banho. Desliguei a água e peguei a toalha e a enrolei na cintura e abrindo a porta do boxe sai secando
meus pés para não molhar a carpete do quarto, odeio quando deixo meu carpete molhado, e assim que
cheguei no meu quarto, vejo tudo limpo, arrumado e me deu vontade de me jogar na cama e acordar
somente quando for o momento de voltar para New York.

Vesti uma calça de moletom e levei a toalha até o banheiro e a estendi atrás da porta, voltando para o
quarto deitei na cama e fechei os olhos, já sentia meu corpo relaxar para que eu pudesse dormir
quando meu celular começou a tocar em cima do criado mudo, verifiquei a hora assim que peguei o
celular e olhando o identificador de chamadas avisa ser Gregori trabalhando até tarde, pois aqui são
10 da manhã e lá provavelmente umas são 5 da manhã.— Gregori — murmurei sentando e
demonstrando na minha voz uma ansiedade maior do que eu esperava e acredito que Gregori já sabia
que eu aguardava ansiosamente essas informações pois já começou a falar — Senhor Michael,
consegui informações sobre a moça — Gregori provavelmente já sabia que eu estava curioso para
saber até os menores detalhes — está tudo em sua caixa de e-mail — Gregori finalizou e assentindo,
um largo sorriso apareceu em meus lábios e respondi — obrigado, Gregori, vou descansar um pouco
e pegarei o próximo voo. — com alguns barulhos no fundo, Gregori responde — estarei no seu
aguardo, senhor. — e finalizei a ligação ansioso para ver o que Gregori me mandou.

Onde será?
Eu sei se estou em você
Estou de olho em você
No para você,eu sou para você
Para você, você têm de ser para mim
‘Haunted - Beyoncé’

Capítulo 7
O retorno
Michael Louis Backham
Assim que acordei, peguei o celular que estava em cima do criado mudo e vi que já eram quase 21:00 horas da noite, levantei e fui
andando até pegar minha pasta e coloquei o celular no bolso interno e o deixei em cima da cama e fui até meu closet pegar um terno
para usar.Escolhi um conjunto com terno preto Prada com as abotoaduras que ganhei da minha mãe novamente e o sapato Oxford
perfeitamente polidos, fui em frente ao espelho e dei uma mexida com os dedos no meu cabelo, voltando até o quarto peguei o celular e
disquei para Gregori, que no segundo toque atendeu — Senhor... — Gregori murmurou como de costume — Boa noite, já estou indo
para o aeroporto — murmurei pegando a pasta e andando em direção a saída do quarto — estarei esperando o senhor quando chegar —
Gregori garantiu e assentindo respondi obrigado, até logo — e finalizei a chamada.Não sei ao certo, mas estou ansioso para voltar,
parece que algo surpreendente me espera, afastando aquela sensação desconhecida, porém muito boa, coloquei o celular no bolso e desci
a escadaria e encontrei um segurança na porta da casa, assim que me viu, retornou a sua postura como agente.— boa noite, Marlon,
pode chamar meu motorista, por favor — murmurei olhando para o homem que já trabalha comigo a quase 4 anos e assentindo — sim,
senhor. — abrindo a porta, ouço Marlon falando em seu equipamento de comunicação, e instantes depois o sedan já está a minha
espera.No conforto do estofado, me permiti lembrar do sonho que tive com a Yven Lauren Cobalt, na verdade, acredito serem
lembranças do momento em que a vi chegando, na verdade, a reação dos homens que conversavam ao meu redor ao vê-la chegando,
eles pareciam curiosos e admirados com a delicadeza e sensualidade que exalava daquela mulher, a beleza dela impressionou a todos,
inclusive a mim, o intuito das informações que pedi para Gregori pegar para mim era exatamente acabar com a curiosidade que eu tive
dela, mas de nada resolveu. Eu preciso saber mais sobre ela, eu quero conhecer ela, mas vou fazer isso de um jeito diferente, tanto para
mim quanto para ela, não sei como, mas será muito bom.Chegando ao aeroporto, peguei minha pasta e acenei com a cabeça para o
motorista e fui em direção a entrada para comprar a passagem e entrando no portão de embarque me senti feliz após ter a certeza que
estou voltando para New York, pois sei que algo bom me aguarda.Assim que me acomodei no assento reservado, senti meu corpo ficar
tenso, só de pensar em encontrá-la novamente já senti uma ansiedade me dominar, nesse momento estou com vontade de conhecê-la
profundamente, e quando digo profundamente, não é apenas por baixo de sua saia, se bem que com aquele vestido, consegui ter um
vislumbre do seu corpo sensacional e cheio de curvas sem dúvidas.Não sei como, mas de alguma maneira sinto que surpresas virão e
está sensação é boa e agradável, antes de qualquer coisa, quero ver o que o destino reserva para a minha vida, não sei se vou passar o
resto da vida sozinho acumulando alguns milhões por semanas ou se o futuro está prestes a me preparar alguma moça bonita para que eu
possa chamar de namorada e dar-lhe presentes sempre que desejar, e nesse momento algo muito surpreendente apareceu na minha
mente, pensei, se Yven fosse minha, eu daria um closet inteiro para que só eu pudesse tirar sua roupa, e com esse pensamento logo me
repreendo, pois, não devo e não quero ficar pensando muito naquela moça, não admito nenhum pensamento que possa desencadear um
sentimento afetivo no momento. Principalmente porque não acredito mais no amor, sou ciente que existe atração física, atração essa
onde une duas pessoas e as fazem entrar no jogo da sedução.
Pensando Bem, não seria ruim entrar num jogo com a Yven Lauren.Enquanto soltava o ar preso em meus pulmões pensei “Eu poderia
entrar em qualquer jogo com ela” e virei o rosto para a janela com uma bela vista das nuvens, e olhando-as assim de perto, lembrei de
quando eu era um menino e imaginava que as nuvens eram feitas de algodão e isso me fez sorrir e erguendo o olhar vi que uma menina
de 18 anos estava me olhando, continuei encarando-a enquanto ela mordia os lábios e tentava disfarçar um sorriso malicioso, eu não sei
por que, mas, sempre acontece isso e então resolvi dar meu melhor olhar repreensor e foi quando a garota arregalou os olhos e virou-se
de modo que não olhasse mais para mim e satisfeito com o resultado murmuro — assim é melhor — e me acomodei na poltrona macia
enquanto meus olhos se fecharam e aquela conhecida sensação de sono me dominar até que eu relaxasse por inteiro.Estava andando
tranquilamente por um corredor familiar, entrando em uma sala que parecia muito com a minha empresa, e assim que passei pela
primeira porta consegui identificar uma voz calma, doce, feminina e outra voz mais alterada.— você… fique longe dele — ouço meu pai
falar alterado, me aproximando, encontrei meu pai conversando com Laura, e entrando na sala, logo vi a expressão assustada no rosto de
Laura que engoliu em seco e lançou um olhar suplicante ao meu Sr Louis que logo ignorou e se aproximou de mim. — Michael. Ela
estava mentindo para você o tempo todo. — meu pai aproximou sua mão em meu braço e implorou por atenção e eu o olhei e assenti e
quando foquei meu olhar em direção a Laura, logo vi que ela estava olhando para alguém atrás de mim, e então virei-me e encontrei a
pequena Yven nos olhando como se estivesse assustada e lágrimas brotaram de seus olhos como se tivesse sentindo a sentindo dor que
Laura já me causou.

Despertei num sobressalto enquanto a aeromoça me chamava com delicadeza para não me assustar, tentativa inútil, se bem que não foi
ela quem me assustou. Que merda, odeio quando tenho sonhos assim.
Sinto-me exausto, e até regular meu sono, vou sofrer um pouco.Pegando minha pasta, levantei e fui andando em direção ao portão de
desembarque, me sentindo tranquilo por estar de volta à New York, e sentindo novamente aquela sensação de que algo bom me aguarda,
no momento em que encontrei Gregori, fui invadido por uma vontade imensa de saber se havia alguma novidade sobre a Yven. Entrando
no carro, deixei meus pensamentos me levarem até a noite passada, onde encontrei aquele espetáculo de mulher, e senti um misto de
ansiedade e tensão, e com isso logo tive a certeza, aquela mulher tem cheiro de encrenca e pecado.
Um pecado no qual eu quero me perder sem pensar duas vezes.

Estou ferrado.

Eu poderia me perder neste momento para sempre


Todo momento que passo com você
É um momento precioso
‘ I don`t Want To Miss- Aerosmith’

Capítulo 8
O passeio

Yven Lauren Cobalt

Virei várias vezes na cama, olhei para o relógio em cima do criado mundo e verifiquei serem 06:30
da manhã, levantei da cama para me arrumar, já que não consegui dormir o meu horário normal, pois
fiquei pensando naquele homem o tempo todo, e de alguma forma sinto como se fosse encontrá-lo
novamente, fechei os olhos mentalizando ele mais uma vez, ele parecia ser musculoso por baixo
daquele ‘smoking’, senti um arrepio percorrer meu corpo ao lembrar dele, nunca imaginei um homem
por baixo da roupa, não depois do que presenciei sobre Heitan, passei a ignorar os desejos do meu
corpo, naquela noite senti uma energia entre mim e ele que me deixou tensa, só em olhá-lo nos olhos.
Nossa, aqueles olhos acinzentados me avaliando de cima a baixo…Sacudi a cabeça tentando afastar
aquele pensamento e me direcionei até o banheiro, tirando minha camisola de cetim, entrei embaixo
do chuveiro, lavando meus cabelos sentei na banheira e deixei a água descer por cima de mim, me
peguei pensando no motivo de Heitan ter feito aquilo comigo e ter me destruído para qualquer outro
relacionamento, acredito que eu nunca terei um namorado com quem eu possa dividir o que sinto e
chamar de meu. Com esse pensamento sinto algumas lágrimas descerem pelo meu rosto. Sinto-me
diferente por estar confusa com meus próprios pensamentos, pois me sinto diferente após ter visto
aquele homem.Será pedir demais, um namorado como aquele homem?Pensando melhor, poderia ser
alguém real, ou que tivesse algum defeito, pois aquele homem é perfeito, e com certeza nunca olharia
para uma mulher como eu.Revirando os olhos, protestei comigo mesma, pois nunca pensei algo tão
baixo da minha pessoa. Todos sempre disseram que o homem que ficasse comigo, teria sorte, levantei
da banheira e enrolei uma toalha em volta do meu corpo, saindo do boxe, fui direto para a frente do
espelho, retirando a toalha que envolve meus cabelos e a joguei na cesta de roupa suja e sai
penteando os cabelos e caminhei até minha cama onde estava meu celular, liguei a luz de tela e vi
serem 06:56, cronometrando o tempo restante até a entrevista, 1h20min, fui em minha lista de
músicas e coloquei para tocar as minhas músicas aleatoriamente, e a primeira foi I don't wanna love
you de Zayn, até meu cabelo secar por inteiro, desligando o aparelho que secou meu cabelo que já
estava seco e bem alinhado, o coloquei no suporte e fui em direção ao meu closet, e lá comecei a
procurar um look que me deixasse confiante e sexy, encontrei meu vestido tubinho preto com um cinto
na cintura prateado, peguei a peça e coloquei em cima da cama, em seguida voltei ao closet e peguei
meu sapatos Chanel preto envernizado e corri para deixar próximo ao vestido, e então senti vontade
de colocar uma ‘lingerie sexy’, optei por uma cinta-liga e conjunto de calcinha e sutiã preto com
detalhes prateados.
Assim que terminei de me vestir, estava me sentindo linda, confiante e sexy, sei bem que estou indo
para uma entrevista de emprego, porém estou apenas vestida como uma futura funcionária com uma
autoestima impressionante.

Esse emprego será meu.Com meus cabelos soltos e o look já pronto, dei uma rápida olhada no
espelho e me senti orgulhosa pelo que vi, me sentindo firme, confiante e atraente, peguei meu celular
e o coloquei na bolsa, indo em direção a porta distraída e encontrei minha mãe subindo a escadaria
com um sorriso — Uau, você está magnífica. Tudo bem? — minha mãe perguntou me olhando com
um brilho nos olhos e aquilo me deixou emocionada o suficiente para abraçá-la e assentindo respondi
— Obrigada, Mamãe. Sinto-me ótima. — minha mãe apertou minha mão e assentindo murmurou —
boa sorte, meu amor. Estou sentindo coisas boas por aí, e mais uma coisa, pode ir com meu carro —
e aquilo me fez esboçar um sorriso largo e comecei a descer a escadaria, estou feliz, me sentindo
bem comigo mesma e o melhor… Estou me sentindo confiante, tão confiante que estou acreditando
que a vaga será minha.Chegando na cozinha, preparei um copo de café para viagem e andei em
direção a garagem, encontrei o Audi suv preto da minha mãe, fiquei espantada com tamanha beleza, e
isso me fez gelar, nunca dirigi nada tão grande, mas enfim, isso me deixou empolgadíssima.Entrei no
banco do motorista, deixei a bolsa no assento ao lado e ative o bluetooth e liguei minha lista de
músicas, ao som de Earned It - the weekend, coloquei o cinto de segurança e enfiei a chave na
ignição e cai na estrada.Eu tenho tantas coisas para fazer, preciso conversar com a minha amiga
sobre os últimos acontecimentos, deixá-la a par de tudo o que houve no evento, com certeza depois
da entrevista vou ligar para ela, quem sabe eu já tenha uma nova notícia para ela a respeito do
emprego.No momento em que cheguei no prédio, fiquei mais uma vez impressionada com tamanha
beleza do local, peguei minha bolsa e desci do carro acionando o alarme e enfiei o molho de chave
na bolsa durante o momento em que eu andava até o hall de entrada, e neste meio tempo acabei
esbarrando em alguém que estava saindo, e assim que estou prestes a murmurar um pedido de
desculpas, encontrei o olhar gentil daquele homem alto e careca que estava na festa. — Perdão,
senhorita — Ele acena e parece sem graça ao me olhar e com isso fico sem graça e murmuro — eu
que peço desculpas, tenho mania de sair andando sem olhar ao redor — e sorri tentando quebrar a
tensão e ele assenti e sorri liberando minha entrada pela enorme porta que dava acesso à
recepção.No momento em que pus meu pé na entrada, logo fui recebido por uma garota loira e alta e
com um sorriso gentil, e logo me senti à vontade com ela que sorrindo estendeu sua mão em um
cumprimento e murmura — Eu sou Luisy, você é a Srta. Cobalt, certo? — Respondi à pergunta de
Luisy confirmando com a cabeça, mesmo não sabendo de onde ela tirou a informação e com isso
sorri, luisy vira-se de costas e murmura — pode me seguir, por favor. O senhor Louis, está esperando
por você — e continuei seguindo-a, enquanto agradecia mentalmente por não me atrasar e perguntei
— desculpe a curiosidade, mas, como sabia que eu era yven Lauren? — Assentindo com a cabeça,
luisy sorri e murmura — temos os bancos de dados de todos os candidatos aqui — por um momento
franzi a testa, mas não falei nada, pois eu nem havia enviado um currículo com informações, dando
de ombros continuei seguindo Luisy até o elevador, onde levei um pequeno susto ao constatar
estarmos subindo para além do que pensei, o 20° andar.Assim que a porta se abriu, tivemos acesso a
uma sala moderna, bem decorada e muito Masculina, havia poltronas e sofás em tons de preto e
cinza, carpete nude o que deixou o lugar com cara de luxo, não que precisasse, pois, todo o prédio
era luxuoso, mas este ambiente estava liberando uma sensação de conforto e sofisticação.Virando-se
para mim, Luisy murmura — espere aqui, que irei anunciar ao Sr. Louis. — Em silêncio, confirmei e
me acomodei na poltrona, aguardando ser chamada, não sei por que, mas sinto um conforto em estar
neste lugar, será que vão acontecer coisas boas comigo aqui? Pergunto-me e só em pensar isso, já
senti um frio na barriga de expectativa.Ouço o ruído de uma porta sendo aberta, e assim que olho na
direção, logo encontro o sorriso amigável de Luisy em minha direção e logo me ponho de pé — O Sr.
Louis já está esperando você, pode entrar — Ela ergue a mão com delicadeza e mostra o caminho
para que eu entre, sorrindo em agradecimento, andei até a porta que estava aberta e bati duas vezes e
com isso entrei. — Com licença, Sr. Louis. Bom dia. — murmurei tranquilamente olhando nos olhos
azuis daquele homem, que estavam alegres e me pareciam familiares, porém eu não recordava com
quem parecia. — Bom dia, Srta. Cobalt, que prazer revê-la, queira sentar-se, por favor. — sorrindo,
me aproximei da poltrona e me acomodei enquanto o senhor Louis sentava-se atrás de sua mesa.—
Então, querida, seu pai e eu conversamos, ele me disse que você é formada em Administração, e que
estava à procura de um emprego inicial, procede? — Concordando respondi com franqueza — Sim,
Sr. Louis, eu estou morando em Seattle, e com este passeio a casa dos meus pais, acabei pensando em
ficar e coincidentemente, conheci o Sr. naquele jantar — E sorrindo ele assente e diz — Querida, foi
muito bom ter tocado no assunto, pois estão acontecendo algumas situações indevidas na
administração da minha empresa, e com isso, meu filho tomará as providências necessárias para
lidar com os problemas, ele já deve ter chegado de viagem, e eu acredito que você poderia auxiliá-lo
durante um tempo como secretária pessoal dele, depois disso você irá ganhar mais experiência e
passará para sua verdadeira função, se você concordar, claro — eu o observei o tempo todo, estava
realmente falando a verdade e me parecia muito preocupado, mas quem não ficaria? Será que está
ocorrendo desvios de verba? Isso é horrível, e assim que dei por mim, esbocei um sorriso
tranquilizador que também o fez sorrir e ele logo levanta-se e perguntou — posso contar com você?
— assentindo com toda a certeza, sorri e estendi a mão — será uma honra fazer parte desta equipe,
Sr. Louis. — Ele pegou minha mão e a apertou firme, sorridente e disse — vamos, preciso lhe
apresentar a empresa — assentindo sorri, mas de repente ele parou em seu lugar e perguntou — antes
de qualquer coisa, quando poderá começar o seu trabalho? — engoli em seco, pois não havia
pensado nisso, e sem perder tempo, logo respondi — eu poderia começar na quarta-feira pois… —
me interrompendo, sr. Louis deu a volta em sua mesa e murmura — perfeito, vou solicitar os
documentos para sua chegada na quarta-feira — sorrindo confirmei e o deixei me puxar de leve até a
saída, e durante o trajeto até a porta, me dei conta que esqueci a bolsa na poltrona, mas dei de ombro
e pensei em voltar para buscar depois do meu tour pela empresa.Andamos por um corredor elegante
com paredes de vidros, onde mostravam as principais ruas da cidade, em uma visão panorâmica de
tirar o fôlego, e foi aí que lembrei daquele homem, que me deixou a mercê de sua beleza, de igual
forma, sacudi a cabeça repreendendo a mim mesma por ter aquela lembrança exatamente agora,
totalmente inapropriado lembrar dele agora e acompanhando Sr. Luiz, entramos em um corredor
menos movimentado que ficava no andar de baixo, onde havia pessoas concentradíssimas e muito
focadas, nenhum deles mal vestido, e mentalmente estava me agradecendo pela roupa escolhida para
a entrevista.Assim que entramos em um corredor, havia uma sala de reunião com algumas pessoas
entrando e uma senhora de cerca de 60 anos se aproximou e disse — Com licença, Sr. Louis — ela
me lançou um olhar como se pedisse desculpas pela interrupção e eu dei um passo atrás — os
acionistas chegaram adiantados e.. — antes que ela terminasse, o Sr. Louis se virou para mim e disse
— Yven, peço desculpas por isso, mas preciso dar procedência à reunião — e assentindo confirmei
— Sr. Louis, está tudo bem, na quarta-feira estarei aqui pontualmente, eu só preciso pegar minha
bolsa em seu escritório — e assentindo Sr. Louis diz — pode ficar à vontade, estarei no seu aguardo
na quarta-feira. — e depois disso, o observei ir em direção a sala com passos largos e uma postura
confiante, não sei de onde, mas aquela postura me é familiar, sacudi a cabeça e vi os executivos
levantarem de seus assentos.

No momento em que fecharam a porta, soltei um suspiro, e senti um misto de felicidade e orgulho
feminino tomar conta de mim e com isso girei sobre os calcanhares e andei de volta ao corredor onde
dava acesso à sala do senhor Louis, quando uma moça morena me chama — Com licença, você é a
Srta. Cobalt? — sorrindo assenti e permaneci em silêncio, e sorrindo a moça murmurou — Chris, a
ajudante da Anne, secretária do senhor Louis, ele me pediu para que lhe entregasse isso. — ela me
estendeu uma pasta escura com o nome da empresa e disse — Se tiver alguma dúvida referente aos
papéis necessários, é só me ligar. — Assentindo esbocei um sorriso, pois me senti instantaneamente
a vontade com a Chris — pode deixar, se eu tiver dúvidas vou procurar sua ajuda, em falar nisso,
preciso pegar minha bolsa na sala do Sr. Louis, tudo bem? — observando-a ela assentiu e apontou o
dedo — pode ficar à vontade, é para lá. — e com isso agradeci com um aceno de cabeça e fui
andando tranquilamente em direção a sala do sr. Louis, quando alguém abre a porta rapidamente e
acaba me puxando para frente com muita força me fazendo tropeçar em meus saltos e assim cai de
joelhos no chão.Meu problema não foi ter caído de joelhos, o meu maior problema é que meu vestido
estalou na lateral, e pelo som, com certeza não foi pequeno o estrago.Merda rasgou, e agora?Antes de
qualquer coisa, rapidamente tentei me recompor quando senti mãos calorosas e possessivas me
buscando no chão e me puxando cuidadosamente junto de si, procurei me firmar em meus pés e me
recompor antes de olhar feio para a pessoa que me derrubou, porém, quando encontrei seus olhos,
mais uma vez senti minhas pernas cederam e com isso, então seu corpo enrijeceu para firmar o meu.
— Yven, está tudo bem? — ele me puxou para dentro da sala com cuidado e me colocou sentada na
poltrona de frente para ele, e quando me acomodei na poltrona, ele logo se ajoelhou em minha frente
se aproximando dos meus joelhos que ardiam um pouco e estavam vermelhos pelo impacto abrupto
com o chão, e assim consegui encontrar o estrago em meu vestido, mas o problema, é que ele também
viu o estrago e seus olhos pousaram no rasgo do vestido e depois sua atenção voltou para mim e com
uma sobrancelha erguida em minha direção, ele engoliu em seco após passar a língua nos lábios para
umedecê-los talvez para se manter neutro diante dessa situação constrangedora para mim, no entanto,
aquele simples gesto da sua língua causaram coisas em mim que eu não sabia ser possível.— Eu…
estou bem. Não precisa se preocupar — falei tentando dissipar um pouco da tensão presente e
tentando tirar o foco de visão dele, pois eu acredito que talvez ele tenha visto a cinta-liga através do
estrago do vestido, e com isso notei um olhar de preocupação ser tomado pela diversão silenciosa,
ele esboçou um sorriso e levantou-se para sentar na poltrona de frente para mim, e me esforçando
para engolir o bolo que se formou em minha garganta, senti meu corpo relaxar um pouco após a
distância que ele tomou.Uma distância segura, para o que estou sentindo agora.— bom, eu preciso ir,
tenho uma viagem a fazer — murmurei desviando o olhar daqueles olhos predadores, que estavam me
deixando nervosa e claro, por conta do silêncio que tomou o ambiente, e direcionei a atenção parta
ele novamente, e vi que ele olhou para o lado e sua expressão mudou — viagem a passeio, suponho
— ouvi a voz grave me tirando dos meus pensamentos e neguei com a cabeça e logo respondi —
estou de mudança, quarta-feira irei começar a trabalhar com o filho do Sr. Louis — e dito isso vi que
sua boca se entreabriu e seu peito encheu de ar, e em seguida surgiu um sorriso tão sensual que me
deixou tonta, e aquilo me fez fechar os olhos e apertar as têmporas quando ouvi ele perguntar em um
tom de flerte — Tem certeza que está bem? — e o encarei e vi enquanto seus olhos me analisavam
atentamente e confirmando juntei todas as forças que eu pude e levantei da poltrona direcionando
minha atenção para minha bolsa, que estava exatamente ao lado dele, que seguindo meu olhar diz —
você voltou para buscar a bolsa, e eu a recebi o melhor possível — senti um tom descontraído e
irônico, e resolvi jogar — bom, continue assim, desta forma, ninguém esquecerá os primeiros
encontros — e esta foi a minha deixa para pegar a bolsa e virar de costas e sair andando, quando ele
murmura — você não pode sair desse jeito e isso não pode ser considerado um encontro, posso fazer
muito melhor que isso — engolindo em seco, o encarei e disse — foi um acidente, mandarei arrumar
o vestido assim que chegar em casa — ainda mantendo minha atenção em seu rosto, ele me encarou
com um olhar puramente sexual e diz — irei consertar estrago, Yven — pegando seu celular, ele
discou para alguém que em segundos atende e ele murmura algumas coisas enquanto eu fico ali
perdida, não sabendo se devo esperar ele me explicar o que quis dizer com " irei consertar o
estrago", mas antes que eu pudesse falar algo, ele já está com a mão em meu braço, para chamar
minha atenção e diz — pode me seguir, por gentileza — e sorrindo seguiu para a porta e eu atônita,
pisquei algumas vezes sem saber direito o que estava acontecendo.
Esse homem sabe bem o que estava causando em mim, desde nossa primeira esbarrada, e aquilo iria
acabar comigo, pois a última coisa que eu esperava era encontrar com ele aqui.

Respirando fundo, sai andando atrás dele que andava com toda elegância até o elevador, nesse
instante, a tensão que a segundos atrás já se mostrava presente, se tornou quase palpável, e minha
garganta secou de imediato, e arriscando um olhar pelo espelho, o flagrei com os olhos fechados e
punho cerrado, como se tentasse se controlar para não fazer nada que não deveria.

O que está acontecendo? Será que ele também sente o que eu estou sentindo ?

Por sorte, poucos segundos se passaram e nenhuma outra pessoa se aproximou, pois, poderia muito
ver o estrago do meu vestido ou então sentir a tensão sexual que estamos exalando e apenas deixando
de lado como dois adultos que somos.
Chegando ao hall de entrada, ele murmura — iremos com meu carro — apontou para um Suv preto e
um pouco nervosa, questionei — espere.. — e assim ele parou quando estava prestes a abrir a porta
do carona para que eu me acomodasse — aonde vamos? Eu… Eu nem mesmo conheço você… Você
sabe meu nome, mas eu nem me lembro de ter me apresentado... — deixei a frase morrer e em
seguida ele sorri e estende sua mão e diz — Prazer, Yven, sou Michael. Por hora, isso deve aplacar
uma das suas dúvidas — e abriu a porta me indicando o assento, logo que me acomodei, ele fechou a
porta e deu a volta, colocando sua pasta no banco de trás, se acomodando e colocando o cinto de
segurança — você não é um desses sequestradores, não né? — neste instante ele para tudo o que
estava fazendo e me encarou, arqueando uma sobrancelha em dúvida, e questiona — como é? Eu
pareço ter problemas psicológicos? —

Merda, porque eu não fico com a boca fechada? Culpa do meu nervosismo, por isso eu não consigo
manter a boca fechada. Como se esse homem, que agora sei o nome, iria me sequestrar.

Ele se chama Michael, o nome combina com ele, é imponente, elegante e lindo…

Ele fez menção de tocar no meu braço, mas acabei saindo dos meus pensamentos e confirmei e
respondi — Bom, você disse que queria experimentar algo meu, logo na primeira vez que me viu,
posso considerar isso como um problema psicológico? — confirmando com a cabeça ele solta uma
gargalhada, não controlar e sorri também quando ele responde — Eu falei isso por que estava
realmente com uma vontade imensa de.. — ele parou de falar por um momento e dirigiu sua atenção
total ao volante e continua — deixa para lá, agora vamos — enquanto ele dirigia tranquilamente, eu
ficava o engolindo com os olhos, sentindo uma eletricidade percorrer pelas minhas pernas, me
deixando cada vez mais tensa, até que chegamos em uma avenida bem movimentada, e logo conheci a
rua, famosa pelas lojas de grifes que esbanjam elegância e ‘glamour’, e me espantei por ele
estacionar o carro em frente a uma das lojas.
O acompanhei descer do carro e peguei minha bolsa após tirar meu cinto de segurança e desci antes
que ele se aproximasse para abrir minha porta.
— Ansiosa para compras? — ele sorri, mas é um sorriso que não chega a seus olhos e então
respondo sem vontade — Na verdade, odeio fazer comprar — e com essa resposta, notei que ele
esboçou um sorriso quase imperceptível, mas que seus olhos demonstram certa surpresa após a
minha resposta.
— Agora escolha umas das lojas e compre o seu vestido — ele me disse assim que paramos na
calçada entre duas das dezenas de lojas de grife que tem nessa parte da cidade e negando eu disse —
Olha, Michael, eu penso que começamos do jeito errado. Não preciso de vestido novo — fiz questão
de falar bem sério para que ele deixasse aquele incidente de lado e que fossemos embora, meu carro
está na empresa e com isso, estarei presa com ele até eu convencer ele a irmos embora.
— Eu insisto, por favor. Estraguei seu vestido, mas prometo recepcionar você melhor, nas próximas
vezes. Isso me serviu de alerta. — e piscou para mim, quando me puxou pelo braço ao entrarmos na
Chanel e sermos abordados por uma vendedora bem vestida e que já estava babando pelo homem de
1,90 cm de altura ao meu lado.

Ele disse próximas vezes? Como assim?

Depois que experimentei 5 vestidos, ele conseguiu sossegar, confesso que adorei cada troca de
vestido, pois os olhos dele faiscaram a cada troca, mas acabamos discutindo quando eu falei que iria
pagar pelos vestidos.
— Eu rasguei o seu vestido, deixe-me compensá-la — Michael falou num tom tranquilo, enquanto a
vendedora estava embasbacada com ele e eu o interrompi — tenho um corpo só, por isso pague
somente um. Esse aqui. — Entreguei a atendente o vestido marsala que ficava justo e lindo em meu
corpo e negando furiosamente, ele aceitou a minha escolha enquanto passava os outros no meu único
cartão de crédito em uma única vez.
Assim que Michael colocou as sacolas no banco de trás do carro, ele pareceu mais afastado, e com
isso perguntei — Você está bem? Não precisamos levar os vestidos. — Não me importo com eles. —
e sorri para ele que sorrindo responde — você é a primeira mulher que fala isso, após fazer compras
em uma chanel da vida, sem falar que preferiu 5 vestidos em uma loja só — dei de ombros e disse —
acredito que tenha coisas mais importantes sabe, só isso — ele confirma e entramos no carro já nos
acomodando, eu sabia que ele estava surpreso novamente pela minha resposta e que por isso, ele
sorria parecendo quase satisfeito enquanto dirigia.
O trajeto para voltar a empresa foi tranquilo e silencioso, na verdade, penso que o trajeto para voltar
esteja mais confortável, pois estou me sentindo um pouco mais segura com ele, mas acredito que eu
nunca me acostumarei com a beleza e imponência que ele tem, me peguei sorrindo ao lembrar das
vezes que eu trocava de vestido e ele me pedia para que ele pudesse ver em mim, e quando me dou
conta, ele já estava estacionando o carro no meio fio e sorrindo lindamente para mim, que não
consegui segurar e sorri para ele também, e isso o fez direcionar seus olhos para minha boca e
engolir em seco e eu logo cortei nosso olhar desfazendo-me do cinto, abri a porta e logo apontei para
o audi da minha mãe — meu carro está ali — ele assentiu e pegou as sacolas do banco traseiro e me
acompanhou até o meu carro e os colocou no banco traseiro depois que abri a porta.
— Enfim, Michael. Muito obrigada pela companhia nas compras. — ele sorriu e negando com a
cabeça respondeu — foi um prazer, Yven. Posso chamar você assim? — eu confirmei com a cabeça e
ele continua — espero que nas próximas vezes, não seja tão trágico — franzindo a testa perguntei —
próximas vezes? — ele confirma e diz — nossos encontros — e olhando seu relógio ele diz — Não
pense que este foi o último. Agora eu preciso voltar — e com isso sorriu e virou de costas para mim
que fiquei ali babando por ele enquanto o olhava se afastar, em seguida entrei no carro e coloquei
meu cinto de segurança e respirando fundo tentei me tranquilizar com a brisa e as buzinas incessantes
das ruas cheias de movimentos.
Olhando ao redor, senti minhas emoções a flor da pele, nunca passei em minha vida por situações
parecidas, acredito que existam pessoas com química forte, porém nunca vi ou passei por algo do
tipo, não sei nem como reagir em uma situação como esta, fiquei algumas horas com ele, e isso me
deixou extremamente interessada nele, e os pontos positivos é que ele trabalha aqui, é gentil,
cuidadoso e extremamente atraente, fechando os olhos, tentei me acalmar e pensar em algo que não
fosse Michael.
Desde o momento em que pus os meus olhos nele, de cara, imaginei que nunca mais seria a mesma
coisa, pois aquele homem, era meu sonho mais secreto, era másculo, lindo e parecia um amante
perfeito, e o que mais me deixava incomodada… é que acabei de descobrir eu o queria para mim…
inteiramente…
Suspirando fundo, tentei me recompor e esquecer aquilo tudo, pois consegui o que eu mais queria…
o emprego é meu e descobri o nome do meu Encantado.
Com esse pensamento comecei a rir e liguei o carro e caí na estrada.

Deixei minha mente me levar para longe daquele espaço masculino e enlouquecedor, no trajeto para
casa, acionei o bluetooth do meu celular no carro e liguei para Amanda, que no segundo toque
atendeu.
— Adivinha quem vai morar em New York em menos de dois dias? — despejei tudo para Amanda
ao invés de usar minha saudação habitual. — Não brinca. Você conseguiu um emprego? — eu
conhecia aquele tom de voz, ela estava feliz por mim, e mais que isso, estava me apoiando mesmo
não sabendo dos mínimos detalhes, pois era assim, minha amizade com ela, uma sustentando a outra
em qualquer momento de nossas vidas, não importando se estamos entrando de cabeça num novo
projeto, e é por isso que eu amo ela, por me apoiar em tudo.
— Irei começar na quarta-feira, pois preciso ir buscar algumas coisas, para no fim de semana trazer
tudo de vez — respondi com meu melhor tom de felicidade, e logo senti um frio na barriga, pois eu
iria me separar da minha melhor amiga, mas resolvi não tocar no assunto naquele momento.
— Como você está? E o jantar? — perguntei sabendo o quanto Amanda havia se preparando para
que tudo ocorresse bem.
— os pais do Carlos me trataram muito bem, adorei eles. — ouvi um tom de voz que eu conhecia
muito bem — pode desembuchar — falei com um tom brincalhão e ela falou animada — Carlos e eu
vamos nos casar — Amanda falou sem interrupções e por um momento eu fiquei calada e senti meu
coração acelerar e uma onda de alegria me consumiu e não conseguindo impedir acabei soltando um
grito de felicidade — minha nossa, amiga, meus parabéns. Estou tão feliz por você e Carlos. Gostaria
de lhe abraçar agora — senti uma onda de tristeza se aproximando, pois, gostaria de parabenizar
minha amiga pela maravilhosa notícia — enfim- ela continuou falando — fico mais tranquila em
saber que não vou abandonar você — seu tom foi de preocupação para algo mais irônico e gentil —
Você não vai se livrar tão fácil de mim — falei provocando-a mesmo sabendo que não vamos nos ver
depois que eu vir morar em New York.
— Nunca quis, Yven, mas não vamos perder o contato, nunca — Amanda me garantiu com a voz
trêmula, o que me fez pensar que poderia estar quase chorando e coçando a garganta prosseguiu —
agora tenho que desligar, Carlos irá me levar na casa de sua avó — e assentindo sorri e murmurei —
até mais, Amanda, qualquer coisa me ligue — e com isso desliguei a ligação, muito feliz pela minha
amiga.

Rapidamente cheguei a casa dos meus pais e estacionando o carro, logo vejo a porta sendo aberta e
uma figura elegante usando rosa aparece com um sorriso nos lábios volumosos iguais aos meus.
— Como foi, meu amor? — minha mãe perguntou puxando-me pela mão para entrar em casa, e com
toda aceitação sorri e a acompanhei sem interromper — Mãe, vou começar a trabalhar na quarta-
feira — respondi sorrindo e vendo seus olhos se iluminarem de alegria por mim — meus parabéns,
querida. Sabia que você iria conseguir. — sentei no banco que estava próximo de mim e continuei —
hoje preciso encontrar um apartamento e empacotar minhas roupas, o resto pretendo trazer no fim de
semana — minha mãe baixou a cabeça e não pareceu gostar da idéia de me ver morar sozinha e antes
que protestasse murmurei — mãe, eu preciso de sua ajuda para que eu encontre algo aqui perto — e
sua expressão suavizou ao me olhar — sei exatamente do que você precisa, querida — Mamãe falou,
mesmo que a expressão de seu rosto dizia ser contra essa idéia de morar sozinha novamente.

Assim que chegamos em uma rua bem movimentada, perdi o fôlego com toda a beleza do lugar, era
um bairro simples e aconchegante, havia prédios com arranjos de flores, outras com árvores bem
cuidadas, um lugar lindo e digamos até romântico, aqueles bairros que aparecem em filmes de
romance da netflix.

Minha mãe desceu o vidro, permitindo a entrada de uma leve brisa de verão entrar no carro e
apontando o dedo, mostrou-me um prédio de cerca de 2 andares e que era todo feito de tijolos,
algumas lamparinas mais antigas embelezavam ainda mais o local, com uma vasta vegetação bem
cuidada — querida, este vai ser meu presente de boas-vindas — minha mãe murmurou e sorriu
aguardando alguma reação e sem saber o que dizer, simplesmente a abracei e murmurei emocionada
— obrigada, mãe. É maravilhoso. — senti lágrimas brotarem nos meus olhos e perguntei —
podemos... — e sem concluir minha pergunta, minha mãe confirma com a cabeça e desce do carro e
fala — essa semana iremos dar início a papelada da compra do apartamento, mas já pode morar nele
— empolgada desci do carro e fechei a porta, uma onda de curiosidade me invadiu, como seria viver
num lugar como este? Como será morar sozinha, sem Amanda? Sacudi a cabeça, pois apesar de
coisas boas estarem acontecendo comigo, também iria passar por momentos difíceis, mas encarei
minha mãe que estava com um leve sorriso e estendeu sua mão que eu aceitei sem pensar duas vezes,
e nos direcionamos para a casa, assim que batemos na porta, uma menina de cerca de 13 anos
atendeu, e sorrindo murmura — Sra Cobalt, que bom que veio… Pode entrar, por favor. — a menina
loira abriu a porta o suficiente para que eu e minha mãe entrasse juntas e agarrando a mão da minha
mãe ela a puxou para dentro e achando aquela cena engraçada as segui para dentro, e encontramos
outra moça na cozinha fazendo um bolo, pois o cheiro estava maravilhoso.
— Ah! Sra Cobalt, sinto muito pela Clary, Tudo bem com vocês? — a menina de olhos verdes
perguntou olhando para minha mãe e depois gentilmente para mim, assentindo minha mãe responde
— Estou passando por aqui para lhe mostrar a nova vizinha, Marcelly — e ergueu a mão
delicadamente em minha direção que sorri nervosamente e acenei com a mão — e sorrindo a moça,
que descobri se chamar Marcelly perguntou — é a sua filha? — Assentindo, me aproximei e lhe
estendi a mão e respondi — eu me chamo Yven. Sou nova aqui, e estou vindo morar definitivamente
na cidade a partir de quarta-feira — finalizei sorrindo de leve e sorrindo abertamente, Marcelly
murmura — bem-vinda, já que vamos morar tão perto, espero que sejamos amigas. — imediatamente,
me senti à vontade com ela, e sei que com certeza seremos amigas e com isso minha mãe olhou para
seu relógio e me direciona um olhar expressivo — Bom, Marcelly, precisamos ir agora. — minha
mãe falou com toda gentileza para ela que com um sorriso assentiu e se despediu.
Assim que voltamos ao carro, minha mãe diz — O carro para buscar suas roupas já está pronto, só
estão esperando por você. — assentindo, assimilei as informações e tentei me preparar
psicologicamente para as mudanças que já estavam acontecendo comigo — mãe, o apartamento é
mobiliado? — minha mãe ficou séria e diz — já está completo, se quiser, pode mudar a decoração,
mas acredito que você irá gostar de como está — com a cabeça confirmei que entendi o que ela
disse, pois, minha mãe sempre teve muito bom gosto para o lar, e eu sou uma das admiradoras pelo
bom trabalho dela — mãe, chegando em casa, vou trocar a roupa e depois partiremos para Seattle. —
assentindo, minha mãe esboçou um sorriso satisfeito e direcionou seu olhar para além da janela.
Assim que chegamos, desci do carro, e fui trocar de roupa, pois sapatos de salto não eram muito
confortáveis para uma mudança, trocando os saltos e a saia tubinho rasgada, que por um momento me
fez relembrar das horas que passei com Michael, afastei aquele pensamento e vesti uma calça jeans
velha, porém confortável e um tênis para o dia-a-dia, deixei meu celular na bolsa em cima da cama e
sai do quarto em direção a sala onde havia deixado minha mãe, que estava lá conversando com o
motorista, assim que cheguei no último degrau, os dois viraram para me encarar e eu parei de andar
abruptamente por conta dos olhares em mim.
— Querida, hoje você irá buscar apenas suas roupas, outros pertences serão trazidos no fim de
semana, é isso? — minha mãe falou sem pausa — eu mesma me encarregarei de buscar suas coisas.
— assenti confirmando com tudo, não quero deixar espaço para que minha mãe tente me ludibriar
para que eu volte a morar com eles e respondi — tudo bem, mãe. Como você achar melhor —
respondi dando de ombros e virei para Derek que estava encarando a minha mãe — Já podemos ir,
Derek? — assentindo ele bate em seu quepe e murmura — ao seu comando, Srta. Yven. — Sorrindo,
observei ele se virando em direção a porta e eu o segui para fora.
Enquanto ele tomava seu lugar atrás do volante, eu me acomodei antes de colocar o cinto de
segurança e com isso me permiti relaxar, pois, sabia que tínhamos uma longa viagem de ida e volta,
mas por algum motivo, acabei descobrindo que não estávamos indo sozinhos, havia outro carro preto
com mais três homens dentro, dei de ombros e basicamente baixei meu corpo para que pudesse
relaxar, minha mãe e meu pai sempre fizeram questão de cuidar da minha segurança, mesmo não
sabendo de tudo o que aconteceu comigo, mas de qualquer forma, eu acho um pouco de exagero,
contudo nunca falei nada para eles o que penso sobre isso, pois adoro que eles cuidem de mim, e
com este pensamento caímos na estrada e eu só acompanhava da janela o distanciamento da casa dos
meus pais ficar cada vez maior, fechando os olhos tive a certeza de que tudo na minha vida mudaria e
então adormeci…

Que lugar é este? — ouvi minha própria voz saindo um pouco nervosa por não saber onde estava,
olhei ao redor, e só via árvores, flores e… de repente alguém me abraçou por trás e sorriu, um
sorriso gostoso, contagiante, que me deixou arrepiada até o último fio de cabelo e aquela
sensação dos braços e mãos me tocando desta forma, me pareceram familiares, então virando-me
para ver quem era, acabei levando um susto ao me ver diante daquele homem dos sonhos,
Michael… Ele sorria como se fossemos íntimos, parecia feliz em estar ali comigo, mesmo eu não
sabendo o que estava acontecendo, e aquela sensação dos braços dele ao meu redor foi se
intensificando até que ouço um sussurro — que ficaria se escondendo de mim, eu já cansei de
ficar procurando por você entre essas árvores — ele me apertou contra seu corpo e eu saboreei
cada segundo daquela sensação incrível que eu estava sentindo — não vou mais me esconder, nem
fugir de você — murmurei com um tom brincalhão, mas cheia de segundas intenções, notei que a
respiração dele acelerou e ele aproximou ainda mais seu corpo do meu e com um braço me
segurou pela cintura e a outra mão, passou um polegar em minha bochecha e sentindo sua
respiração no meu rosto, sentindo aquela sensação mágica, apenas fechei os olhos e saboreei
aquele doce momento e quando seus lábios encontraram os meus…
Chega um momento na vida de um homem
onde ele deve assumir a responsabilidade
para as escolhas que ele fez
há certas coisas que ele deve fazer
as coisas que ele deve dizer
“The Weeknd- Valerie”
Capítulo 9

Armações e retornos

Michael Louis Backham

— Meu Deus! que mulher. — acordei num sobressalto depois do sonho mais incrível que tive em
pouco mais de 3 anos, fazia muito tempo que eu não sonhava com mulheres desse jeito, Yven me
deixou curioso a seu respeito, com seu olhar delicado e sua língua afiada, acabei ficando ainda mais
curioso, pensei que com o simples fato de obter algumas informações sobre ela seria o suficiente
para me tranquilizar, mas aconteceu o contrário. Assim que a encontrei na sala do meu pai, meu
corpo logo reagiu por vê-la de joelhos, a melhor visão que eu tive na vida com certeza foi vê-la de
joelhos diante de mim, não por querer medir força, mas por ser um dominador, porra, nunca vou
esquecer daqueles olhos tímidos e afiados me olhando, o que será que ela vai pensar quando
descobrir que irá trabalhar para mim? Como irá reagir ao saber que o Michael que á levou para
comprar vestidos é o mesmo homem que será o seu chefe? Pois, eu sei que despertei algo nela, o
corpo dela reagiu assim como o meu, senti a energia brotar, a respiração dela muda na minha
presença, e a sua postura fica extremamente sensual e depois dos momentos que passamos juntos na
loja da Chanel, cada vestido que ela usava em seu corpo, aumentava cada vez mais a minha vontade
de me apossar do corpo dela. Sacudi a cabeça para afastar aqueles pensamentos, não posso
simplesmente pensar nela o tempo todo, nem a conheço direito, mas o pouco tempo que passamos
juntos, deu de ter uma idéia que ela não é uma alpinista social, contudo, tem outro detalhe
extremamente importante, ela irá trabalhar para mim, e merece todo respeito do mundo. Estou com
problemas sérios. Não sou um homem que quebra as próprias regras, mas ela vale a
pena.Levantando-me do sofá que eu estava deitado a quase 2 horas, me aproximei do criado mudo e
verifiquei a hora, passava das 20:30 da noite, e então resolvi ir até à cozinha, preparei um café preto,
sentei novamente no sofá e fiquei olhando para a caneca, aproveitando os últimos momentos de
cabeça vazia sem me preocupar com algo, pois tenho certeza, que depois que Yven entrar pela
primeira vez em minha sala, como minha secretária, muita coisa vai mudar. Soltei um longo suspiro
após tomar meu café que já estava frio e levantei andando em direção a cozinha para lavar a xícara, e
sentindo um tremor no bolso do moletom, vi que alguém estava me ligando e com isso sequei
rapidamente a mão com um pano de prato e atendi a ligação. — Backham — murmurei para alguém
que estava ligando de um número desconhecido, não fazia a menor ideia de quem estaria me ligando
a essa hora, quando uma voz abafada respondeu — Michael, se você realmente quer saber a
verdadeira situação da empresa do seu pai, é melhor você ir cuidadosamente para a empresa, agora
mesmo — desacreditei da forma que me foi repassado a informação, apesar de tudo, algo me dizia
que eu poderia encontrar algo então murmurei — quem é você? Como conseguiu meu número? —
perguntei com a voz mais ríspida que pude e em troca ouvi um pigarro e a pessoa concluiu — vá
agora, Michael — e desligou o telefone, imediatamente disquei para o número de Gregori que
atendeu no primeiro toque — Senhor... — Gregori respondeu como de costume — preciso que você
envie alguém da equipe de segurança para a empresa imediatamente, recebi uma ligação com
informações sobre algo estar acontecendo na empresa nesse exato momento, então qualquer
informação que você tiver, me pontue imediatamente, por favor — e com isso ouvi Gregori
responder — estou resolvendo isso agora mesmo, senhor. — assentindo, me senti aliviado por ter
Gregori sempre a minha disposição quando preciso, largando o pano de prato em cima da pia, fui em
busca de uma camiseta quando meu celular vibrou novamente e com isso logo atendi — alô. — uma
voz conhecida e masculina murmurou nervosamente — Filho, está ocupado? — meu pai perguntou
com um tom que me deixou incomodado — eu estou resolvendo uma questão da empresa, eu recebi…
— meu pai então me interrompeu — eu também fui avisado, nos encontramos lá — e em seguida
desligou. Fiquei olhando para o aparelho intrigado, eu iria avisá-lo para esperar em casa, pois
Gregori iria passar informações, então tentei ligar para ele, mas caiu na caixa postal. — Merda, Pai,
por que você não atende? — resmungando sai atrás de um sapato e em seguida comecei a andar
enfiando o celular no bolso, já me preparando psicologicamente para o que vou encontrar lá, só
espero não acontecer nada de ruim com meu pai.
Ah não, não, não aguento
Querida, para todo lugar que eu vou
Me lembro de você
‘ Don´t Wanna Know- Maroon 5 feat Kendrick Lamar’

Capítulo 10

Invasão e pensamentos

Yven Lauren Cobalt

No momento em que cheguei no meu apartamento sem a minha amiga por perto, logo senti um frio na
barriga, não que eu estivesse com medo, até porque os seguranças da minha mãe são muito bem
treinados para qualquer situação que poderia acontecer comigo, mas era tudo tão vazio e silencioso,
que é até estranho.Abrindo a porta do meu apartamento fui invadida por uma sensação de estar em
casa, deixei os seguranças na rua e subi sozinha andando diretamente para meu quarto, assim que abri
a porta, logo ouvi algo estranho, alguns ruídos foram ouvidos no momento em que me aproximei da
entrada, mas recuando alguns passos para trás, resolvi não entrar sozinha, voltei cuidadosamente
para a entrada do apartamento e mandei uma mensagem de texto para o segurança e motorista da
minha mãe.— Derek, preciso de uma ajuda aqui, ouvi algo estranho no meu quarto — teclando em
enviar coloquei o celular no bolso da calça e aguardei o que pareceu longos segundos até que o
homem aparecesse franzindo a testa, ele entrou sem fazer ruído algum no apartamento e como se já
conhecesse o local andou em direção ao corredor que dava acesso ao meu quarto, eu fiquei calada
enquanto o seguia estupefata pela agilidade dele, por chegar tão rápido e mais ainda, pelo fato de
saber exatamente onde fica meu quarto, parando em frente a porta ele virou o rosto para mim e ergueu
o dedo até o lábio gesticulando que eu fizesse silêncio e assim que abriu a porta depois de um
barulho alto lá dentro, só consegui ver o momento em que Derek sacou sua arma do coldre e entrou
no cômodo chutando a porta, depois fui puxada por alguém que cobriu meu rosto e me levou
carregada no colo por alguns metros, mas antes que saíssemos do lugar, fomos atingidos por algo
pesado e quando dei por mim, já estava no chão, senti apenas o impacto abrupto com o chão no qual
me causou ardência em meus joelhos, mas logo levantei e dei de cara com 3 homens musculosos, na
verdade, pareciam 3 armários de tão altos e fortes, olhando a situação, logo me senti mais protegida,
meu estômago embrulhou dos nervos, mas já em segurança, me escoltaram até o carro onde entrei e
deitei no estofado reconfortante e entre este meio tempo alguém entrou no carro se acomodou atrás do
volante, e erguendo meus olhos, vejo Derek, tudo o que me lembro é que ele disse que eu deveria
dormir enquanto as autoridades maiores cuidavam do resto e já muito exausta por não ter dormido
bem no dia anterior, acabei dormindo.Acordei com o despertador anunciando as notícias do Rádio
local, me sentei na cama e logo senti uma pontada na cabeça… aii… fechei os olhos e esperei aquele
desconforto sair, olhei para a janela e vi estar começando a clarear o dia, ou seja, dormi ontem a
viagem toda e ainda fui colocada para dormir e provavelmente, aproximei o braço em meu nariz e
senti um cheiro de suor, tendo a certeza que não tomei banho ontem, e então retirei minha coberta e
coloquei os pés no chão e assim que levantei e dei o primeiro passo, cambaleei para a frente aos
tropeços quando vejo haver duas malas e algumas caixas ao lado da minha cama, franzindo a testa,
dei de ombros e fui em direção ao banheiro.Tirando meu pijama de seda preto, abri o boxe e me
enfiei debaixo d’água e enquanto sentia meu corpo relaxar com a água que descia pelo meu corpo, a
cada instante que passava mais confusa eu estava sobre o acontecido de ontem, só sei que eu preciso
saber o que houve dentro do meu quarto, e então decidi que devo conversar com Derek depois do
banho, pois tenho muita coisa para colocar em ordem, tenho muito trabalho a fazer e uma delas são as
minhas roupas que estão encaixotadas.Enrolada na toalha, fui em busca de uma roupa mais leve e
confortável para usar enquanto conversava com Derek, optei por uma calça moletom e uma blusinha
de manga curta e fui em direção a escadaria, e ouvi algumas vozes vindas de baixo, mas pelas vozes
alarmadas, senti que o negócio não era bom então me apressei e chegando no último degrau que dava
acesso à sala de visitas me deparei com aquele homem grande que estava na festa, o homem careca e
também é o mesmo que esbarrei na segunda-feira na empresa do Sr Louis.E assim que me aproximei
dos meus pais, o homem logo levantou-se e com todo respeito me cumprimentou.— Srta, Cobalt, bom
dia. — ele tirou o quepe e o segurou na mão enquanto esboçava um leve sorriso e com toda a
simpatia sorri e murmurei — Bom dia, desculpe, não sei o seu nome. — ele assente e estende a mão
— Me chamo Gregori, Myle Gregori — e estendendo a mão eu murmuro — Que bom revê-lo, Myle
— me acomodei na poltrona ao lado da minha mãe, que pegou a minha mão e apertou forte e aquilo
me deixou em estado de alerta e então perguntei — Aconteceu algo? — olhei para meus pais e
depois para Gregori que no mesmo momento me encarou e com um olhar como se pedisse desculpas
e aquilo estava me consumindo por dentro e pigarreando Gregori responde — Ontem os Senhores
Backham, receberam ligações como denúncias, que diziam que eles encontrariam pistas sobre a
desordem na empresa, e com isso os dois foram levados a uma emboscada, onde tentaram assassinar
os dois proprietários das empresas da família. — Eu fiquei espantada, comecei a suar frio e com isso
minha mãe apertou mais minha mão e só consegui pensar no Sr Louis, pois o seu filho eu ainda não
havia conhecido.Mas é algo extremamente delicado, como tentaram armar contra dois homens
importantes desse jeito?— Como eles estão? Alguém está machucado? — perguntei atenta a todos os
sinais e expressões que Gregori poderia mostrar, porém, ele é um homem muito reservado e só
consegui ver a preocupação nas linhas da sua testa.— Apontaram uma arma em direção ao Sr
Michael Louis, porém o Sr. Louis se meteu e acabou sendo atingido quando houve disparos e por
sorte só havia uma bala na arma e a polícia chegou a tempo de coletar algumas informações. —
Gregori falou me encarando e falando cada palavra controladamente como se eu estivesse com
dificuldade de entender a situação.— Como ele… ele corre algum risco? Perguntei gaguejando, pois
sabia o quão importante esse emprego é para mim, mas era algo além disso, fiquei preocupadíssima,
pois me dei bem com o Sr Louis de cara, e não posso ser hipócrita para não pensar em como ele me
tratou todo o tempo.— Ele está hospitalizado, mas fora de perigo. Ele me pediu para vir avisa-lá que
não é para você desistir do emprego. — com uma pausa Gregori levantou-se e finalizou — ele conta
com você, Srta. Yven —
Levantei ao mesmo instante em que ele se moveu e conclui — estarei lá, Sr Mily. Obrigada —
agradeci tendo a certeza de que ele sabia que não era um agradecimento apenas pelas informações e
com isso Gregori assentiu e saiu andando em direção a porta, me mantive em silêncio enquanto meus
pais me olhavam, mas acabei indo em direção à cozinha para preparar uma xícara de café com leite,
odeio quando eles olham para mim quando estou desconfortável, especialmente quando parece que
querem me dizer algo que com certeza não me agradaria.— Querida, precisamos conversar — minha
mãe entrou na cozinha com meu pai entrando logo atrás — Mãe, o que houve ontem? Não quero que
esconda nada de mim. — Falei sem rodeios e vi que minha mãe soltou o ar e sentou no banco do
outro lado a minha frente enquanto meu pai preparava sua xícara de café preto.— Derek disse
haverem dois homens no seu apartamento e estavam armados. Teve uma luta corporal, mas não
sabemos o motivo real das aparições deles. — aquilo me deixou extremamente preocupada, pois
poderia ser um ladrão ou até mesmo Heítan querendo me assustar, e pensando nisso senti arrepios,
afastando os pensamentos, terminei meu café — bom, se vocês receberem alguma notícia a respeito,
não exitem em me informar, por favor — falei olhando da minha mãe para meu pai, que com as
expressões sérias concordaram e com isso me levantei e disse — agora eu preciso de uma carona
para ir para a minha casa nova. Alguém pode me ajudar? — minha mãe assentiu e disse — arrume
suas coisas e eu irei pedir para que Derek acompanhe você até a sua casa. — Senti uma satisfação ao
ouvir minha mãe me ajudando sem questionamentos e com isso logo me dirigi em direção ao meu
quarto.Comecei a pensar, por onde iria começar, pois, tenho muito a fazer em pouco tempo, fechei a
porta do meu quarto e conferi a hora, marcava 09:10 da manhã, liguei meu ipod e coloquei minha
playlist tocar no modo aleatório, dando vida a voz de ariana Grande, peguei minhas malas que não
estavam totalmente desfeitas, e guardei as roupas que eu já havia usado, em seguida guardei os meus
pertences pessoais em minha nécessaire.Assim que terminei de guardar as minhas coisas, ouvi uma
batida de leve na porta e Derek a abriu ao ouvir o meu grito permitindo sua entrada.— Com licença,
srta. Yven, precisa de ajuda para empacotar algo? — Ele parou próximo à porta e eu olhei com um
sorriso e falei — só preciso de ajuda para descer essas caixas que vieram para cá de uma forma
desconhecida — com meu tom irônico Derek soltou uma risada leve e pegou duas enormes caixas de
uma só vez em cada braço, logo entendi que com ele não deveria pegar pesado e muito menos ser
irônica, pois ele apenas faz o seu trabalho, que é nos proteger e com isso peguei minhas malas e
desliguei a música e desci após fechar a porta do meu quarto. Derek trabalha para minha mãe há uns
5 anos, não sei se ele é casado, se tem filhos ou onde nasceu, e aparentemente, tem 30 anos, tem
cabelo raspado estilo militar, porte atlético e é bonito. Sua pele é morena e através da manga de sua
camisa social é possível ver uma tatuagem. E de repente vejo que não sei nada de uma pessoa que
nos protege a tanto tempo.— Derek posso fazer uma pergunta para você? — perguntei um pouco
tímida e ele me olhou e confirmou com a cabeça e eu prossegui — Você é de onde? Quer dizer, eu sei
que você trabalha para minha mãe há uns 5 anos, mas eu não conheço nada sobre você enquanto você
sabe tudo sobre nós — ele sorriu e abaixou a cabeça e disse — Sei de coisas, Srta. Yven, que você
iria se espantar — eu engoli em seco e senti um leve frio na barriga e perguntei — Como o que, por
exemplo? — ele abaixou a cabeça e sorriu parecendo nervoso e murmura — Eu sei o que aquele seu
ex namorado fez com você, no entanto, ele teve uma boa lição mas me parece que ele não aprendeu
pois ainda está atrás de você e eu estou de olho nele — e engolindo em seco, senti meus olhos
lacrimejarem e então eu murmuro — Meus pais… Eles não... — e ele negou com a cabeça e
respondeu — Fique tranquila, não contei nada a eles, você que deveria contar e não eu, mas por
enquanto, meu trabalho e dever, eu farei — e confirmei com a cabeça e fiquei em silêncio e ele
confirmou com a cabeça e saiu em direção a porta e me sentindo um pouco estranha com essas
informações, decidi deixar de lado e fui em direção a escadaria, olhei para meus pais que estavam
sorrindo timidamente para mim e larguei as malas para abraçá-los quando senti o soluço da minha
mãe.— Mãe, não chore. Estou tão próxima de vocês agora, será mais fácil assim. — minha mãe
assentiu e deu espaço para que meu pai também me abraçasse e após isso fui em direção a saída e
Derek se aproximou para me ajudar com as malas, e eu entrei no carro sentindo a certeza que daqui
para frente, minha vida começaria a mudar, e que estou aberta a novas oportunidades.Derek conduziu
o carro tranquilamente para aquele bairro que minha mãe havia me levado para conhecer as minhas
vizinhas Marcelly e Clary que foram muito receptivas, e com isso, aumentou minha curiosidade sobre
o resto da vizinhança, sobre o meu trabalho novo e sobre a nova vida que eu teria a seguir, quando
ouço Derk murmurar — Eu sou de Londres, não sou casado e sou ex militar. Trabalhei nas forças
aéreas por quase 10 anos e após isso conheci seus pais — fiquei chocada com as informações e
murmurei — 10 anos é metade da minha vida, por que você resolveu sair? — ele sorri ao ver minha
curiosidade através do retrovisor e continua — Eu estava prestes a me casar, mas houve um acidente
e ela foi arrancada de mim e depois disso eu decidi ir atrás de outro emprego — e confirmando com
a cabeça eu murmurei — Sinto muito — e ele confirma com um gesto e diz — mas sou muito feliz
com o meu emprego atual, e também sei que na hora certa encontrarei a pessoa ideal — e sorrindo eu
perguntei — qual a sua idade? — ele dá de ombros e responde — tenho 35 anos — e confirmando eu
respondi — Você ainda é muito jovem, logo estará com alguém que goste, e uma última dúvida,
posso? — e sorrindo ele estaciona e virou para me olhar e responde — Manda — e sorrindo eu
perguntei — Você fez alguma faculdade? — ele dá de ombros e responde — Sou arquiteto, me formei
a 2 anos — e batendo palmas eu murmurei — Nossa, meus parabéns. Meus pais sabem disso? — e
negando com a cabeça ele diz — Eu prefiro deixar eles saberem somente sobre a parte da minha
carreira militar, pois sei que eles iriam me incentivar a trabalhar na minha nova área, mas não estou
pronto para deixar a família Cobalt ainda — e assentindo eu sorri e disse — Obrigada por
compartilhar tudo isso comigo e obrigada por guardar minhas sujeiras — ele negou com a cabeça e
diz — Você não deveria se envergonhar do que passou, você foi e é uma guerreira. Não esqueça
disso — e assentindo, permaneci em silêncio e ele murmurou — Agora vamos — e desceu do carro e
já abriu minha porta.Antes de começar a andar, meus pensamentos foram longe, apesar de não saber
como minha vida amorosa será daqui a alguns dias, tenho a certeza de que minha vida profissional
está se encaminhando e eu irei fazer de tudo para focar e me sair melhor a cada dia, pois as minhas
expectativas sobre a empresa são grandes, e eu não quero somente crescer na empresa, mas sim
crescer com a Backham enterprises, dirigida pelos Srs Louis e o mais novo Diretor executivo
Michael Louis, sei que a partir de agora preciso me organizar em muitas coisas, até porque, depois
que o Heitan voltou a me perturbar, eu parei de fazer academia, não que eu precise, mas sempre
gostei de malhar bem, sempre foi importante para minha autoestima cuidar do meu corpo, por que
sempre valorizei as curvas que herdei da minha mãe, por isso, minha próxima meta é voltar a
academia.
Olhei ao redor, para todas aquelas árvores lindíssimas decorando o bairro que parecia coisa de
cinema, a cor dos tijolos pareciam antigos, porém com decorações modernas nas janelas, também
haviam os pequenos vasos de flores decorando todos os locais mais visíveis, e a visão ficou ainda
mais impressionante.
Já pronta para iniciar minha nova jornada, fui em direção a porta de entrada do pequeno prédio e dei
3 pequenas batidas na porta, como ninguém abriu, olhei para as duas chaves em minha mão e dei de
ombros sabendo que alguma delas poderia me servir.

Assim que abri a porta, Derek entrou ao meu lado com a mala em mãos e a outra livre, acredito que
deixou livre sua mão direita para qualquer imprevisto que pudesse acontecer, e assim que subimos
uma escadaria com 10 degraus, entreguei a chave para Derek, que com facilidade abriu a porta e logo
soltou a mala, e encontrou o interruptor já acendendo as luzes por onde passava.Logo que entrei, vi
que o local estava lindamente mobiliado, limpo e parecia recém-reformado, entrei na cozinha e abri
a geladeira e dei de cara com a geladeira cheia de comida, assim como os armários com produtos
que eu amo comer, muito agradecida pelos meus pais me ajudarem e me apoiarem tanto.

A mãe e pai, obrigada!

Depois que Derek desceu para trazer o resto das minhas coisas, resolvi ir conhecer o restante da
minha casa, e fui em direção a uma entrada branca que dava acesso a um corredor escuro, e chegando
ao fim deste corredor, a porta escura estava fechada e assim que a abri, encontrei uma cama de casal
enorme com uma penteadeira toda adornada em branco, com perfumes e uma maleta de maquiagem
em cima, e me aproximando, toquei na cama que estava coberta com uma coberta cinza e me
acomodei em cima da enorme cama e logo me senti à vontade, levantando-me, andei em direção ao
closet e dei de cara com alguns vestidos tubinhos pretos, saias e blusas, mas nada exagerado, havia
muitos cabides vazios e isso me tranquilizou, pois, eu tenho muitas roupas, inclusive os vestidos
novos que eu e Michael compramos ontem. Soltei um suspiro ao lembrar dele tão repentinamente,
parece que fomos a loja a tantos dias, mas foi ontem e sacudindo a cabeça, afastando aqueles
pensamentos e continuei a vasculhar o resto da casa.Derek trouxe o restante das minhas coisas até
meu quarto e me encarou — Srta. Yven, qualquer coisa que precisar, por favor, me ligue, ou ligue
para seus pais. — assentindo confirmei e murmurei — obrigada por tudo, foi muito bom conhecer
você melhor —. Derek acenou com a cabeça e murmura — Boa sorte com a nova vida — e virou-se
e foi embora.

Por todas as vezes que você me fez sentir pequeno


Eu me apaixonei, agora sinto absolutamente nada
Nunca havia me sentido tão mal quando estava vulnerável
Eu fui estúpido por te deixar quebrar minhas barreiras?
”Justin Bieber- Love Yourself”
( Cifra dedicada a todos os retornos insuportáveis da Laura)

Capítulo 11

Uma conversa anônima

Michael Louis Backham

— Mas que droga, Karl. Como os seguranças não viram ela entrando? — gritei no telefone quando
Karl, meu ajudante, disse que a louca da Laura entrou na minha casa, sim, ela é louca, não acho isso
das mulheres em geral, não vou generalizar, mas uma pessoa que é ignorada por duas vezes seguida,
sendo que antes havia sido pega no flagra no meio de uma traição e ainda assim insisti em ir na casa
de uma pessoa no qual não tem interesse nenhuma nela, para mim, é doida, porém, para mim ela
invadiu a minha casa, o meu território, para simplesmente me desafiar, mas se ela pensa que vai ficar
assim está muito enganada.— Sr Backham, não sabemos como ela fez isso pela 2° vez, mas... —
interrompi Karl sem cerimônias — estou pegando um avião para Londres e espero que tenha algum
carro à minha espera — desliguei o telefone sem esperar a confirmação de Karl.Merda, tanta coisa
que eu preciso fazer amanhã, também tenho meu pai hospitalizado, o primeiro dia de trabalho da
Yven.
Comecei a andar de um lado para o outro, como se fosse a pessoa mais perdida e desorganizada do
mundo — tudo bem, respira, Michael, respira — repeti em um mantra para mim mesmo em voz alta
quando sou interrompido pela minha mãe, que entrou na sala de visitas com a expressão um pouco
mais tranquila.Olhei para ela e a observei sentar-se e se acomodar na poltrona e então perguntei —
alguma notícia do pai? — ela confirma com a cabeça e respira fundo e diz — seu pai está bem, foi só
um susto — ouvindo aquela notícia, fechei os olhos e soltei um longo suspiro de alívio por saber que
meu pai está fora de qualquer perigo, quer dizer, alguns perigos, por enquanto.— Está tudo bem,
querido? — ouço minha mãe perguntar e franzindo sua testa mostrando sua preocupação de mãe e
negando com a cabeça respondo deitando o corpo na poltrona a sua frente com os olhos fechados —
nada que eu não possa resolver — e com isso minha mãe se remexeu na poltrona e perguntou — o
que está incomodando você, Michael? — suspirei e sentei ereto na poltrona e respondi — Laura
entrou na minha casa, novamente. Vou chamar a polícia para prendê-la. — minha mãe pareceu
horrorizada com o que eu disse — tenho certeza, levaram ela presa, essa garota está passando dos
limites — assenti e permaneci em silêncio e minha mãe finalizou — faça o que for necessário meu
filho. — com aquilo levantei, e andei em direção a ela, e depositei um beijo no topo de sua cabeça e
sai andando da sala em direção a porta para encontrar Gregori lá, que estava olhando para a
paisagem distraidamente, e assim que me aproximo ele logo me encarou — Senhor.. — murmura e
em seguida eu respondo — Laura invadiu minha casa novamente, estarei fora até amanhã, e enquanto
isso, você ficará de olho Yven. — Gregori confirmou com a cabeça e não precisei dizer mais nada.
Soube recentemente por ele, que no apartamento em que Yvn dividia com a amiga em Seattle, havia
sido invadida por dois homens armados e estamos investigando se há alguma ligação com o atentado
contra mim e meu pai ontem. Entrei no carro e me acomodei já colocando o cinto de segurança, com
o carro em movimento, pedi para que Gregori me levasse para a empresa de meu pai, pois preciso
agilizar alguns detalhes do primeiro dia de trabalho de Yven, sobre como manteremos contato quando
começar seu horário e logo me vejo ansioso para falar com ele, seja a distância ou não.
Assim que cheguei no 20° andar, encontrei o local em silêncio, somente com uma moça sentada atrás
de sua mesa, e assim que me viu logo levantou-se e sorrindo murmurou:— Bom dia, senhor. Como
posso ajudá-lo? — a garota parou atrás de sua mesa e me encarou batendo os cílios e eu respondi —
Preciso saber onde fica a sala do meu pai, Srta. Luisy. — murmurei seu nome, me recordando de seu
rosto bonito no currículo que estava em sistema, decorei alguns rostos para não chegar na empresa
sem conhecer ninguém, ela ruborizou e confirmou com a cabeça dando a volta na sua mesa para
passar por mim — É por aqui, Sr. Backham, por favor. — Segui a garota até a última sala do
corredor e coloquei o Mac em cima da mesa e me vendo tomar o lugar do meu pai, a vi voltando para
o corredor quando resolvi falar — Preciso de sua ajuda, está ocupada? — Ela parou com a mão na
maçaneta e a porta já aberta e me encarando negou com a cabeça e voltou, eu já estava olhando para
o notebook quando ela se acomodou a minha frente e eu comecei a falar — Acredito que saiba sobre
o que houve com meu pai, certo? — aguardei Luisy responder com um aceno de cabeça e continuei
— muito bem — me recostei no assento da cadeira de couro e continuei a falar — Amanhã será o
primeiro dia de trabalho da Srta. Yven Lauren Cobalt, como minha assistente. — Dito isso, a vi
sorrir e confirmar com a cabeça e isso me deixou tranquilo, pois sinto que essa garota irá ajudar e
muito Yven a se adaptar na empresa, pois pelo que vi, será seu primeiro emprego após a faculdade,
— Preciso que você me forneça um contato do TI da empresa para mim, depois preciso que você
confira os materiais de trabalho que Yven irá precisar, amanhã com diretamente com ela. — Luisy
confirmou e disse — assim que a srta Cobalt chegar, conversarei com ela. Lhe mandarei o contato do
TI assim que chegar em minha mesa, precisa de algo mais? — negando com a cabeça desviei os
olhos do Mac e a encarei — Obrigado, Srta. Luisy. — observei assentir com a cabeça e virar-se para
sair em direção a porta.Já sozinho na sala do meu pai, fiquei pensando nas situações que eu estava
encarando no momento, fomos atraídos para uma emboscada, meu pai está machucado, mas graças a
Deus, está fora de perigo, a louca da minha ex noiva está invadindo minha casa pela segunda vez,
estou sendo levado a loucura por uma garota que nem imagina o que causa em mim, e eu estou
extremamente ansioso para falar com ela novamente, dá para acreditar?A nossa interação é muito
boa, e é incrível a eletricidade que surge entre nós, eu não sou um homem que esconde o desejo mas
ela deixa estampado em seu rosto inocente, e estou louco para ver a cara dela quando me encontrar
na terça-feira na minha sala, ela não faz ideia que serei seu chefe.
Meu celular começou a vibrar e eu peguei para ver quem estava me ligando e vejo o nome de
Gregori na tela — Beckham — após ouvir uma porta sendo fechada ouço-o falar — Sr Beckham, as
passagens estão compradas e estarão no seu aguardo assim que o avião estiver aterrissado. — Com
algumas batidas, olho em direção ao som na porta e vejo Luisy entrando e aguardando meu sinal —
assentindo para ela, observei ela se aproximar e respondo a Gregori — Obrigado pelo aviso, já
estarei descendo, até daqui a pouco — e encerrei a ligação, Luisy se aproximou da mesa e me passou
um pequeno rascunho de um endereço de e-mail com o nome rabiscado acima Sebastian Mardowisky
— Muito obrigado, Srta. Luisy. — falei olhando para a garota que já estava dando um passo atrás
para sair da sala.

Abri uma aba para um novo e-mail e coloquei o endereço de Sebastian, que é o diretor responsável
pelo TI, como seria algo simples e objetivo, resolvi ir direto ao ponto.Bom dia. Sr Sebastian.Preciso
que faça um acesso de e-mail para a Yven, e preciso que faça também um login de acesso no Skype
para que possamos nos comunicar, em caráter de urgência.Começará seu primeiro dia de trabalho
amanhã às 08:00.No aguardo.Michael Louis Beckham.Ceo Beckham Enterprises.Clicando em enviar,
fechei o Mac e levantei já o guardando na pasta, colocando meu celular no bolso sai em direção a
porta quando vejo Gregori andando em minha direção, deve ser alguma informação importante ele
me esperaria chegar no carro.— Sr. Michael, precisamos conversar — Gregori falou a pouca
distância de mim, não sei por que, mas aquilo me deixou incomodado, e confirmando com a cabeça
indiquei com a mão para que voltasse até a sala comigo.Assim que Mily entrou, fechei a porta e o
observei sentado na poltrona e pediu para que eu sentasse também, e assim o fiz, aquilo estava me
deixando nervoso.— Através das câmeras de segurança da empresa, descobrimos um dos suspeitos
de efetuarem os disparos contra você e seu pai. — Aquilo me deixou em alerta e continuei em
silêncio ouvindo Gregori com atenção — Este homem se chama Heitan Cartney, e possui uma casa de
prostituição ilegal em algumas cidades. — aquilo me deixou mais tranquilo e, ao mesmo tempo
irritado e confuso — Gregori, e o que temos a ver com estas pessoas? — levantei da poltrona e
toquei a cabeça com a mão e prossegui — não perca seu tempo... — Gregori se levantou e disse me
interrompendo — Ele possui inúmeras fotos da Yven em casa, arquivadas. —ouvir isso, me deixou
em choque, fiquei espantado fazendo com que eu o olhasse ele continuou — algumas fotos tiradas de
longe, em locais diferentes e todos eles datados. O último foi a quase 7 dias, em Seattle. — eu sei
que ela morava lá, mas não sei o motivo deste homem perseguir alguém que… — de repente senti um
frio na espinha e pensei, será que eles estão tentando colocá-la na casa? Pensar em outros homens
forçando-a a ter relações me deixou em estado de fúria e murmurei entre dentes controlando minha
fúria — Gregori, cuide dela durante minha estadia fora, preciso que a acompanhe de longe em todos
os lugares que ir, amanhã começará seu trabalho aqui. — Gregori assentiu e andou em direção a
porta — estou ao seu comando, Michael — assentindo o acompanhei para fora da sala.Depois dessas
revelações, sinto que eu vou me meter em problemas com esta mulher, pela sua língua afiada, não
deve ser tão inofensiva como sua doce aparecia revela e com certeza já se meteu em confusões por
isso, só não consigo engolir o fato desse cara estar seguindo uma garota tão dócil como ela, não
consigo nem imaginé-la pertencendo a outra cara.Já estou num estado de fúria total só em pensar
nisso. Porra.Sacudindo a cabeça, me concentrei apenas na irritante situação de que tem uma louca na
minha casa e resolvi deixar o restante das situações em segundo plano, com exceção, é claro, a Yven,
com toda certeza Gregori me avisara de primeira mão sobre qualquer coisa que venha acontecer com
ela e assim que entrei no carro, encontrei uma pequena mala pronta para mim que havia sido feita por
Gregori ao meu pedido, assim pouparia meu tempo para chegar até o aeroporto.

Eu vou laçar você para a minha dimensão


Você vai me puxar para o seu universo
Vamos ver quem pode aguentar toda tensão
Quem está chegando primeiro?Mmm
‘Are You - Julia Michaels’
Capítulo 12
O trabalho começou

Yven Lauren Cobalt

Ao som de Strip that down -Liam Payne, terminei de esvaziar a última caixa de utensílios pessoais e
eu já estava com muita fome, e não tinha ideia do que comer e muito menos vontade de cozinhar algo
então fechei a porta do quarto e fui até a cozinha para ver o que tinha na geladeira que pudesse se
tornar uma boa refeição para o jantar.— humm.. Queijo, torradas e um vinho. Meu jantar está pronto.
— falei em voz alta, revirando os olhos ao lembrar que Amanda um dia me disse que eu iria me
pegar falando sozinha, quando algumas batidas na porta me tiraram das lembranças da minha amiga e
logo coloquei o prato de queijo em cima do balcão de mármore e fui atender a porta dando de cara
com as duas vizinhas da casa abaixo. A pequena menina sorria com um olhar pidão que toda criança
tinha e a mais velha estava com um sorriso leve no rosto então resolvi deixar a timidez de lado es
comprimentei.— Olá, boa noite. — murmurei sorrindo de leve e a mais velha respondeu — Oi, Srta
Yven. Clary e eu gostaríamos de convidá-la para ir comer uma pizza, aqui pertinho. — fiquei
encarando-as por um tempo, e depois virei-me para a minha cozinha e pensei comigo "com certeza
será melhor que queijo e vinho, um dia antes do primeiro dia de trabalho."— mas, se estiver
ocupada, eu… nós… podemos... — negando com a cabeça eu logo respondi — eu vou sim, seria
ótimo. — sorrindo esperei elas confirmarem e ambas sorrindo assentiram e a mais velha falou — em
30 minutos? Está bom? — olhei para o relógio que estava na parede e vi que já eram 19:15 da noite
confirmando murmurei — perfeito, estarei lá embaixo pontualmente — elas sorriram e assentiram
virando-se para irem embora e quando eu estava prestes a fechar a porta a pequena Clary volta e diz
— estou muito feliz que você tenha aceitado o nosso convite, obrigada — aquilo me deixou
emocionada — eu que agradeço, Linda — sorri de volta me sentindo querida por ela, e as observei
indo em direção a escadaria, e assim que fechei a porta, logo fui para meu quarto tomar um
banho.Enrolada na toalha, resolvi colocar uma calça jeans e sandálias de salto pretas com uma regata
preta, prendi o cabelo em um rabo de cavalo e fui a procura do meu Rolex, que estava no porta-joias,
dando uma última olhada no espelho, fiquei satisfeita com o resultado de última hora, peguei minha
bolsa e sai.Assim que desci a escadaria, encontrei as duas com roupas um pouco mais simples que as
minhas, porém estavam lindas e olhei para o relógio e marcavam exatamente 19:45 — pontuais —
murmurei olhando para as duas que pareciam tranquilas — adoro pontualidade — falou Marcelly e
eu confirmei com a cabeça — você é das minhas, agora vamos que estou morrendo de fome — e
sorri para elas quando abriram a porta com rapidez mostrando que eu não era a única.Andando na
calçada, vi o quão tranquilo é o movimento do bairro, apesar de ser pequeno, havia muitas casas com
luzes acesas, Marcelly e eu estávamos andando lado-a-lado quando a Clary correu a nossa frente e
Marcely falou — antes de atravessar a estrada, olhe para os dois lados — e eu as acompanhei com
os olhos admirando o cuidado e o amor que existe entre as duas.— Desde quando vocês moram
sozinhas? — perguntei observando o olhar sereno no rosto da minha mais nova vizinha que me olhou
sem graça e respondeu — Desde dia que meus pais foram presos, a 3 anos. — Me senti um pouco
sem graça por tê-la lembrado daquilo — Sinto muito, Marcelly. Eu não queria… — e Marcelly fez
uma parada abrupta e levantou as mãos — Está tudo bem, Yven. Na verdade, meus pais hoje, estão
em algum lugar do mundo, gastando os milhões que roubaram e que ainda roubam. — aquilo me
deixou intrigada, como assim ainda roubam? Em algum lugar do mundo? — Clary sabe disso? —
perguntei sem ao menos conter a curiosidade e negando com a cabeça ela diz — Clary pensa que
nossos pais estão presos, é uma longa história, quem sabe um dia desses, eu não conte ela melhor a
você. Dizer que ambos estão presos é o que eu falo para todos que perguntam deles — assentindo
sorri para deixar o clima tranquilo e com isso recebi um sorriso e ela diz — Agora vamos atravessar
e comer muitas pizzas, por que estou precisando —

Assim que entramos na pizzaria, logo me senti familiarizada com o local e Clary já havia escolhido
nossa mesa e assim que sentei na cadeira estofada de couro preto, apareceU um garçom — Boa noite,
senhoritas, o que irão pedir hoje? — Clary responde — Carlos, oi. Eu quero uma pizza de chocolate
— Sorrindo Marcelly diz — queremos rodízios de pizza, por favor — Anotando os pedidos o rapaz
sai andando em direção a cozinha.— Esta noite eu iria comer queijo e tomar uma taça de vinho, e
então vocês me salvaram da dor de cabeça no dia seguinte — falei dando de ombros e sorrindo sem
graça.— Nós resolvemos convidar você para dar as boas-vindas, afinal somos vizinhas agora —
Assenti e batuquei meus dedos na mesa — você trabalha, Marcelly? — Perguntei olhando-a
tranquilamente, Marcelly me encarou e apoiou seus braços na mesa — Sim, eu trabalho como babá
de duas crianças aqui do bairro, e ganho o suficiente para viver confortavelmente — assentindo sorri
para as duas meninas que estavam à minha frente e observei enquanto começava o desfile de
pizzas.Minutos depois, estávamos comendo pizza de mussarela com refrigerante, e Marcelly
perguntou — Yven, quantos anos você tem? — em meio as mordidas na minha fatia, tomei um pouco
de refrigerante e respondi — eu tenho 21 anos e vocês duas? — Marcelly cobriu a boca quando
enfiou o último pedaço de sua fatia e responde — eu tenho, 25, e Clary tem 9 anos — assenti e
resolvi encerrar a noite depois de 5 fatias de pizza.— Celly, eu não consigo mais comer — ouvi
Clary reclamar sorrindo para a irmã que ria enquanto tomava o restante de refrigerante que restou em
seu copo — bom, ao menos você vai encontrar dificuldades em correr a nossa frente — comecei a rir
das duas quando começaram a jogar guardanapos sujos uma na outra, quando observo um homem com
uma atitude estranha conversando de um jeito agressivo com outro a sua frente, olhei para Marcelly
que também me olhou e eu indiquei que olhasse para a mesma direção que eu, e assim ela olhava
eles, chamei o garçom e pedi a conta.Assim que levantamos, observamos um homem apontando o
dedo para a pizzaria e então um disparo foi efetuado, porém, não conseguimos saber para onde
ricocheteou a bala e derrubando a Clary no chão, a coloquei embaixo da mesa quando ouvi a porta
sendo aberta às pressas e com isso entramos embaixo da mesa e permanecemos em silêncio.Com
outro disparo um pouco mais longe, senti que Clary estava tremendo então toquei no braço de
Marcelly para que fosse com muito cuidado, se esconder um pouco mais afastada da mesa e com isso
as duas foram junta, e mesmo que tivessem disparos por perto, não ouvíamos nada no local, o meu
medo estava se intensificando quando a mesa em que eu estava foi atingida por um corpo que foi
arremessado com muita força, e com isso derrubou a mesa e eu fiquei exposta a um homem
desmaiado no chão enquanto outro saiu correndo, sem ao menos eu conseguir ver seu rosto, entretanto
aquela cabeça careca não me era estranha, levantando- me chão ,olhei para o homem desmaiado e ele
me pareceu muito familiar, cabelo grisalho, alto, com cerca de 45 anos, fui me aproximando
gradualmente dele para não acordá-lo, havia um anel com uma pedra escura, um anel muito bonito,
quando sinto um braço me tocando e me fazendo levar um grande susto — Vamos Yven, Aqui não é
seguro — olhei para Marcelly que segurava forte a mão de Clary e confirmei com a cabeça,
indicando para irmos embora.Preferimos pegar um táxi, o carro já estava estacionado aguardando seu
próximo cliente, dessa forma chegaríamos mais rápido e em segurança, durante todo o trajeto
ninguém falou nada, senti como se o trajeto de volta tivesse demorado uma eternidade para acabar e
comecei a sentir um mal-estar, desejando apenas deitar minha cabeça e dormir para que essa noite
encerre, de fato.Assim que nos despedimos, subi rapidamente até meu quarto e tranquei a porta, fui
andando até meu quarto, onde tirei as sandálias e as guardei no lugar e tirando a roupa fui em direção
ao banheiro, desejando um banho para tirar aquele peso que eu estava sentindo, depois do banho, me
enrolei na toalha e peguei meu celular e vi que já eram 22:05 da noite, dando por encerrado a minha
noite, fui até meu closet colocar meu babydoll de cetim e soltei o cabelo, escovei os dentes e fui para
a cama, e virando de um lado para o outro, comecei a pensar de onde eu conhecia aquele homem, um
rosto muito familiar. Lembro-me que enquanto estava desmaiado, apareceu um anel que eu já havia
visto, mas não lembro de já ter visto aquele homem em algum evento que eu já tenha aparecido, de
repente minha mente é guiada ao evento em que conheci Michael, que fez fluir uma eletricidade
desconhecida em mim, com um simples olhar, minha nossa, aqueles olhos…Assim que acordei, já
começava a clarear o dia e me levantei sentindo-me disposta e fui até a janela que estava cobrindo a
claridade de um novo dia, na verdade, uma nova perspectiva de vida para mim, pois era uma cidade
nova, um emprego novo, com novas possibilidades, desafios novos com pessoas novas e isso tudo
estava me dando uma tensão, na verdade deliciosamente agradável.Antes de ir tomar um banho,
peguei meu celular e vi serem 07:01 da manhã, e fui para meu banho, lavando meu cabelo, lembrei
que não tive nenhum problema com pesadelos pelo acontecido de ontem e sorrindo me enrolei na
toalha e fui até a penteadeira próximo ao boxe de vidro, onde possui um secador de cabelo.Já com o
cabelo seco, fui andando até o closet escolher minha roupa, optei por um vestido tubinho preto e
sapatos Louboutin pretos, para finalizar coloquei meus brincos com pequenos diamantes, presentes
da minha mãe, peguei meu Rolex e também o coloquei. Pegando minha bolsa e uma pasta de arquivo
com os documentos que me foram solicitados, me direcionei até a cozinha, estava me sentindo
ansiosa, para saber como será o meu trabalho, como será a relação com meu novo e primeiro chefe.
Conferi a hora, e dava tempo de preparar meu café com leite antes de sair, minha nossa, adoro café,
caramba! acabei esquecendo o nome da recepcionista que me auxiliou com os papéis, fechei os olhos
tentando eliminar a ansiedade e lembrei do nome da recepcionista Luisy.Assim que tranquei a minha
casa e desci a escadaria, encontrei Marcelly que também estava vestida para o trabalho, usando um
macacão branco, sorrio ao me ver e diz — Olá, bom dia. Primeiro dia de trabalho, né? — assentindo
sorri e respondi — bom dia. Acha que exagerei? — negando com a cabeça — não, está ótimo. Bom
trabalho para você — e saiu andando e eu respondi — bom trabalho para nós — e sorrindo Marcelly
sumiu de vista na calçada.

Comecei a andar em direção a empresa cheia de expectativas, e assim que cheguei na calçada, puxei
o ar para os pulmões e senti meu coração acelerar e soltando um suspiro, sorri ao abrir a porta para
que eu entrasse e assim me apresentei a recepcionista no hall de entrada, ciente que o Sr Louis não
estaria na empresa, mas que meu chefe estaria ao meu aguardo.Sentada na poltrona onde ficava a sala
de espera, fiquei aguardando Luisy chegar e observando o movimento, apesar de o Sr Louis não estar
na empresa, tudo estava acontecendo rápido, olhei para meu relógio eram 07:50, desviando os olhos
do relógio olhei para a porta no mesmo instante em que Luisy apareceu, sorridente e formal em seu
conjunto de terninho cinza.— Bom dia, Srta. Yven, como está? — Estendendo a mão, levantei
rapidamente para cumprimentá-la da mesma forma — Bom dia, estou bem, obrigada e você? —
assentindo Luisy diz — Muito bem, obrigada. Pode me seguir, por favor — sorrindo Luisy vira-se e
sai andando em direção ao elevador, e durante este trajeto encontro Mily Gregori na recepção
conversando com um homem igualmente trajado e quando me vê, acena e toca seu quepe em saudação
como de costume e sorrindo eu aceno para ele antes de entrar no elevador.— Yven, o Sr Michael
Louis, não estará na empresa hoje e nem o Sr Louis, portanto, acredito que o Sr Michael, seu chefe,
irá lhe passar o que fazer por e-mail e via Skype — Assentindo memorizei as informações e
perguntei — Está tudo bem com o Sr. Louis? — assentindo ela responde — O sr Louis está sob
cuidados de uma equipe médica em sua casa. Graças a Deus fora de perigo — depois de ouvir isso,
me tranquilizei, mesmo sabendo que iria passar o dia sozinha no escritório.— Caso, precisar de
alguma coisa — Luisy disse quando abriu a porta do elevador e se direcionou a última sala do 20°
andar, eu estava logo atrás atenta às informações dadas quando ela continuou — é só me ligar ou
então me chamar no Skype — sorrindo ela abriu a porta e me deixou entrar antes dela e completou —
Preciso que você me encaminhe por e-mail, os materiais que irá precisar para o trabalho — assenti e
sorrindo respondi — Obrigada pela ajuda. — assentindo ela fechou a porta e me deixou sozinha na
sala.O escritório, era bem decorado, as paredes brancas, com decorações escuras na parede. Me
acomodei atrás da mesa onde marcava meu nome, e havia uma pasta com alguns papéis dentro.Liguei
meu notebook e olhei para a pasta que estava em minha mesa, estavam em negrito alguns e-mails
importantes, nomes de cada equipe que pertence nos setores da empresa e o nome completo de cada
herdeiro da família Beckham.A tela do notebook acendeu, havia um marcador pedindo para que eu
colocasse alguns dados que estavam na lista presente em cima da mesa, procurei os dados do Skype
e digitei meu login, e logo acessei, lá nos contatos havia o Sr Louis, Luisy e o senhor Michael,
cliquei em sua foto e estava de costas, cabelo escuro, ombros largos, usando um terno também
escuro, aquilo fez meu coração disparar. Como se eu já o conhecesse de algum lugar.Acessei o login
do e-mail, onde havia alguns e-mails de boas-vindas, do Sr Louis e da Luisy quando recebi uma
notificação nova de e-mail.Bom dia, Senhorita Yven.Peço desculpas pela minha falta em seu
primeiro dia de trabalho.Lhe darei as Boas-vindas assim que eu retornar a New York, mas de
primeira mão, tenho alguns trabalhos para lhe passar.Posso contar com você?
Atenciosamente,Michael Louis Beckham.Ceo Beckham InterprisesEu tive que ler e reler o e-mail,
tirando a conclusão de que o Sr Michael deve ser um homem extremamente ocupado e com isso
resolvi responder o e-mail rapidamente, pois ele não parece gostar de deixar as coisas para depois, e
muito menos eu.

Bom dia, Sr. Michael Louis.

Estarei no seu aguardo em New York, espero que as questões que o levaram até onde está, sejam
resolvidas com êxito.

Como posso lhe ser útil?

No aguardo.

Yven Lauren Cobalt.

Cliquei em enviar e logo após, abri uma nova aba de e-mail, desta vez direcionado a Luisy.
Bom dia, Luisy.

Obrigada pela receptividade.

Mas preciso tirar uma dúvida…


Onde fica a máquina de café?

Grata.

Yven Lauren Cobalt.

Clicando em enviar, não consegui conter o sorriso, apesar de ser um e-mail sem vínculo com
trabalho, espero que não cause problemas a ela e nem a mim. Levantei e fui até o fim do corredor,
onde a porta estava fechada, acredito que seja a sala do senhor Michael, e esse nome me fez lembrar
do meu mais novo amigo, Michael.Agora que caiu a minha ficha, os dois se chamam Michael. Que
coincidência, não é? Chegando em frente da porta com um sorriso bobo nos lábios, senti um nó no
estômago se formando, toquei a maçaneta e fiquei na dúvida se deveria abrir ou não, quando ouço
uma nova notificação no notebook, e com isso olhei para a porta escura novamente e voltei a minha
mesa já sentando e clicando na notificação de e-mail.

Senhorita Yven.
Vou chamá-la no Skype em 5 minutos, espero que esteja no meu aguardo.

Assim que terminei de ler o e-mail, que não havia nada de formal em seu conteúdo, logo recebi uma
mensagem no Skype.
“Yven?”— Sim, senhor Michael —"Preciso que você escaneie os documentos que irei lhe
encaminhar por e-mail. Acha que pode fazer isso?"
Virando os olhos para a sua pergunta, me sinto menos tensa, pois apesar do nosso primeiro contato,
ele está sendo muito gentil comigo, e então senti meu coração acelerar sem eu conhecer o motivo.
— Sim, senhor. Posso fazer isso. Precisa que lhe encaminhe novamente? —
Não sei explicar o motivo, mas essa conversa está me deixando com o coração palpitando, e
sacudindo a cabeça mantenho a calma para me concentrar melhor, para que ele não perceba meu
nervosismo.
“Preciso apenas que organize os documentos na ordem correta e coloque em uma pasta na minha
mesa, por favor.”— Sim, senhor, farei isso. — “Obrigado, Yven. Acredito que nos daremos bem
trabalhando juntos.”
Arregalando os olhos com espanto, me deparo com as seguintes situações.

O que está acontecendo comigo? Minhas mãos estão suando? Por que eu estou gostando de
conversar com ele?

Sacudi a cabeça e tentei ser o mais profissional possível.— Obrigada, Sr. Michael. Espero crescer
aqui —
Depois dessa conversa, que para mim, foi muito tensa, pensei que seriam minhas as últimas palavras,
mas quando vejo que ele está digitando novamente, me vejo ansiosa novamente e com isso desejei
fortemente uma xícara de café com leite, sentindo uma adrenalina exagerada surgir em mim, tentei
afastar todo esse turbilhão de sentimentos, pois não estou me reconhecendo.
“Se as informações que me passaram são verdadeiras, na empresa não lhe faltará espaço e muito
menos oportunidades.”
Meu coração palpitou e fiquei indecisa no que falar, mordendo o lábio comecei a pensar no que
responder, pois, seria falta de educação não responder nada, mas de repente ele começou a digitar
novamente.
“E pode acreditar" "Eu irei descobrir as suas melhores habilidades. " "Uma a uma" "Rs”

Eu estou sonhando, só pode.

Sério que um dos executivos mais importantes do mundo dos negócios está conversando
abertamente comigo? Quase flertando comigo?

Soltando um suspiro, passei as mãos no rosto e a dura realidade vem sobre minha consciência, ele
não está flertando comigo, é só eu que estou vendo coisas onde não tem, então fechei os olhos sem
saber o que fazer, pensando melhor, eu posso simplesmente ter tirado a sorte grande e ganhado um
chefe tão bom quanto o senhor Louis, então resolvi me tranquilizar e entrar na conversa com ele.
— Fico mais tranquila em saber que terá espaço o suficiente rs —
“Se não tiver, pequena, eu farei ter para você”

Aquilo me deixou em choque. Como assim, “pequena”? Será que eu conheço ele? Ele provavelmente
já me viu, que droga. O que eu vou responder agora? Será que devo tentar mudar de assunto?
Mordendo o lábio, cheguei à única conclusão, de que realmente deveria mudar de assunto. É isso que
vou fazer.
— Sr, Michael, não querendo ser intrometida, mas já sendo…Quando o senhor irá voltar?—
"Eu estarei embarcando ainda hoje para New York, esta curiosa, Pequena?"
Nossa, ele é bem direto. Como vou sair dessa? Pensa, Yven, pensa e dando de ombros, vejo que vou
ter que falar a verdade.
— Na verdade… Sim. Você não estaria, se fosse você em meu lugar? —
‘Yven, gosto de pensar que com calma e sabedoria, nós vamos longe, por isso, eu iria me controlar
ao máximo, se eu estivesse em seu lugar’‘Agora preciso que você escaneie os anexos que vou lhe
encaminhar. Me avise quando terminar.’

Que resposta plena, aff.. Ele virou o que? Um coach de mentalidade?

Revirando os olhos pensei, não é a toa que ele é uma figura pública tão importante, ele com certeza
tem paciência de sobra.
— Sr Michael, eu espero que tenha uma ótima viagem de retorno. —
‘Rs Obrigado, Pequena. Agora preciso que se concentre, por favor. Se eu não estiver online, me
encaminhe e-mail, pois até pegar o avião, eu irei responder’

.Engoli em seco, a conversa estava ficando mais descontraída do que deveria, e um clima tenso
estava surgindo, nunca passei por isso em uma conversa pelo skype. Respirando fundo, olhei para
meu relógio e vi que já eram 10:05 da manhã, quando Luisy apareceu na porta do corredor, e
sorrindo murmura — Já passou do horário do seu intervalo, vamos? — assentindo, coloquei o status
do Skype como ocupado e sai andando em direção a saída.— O refeitório fica aqui perto, você vai
adorar a comida daqui — Luisy estava falando com uma vibração que eu não havia notado nela
ainda, e isso me deixou mais tranquila depois de toda a intensidade com o Sr. Michael, e ao lembrar
dele, resolvi arriscar um pouco. — O que você sabe sobre o Sr Michael Louis? — perguntei tentando
mostrar uma tranquilidade que não existia dentro do meu ser e em resposta Luisy responde — ele é
pura intensidade, Yven, sério. Ele faz a energia ao redor ficar pesada e sensual, é uma loucura. —
ouvir aquilo já foi o suficiente, e de alguma forma, resolvi encontrar forças para não querer ouvir de
outra pessoa o que eu iria ver amanhã.Assim que chegamos no refeitório, nos aproximamos de uma
cafeteira e eu peguei um expresso e um bolinho e me sentei na mesa mais próxima que estava vazia e
Luisy fez o mesmo.— Então, a quanto tempo trabalha aqui? — perguntei tentando saber mais sobre
ela, já que iriamos nos ver com frequência.Soltando um suspiro, Luisy responde — Faz 1 ano e meio
já. Passou depressa. — assenti e dei uma mordida no meu doce quando ouço sua pergunta — o que
achou da empresa? — dei de ombros e respondi — gostei demais daqui, as pessoas, o ambiente de
trabalho também, é tudo muito bom. —Sorrindo, Luisy respondi — fico muito feliz por ver que você
gostou da empresa. —Não falei nada para Luisy, mas, eu ainda pretendo ultrapassar todas as
barreiras para chegar no topo desta empresa, não vou medir esforços para chegar longe, pois sinto
que a melhor parte está perto, não sei quando exatamente, só sei que está perto.

Muito perto…
Quando nos apaixonamos
Sem saber o que aquilo significava
Eu não desistirei de você esta vez
Mas querida, me beije devagar
Seu coração é tudo o que eu tenho
‘Ed Sheeran- Perfect’

Capítulo 13

Anônimo Irresistível

Michael Louis Backham


Soltando uma gargalhada, me deparo com a seguinte situação, ela está tentando desviar o foco da
conversa e logo me vejo soltando outra gargalhada no meu quarto sozinho, depois de horas furioso,
finalmente consegui ficar tranquilo conversando com ela. — A pequena — murmurei em voz alta,
sabendo que ninguém iria me ouvir.Levantei da poltrona e fechei a tela do Mac depois de me
despedir da minha adorável secretária, preciso tomar um banho demorado para tirar o restante do
cheiro da Laura, desejando esquecer o fato de vê-la esperando por mim deitada na minha cama king
size, mais uma vez, vestida apenas com seu conjunto de lingerie rendado, ridícula.Acreditou que eu
iria cair em tentação ao encontrá-la do jeito que eu mais gostava, seminua, mas não lembrou que isso
já passou a mais de 4 anos.No momento em que cheguei na minha casa, meus seguranças logo se
aproximaram, mas estendi a mão pedindo silêncio e subi as escadas sem ao menos falar com eles
sobre algum possível plano que eu já possuía em minha cabeça, abri a porta com muita cautela e vi
pelo reflexo do espelho que Laura estava deitada na cama, com algo cobrindo seu corpo, e no
instante em que abri a porta ela olhou para a minha direção e sorriu sentando na cama e exibindo seu
corpo em uma ‘lingerie’ vermelha, no mesmo momento senti nojo, foi impossível não lembrar
daquela fatídica noite em que a peguei nos braços de outro cara, aqui e agora eu só queria amarrá-la
e colocá-la para fora da minha casa e pensando bem, isso não seria uma má ideia.Entrei no quarto e
fechei a porta atrás de mim, e encarando-a, tirei meu casaco e vi em seu rosto o quanto estava me
desejando, cretina. Sorri para ela, e sei bem o efeito que meu sorriso tem nas mulheres, aprendi a
usar isso conforme fui trabalhando no mundo corporativo, passei a estudar os gestos e sinais que as
pessoas tinham.Coloquei meu casaco como de costume em cima da poltrona e desabotoei alguns
botões da camisa até que aparecesse meu abdômen definido e me exibindo para ela, a deixei
imaginar que teríamos uma relação sexual, em resposta, ela lambeu os lábios com fome, e isso estava
me deixando enjoado, mas continuei com o plano, Laura veio andando até mim, com cautela e pegou
minhas mãos e direcionou em seu corpo para segurá-la, da forma que eu fazia, que ela parecia
adorar, naquela época, e quando me vi relembrando os momentos, tentei afastar tudo o que estava me
deixando fraco para a situação e a peguei nos braços colocando-a na cama e aproximei minha boca
da dela e ela fechou os olhos com minha aproximação e eu sussurrei — Vamos fazer uma brincadeira
diferente — ela assentiu em silêncio e eu sai andando em direção ao corredor onde encontrei um
segurança conversando com um homem que eu não lembrava de já ter visto aqui, mas deixei isso para
depois — acione a polícia, por favor. — assentindo eles saíram em disparada e eu fui buscar uma
corda para completar o plano.Assim que voltei, Laura estava sentada na cama, me esperando com
nada além de sua calcinha, eu já estava perdendo a paciência com ela. — Não pedi para que tirasse o
sutiã, coloque-o e depois vista o seu vestido — apontei para o tecido preto jogado no chão e ela
assentiu me obedecendo e depois sentou-se na cama.Me aproximei dela e ajoelhado fui andando até
chegar próximo o suficiente de seu corpo e a deitei na cama, pegando seus braços, Laura me encarou
e pediu um beijo — Me obedeça, estamos prestes a fazer uma brincadeira inesquecível para nós dois
— assentindo ela levantou os braços, me oferecendo seus pulsos para amarrá-la — você me quer
também, não é? Eu senti tanto a sua falta — Laura murmurou e gemeu com os olhos fechados e assim
que terminei de amarrá-la, aproximei meu rosto dela e falei — espero que depois disso, você
aprenda a lição — e com isso ela sorriu maliciosamente e eu desci da cama já não suportando aquilo
e saí em direção a porta.— Michael, onde você vai? — ela estava tentando desfazer o nó que fiz em
seu pulso e continuou gritando — Espera porra, me tira daqui. —Ouvi Laura gritando enquanto eu já
me afastava do quarto — você vai pagar por isso, seu desgraçado — e com isso encontrei os
policiais entrando, dentre eles, uma mulher que perguntou — o que houve, sr. Beckham? — a encarei
e disse — esta mulher pela segunda vez invadiu minha casa, espero que cuidem dela, pois eu não irei
me responsabilizar caso alguém mais resolva invadir a minha casa, já que meus seguranças possuem
autorização para atirar — e dito isso a policial engoliu em seco e assentiu andando em direção a
porta aberta que meu segurança indicou-lhe, e eu entrei no meu escritório e preparei uma bebida para
tomar e me tranquilizei.Estava furioso, querendo algo impossível no momento e desejando Yven,
tanto que até pesava em meu peito, cada vez mais forte, cada vez mais visível, e isso estava me
assustando.Me aproximando da janela, ouvi os gritos da Laura — me solte, sua vadia. Você deveria
prender aquele porco imundo que me amarrou. Michael seu desgraçado — e a colocando em sua
viatura, os vi se afastar completamente da minha visão, terminei minha bebida e voltei andando em
direção ao corredor e desci a escadaria.— Marlon — murmurei ao me aproximar de um dos
seguranças que estavam na porta — Diga a todos, que estarão autorizados a abrir fogo em qualquer
atitude suspeita — e assentindo Marlon estava prestes a sair em direção aos outros quando eu o
interrompi — quem era o agente que falava com você? — ele rapidamente vira-se em minha direção
e responde — ele começou ontem, a mando do Sr. Mily Gregori. — franzindo a testa, estranhei, pois
Gregori não havia solicitado mais segurança — peça-lhe para que vá até meu escritório, por favor —
murmurei e Marlon concordou já saindo, e eu estava voltando para meu escritório, enquanto discava
para Gregori, que atendeu ao primeiro toque.— Senhor — ele me saudou e eu respondi — Olá,
Gregori. Preciso saber se você contratou algum agente no domingo? — ele responde rapidamente —
Não, senhor. Eu iria avisá-lo em primeira mão. — fechei meus olhos com tamanha força e respirando
fundo que levei até um susto quando Marlon entrou no escritório e murmurou — Senhor, o agente
Alexsandro sumiu — ouvi meu segurança falar concretizando minhas suspeitas.Porra. — Marlon,
você e os outros agentes ficam alertados para qualquer atividade suspeita, o Alexsandro com certeza
estava ajudando a Laura a entrar aqui. — ele assente e sai do meu escritório.
-Gregori, informe todos os agentes sobre essa nova informação, ninguém pode entrar nessa casa sem
um aviso seu junto com meu consentimento — alguns segundos se passam e ele responde — Sim,
Senhor. Já irei informá-los, agora mesmo — assentindo agradeci e me despedi de Gregori, sentei em
minha cadeira para fazer algumas ligações, solicitando revisão de uma equipe de eletricistas para
saber se alguém implantou alguma câmera ou escuta e logo em seguida fui andando até o banheiro do
meu quarto para tomar um banho, nesse meio tempo mandei uma mensagem para Gregori.‘Acabei de
solicitar uma análise minuciosa de técnicos e eletricistas para certificar-me de que não há nenhuma
escuta ou câmera de vigilância de terceiros, daqui a pouco estarei indo ao aeroporto, vou com o meu
jato. Vai demorar muito se eu esperar um avião.’Assim que enviei, deixei o aparelho em cima da pia
e fui para debaixo do chuveiro me lavar e 10 minutos depois desliguei o chuveiro e sai do banheiro
com uma toalha no quadril, peguei uma calça jeans e a vesti, saí andando até o escritório e guardei o
Mac na pasta e a trouxe até o quarto comigo, deixando-o em cima da cama, fui escolher uma camisa,
assim que optei pela camisa preta meu celular tocou.— Oi, mãe. Tudo bem? — perguntei no
momento em que atendi a ligação e com a voz tomada de tranquilidade ouvi ela responder — Tudo
bem, querido. E você? — resolvi meus problemas aqui, estarei em New York em algumas horas — e
com seu tom de voz alegre ela murmura — Que bom, meu amor. Seu pai está querendo falar com
você e com a sua nova secretária, podemos marcar um jantar aqui em casa? — Fechei os olhos não
acreditando naquilo, porra, como vou sair desta? Pois, para falar a verdade, nem sei se ela vai
querer continuar trabalhando comigo, após ver que eu sou o chefe. — am.. Tudo bem. Vou conversar
com a Yven, e darei a confirmação. Estarei em new York hoje as 23:00. — respondi para minha mãe
que soltou um suspiro e disse — então, boa viagem para você — Olhando meu reflexo no espelho,
assenti e respondi — Obrigado, mãe — minha mãe coçou a garganta e finalizou— amanhã
conversamos melhor, querido. Boa noite — assenti e respondi — obrigado, Mãe — e encerrei a
ligação e quando coloquei o celular na cama, recebi a notificação de e-mail.

Oi, Sr Michael Louis.


Os arquivos que você me encaminhou, já foram escaneados, coloquei as cópias em sua mesa.
Como posso ajudá-lo?
Yven Lauren Cobalt.

Meu coração acelerou, aquela menina é esperta, e sabe que está mexendo com algo desconhecido.

Senhorita Yven.
Preciso que escaneie mais estes documentos para mim. Estes são documentos da empresa de
Londres, depois você irá me encaminhar esses documentos também por e-mail.
Michael Louis Backham.
Ceo BECKHAM Enterprsesi.

Clicando em enviar, coloquei o celular no bolso da calça e comecei a abotoar minha camisa, quando
resolvi mandar um outro e-mail.

Outra coisa, Pequena.


Estarei aterrissando em New York às 23h da noite, espero que a esta hora, você esteja dormindo
tranquilamente para que fique disposta para o segundo dia de trabalho amanhã.
Michael Louis Beckham.
Ceo BECKHAM Enterprises

Enviando a mensagem, não consegui me conter em rir da situação, pois eu queria ser uma mosca para
ver a cara de Yven ao receber este e-mail, eu quero muito confrontá-la, em todos os tipos de
situações, e será uma surpresa para ela quando ver que sou eu o seu chefe.

Assim que Mike me deixou no aeroporto, recebi uma notificação de e-mail, no qual me deixou
extremamente curioso e com um pouco de ansiedade.
Confesso.

Caro, Sr Michael Louis.


Muito engraçado a sua observação.
Porém é com muito respeito que lhe informo, o que eu faço após o horário do expediente, não lhe
diz respeito.
Mas se isso irá lhe reconfortar...
Sim, irei descansar.
Yven Lauren Cobalt.

Caramba, que língua afiada. Eu preciso tomar muito cuidado com ela, em algum momento ela poderá
se voltar contra mim, e esta menina irá me surpreender muito. Ao notar que eu estava sorrindo igual a
um idiota, guardei meu celular e cumprimentei o comissário de bordo e o piloto que estavam ao meu
aguardo.
-Boa tarde, Sr Michael. Como está? - O piloto estendeu a mão para mim que o cumprimentei como de
costume, pois já trabalhava para mim a 2 anos- estou bem, e você, Clark? Pescando muito? - sorrindo
ele negou com a cabeça e respondeu- quem me dera, minha esposa pediu para que fossemos viajar
sem pescaria — e dando de ombros ele sorri sem graça e diz- estaremos em voo em 5 minutos.
Fique à vontade — assentindo com a cabeça e fui andando até meu assento.
Olhei para meu celular e vi que não havia recebido nenhum e-mail em resposta, será que ela está
conseguindo fazer o trabalho? Dando de ombros relaxei pois os anexos tem um prazo para serem
enviados até amanhã, e como eu vou ser um chefe bom o suficiente para enlouquecer a Yven na
primeira semana, eu vou tentar me divertir um pouco com as situações.

Oi, Sr Michael Louis.


Os arquivos que você me encaminhou, já foram escaneados, coloquei as cópias em sua mesa.
Como posso ajudá-lo?

Yven Lauren Cobalt.

Meu coração acelerou, aquela menina é esperta, e sabe que está mexendo com algo desconhecido e
pior é que também estou indo para um caminho desconhecido, depois de tantos anos sem ter nenhum
afeto por nenhuma mulher que passou em minha cama, Yven acabou chegando e se instalando na
minha cabeça, entretanto, agora, estou ansioso demais para conversar sobre qualquer outra coisa com
ela e por isso resolvi mandar um e-mail com resposta totalmente profissional.
Senhorita Yven.
Preciso que escaneie mais estes documentos para mim. Estes são documentos da empresa de
Londres, depois você irá me encaminhar esses documentos também por e-mail.

Michael Louis Backham.


Ceo BECKHAM Enterprises

Clicando em enviar, coloquei o celular no bolso da calça e comecei a abotoar minha camisa, quando
resolvi mandar um outro e-mail.

Outra coisa, pequena.


Estarei aterrissando em New York às 23h da noite, espero que a esta hora, você esteja dormindo
tranquilamente para que fique disposta para o segundo dia de trabalho amanhã.

Michael Louis Beckham.


Ceo BECKHAM Enterprises

Enviando a mensagem, não consegui me conter em rir da situação e principalmente por que sei que
estou arrumando problema, pois eu queria ser uma mosca para ver a cara de Yven ao receber este e-
mail, eu quero muito confrontá-la, em todas as situações, e será uma surpresa para ela quando ver
que sou eu o seu chefe.Assim que Marlon me deixou no aeroporto, recebi uma notificação de e-mail,
no qual me deixou extremamente curioso e com os nervos à flor da pele.Confesso.Caro, Sr Michael
Louis.Muito engraçado a sua observação.Porém, é com muito respeito que lhe informo, o que eu faço
após o horário do expediente, não lhe diz respeito.Mas se isso irá lhe confortar…Sim, irei
descansar.Yven Lauren Cobalt.Olha ela, que língua afiada. Eu preciso tomar muito cuidado com ela,
em algum momento ela poderá se voltar contra mim, e esta menina irá me surpreender muito. Ao
notar que eu estava sorrindo igual a um idiota, guardei meu celular e cumprimentei o comissário de
bordo e o piloto que estavam ao meu aguardo.— Boa tarde, Sr. Michael. Como está? — O piloto
estendeu a mão para mim que o cumprimentei como de costume, pois já trabalhava para mim a 2 anos
— estou bem, e você, Clark? Pescando muito? — sorrindo ele negou com a cabeça e respondeu —
quem me dera, minha esposa pediu para que fossemos viajar sem pescaria. — e dando de ombros ele
sorri sem graça e diz — estaremos em voo em 5 minutos. Fique à vontade — assentindo com a
cabeça fui andando até meu assento.Olhei para meu celular e vi que não havia recebido nenhum e-
mail em resposta, será que ela está conseguindo fazer o trabalho? Dando de ombros relaxei, pois os
anexos têm um prazo para serem enviados até amanhã às 18h, e como eu vou ser um chefe bom o
suficiente para enlouquecer a Yven na primeira semana, eu vou tentar me divertir um pouco com as
situações.
Capítulo 14

A descoberta

Yven Lauren Cobalt

Droga, droga, ele ficou bravo. — Por que eu tenho que ficar dando essas respostas secas para quem
não deveria, hein? — murmurei fechando os olhos tentando manter a calma, afinal, hoje é meu
primeiro dia de trabalho e faltam 3 horas para acabar o expediente, e depois daqui, preciso encontrar
alguma academia por perto para extravasar minhas energias.Tudo bem, Yven, se concentre e não
estrague nada.Soltei um suspiro e me senti melhor, olhei para os anexos que já estavam abertos, o
primeiro anexo tem 15 páginas, o segundo tem 20 páginas e o terceiro apenas 3 páginas, mandei
imprimir as 15 páginas primeiro e enquanto imprimia o restante, sai em busca de café, eu preciso de
um pouco de cafeína e acabei encontrando Luisy conversando com um homem que me encarou e
depois olhou para Luisy novamente, eu continuei andando até chegar no elevador.— Olá, srta. Yven,
que prazer revê-la — depois de levar um susto olhei em direção a voz que me parecia familiar e me
deparo com Mily e logo me sinto mais confortável e sorrio para ele — oi, Mily. Como é bom ver
você aqui. Estava indo atrás de um café com leite, aceita? — tomando uma expressão séria Mily nega
com a cabeça e responde — Bem que eu gostaria, mas tenho muitas coisas para fazer, deixamos para
a próxima, certo? — assentindo sorri para ele e respondo — você vai ficar me devendo — e
sorrindo ele diz — com certeza, senhorita, se me der licença — assenti e o deixei passar em direção
ao elevador.Tudo bem, considerando que Mily Gregori trabalhe para alguém aqui, quem seria essa
pessoa? Pois, nunca o vi acompanhado de ninguém, apenas o vi chegando no seu carro, mas nunca
ninguém com ele. Droga, primeiro dia de trabalho e eu já estou quase bisbilhotando a vida dos meus
colegas e revirando os olhos, cheguei até a cafeteira e peguei um copo para mim com bastante café
com leite.Voltando pelo corredor, vi que Luisy não estava em sua mesa então continuei andando até
chegar na minha sala, de longe vi, que a cópia que coloquei para imprimir já havia sido concluída,
coloquei para escanear as 15 páginas e salvei o arquivo, grampeei o documento físico e o coloquei
em uma pasta em minha mesa, cliquei na impressão do segundo documento e sentei em minha cadeira
para tomar meu café quando o meu telefone tocou — Escritório do Sr. Michael Louis, Yven falando
— Fiquei em silêncio esperando a pessoa no outro lado da linha falar quando ouço uma risada aguda
e feminina tomar conta do telefone e afastando-o da orelha olhei para o aparelho em minha mão e
perguntei — Com quem estou falando, por favor? — e a mulher só falou — Logo você irá descobrir,
Querida — e desligou.
Respirei fundo e afastei o telefone do ouvido lentamente, sem entender com o que ou quem eu estava
lidando, acredito que eu terei que falar com o Sr Michael sobre isso, pois pode ter algo envolvido
com os responsáveis pelos desvios de dinheiro da empresa ou pode ser qualquer um passando trote,
afinal hoje em dia é bem comum passar por essa situação.Próximo às 17:40 eu já estava escaneando
o último documento e grampeando o penúltimo anexo para juntá-lo a pasta de documentos impressos
quando com algumas batidas na porta Luisy entra na sala com um sorriso leve nos lábios — Então,
como foi seu primeiro dia? — Eu olhei para ela e dei de ombros — foi uma loucura, mas vou pegar o
jeito — falei tentando esquecer o acontecimento que me deixou um pouco incomodada, pois acredito
que eu deveria falar diretamente ao Sr Michael e mais ninguém.— Com certeza, é só pegar um pouco
a prática. Quando entrei aqui, eu não sabia nem digitar em um computador direito — e sorrindo Luisy
estendeu a mão em sinal de despedida e eu sorri de volta e fiquei aguardando meu último documento
para ser grampeado para guardá-lo com os outros, os documentos estavam todos salvos e só faltava
encaminhá-los ao Sr. Michael, acredito que isso possa ser feito amanhã, já que acabou meu
expediente e preciso ir atrás de uma academia, urgente, pois sem treinar ou fazer algum exercício
físico, eu simplesmente saí fora de mim.Com a minha bolsa em mãos, desliguei o notebook e resolvi
me desligar da empresa até amanhã, às 8:15 da manhã, porém toda a conversa com o Sr Michael não
saiu da minha cabeça em nenhum instante, e sem perceber, eu estava gostando de conversar com ele,
pois ele é uma pessoa objetiva, que provavelmente fala o que pensa e eu estou muito ansiosa em
conhecê-lo.De repente o telefone toca e eu faço minha saudação habitual, mesmo passando do meu
horário — Querida, aqui é Louis. Como está? — Uma onda de alegria me dominou, pois eu queria ter
falado com ele antes, mas fiquei preocupada por não ter intimidade o suficiente. — Sr. Louis, que
bom falar com você. Estou bem, e você está melhor? — não consegui controlar a minha curiosidade
— Ah sim, estou bem, amanhã ainda não irei na empresa, mas preciso ir até aí para passar a empresa
para o nome do seu chefe. — quando ouvi isso, senti um arrepio percorrer pela minha nuca — fiquei
felicíssima por saber que o Sr. está bem. Obrigada por me ligar — respondi-lhe que sorrindo diz —
bom, espero que seu dia tenha sido produtivo, querida. Irei falar para meu filho, tratar você bem. —
eu não consegui segurar a risada e respondi — agradeceria se o fizesse — e dito isso o ouvi
sussurrar com alguém no fundo, e então concluiu — bom, preciso ir, até logo, Yven — mesmo
sabendo que ele não veria, eu assenti e desliguei.Saindo da empresa, e esperei por um táxi que
apareceu depois de longos 10 minutos e durante o trajeto até minha casa comecei a pesquisar
academias próximas a minha casa, e achei uma academia que por fotos parece ser ótima e bem
equipada, é isso, vou lá.Chegando em casa não encontrei Marcelly no corredor então subi direto até
meu apartamento e fechei a porta, coloquei a bolsa em cima da mesa e fui para meu quarto, tirei a
roupa e coloquei minha roupa de academia, peguei meu tênis e meu fone de ouvido com ipod, fui até
a cozinha e já pronta sai andando para o endereço da academia.Depois de quase 1 hora de treino
pesado, já me sentia extremamente cansada e estava decidida a ir tomar um banho e deitar, e foi
exatamente o que fiz.Passei as chaves na porta, tirei o tênis e tranquei a porta atrás de mim e sai
andando em direção ao meu quarto, larguei o tênis na sapateira e fui para o banho, deixei a água
descer preguiçosamente pelo meu corpo dolorido e fechei os olhos, sentindo uma sensação conhecida
ao lembrar de Michael no escritório do Sr Louis, me pegando pela mão para que eu não caísse no
chão, não o vi ainda na empresa, sacudi a cabeça e afastei o pensamento, minha nossa, meu corpo
começou a aquecer de um jeito que eu não havia sentido ainda, como um desconhecido consegue
despertar essas sensações sem ter me tocado sexualmente? Fechando meus olhos, comecei a pensar
ainda mais nele, senti uma vontade imensa de beijar aqueles lábios carnudos e perfeitos, e bufando
abri meus olhos. Droga. Preciso parar com isso, por que eu tinha que pensar nele, justamente agora?
Droga, eu não posso simplesmente ficar interessada em um cara sem nem saber o que ele faz da vida.

E se ele for um serial killer?

Revirando os olhos, minha consciência grita para mim" Cala a boca sua surtada, o homem estava com
um conjunto de terno de grife e foi super gentil com você"
Desliguei o chuveiro e peguei a toalha para me secar e em seguida sai enrolada do boxe em direção
ao closet, onde encontrei meu baby doll à minha espera.Tudo o que eu quero e preciso nesse
momento é de uma noite de sono tranquila e restauradora depois de tantas coisas que passei nesse
meu primeiro dia de trabalho, pois sinto que meu dia amanhã, está vindo com toda a força.

Assim que acordei na manhã de quinta-feira, vejo que me sinto bem disposta e também me sentindo
pronta para qualquer desafio que surgir no decorrer do dia. Levantei da cama e me alonguei, em
seguida me direcionei ao banheiro, prendi o cabelo e tirei minha roupa, sentindo a água fresca descer
pelo meu corpo, senti um arrepio que me fez sorrir e com isso passei o meu sabonete preferido no
meu corpo. Humm, adoro esse cheiro. Massageando minhas coxas, minha bunda, meus braços, vi a
espuma se formando e logo retirei o excesso do sabonete debaixo d’água.Já enrolada na toalha, me
direcionei ao closet à procura do que usar. — Será que devo usar calça hoje? — murmurei para mim
e negando com a cabeça me decidi. — Não, vou usar este vestido preto. — é peça sofisticada com as
mangas um pouco mais curtas e um arco formado nos seios, justo em meu corpo, e com o
comprimento um pouco acima do joelho e para completar, escolhi um scarpin Louboutin vermelhos
poderosíssimos.Já vestida, fui em frente ao espelho e soltei meus cabelos, escovando-os deixei as
madeixas soltas e fui em meu porta jóias pegar meu Rolex, feito isso peguei minha bolsa e sai
andando em direção a porta, trancando-a, guardei as chaves na bolsa e desci a escadaria, e dessa vez
não encontrei Marcelly que também saia no mesmo horário para trabalhar.Assim que coloquei o pé
fora de casa, olhei para o céu e não encontro o céu azul, acredito que vá chover hoje, o dia está
nublado e parece carregado, dando de ombros comecei a andar, encontrei uma padaria no caminho e
decidi comprar um café para viagem, e continuei andando, e chegando em frente ao prédio vi um
Audi sedan preto estacionado, fiquei impressionada com a beleza imponente do carro, e enquanto
subia os degraus cuidadosamente com meu café, acabei encontrando com Gregori que sorrindo se
aproximou e me cumprimenta retirando seu quepe de chofer.— bom dia, Srta. Yven — sorrindo olhei
para ele e respondi — bom dia, Gregori. Parece que o tempo vai fechar, não é? — assentindo ele
responde — Você nem imagina. — e franzindo a testa em dúvida, tive uma leve impressão de que ele
falou isso por algum motivo que eu desconheço e colocando o quepe na cabeça, ele diz me tirando
dos meus pensamentos — O Sr Louis, voltará a empresa amanhã, e ele gostaria de conversar com
você e o Sr. Michael — Assentindo, senti um frio na barriga e murmurei — Ótimo saber que ele
estará de volta — Assentindo ele esboça um sorriso e acena com a cabeça e eu continuei andando em
direção ao hall de entrada.No momento em que entrei, notei que as pessoas estão trabalhando em uma
velocidade maior e eu acredito que seja para impressionar o novo diretor da empresa e nesse
momento eu agradeço por acordar bem e ter escolhido uma roupa tão bem cortada quanto esta que
estou usando. Assim que cheguei em minha mesa, terminei o restante do meu café e joguei o copo
descartável no lixo, me acomodei em minha cadeira, guardo minha bolsa na gaveta e liguei meu
notebook, peguei uma bala de menta e a coloquei na boca, e comecei a abrir meu e-mail para
começar a trabalhar quando recebo uma notificação do Skype.

— Stra. Yven.
Pode vir até minha sala, por favor.—

Uau, nem um bom dia. Será que aconteceu algo? Bom seja o que for, melhor eu responder algo gentil
e ir depressa.

— Bom dia, Sr Michael.Estou indo. —

Meu coração acelerou, e minhas mãos começaram a suar e levantei da cadeira tentando me recompor
e alisando meu vestido, respirei fundo e comecei a andar até a sala do Sr. Michael e assim que parei
em frente a porta que agora está fechada, engoli em seco e soltei um suspiro já sentindo meu corpo
todo tenso em expectativa, e com algumas batidas na porta esperei ser autorizada a entrar.
Fechando os olhos, empurrei a porta o suficiente para que eu entrasse, e sem coragem de olhar
diretamente para ele, direcionei total atenção para meus pés, eu estou extremamente nervosa agora e
girando em meus calcanhares fechei a porta atrás de mim.Se acalme, Yven, por favor. Você não fez
nada de errado. Logo que virei em direção ao Sr. Michael, vi estar recostado na sua cadeira o
suficiente para que eu não visse seu rosto a distância e a ansiedade foi se tornando quase um mal-
estar até que dei o último passo e acabei vendo o que achava ser impossivel.Um par de olhos
acinzentados olhando em minha direção e olhando sem acreditar, consegui ver um pequeno sorriso
escondido por seus dedos que estavam apoiados sobre a boca bem esculpida, e esse simples sorriso
fez com que meu coração quase saísse pela boca quando sou atingida pela verdade, eu estava
simplesmente falando com o Michael que me levou até aquelas lojas, este tempo todo por Skype. O
mesmo Michael que não deixou de aparecer em meus pensamentos por noites seguidas, o mesmo
Michael que agora tenho conhecimento, é o filho do Sr Louis Beckham.
Fiquei espantada, e com toda a certeza, ele estava vendo diversos tipos de reações em meu rosto e ao
constatar isso, vejo um sorriso nos contos de sua bela boca que me fez acreditar que ele esperava
causar este efeito. Mesmo sabendo todos os outros efeitos que causou em mim e a minha mente só
conseguia emitir o seguinte alerta:
Missão cumprida, Michael!

Se seu plano era me deixar surpresa e esfregar isso na minha cara, você conseguiu!— Srta. Yven,
bom dia. — Michael se remexeu na cadeira e em seguida se levantou e estendeu a sua mão para que
eu sentasse na poltrona à sua frente, o que eu aceitei de bom grado, pois minhas pernas pareciam
gelatinas após esta cena surreal ter acontecido, e assim que me acomodei ele retirou o casaco dá,
usando apenas sua camisa branquíssima com uma gravata azul-marinho e um colete bem cortado com
certeza feito sob medida, levando o casaco atrás de sua cadeira, o posicionou pendurado e em
seguida caminhou à frente da mesa e escorou seu grande e másculo corpo na mesa e me encara com
um olhar fixo, e engolindo em seco, comecei a pedir forças para que minha mente começasse a
funcionar da forma correta, com essa escultura tão masculina bem na minha frente, fica impossível
pensar racionalmente — Yven — ele murmurou meu nome como se fosse um agrado aos seus ouvidos
e continua — eu pensei que iria usar o vestido novo, em seu segundo dia de trabalho — engoli em
seco e pensei em uma resposta mais elaborada, porém o que saiu, me deixou estarrecida depois —
Bom, eu estou com vestido novo, porém não é o seu — ele cruzou os braços musculosos fazendo eu
ter o desejo de apertá-los simplesmente para sentir sua pele sobre meu toque e gaguejando fechei os
olhos e me repreendi mentalmente, pois se vou trabalhar para ele, vou precisar aprender a me
controlar melhor na sua presença, pois afinal, não pretendo sair desse emprego tão cedo e então
vamos trabalhar juntos.

— Muito bem! O senhor já sabia que eu seria sua secretária, mas se me permite perguntar. — Pausei
e o analisei atentamente e confirmando com a cabeça ele murmura — Fique a vontade — e então eu
prossegui — Por que me tratou daquela forma? — ele dobrou um braço e levou o outro ao queixo
sorrindo e parecia se divertir com a minha confusão e diz — na verdade, pequena, tratei você da
forma que pensei que deveria ser tratada. — eu parei um tempo para compreender o que ele disse
para responder, pois, mesmo sendo rica e parecendo ser rica, não preciso de ninguem para ficar me
bajulando e no momento em que eu ia abrir a boca, ele me interrompeu e disse — entretanto, você me
mostrou que não tem espaço para futilidade na sua vida, o que indica, que você é muito mais do que
um rostinho malditamente encantado—Para tudo, ele disse encantador? Ele não acha que sou somente
mais uma rica sustentada pelos pais? Eu deveria ter me sentido ofendida desde o inicio, mas não,
estou aqui quase sem folego por causa dele.Ele então se levantou e contornou a mesa para se
acomodar em sua cadeira presidencial e continuou — mas chamei você aqui para outra situação —
ele me encarou, olhando fundo em meus olhos, e nesse mesmo momento, senti meu pulso acelerar
como se eu acabasse de participar de uma corrida e confirmei com a cabeça, pois é a única coisa que
consigo fazer agora e ele esboça um leve sorriso de lado e continuou — meus pais querem fazer um
jantar para que possamos conversar, na casa deles, e solicitaram a sua presença. Posso confirmar sua
presença? — nesse momento a tensão do ambiente mudou, de profissional para sexual e sem palavras
eu apenas faço um gesto com os olhos e finalmente consigo responder — bom, senhor Michael, pode
confirmar sim. — ele sorri vitorioso e diz — ótimo, irei saber a respeito da data e horário e avisarei
você — confirmei com a cabeça já me levantando e ele diz — mudando de assunto — meu corpo
esquentou ao ver que seus olhos acinzentados me analisava de cima a baixo e puxando o ar, ele
afrouxou a gravata e perguntou — consegue trazer os anexos em minha mesa daqui a 20 minutos? —
murmurei um sim, ao menos é o que eu penso que falei, pois, perdi totalmente a coordenação motora
e logo pedi permissão para sair e fui diretamente para a porta, porém o trajeto até a porta acabou
sendo longo demais e minhas pernas não ajudaram muito então acabei tropeçando e caindo de quatro,
ficando de costas para ele, que rapidamente já se colocou de pé e estendeu sua mão em minha
direção e assim que a aceitei, ele logo me puxou ao encontro do seu corpo, batendo de frente com seu
peitoral duro e muito nervosa e talvez um pouco excitada, logo senti algo úmido em minha
calcinha.Merda… A menstrução veio logo agora…Meu Deus! E se rasgou a minha saia de novo? —
Você está bem, pequena? — Michael me perguntou suavemente e sem olhá-lo nos olhos eu apenas
confirmei e sorri em agradecimento e me afastei gentilmente e ele me soltou e dessa vez eu andei até
a porta sem fazer nenhuma besteira até eu chegar em minha mesa, e nesse trajeto, senti seus olhos em
mim, até o momento em que girei a maçaneta e senti uma intensa vontade de tomar café, merda, nunca
fui tão estabanada na frente de alguém, e agora é a melhor hora de dar o meu melhor, e isso só será
possível, após tomar o meu café. Primeira parada, banheiro para chegar a minha calcinha e depois
para a cafeteria .Durante o trajeto ao banheiro, a minha mente estava dando mil voltas.
Não consigo entender o motivo do meu corpo reagir tanto ao Michael, e como vou conseguir
trabalhar ao lado dele sem virar uma estabanada total? Me preparando para sair do banheiro, senti
uma leve fisgada no joelho e vejo que estão avermelhados.

Muito bom, Yven. Muito bom

Após uma breve troca de palavras com Luisy, assim que cheguei na cafeteria, me senti mais confiante
e com isso já me senti renovada para dar continuidade ao meu dia, e chegando na minha mesa,
coloquei o copo ao lado do meu porta-canetas e puxei o ar para meus pulmões, na tentativa de me
acalmar antes de ir até à sala do meu chefe, mas enfim, agora preciso criar coragem e levar os
documentos físicos solicitados, e isso significa que devo me preparar, pois, é uma grande tortura
ficar tão próxima dele novamente, Jesus.Respirei fundo e finalizei meu café, e peguei uma balinha de
menta para levantar quando ouço alguém saindo do elevador.Um rapaz com aparentemente 24 anos se
aproxima tranquilamente, com suas mãos nos bolsos, ele anda despreocupado até a recepção e no
segundo em que me vê, força uma parada abrupta, e neste instante ouço um som alto de uma porta
sendo aberta, porém aquele barulho passa despercebido após aquele rapaz se aproximar de mim e me
encarar esboçando um sorriso largo e parando em frente à minha mesa ele ergue a sua mão para
pegar a minha em um cumprimento — Michael está? — assentindo com a cabeça respondo tentando
desvencilhar a mão, porém ele segura com firmeza, ciente da minha tentativa falha para me afastar —
esta sim, apenas não tenho certeza se poderá lhe… — e de repente ouço uma voz furiosa acaba
interrompendo a tentativa de galanteio do jovem que não quer soltar minha mão de jeito nenhum.—
Que porra é essa, Anthony? Larga a mão da minha assistente — senti meu coração acelerar quando
ouço o meu chefe pronunciar a palavra minha com uma certa possessividade e observei o rapaz, que
se chama Anthony relaxar e responder — Calma, irmão. Só estou fazendo um carinho na jovem e
bela, Yven. — e com a cara fechada vi meu chefe fechar as mãos em punhos e rebater — Fique longe
dela, local de trabalho é prioritário para mim, então, faça esses joguinhos de sedução fora daqui — e
com isso me senti mal, um pouco esculachada até, pois tudo o que eu estava sentindo em relação a
Michael, era coisa da minha cabeça, e com isso desviei os olhos do meu notebook para Anthony que
antes de entrar me enviou uma piscadela e meu chefe viu isso e esperou o irmão entrar em sua sala, e
assim que o Anthony sumiu do nosso campo de vista, meu chefe se aproximou da minha mesa, o
suficiente para me fazer sentir seu perfume masculino inebriante e murmura — preciso falar com
você, é importante. — Tentei não sorrir, mas foi quase impossível e recebi um pequeno sorriso
caloroso em troca e o observei entrar em sua sala, andando com passos firmes e decididos. Este
homem é o ser mais lindo que conheci em minha vida, acredito que a mulher que conseguir a proeza
de tê-lo, terá muita sorte de ficar com ele, e se for esperta, nunca mais irá largá-lo e sem dúvidas
preciso contar para Amanda sobre a sorte que tive de trabalhar com um homem como este. Ahh
Amanda. Que saudade da minha amiga. Senti uma imensa vontade de conversar com ela, porém sei
que com os últimos acontecimentos, ela estará muito ocupada, quem eu poderia convidar para sair?
Comecei a pensar comigo, lembrei da Marcelly e é claro que vou convidar Luisy também, para
fazermos a noite só das meninas.
É isso, sábado teremos a noite das garotas!

“Eu não quero te deixar esperando


É por isso que você está me culpado, oh
Você está apenas me dando seus segredos”
FEEL IT - Michele Morrone

Capítulo 15

Um conflito

Michael Louis Backham


É impagável ver no rosto da minha doce Yven, o desejo estampado quase avassalador ser substituído
pelo profissionalismo toda vez que me vê em sua frente. Na verdade, comigo na verdade, acontece o
mesmo, eu me sinto muito estranho quando estou perto dela, sinto coisas que nunca senti enquanto
estive com outras mulher. Eu nunca fui de sentir esses sentimentos, nunca me confundi com nada que
senti em toda a minha vida, entretanto, conhecer essa pequena mulher, acabou se tornando uma
tremenda prova de resistência, resistência para não estragar nossa possível relação como chefe e
funcionária, como homem e mulher, pois se algo começar da forma errada, nunca mais teremos uma
chance de consertar o estrago, mas hoje ao sair da minha sala, acabei me deparando com uma cena
um pouco incomoda, com a aparição do meu irmão em minha recepção, senti meu sangue ferver, pois,
ainda precisei engolir o fato do cretino do meu irmão dando em cima da minha secretária, que merda,
não sei o que me deu, nem foi nada tão importante ou até mesmo digno da minha preocupação, mas no
momento em que eu vi ela tentando tirar a mão do aperto dele, vi que ela não estava dando atenção
para os flertes dele, e isso me deixou um pouco mais tranquilo,mas ainda me deu vontade de pular no
pescoço de Anthony quando ele chamou a minha pequena de "jovem e bela". E suspirando alto, tento
me recompor. Que porra é essa? Não estou me reconhecendo."Ela não é minha."E puxando o ar,
pensei "Não é minha Ainda"E sinto pena daquele que tentar encostar um dedo nela, Anthony terá que
se controlar e sair de perto da minha pequena ou a situação vai ficar feia.— O que estava fazendo ali
fora com a Yven? — perguntei alguns segundos após entrar na minha sala me sentindo tranquilo após
receber um sorriso inesperado daquela deusa maravilhosa.— Michael, eu só queria ser gentil. —
Anthony respondeu descarado e eu rebati — Só um aviso, ela não é seu tipo, fique longe dela —
sentei na cadeira e o observei tentando controlar minha fúria — está me ameaçando? Não vi nenhum
anel de compromisso no dedo dela. Penso que quem deve escolher não é você — o sorriso que meu
irmão deu é exatamente o sorriso malicioso de quando um homem quer usar uma mulher e depois
jogá-la fora e aquilo me deixou furioso, pois não quero imaginar o que faria, se Yven, dormisse com
meu irmão, ou qualquer outra cara e neste instante levantei-me com toda fúria da cadeira e bati com
as duas mãos espalmadas na mesa e vociferei expondo toda a minha raiva — Escuta aqui, faça o que
veio fazer e se manda daqui — dito isso, meu irmão arregalou os olhos e assentiu, eu me sentei
novamente e o observei engolir em seco e dizer — só vim saber se você irá levar, Yven no jantar de
amanhã. — fechando os olhos apertei minhas têmporas com os dedos, para simular uma falsa dor de
cabeça, pois sei que eu já estou irritado, e isso tudo com a Yven, está me deixando louco, se eu
soubesse que esse desentendimento poderia acontecer, sem dúvidas eu iria avisar minha mãe
pessoalmente.— Pode confirmar para a mamãe que eu irei levar Yven amanhã — assentindo vi
Anthony levantar da poltrona e sair andando em direção a saída sem dar uma palavra de despedida,
então eu o observei de longe que apenas acenou para Yven, após isso, levantei e me dirigi até a
janela do meu escritório, onde eu tinha uma visão deslumbrante da cidade abaixo, e ali olhando a
vista panorâmica da cidade, comecei a refletir sobre meu atual comportamento.Fiquei um pouco
incomodado por sentir esses sentimentos depois de anos sozinho. Não sou tão inexperiente para
saber que o que sinto é ciúmes, porém, não pensei que isso tudo fosse acontecer tão rápido, não sei
muito bem o que sinto em relação à Yven, apenas tenho a certeza que quero protegê-la, e quero cuidar
de tudo para que ela permaneça trabalhando comigo, quero protegê-la até de mim mesmo se precisar,
e sei que essa alteração de comportamento não é meu normal, então preciso ficar atento aos meus
sentimentos. Respirando fundo, me perguntei se ela ainda estaria ali fora, mas olhei em meu relógio e
vejo que já são 12:05, está indo para seu horário de almoço, apoiando as mãos no parapeito da
janela, pensei um pouco no que fazer, estou perdendo o controle, estou ficando louco, e de repente me
vem na cabeça, aquele sorriso lindo, aquele corpo andando sensualmente até a minha mesa, com toda
determinação e sensualidade natural que eu admiro nela, só em pensar em tê-la em meus braços eu já
perco a razão, comecei a rir sozinho apenas em pensar nela, sinto vontade de atacá-la em qualquer
lugar, mas ela não é mulher de estar em qualquer lugar, merece o melhor conforto existente, e eu
posso oferecer o melhor a ela, pois acredito que o que ela causa em mim, é o mesmo efeito que eu
causo nela, pois a expressão que ela faz sempre que me vê, dá de ver a luxúria e o tesão sendo
substituídos pelo profissionalismo, e isso é outro item que admiro muito nela.Peguei meu casaco e
meu celular e passei pela mesa vazia de Yven e indo em direção ao elevador, e comecei a pensar em
como abordar Yven, para que pudéssemos conversar de verdade, queria saber como é estar ao lado
dela, como é sua risada, como se comporta entre amigos e quais são os problemas que ela enfrentou
sozinha até aqui.Meu Deus! Não estou mais me reconhecendo.

O que essa mulher fez comigo?

Com um simples olhar, acabou me dominando. Nunca me senti desse jeito por outra mulher, nunca
desejei Laura desta forma,apesar de não chegar aos pés da Yven, e em relação à beleza, a minha
adorável secretária ganha de lavada e no quesito honra, Laura não tem chances. Assim que saí do
elevador, encontrei meu carro à minha espera no outro lado da estrada, e para minha surpresa, vejo
que Gregori está conversando com Yven, que está sorrindo enquanto ouve Gregori falar algo, e em
seguida meu amigo fiel me vê e disfarça e Yven logo se despede e sai andando com Luisy.
Assim que cheguei no meu carro, acenei para Gregori e logo entrei já me acomodando no banco
traseiro enquanto o aguardava entrar. Com o carro já em movimento, pedi para que me levasse até a
casa da minha mãe, preciso conversar com ela sobre alguns assuntos de amanhã, para o jantar. Não
quero que ela estrague qualquer coisa entre mim e Yven sem nem mesmo ter começado, sinto que ela
e eu temos uma conexão, só não sei de qual forma isso irá proceder, na verdade, se tiver alguma
oportunidade, estou disposto a correr o risco, pois eu realmente a quero na minha vida. Logo que
chegamos na rua onde meus pais moram, senti uma ansiedade tomar conta de mim, quero muito que
Yven goste da empresa, da minha família e principalmente de estar comigo, pois já que se tornou
minha secretária, com certeza irei levá-la para todos os lugares comigo. Assim que estacionamos,
desci rapidamente do carro e andei tranquilamente até a porta de casa e lá minha mãe me recebeu de
braços abertos.— meu amor, como é bom ver você — minha mãe me abraçou e me deu um beijo em
cada lado das bochechas e sorrindo em resposta a abracei — também é bom ver você, mãe. — após
isso ela sorri e me leva até a cozinha onde peguei um banco para sentar enquanto ela terminava de
fazer algo na pia.— Mãe, amanhã vou trazer a Yven aqui, e eu… — minha mãe me interrompeu e já
com uma expressão severa em seu belo rosto e disse — não me venha com a conversa de que está
querendo demiti-la, Michael. — e negando com a cabeça me senti apavorado só na possibilidade de
Yven pedir demissão, droga.— Eu queria pedir para ninguém tocar no meu passado. A Yven parece
ser uma boa mulher e de fato ela tem algo que... — deixei a frase morrer e suspirei pesadamente já
me sentindo confuso com a nossa situação atual e minha mãe ergueu a sobrancelha e tossiu para
chamar minha atenção e eu continuei — hoje o trabalho não está sendo fácil — eu murmurei
abaixando o olhar para minhas mãos e minha mãe apoiou as duas mãos na mesa de mármore e vejo
uma expressão preocupada — tente não fazê-la ir embora. Sei que o que houve com Laura não foi sua
culpa, mas Yven, não merece trabalhar com o carrasco que você se tornou — Ela falou isso e vejo
uma expressão de repreensão em seu rosto e concordei com a cabeça e soltei um suspiro, olhando
nos olhos verdes da minha mãe murmurei — enfim, era isso que eu queria pedir. — Minha mãe sorriu
e confirmou com a cabeça.Acredito que nem passe pela cabeça da minha mãe que eu e Yven sentimos
essa forte atração um pelo outro e que por isso o nosso primeiro dia de trabalho juntos não esteja
sendo tão fácil de lidar.

Oh droga…

Pouco mais das duas à tarde, lá estava eu, sentado na cadeira que pertencia ao meu pai, olhando as
planilhas que recebo diariamente, mas se eu estivesse concentrado como de costume, eu já teria
conferido estas planilhas pela manhã mas…
Sinto uma tensão tomar conta do ambiente onde estou tentandome concentrar, e apesar de tudo, estou
adorando a porra de cada segundo e isso me deixa ligeiramente alerta para algumas situações e
quando desviei a atenção em direção a porta acabei ouvindo pequenas batidas na porta que logo em
seguida é abertalentamente e isso me deixa cheio de expectativa.

Com um sorriso descontraído nos lábios, Yven entrou na minha sala com uma segurança e
determinação que me deixaram louco logo de início, e neste instante fiquei observando-a enquanto
andava naturalmente sensual até mim com algumas pastas em seus braços pequenos, sua pele
aparentemente aveludada e delicadas não passaram despercebidos pelos meus olhos afiados e
quando ela olhou para mim, parou abruptamente na porta como se algo a prendesse no chão, estava
segura de si até ver estar sendo observada e parecendo muito envolvida e com uma certa tensão em
seu rosto, a vi passar a língua nos lábios macios que eu tanto anseio beijar, logo senti meu pulso
disparar e outra parte do meu corpo pareceu despertar fazendo com que eu me sentisse um
adolescente sem controle dos hormônios. O simples gesto dela, despertou algo em mim que há muito
tempo estava em uma zona distante, e eu estou gostando de toda essa situação que surge entre nós
dois e parece que a pequena também gosta dessa tensão, pois em seu rosto não tem nenhum sinal de
profissionalismo como eu havia visto anteriormente e engolindo em seco, pela expectativa do que irá
acontecer no decorrer dos dias, eu observei Yven retomar o controle do seu corpo e continuar
andando, porém, agora parece não ter a certeza sobre algo, como uma luta interna, estou vendo isso
nela.— Com licença, Sr Michael. Seus anexos estão prontos — Ela disse assim que parou a poucos
centímetros da minha mesa, e com isso, consegui sentir o cheiro doce e inebriante do seu perfume, e
isso despertou um desejo mais profundo em mim, vontade de me aproximar dela e cheirar seu
pescoço como eu tanto desejo nesse exato momento, mas lutando contra meus instintos masculinos,
retomei ao meu profissionalismo.— Obrigado, Yven. — Respondi já exercendo o maior controle
para não agarrá-la aqui no meu local de trabalho, não sei porque, mas tenho a certeza, que não vou
me controlar por muito tempo — eu gostaria de pedir desculpas pelo meu tratamento hoje pela manhã
— murmurei levantando-me com tranquilidade e Yven foi recuando pequenos passos atrás e só parou
quando sentiu a poltrona tocar sua panturrilha e com isso estendi a mão para que sentasse e assim ela
fez.— Está tudo bem, sr. Michael, eu que peço desculpas, ainda não me acostumei com tudo isso —
dando de ombros ela murmura transmitindo muita verdade em seus olhos — não que eu esteja
reclamando, mas é tudo muito novo. — Ela estava mais à vontade em conversar comigo e isso me
deixou mais tranquilo então sentei na poltrona ao seu lado e falei já um pouco mais amigável — meus
pais, estão esperando você amanhã para o jantar que mencionei mais cedo, meu irmão veio para
saber se você iria e eles realmente querem que você compareça. — aguardei em silêncio enquanto
ela se remexeu na poltrona e responde — eu… Não sei se devo ir… Para falar a verdade… — ela
baixou o olhar e parou de falar, e a linha de expressão que apareceu em seu rosto me preocupou —
sem querer, ouvi a discussão com o Sr. Anthony. — Ouvir isso, me deixou sem palavras, droga, nesse
momento fiquei sem jeito de falar algo e pensando rapidamente respondi — Yven, eu não quis
ofender você… — e me interrompendo ela negou com a cabeça e diz — eu só não quero ser o motivo
de conflito entre dois irmãos, se bem que, não tem motivos para isso, você é meu chefe e eu sou
solteira e provavelmente ele também. — ela deu de ombros e continuou a falar — Não quer dizer
tecnicamente que eu vá ficar com ele, mas de qualquer forma… — ela dá de ombros novamente
deixando a frase morrer e eu consegui intender exatamente a linha de raciocinio dela e já levantando,
ela saiu andando em direção a porta, me deixando com cara de idiota após ter escutado toda essa
palhaçada quieto, levantei da poltrona e não pedi para que ela pensasse a respeito caso quisesse
ir.Fiquei furioso, se ela pensa que eu permitiria que ela ficasse com meu irmão, ela está
redondamente enganada. Puta que pariu. Parei com os xingamentos e pensei um pouco, peguei os
anexos em mãos e os coloquei em cima da minha mesa e mandei um e-mail para Karl, em seguida
liguei para Gregori para avisá-lo sobre a minha viagem na semana que vem . Abri meu mac e criei
um novo e-mail e coloquei Yven em cópia para que acompanhasse o envio do anexo até Karl, que
estava no aguardo deste documento. Uma notificação no Skype aparece na barra de ferramentas.

— Sr. Michael?—
— Sim, Yven.
— Estes anexos precisam ser encaminhados por correio?—
—Não. Entregaremos pessoalmente na semana que vem.
— Como assim entregaremos? Você e eu iremos viajar?—
—Sim, Yven. Iremos. Você tem passaporte?—
— Sim. —
—Ótimo. —

Após essa troca rápida e fria de mensagens, não falei mais nada, e nem perguntei se ela aceitaria ir
viajar, pois, ela vai comigo a todo custo, vai ir como minha secretária quando, na verdade, estou com
ciúmes e não a deixarei pensar que meu irmão é melhor que eu. Amanhã ela pode não aparecer no
jantar, mas se ela for esperta, vai aceitar a viagem e entender quais as minhas verdadeiras intenções,
e olhando as planilhas que Karl mandou para mim, comecei a analisar minunciosamente, grafico por
grafico e de repente me vejo furioso.Mas que porra é essa? Menos de 7 dias fora da minha empresa e
já estão aparecendo valores diferentes. Comecei a pensar nos colaboradores que cuidam da parte
financeira da empresa nos momentos em que não estou, mas pensando bem, que eu lembre, não há
ninguém que poderia fazer algo do tipo. Preciso investigar isso de perto, mas preciso de alguém
especializado em TI, e o único que conheço aqui é o Sebastian Mardowisky. Já decidido, sai da
minha sala e encontrei Yven, remexendo em suas gavetas, e vi quando ela olhou para mim, mas
permaneceu em silêncio e eu obviamente não dei uma palavra, pois ainda estou furioso com ela, pode
ser que ela tenha notado, pois, fez uma expressão como se estivesse em dúvida, e me acompanhou
com os olhos até eu chegar no elevador.Assim que cheguei no setor de TI, encontrei uma
recepcionista que estava de costas para a recepção e falando no telefone enquanto lixava a unha e
tagarelava escandalosamente, como se a sua presença na empresa fosse um favor.— Com licença —
murmurei e a garota nem se moveu para olhar em meu rosto e aquilo foi alimentando minha raiva. —
moça — murmurei com um tom firme e ela continuou me ignorando na maior cara lavada então eu
enfiei meu dedo no gancho do telefone, fazendo com que a ligação terminasse e assim que ela ouviu o
som de encerramento de chamada, logo colocou o telefone no gancho e virou-se para mim, lançando
um olhar furioso em minha direção e quando parece me reconhecer ficou paralisada.— Essa
despedida — Eu falei para ela se nem respirar e vejo o pânico surgindo em seu rosto e ela assustada
diz — você não pode fazer isso. Estou grávida. — e estava andando em direção a entrada do TI e de
repente parei e a encarei — Vou pagar todos os seus direitos, -querida — e furiosa a garota levanta e
gritou — o senhor irá se arrepender por isso, Michael. — E dito isso, ela abriu sua gaveta para pegar
sua bolsa e saiu em disparada ao elevador, e sem me importar com ela, comecei a andar em direção
ao setor de TI, preciso pedir a Yven para que ligue no RH para fazer a demissão dessa garota.
Assim que entrei no setor, encontrei equipes formadas em grupos e trabalhando atentamente atrás de
seus computadores, e logo vi um homem sentado no centro da sala, conversando no telefone e assim
que me aproximo ele levanta um dedo pedindo mais um tempo, eu assenti e me sentei na cadeira a sua
frente e olhei meu relógio, já são quase 3 da tarde quando ele encerra a ligação e virou-se para mim
me cumprimentando.— Boa tarde, Sr. Michael. Como posso ajudá-lo? — Sebastian murmurou e
soltou o celular em cima da mesa enquanto eu me curvei um pouco na poltrona e resolvi dar um aviso
antes de qualquer coisa — acabei de demitir sua recepcionista — e Sebastian me encarou em
silêncio e balançando a cabeça em negativo finalmente falou — Ela não me era útil, ficava no
telefone o tempo todo — dito isso começamos a rir e em seguida eu digo — bom, o real motivo da
minha visita até seu setor é o seguinte — Sebastian se remexeu no assento e me observou atentamente
em silêncio e eu prossegui — diariamente, recebo planilhas atualizadas com dados financeiros da
empresa em Londres, porém faz menos de 7 dias que estou em new York e estão ocorrendo desvios
de verbas, acredito que seja uma fonte terceira sendo comandada por alguém na empresa, e pode ser
que a mesma situação aconteça aqui também, pois os desvios aqui são maiores.Assentindo, Sebastian
coça o queixo e diz — é bem possível, mas como podemos começar a verificação? Pois, eu acho
muito óbvio começar a vasculhar nas retiradas de caixa, precisamos acompanhar isso também, mas
posso começar a invadir os sistemas desconhecidos que eu encontrar nos servidores. — Sim, depois
faremos o mesmo trabalho na empresa em Londres, eu pago sua estadia lá. Você aceita? — perguntei
já pensando na resposta final, pois uma das coisas que mais quero é descobrir quem está fazendo
essa merda toda. — Claro, Sr. Michael, mas, como é um trabalho que requer conhecimento de outros
sistemas, pode levar mais de 30 dias e eu conseguindo acesso aqui, com certeza será mais fácil
conseguir acesso no sistema de Londres, pois assim já vou ter conhecimento, ao menos um pouco do
que nos espera — Sebastian falou me olhando com preocupação e eu assenti e respondi — cara, só
quero resolver essa merda toda, acredito que você conseguirá fazer isso. — respondi-lhe deixando
claro que estou ciente do tempo do procedimento e ele estende a mão e diz — irei fazer o meu
melhor — e com isso aperto sua mãe e digo — será muito bem recompensado se resolver o problema
—Assim que saí do elevador, senti que tudo estava acontecendo como deveria acontecer, pois,
finalmente vamos dar início a investigação logo que me aproximei da mesa da Yven, a encontrei com
expressão amedrontada, aquilo me deixou em estado de alerta, o que será que aconteceu? Ela estava
pálida e até trêmula, me aproximei e peguei de sua mão o copo d’água que estava segurando e o
coloquei em cima de sua mesa e em seguida a coloquei sentada em sua cadeira e me ajoelhei em sua
frente para observá-la melhor de perto, quando ela soltou um suspiro audível com a minha
aproximação repentina. Vou levar isso como se fosse uma satisfação por me ver por perto. Conto com
isso, na verdade.— o que houve, pequena? — perguntei segurando em suas mãos e olhando-a nos
olhos enquanto sentia ela relaxando sobre minha presença, e com um sorriso nervoso ela respondeu
tentando controlar o tom de voz — Está tudo bem, foi só um mal-estar, obrigada. Tem um homem
esperando em sua sala para conversar com você… Senhor… — ela gaguejou se corrigindo na forma
de tratamento a minha pessoa e ergui a sobrancelha não acreditando muito na desculpa que ela havia
me dito, mas já que ela quer ir por este caminho, tudo bem, assentindo afaguei um pouco mais a mão
dela, e não pude deixar de notar que suas são mãos delicadas e pequenas e murmurei — fique
sentada mais um pouco, depois preciso que você encaminhe algumas informações para o RH, sobre a
recepcionista do setor de TI — assentindo Yven se tranquilizou e eu levantei e andei em direção ao
meu escritório, desejando não tê-la visto daquele jeito, pois me afetou muito, quero acabar com
qualquer um que tenha aparecido no caminho dela, e já decidido, digitei uma rápida mensagem para
Gregori para que viesse até meu escritório.“Pode subir até meu escritório? Preciso que você
reconheça uma pessoa, mas em sigilo, por favor. “Assim que enviei a mensagem, entrei no escritório
e vi um homem de altura mediana e cabelos escuros olhando pela janela enquanto me aguardava.
Entrei em silêncio e acredito que ele tenha sentido minha presença, pois assim que se virou e me
encarou logo suavizou a expressão e deu alguns passos atrás como se estivesse esperando outra
pessoa.— Como posso ajudá-lo? — perguntei sem dar espaço de tempo para que ele fizesse alguma
gracinha — Eu me chamo Willian Marques — ele estendeu a mão para mim e eu recusei o melhor
possível dando a volta pela mesa até sentar na poltrona — sente-se William. Agora vamos começar
de novo. Como posso ajudá-lo? — pousei a mão no queixo e fiquei encarando William enquanto ele
se remexeu desconfortavelmente na poltrona, quando finalmente resolve falar — eu gostaria de saber
como poderia entrar com sociedade na empresa agora que você é o diretor, seu pai e eu já
conversamos algumas vezes e… — interrompendo-o logo falei com meu tom mais frio e impessoal
— meu pai me falaria caso tivesse conversado com algum empresário a respeito de sociedade. — e
quando o rapaz me parece perdido, Gregori bateu na porta e entrou com uma pasta em mãos e eu vi
que ele estava analisando o rapaz que ao ver Gregori, abaixou o rosto e mudou a postura enquanto
Gregori murmura — Sr. Michael, colocarei o documento no lugar em que peguei pela manhã. — e
assentindo continuo estudando o William que parece cada vez mais encurralado e respondo — Claro.
Obrigado — e desvio os olhos daquele homem para Gregori e murmurei — ah! Mily, por favor,
acompanhe o Sr. Marques até a saída — assentindo Gregori para ao lado de Willian e espera até que
o memso se levante e me encarando, Willian murmura — obrigado pela atenção. — e saiu andando
rapidamente e Gregori o acompanhou de longe.Porra, tem algo estranho nele. Com certeza o mal-
estar da Yven e a aparição desse cara tem alguma conexão. Merda, será que ele ofendeu ela? Se eu
descobrir que fez mesmo isso, vou quebrar ele inteira, e dei a volta pela mesa andando até a porta
onde encontrei Yven voltando provavelmente do refeitório, pois estava com uma xícara de café. Ao
me ver, Yven me fitou e ficou séria mostrando uma preocupação que não estava em seu rosto — Sr.
Michael, aproveitei que o Sr. estava em reunião e desci para pegar café. O senhor quer um? — ela
perguntou parando em sua mesa e passando bem perto de mim, me fazendo sentir vontade de abraçá-
la, um desejo me preenche que chegou a doer, mas não posso me dar ao luxo de esquecer o que houve
aqui, pois preciso saber onde estou me enfiando, se realmente tenho a pretensão de entrar na vida
dela e mesmo que ela não tenha idéia de que estou tão interessado nela, irei investigar sobre seu
passado e voltando a mim, neguei com a cabeça, respondi — Não precisa, pequena. Obrigado, se
Gregori vir aqui, por favor, diga para ele entrar. — e virei-me de costas sem aguardar uma resposta
dela e voltei para o escritório e fechei a porta e assim que me acomodei na minha poltrona, e
comecei a pensar e muito impaciente sem saber nada de Gregori, peguei meu celular e vi ser 16:40
da tarde e mandei uma mensagem para Gregori.

— Conhece? —

Cliquei em enviar e fiquei aguardando ansioso, comecei a ler os documentos anexos que me
encaminharam solicitando um orçamento de consultoria empresarial, já muito envolvido no trabalho,
comecei a ler o primeiro tópico quando ouço a notificação no meu celular e assim que vi a mensagem
na tela, gelei

.— É ele. Heitan. —

“Eu quero você, você


Isso está me deixando vivo
Nem precisamos dizer adeus”
FEEL IT - Michele Morrone

Capítulo 16

Mentiras e sedução
Yven Lauren Cobalt

Assim que o Sr Michael saiu de sua sala sem me falar nada, senti estar bravo com algo ou alguém…
Para falar a verdade, a culpa foi minha, pois penso que fui rude com ele, sobre a situação
extremamente constrangedora entre ele e Anthony, seu irmão, porém tive que falar aquilo para ver
qual seria a sua reação e mesmo vendo que ele está bravo provavelmente comigo, no fundo, bem no
fundo adorei ver a expressão naquele rosto lindo. Ele odiou ver que eu estava querendo dizer que
nada me impediria se eu quisesse ficar com o Anthony, não quis dizer que farei, mas foi uma vitória
para mim ver a reação dele, depois de ele saber que eu seria sua secretária, ainda me manteve no
escuro por um tempo, e isso me dá o direito de brincar com meu chefe também, e é isso que vou
fazer. De qualquer forma, vendo ele andar com a determinação de sempre e a mesma graciosidade,
me fez repensar várias vezes sobre o que pode acontecer nesta viagem a Londres, e sorrindo me dou
conta de que tudo pode acontecer, considerando toda essa eletricidade que existe entre nós
dois.Minha nossa, eu vou para Londres com Michael Louis Beckham. Eu não consigo conter minha
empolgação e comecei a rir sozinha, igual aquelas adolescentes quando estão apaixonadas no
colégio, quando ouço alguém soltar um suspiro bem audível e dizer — Boa tarde, Yven — ouvir
aquela voz, foi como levar um banho de água fria, não precisei nem olhar para a direção da voz para
saber que é Heitan. Cretino, como ele descobriu onde trabalho? Me sentindo perdida, tentei não
demonstrar meu total desespero e o encarei com a minha melhor expressão de despreocupada, é o
que espero demonstrar ao menos — não vai me convidar para entrar na sala do seu chefe e esperar
por ele? Preciso ter uma conversa com ele — Ouvir aquela voz nojenta carregada de sarcasmo me
embrulhou o estômago e eu o olhei de cara feia enquanto tentei controlar meu medo e a ânsia que
estava me dominando, e assim que ele começou a andar avançando em minha direção com um sorriso
malicioso nos lábios, eu comecei a tremer de medo e então ele aproximou de mim e me pegou nos
braços e quando senti o medo tomar conta do meu corpo, comecei a tremer violentamente e em
seguida ele levantou sua mão e encostou em meu queixo e quando eu senti que ele tentaria me beijar a
força virei o rosto para livrar meu queixo do seu toque áspero e com isso ele soltou uma gargalhada
que me enojou e me soltou andando em direção a sala do Sr Michael enquanto dizia — Continua com
medo como eu ainda pensava —

Merda… merda… O que eu faço agora? Pense, Yven, pense.

Estou com medo, muito medo. O que será que ele quer? Já não basta ter destruído minha vida, ainda
quer destruir meu emprego? Levantei-me um pouco trêmula para ir pegar água, preciso me recompor
antes que alguém me veja assim. Antes que ele me veja assim. Não quero imaginar o que aconteceria
comigo se o Michael chegasse nesse momento. Me mandaria embora? Ou iria partir para briga?
Sendo que discutiu com seu irmão, por mim. Meu Deus, o que aconteceria não é o que importa agora.
Só pelo fato do Sr Michael não ter visto essa cena horrível já me deixou mais tranquila.Virando-me
com meu copo de água, encontrei Michael parado na entrada do nosso escritório, na verdade estava
próximo a minha mesa e com olhos firmes sobre mim, parecia me analisar demoradamente, porém,
nem querendo eu conseguiria controlar a sensação ruim de ter aquele homem por perto, mas no
mesmo instante a sensação incômoda foi substituída pela aparição inesperada de Michael, que está
me olha como se estivesse feito uma pergunta silenciosa na qual eu não estava lhe respondendo e
com isso ele se aproximou e pegou em minha mão delicadamente e tirando o copo d’água que eu
sustentava entre meus dedos trêmulos, o coloca na mesa em seguida me direcionou para sentar na
cadeira, e quando relaxei na cadeira, o vejo se ajoelhar a minha frente e com isso acabei soltando um
suspiro de surpresa e luxúria de vê-lo ajoelhado sobre meus pés, o seu cheiro amadeirado e único
invadiu minhas narinas, me trazendo um alívio por vê-lo perto cuidando de mim, mesmo que não
soubesse disso, estava trazendo um enorme alívio para mim.— O que houve, pequena? — Ouço a
voz grave de Michael soar preocupada e até mesmo irritada quando segura firmemente minhas mãos,
e com isso o calor de sua pele foi me confortando, me deixando mais tranquila e não conseguindo
esconder a minha satisfação pelo momento acabei sorrindo um pouco sem graça por não conseguir
esconder totalmente o turbilhão de sentimentos — Está tudo bem, foi só um mal-estar, obrigada. —
minha resposta balbuciada foi uma mentira, mas vou torcer para que ele engula essa e tentando mudar
o foco da conversa eu continuei — Tem um homem esperando em sua sala para conversar com
você...Senhor.. — gaguejei ao me corrigir por conta do jeito que me referi a ele na intimidade e
Michael me analisou novamente e afagou a minha mão por um momento e com uma expressão mais
tranquila diz — fique sentada mais um pouco, depois preciso que você encaminhe algumas
informações para o RH, sobre a recepcionista do setor de TI — Assenti já me sentindo mais calma e
pronta para o trabalho, e observei enquanto Michael se levantou e andou em direção ao seu escritório
com a mesma determinação e elegância de sempre.
Caramba, ele sabe como me tranquilizar, mas, na verdade, gostaria de saber o motivo de ele ter esse
efeito todo em mim.Assim que fechou a porta atrás de si, meus pensamentos estavam focados em
outra direção, onde eu ficaria hospedada em Londres? pois Michael estava bravo comigo, ou ainda
está… bem, eu não tenho certeza, apenas sei que estou ansiosa para esta viagem. Pois sinto que tudo
pode acontecer e desviando minha atenção da minha nova viagem, olhei para a tela do computador e
vejo que há uma notificação de e-mail na área de trabalho e clicando em cima, vejo ser do assistente
da empresa de Londres que responde ao e-mail que foi encaminhado pelo próprio Michael.

Boa tarde, Sr Michael.


A assinatura que tenho em mãos, diferem das que o Sr me encaminhou escaneado.
Segundo o DR. Mauricio, as suas suspeitas estão certas.

Karl Mads

Gelei ao ler isso.

Merda, eles descobriram algo errado nas assinaturas dessa empresa também. Será que tem algo a ver
com os desvios daqui também? Sacudindo a cabeça, afastei o pensamento, pois provavelmente já
iniciaram as investigações e eu não preciso me preocupar com isso, ao menos por agora, pois sei que
o Sr. Michael já está indo atrás de pistas e com isso resolvi ir buscar um café.
Assim que retornei para minha sala, encontrei meu chefe parado na porta me encarando como se
esperasse me ver e imediatamente me senti culpada por sair sem avisá-lo.

Será que ele precisou de mim durante este tempo? Afastando aquele pensamento, resolvi me explicar
para não ficar nenhum mal-entendido — Sr. Michael, aproveitei que o sr. estava em reunião e desci
para pegar café. O senhor quer também? — perguntei me aproximando da mesa e passando
pertíssimo do meu chefe Deus grego, e com esse pensamento fez com que eu desejasse estar em seus
braços e agradecê-lo por ter me ajudado a passar o meu excesso de pânico, e me encarando, ele
murmura — Não precisa, pequena. Obrigado. Se Gregori vir aqui, por favor, diga para ele entrar. —
Michael me diz e fechou a porta atrás de si.Fiquei muito confusa nesse momento, como ele conhece
Gregori? Como assim? Comecei a pensar em algo que fizesse sentido e lembrei da noite do evento
beneficente, naquela noite, Gregori estava acompanhando Michael como seu segurança, essa é a
única explicação lógica para isso. Olhei para o relógio e marcava 16:30 e já estava quase
encerrando o expediente.Depois de responder mais alguns e-mail, levantei-me e alisei meu vestido
para tirar qualquer vestígio de amassado, respirei fundo e dei um passo à frente quando acabei
batendo em alguém que estava entrando, e estava com pressa. Me apoiei sobre meus pés e olhei para
quem eu acabei de atropelar e vi Gregori sem graça, com um leve sorriso quase que como pedindo
desculpas.— Eu sinto muito por isso, Mily. Eu… — assentindo com a cabeça Gregori sorri
tranquilamente e diz — está tudo bem, Yven, peço desculpas pela grosseria, mas eu preciso muito
falar com o Sr Backham. — assentindo o direcionei com o dedo e o mesmo saiu andando até a sala,
dando de ombros voltei a minha mesa e mandei uma mensagem no Skype para Michael, perguntando
se precisava de algo e esperei sua resposta para que eu fechasse as janelas do navegador para
desligar o notebook, porém ele não respondeu. Levantei e me aproximei da mesa e vi que a sala
estava em um silêncio total, com algumas batidas, a porta é aberta por Gregori que sorrindo abre-a
para que eu entre e sorrindo de volta entrei andando em direção ao meu chefe que estava em ligação,
e extremamente lindo de morrer comandando seu império. Ele estava sem o casaco, portando apenas
sua camisa azul-escuro e seu colete igualmente azul-escuro e a gravata preta, com as mangas da
camisa enroladas até o cotovelo e engoli em seco quando o flagro me analisando enquanto eu me
aproximava de sua mesa.Uau, ele é incrível.Com seus belos olhos acinzentados, ele esboçou um
pequeno sorriso, que provavelmente, nunca mais sairá das minhas lembranças, e arqueando a
sobrancelha, sua expressão ficou carregada de luxúria, e passando a língua pelos lábios ele
murmurou num tom autoritário — Nós dois sabemos o que irá acontecer se eu pegar. — No momento
em que ouvi isso, senti minha pele pinicando e junto, veio a vontade de agarrá-lo e beijar aquela
boca que está me provocando a todo momento.— A única coisa que precisa ter certeza, é que sou eu
quem manda. e nesse momento, estou dizendo que iremos pegar e acabar com o responsável pelos
desvios — encerrou a ligação e jogou os fones de ouvido em cima da mesa, virou o rosto para mim e
novamente senti a sensação de que a sua atenção era só minha, naquele momento, e parada em frente
a sua mesa eu já estava me sentindo exposta apenas pela intensidade do olhar do meu chefe.— Ainda
está aqui, pequena? O que você precisa? — minha nossa, a resposta é óbvia, chefinho. Eu preciso de
você. Michael fez uma pergunta tão simples, porém senti como se estivesse se referindo a algo mais
— eu… só gostaria de saber se precisa de algo... antes de eu sair — mentalmente eu estava
implorando para que confirmasse..

Diga o que quer, diga que me quer, por favor… No meio do meu desespero acabei me dando conta de
que eu queria que ele dissesse que me queria em frente a um funcionário. Estou perdendo a cabeça e
engoli em seco pela minha constatação.
Meu chefe fez um gesto negativo com a cabeça , em seguida respondeu — você pode ir para casa
descansar. — e aguardou em silêncio e eu sorri e disse — descansar só depois do treino. Até
amanhã! Chefinho... Gregori.. — me despedi deles e sai andando em direção a porta mas não sai
antes de uma olhada na expressão do meu chefe que estava com uma expressão de surpresa e um
meio sorriso nos lábios fantásticos que ele possui. Sim, agora será assim por alguns dias, para ele
ver como é ser provocado.
Voltando a minha mesa, me senti vitoriosa por não ter deixado estampado na minha testa o meu
nervosismo por estar tão perto de um ser tão divino quanto Michael Louis Backham, peguei minha
bolsa e andei até o elevador onde encontrei luisy que sorrindo me cumprimentou e perguntou — e aí,
como foi o segundo dia? — eu dei de ombros e tentei não pensar em todos os sinais que tive do meu
chefe, e pensei em uma resposta direta para encerrar o assunto — foi corrido, aprendi muitas coisas
— assentindo luisy diz — imagino, enquanto você não estava aqui, eu estava atendendo alguns
pedidos do Sr. Michael e ele é exigente, porém sabe o que faz. Ele é muito profissional — assenti e
disse mudando de assunto — e o encontro com as meninas no sábado? — Luisy sorriu e respondeu
— já chamei uma amiga minha, espero que não se importe, vamos dominar o bar — comecei a rir e
concordei, pois, mesmo eu não conhecendo muitas pessoas aqui, eu me vejo ansiosa para sair com
elas, fazer novas amizades, conversar coisas de mulheres, assim que chegamos ao térreo, minha
amiga se despediu com um rápido aceno e saiu andando na minha frente.Sentindo uma fraca brisa de
verão, fui andando a pé em direção a minha casa, pois em seguida iria para a academia. As ruas por
onde estão passando, está com grande fluxo de movimento, pessoas apressadas querendo chegar em
casa depois de uma longa jornada de trabalho, simplesmente desejando o conforto de suas casas, ao
contrário de mim, que estava implorando mentalmente para que Michael pedisse para que eu ficasse,
e eu não pensaria duas vezes em ficar, mas infelizmente fui dispensada para descansar.Assim que
cheguei em casa, girei a chave e abri a porta, encontrando Marcelly com Clary prontas para sair.—
Olá, como estão? — perguntei parando na frente das duas que sorrindo também pararam e Clary
respondeu — Estamos bem, eu vou para a casa da minha tia, não é legal? — eu assenti e sorri
felicíssima por ela — isso é ótimo, quanto tempo vai ficar fora? — Marcelly afaga o cabelo de Clary
e diz — 1 mês em Londres. — Senti uma pontada de tristeza na resposta de Marcelly e com isso
lembrei do encontro com as meninas e disse — Qual é o seu número? Quero falar com você depois
— Marcelly assentiu e estendeu a mão para pedir meu celular que o entreguei de bom grado, após
isso as duas saíram andando e eu tranquei a porta após saírem. Assim que cheguei em casa, tirei meu
sapato e fui direto até meu quarto substituir as roupas sofisticadas pelas roupas de ginástica para
mais uma maratona de treinamento pesado.Chegando na academia, pressionei meu dedo na catraca
para liberar minha entrada, desci os 10 degraus da escada abaixo e passei por um corredor que passa
em frente a uma piscina de tamanho olímpico, eu poderia entrar nessa piscina qualquer dia desses.
Este pensamento me fez sorrir, e continuei andando até chegar a entrada da sala onde eu faço a
musculação.Encontrei um instrutor pessoal auxiliando os outros alunos, e eu fui diretamente para a
barra para fazer um alongamento inicial, após fazer 20 polichinelos, me direcionei a esteira e
comecei com uma leve corrida e depois já aumentei a velocidade. Comecei a pensar no modo como
conheci Michael, uma forma surreal para conhecer uma pessoa com tanta beleza natural, e desde
então a minha vida passou por inúmeras mudanças, dentre elas o casamento da minha melhor amiga.
Estou muito feliz por ela, e Carlos é um cara muito legal, os dois merecem tudo de bom. Já estão
juntos há mais de 4 anos e desejo o melhor para eles.
Aumentei a velocidade, já sentindo o suor descer através do meu top, lembrei daquele momento em
que Michael tirou seu casaco deixando a mostra seus ombros largos me deixando desejosa para
apertá-los contra mim, passei a língua nos lábios saboreando a imagem que tive, e me recordei de
como me senti quando ele ficou chateado comigo devido à minha resposta referente a discussão entre
os dois irmãos, não quero deixar ele bravo comigo, conclui o pensamento, mas soltando uma risada
involuntária, pensei, mas será divertido provocá-lo às vezes.Afastando o pensamento parei a esteira,
olhei para o relógio digital e vi que já fazia 40 minutos que eu estava correndo e então peguei uma
garrafa d’água para me hidratar, em seguida peguei uma bola para fazer agachamentos quando meu
personal se aproximou e murmurou — e aí, hoje você está no pique hein. — sorri sem graça e
respondi — estou animada, espero continuar com este entusiasmo diariamente. — e confirmando com
a cabeça, Marcelo responde — caso precisar de algo, me chame. — assenti e esperei ele se afastar
para que eu pudesse terminar meu treinamento.

Assim que cheguei em casa, já eram um pouco mais que 19:30 da noite e eu tranquei minha porta e
fui direto para o banheiro tomar um banho rápido e fazer algo para comer, pois preciso ver o que irei
usar no jantar de amanhã, pois irei com certeza, e preciso também ligar para meus pais para pedir o
Derek emprestado para me dar uma carona até a casa dos Beckham, pois não sei ir até lá
sozinha.Logo que coloquei meu baby doll, fui até a cozinha e coloquei uma lasanha no micro-ondas
enquanto ligava para minha mãe, que no segundo toque atendeu.— Oi, querida — minha mãe me
saudou com um tom que me deixou um pouco preocupada, então continuei — Tudo bem, mãe? —
aguardei em silêncio já me sentindo culpada pela falta de contato dos últimos dias — sim, e com
você? Como está no trabalho? já estou com saudades — Fechei os olhos ao lembrar do meu trabalho,
do meu chefe. - Ah! mãe. Também sinto saudades. Meu trabalho é ótimo, meu chefe então... — deixei
a frase morrer e me arrependi, pois sei que minha mãe vai me questionar pela frase não completa. —
Não gostei muito disso, pode falar, querida. — minha mãe falou rapidamente, e eu torci minha
blusinha enquanto pensava em uma resposta que poderia tranquilizar minha mãe, sem deixar
transparecer muito o que sinto — bom, meu chefe é realmente muito legal. Adorei conhecer a família
Backham. — parei de falar e ouvi minha mãe soltar um suspiro, e creio eu que seja de alívio — que
bom, querida. Seu pai me falou que o Sr Louis gostou muito de você. — ouvir aquilo me deixou
muito satisfeita, e me deixou com ainda mais vontade de marcar presença e território na família
Backham — Mãe, eu preciso de um favor — falei e aguardei ela falar algo — pode falar, querida,
qualquer coisa — mordendo o lábio suspirei e disse — amanhã tenho um jantar na casa do Sr Louis
amanhã às 19h, e eu não sei onde fica, será que Derek poderia me dar uma carona? — esperei
engolindo em seco, torcendo para que minha mãe não tivesse nenhum compromisso amanhã quando
ela finalmente respondeu — claro, querida.Derek estará na sua casa as 19:00. — minha mãe
confirmou e eu empolgada fiz uma dancinha da vitória e respondi — mãe obrigada pela ajuda, agora
preciso ir, vou jantar e dormir em seguida. — aguardei minha mãe me dar boa noite e desliguei.
Assim que cheguei na cozinha, vi que o micro-ondas estava desligado, tirei minha lasanha e a
coloquei em cima da mesa de mármore e retirei a proteção de plástico, enquanto isso fui até a
geladeira e me servi de suco e sentei na cadeira para comer quando de repente lembrei de convidar
Marcely para sair no sábado a noite.

Ooi, vizinha... tem compromisso marcado para sábado a noite?

Cliquei em enviar e olhei para meu prato e de repente me deu fome e peguei o garfo para começar a
comer quando veio uma resposta rápida e objetiva.

Agora tenho. Haha..

Comecei a rir com sua resposta e com o garfo ainda na boca, digitei rapidamente.
Eu e a minha colega de trabalho marcamos um encontro de meninas no sábado à noite. As 19:30.
Vou ficar esperando por você…

Clicando em enviar, peguei meu copo de suco e dei um longo gole e três deliciosas garfadas de
lasanha depois obtive uma resposta.

Combinado, até lá. Bju

Dito isso, fiquei feliz por saber que ela irá comigo, assim não vou me sentir tão desolada, se é que
vou me sentir assim. Dando de ombros terminei de comer e coloquei meus utensílios na lavadora e
fui para meu quarto.Coloquei o celular no criado mudo e fui ao banheiro escovar os dentes para
deitar.
Assim que cheguei na cama, comecei a pensar no meu chefe, em como meu chefe dormia, se usava
algum pijama ou se dormia de cueca ou talvez sem nada por baixo das cobertas… pensar nisso
deixou minha pele febril, sacudi a cabeça para afastar os pensamentos e apaguei a luz, me acomodei
no conforto da minha cama, senti meu corpo relaxar e com isso adormeci...

“Yven…”
Olhei para todos os lados da sala de reunião e não consegui encontrar o dono daquela voz tão
familiar, a voz que me tranquilizava e me deixava tão mexida, estava muito próximo, porém eu não
o encontrava.
“Preciso que você me diga o que sente, por favor…”
Procurei encontrar o dono daquela voz aveludada, rouca e sensual, por todos os lados, estava
parada no meio da sala quando finalmente encontrei Michael encostado na sua mesa, tão lindo
sem a sua gravata e apenas com a camisa um pouco aberta mostrando um pouco da sua pele firme.
Meu Deus, eu quero tocá-lo, meu corpo anseia por isso. Eu o desejo muito, quero senti-lo, apertá-
lo contra meu corpo, extrair e ter prazer com ele. Quero ser dele, de alguma forma sinto que tenho
uma conexão profunda com ele.
De repente Michael se afastou de sua mesa e veio andando em minha direção com toda
naturalidade, firmeza e sensualidade que ele exala, me encarando com firmeza e delicadeza ao
mesmo tempo, e parando em minha frente ele passou um braço ao redor da minha cintura e me
puxou contra seu corpo forte e...

Merda, não era para meu corpo reagir desse jeito. Por que eu fico em chamas quando tenho um sonho
com Michael? Ele não deveria me afetar desse jeito, eu só tenho a certeza que quero tê-lo, ao menos
por uma noite. Nunca senti nada em relação aos homens dessa forma. Preciso analisar melhor a
situação. Eu penso que realmente gosto dele, mas não sei se é recíproco, então eu iria me contentar
com uma única vez em sua cama.

Será que ele sente o mesmo por mim?


E se ele simplesmente estiver sendo educado comigo?
Afinal ele é muito cavalheiro, um homem muito bom e aprendeu tudo com seus pais. Enfim, vou
analisar tudo e com este pensamento, levantei da cama e fui direto para o banheiro tomar um banho
rápido.Assim que cheguei no meu closet, encontrei o vestido que eu e meu chefe compramos quando
eu nem sabia que ele era o próprio chefe. O vestido era Marsala, com um decote canoa, seu modelo
era tubinho e vestiu perfeitamente em meu corpo, em seguida peguei meu scarpin Louboutin nude
envernizado e os calcei, coloquei meu rolex em meu pulso, soltei meus cabelos e o escovei e já
estava pronta para o trabalho, ou para testar meu chefe…
Me sentindo confortável e sexy, peguei minha bolsa com celular e fui para a cozinha preparar meu
café para viagem.Já no caminho do trabalho, vi que o clima não parece propício para salta alto, pois
parece que irá chover, e não demoraria muito, mas continuei andando e assim que cheguei ao edifício
dei uma parada abrupta ao ver Michael saindo de seu carro suv preto, o mesmo carro que ele foi
comigo fazer compras devo lembrar, enquanto Gregori falava no telefone com alguém e Michael
assentiu e absorvia silenciosamente as informações que Gregori lhe passava e entrou no edifício.
Meu coração acelerou quando o vi de terno cinza-escuro e camisa preta, com gravata também na cor
preta. Minha nossa, fisicamente falando, ele é o homem que eu mais desejei na vida, mas
emocionalmente, eu ainda não tenho certeza, tenho tantas dúvidas sobre ele, sobre nós, mesmo vendo
o quanto ele zela pelo respeito e cuidados, entretanto, eu pude notar que os cuidados são para com
todos os funcionários. Ele é muito gentil. E isso torna tudo muito complexo. Me sinto muito confusa.
Afastei o pensamento e continuei andando tranquilamente, tendo a plena convicção de que eu sou a
responsável por qualquer sentimento de afeto que surgir em relação a Michael Louis Backham. E isso
me serve como um aviso, se acabar rolando algo entre mim e ele, mas com certeza, ele não iria
querer assumir um relacionamento sério com uma funcionária, justamente quando está entrando na
empresa. — Bom dia, Mily. Tudo bem? — Gregori guardou o celular no bolso e esboçou um sorriso
em resposta e logo respondeu — Bom dia, Yven. Tudo bem e com você? — sorri e assenti — tudo
bem, hoje é sexta-feira, amanhã tenho um encontro com as meninas. — Gregori ergueu a sobrancelha
e diz — muito bom, aproveite. Boa manhã para você. — e dito isso sorri e acenei com a mão e fui
andando em direção ao hall de entrada.No instante que peguei o elevador, senti uma tensão me
dominar, como se algo fosse acontecer, a última vez que senti isso acabei conhecendo Michael e
sorrindo com a lembrança e chegando ao meu andar, parece que tem borboletas voando no meu
estômago, assim que a porta do elevador abriu, andei até a minha mesa e coloquei minha bolsa na
última gaveta e liguei meu notebook.Assim que o meu Skype foi aberto, recebi a notificação de
mensagem do meu chefe.
Gelei. Minha nossa, o que será que ele quer assim tão cedo?
Abri a mensagem e me acomodei na cadeira.

Bom dia, Yven.


Preciso que preste atenção no e-mail que lhe encaminhei.
Tenho muitas coisas para fazer hoje, e tudo fora do escritório, por isso imprima este anexo que irá
aparecer no Skype primeiro, pois precisa da minha assinatura para prosseguir com o trabalho no
decorrer do dia.

Dando de ombros, dei o último gole no meu café e cliquei no arquivo para abri-lo e imprimir em
seguida, como a impressora tem um pequeno prazo de 20 segundos para imprimir, então levantei e
andei até a impressora para conferir se havia folhas brancas e senti que alguém está me observando,
mas continuei a fechar o suporte de folhas quando me virei e de dei de cara com um homem me
olhando com um sorriso, me fazendo levar um susto e tropeçar dois passos.Merda. O Homem
sacudindo a cabeça se aproxima e diz — desculpe por assustá-la, meu Deus — e estende sua mão
para um comprimento e com educação eu o cumprimentei e ele continua — me chamo, Sebastian
Mordowiski, O Sr. Michael está me aguardando. — assentindo respondi — Pode ficar à vontade, Sr
Mordowiski, irei anunciar a sua chegada. Com licença. — e sai andando em direção a sala do meu
chefe, tentando ficar tranquila e puxando o ar, dei duas pequenas batidas na porta e a abri.— Com
licença, Sr Michael. — interrompo seu silêncio e vejo seus olhos desviarem da tela do computador
para me olhar, e no instante que me encontram, vejo um brilho diferente surgir e então ele diz — Sim,
pequena. O que você precisa? —

Caramba! ele perguntou isso de novo? Se concentre, Yven, se concentre

— O Sr. Sebastian Mordowiski está aqui. Posso deixá-lo entrar? - assentindo Michael mordeu o
lábio e franzindo a testa, ficou me olhando profundamente com isso respondi a ele para quebrar a
tensão -

— Com licença, já irei trazê-lo. — logo fechei a porta atrás de mim, e voltando até minha mesa, logo
me direcionei a impressora e peguei todas as páginas do documento enviado, em seguida, me
aproximei da poltrona onde havia deixando a visita do meu chefe, que rapidamente se levantou e
sorriu tranquilamente para mim e não querendo ser mal-educada esbocei um leve sorriso também e
disse — pode me acompanhar, por favor. — virei-me e voltei à sala do Sr Michael e com algumas
batidas abri a porta e entrei, me sentindo um pouco desconfortável, pois estava ciente que os olhos
de Sebastian estavam em mim, e não no ponto central que a visita ao sr Michael deveria ser.Meu
chefe levantou-se e observou Sebastian me olhando enquanto eu me aproximava de sua mesa para
deixar as impressões em sua mesa, em seguida, Michael se aproximou e pousou a mão na minha
cintura e muito próximo de mim, me encarou e murmurou — Obrigado. Depois preciso de você aqui
novamente. — dessa vez desceu sua mão até a minha e com um simples gesto a apertou e isso me fez
sentir uma certa eletricidade percorrer pelo meu corpo, a pele de Michael era tão macia, suas mãos
grandes e seus dedos longos que passaram a me acariciar levemente e eu assenti e me afastei quando
as mãos de Michael me permitiram sair, e arrisquei um olhar para Sebastian que estava olhando para
algum lugar que não era Michael e eu. Assim que fechei a porta, andei rapidamente até minha mesa e
me deixei desabar na cadeira, chocada e sem conseguir pensar direito no que estava acontecendo.

Minha nossa, o que foi aquilo? Michael me tocou daquele jeito mesmo? Foi como deixar seu
território demarcado.

Fiquei perplexa, sem entender o que estava acontecendo, resolvi prestar atenção no meu trabalho e
abri meu e-mail, clicando no último e-mail recebido meu chefe que dizia:

Bom dia, Yven.


Preciso que você faça os seguintes trabalhos em tópicos abaixo (se tiver dúvidas, me questione);
1. Depois que eu assinar o primeiro anexo que lhe encaminhei via Skype, você vai pegar os termos
e escanear e mandar para o e-mail do Karl.
2. Você irá pegar os termos físicos do 1° anexo e colocá-lo em um envelope e mandar por correio
para o endereço da minha casa em Londres.
3. Mudando de assunto. Já fez alguma pesquisa sobre hotel em Londres? Se não, só mande um e-
mail para que Karl avise minha governanta para preparar o quarto de hóspedes, faço questão de
ter você em minha casa como convidada.
4. Viajaremos na segunda-feira no primeiro horário!!

No seu aguardo.
Michael Louis Backham
Ceo interprises company

Fiquei boquiaberta com este e-mail. Meu chefe faz questão de me ter como convidada na sua casa?

Minha nossa. Me concentrei e li novamente o e-mail, não acreditando que meu chefe realmente está
me convidando para ficar em sua casa, pois eu estava achando que estava ficando louca em ver sinais
que não existiam, mas realmente não estou ficando surtada e isso já me dá um grande alívio, quando a
porta da sala do Sr Michael é aberta e segundos depois Sebastian sai e Michael logo atrás
encerrando seus assuntos. — Até mais, Srta Yven. — Sebastian me cumprimentou dessa vez me
lançando um olhar mais reservado e um leve sorriso, e em resposta eu acenei com a cabeça e esbocei
um leve sorriso e os vejo passando em frente à minha mesa com a tranquilidade que todo homem tem,
mas como sempre, meu chefinho exala um poder admirável.

Assim que já estamos sozinhos, meu chefe se aproxima da minha mesa e pergunta — Você está bem?
— continuou me olhando como se estivesse me analisando e eu sem entender franzi a testa e
confirmei com a cabeça — sim estou, por que? — engolindo em seco, Michael enfiou as mãos nos
bolsos da calça e respondeu- me pareceu que você estava nervosa quando entrou com Sebastian na
minha sala. —
Ah entendi, ele notou meu desconforto. — eu levei um susto quando vi ele na sala, ele é bem
silencioso — falei dando de ombros ficando sem graça e assentindo ele responde — eu já assinei
os termos, pode ir buscar quando terminar aqui. — e com isso, ele se virou e deu alguns passos
quando eu murmuro com muita coragem — Estou surpresa que você tenha notado a minha mudança de
comportamento, mas acho que você não notou que estou usando o vestido novo que você me deu, não
é chefinho? — e assim ele parou de andar e pareceu sorrir de lado e se virou para mim e nesse
instante eu vejo um sorriso luxurioso e ele responde — Não é a toa que não consegui tirar meus
olhos de você, Yven.— e com isso ele saiu andando e eu o acompanhei com os olhos enquanto não
desaparecia do meu campo de visão, ansiosa pelo que irá acontecer nesses dias que iremos ficar 24
horas por dia um perto do outro.
Afastando o pensamento, respondi alguns e-mails e decidi voltar ao e-mail enviado hoje de Michael,
então me levantei já alisando minha saia e andando em direção a sua sala, me preparando para olhá-
lo nos olhos novamente depois do meu lembrete sobre o vestido novo.
A merda, onde eu estava com a cabeça quando o lembrei do vestido? Agora ele vai analisar o dia
todo com aqueles olhos predadores que me deixam acesa e por mais que eu pense que estarei
preparada, nada se compara ao fato de eu abrir essa porta e encontrar aqueles olhos acinzentados me
encarando. E como pensei, meu corpo estremeceu em ansiedade assim que abri a porta no entanto, o
encontrei de costas para a porta usando sua camisa preta e colete, me dando a visão completa do seu
corpo musculoso,vestido claro, senti meu corpo formigar com a visão deste homem virado de costas
para mim, o que eu não faria para ser dele? Passando a língua pelos lábios, Michael se virou e me
encarou. Seus olhos estavam escuros, de uma forma cativante e luxuriosa.
— Eu... vim buscar os termos assinados. — falei tentando quebrar o clima que se ergueu entre mim e
ele, que assentiu sem dizer uma única palavra, recuou um passo para trás e com isso me aproximei de
sua mesa para pegar os termos e me vejo trêmula, sedenta pelo meu próprio desejo por ele, naquele
momento senti a tensão no ambiente mudar, o que me deixou extasiada e quando percebi, Michael
estava me olhando como se estivesse esperando alguma permissão minha e eu mordi o lábio e engoli
em seco e de repente ele me alcançou e passou seu braço esquerdo em torno da minha cintura e me
puxou contra seu corpo, nesse instante vi o quão alto ele é, seu cheiro embriagador adentrava em
minhas narinas e deixavam a marca em minha memória e a partir dali eu soube que não esqueceria
nunca seu perfume e tocar seu corpo por cima da roupa, é sensacional, pele firme, corpo formado por
músculos, e com o outro braço ele segura meu pescoço e se aproximou do meu rosto e murmurou —
Como imaginei.. Perfeita — sentindo seu hálito quente em meu rosto, senti meu corpo amolecer ao
ceder o toque do meu chefe.

Meu corpo é um traidor por estar cedendo ao comando de Michael.

Sem eu recuar, dei a permissão que Michael tanto esperava e com isso ele passou o dedo pelo meu
lábio como se admirasse e não demorando muito, soltou um rosnado e me beijou.
Sua boca carnuda devorou a minha, Não foi um beijo gentil, e sim faminto, ele queria e eu também, a
muito tempo eu não beijei nenhum homem, e com certeza esse beijo irá estragar os outros beijos que
terei na minha vida.
Soltando um pequeno gemido, permiti com que sua língua invadisse minha boca, com lambidas
aveludadas, Michael aprofundou o beijo me deixando em estado de alerta, pois eu poderia fazer
simplesmente o que ele quisesse nessa sala e nem me importaria se existissem câmeras.
Gemendo entre o nosso beijo, chupei a sua língua e mordi seu lábio inferior, que gemeu mais alto e
me apertou contra seu corpo, como se não quisesse me soltar mais.

Caramba, ele é gostoso demais, e esta sendo muito perfeito.

De repente Michael me largou com uma expressão incrédula, e me lançou um olhar como se pedisse
desculpas, não, ele não pode estar fazendo isso. Sim, está arrependido, e nesse momento a realidade
caiu pesadamente em minhas costas, meu peito doeu, e tentando recuperar o fôlego, o encarei e ele
parecia fora de si, talvez um pouco assustado ou nervoso. E com um bolo na garganta, eu quebrei o
silêncio para tirar a agonia que aparecia em seu belo rosto e — desculpe, Sr Michael, eu... Me
descontrolei. Não irá mais acontecer. — Michael passou a língua pelos lábios ainda em silêncio e
em seguida passou as mãos pelos cabelos como se tentasse reformular uma resposta para mim mas
muito magoada, apenas desviei os olhos e fui pegar os termos de sua mesa e me retirei em silêncio,
segurando as lágrimas que ameaçavam transbordar do meu peito a qualquer momento, larguei os
anexos na mesa e andei até a escadaria para ir até o banheiro, pois não quero me arriscar no elevador
caso encontre algum funcionário pelo caminho.
Chegando no banheiro, já não existia vontade de chorar, estava bem vivido apenas o desejo de
aprofundar aquele beijo, nunca me senti desse jeito com nenhum homem, e eu quero, eu o quero, não
me importando se ele vai me magoar.
Olhei meu reflexo no grande espelho e vi minha pele corada levemente e minha boca vermelha e
inchada do impacto do beijo. Sem dúvidas, vou neste jantar provar ao Michael que eu sou boa o
suficiente pra desejar e ignorar também. Assim como ele fez comigo.
Assim que voltei a minha mesa, me acomodei na cadeira e vi uma notificação no Skype, pensei se
deveria ler o que estava lá, o pior que pode acontecer é ele se arrepender e me demitir.

Ai meu Deus, e se ele me demitir?

Que droga, pare com isso, Yven. Vou ficar longe dele, e fingir que nada aconteceu, assim como ele
fez. Merda, me sinto muito magoada, não sei por que ele fez isso, quer dizer, não sei o que eu pensei
só porque ele deu alguns sinais que eu interpretei da pior forma possível.

Eu e minha inexperiência com o público masculino

Pensei revirando os olhos e puxando o ar, criei coragem para ver a mensagem, cliquei em cima e
prestei atenção, quando sou invadida por uma onda de alívio.

” Irei almoçar fora. Não voltarei para a empresa hoje”

Dando de ombros, me senti confusa, um misto de tristeza e mágoa com alívio e felicidade se
misturavam em mim, ele nem mencionou a respeito do nosso beijo, não sei se fico ofendida ou
aliviada por isso, mas tudo bem, se é para imaginar que nada aconteceu, assim será.

Vamos ver quem esnoba quem, aqui.

Capítulo 17

A tentativa
Michael Louis Backham
Merda, merda. Eu não consegui resistir a ela. A sua presença me cegou. A vontade que eu estava
sentindo de tê-la em meus braços se tornou insuportável naquele momento, e agora que provei do
beijo dela, estou enlouquecendo. Eu quero mais, quero ela toda. Quero ter seu corpo. Cretino. Tratei
Yven daquele jeito depois do nosso primeiro beijo.

Meu Deus, que beijo foi aquele?

Eu não posso acreditar que reagi daquela forma, e vendo sair da minha sala daquele jeito só me
deixou mais angustiado, eu não consegui falar nada, simplesmente a vi sair, notei que realmente
existem sentimentos por ela, eu gosto dela de verdade e por isso minha reação foi tão ruim, eu
simplesmente não soube lidar com o que senti por ela.
— Merda, Michael, pensa direito — resmunguei para mim mesmo dando voltas na minha sala e
tentando pensar em algo que pudesse me tirar daquela situação e então sentei na minha cadeira, e de
repente fui invadido por um pensamento que tirou o resto da minha tranquilidade, e se Yven pedir
demissão?
Sacudi a cabeça e afastei aquele pensamento, parece que minha mente vai explodir. Preciso sair
daqui antes de perder totalmente o controle, se é que ainda existe algum.
Eu vou para casa, preciso pensar em alguma coisa para trazê-la para mim novamente. Mandei
mensagem para Gregori, que já estava me aguardando no carro como de costume e abrindo meu
Skype, deixei uma mensagem para Yven. Espero que ela não pense pior depois de ver isso.
Minha nossa, se ela soubesse o que fez comigo, se soubesse do poder que possui sobre mim.
Pegando minha pasta e meu celular sai da minha sala e vi que Yven não estava em sua mesa, e
novamente a angustia e a culpa se fez presente, será que ela está bem?
Idiota, é claro que não. Ela deve estar achando que a ignorei, que nosso beijo não significou nada. Ah
se ela soubesse.
Passei pelo corredor e peguei o elevador alguns longos segundos depois, passei pelo hall de entrada
e encontrei Gregori ao meu aguardo, olhei para o céu, estava nublado, parece que vai ter uma
tempestade, bom, o tempo está resumindo meu humor neste momento, e eu estou a ponto de explodir
com o primeiro que se atravessar na minha frente. Já dentro do carro, me confortei no banco traseiro
e fiquei calado quando vejo Gregori se remexer no seu assento e perguntar — Dia difícil, rapaz?
— eu olhei para frente em direção ao retrovisor e encontrei seu olhar e Gregori ergueu uma
sobrancelha como se estivesse cobrando resposta e assenti respondendo a sua pergunta — Não sabe
o quanto — e me calei de novo e dessa vez, Gregori não falou mais nada.
Cheguei na minha casa, peguei minha pasta e coloquei no meu escritório, tirei meu blazer e o
coloquei na cadeira e fui até meu quarto, onde tirei minha roupa e entrei no chuveiro, pensando a
todo momento em Yven, no nosso beijo, na sensação única que tive de tê-la por um momento em meus
braços em como nossos corpos se encaixaram perfeitamente e de repente meu descontrole a arrancou
de mim, merda, soltando um suspiro cansado, me sinto extremamente frustrado
Não sei o que sinto por ela, sei que não é só desejo. Ela tem um corpo maravilhoso, sua boca
carnuda me deixa louco, mas também fiquei encantado com seu jeito, sua garra e língua afiada ou até
mesmo a forma que me desafia.
Droga, eu preciso saber se ela me quer tanto quanto eu.
Eu preciso dela, quero ter o corpo dela para mim, assim como o meu será dela.
Fiquei com tesão quando ela disse que iria para a academia, nunca fiquei com tesão por mulheres
suadas, mas imaginar Yven com roupa de academia e suada me deixou louco. Ao ouvi-la me chamar
de chefinho então? não consigo nem comentar o quanto ouvir aquilo me agradou.
Enrolado na toalha, saí andando até meu quarto e coloquei um calção de cetim preto e fui até a
cozinha, peguei uma taça de vinho para mim e voltei para o escritório, liguei meu mac e comecei a
trabalhar.

Concentrado na planilha, recebi o seguinte e-mail de Karl.

Boa tarde, Senhor


Conforme havia me pontuado, falei com a Senhora Clarita para que preparasse o quarto de
hóspedes para a senhorita Cobalt.
Até terça-feira, senhor.
Boa viagem.
Karl Mads

Isso quer dizer que Yven vai ficar na minha casa durante nossa estadia em Londres, perfeito. Será que
ela vai jantar na casa dos meus pais essa noite? me perguntei apertando minhas têmporas sentindo
algumas fisgadas de dor de cabeça.
Ela não confirmou se iria, mas de qualquer forma, acredito que ela vá, pois foi meu pai quem
convidou, não o babaca que a beijou igual a um tarado e a largou como se ela tivesse sido um erro.
Voltei a atenção às minhas planilhas, preciso me concentrar no trabalho, para minha cabeça funcionar
direito e assim eu consegui pensar em algo que eu consiga trazer Yven de volta para meus braços.

“Senhor Michael? “

Recebi a notificação do Skype. Yven estava ame chamado, Deus, ela vai me matar, toda vez que
recebo algo com seu nome, eu me sinto tentado por ela.

“Sim…” enviei a mensagem um pouco ansioso e até mesmo um pouco esperançoso.

“A senhorita Markenzy está aqui, insistindo em vê-lo. “

Congelei. Merda.

Laura está em New York, e eu conheço o temperamento de Laura, ela vai ser desagradável com a
Yven. Preciso mandar essa mulher embora, antes que ela destrua minha vida.

“Estou indo. Mande-a entrar na minha sala e feche a porta, por favor. “

Falei deixando o mac aberto e andando em direção ao quarto, enquanto pego meu celular e ligo para
Gregori que no segundo toque atendeu a chamada
— Preciso voltar para a empresa, Laura está aqui. —
Capítulo 18

O segundo beijo da sorte


Yven Laren Cobalt
O tempo voou até as 14:30, depois daquele recado de Michael, acabei me concentrando no trabalho
para esquecer os últimos acontecimentos. Não. Não quero esquecer aquele beijo. Mesmo me
sentindo insultada pela frieza que o dominou e o levou a me tratar daquela forma, prefiro ficar com
aquelas lembranças deliciosas na minha mente, e mesmo que tenham se passado horas, meu corpo
ainda formiga pelo toque dele, o que deve ser isso? Será que estou apaixonada por ele? Sacudindo a
cabeça, tentei afastar um pensamento que me fez sorrir e ao mesmo tempo estremecer, pois acredito
que Michael não se entrega a sentimentos.
Voltei a me concentrar quando entra no meu campo de visão uma mulher loira, alta, elegante, vestida
com um elegante vestido de verão creme e sapatos vermelhos, a cor dos lábios era um nude claro
realçando a cor de seus olhos azuis.
— Olá, eu quero falar com Michael Louis Beckham, por favor. — disse a loiríssima falando com
uma voz arrastada no inglês e eu a encarei e engoli em seco tentando controlar a dor em meus
coração — O Sr. Michael Louis não voltará para a empresa esta tarde. —
Erguendo a sobrancelha em uma expressão seríssima, a moça ergueu a sobrancelha e me olhou feio
pousando as mãos em minha mesa e se apoiando em minha frente e disse — Ligue para Michael, e
diga que Laura Markenzy está esperando. — ela se virou e sentou-se elegantemente na poltrona.
Meus nervos ficaram à flor da pele com a má educação dela. Que garota ignorante.
Não fiquei intimidada, porém fiquei nervosa porque conheço os meus limites e sei que se ela
continuar a me tratar desta forma, vou acabar sendo demitida e com isso resolvi deixar o meu orgulho
de lado e avisar Michael sobre a visita de Laura. A sua namorada provavelmente…

E esse pensamento fez meu coração sangrar

Após informar meu chefe sobre a presença de Laura, logo decidi trocar o mínimo de palavras
possíveis com ela. Puxando o ar para meus pulmões, fechei os olhos e me acalmei, levantando- me
andei até chegar na frente dela e disse tranquilamente — O sr Michael está a caminho. Pode
aguardar por ele em sua sala, por favor. — e estendi a mão para que ela me seguisse e assim ela o
fez, e deixei com que entrasse e fechei a porta atrás de mim.
Andei de volta à minha mesa e tentei encontrar forças no meu interior para não sair correndo e
gritando igual a uma louca por aí, os acontecimentos de hoje estão sendo bem pesados, mas um alívio
temporário me invadiu quando lembrei que hoje é sexta-feira.
Concentrada, comecei a digitar furiosamente no meu teclado, já avisei Karl, o assistente do Michael,
que eu iria ficar em um quarto de hóspedes na casa dele, mas preferia estar no mesmo quarto que ele.
Sacudindo a cabeça para afastar esses pensamentos impróprios, decidi levantar e ir pegar um café
para mim pois já eram 16:10 da tarde, ao me levantar tropecei no carpete e acabei derrubando
minhas canetas no chão e ouço passos bem próximos de mim porém não imaginava estarem tão
próximos assim....
— Ai...— murmurei quando fui atingida por alguém que me derrubou de bunda no chão e em seguida
vejo sua figura alta e elegante se ajoelhando a minha frente para me pegar no chão e assim que meus
olhos encontraram seu rosto, vejo um leve sorriso se formar no rosto do meu chefe.
— Pequena, me desculpe... — Michael se levantou com agilidade e firmeza e me puxou para cima
junto com ele, para que eu firmasse os pés, e com isso pousou a mão no meu braço e perguntou —
Está tudo bem com você? — confirmando com a cabeça respondi tentando controlar os pulos do
meu coração — vou sobreviver, obrigada — e ele assentindo fez uma expressão de quem estava
bravo e questionou — Laura falou alguma merda para você? — Ele parece muito bravo nesse
momento, e negando com a cabeça decidi responder neutra — ela só foi insistente, nada fora do
normal. — me senti corajosa naquele momento e quis mostrar para ele que sabia do seu romance —
Nada mal para ser sua namorada. — falando aquilo, decidi virar as costas e sai andando em direção
ao elevador, para dar uma arejada depois dessa cena toda e principalmente para comemorar meu
pequeno triunfo em cima do meu adorável chefe, por isso não dei nem a chance de ele explicar algo,
se é que iria explicar...

Merda, por que ele fez aquilo?

Ele não podia ter feito aquilo comigo. Pensei que tínhamos uma conexão desde o início e por incrível
que pareça eu só me enganei, eu mesma me iludi, que engraçado.
Chegando na cozinha, olhei para a cafeteira, mas não senti vontade de tomar uma xícara de café e
então decidi levar um copo de suco de laranja, já que está acabando meu expediente, não vai ter
problemas com este líquido refrescante.
Peguei o elevador já dando algumas bicadas no meu suco, já estava bem mais tranquila em relação
ao romance do meu chefe, ciente que eu sou a responsável por todo sentimento que nutri por ele
desde o evento beneficente até aqui, e então decidi deixar aquilo de lado e tomar uma quantidade
maior do suco, assim que o suco passou pela minha garganta, soltei um gemido baixo de satisfação, e
me concentrei no sabor concentrado do líquido.

Nossa, isso é delicioso. deveria ter trazido mais..

E então vi aquela mulher grosseira andando furiosa em minha direção, e assim que seus olhos
cruzaram os meus, logo senti a maldade no ar pois ela parou na minha frente e pegou o copo da minha
mão e despejou todo o líquido fresco sobre minha cabeça e olhando para além de Laura vi o rosto do
meu chefe se transformando em uma expressão sombria e com isso ele soltou um grito furioso e Laura
jogou o copo no chão, fazendo com que o objeto se quebrasse em várias partes e eu fiquei ali só
olhando, como uma plateia secreta olhando a briga de um casal e assim que Laura saiu pelo
elevador, olhei para meu relógio simplesmente para não olhar nos olhos de Michael e vi que já eram
17:05 e meu expediente acabou com toda aquela cena de novela, e além disso, eu estava magoada,
irritada e molhada. Droga.

Michael se aproximou de mim e quando fez menção de me tocar eu logo me afastei, pois por mais
que eu quisesse ser tocada por ele, nesse momento, estou me sentindo muito humilhada e ainda fui
rejeitada pela mesma pessoa e no mesmo dia — Eu sinto muito por... — eu ergui a mão para que ele
parasse de falar e foi exatamente o que aconteceu — Michael, controle sua namorada, ou não
responderei por mim na próxima vez. —O olhei com fúria e mágoa nos olhos e simplesmente virei
as costas, peguei minha bolsa e sai sem dar uma última palavra, já estava sentindo lágrimas
ameaçaram a descer em meu rosto e senti apenas que os olhos de Michael estavam em mim, e sai
andando rapidamente para o elevador, e assim que cheguei ao hall de entrada vi uma chuva grossa,
fria e forte caindo do céu, e consegui ver o reflexo dos meus sentimentos abalados.
Sai andando pela chuva fria que molhava friamente minha pele e molhava meus cabelos, então me
permiti chorar sozinha na rua, senti lágrimas quentes molhando meu rosto frio na rua, não há nenhuma
pessoa que tenha se arriscado na chuva, só uma iludida como eu mesmo.

Muito bem, Yven.

Meus parabéns por se apaixonar por um homem indomável e inalcançável como Michael.

De repente ouço alguém gritar meu nome, com a voz trêmula, como se tentasse recuperar o fôlego.
Como se tivesse corrido atrás de mim...
Assim que vi meu chefe sem blazer e todo ensopado da água da chuva, meu coração acelerou.
Ele correu para vir falar comigo? Não acredito.

Tentei manter minha calma desviando os olhos dele para a estrada e depois para ele novamente, e a
cada passo dele, seu corpo se definia pela camisa branca que estava usando e que abraçava cada vez
seu abdômen molhado, aquela visão me deu água na boca.
— Me perdoe pelo comportamento dela — Michael falou parando em minha frente e eu o encarei e
disse — Se ela sonhar que você está aqui, vai criar confusão e eu... — me interrompendo
Michael se aproximou e automaticamente recuei um passo e sem deixar passar esse detalhe, ele disse
com uma certa segurança sendo transmitida enquanto me olhava — ela não é nada minha, acredite em
mim. — Me analisando dos pés a cabeça ele diz — você está muito molhada, me deixe cuidar de
você, prometo deixá-la em casa. — Michael falou com um olhar que me ganhou mais uma vez,
porém dessa vez será diferente, não vou ceder. Não posso. Seu olhar implorava para que eu aceitasse
seu convite e com isso confirmei com a cabeça e ele acenou com a mão e o grande sedan preto que vi
ele desembarcando pela manhã deu a ré em nossa direção e assim desceu Gregori com um guarda-
chuva nos protegendo da chuva e em seguida estendeu um manto para meu chefe, que o colocou com
delicadeza em meus ombros, me aquecendo, nesse momento me senti agradecida e meu querido
chefe me guiou com firmeza até a entrada do carro, onde eu hesitei por um momento mas acabei
entrando e ele entrou logo atrás.

Em silêncio, direcionei minha atenção para a janela, vi que já estávamos em movimento, só não sabia
para onde iríamos, mesmo assim permaneci em silêncio sem ter algum questionamento em minha
cabeça, pois confio nele e sem querer, olhei para ele e o vejo me encarando, atento e todo molhado e
mordendo o lábio estremeci ao ver que ele me olhava com tanta intensidade, como se esperasse
alguma reação ou pergunta.— Ainda está com frio? — meu chefe perguntou erguendo a manga de sua
camisa, mas ainda me olhando como se estivesse preocupado de verdade e eu assenti em silêncio,
confirmando estar com frio quando meu chefe se aproximou de mim, me causando aquelas mesmas
sensações que eu só sentia com ele pela nossa aproximação e jogou seu braço em cima de meu
ombro, e uma onda quente me invadiu, me deixando mais aquecida e confortável.

Minha nossa, ele é muito quente.

— Precisamos conversar, pequena — Michael murmurou me olhando como se devêssemos


satisfações um para o outro, me fazendo acreditar que a sensação de nos pertencer um ao outro não
estivesse somente em mim, pois ele pareceu aliviado quando confirmei com a cabeça.Assim que o
carro parou, Michael se afastou e abriu a porta para descer e eu o acompanhei com os olhos, vi que
sua roupa estava menos molhada e com isso, não revelava tanto de seus músculos, que só em lembrar
do formato elegante de seu corpo, senti meu coração acelerar…De volta a realidade, assim que meu
chefe saiu do carro, ele estendeu a mão para que eu o acompanhasse e assim sai do carro sentindo o
toque quente e firme em minha mão, e assim que desci do sedan, me deparei com um luxuoso prédio
que é exatamente, a cara do meu chefe, antes de ir morar sozinha eu já havia passado aqui na frente,
essa construção é um prédio revestido de espelhos escuros, em uma forma longa e elegante que mais
se parece com um castelo moderno, é de tirar o fôlego, este prédio combina muito com Michael,
elegante, dominante e único.Entrando pelo hall de entrada não consegui prestar atenção em mais nada
quando meu chefe pegou minha mão delicadamente e a puxou para segui-lo, e assim o segui curiosa,
ele estava me levando para seu apartamento para cuidar de mim, talvez se sentindo culpado pelo que
a namorada ou ex namorada fez comigo e este pensamento me fez estremecer e sorrir sem querer
fazendo com que Michael direcionasse seu olhar em mim e me visse sorrindo, e com isso, sua
expressão de preocupada e cuidadosa passou para tranquila. Assim que entramos, vi meu chefe
clicando no painel para que fossemos direto para a cobertura, meu estômago remexeu e me senti
inquieta aqui do lado dele, estava sentindo aquela tensão entre nós novamente e arrisquei um olhar
para ele e vi estar mordendo o lábio com os olhos direcionados para o mostrador acima de nossas
cabeças e puxou ar em silêncio, acredito eu, que seja para manter a calma.

A porta se abriu e ele pegou minha mão novamente e me puxou para segui-lo e passamos por algumas
portas que não haviam numerações marcadas em nenhuma delas, isso me deixou curiosa, mas
continuamos andando até chegar em uma porta branca, Michael enfiou a chave na fechadura e a girou,
entrando primeiro sem soltar minha mão, acionou o interruptor que iluminou os cômodos elegantes do
cômodo. As paredes eram brancas com luminárias cromadas e seus móveis de um tom escuro que
deixava o ambiente totalmente aconchegante e masculino, me direcionando para o sofá, meu chefe diz
— você prefere tomar um banho? Eu colocarei suas roupas para secar e negando com a cabeça falei
— prefiro ficar aqui e não perder tempo, você quer falar comigo — Falei me sentindo corajosa pela
ousadia de enfrentar alguém tão dono de si, e assentindo ele virou-se e ligou o ar condicionado para
me aquecer e diz — vou pegar café, você quer também? — Michael perguntou já andando em direção
a algum cômodo sem nem esperar minha resposta enquanto eu estava confortavelmente sentada em
seu sofá, tirei meus sapatos e fiquei descalça, soltei os cabelos que estavam úmidos e os deixei secar
sobre o ar quente ouço seus passos mais próximos e virando-me para a entrada onde meu chefe saiu
me deparo com duas xícaras de café em suas mãos, e não deixei de notar que ele também gosta de
café com leite.. Suspirei tentando controlar minha hesitação e esbocei um leve sorriso. Em seguida,
me entregou uma camiseta sua e um robe peludo, e me direcionou a uma sala afastada onde eu
pudesse me trocar, mas vejo ser um banheiro social, onde tem um chuveiro e não resisti e acabei
tirando minhas roupas e entrei no chuveiro para me aquecer.

Logo após eu terminar meu banho, me sequei e vesti a camiseta e o robe e logo enrolei a toalha nos
cabelos para tirar o excesso de água deles e sai do banheiro em direção a sala de visitas, e sentando
ao lado do meu chefe, ele me entregou a caneca e se acomodou até ficar de frente para mim e ficou
me analisando por um tempo com um brilho nos olhos, é o mesmo olhar de quando ele fica me
analisando por longos segundos, até que diz — vou falar para você, o que nunca falei para nenhuma
outra mulher. — eu engoli em seco e permaneci em silêncio para ouvir o que ele tinha a me dizer, ele
estava sério e isso me preocupou — Conheci Laura quando fui homenageado em um evento a 4 anos
atrás, ela foi minha noiva por 2 anos. — Michael pausou e eu gelei, merda, ela já teve a chance de tê-
lo para si, senti uma dor desconhecida, mas continuei calada, não sei se fiz alguma expressão para
Michael que ele assentiu e continuou a falar — Na noite em que faríamos 2 anos, eu iria ter um
evento para comparecer e Laura disse estar indisposta… dor de cabeça… e aceitei que ela ficasse,
sem questionar por que iria fazer uma surpresa para ela, comprei as flores que mais gostava, a joia
que mais combinava com ela… — meu chefe estava sorrindo, mas era um sorriso amargo que ganhou
seu rosto lindo e as informações foram me atingindo e eu murmurei calmamente para não perder
nenhum detalhe — prossiga por favor. — e ouvindo isso seus olhos brilharam e ele assentiu e soltou
um suspiro — Encontrei Laura na cama com outro, ele bateu nela, e eu o soquei e acabei descontando
toda a minha raiva nele e depois disso terminei tudo com ela. —Paralisei com as informações.Como
ela tem coragem de fazer isso para uma pessoa?Especialmente uma pessoa que se dedicava tanto a
ela? Uma pessoa que provavelmente a amava tanto..Senti uma vontade imensa de socar a cara
daquela vaca. — Michael, eu… sinto muito, Estou tão envergonhada por ter feito você lembrar disso
— falei pousando a mão em seu braço na tentativa de reconforta-lo, ele estava de cabeça baixa, mas
assim que sentiu meu toque ergueu o queixo e olhou para mim, falando — eu não sinto, tudo o que
houve, as coisas que aconteceram… me fizeram chegar onde estou hoje, e agora, tenho você aqui
comigo — ele pegou minha mão que estava um pouco trêmula e a apertou olhando em meus olhos —
sei que agi como um canalha hoje a tarde, eu… Simplesmente perdi o controle, eu nunca misturei
relação profissional com pessoal, mas você… — ele disse me encarando com um jeito tão doce que
fez meu coração bater descompassado e continuou — preciso ter a certeza que você sente a conexão
que eu sinto. — ele deixou a caneca no chão e se ajoelhou a minha frente, me olhando com um brilho
em seus olhos que estavam me deixando encantada e continuou a falar — você sente? Me deseja tanto
quanto eu desejo você? — Eu mordi o lábio, meus olhos lacrimejando e confirmei com a cabeça, não
acreditando no que eu estava ouvindo.

Meu chefe me quer? Ele me deseja mesmo?Depois de tantos sentimentos conflitantes, aqui
estávamos nós.

— Michael, eu não sei o que está acontecendo entre nós, mas nunca senti nada parecido por alguém,
mas pela sua reação de hoje a tarde, não podemos deixar isso fluir. — falei para ele, tentando me
controlar para simplesmente não agarrá-lo e beijá-lo ali mesmo, pois apesar de todo o desejo e
atração que sentimos um pelo outro, sei que podemos misturar tudo e assim atropelar toda a relação
profissional que temos e que teremos futuramente.

— Meu Deus, Yven — ele me olhou com frustração e continua — Você não percebe o que faz
comigo? Eu não consigo mais acreditar no amor, mas também sei que não consigo mais ficar longe de
você — ele falou levantando-se e passando a mão pelos cabelos, como se aquilo fosse trazer a
solução para o nosso problema.— Por que você não acredita no amor, Michael? — perguntei para
saber o que ele pensa a respeito, para entendê-lo melhor, pois eu quero conhecê-lo antes de desejar
mais do que eu já o desejo.Franzindo a testa em sinal de confusão Michael responde — Eu apenas
me decepcionei muito com quem pensei que me amava. Não sei se de fato amei a Laura - Michael me
encarou e sentou no sofá ao meu lado e eu assenti e perguntei — ela procurava você há muito tempo?
— ele negou com a cabeça e respondeu — antes de vir para new York, ela havia me mandado uma
mensagem bem presunçosa, e eu a ignorei, depois da minha viagem, tive que voltar para Londres
duas vezes porque ela invadiu minha casa. — Michael falou e eu assenti um pouco chocada, ela deve
realmente ser louca, ter o coração e o corpo de um homem como Michael e jogar tudo fora por
simples momentos, isso é inacreditável…De repente senti Michael me encarando, vejo perigo em
seus olhos, o perigo mais sensual que já vi em toda a minha vida, aquela eletricidade está entre nós
novamente e dessa vez não quero fugir, não. Eu quero ele, ao menos uma única vez, depois me
responsabilizo com o que vai acontecer.Me aproximei dele, não me importando por tomar a
iniciativa e quando vejo-o lambendo os lábios senti algo dentro de mim latejar, e guiada por um
instinto feminino e faminto, pulei em cima do meu chefe, que segundos depois já estava me
prendendo em seus braços devorando minha boca, apertando-me contra seu corpo, corpo firme e
musculoso, me deixando arrepiada e entorpecida, nem senti quando soltei um gemido pelo prazer
daquele beijo tão desejado e com isso Michael adentrou minha boca com sua língua faminta, e eu
adorando seu beijo, me derreti em seus braços, sentada em cima de suas pernas, prendendo seus
cabelos em meus dedos e o beijei com fervor e meu chefe gemeu em resposta quando me remexi em
cima dele, sentindo sua ereção pressionando meu ponto sensível através da minha calcinha, meu robe
aberto permitiu com que minhas pernas se abrissem para recepcionar o seu quadril largo e com um
último gemido Michael rugiu e se ergue comigo ainda em seus braços e me jogou no sofá e se
posicionou no meio das minhas pernas, me atacando com sua boca novamente, nesse momento, já
estou dominada, e estava adorando todo o poder que ele tem sobre meu corpo, ele está fazendo eu me
sentir desejada e isso foi o empurrão que eu precisava para desejar ir para cama com um homem
depois de tudo o que presenciei quando mais jovem, porém, ainda fiquei com medo, pois não sei se
deveria falar para ele, o que realmente me deixa travada na hora de ter uma relação sexual com um
homem, não que eu já tenha tentado depois de tudo o que presenciei, mas…Tentando me afastar,
Michael protestou e me encarou ainda sobre meu corpo e perguntou ainda em cima de mim — tudo
bem? Eu fiz algo errado? — parecendo preocupado de verdade fui atingida por uma onda de alívio,
por saber que ele se preocupa comigo e negando com a cabeça eu respondi — precisamos… — e
respirei fundo tentando me recompor o encarei e os seus olhos mostraram a confusão e eu resolvi
terminar minha linha de raciocínio — mesmo que não tenhamos um relacionamento sólido, preciso
que seja devagar, afinal você é meu chefe e.. — antes de completar, Michael me interrompeu e disse
— eu não sei o que irá acontecer conosco, pequena, mas, você se tornou minha, no momento em que
esbarramos naquele evento. E agora que provei do seu beijo, não quero mais ninguém — fiquei sem
folego ao ouvir aquilo, por dentro estava saltitando e dando piruetas, mas por fora fiquei paralisada,
e Michael me cutucou para ter alguma resposta e eu me remexi e ele levantou e me ajudou a sentar no
sofá, completamente sem jeito, Michael ajustou meu robe em meu corpo e então perguntou mundando
de assunto e quebrando o momento constrangedor para mim — Você sabe que meus pais vão me
matar se você não ir ao jantar desta noite, não é? — seu tom brincalhão me tranquilizou e eu assenti e
sorri em resposta — Fique tranquilo, estarei lá, Chefinho — e com isso meu chefe levantou sua mão
até a minha bochecha e diz com um tom de voz sedutor — Não me provoque, pequena. Estou louco
para deitar você nesse sofá e te beijar a noite inteira — meu corpo reagiu imediatamente, já
imaginando como seria ficar a noite toda com ele e sorrindo ele continuou — vou levá-la para casa,
pequena. Depois pedirei para que Gregori vá te buscar. — neguei com a cabeça e respondi — o
motorista da minha mãe irá me levar. — e com isso ele assentiu e me deu um longo beijo na testa
antes de levantar e voltar com a minha roupa que agora está seca, sem vestígios de que um dia esteve
molhada da chuva. E de suco de laranja...Voltei ao banheiro social e me vesti, quase me
arrependendo de querer ir embora, mas eu preciso me preparar para o jantar na casa dos Backham,
com esse pensamento fiz um rabo de cavalo no meu cabelo, pois está grosso e amassado, ciente de
que assim que chegar em casa vou ter que cuidar disso aqui, e sai andando em direção a sala e
encontrei Michael vestindo uma calça moletom escura e uma camiseta também escura me fazendo
imaginar coisas com aquela visão que me deu água na boca, e nesse momento desejei fortemente
voltar para o sofá com ele e então ele sorri diabolicamente e murmura — Se você continuar fazendo
essa cara, eu não deixo você sair daqui — e imediatamente ruborizei, pois fui pega no flagra e ele
sorri e se aproxima estendendo o manto em meus ombros novamente, abaixo-me para pegar minha
bolsa e saímos andando até o elevador sem nenhum constrangimento nos atingir.
Chegando no estacionamento, meu chefe andou ao meu lado e passamos por uma fila de carros de
luxo, e um deles me deixou boquiaberta, não tem como negar, este carro é a cara do meu chefe, mas
preferi não falar nada e ele então passou a minha frente e levantou a porta do carro que me deixou
encantada, um modelo Maserati MC 20 preto, fiquei ali babando no carro e ele soltou uma
gargalhada tão gostosa que nunca vou esquecer e estendeu a mão para que eu entrasse, fiquei
encarando-o e entrei, em seguida ele se abaixou até ficar próximo do meu rosto e colocou meu cinto
de segurança e eu sem conseguir esconder minha timidez sorri para ele que também sorriu
abertamente e me deu um beijo na ponta do nariz se preparando para baixar a porta, aquilo me fez
sorrir igual a uma menina e o observei dando a volta para entrar no carro e assumir seu lugar no
banco de motorista.O trajeto até a minha casa foi tranquilo, seguimos em silêncio, mas nada
constrangedor. Apenas curtindo a presença um do outro, tanto que acredito que meu chefe preferiu ir
devagar para ficar um pouco mais comigo. Ao menos é o que minha consciência já iludida me diz.

Não seja boba, Yven. Michael tem coisas muito melhores para fazer.

Mesmo eu me auto sabotando mentalmente, estava me sentindo feliz e esbocei um leve sorrisinho que
foi impossível segurar, mas esse pequeno sorrisinho foi captado pelos olhos de Michael, que
arqueando a sobrancelha, esboçou um sorriso leve e perguntou em seguida — Em que está pensando,
pequena? — ouvindo isso, neguei com a cabeça e soltei uma risada baixa e murmurei — nada muito
importante. — e o encarei para confirmar a minha fala, e confirmando com a cabeça, Michael
estaciona o carro e eu fico espantada por já estar em casa e quando fiz menção de sair do carro ele
pegou minha mão e me olhou como se pedisse para esperar e assim eu obedeci pelo pedido.— Eu sei
que pode parecer complicado… — ele fez uma pausa parecendo nervoso e continua — afinal, nem
eu sei o que está acontecendo entre nós, mas estou muito feliz por ser com você. — Meu chefe
sussurrou aquelas palavras que me alegraram ainda mais, me despertando vontades inimagináveis. Eu
sei que ele é homem, bruto, másculo, viril, mas é tão dócil e meigo que eu não suportaria ter algum
relacionamento com ele e perdê-lo depois, pois sei que isso acabaria comigo, e sei que tudo isso, é
influência do meu pouco amor-próprio, pois deveria ser eu acima de qualquer coisa, mas algo em
mim sempre parece querer ser aprovada por todos e isso me assusta, mas aqui com ele, estou fazendo
uma promessa secreta de que eu estarei sempre me colocando em primeiro lugar, e começará agora.
— Michael, também estou feliz em conhecer você, e independente de qualquer relacionamento que
tivermos, estou feliz que seja com você. — após eu ter a coragem de falar isso e ainda assim me
sentir tão bem comigo mesma, eu esbocei um sorriso sincero e Michael lançou um olhar tão meigo
para mim, que naquele instante tive a certeza de que estava certa em relação ao meu amor-próprio e
que estava pertinho de me apaixonar por ele, e como se ele soubesse o que eu estava sentindo, ele
pegou meu queixo com seus dedos longos e virou meu rosto plantando um beijo demorado e
delicioso na minha bochecha e em seguida subiu para a testa.

Nunca mais vou querer estar com outra pessoa que não seja você, chefinho…
Tenho certeza disso.

Minha cabeça me alertou fortemente e isso me deixou nervosa, causando uma ansiedade para respirar
um pouco longe dele. Não que, eu quisesse me afastar dele, porque, na verdade, eu não queria, mas
sei que para eu ter amor-próprio vou precisar ter mais espaço, pois assim esse relacionamento terá
base e será mais forte.— Preciso ir, até daqui a pouco, então — murmurei tentando parecer tranquila
e tirando meu cinto com agilidade, quando vejo meu chefe me olhando como se eu fosse a única
mulher do mundo e eu estremeci e perdi a capacidade de falar e como se ele soubesse os efeitos que
estava causando em mim, ele sorri e falou — até daqui a pouco, pequena. —Michael tirou seu cinto
de segurança e abriu a porta com a mesma elegância de sempre, e deu a volta no carro para abrir a
porta para mim, e assim que me pus de pé, e andei em direção a porta sentindo minhas pernas moles
por conta dos acontecimentos das últimas horas e assim que coloquei a chave na fechadura Marcelly
abriu a porta e viu o belo carro do meu chefe ainda estacionado ali na frente e em seguida logo partir,
ruborizando, olhei para ela e sorri nervosa e ela sorrindo perguntou com curiosidade — seu
namorado? — neguei com a cabeça e respondi quase que com uma euforia — longe disso, é meu
chefe. Resolveu me dar uma carona. — e com isso começamos a rir e Marcelly diz arqueando a
sobrancelha — Sei... — e soltando uma gargalhada ela diz — preciso ir, tenho um encontro esta
noite, até amanhã. — sorrindo eu murmurei — Então bom encontro para você — e jogando um
beijinho para mim, ela se despediu e saiu rapidamente, enquanto eu entrei e passei a chave pela
fechadura e já subi a escada em direção ao meu quarto.Meu Namorado? Será?Só em pensar na
possibilidade, eu já fiquei cheia de expectativa.Imagina, namorada do maravilhoso e poderoso
empresário Michael Louis Beckham. Uau...Sorri sacudindo a cabeça e logo que cheguei na cozinha,
abri minha bolsa para pegar meu celular, quando me deparei com o horário. Putz… Já são 18:20.
Derek virá me buscar às 19:30. Então fui para meu quarto, já tirando a roupa pelo caminho entrei no
chuveiro para um banho rápido, lavei meus cabelos em seguida, me enrolei na toalha, e enrolei uma
toalha no cabelo estilo Carmem Miranda e fui para meu closet escolher minha roupa.Vasculhando
cada item no meu closet, comecei a revirar os cabides, procurando por algo simples, bonito e sexy,
quando dentro de uma embalagem grossa encontrei um vestido que provavelmente não usava a um
bom tempo, e logo que tirei a capa protetora, vejo que é um dos vestidos novos que já estavam no
closet quando cheguei. Presente da minha mãe, com certeza.O vestido era um espetáculo, seu tecido
era de tule rosa chá, comprimento até os joelhos e com bordado prateado, e com essa belezura em
mãos, vejo que já tenho meu escolhido. Sim, é este que vou usar.Peguei o cabide com o belo vestido
e o coloquei em cima da cama e escolhi sandálias de salto na cor nude, um dos meus preferidos e os
coloquei ao lado da cama. Chegando em frente a penteadeira peguei meu secador e escovei meus
cabelos, pensando em uma possível reação do meu chefe, caso nós chegássemos a fazer amor.

Como seria fazer amor com ele?


Como será que ele irá me tratar antes e após a relação? Será que eu iria ser boa o suficiente?

Depois de alguns minutos, senti meu couro cabeludo pinicando e logo sinto um calor dolorido no
local, merda, o secador de cabelo ainda está apontado para a minha cabeça e sacudindo a cabeça,
tentei me concentrar na minha tarefa aqui, agora.Assim que terminei de arrumar meu cabelo, me senti
poderosa, pronta seduzir o meu chefe, e fui até minha gaveta de lingerie e escolhi as peças na cor
rosa também, que combinam muito com o tom da minha pele, calcinha fio dental e sutiã meia taça de
renda. Coloquei meu vestido e calcei meus sapatos, peguei a minha bolsa de mão prateada e coloquei
meu gloss, celular e carteira dentro e já me sentindo pronta para matar, dei uma última olhada no
espelho, e então senti meu celular vibrar na carteira e vejo que já são 19:25 e Derek está com o carro
estacionado me esperando para sairmos.A sensação que tenho é como se existissem borboletas
voando dentro do meu estômago, uma ansiedade me dominando como nunca senti antes.

O que será que poderá acontecer esta noite?


Simplesmente me renderei a ele...

Assim que Derek me deixou na casa da família Backham, eu hesitei um pouco antes de sair do carro,
minhas mãos estavam suando, estou me sentindo tensa, e nem encontrei Michael aqui ainda. Abrindo
a porta para que eu saísse, Derek murmura — Srta. Yven, irei aguardar sua ordem para vir buscá-la.
— assentindo esbocei um sorriso em agradecimento como resposta, já que perdi a capacidade de
falar, e ele entrou em seu carro e saiu, olhando ao redor, permaneci imóvel admirando o ambiente,
um jardim incrível se estendia à minha frente, havia uma pequena ponte cercada por pedras brancas e
pequenas luminárias também no tom claro, acredito que seja tipo um bosque coberto, pelas folhas da
bela árvore, com certeza preferiram usar a árvore como paisagem natural, e fizeram uma ótima
escolha.
Descendo um degrau, após o outro, andei tranquilamente através da passagem de pedras acinzentadas
no chão, assim que cheguei à ponte, vejo um banco cinza-escuro com uma mesa branca e em cima
uma luminária revestida de pequenos cristais.Me aproximei ainda mais da proteção da ponte e
permaneci ali imóvel, me sentindo tranquila e em paz quando comecei a sentir uma tensão me
dominar, meu Deus… Sentia olhos sobre mim. Estou sendo observada e sei quem está aqui, parado
em algum lugar.Encontrei meu lindo chefe apoiado sobre a árvore com as duas mãos nos bolsos e
com uma expressão séria no rosto, assim que me virei totalmente para encará-lo, seus olhos passaram
lentamente pelo meu corpo e o vejo mordendo o lábio e nesse instante, eu tive a certeza que ele
aprovou meu look e ainda em silêncio, ele se afastou da árvore e veio andando até mim, com sua
sensualidade e controle natural que só encontrei nele, e analisando-o de cima a baixo, vejo que ele
está usando um jeans preto e uma camiseta preta que veste perfeitamente bem em seu corpo
esculpido, deixando seus belos braços bem à mostra, e depois de eu babar pela visão dos Deuses que
é esse homem, ele pegou em minha mão, e me olhando muito sério, ele murmurou — Eu… Fico feliz
por você ter vindo. — E com isso apertei sua mão delicadamente e respondo piscando devagar meus
cílios — não perderia este jantar por nada, Chefinho. — E sorrindo pelo meu comentário, Michael
murmurou — Vamos ver até quando você irá me desafiar, pequena. — e sorrindo maliciosamente, ele
aperta novamente minha mão — está pronta? — aquela simples pergunta me pareceu de duplo
sentido, mas assenti e murmurei — Sim, estou — e com isso ele me puxou pela mão, me
tranquilizando em silêncio, a tensão que sentimos um pelo outro estava ali, quase palpável e acredito
que ele sinta também, pois parece um pouco inquieto assim como eu.

Assim que entrei na casa, passando pela porta que meu chefe abriu para que eu passasse, logo fomos
recepcionados pelo Sr e Sra Beckham, que sorrindo se aproximaram de nós em uma alegria
contagiante.— Querida, como é bom ver você — Karyl me cumprimentou com um abraço apertado e
demorado, e em seguida me soltou e se aproximou de Michael que acabou de comprimentar seu pai,
que se aproximou de mim e murmurou — Querida, pensei que iria recusar meu convite. — Eu neguei
com a cabeça e respondo — Eu não poderia recusar, vocês foram tão amáveis comigo, aliás, fico
feliz por me convidarem. Obrigada — sorri me sentindo muito grata e com isso Louis abraça o filho
novamente e o direciona até a sala de visitas e Karyl sorrindo perguntou — está com fome? Estou
preparando um Strogonoff de camarão, espero que goste. — Ela falou timidamente dando de ombros
e se desculpando e eu ofereci um sorriso e respondo — Um dos meus pratos favoritos, posso ajudar
em algo? — negando com a cabeça ela responde — não querida, pode ir para a reunião com os
senhores. — Ela respondeu revirando os olhos e sorrindo eu assenti e me direcionei até a sala, onde
Michael e Louis estavam conversando e me encararam assim que parei na entrada da porta, notei que
meu chefe me direcionou um olhar carinhoso que deixou minhas pernas bambas e em resposta
devolvi um sorriso, e o Sr Louis, que era nossa platéia silenciosa direcionou sua atenção para o filho
e depois olhou para mim novamente e com uma expressão suave estreitou os olhos e sorriu em minha
direção e se aproximaram do sofá onde estendem a mão para que eu fique a vontade, e eu me
acomodei assim que ambos se acomodaram à minha frente.

— Querida, estava falando para Michael, sobre os desvios que estão ocorrendo em nossa empresa.
— assenti em silêncio ouvindo-o atentamente e ele prosseguiu — Michael falou que em sua empresa
ocorreram desvios neste meio tempo que esteve aqui. — Eu fiquei boquiaberta, realmente é verdade
aquele e-mail do Karl e com isso perguntei — Já foi consideraram a hipótese de que são as mesmas
pessoas? — Michael me encarou e diz se virando ao pai como se tentasse lembrar de algo —
conversei com um homem que alega ter conversado com você sobre uma futura sociedade.
Obviamente estranhei, e o dispensei. Ele virou meu suspeito. Pedi a Gregori que seguisse seus
passos para todos os lugares. Sabemos que ele está atualmente em Londres, a suspeita que tenho, é
que tem pessoas trabalhando com ele nas duas empresas… — e pensando na situação eu murmuro —
Pode ter algum informante em comum em ambas as empresas, precisamos ver quem são os últimos
contratados — Assentindo Michael continua — Esse homem que veio no escritório ontem esta sendo
investigado a fundo — Meu queixo caiu, ao ouvir isso, pois estão falando de Heitan. e nesse
momento, SrLouis e Michael me analisaram e no rosto do meu chefe há uma expressão de
preocupação e dúvida — Você está bem? — confirmei com a cabeça em silêncio e senti meu
estômago revirar e Michael diz ao Louis — por isso, segunda-feira estaremos indo até Londres,
acredito que já sabemos por onde começar a investigação. — Louis assentiu e permaneceu em
silêncio e Michael prosseguiu — também não descarto a hipótese de desviarem o dinheiro para
investir em negócios clandestinos. — minha nossa, quem seria capaz de fazer isso? Então Louis
passa as mãos pelos cabelos e perguntou — Mas, qual o motivo de pensar isso? — Michael solta um
sorriso frio e murmura — os valores são altos, pai, não estamos falando de 200 dólares. Estamos
falando de 300 mil dólares, em 7 dias. E temos fontes confiáveis em nossas investigações que nos
apontam um dos homens — Louis murmurou uma palavra inaudível e levantou-se quando Karyl se
aproximou para nos informar sobre o jantar que estava na mesa.— Apesar de todos os
acontecimentos — Louis falou quando se sentou em seu lugar a mesa, me olhando — acredito que
você irá trabalhar muito bem com meu filho. — eu sorri em resposta, não consegui conter e Michael
que estava ao meu lado na mesa pegou minha mão embaixo da mesa e a apertou, eu o encarei e ele
esboçou um sorriso lindo de morrer e eu amoleci diante daquela troca de olhares e logo em seguida
ele soltou minha mão e diz ao pai — Yven, mostrou uma capacidade muito grande de trabalhar com
agilidade e sob pressão, e eu admiro quem faz isso. — Louis sorri e diz — isso é muito bom, já
imaginei que ela se sairia bem logo de cara. Mas isso não quer dizer que você deverá pegar sempre
pesado com ela — dito isso, todos nós rimos do comentário e fiquei esperando a Sra Karyl sentar-se
em seu lugar para servir os pratos, e então Michael perguntou — onde está Anthony? — senti meu
estômago roncar, estou morrendo de fome, essa comida está com um cheiro irresistível. — Ele disse
que não poderia ficar para o jantar — Karyl falou com a cara fechada e soltando um suspiro olhou
para mim e eu sorri para deixá-la tranquila, pois estava chateada com a ausência do filho e em
resposta ela me deu um sorriso doce e me entregou um prato para que eu coloque na mesa para
eles.Começamos a comer, e Karyl perguntou — Então Yven, está gostando de trabalhar com o nosso
Michael? — eu dei um gole no meu vinho branco ciente que devo controlar o que penso, pois
ninguém deve saber o que sinto por ele, tranquilamente respondo — ele é exemplar. Já aprendi muito
com ele até agora — e com isso olhei para Michael que estava com o garfo suspenso no ar me
olhando fixamente e por um momento, acredito que ficou tímido por ser o centro da conversa, pois no
fundo, Michael é humano, por trás dessa imponência e máscara fria, existe um homem gentil e
bondoso.

— Eu acredito, que temos muita sintonia para trabalharmos juntos, mãe — Michael rebateu a minha
resposta e me faz sentir um calor gostoso que eu desconhecia.— Espero que dessa sintonia, saia algo
durável e forte — Karyl respondeu olhando de Michael para mim e depois para Louis que assentiu e
sorriu levemente.
Eu senti meu rosto ruborizar, pois senti que aquele comentário não tinha nada a ver com o trabalho, e
sim com as nossas vidas pessoais. Será que eles notaram o que eu sinto? Minha nossa, e se meu chefe
surtar com isso?
O meu medo foi se intensificando a um pânico de ser ignorada quando de repente senti uma mão forte
e quente tateando pela cadeira a procura da minha mão, meu chefe encontrou meus dedos e os apertou
me enviando uma força elétrica que eu conhecia através dele e em seguida cruzou os seus dedos aos
meus e não soltou mais, me tranquilizando, fazendo com que meu medo fosse embora, o medo de que
ele me esculachasse pelos sentimentos que tenho em relação a ele. Depois do jantar, nós fomos até a
sala de visitas, onde havia um piano, e para minha surpresa, Michael se aproximou do banco e se
acomodou, parece que aquele sempre foi o seu lugar, parecia muito feliz e acostumado com aquela
paz que estava sendo transmitida pela canção que brotava de cada tecla que seus dedos tocavam.
Levei alguns segundos para reconhecer a canção, era beethoven. Exatamente a canção que eu ouvia
sempre que abria a minha pequena caixa de música quando menina, a emoção foi tomando conta,
lembrei-me da felicidade que eu tinha quando ganhei aquela caixa de música até ser substituídas
pelas memórias agoniantes que Heitan me causou, não consegui segurar, uma lagrima desceu pelo
meu rosto e neste exato momento Michael me olhou, e de um sorriso magnifico em seu belo rosto, se
transformou em uma expressão de preocupação, vendo-o daquele jeito, sequei os vestígios da
lágrima e sorri para ele, que suavizou sua expressão e finalizou sua canção.Depois dos nossos
aplausos, Michael se levantou do pequeno banco forrado com veludo preto e nos agradeceu
cerimoniosamente, o que nos fez rir do seu gesto teatral, Karyl se levantou e disse — Filho, leve
Yven para conhecer o nosso jardim. Tenho certeza que ela irá adorar. — meu corpo reagiu ao que ela
disse, olhei para meu chefe que estava confirmando com a cabeça e respondeu — eu vou levá-la até
o jardim e depois iremos para casa. — Ouvir aquela frase me causou arrepios pelo corpo que
despertaram meu cérebro para algo que poderia acontecer. Futuramente.

Saindo da sala de jantar, Michael foi a minha frente e abriu a porta para que eu passasse primeiro,
em seguida fechou a porta e agarrou minha mão me puxando para chegar mais perto dele, assim que
chegamos a ponte, Michael murmura quase que num sussurro— Você não gostou do que toquei no
piano? — aquela pergunta me pegou de surpresa, pois ele não vai esquecer facilmente que me viu
chorando, e pensando numa resposta que poderia encerrar o assunto, me aproximei do banco e sentei-
me enquanto ele ficou de pé me encarando e então respondi — você tocou lindamente… eu só
lembrei de algumas coisas. — e assentindo ele diz — lembranças ruins? — olhei Michael nos olhos
e ele realmente parecia se importar e então eu assenti e baixei a cabeça para esconder a vontade de
chorar e então meu chefe se aproximou de mim e sentou ao meu lado murmurando — me desculpe,
pequena. Eu não sabia. — eu confirmei com a cabeça e respondi — está tudo bem. Não foram só
coisas ruins, tiveram boas também. — ouvindo isso, meu chefe se aproximou um pouco mais e disse
sussurrando — gostaria de saber a respeito dessas lembranças — encarei Michael por um momento e
engoli em seco ainda em silêncio e Michael continuou — eu sei que é complicado para você
entender, mas eu também estou perdido em tudo o que está acontecendo conosco, mas seja o que for,
é bom, e eu quero, Yven — eu assenti já com as emoções à flor da pele e respondi — acho que estou
tão perdida quanto você, mas, gosto de sentir o que sinto quando estou com você. — E com isso
Michael sorri tranquilamente e desvia seu olhar para o lago e eu fiz o mesmo, e no meio desse
silêncio tranquilizador Michael murmura sem desviar os olhos do lago — gostaria de saber em que
está pensando. — seu tom brincalhão me afastou da tristeza que estava sentindo a pouco tempo atrás.
— Estava pensando, em como teria sido… se eu não tivesse aceitado o convite dos meus pais para
vir visitá-los. — não precisei desviar a atenção do lago para saber que meu chefe estava me olhando
por entre os cílios e perguntou — você estava viajando naquele fim de semana do evento, então? —
confirmei com a cabeça e permaneci olhando para o lago e Michael diz — quer ir para casa? —
olhei para ele e neguei com a cabeça, e ele estreitou os olhos e diz — pensei que diria isso. — e
sorrindo prosseguiu — e estava torcendo para que dissesse isso — senti sua respiração ficar mais
pesada, olhei em seus olhos e estavam com um brilho negro que me fez perder o ar e ele se
aproximou devagar acabando com o espaço que existia entre nós e me beijou ansiosamente.

Senti suas mãos subindo pelo meu braço até a curvatura do meu pescoço e ali o beijo foi se tornando
um pedido mais urgente, soltei um pequeno gemido e Michael aprofundou o beijo, me puxando para
mais perto e enfiando sua língua mais fundo na minha boca, e de repente ele se afastou e diz — é
melhor pararmos antes que eu leve você para minha casa. — e se afastando, meu chefe levantou e se
aproximou do parapeito da ponte ficando de costas para mim, e já me sentindo abandonada, cheia de
vontades desconhecidas, levantei e disse já muito confusa — melhor eu ir para casa. — Michael
virando-se para mim, estava inquieto e pousando uma mão em seu quadril, passou a outra mão no
cabelo, e quando estou a alguns passos de distância, prestes a sair do jardim, ouço Michael perguntar
— Heitan significou o que para você? — aquela pergunta me arrancou o ar dos pulmões, virei-me e o
encarei para ver o que denunciava em seu rosto e nele havia irritação e engolindo em seco respondi
— ele foi um erro na minha vida, e pago por isso até hoje. — Michael estreitou os olhos e parece
furioso quando murmura — não me faça repetir a pergunta, Yven. — e com isso, me senti presa às
lembranças do passado novamente, as coisas que eu mais temia era que isso um dia fosse acontecer,
e irá acontecer justamente com ele — Heitan não significa nada para mim. — e com isso ele me
encarou de um jeito menos agressivo e perguntou — então por que você ficou nervosa quando ele foi
no escritório? Por que ele tem fotos suas arquivadas? — ele estava parecendo magoado e me cortou
o coração ver ele daquele jeito, então logo respondi para tirar a agonia que estávamos sentindo — eu
não faço a menor ideia sobre essas fotos… eu… — e neste instante os olhos de Michael estão
brilhando, acredito que de raiva e por algum motivo penso que ele está certo em não acreditar no que
eu disse a ele, pois há detalhes ocultos referente a Heitan, que jamais havia dito a alguém, e tomando
coragem eu digo — eu peço desculpas, Michael. — virei-me e comecei a andar para sair da ponte
quando de repente sou puxada pelo braço e acabei voltando abruptamente e batendo de frente com
uma parede de músculos quente e firme e prendendo meu corpo sobre o seu, ele diz — fica comigo
esta noite? — Michael perguntou como se procurasse uma resposta que eu não tenho certeza se é a
correta, mas confirmei com a cabeça para seu convite, pois ficar com ele, é o que eu mais quero, no
momento, fechando os olhos, Michael me abraçou apertado com toda delicadeza para não me apertar
demais. Minha nossa, que sensação boa, é essa de estar nos braços dele. — Preciso saber o motivo
de você ter ficado assustada daquele jeito, quando Heitan apareceu na empresa naquele dia. Preciso
saber, quando você irá ficar mal de novo por causa dele, preciso entender o motivo de ele ter esse
poder em você — murmurou em meu ouvido e depois se afastou e pegando em minhas mãos
completou — preciso de você em segurança, ou eu vou enlouquecer — assenti e permaneci em
silêncio, pois entendi aquela necessidade de respostas que Michael estava pedindo. E estava mais
que agradecida por ele se preocupar comigo dessa forma, e sem ter o que responder, apenas ouço —
Conversaremos quando chegar em casa, pequena, vamos — Michael murmurou me puxando para
acompanhá-lo, e saindo da ponte andamos alguns metros em direção contrária a que Derek me
deixou, e chegamos a uma garagem onde o belo carro de Michael estava estacionado e com isso ele
abriu a porta do carona para que eu entrasse e em seguida fechou a porta, me acomodando, coloquei
o cinto enquanto Michael estava contornando o carro e assim que se acomodou atrás do volante,
ligou o som onde tocava high dua lipa whetham - a música estava me envolvendo, me deixando
tranquila e logo partimos para a estrada.

Pensei inúmeras vezes em como poderia abordar o assunto que tanto me atormenta, como eu posso
confessar a ele os abusos que sofri? Resolvi deixar este assunto para quando chegássemos em seu
apartamento e assim ficamos em um silêncio tranquilizador e concentrado no trajeto, Michael pegou
minha mão e eu o encarei sentindo meu coração acelerar e sem desviar o olhar da estrada levou
minha mão até os seus lábios e a beijou docemente, e eu fiquei ali derretida por ele, por tudo o que
ele me faz sentir. Assim que chegamos em seu prédio, Michael acionou um botão e a porta da
garagem abriu para nos dar acesso ao prédio, assim que colocou seu carro na sua vaga, logo desci do
carro e sorrindo Michael estendeu sua mão para mim e entrelaçando seus dedos nos meus, me
conduziu para o elevador e lá se aproximou de mim e passando os dedos pelo meu rosto murmurou
— estou muito feliz por você estar aqui — Senti meu corpo tremer diante de sua confissão e a porta
do elevador se abriu me arrancando um suspiro e saímos.Abrindo a porta que dava acesso a sua
cobertura, meu chefe entrou e me puxou junto dele, senti meu estômago embrulhar, temendo que
Michael me mande embora depois do que tenho a lhe dizer, e por mais que isso não fizesse jus ao
caráter do meu adorável chefe, eu ainda corria o risco de perdê-lo antes mesmo de ganhá-lo e em
pensar nisso acabei me apressando em entrar na sua sala e sentar no sofá e completamente na agonia,
fiquei olhando em seu lindo rosto para ver o que estava revelando em sua expressão e o encontrei
tranquilo e até mesmo curioso ao sentar no outro canto do sofá para me deixar a vontade, soltei um
suspiro e ele murmura — eu vou pegar um vinho. Aceita? — assentindo confirmei em silêncio e o vi
saindo em direção a cozinha e então resolvi tirar meus sapatos, mas pensei melhor e fiquei com eles
para facilitar minha saída, caso Michael desejasse que eu sumisse da sua casa e aquilo me deixou
com um aperto no peito e logo em seguida ouço alguns passos se aproximando e não precisei olhar
para ver que era meu chefe, mas assim que ele se aproximou, vi que ele já não estava mais usando
suas roupas sofisticadas, mas sim uma calça que me parecia moletom, porém um tecido mais
confortável e estava sem camisa, expondo seu peitoral e abdômen bem definidos, conseguia ver
músculos que nem pensei que existissem, aquilo despertou uma sensação desconhecida dentro de
mim, bem no meu íntimo eu sabia que era meu desejo por ele, mas meu corpo não deveria estar me
distraído agora, e com isso tentei me acomodar melhor na poltrona pois estava me sentindo inquieta e
Michael me entregou uma taça e sentou-se de frente para mim e deu um gole do seu vinho e o
movimento com da sua garganta me deixou tensa.— Então o que quer falar comigo? — jogando a
cabeça para o lado e sorrindo descontraidamente ele continua — parece nervosa — e com isso dei
um gole no meu vinho e comecei a pensar em uma forma de iniciar a história.— Michael, você me
perguntou o que Heitan significa para mim — neste momento Michael se remexeu na poltrona e
tomou mais um pouco do seu vinho e permaneceu calado e eu continuei — com 17 anos conheci
Heitan e ele foi meu primeiro e único namorado — Pigarreando Michael continuou em silêncio e
continuou com a atenção toda para mim — no nosso aniversário de 2 anos, senti que ele estava
diferente, quase não falava comigo… Estava frio.Seu comportamento estava muito diferente e, eu
tinha a chave da casa dele, decidi levar alguns filmes, comidas e os presentes para fazer uma
surpresa — o aperto no peito aumentou e eu já me sentia exposta, mas continuei — quando entrei na
casa dele, ouvi alguns barulhos estranhos, gemidos exagerados e entrei no quarto e encontrei Heitan
com uma mulher e mais um homem no quarto. — meu estômago revirou levantei e coloquei a taça em
cima da mesa de centro e virei de costas, ciente que Michael estava prestando atenção no que eu
falava e com isso continuei — quando tentei fugir o homem me pegou a força e me jogou na cama e
foi aí… — escapou o primeiro soluço e cobri a boca com as duas mãos e segurei a vontade de
chorar para prosseguir — Heitan me espancou na frente de duas pessoas — e virei para encarar
Michael e o que vi em seu rosto me deixou assustada, ele estava pálido e de repente a sua taça foi
lançada na parede se estilhaçado em pedaços, levei um sobressalto e observei Michael andando de
um lado para o outro enquanto murmurava algo que só ele entendia. Algo que só ele poderia entender,
não tinha como eu saber o que ele sentia depois da minha confissão.— Quantas vezes isso aconteceu?
— Michael perguntou e eu fiquei perplexa ainda tentando me segurar em minhas pernas e disse —
foram 4 vezes em 2 dias. Ele me culpava por tudo o que ele estava fazendo nos últimos meses. Ele
confessou seu envolvimento com tráfico de drogas, também disse, que estava devendo dinheiro para
muitos traficantes e que eu deveria pegar dinheiro dos meus pais, caso não quisesse morrer ou então
me tornaria uma garota de programa em uma das boates clandestinas que ele frequentava e depois
disso, teve relações sexuais com as duas pessoas na minha frente — e Michael parou de andar, me
encarou, o olhar que me lançou foi como se sentisse dor e disse — como ele pode fazer isso? Meu
Deus, eu vou acabar com a vida dele, por Deus. — Michael gritou furioso, parecia estar sozinho na
sala, atordoado e quando se deu conta que estou aqui, em frente a ele, se aproximou de mim e me
abraçou fazendo eu me sentir protegida de tudo no mundo e então ele diz — me perdoe, pequena. Eu
quero acabar com ele. Você nunca… Nunca mais irá passar por esses abusos psicológicos e físicos
novamente — e com isso me apertou contra seu corpo quente e eu entendi o que ele estava sentindo e
com isso me afastei dele e fui atrás da minha bolsa e ele me acompanhou com os olhos ainda um
pouco atordoado e uma expressão de confusão dominou seu rosto e então ele perguntou — o que está
fazendo? — o encarei e respondi — estou indo embora, essa situação me deixa abalada demais e...
— ele ergue as duas mãos em sinal de rendição misturado com dúvida e pergunta incrédulo — você
prefere ficar sozinha para se sentir melhor? — e negando com a cabeça respondi — Amanda sempre
me apoiava quando eu me sentia no fundo do poço com as lembranças, mas acho melhor você
assimilar as informações sozinho. —Negando com a cabeça Michael se aproximou de mim e com sua
mão em meu rosto diz — me deixe cuidar de você. Por favor, pequena. — e com isso senti meu
coração acelerar diante dessas palavras e ele continuou — quero ser o homem que você merece. —
Meu coração acelerou de uma forma inacreditável, aceitei aquele pedido, quero muito ficar com ele,
quero ele em minha vida, uma lágrima solitária desceu no meu rosto e ele a capturou com o polegar e
aproximou seu rosto do meu e murmurou traçando pequenos beijos em meu rosto — Não vai se
arrepender por confiar em mim, amor. Eu prometo — e com isso me beijou. O beijo mais doce,
delicado e quente que já ganhei em minha vida...

Quando Michael aprofundou o beijo, mordendo meu lábio inferior, eu soltei um gemido e para
devolver a sensação quente, devolvi na mesma moeda e peguei em seu cabelo puxando-o
cuidadosamente sentindo sua barba em meu pescoço e Michael parou de me beijar e diz — prometo
que vou esperar você ficar pronta e confiar em mim, mas só quero que fique ciente que você está me
deixando louco — e com aquelas palavras o beijei com fervor e ele gemeu e me pegou nos braços e
me levou até seu sofá. Onde me deixou em uma posição confortável e me deu mais um beijo e
perguntou — quer dormir aqui comigo? Sei que é um pouco cedo para isso, mas, prometo não fazer
nada que você não queira. — eu não consegui conter o sorriso e me joguei em sua direção e ele
sorriu me pegando nos braços e levantando do sofá nos direcionou por um corredor escuro, andando
comigo em seus braços como se meu peso não fosse nada.
Não acreditando que isso estava acontecendo comigo de verdade, apenas cai na realidade quando eu
estava nos braços do meu chefe em frente ao seu quarto, e assim que Michael me colocou no chão ele
logo diz — eu gostaria que você dormisse comigo, mas não se sinta obrigada a fazer nada, respeito
você, seu corpo e suas escolhas — assenti e entrei no quarto, curiosa para saber como são cada
móveis, a cama e a cor de cada item no seu quarto, querendo saber cada detalhe de sua casa.Assim
que olhei além da porta encontrei uma cama king size com acolchoados brancos, os móveis eram em
cores escuras e o espelho cobria um lado da parede onde também se encontrava o closet, durante meu
tour vi que Michael estava me analisando e durante este meio tempo entrou no seu closet em silêncio
e trouxe uma camiseta para mim, porém eu estava com muita vergonha de andar pela sua casa
vasculhando cada lugar a procura do banheiro e sorrindo ele apontou o dedo para uma porta preta e
diz — ali é o banheiro, pequena. Fique a vontade — agradecida, corri até o banheiro e substitui o
vestido chic por uma camiseta do meu chefe absurdamente sexy.Assim que pus a cabeça para fora do
banheiro, não encontrei Michael andando pelo quarto então logo me aproximei da cama, onde o
encontrei deitado com uma expressão tranquila no rosto e assim que me viu ali parada admirando-o,
ele esboça um sorriso que quase me derrubou e sentei na cama me cobrindo e em seguida Michael se
aproximou de mim, me abraçando em uma posição que me deixasse de frente para ele e se apoiando
em um braço, ele deixou beijo no alto da minha cabeça e eu murmuro tímida — imaginei várias vezes
em como você dormia — após ter dito aquilo me senti ruborizar e Michael soltou uma gargalhada e
diz fazendo um sinal negativo com a cabeça — eu durmo apenas de cueca. Incomoda você?—

Ai meu Deus… Alguém me ajude. Esse homem vai me matar.


Negando com a cabeça respondi com um sorriso e os olhos de Michael brilharam e me acalmaram e
ainda apoiando seu peso em um braço ele se aproximou de mim e me beijou docemente, e sentindo
seu corpo tão perto do meu acabei soltando um gemido baixinho, mas que fez Michael aprofundar o
beijo, em seguida ele me apertou mais sobre seu corpo e aqueles beijos foram despertando vontades
desconhecidas e um calor intenso no meio das minhas pernas, eu não sabia ser possível desejar algo
desconhecido e era exatamente o que estava acontecendo.Senti meu corpo ferver, queria muito mais
do que os beijos deliciosos de Michael e cada segundo que passava, que eu sentia as mãos dele
apertando e moldando minhas curvas, desejei desesperadamente me entregar a ele. Queria ser dele,
queria ele. Uma onda de calor começou a brotar dentro de mim, com o nosso beijo me tirando do
sério acabei passando as pernas por cima do corpo grande e musculoso do meu chefe que sorrindo
entre o beijo acabou me derrubando e parando em cima de mim, se acomodou no meio das minhas
pernas e me beijou avidamente, como se estivesse faminto, eu estava morrendo de vontade de
aprofundar o aqueles toques. Em meio a gemidos, Michael desceu sua mão pela minha barriga me
apertando e desapertando arrepios por onde tocava, se aproximando do meu quadril ele parou, e me
olhou nos olhos com uma expressão de dúvida nos olhos e disse — eu quero que você saiba, que te
respeito muito, e espero a hora que você achar melhor, mas, estou morrendo de tesão por você, então
é melhor nós pararmos por aqui. — fiquei espantada, pensei que ele tentaria a todo custo ficar
comigo, mas uma onda de gratidão me invade, pois, este homem ao meu lado não é qualquer um, ele é
o homem mais gentil que conheci no mundo, com tamanha gratidão eu o abracei, e ali ficamos por
muito tempo, apenas ouvindo o som das nossas respirações, às vezes ele plantava um beijo no topo
da minha cabeça e me apertava mais sobre seu peito e eu só pensava e como os braços dele me fazia
ter a sensação de proteção, paz e tranquilidade. Só pensava em como ele me fazia bem.Lembro que
Michael me colocou deitada na cama novamente, não sei quanto tempo fiquei deitada no seu peito,
entretanto já estava sobre a névoa de sono, mas não deixei de notar estar chovendo e que a noite se
fazia fria, me senti confortável no instante em que ele deitou atrás de mim, bem pertinho e me
abraçou, senti que ele inspirou o cheiro dos meus cabelos e sussurrou algo antes que eu mergulhasse
no sono.

Eu estava correndo pela praça, me sentia leve, alegre e amada. Michael me alcançou e acabamos
caindo no gramado verde e bem cuidado do Central Park, onde havia uma cesta de piquenique,
havia pessoas se divertindo, outras conversavam enquanto seus cachorros se divertiam brincando
pelo parque. As crianças corriam e tudo parecia feliz.
Michael sorriu e se levantou e me puxou junto, estava vestindo uma calça jeans clara com uma
camisa de linho branca, parecia tão feliz quanto eu. Comecei a correr dele em um desafio e ele
correu atrás de mim novamente e me pegou e quando me puxou para seu corpo e se aproximou do
meu rosto e...

Acordei num sobressalto, depois de um sonho lindo e tranquilo, ouvi uma música de fundo que me
despertou uma curiosidade gigante, levantei e sai cambaleando da cama ainda um pouco grogue de
sono, olhei no criado mudo e encontrei meu celular onde marcava 04:30 da manhã, e eu estou sozinha
no quarto enorme do meu chefe. Andei em direção ao corredor e de lá encontrei uma porta
entreaberta iluminando fracamente o corredor, abri cuidadosamente a porta e encontrei Michael de
costas para a porta, estava golpeando o saco de pancadas com fortes socos, e em um movimento,
levantou a perna direita e deu o golpe final chutando fortemente o saco. Estava com uma expressão
severa no rosto, não parecia ser o homem que estava deitado comigo a tão pouco tempo atrás, e o
fato de ele estar com a expressão tão séria, deve ser porque está passando por um impasse em
relação a nós dois.— Michael — murmurei ainda na porta, mantendo certa distância caso precisasse
correr, mas imediatamente me repreendi, pois, Michael nunca faria nada comigo, muito menos me
machucaria e desviando a atenção do saco de pancadas que agora estava preso em suas mãos, ele me
encarou e engoliu em seco, mesmo suado e com sua pele avermelhada, sua expressão mudou e ele
esboçou um leve sorriso. ele é maravilhoso — Oi! faz tempo que está aí? — neguei com a cabeça e
mordi o lábio nervosamente tentando me controlar com a visão que tenho agora, e com isso Michael
me lançou um olhar quente e se desculpando ele murmurou — desculpe, eu sei que deveria ter ficado
na cama com você mas… — eu encarei ele e o interrompi — sei que despejei meus traumas de uma
única vez em cima de você, se está precisando de tempo para analisar as coisas, eu darei para você.
— sorri para quebrar o clima tenso que tomou a nossa conversa, já estava quase me sentindo uma
intrusa, mesmo que ele não tenha dito nada a respeito, saí do quarto e fechei a porta e voltei pelo
corredor, sem nem mesmo dar um tempo para que ele respondesse ao meu comentário, entrei no
quarto e fechei a porta rapidamente e em seguida fui para o banheiro me vestir para ir para casa. Me
olhando no espelho, minha expressão demonstra toda minha aflição, me sinto uma idiota por ter
ficado aqui, ele precisa do espaço dele e… me xingando mentalmente me lembro que deixei meu
vestido em cima da poltrona próximo a penteadeira e com isso dei de ombros já sabendo que sem o
meu vestido, eu não posso voltar para casa e assim que abri a porta, dei de cara com Michael, e
quando digo dou de cara, quero dizer bater com o rosto em uma parede de músculos e sair
cambaleando para trás, e mais uma vez, Michael me segurou pelas mãos para me amparar, e sou
puxada rapidamente para cima sendo invadida por um cheiro embriagador da sua pele quente e firme,
ele estava sem camisa, seu abdômen descoberto, cheio de músculos, me matando de desejo, suas
veias saltadas nos braços, denunciava o esforço que fazia durante seus treinos.

Caramba, ele é incrível.

— Não estava se despedindo, né? — Michael perguntou olhando muito sério para mim e me
apertando contra seu corpo, eu apenas engoli em seco e o encarei sem forças para responder sua
pergunta, na verdade, não estava conseguindo me concentrar, e com isso ele abaixou a cabeça e me
deu um beijo de leve nos lábios e em seguida vejo se afastar com a expressão novamente muito séria.
Aquilo me deixou aflita, antes de me vestir e ir embora preferi esperar ele sair do banheiro, pois
pegou sua toalha e entrou no banheiro fechando a porta para sua privacidade, com o coração na mão,
sentei na poltrona e abracei minhas pernas, cinco longos minutos depois, meu chefe saiu com o corpo
úmido, cabelo molhado com a toalha enrolada no quadril, passando a mão pelos cabelos e
sacudindo, jogando pequenas gotas em mim, ele vai até sua gaveta e pegou uma cueca boxer e voltou
ao banheiro depois já vestido com sua cueca, voltou e me encontrou ali sentada encolhida, não sei
porque, mas senti um nervosismo tomar conta de mim, de repente o ambiente ficou tenso, tomado pela
eletricidade que sempre nos dominava. Se aproximando devagar e apenas de cueca, Michael se
ajoelhou a minha frente e delicadamente puxou minhas pernas para que eu abrisse espaço para ele
ficar no meio, e com este contato tão próximo, senti arrepios pelo meu corpo e me analisando de
perto, Michael ele disse — você vai me considerar o homem mais cretino do mundo, mas, eu estou
perdendo o controle do meu desejo — ele encostou sua testa na minha, e no seu lindo rosto estava
estampado uma angústia que fez meu coração pesar, neste instante fui atingida pela verdade que fez
Michael me deixar sozinha em sua cama e ter descontado todas as suas emoções no saco de
pancadas, ele demonstrou seu carinho e respeito que tem por mim, simplesmente esperando para
quando eu estivesse pronta para dormir com ele de verdade, e com essa constatação me joguei em
seus braços, sem me preocupar se ele estava preparado para me pegar antes de cairmos no chão, o
pulo foi tão espontâneo que o fez ser pego desprevenido e caímos no chão, em cima de um tapete
peludo e macio. Eu que estava montada cima dele, o beijei desesperadamente, cheia de desejos
pervertidos, com sentimentos que eu desconhecia, mas agora quero simplesmente ficar com ele, sem
pensar no depois.
Michael passou um braço pela minha cintura e me apertou contra seu corpo, fazendo-me soltar um
gemido, e de alguma forma ele me prendeu embaixo do seu corpo, não me lembro como fui parar
embaixo do seu corpo, com ele no meio das minhas pernas, após trocarmos alguns beijos deliciosos
ele me segurou e eu agarrei seu pescoço sem parar de beijá-lo e ele me colocou na cama com
cuidado e se afastando disse — eu não quero apressar nada, juro. — eu não queria ouvir mais nada,
apenas desejo beijá-lo, senti-lo por inteiro, dentro de mim… Seja como for, eu quero ele.— Michael,
por favor… — murmurei entre o beijo e com isso ele se afastou e me olhou, é claro que devolvi o
olhar na mesma intensidade e sorrindo ele diz — Yven… Yven… Yven... — e sem esforço ele me
apertou e viramos pela cama, um por cima do outro até que ele acabou em cima de mim e enfiou suas
mãos por baixo da camiseta que estou vestindo no momento, em seguida enfiou sua cabeça por entre
o espaço da camiseta e inspira o cheiro da minha pele, me fazendo arrepiar toda e depois,
cuidadosamente ele sai e retira a camiseta, me deixando toda exposta aos seus olhos ardentes.—
Você é tão linda, Yven. Quero beijar você toda, e irei começar bem aqui — Michael tocou meu
pescoço e em seguida vai descendo e toca no meu sutiã rendado e desce mais um pouquinho me
fazendo arrepiar e para na barriga, girando a ponta do dedo indicador ao redor do umbigo eu fechei
os olhos ao ver ele sorrir com a minha ansiedade e então ele desce mais e para o dedo no meio das
minhas coxas e ali para, abrindo os olhos, o vejo mordendo o lábio tentando respirar fundo, eu
desviei o olhar do seu rosto e olhei para o centro das suas pernas, o tamanho do seu membro me
deixou em estado de alerta, estava grosso e com um volume bem considerável sob a cueca, Michael
se aproximou de mim e beijou meu pescoço, passando a língua delicadamente pela minha clavícula
exposta e desceu pelo meio dos meus seios, afastando o bojo para poder tocar minha pele, que se
arrepiava a cada toque quente e firme, mas delicado e gostoso da sua língua habilidosa, descendo
mais um pouco, passou sua língua pela minha barriga e deu algumas mordiscadas de leve que me
deixaram entorpecida e assim que chegou abaixo do meu umbigo, senti seus dedos nas laterais da
minha calcinha, que com um puxão simples, soltou o elástico e estalou sobre minha pele, me
causando uma dor eletrizante, porém gostosa, em seguida puxou minha calcinha para baixo e beijou
onde havia deixado a marca vermelha sobre minha pele e neste momento senti minha calcinha sendo
retirada do meu corpo, e sendo substituída por um toque aveludado e quente, muito quente… Que me
deixou em êxtase, fazendo eu me contorcer toda.

Após o meu primeiro orgasmo da vida, me dei conta que eu havia me privado do prazer por sentir
medo, mas não penso que teria sido tão intenso se fosse outro homem, um desconhecido. Meu
primeiro prazer foi especial porque foi com Michael, e foi assim que me dei conta de algo que eu
estava tentando rejeitar a todo custo.Estou apaixonada pelo meu chefe.Assim que a realidade voltou a
minha cabeça, abri meus olhos e apertei ainda mais o travesseiro com os dedos tentando dissipar o
meu nervosismo, quando sento Michael subir e dar um beijo no meu pescoço, acredito que ele estava
me dando um tempo para que eu pudesse me recompor daquele turbilhão de sensações, e me
erguendo sobre seus braços, ele me acaricia em seus braços e me abraçando forte e murmurou —
você é tão doce por fora, quanto por dentro — me senti ruborizar e o abracei forte. Depois que
Michael me abraçou ficamos ali juntinhos, apenas ouvindo a respiração um do outro, me sentindo
protegida, cuidada e agora com essa nova revelação, também me sinto muito apaixonada… Mas esse
detalhe posso deixar para me preocupar depois.Esboçando um sorriso tranquilo, beijei seu braço e
rapidamente adormeci.No segundo em que o sol atravessou a camada de tecido da cortina do quarto,
despertei sem ao menos estranhar o lugar em que estou, olhei para os lados e vi estar sozinha
novamente na cama, virei de lado e me espreguicei, me sentindo feliz e muito bem, comecei a rir
igual a uma boba com um pensamento que me invadiu, abracei bem forte o travesseiro de Michael e
me atrevi a pensar novamente num pensamento que me fez sorrir.Se alguém me dissesse que eu iria
acordar na cama de Michael Louis Beckham, eu nunca iria acreditar.Pois bem, aqui estou eu.
Provando que os desejos podem sim, virar realidade. Ouço um barulho vindo direto do banheiro, e
olhei em direção ao som e a porta se abriu e a figura musculosa de Michael surge apenas de calça
jeans escura, com todos os gomos do seu abdômen à mostra sobre uma pele macia e bonita. Aquela
visão me deu agua na boca e parecendo ler minha mente, ele direciona seu olhar para mim e esboça
um sorriso arrebatador, minha nossa, esse homem vai me matar do coração. Passando a mão pelos
cabelos, meu chefe andou em direção a lateral da cama onde estou sentada observando-o, dobrando a
perna para se acomodar, ele sentou à minha frente e me deu um beijo leve nos lábios, me olhando
atentamente, ele perguntou — Dormiu bem? — confirmando com a cabeça sorrio e ele esboça um
sorriso leve e murmura — ótimo, agora vamos tomar café. Estou morrendo de fome. — e sem esperar
uma resposta minha, me puxou delicadamente da cama e correu pelo quarto atravessando o corredor
me obrigando a alcançá-lo, e por pouco quase não cai e ao constatar isso, soltei uma gargalhada e ele
riu também.— Por que estamos rindo exatamente? — ele perguntou quando paramos na entrada da
cozinha e eu respondi — Eu estou rindo porque imaginei eu caindo enquanto você me puxava — e
ele gargalhou e disse — Acredito que nunca mais iriamos esquecer essa cena —

Assim que me acomodei na cadeira, me deparei com a mesa cheia de delícias para o café da manhã,
meu estômago protestou enquanto olhei para Michael que pareceu ter escutado a reclamação do meu
órgão e sorriu, em seguida se acomodou e serviu duas xícaras com café com leite na mesma
quantidade, fiquei grata. Ele sabe do que eu gosto... Ooo se sabe… Meu corpo logo aqueceu e eu me
repreendi em seguida.Me entregando a xícara, tomei um longo gole do café, estava na medida certa, e
satisfeita cortei uma fatia do bolo, e olhando para Michael ele negou com a cabeça, provavelmente
entendeu que eu estava oferecendo-lhe um pedaço. Sentei e me deliciei com a fatia que eu cortei do
bolo de laranja, estava macio, gostoso e molhadinho… Cada vez que eu levava um pedaço na boca
dava vontade de fechar os olhos e saborear devagar aquela delícia quando sem querer soltei um
gemido baixinho, mas foi o suficiente para que Michael direcionasse sua atenção para mim, senti sua
respiração mudar e seus olhos pareciam querer me devorar, a tensão que sempre surge entre nós,
estava aqui novamente, e prendendo minha atenção, meu chefe levantou-se tranquilamente e andou
devagar e com toda elegância até chegar ao meu lado e pegar em minha mão delicadamente e me
puxar contra seu corpo delicioso, e olhando em meus olhos ele murmurou — Pequena, eu estou
faminto, e você está me fazendo viver um inferno. — olhando para minha boca ele continua — Estou
pensando que você está fazendo provocações de propósito, estou certo, Yven? — Com isso senti meu
coração bater forte, meu sangue pareceu pegar fogo, e negando com a cabeça eu respondi — Na
verdade, sou inocente da sua acusação, Chefinho, mas se te consola, também quero você — falei a
verdade, eu o quero, desejo ardentemente todo o seu corpo, porém sei que não tenho experiência em
nada, mas aqui, olhando seus lindos olhos vejo que algo acende dentro dele quando ele enfim se
aproximou para me dar um beijo, eu senti que este seria apenas o começo e acabei me rendendo a
ele…

Cale a boca e me percorra como um rio


Como nos apaixonamos?
Mais intensamente do que uma bala poderia te atingir?
- River- Bishop Briggs-

Capítulo 19

Mistura de desejo e paixão

Michael Louis Backham

Puxando-a contra mim, capturei seus lábios delicados e carnudos num beijo sedento por ela, eu
estava morrendo de desejo e ansiando pelo momento em que Yven me desejasse a ponto de perder o
controle assim como acontecia comigo, mas durante nosso beijo, e ficamos lá deitados apenas
curtindo um ao outro até que ela dormiu e ali olhando a beleza dela, tão linda e angelical em meus
braços, não consegui me segurar mais e levantei deixando-a sozinha em minha cama para extravasar
as energias que estavam me deixando frustrado, mas depois que a encontrei na porta da sala onde
faço meu treinamento, parecendo perdida por estar sozinha, não consegui controlar a vontade de
possuí-la, eu precisava ao menos sentir o gosto dela, não me importando por não me libertar, no
entanto, quando comecei a beijar seu corpo macio, cheio de curvas, com sua pele perfeita não resisti
até que extraísse dela o primeiro orgasmo, quando senti ela estremecendo sobre minha língua,
imaginei o quão doce seria seu sabor, e foi melhor que pensei…

Minha... minha..
Meu inconsciente grita repetidas vezes dizendo que ela é minha, assim como sou dela. Desejo
explorá-la por inteiro, quero que ela pertença a mim, quero cuidar e protegê-la o tempo todo, sei
muito bem, que meus sentimentos por ela já passaram de atração física há muito tempo, no entanto,
não quero pular nenhuma etapa com ela, quero descobrir de verdade e junto com ela, esse sentimento
que faz meu coração bater tão forte.Gemendo baixinho, Yven joga seus braços em volta do meu
pescoço e abre mais a boca para que minha língua possa explorá-la, eu não consegui segurar o
impulso e a levantei para que me agarrasse com as pernas e com ela grudada em meu corpo beijando-
a ardentemente até a cama, onde deitei em cima dela com cuidado, pois sei que sou pesado, meu
corpo é feito de músculos sólidos, me dando a vantagem de pressionar seu corpo com a minha
ereção, para mostrar-lhe, o que ela causa em mim, e parece que meu membro ganhou vida própria
depois que conheci Yven, na verdade, desde aquele evento, onde esbarramos, já consegui sentir
faíscas brotarem pelo meu corpo. Fazendo com que meu pau quisesse se rebelar contra mim. E agora
no café da manhã, foi impossível segurar o desejo por ela, eu me aproximei dela e a peguei em meus
braços e a beijei. Prendendo-me com as pernas, Yven parecia já entregue ao desejo que estava nos
consumindo a alguns dias, todo o controle e cuidado que tivemos até ontem, foi por água abaixo, se
ontem eu queria protegê-la, hoje quero que pertença a mim, quero ser dono do seu corpo, assim como
ela já é dona do meu, e mesmo sabendo que ela não é um objeto a ser disputado, eu preciso tê-la para
mim, quero me perder em seu corpo, pois se ela se entregar a mim, me entregarei em dobro, será
assim a nossa relação, cada vez mais profundo e intenso. Levantando sua camiseta, e passei a peça
por sua cabeça e a deixei seminua com as peças delicadas de renda…

Porra, que mulher...

No momento em que a deitei na cama novamente, dei um beijo suave em seus lábios e disse — Eu
prometo, que vai gostar que vou fazer com você. — senti Yven estremecer embaixo de mim e seus
olhos brilhando em êxtase e ela engoli em seco e murmurou — já estou gostando faz tempo — e com
isso senti uma satisfação me dominar e logo voltei a me concentrei em beijar sua boca enquanto
minha mão passeava pela lateral de seus quadris e traçando pequenos beijinhos, desci até o seu
seio.São Perfeitos.Chupei seu pescoço e desci até o bojo do sutiã e o abaixei para que deixasse
exposto seu mamilo rosado e pequeno e com isso o abocanhei e Yven soltou um gemido baixinho e se
contorceu me deixando cheio de tesão, mas obviamente me segurei para não fazer nenhuma besteira,
e com isso sentei sobre os calcanhares e abri delicadamente suas pernas e em seguida enfiei os dedos
nas laterais da calcinha, Yven ergueu o tronco e me encarou parecendo ansiosa, parecia sentir medo
também, e isso fez com que eu me jogasse em cima dela e a beijasse, o que ela fez de volta, chupando
meu lábio com vontade...

Meu Deus, eu quero essa mulher toda para mim.

Ainda com os dedos na lateral de sua calcinha, acabei puxando com força e acabei rasgando a fina
renda e com isso Yven gemeu dentro da minha boca, apertei gentilmente onde pareceu ter
avermelhado, mas continuei beijando-a e em seguida deitei no meio de suas pernas e comecei a me
mover em cima dela, que estava sem calcinha e eu ainda vestido com calça, Yven se remexeu e eu
movi meu dedo para seu centro, onde ela parecia aquecer a cada pedacinho que eu tocava, quando
encostei em seu clitóris ela gemeu alto no beijo e me encarou e isso foi o empurrão que eu precisava,
pois ela está deliciosamente molhada. Sai de cima dela e enquanto ela me seguia atentamente com os
olhos carregados de desejo, tirei rapidamente minha calça, e fiquei de cueca por que não queria
assustá-la com meu tamanho, e voltei para seu meio e a beijei apaixonadamente, prendendo-a em
meus braços e desci os dedos novamente até o seu centro e conferi o quão molhada estava, e para
minha tortura, vi estar molhada o suficiente para me receber… Soltei um gemido de ansiedade
quando liberei meu membro e o posicionei.— Amor, Preste atenção no que eu preciso — murmurei
chamando a atenção de Yven que estava com seus olhos fechados preguiçosamente e assim que os
abriu, se revelou nervosa e com um pouco de medo, mas resistindo ela me deu toda sua atenção e eu
falei— Pode doer um pouco, mas é só na primeira vez, ok? — ela assentiu em resposta e piscou
rapidamente seus cílios enormes, sentindo uma onda de ansiedade no estômago sabendo que após nós
fazermos amor, Yven finalmente será minha. Irei me certificar sobre isso diariamente. Depois que eu
e Yven nos amamos lentamente, deitei ao seu lado e puxei seu magnífico corpo para meus braços, ela
me encarou e fez uma expressão de dúvida, estendi meu braço e não falei mais nada e ela entendeu o
recado, é claro que entendeu. Se acomodou nos meus braços, e fiz carinho em seu belo rosto, dando
pequenos beijos em seu cabelo quando senti lágrimas molharem meu peito e uma dor me invadiu
deixando-me apavorado e logo sentei na cama e perguntei — Pequena… eu… o que houve? — ela
sem responder, negou com a cabeça e falou como um sussurro — eu nunca pensei que fosse gostar
disso. — e com isso me senti aliviado por ouvir aquela confissão tão inocente e me juntando a ela
que , aninhou seu corpo ao meu e a deixei descansar.Longos minutos se passaram e eu sentia que ela
tremia no decorrer que as lágrimas acabavam, de repente senti uma imensa vontade de tomar banho
com ela e com essa ideia na cabeça, logo me movi da cama fazendo com que Yven despertasse e
piscando freneticamente ela me encara e esboçou um leve sorriso.

Adorável

— Vamos tomar um banho na banheira? — perguntei e ela assentiu levantando-se e quando deu o
primeiro passo, parou abruptamente e fez uma careta de dor e automaticamente lembrei do que é, mas
permanecendo em silêncio, Yven apenas me seguiu em silêncio até o banheiro. Tentei não comentar a
respeito, pois seria constrangedor para ela, principalmente porque tem um pouco de sangue na cama
e eu não queria que ela se preocupasse com algo tão natural, por isso, vou colocá-la no banho e
trocar as roupas de cama para me juntar a ela na banheira.Liguei as torneiras, água fria e quente,
coloquei meus sais de banho e murmurei para Yven — entre na água e eu já volto — ela assentiu e
antes de entrar na banheira ficou olhando para a espuma rosada, eu estendi a mão para ela e
aceitando minha ajuda, ela se apoiou e entrou na banheira, tranquilamente entre a espuma.Voltei ao
quarto e liguei o aparelho de som e conectei a minha playlist de músicas, a primeira é HIGH- dua
lipa, fui retirar o lençol branco manchado pela marca da minha mulher e substitui por um novo lençol
branco em seguida voltei a banheira e Yven estava com o cabelo em um coque bem elaborado e
parecia relaxada na água, assim que abriu os olhos, vi surgir em seu olhar um brilho intenso que
mexeu com a minha cabeça, e neste instante estou desejando-a ardentemente, e sorrindo Yven estende
a mão e diz — venha relaxar comigo, tem muito espaço aqui, chefinho — e assentindo, esbocei um
sorriso que deixava claro a minha felicidade em tê-la comigo, deixei a satisfação estampada em meu
rosto, Yven sabe o que causa em mim, sabe também que não estou para brincadeiras, pois o que sinto
por ela, vai além da admiração, pois ela é uma mulher surpreendente e acredito que ela saiba disso,
pois o brilho nos seus olhos confirmaram a minha admiração por ela.Assim que abriu espaço na
banheira para que eu me acomodasse atrás dela, a abracei e peguei a esponja que estava em um
suporte na parede e a deitei sobre meu peito lavando seus braços e pescoço, enquanto ela parecia se
divertir com a espuma que estava formando ao nosso redor, e a cada segundo que se passava eu
estava adorando estar com ela, quando ouço seu suspiro e ela murmura — Michael, eu preciso saber
uma coisa. — com o tom de voz que ela usou fiquei até preocupado e em seguida parei de esfregar
seus braços e prestei atenção em sua expressão, Yven virou-se quase que de frente para mim,
despejando água para fora da banheira e murmurou — Se nós dois não ficarmos juntos, você pensa
em me demitir futuramente por incompatibilidade? — aquilo me pegou desprevenido, sinto rugas
surgirem em meu rosto e estreitando os olhos Yven pisca para mim, em silêncio, como se aguardasse
uma resposta e engolindo em seco respondi — Não pretendo mandar você embora e ponto.
Independente do que aconteça entre nós. Vida pessoal e profissional são caminhos diferentes, e
também não penso em deixar você ir embora da minha vida — dito isso peguei a esponja e a apertei
jogando espuma por suas costas e fechando os olhos com um leve sorriso que é substituído por uma
expressão fria, ela pergunta — mesmo após saber que meu psicológico é uma desordem? E se
Hetan…—

Ouvir o nome daquele filho da puta me deixa irritado e logo a interrompi — Yven, vou acabar com
ele, caso tentar algo contra você. — tentando manter a calma eu murmuro — Eu não me perdoaria, se
ele tentasse… — Yven me olhou com ternura e me abraçou, e logo a correspondo apertando em meus
braços seu delicado e pequeno corpo, sentindo que ela é meu ponto fraco. Assim que saímos do
banho, me enrolei na toalha e dei a ela uma maior e mais grossa, pois parecia tremer de frio,
obviamente eu iria me oferecer para aquecê-la, mas sei que eu iria ser egoísta e sei que ainda está
dolorida por que fui afundo demais, mas agora, vendo-a enrolada na toalha, eu sinto meu sangue
ferver de desejo e tudo o que eu quero é me enterrar nela, mas por enquanto, me contento em apenas
admirar a visão, que é ter essa mulher enrolada em uma toalha absolutamente nua em meu quarto.
O paraíso te enviou para mim
Só espero não repetir a história
-Ariana Grande - Positions-

Capítulo 20

A viagem

Yven Lauren Cobalt


Assim que saímos do banho, me senti mais relaxada e menos dolorida.
Caramba, foi sensacional. Nunca pensei que iria ter uma primeira vez tão maravilhosa como esta,
com carinho e muitos beijos quentes…
O meu chefe foi extremamente cuidadoso e agora sei que estou correndo sérios riscos de me
apaixonar perdidamente por ele.

Só em lembrar no que houve ontem, sinto meu corpo ferver de desejo querendo repetir a dose do que
fizemos, e mesmo querendo fazer tudo novamente, me sinto um pouco assustada, pois é algo tão novo
para mim, sem falar que eu ainda me sinto dolorida e preciso me recuperar, pois ainda tenho a noite
das meninas...
Caramba, preciso avisar Michael.

— Vamos comer algo? — Michael perguntou enquanto passava os dedos por entre seus cabelos
úmidos do nosso banho, eu me sinto uma pervertida agora, mas ele fica maravilhoso quando está
molhado.

Humm que privilégio ter essa visão.

Sacudi a cabeça confirmando, pois estou com fome novamente e me aproximei dele e disse — Esta
noite, eu e algumas amigas iremos em um barzinho, fazer coisas de meninas — despejei no
improviso, pois sei que não teria coragem para falar depois e em silêncio Michael me direciona um
olhar curioso, mas logo responde — precisa de algo? Um carro seguro talvez? — Olhei para ele
perplexa, pensando que ele iria fazer uma cena de drama, pois Heitan era assim, e negando com a
cabeça logo respondi — elas irão vir me buscar em casa — e com isso esbocei um sorriso e em
resposta um sorriso leve surgiu nos lábios do meu chefe, mas não me deixou convencida de que
estava tudo bem com a ideia. Na verdade, eu ainda estava esperando um surto, pois é bom demais
para ser verdade, que ele não iria reclamar sobre eu ir em um bar com as amigas.— Algum problema
com isso? — Insisti e arrisquei perguntar antes de perder a coragem e negando bruscamente Michael
se aproximou já me abraçando e beijando de leve a ponta do meu nariz e diz — vou ficar preocupado
com você, mas espero que se divirta bastante, pequena — e assentindo, me dou conta que eu que não
sou acostumada com outro homem na minha vida além do Heitan, ele foi toxico até onde poderia e
com esse comportamento do Michael, totalmente diferente, acabei estranhando muito e me tirando
dos meus pensamentos, Michael beijou minha testa e logo se direcionou a cozinha e eu resolvi ir
colocar uma calça moletom e uma camiseta do meu chefe antes de ir almoçar, uma rápida olhada no
relógio e vejo que já é quase meio-dia, e com isso nos preparamos e fomos até a cozinha, Michael
preparou a macarronada ao molho branco e eu preparei meu bife ao molho madeira, o bife ficou
divino, e o macarrão parecia delicioso, preparei a mesa enquanto Michael foi buscar um vinho para
acompanhar com o almoço e próximo às 12:40 sentamos para almoçar, um de frente para o outro,
com a expectativa de saborearmos a comida um do outro.— Esse bife está uma delícia — Michael
elogiou enfiando mais um pedaço do bife na boca enquanto bebia um gole de vinho branco e eu
murmurei — Seu macarrão está perfeito — ele olhou para mim orgulhoso e disse — minha intenção é
agradar, amor — e piscou para mim e eu me derreti toda.Depois que almoçamos, peguei os pratos e
levei até a pia tirando o restante de comida enquanto Michael pegava as taças que usamos e levando-
as diretamente no lava-louças e em seguida fomos para a sala de visitas, curiosamente, vi ter um
aparelho de TV LCD gigante, um home teather branco na estante embutida, é tudo elegante, prático e
sofisticado, igual ao meu chefe, sentei no sofá e enquanto observava ele dar a volta na mesa de centro
para pegar o controle do home teather, admirando sua elegância masculina mesmo usando uma calça
moletom e mais nada além disso, me senti ruborizar quando me dei conta que estou olhando para sua
bunda durinha e me sinto quente quando lembro que não vi Michael colocar uma cueca, mordi o lábio
com a lembrança.
Estendendo a mão para mim em um gesto de cavalheirismo, o encarei e fiquei nervosa, pois ele
estava me fazendo um convite formal para dançar, gelei, faz tempo que não tenho uma dança decente
e negando com a cabeça tentei sorrir da melhor que pude, mas acabei esboçando uma careta que com
certeza não foi nada atraente.— Venha! Não aceito um não como resposta. — dito isso, ele sorriu e
me puxou contra seu corpo onde fui amparada pelos seus braços musculosos e sorrindo igual a uma
boba esperei Michael me embalar em uma dança sensual e lenta na voz de Ed Sheeran. Enquanto ele
girava meu corpo, me embalando pela enorme sala, algumas vezes pisando no seu pé, Michael me
conduzia perfeitamente, em passos que eram bem elaborados, dignos de um dançarino nato, ele é
gigante perto de mim, e me girando em um passe, estou de frente para ele com as duas mãos presas ao
redor do seu pescoço, e por um momento me imaginei aqui, com ele para sempre, fechando os olhos,
deixei aquele pensamento me levar e acabei soltando um sorriso e de repente sinto lábios macios e
exigentes tomarem os meus, e apertando sua mão que estava em minha cintura soltei um gemido onde
proporcionou a entrada da sua língua na minha boca, sua língua explorava minha boca como se fosse
uma parte intocada, como se fosse a primeira vez, e é tão excitante sentir coisas que só ele desperta
em mim, erguendo-me para que eu prendesse as pernas em volta do seu corpo, Michael nos levou até
seu sofá, onde nos beijamos e trocamos carícias pelo resto da tarde. Passamos horas juntos, com as
pernas entrelaçadas, beijos quentes e muita conversa fiada.

Assim que despertei, esbocei um sorriso quando reconheci a bela visão que estava à minha frente,
Michael sem camisa, com um braço cobrindo seus olhos, seu abdômen estava exposto, e me dava
uma visão privilegiada de seus músculos bem definidos.
Minha nossa. Perdi o fôlego ao descer o olhar pelo seu corpo e encontrar um volume generoso no
meio das suas pernas, tentei não ficar abismada, tentei desviar os olhos, mas, me deu água na boca
em imaginá-lo… Quando dei por mim já estava sentada ao seu lado, me movi sem mexer muito no
sofa, para que ele não despertasse, passei a língua pelos lábios para umedecê-los, pois minha boca
secou de repente, a vontade de senti-lo com a língua estava me dominando.

Coragem, Yven, coragem.


Seja safada, pelo menos uma vez na vida.

Meu inconsciente tentava me convencer, o que poderia acontecer? O máximo que poderá acontecer, é
ele não gostar do meu toque e muito determinada a experimentá-lo, observei enquanto Michael
ressonava tranquilamente e de repente ele soltou um suspiro leve como se estivesse prestes a
acordar, mas continuou com os olhos fechados, e então com muito cuidado, passei meu dedo pelo seu
volume grande para sentir sobre meu toque e um pouco atordoada me afastei. Pode ser coisa da
minha imaginação, mas...

Ficou maior com meu toque?!!

Remexendo-se um pouco Michael, pareceu sentir que estava sendo tocado e soltou um gemido
baixinho, e finalmente com toda a coragem reunida e existente em mim, baixei o elástico de sua
calça, e o peguei com cuidado na mão, estava quente, grosso, e pesado,é magnífico, e não estou
falando apenas porque é o membro do meu chefe Michael lindo maravilhoso, não, pois mesmo que eu
tenha presenciado uma relação sexual a três, os dois únicos pênis que vi na minha vida eram
horríveis e de tamanho médio, e não se comparam com o tamanho extraordinário do membro do meu
chefe. Para falar a verdade, não sei nem como entrou em mim, e agora já sendenta pelo desejo de
experimentá-lo passei a língua pela cabeça do seu membro e senti um sabor delicioso e salgado,
fechei os olhos ao saboreá-lo pela primeira vez, assim que os abri, vi que Michael estava me
olhando atentamente, com os olhos pegando fogo, aquilo me deixo extasiada, Michael inclinou o
quadril e entrou mais fundo na minha boca, adorei senti-lo mais fundo, e assim repeti os movimentos
que até agora ele não reclamou e enquanto sentia-o tremer, continuei chupando a sua extensão e com
gemidos roucos ele murmurou — se você não quer que eu goze, acho melhor parar… — continuei
enfiando seu pau na minha boca o mais fundo que consegui, soltando um gemido alto, senti Michael
estremecer novamente e murmurar com uma expressão de desejo — eu vou gozar, porra. — e aquilo
me deixou em alerta, provocando movimentos repetidos subindo e descendo já tentando me preparar
para o que iria acontecer em seguida, mas acabei sentindo sua libertação,em um jorro grosso, quente,
salgado tomou minha garganta, engoli tudo, satisfeita com o que proporcionei-lhe, feliz e orgulhosa
de mim mesma, por ser corajosa e ter ido até o fim, minha nossa, nunca mais vou esquecer a cara que
Michael fez ao olhar para mim enquanto o chupava.
Assim que se recuperou, Michael pegou em meu pulso e me puxou contra si, me dando um abraço
apertado que parece ter quebrado os ossos do meu corpo, mas eu gostei muito, tanto que até o abracei
de volta.
— Acredito que estou criando um monstro — e soltou uma gargalhada gostosa ele continuou — O
melhor jeito que já me despertaram na vida — Michael murmurou olhando fundo em meus olhos e eu
respondi sorrindo — eu… Nunca fiz isso — fiz careta, pois não consegui evitar o constrangimento
por isso — não sei se fiz como você gosta… — Michael franziu a testa e me encarou como se eu
tivesse falado alguma besteira — não importa se você é inexperiente com isso, importa apenas que
seja você, e para mim foi muito especial por que foi você — eu assenti com a cabeça e fiquei mais
leve com suas palavras, acreditando que estamos conhecendo um do outro, e satisfeita, ergui meu
corpo até chegar próximo dele e olhando para sua boca murmurei — você é delicioso — e dei um
beijinho em seus lábios e erguendo a sobrancelha Michael falou — que pervertida — e me puxou
para ele e virou-se pelo sofá para ficar em cima de mim me olhando carinhosamente e disse — meu
Deus, você é maravilhosa. — e me beijou, dominando meu corpo, causando arrepios enquanto
prendia seus dedos em meu couro cabeludo e me apertando mais contra seu corpo me fazendo sentir
novamente uma ereção pressionando minha virilha.

Meu Deus, é gostoso demais!

Em um movimento preciso, Michael me deixou presa com as pernas entrelaçadas e quando me dou
conta ele está por cima e no meio das minhas pernas, soltando um gemido, michael parou o beijo e
me provocou com a língua passeando no lóbulo da minha orelha, me causando arrepios e me
deixando com tesão.

Caramba. Como é possível?

— Eu vou retribuir pelo que você fez para mim — me remexi nervosa e ele ergueu meus braços e
segurou com uma mão. Apenas uma mão! Ele é forte, muito forte.— Você vai apenas curtir a sensação
da minha boca te saboreando, lentamente — aquelas palavras me aqueceram, me deixando com puro
fogo nas veias, sinto que meu corpo derreter pelos toques dele e de repente ele se aproxima como se
fosse me beijar, e ansiosa, fechei os olhos e esperei o toque de seus lábios macios e saborosos me
tomarem…
Depois de toda a safadeza, ficamos deitados confortavelmente no sofá, Michael está lindo, lindo de
morrer, relaxado, descabelado e parecendo satisfeito. Deitou ao meu lado e pegou minha mão
delicadamente, me arrancando dos meus pensamentos e murmurando — Eu espero que isso tudo seja
prazeroso tanto para você como está sendo para mim — senti meu rosto ficar vermelho, apesar de
tudo o que ele fez… Tudo o que fiz… Ainda consigo ruborizar desse jeito.

Até parece que eu sou uma garota tímida.. Safadaa

Minha mente gritava e ria da minha cara enquanto eu apenas curtia as coisas que aprendi
recentemente com o meu chefe.

— Eu acho que aqui é o lugar onde eu devo estar neste momento, e estou muito feliz e satisfeita com
tudo até o momento — Murmurei em resposta ao comentário de Michael e ele assentiu com um brilho
nos olhos, e continuei — nada do que fizemos tem sido menos que perfeito, para mim. — e com isso
ele sorri e levanta da cama e antes de sair ele diz — Não se mova, pequena. Eu já volto. — e
assentindo observei Michael vestir sua calça e sair correndo pela sala, eu virei para a tela da tv e
olhei no relógio embutido e vejo serem 16:20 da tarde. Caramba, mas já? Mesmo que eu esteja
animada para o encontro das meninas, eu não queria sair de perto tão rápido…Quando sentei no sofá
e peguei a camiseta e minha calcinha, Michael chega e me flagra vestindo minhas roupas e pergunta
em tom sério — O que está fazendo? —

Gelei. Droga. Será que ficou bravo?

Eu sei que poderia muito bem, cancelar a noite das meninas e ficar com ele, pois estamos em um
novo patamar com esse relacionamento que estamos entrando mas também não posso ficar
dependente desse relacionamento, pois não é saudável, e Michael é auto-suficiente para se tornar
dependente e eu ainda preciso me amar muito para que não sofra caso algo ruim acontecer entre nós.
Eu ainda tenho um pouco de amor-próprio. Não estou pronta 100%.— Eu só estou me vestindo, pois
daqui a pouco preciso ir — respondi terminando de levantar minha calça moletom e virar de frente
para ele, para olhar em seu lindo rosto e encontro uma bandeja em sua mão com aperitivos e uma
garrafa de vinho com duas taças, franzindo a testa ele murmura — está com fome? Sei que tem que
ir… — ele falou como se estivesse me deixando ir contra sua vontade. Pois bem, ele está fazendo
contra a sua vontade e para falar a verdade nem sei se quero ir também.

O que? Como assim, Yven!!

Meu inconsciente grita em um tom alarmado, tudo bem, sei que não devo mudar minha rotina mesmo
com um relacionamento destes, e apesar de tudo o que já havia mencionado antes, pois ainda não me
amo incondicionalmente para poder amar alguém como Michael e me sentir segura se uma Laura
aparecer novamente, então novamente repito para minha mente ‘é essencial uma vida social assim
como ter uma vida pessoal com outra pessoa com isso decidi que devo ir, mesmo que, no fundo eu
deseje ficar aqui com Michael.Colocando a bandeja em cima da mesa de centro, nos acomodamos no
chão com um tapete fofo e peguei uma fatia pequena de queijo enquanto Michael nos servia o vinho,
me entregando uma taça ele diz — vai ficar brava se eu pedir a Gregori acompanhá-las de longe? —
eu ia dar um gole no vinho, mas a taça ficou pendente no ar, quando ouço o tom que ele usou, e aquela
pergunta me deixou intrigada, pois não gosto muito da idéia de ser vigiada, mas diante das últimas
circunstâncias não seria uma má ideia, até porque, eu gosto do Gregori.— eu não me importaria, não
— respondi e encarando Michael seriamente que assentiu e esboçou um sorriso de triunfo que logo
sumiu quando levantei o dedo e dei um gole no vinho e o deixei esperar atento enquanto eu tomava
coragem e um pouco desse vinho delicioso — as minhas amigas não precisam saber que estamos
sendo vigiadas. — assentindo Michael tomou um gole do seu vinho e diz — aceito isso, mas preferia
ir com você — bufando ele desviou o olhar do meu e olhou para sua taça que estava vazia — Já vou
explicar, não quero controlar sua vida é que, agora que encontrarei você, não quero me afastar —
esbocei um sorriso que aliviou a tensão no rosto dele, fiquei aliviada por ele sentir o mesmo
sentimento que eu, será que a paixão também é recíproco? Afastei aquele pensamento e perguntei —
você não acha que se fossemos juntos ao pub, as pessoas iriam te reconhecer? Tudo se tornaria um
caos, sem falar que na empresa, ninguém sabe o que está acontecendo entre nós, Michael — e meu
inconsciente gritou “ nem mesmo eu ,sei o que está acontecendo entre nós”

— Yven, não tenho medo de que as pessoas do mundo e meus funcionários saibam que estamos juntos
— Michael respondeu isso, com tanta leveza, que foi impossível não sorrir em resposta, mas logo
após isso, minha mente logo me lembrou que os funcionários dele, são meus colegas de trabalho e
então o medo voltou mais forte, não conseguindo esconder o meu desconforto eu respondi — tudo
isso seria maravilhoso, de verdade, mas seus funcionários também são meus colegas de trabalho, e
você sabe o que eles pensam sobre funcionárias e chefe — Michael soltou a sua taça na mesa de
centro e pegou a minha mão e a apertou firme, me olhando com ternura e disse — tudo bem, meu
amor. Não vou espalhar para o mundo que eu pertenço a você, ainda não. — ouvindo essas palavras,
meu coração falhou algumas batidas e eu sorri para ele e disse — acredito que depois desse fim de
semana, nada sera a mesma coisa — falei para ele que assentindo responde — Desde o evento
beneficente, nunca mais foi a mesma coisa — e tomando mais um pouco da sua bebida ele murmura
— Como é o seu desejo, vamos manter em segredo a nossa relação, e não vamos misturar o pessoal
com profissional para não tornar tudo uma bagunça, o que provavelmente vai acontecer, pois, não sei
se conseguirei trabalhar direito, sabendo que você está tão perto de mim — ele solta um suspiro e
continua — mas óbvio que caso ambos desejarem conversar sobre qualquer coisa, com certeza
conversaremos, independente de horário — Michael se aproximou e pegou em minha mão e a levou
até a boca beijando-me delicadamente e por dentro senti a sensação de que com ele, nada ruim me
aconteceria, e por incrível que pareça, pensando melhor em toda a nossa conversa, eu não iria achar
ruim caso ele quisesse me assumir para as pessoas.

Mais tarde, depois que Michael me trouxe para casa em seu belíssimo carro, corri até meu quarto e
decidi mandar uma mensagem para Luisy e para Marcelly.

Onde nos encontraremos?

Corri para meu closet, algumas pontadas no meio das minhas pernas desconfortáveis me atingiram e
logo lembrei do motivo e pela primeira vez não ruborizei, muito pelo contrário, aquelas lembranças
ficaram marcadas na minha cabeça, e agora me bateu uma imensa vontade de voltar para os braços de
Michael, e por puro impulso, mandei uma mensagem para meu chefe.
Já estou com saudades, chefinho.

Clicando em enviar, sorri para mim mesma e deixei meu celular em cima do armário no closet e
passei pelos vários cabides que expõem vários vestidos, e de repente vejo um vestido preto curto
com um decote cruzado nas costas e totalmente comportado na frente, perfeito!Fui em busca dos meus
saltos Louboutin pretos envernizados e sai do closet com o meu look, os coloquei em cima da cama e
lembrei do meu celular no armário e assim que o peguei vejo 2 notificações de mensagens, e senti um
frio na barriga, abri a primeira e era da luizy e marcelly no grupo que havíamos feito.

Me esperem em frente a sua casa, irei buscá-las..

Assim que abri a segunda mensagem, uma excitação me dominou, vi que era de Michael e
rapidamente abri a mensagem que dizia:

Basta me dizer o horário que devo buscá-la!


P.S: Estou com saudade também.

— Não faz isso comigo não, chefinho — murmurei para mim mesma e sonhando acordada pensei em
quão incrível ele é, mas deixei o celular de lado para não responder, mais tarde quem sabe eu o ligue
para avisar que cheguei bem em casa.Enrolei meu cabelo em um coque mal feito e tomei um banho
rápido, senti uma leve dor no meio das minhas pernas, mas junto dela a saudade de Michael, pois o
último banho que tomei foi com ele, me enrolei na toalha e saí do boxe e fui até minha penteadeira,
soltei meus cabelos e o escovei, optei por deixá-los solto, pois estou indo com o intuito de socializar
e não ir atrás de homens e muito menos bebida e assim que finalizei minha maquiagem leve, me vesti
e já com meu salto resolvi mandar uma última mensagem para o meu chefinho.

Já estou indo, até eu voltar, fiquei pensando em mim.

E em seguida fiz uma pose em frente ao espelho e lhe enviei uma foto.Comecei a rir enquanto olhava
para o aparelho em minha mão e peguei minha bolsa e joguei o celular dentro e fechei a porta da
minha casa também jogando a chave dentro e me direcionei a escadaria e logo encontrei Marcely
fechando sua porta também.— Minha nossa, ainda bem que estou bem com esse look para a noite,
pois iria ficar sobrando — murmurei sorrindo enquanto Marcelly girava em seus saltos plataforma
exibindo seu vestido curtíssimo e justo em suas coxas torneadas, mesmo sendo mais magra que eu,
ela tem elegância e postura e murmurou em resposta — olha só quem fala, vai arrasar essa noite e
bem que o seu chefe gato poderia aparecer lá para ver você assim — sorri sem graça com o
comentário. Será que está tão óbvio assim?
— Estou torcendo para que isso aconteça, de verdade, amiga — e começamos a rir
Sacudindo a cabeça e rindo murmurei — Tudo bem, cupido, agora vamos, que a Luisy já deve estar
nos esperando — e começamos a andar para fora e eu tentei deixar essa questão entre mim e meu
chefe para depois e me concentrei na nossa noite, descemos a escadaria e senti meu celular vibrar,
fiquei em expectativa, pois a última mensagem que mandei foi para Michael, mas preferi ver quando
já estivessemos em uma mesa no pub, assim que colocamos os pés na calçada, vejo um Audi
vermelho estacionado e de dentro vejo Luisy saindo e andando elegantemente com sua saia curta e
seu cropped de renda igualmente pretos e sorrindo girou a chave em seu dedo e diz — o que acharam
dessa belezinha? — Luisy murmura ao se aproximar e parar diante de Marcelly que sorrindo diz —
um belo esportivo.Prazer, sou a Marcelly — e estendeu sua mão que com educação Luisy a aceitou e
murmura — eu me chamo Luizy, é um prazer conhecer você. Agora meninas, vamos por que quero
encher a cara — e rindo entramos no carro e nos acomodamos.Assim que entramos nas ruas
movimentadas de new York, consegui sentir uma excitação eletrizante por encarar minha primeira
noitada com minhas únicas amigas na cidade e estava muito animada e Luisy aumentou o volume da
música que tocava ainda mais alta nos auto-falantes do carro e murmura — Alguém aqui é
comprometida? — observei enquanto Marcelly fazia um gesto negativo com a cabeça e murmura —
Eu não, mas Yven talvez seja — e as duas começaram a rir em cumplicidade e eu respondi revirando
meus olhos — Não é nada demais — tentei tirar o foco de mim, pois Luisy poderia descobrir através
de Marcelly e se fosse para contar a verdade, eu gostaria que fosse através de mim e por uma
decisão tomada em conjunto de Michael e desviando o foco comecei a cantarolar alto o som de the
avener a Need good one.
Somebody love you, I'm looking for you ( Alguém ama você, eu estou olhando por você)
Someone I can place no other girl ( Alguém que eu não possa colocar)
Above her ( Alguém que eu não possa colocar)
Cause no one above her ( Porque ninguém está acima dela)

Meu corpo foi se embalando com a sintonia da música, as avenidas cheias de carros e pedestres
aguardando sua vez de atravessarem a faixa e assim que Luisy estacionou o carro, olhei para o lado
mais vazio da rua e senti um frio na barriga quando vi um sedan preto com películas também pretas
estacionado na rua e logo lembrei que provavelmente Michael havia respondido à mensagem com a
foto que mandei antes de sair de casa e resolvi pegar a minha bolsa e ver se de fato era Michael, mas
logo fui puxada por Luisy e Marcelly que rapidinho fizeram amizade e quando dou por mim, já estou
no pub.Enquanto passávamos por uma corrente humana formando um corredor entre as pessoas que
se esbarravam ali, eu fiquei olhando para todos os lados para capturar cada detalhe do local.

Afinal, esta é a primeira noite das meninas… Minha nossa! Estou muito feliz.

Assim que encontramos uma mesa, logo me acomodei e Marcelly sentou ao meu lado e Luisy olhava
ao redor e quando pareceu encontrar o que procurava e disse — mais duas amigas estão para chegar,
aí sim, podemos tomar todas — começamos a rir com a animação da minha colega. Nunca saí com
amigas em uma noite comum de sábado, sinto falta da Amanda, mas a vida que tenho agora, por mais
que pareça uma vida comum, é um caminho totalmente diferente para mim e olhando ao redor, vejo
que Luizy desapareceu por entre as pessoas, e Marcelly animada falou — Gostei dela, parece ser
uma pessoa boa e confiável — assentindo sorri e disse — para mim ela é confiável, na verdade, me
auxiliou desde o primeiro dia na empresa, eu estava totalmente perdida — Marcely sorri e diz —
Então depois vamos brindar as colegas de trabalho super prestativas. — e concordando sorri e ela
gargalhou e disse — Amiga, vou ir ao banheiro e já volto — assenti e a observei levantar e ir em
direção oposto á que Luizy foi, enquanto eu esperava elas voltarem, resolvi pegar meu celular e ver a
mensagem.Um nó no meu estômago se intensificou, gelei.

Merda!
Havia duas mensagens de Michael, uma assim que havia enviado e outra a poucos minutos atrás..

“Gregori me disse que tem um movimento suspeito aí.Fique em alerta mas curta a noite, ele está
cuidando de tudo!”

Curtir a noite? Como vou ficar tranquila depois desse aviso?

Olhei para os lados, mas não encontrei nada fora do normal, mas meu alerta estava ligado, se
acontecer algo com minhas amigas por minha culpa, nunca vou me perdoar.Num movimento rápido,
vejo que Marcelly se aproximou de mim, e me chamou para acompanhá-la até a pista de dança, e lá
encontrei Luizy com mais uma amiga, ela era alta, loira, sorria como se estivesse ganhando um
prêmio, e era bonita, muito bonita, e aquela expressão nos olhos dela me fizeram lembrar de alguém,
porém não consigo identificar quem era, mas deixei aquilo de lado e comecei a dançar, embalada
pela música contagiante, nós 4 estávamos dançando uma próxima da outra, fui invadida por uma onda
de adrenalina, e continuei embalando meus quadris até que senti mãos me tocarem e então fui puxada
para trás, levei um susto e afastei meu corpo do toque da pessoa que por um momento acabou
despertando coisas em minha pele e assim que olhei em direção a pessoa, encontrei meu chefe com
seus olhos vidrados em mim e um sorriso sexy brincava em seus lábios quando ele me puxou
novamente contra seu corpo e murmura em meu ouvido — Estava com saudades, amor? — o encarei
e sorri admirando aquela beleza a minha frente e respondi — Sempre, chefinho — e assim ele nos
misturou as outras pessoas que dançavam e me beijou sedento, naquele momento estava só nós dois
na balada e se afastando Michael sorri tranquilamente embalando seu corpo ao ritmo do meu e então
me joguei em seus braços e começamos a dançar, a pista parecia cada vez mais cheia, quando me
aproximei dele e dei um beijinho em seus lábios e ele murmurou — senti sua falta, pequena — então
eu olhei para os lados a procura de Luisy e não a encontrei e disse — Como vamos explicar você
aqui para Louisy? — ele sorriu me puxando pela cintura e prendendo meu corpo ao seu com toda
sensualidade que exalava dele, esboçou um sorriso malicioso e respondeu — Ela não vai precisar de
explicações diante disso — e me pegando totalmente de surpresa, Michael me beijou com vontade e
cheio de paixão, um beijo possessivo, quente e cheio de lascívia, sua língua invadia a minha boca
como se conhecesse cada parte de mim e sem que tivéssemos notado, alguns homens nos cercaram, e
aquilo me deixou em alerta quando vi que Michael passou seu braço ao redor da minha cintura e
ligou para alguém, olhando para os lados, encontrei Luizy que estava dançando no meio das pessoas,
jogou seus braços em volta do pescoço de um homem musculoso e bonito, enquanto Marcelly estava
rebolando ao ritmo da música com um homem loiro e musculoso também, eu dei um giro e vi que a
loira estava direcionando seu olhar para um rapaz alto, moreno, mas não consegui ver seu rosto, pois
ele estava no escuro, na parte externa de uma pequena escada que subia o segundo piso do pub, e
logo após isso, começou os empurrões e vozes alteradas, olhei para Michael que estava com um
semblante frio e ainda falava no telefone, direcionei meu olhar ao redor para procurar por minhas
amigas, mas não as encontrei. Merda!
Senti os batimentos do meu coração acelerar, não conseguia ouvir mais nada além dos gritos,
empurrões e mais empurrões.

Ai..

Gritei ao esbarrar em alguém que me empurrou com força, olhei para quem me empurrou e era a
amiga de Luisy que rapidamente se misturou entre as pessoas, me tirando dos braços de Michael, só
conseguia ver que ele estava no meio da multidão tentando chegar em mim, mas as pessoas estavam
todas se empurrando e dificultando o acesso, já estava me sentindo perdida, com muito medo, minha
garganta estava seca e doendo diante da apreensão, eu queria sair do meio dessa confusão, mas
ninguém estava saindo do lugar por onde eu tentava empurrar, de repente senti alguém me puxar em
direção ao centro da confusão e cheia de expectativas que seja Michael, sorri aliviada e me virei
para olhá-lo quando dou de cara com outra pessoa, a cor do seu cabelo é escuro e é dono de um
sorriso frio e diabólico.

Não pode ser... aqui não..Michael socorro..

Minha mente girava e gritava em sinal de alerta, ao lutar contra a mão que eu sabia ser do Heitan,
acabei sendo agarrada com força e brutalidade, batendo em outras pessoas que potencializaram os
empurrões, me sentindo tonta, abafada, minhas pernas cederam e fui arrastada para o meio do
tumulto, mas algo impediu que eu fosse levada, e eu agradeci mentalmente por isso, mesmo não
sabendo quem estava impedindo minha ida a outro lado. Um braço me agarrou forte e
possessivamente, porém com cuidado pelo braço, o toque completamente diferente do toque de
Heitan, não consegui olhar quem era, mas já sentia sua vitalidade e o formigamento através do seu
toque em minha pele, já sei ser o meu chefe, vi pessoas sendo lançadas para longe por um segundo
homem vestido de terno escuro que parecia limpar nossa passagem, estava me sentindo tonta, enjoada
e mal conseguia andar e minhas pernas amoleceram, e à beira de um ataque de pânico e tremendo
muito — Pequena, estou aqui. Segure firme — Ouço a voz de Michael em um sussurro antes de
sentir seu toque em meus braços, me envolvendo em um abraço protetor e saímos andando pelo
caminho que o segurança foi fazendo para nós, já me sentindo segura me aconcheguei em Michael,
mas parei abruptamente quando lembrei que minha bolsa estava na mesa.— Minha bolsa está na mesa
— Murmurei quando Michael me olhou com uma expressão de dúvida e logo franziu a testa e o ouço
praguejar baixo e sumindo do meu lado, vejo o segurança se aproximar de mim e quando comecei a
segui-lo pelo caminho que ele foi abrindo ao voltar para pegar minha bolsa, braços me prendem de
costas, impossibilitando meus movimentos e me puxando de volta e um desespero toma conta de
mim, tentei me debater, mas o homem que me segura é forte demais e então vejo que Michael está
vindo em minha direção com fúria nos olhos e me agarrou, arrancando-me com fúria dos braços do
desconhecido que quando é atingido pelo empurrão de Michael, é lançado com força no chão e então
vi quem era… Heitan.
Minha nossa, que pesadelo!

Recuperei o fôlego e corri para o lado do segurança que me segurou quando vi Heitan levantando-se
do chão e partindo para cima de Michael, arriscando um soco, vi Heitan mirar o rosto de Michael,
que rapidamente revidou erguendo seu braço para defender do soco e levantando o outro para lhe
acertar, o golpe foi certeiro, fiquei espantada, pois, o levantou pela camisa e o deixou de pé até
atingi-lo com mais um golpe no nariz, nesse momento, eu senti vontade de sair do braço do segurança
e correr até Michael para não deixá-lo a exposição, não quero que ele se comprometa por minha
culpa, mas com força o homem me segurou e olhou em direção a porta onde parecia pedir ajuda para
Gregori, que ao se aproximar de nós, acenou com a cabeça para o segurança que me soltou.— Por
favor, faça-o parar. — murmurei suplicante, mas negando com a cabeça, Gregori pousou a mão
respeitosamente em meu ombro e disse — Ele irá parar, no momento certo, Yven. Agora preciso tirar
você daqui — Fiquei em choque com toda a cena e principalmente em saber que Gregori realmente
iria deixar Michael brigando, mesmo que ele esteja socando o Heitan. Meu estômago embrulhou, de
repente me senti exausta e acatei ao pedido de Gregori, que me acompanhou até o carro, já nos
aguardando, e eu não estava mais vendo todo o glamour de uma noite de sábado em New York, tudo o
que eu queria é estar em casa com Michael, me aconchegando no banco traseiro do sedan, fechei os
olhos que estavam lacrimejando e uma fina sensação de constrangimento e culpa me dominaram, me
deixando em total privação do que estava acontecendo fora do meu campo de vista e assim o carro
começou a se movimentar, deixando minhas amigas e Michael naquele lugar que agora vou passar
longe.
Assim que cheguei na cobertura do meu chefe, fui diretamente para o banheiro e tomei um banho
tentando limpar os vestígios e lembranças dessa noite que saiu do controle, e lágrimas desceram pelo
meu rosto e me lembrando de um momento doce em que Michael e eu estávamos dançando juntos
comecei a soluçar desejando que ele estivesse comigo nesse momento. Ouvi batidas na porta, olhei
para Michael que estava entrando no banheiro com um semblante estritamente frio, Michael colocou
minha bolsa e seu casaco em cima da pia e começou a se despir e quando olhou em minha direção,
não desviou mais os olhos de mim e completamente nu, entrou embaixo do chuveiro e me beijou, um
beijo com muitos significados, saudade, preocupação, fome, irritação, paixão e fúria e quando se
afastou dos meus lábios, me puxou em seus braços, onde me aninhei perfeitamente e plantou um beijo
em minha testa e sussurrou.— Não se preocupe, pequena. Estará segura comigo — e com o tom doce
que Michael pronunciou essas palavras, dei um beijo em seu peito, e passando os dedos pelo meu
rosto, Michael esboçou um sorriso tranquilizador e acabei relaxando meu corpo em seus braços,
onde eu sabia ser meu lugar, e nesse momento, meu coração nomeou Michael como o homem da
minha vida.

Horas mais tarde

Despertei com a claridade preenchendo o quarto, olhei para o lado da cama, mas estava vazia. Meu
estômago protestou. Estou com fome e na casa do meu chefe, espere, o melhor ainda está para vir.
Estou na cama do meu chefe… Erguendo o lençol branco que me cobria, vi que estou usando apenas
uma camiseta e calcinha, uma onda de arrependimento me invadiu. Gostaria de ter feito amor com
Michael, mas eu estava exausta física e psicologicamente.Sacudi a cabeça tentando afastar meus
pensamentos libidinosos, pois ainda preciso entender direito o que houve ontem e estremeço ao me
recordar novamente dos acontecimentos recentes.
Coloquei os pés para fora da cama e fui à procura de uma calça ou algo que eu possa usar por baixo
da camiseta, pois é desconfortável usar apenas calcinha, encontrei uma calça moletom preta e dobrei
a barra para não ficar arrastando no chão, fui ao banheiro, usei a escova de dentes, escovei meu
cabelo e fiz um coque bagunçado charmoso, me olhando no espelho estou me sentindo sexy e dando
de ombros saí do banheiro para ir fazer algo para comer, pois provavelmente Michael não está
pela...Bluft…

— Ai — murmurei com a queda.

Sentada no chão, após esbarrar em alguém musculoso e sem roupas da cintura para cima e com um
rápido movimento, já estou de pé e Michael murmura ao me olhar de cima para baixo para ver se
estou machucada. — Olá, meu bem. Bom dia — Michael falou sorrindo e me olhando atentamente e
ouvindo a forma carinhosa que ele se dirigiu a mim, fiquei encarando seu lindo rosto enquanto eu
estava tentando lidar com o sentimento que me invadiu, fazendo com que eu quisesse abraçá-lo e
nunca mais soltar, beijá-lo e nunca mais parar, senti-lo e nunca se saciar, desejar pertencer a ele,
somente ele.— Humm, bom dia, chefe. Desculpe pela recepção. Eu só... — o encarei novamente e
não consegui finalizar a frase, Michael estava tão lindo, parecendo relaxado, lindo e bem-
humorado.Me analisando atentamente, vi um sorriso de satisfação brotar em seus lábios — O que
você precisa, pequena? — Olhando em seu rosto, Michael já não estava mais com uma expressão de
preocupação e sim com luxúria estampado em seus olhos, como se estivesse lendo a minha mente,
pois tudo o que eu preciso agora é tê-lo dentro de mim, notei que além do desejo dentro de mim, a
respiração dele mudou de ritmo, sua boca estava entreaberta e engolindo em seco ele acabou com o
espaço que tinha entre nós e me agarrou com as duas mãos em minha cintura e me deu um beijo
urgente, como se dependesse disso para respirar e pensando na mesma urgência que eu senti quando
acordei, soltei um gemido e deixei a língua de Michael explorar a minha boca, e quando dou por
mim, ele está me prendendo entre a parede e me pressionando com sua ereção que é obra divina.

Ele é tão gostoso.

Penso que essa seja a primeira vez que consigo ficar sem comer por horas seguidas, mas nem me
importo. Depois de dois orgasmos, ficar deitada nos braços de um homem que me dá tanto prazer, e
que me faz ter a sensação de paz é indescritível. Preciso saber, o que vou fazer da vida, caso me
entregar de verdade a este sentimento, pois cada dia que passa, é uma sensação diferente, não sei se
eu teria uma estrutura emocional para lidar com um rompimento e pensar nisso me deixou com uma
dor no peito que não consegui disfarçar.— Em que está pensando, pequena? — Michael perguntou
apoiando seu peso em um braço e passando o dedo em meu rosto em uma carícia e puxando o ar eu
pensei se deveria mesmo responder a ele, e resolvi falar a verdade, pois o que eu quero sempre entre
nós é a honestidade, e tomando coragem respondi — Estava pensando se eu iria ter forças para
superar um rompimento entre nós dois — sentindo-me envergonhada pelo que acabei de falar desviei
o olhar do rosto dele para qualquer coisa, mas quando ele me abraçou forte e me aninhou em seus
braços ele disse — não quero nem imaginar uma coisa dessas, pequena. — Senti seus braços me
apertarem mais e ele continua — Se depender de mim, Yven, nós nunca vamos nos separar. Você é
muito importante para mim, e vamos superar juntos qualquer obstáculo que surgir no nosso caminho
— senti o nó em meu estômago desaparecer, e o sentimento de tranquilidade me dominou, meu
coração se aqueceu com essa conversa e me dando um beijo na bochecha, ele diz — vamos comer
algo, estou morrendo de fome. — e confirmando com a cabeça, o segui até a cozinha, me sentindo
muito grata por ter Michael em minha vida.

Eu ainda lembro do momento


em que nos conhecemos
O toque que ele plantou
O jardim que ele deixou
Acho que a chuva foi metade desse efeito
- Heaven- Julia Michaels-

Capítulo 21

Primeira de muitas

Michael Louis Backham

Linda..
Observando Yven comer seu sanduíche, por entre os cílios, vejo que ela não é como as outras
mulheres que regulam tudo o que vai comer, vejo que ela se alimenta muito bem, mas que cuida do
corpo com a mesma determinação, pois tem o corpo todo durinho e as pernas torneadas.

Meu Deus... Gostosa... Ela é minha. Só minha…

Quando terminei meu café, deixei a xícara em cima da mesa e fiquei apenas olhando para Yven,
admirando sua beleza enquanto se saciava, e quando notou que estava sendo observada, tomou um
gole do seu café e sorriu timidamente e disse — eu tenho algumas perguntas, se importa em
responder? — negando com a cabeça apoiei a mão no queixo e me preparei para qualquer coisa.
Merda.Aí vem bomba.— Como você descobriu que Heitan estava lá ontem? — despejando sua
dúvida, Yven me olhou intrigada, mas a pergunta não me surpreendeu, em algum momento eu
precisarei falar a verdade a ela.— Eu fui avisado por Gregori — respondi controlando meu tom,
para que ela não notasse minha inquietação e continuei — Gregori reconheceu de longe, e já estava
seguindo os passos de Heitan, por isso, pedi para que ele acompanhasse você. — E dito isso, Yven
ficou chocada e permaneceu quieta em seus pensamentos.
Ufa, acredito que referente a este assunto ela não vá muito longe.
— E o que houve depois que eu fui retirada da boate? — murmurou parecendo amedrontada, porém
curiosa e com isso dei de ombros e disse — soquei a cara dele, coisa que já deveria ter feito desde o
dia em que te vi ficar mal por causa dele.— mas minha mente concluiu “ ou deveria ter feito pelo que
ele fez com você anteriormente”
— E o que houve com as minhas amigas? Eu as deixei naquele lugar sozinhas, estavam correndo
perigo por minha culpa. — Yven dessa vez estava alterada, nada parecida com a doce e meiga
mulher que estava comigo até agora, e isso me deixou em estado de alerta, pois ela pode ficar
irritada comigo se eu der um passo em falso.— Pedi para que meus homens, as levassem para casa
em segurança, elas não viram nada e estavam muito bêbadas — respondi dessa vez com um tom
ligeiramente frio e calculado e de repente vejo os olhos de Yven se transformarem em fúria e ela
grita — Com que direito, pensa que pode fazer isso com as minhas amigas? Você não pode
simplesmente… — Yven balançou os dedos no ar e continuou — simplesmente… Argg — saiu da
mesa e andou em direção ao quarto sem ouvir o meu pedido.

Puta que pariu.

— Yven — berrei e ela nem se importou em olhar em minha direção.Porra me ouve, pequena…
Minha mente estava entrando em parafuso com a reação dela.— Yven, porra. — a puxei pelo braço
fazendo com que parasse abruptamente e me encarasse, está furiosa comigo, e eu nem expliquei o que
me deixou mais furioso ontem, o que me levou a aparecer lá na boate atrás dela, mas agora estou
mais preocupado em resolver essa merda entre nós dois.— Me solte, ou eu vou gritar — ela
murmurou brava e aquilo me surpreendeu e simplesmente a soltei e disse — Grite, mas grite com
muita vontade — comecei a rir da expressão que ela fez, um biquinho quase que infantil que me fez
desejar agarra-la e fazer amor com ela aqui mesmo.

Linda, é tão encantadora quando fica brava.

— Meu apartamento pertencia a um músico, com paredes com revestimento acústico. — Finalizei
minha frase me apoiando no outro lado da parede e cruzei os braços quando ela simplesmente me
fuzilava com os olhos e ficava de costas para mim e saiu andando em direção ao quarto.— Puta que
pariu, Yven. — Berrei parado ainda encostado na parede sentindo meus nervos a flor da pele e
extremamente frustrado quando vejo algo voando em minha direção e me abaixo para não ser
atingido e quando consegui identificar, vejo a almofada cair no chão, ouço uma voz doce berrar de
volta — não me irrita e para de falar palavrão. —Longos segundos se passaram e eu não consegui
segurar, cai na gargalhada, meu Deus, se eu soubesse que Yven fica assim quando está brava, deveria
ter aproveitado um pouco mais quando a conheci e deveria ter brincado com a nossa situação um
pouco mais e me aproximando da porta enfiei a cabeça para dentro do quarto para ver o que estava
fazendo e no momento em que a vi usando o vestido da noite anterior, perdi a noção da piada e meu
humor se alterou.— O que pensa que está fazendo? — Perguntei parando a centímetros de distância
dela e sem me encarar ela diz — vou para casa, e você vai me deixar ir sem me impedir — ela
murmura com uma voz polidamente fria, como se nós não nos conhecêssemos, e de repente vi que
nem vale a pena falar para ela que a mulher que estava com a Luizy era a louca da Laura e
simplesmente tomei coragem — Muito bem! Seu desejo é uma ordem, meu amor. — Gritei erguendo
os braços em sinal de rendição, virei as costas e sai do quarto sem lhe dar uma oportunidade de se
arrepender por ir embora ou falar qualquer coisa. Fiquei furioso com a situação, estou furioso com
ela, como ela tem coragem de me tratar desse jeito? Depois de tudo o que tivemos, depois de tudo
que passamos.

Esbravejei chutando a almofada que ela jogou em mim e andei até meu escritório e bati a porta, mas
bati com força. Só para que ela ouvisse como estou bravo. E sacudindo a cabeça e revirando os
olhos, me dei conta que acabamos brigando por uma coisa idiota e respirei fundo para não quebrar
nada.

Merda. Porra de atitudes infantis do caralho.

Peguei um copo e o whisky e me servi, sentei na cadeira estofada e fiquei em silêncio, aguardando
qualquer coisa que pudesse acontecer em seguida, e estava torcendo para que Yven não fosse embora
e então meu celular vibrou em cima da mesa, vi que é uma mensagem de Gregori,

“Estou indo levá-la para casa. Ouvi a briga e ela não queria ir comigo, mas insisti.”

Caralho, como ela dificulta as coisas. Por que simplesmente não parou para me ouvir? Dando um
longo gole na minha bebida, fui até a janela e consegui ver ela entrando no SUV com Gregori.

Merda.

Lancei o copo ainda cheio na parede com toda força, e respirando fundo espalmei as mãos nas
laterais da janela, e observei o SUV se afastar, e com ele toda a harmonia que eu estava sentindo a
pouco tempo atrás.
Perfeito, perfeito
Você é bom demais para ser verdade
Mas eu cansei de correr, foda-se
Agora estou correndo com você
- Ariana Grande- Positions-

Capítulo 22

Apaixonada pelo meu chefe

Yven Lauren Cobalt


Será que fui longe demais com Michael?
Me sinto perdida, abandonada e até apavorada. E se ele não quiser mais me ver?
Meu Deus... fiz merda.
Meu inconsciente me acusa, mesmo sabendo da burrada que fiz, me sinto mais culpada ainda pela
forma que o tratei.
Minha nossa, e a almofada que joguei nele? A cena mais infantil que já fiz.
Envergonhada, dobrei as pernas e escondi o rosto e deixei as lágrimas rolarem.
Me sentindo extremamente triste, me imaginei, caso Michael não me aceite de novo, me senti
destruída.
Minha nossa, eu estou apaixonada por ele. Não, eu amo ele..
Isso explica muita coisa. Ai meu Deus. E com essa constatação, veio a vergonha por ter feito uma
cena daquelas e a angústia por sair sem me despedir e até mesmo sem saber se irei voltar.

— Senhorita Yven, não precisa chorar. — ouvi um sussurro interrompendo meus soluços e reconheci
a voz de Gregori que continuou a falar — O senhor Beckham é intenso, ele trata tudo com muita
intensidade e eu acredito que ele não deixará vocÊ sair da sua vida assim. — eu sequei as lágrimas e
o encarei que assentindo esboçou um sorriso e diz — você também deveria ter deixado ele falar, pois
uma relação só cria raízes sólidas e saudáveis, quando nos colocamos no lugar do outro também — e
ouvindo aquilo me senti uma boba por tratar ele daquele jeito, fui atingida por um balde de água fria,
eu deveria ter ouvido ele. Pois, é assim que deve funcionar uma relação, mesmo não tendo a certeza
de que relacionamento estamos cultivando, e uma tristeza me invade ao pensar se ainda será possível
termos algum relacionamento.— Eu errei em não ouvi-lo — murmurei com a voz trêmula e secando
as lágrimas que restavam continuei — não sei o que fazer para resolver isso. — e olhando para mim
pelo retrovisor ele murmura — você deve se acalmar e esperar ele se acalmar, porque o conhecendo
como conheço, ele deve estar desmontando o saco de pancadas agora, então apenas espere —
assenti, mas continuei fungando, meu rosto provavelmente está vermelho, sempre fico vermelha
quando choro, mas resolvi me acalmar e resolvi fazer uma pergunta que estava me deixando um
pouco curiosa. — Michael fica agressivo sempre que briga, Gregori? — e negando com a cabeça ele
responde — Não, Michael prefere treinar para expulsar as energias negativas e pesadas do seu
corpo, isso é muito bom e realmente funciona. Experimente — e sorrindo, ele direcionou sua atenção
para a estrada e permanecemos em silêncio o restante do caminho.Depois que Gregori me deixou em
casa, me senti solitária e muito mais culpada pelas coisas que aconteceram. Pensei várias vezes em
mandar mensagem para Michael, mas fiquei com medo de ser ignorada, mesmo sabendo que eu
merecia um tratamento de silêncio isso, mas com medo da rejeição, ao invés de mandar mensagem
para o meu chefe, resolvi mandar uma mensagem para Marcelly.

Oii. Tudo bem?

Clicando em enviar, fui para meu quarto e me despi entrando rapidamente no chuveiro para tirar a
sensação ruim do meu corpo.
Com a água descendo no meu corpo, comecei a pensar em como vou me desculpar com Michael, sei
que foi culpa minha e não sou cabeça dura para negar o que fiz. Eu me irritei pelo fato de terem me
tirado do pub sem minhas amigas. Mas sinto que ainda tem algo que eu precisava saber sobre a noite
passada. Me senti perdida em meio aos meus pensamentos.
Assim que saí do banho, já enrolada na toalha, andei até o criado mudo e peguei meu celular e vi uma
notificação de mensagem e uma ansiedade se instalou no meu estômago e depois se tornou um aperto
tenso e crio coragem para abrir.

Oii. Tudo bem. E vc?

Senti que aquela mensagem estava faltando algo, será que é por que ela não perguntou pelo meu
sumiço ontem? De qualquer forma, fiquei feliz por ela ter respondido a minha mensagem.

Tudo bem.

Digitei enquanto mordia o lábio, pensando no que posso dizer, pois me sinto mal, e queria muito
conversar com alguma amiga, então voltei a digitar a mesma mensagem.
Você tem alguma coisa para fazer a noite?

Cliquei em enviar e fui até o closet pegar uma roupa para vestir quando ouço uma notificação
avisando que recebi uma mensagem de alguém, e mais uma vez meu coração acelerou e sem pensar
duas vezes, corri para pegar o celular e uma pontada de decepção me atinge quando vejo que é
Marcelly.

Eu não, Você quer ir na sorveteria? Queria algumas gordices haha

Sorrindo ao ver a mensagem, pensei que seria bom ir a uma sorveteria, depois de ir a academia,
claro.
Vamos. Vou à academia primeiro, depois vamos à sorveteria.

Cliquei em enviar, mesmo que pareça loucura ir a academia e depois ir numa sorveteria, nem me
importei, apenas preciso gastar um pouco de energia, me sinto carregada, e só uma boa corrida na
esteira pode resolver.
Bom, eu gostaria de poder pedir desculpas,
mas não tenho muito a dizer
Você não vai acreditar em mim de qualquer jeito
Eu tenho uma coisa por brigas
Ma em minha defesa, estou com medo de você ir embora
- Slow Down- Maverick Sabre Feat Jorja Smith-

Capítulo 23

Lição para a vida toda

Michael Louis Backham

Me partiu o coração quando ouvi Gregori falando que Yven estava aos prantos, mesmo que ela tenha
me deixado furioso, eu queria estar confortando ela, eu a adoro, não consigo nem imaginar o que
faria se algo a ferisse, de todas as maneiras existentes.Eu deveria ter acabado com a raça daquele
filho da puta do Heitan, fez mal a ela, e ainda assim, continua tentando entrar na vida da minha
mulher de qualquer jeito. Pousando a mão em meu rosto já muito irritado murmuro sozinho — assim
que possível vou acabar com ele — .Agora, aqui sozinho no meu quarto, sinto falta dela, queria estar
tocando em seu corpo, beijando-a, tocando-a em todas as partes do seu lindo corpo, só em imaginar
já estou com água na boca. Meu pensamento voa até o momento em que esbarrei com ela na porta do
meu quarto, com um coque bagunçado, usando minhas roupas, estava perfeita, e se sentindo à
vontade, se sentindo em casa, exatamente o que quero passar a ela, a sensação de que a minha casa é
sua casa também.A tranquilidade de estar em casa. Na nossa casa, daqui a um tempinho, claro.
Levantei da cama e vesti uma bermuda com uma camiseta para eliminar um pouco a energia que
estava sobrando em meu corpo, depois de tanto tempo sozinho, ter encontrado Yven, foi como uma
luz no meio da escuridão. Eu fiquei por muito tempo sozinho após ter conhecido Laura, não sou
viciado em sexo, apesar de gostar e muito, mas com Yven foi totalmente diferente, me sinto fraco sem
toca-la, e agora mesmo, estou a ponto de sair correndo até ela e toma-la nos braços, mas depois
desse desentendimento, é melhor eu colocar meus pensamentos em ordem e isso servirá também para
ela.
Yven foi a única depois de muito tempo que despertou tantos sentimentos em mim num curto tempo, e
hoje quero ter um relacionamento com ela, no entanto, quero algo sólido e bem estruturado, que seja
como um refúgio, quando ambos estiverem se sentindo fracos, para que sejamos o porto seguro um
do outro, e sei que é normal haver discussões num relacionamento, e estamos passando pelo nosso
primeiro momento ruim.

Assim que saí de casa, coloquei meus fones de ouvido e ao som de Nick Jonas e Nicki Minaj- bo
bidi bom, iniciei um alongamento, em seguida mandei uma mensagem para Gregori para avisá-lo
sobre minha corrida.

Respirei fundo e comecei a correr, pensamentos e lembranças de Yven vão e voltam com toda a
força, me trazendo a sensação cada vez mais forte de que eu deveria ir até ela, mas meu instinto diz
que preciso dar um tempo para os ânimos de ambos se acalmarem, não considero nosso
desentendimento como um término, afinal, nem sei o que temos ainda, porém não aceito compartilhar
sua atenção, muito menos seu corpo. Ela é minha, e tenho pena de quem tentar tocá-la. Aumentei a
velocidade ao atravessar o parque, que agora está começando a acender os postes por onde passo, e
a cada luz que surge, meus pensamentos ficam cada vez mais claros sobre a reação de Yven, ela
nunca teve um compromisso de verdade, uma relação como a que estamos tendo, e mesmo que o que
sentimos um pelo outro seja novo para mim também, para ela pode até parecer mais assustador. Deve
ser, estranho para ela, ter alguém cuidando de tudo por ela, não a proibindo de nada e se interessando
a cada passo dela.Atravessei o parque, dei uma parada para recuperar o fôlego após pensar em tantas
coisas. Olhei ao redor, e por incrível que pareça, este é o parque onde eu conheci aquele menino, o
Sebastian. Lembrei-me do personagem que eu lhe dei, e este pensamento me fez sorrir. Uma época
completamente diferente, caramba.Olhando em volta, encontrei um homem que conheço bem. Alto,
bem-vestido e também parece perdido em seus próprios pensamentos.Com as mãos nos bolsos da
bermuda preta, Sebastian olhava ao redor do parque, seus cabelos escuros estavam bagunçados e me
aproximei já me sentindo muito melhor depois da corrida, e o cumprimentei — e ai, cara. Veio correr
também? — dando um passo para trás, Sebastian assente e assim que me vê, relaxa a postura e sorri
de canto de boca — pois é, estava me lembrando de algumas coisas quando era menino.—
Assentindo sorri e murmurei — cheguei aqui e me lembrei de um acontecimento na minha infância.
— gargalhando Sebastian fala — isso soa gay, mas, eu também estava pensando — e com isso
caímos na gargalhada e então eu sentei no gramado seguido por Sebastian que disse — Quando eu
era pequeno, eu ganhei um presente que mudou minha vida, sabe? — Sebastian olhou para mim e
depois virou a atenção para o centro do parque e prosseguiu — eu sou órfão, desde os 10 anos, no
dia do meu aniversário, encontrei um menino que me deu um boneco, um personagem que eu gostava
muito, e me deu um lanche também. Naquela época, eu passava fome. Lembro-me que, eu havia
passado dias sem comer. sentia muitas dores no corpo por ficar tanto tempo sem comer — Ele falou
com uma emoção na voz.Meu queixo caiu. Sebastian era o menino que eu havia presenteado e
alimentado.
Não acredito. Meu Deus.

Isso é uma coisa que acontece entre 1 e um milhão. Caralho.


— Quando ganhei o lanche, fiquei com ele por quase 2 semanas, comia uma vez por dia, um pedaço
do sanduíche. Depois disso, encontrei um lar para crianças que ofereciam comida e moradia em troca
de trabalho em meio período e aula em outro período. Eu lembro que pensava assim " Quando somos
gentis com as pessoas, as pessoas também se tornam gentis com a gente" — senti um nó na garganta
se formar, este homem tem uma história surpreendente.— Consegui me adaptar à rotina daquela
instituição, trabalhei, me formei, saí de casa, fiz faculdade, e hoje tenho de tudo. — Sebastian engoliu
em seco, acredito que esteja emocionado por relembrar do seu passado, ele é digno de todo respeito
do mundo, por tudo que passou, e por tudo que conquistou e sem dúvidas, eu preciso dele em minha
equipe, sinto que ele é de inteira confiança, simplesmente pelo fato de estar falando comigo em um
momento tão vulnerável.— Você lembra do menino que deu o boneco? — perguntei tentando lembrá-
lo do dia e assentindo ele diz — lembro, ele tinha o cabelo curtinho, pele clarinha, olhos castanhos
esverdeados — eu assenti e peguei meu celular, peguei uma foto minha quando pequeno e entreguei o
celular ao Sebastian, que o pegou com as mãos trêmulas assim que seus olhos reconheceram o garoto
da foto ele diz — Você era o garoto? —Assentindo em silêncio, ele esboça um sorriso e diz —
Caralho, o mundo dá voltas. Quando meninos, você me ajudou e hoje eu sou seu empregado. — não
sei por que, mas não gostei do jeito que a frase foi colocada, e negando com a cabeça falei — você
foi contratado pelo meu pai, não é um empregado e sim, um colaborador, e dos bons. Confio em você
e no seu trabalho, Sebastian e tenho muito orgulho em ter vocÊ na minha equipe — assentindo ele
ficou em silêncio e soltou uma risada nervosa e diz — Michael, naquela época, você mudou minha
vida — ouvir aquilo, me fez querer valorizar ainda mais as coisas que eu conquistei e até mesmo o
que ainda estou conquistando, e foi inevitável lembrar da minha pequena, a mulher da minha vida.
Meus pensamentos voaram nela novamente e senti meu coração apertar. Levantando-me olhei para
Sebastian e digo — você mudou minha história, cara. Agora preciso ir e consertar um estrago feito
— Sebastian levantou e estendeu a mão para mim e disse — ótimo saber que mudamos a história um
do outro, mas agora preciso ir. Até amanhã, chefe. E tenho quase certeza que esse estrago tem algo
relacionado com mulher — e com isso assenti sorrindo e comecei a andar em sentido contrário a
ele, puxei o ar para os pulmões e me preparei para correr quando senti meu celular vibrar e pegando
o celular no bolso vejo que é uma ligação com número privado e assim que atendi, uma voz
distorcida fala — adivinha quem está aqui comigo? — e soltando uma gargalhada senti meu corpo
enrijecer e com isso a pessoa continuou — depois de ontem, nunca mais irá vê-la. — e a ligação foi
encerrada.

Merda.
Yven..
Me senti perdido, uma onda de adrenalina me dominou e em seguida o medo. Merda, se algo
acontecer a ela, matarei quem quer que seja. Peguei o celular e disquei para Gregori que rapidamente
atendeu e tentei manter a calma para falar e acabei soltando um lamurio - Sabe onde ela está? -
coçando a garganta eu aguardei ele finalmente me responder depois de longos 3 segundos - eu a
deixei em casa, Michael. Aconteceu alguma coisa? - meu medo ficou maior, dessa vez comecei a me
sentir mal, a preocupação me dominou e negando disse - preciso que você vá até a casa dela, estou
no parque, logo chegarei lá- e encerrei a ligação e comecei a correr.
Atravessei o parque em poucos minutos, aguardando o sinal ficar vermelho, já estava impaciente e
com assim que ficou vermelho sai em disparada entre as ruas, ciente que faltam mais 2 quadras para
chegar ao meu destino e assim que cheguei, me deparei com Gregori estacionando o suv e me
olhando com dúvida murmura- O que houve? - eu ergui 1 dedo para ele pedindo um minuto, isso já
seria o suficiente para recuperar o fôlego e então eu disse - recebi uma ligação desconhecida, e foi
uma ameaça. - olhei para o prédio que estava fechado e olhei para o outro lado da esquina, e de
longe, consegui ver a silhueta de uma mulher elegante, magra e pequena.
Em segundos sai em disparada, atravessando a rua sem nem olhar para os lados, carros frearam ao
me verem atravessando a estrada fora da faixa de pedestres, sei que é fora da lei.

Yven é mais importante.

No instante em que entrei na pequena sorveteria, um sininho irritante anunciou minha chegada, olhos
viraram-se para me olhar, alguns rostos não paravam de me olhar e o mais importante, que era os
olhos de Yven, não se viraram para mim.
Fiquei ali parado olhando-a de frente, enquanto ela lia atentamente algo no cardápio, seu cabelo
solto, macio e escuro moldava seu rosto delicado e meu coração acelerou. Acelerou de uma forma
que eu ainda não havia sentido e dessa vez tive a certeza do que sinto por ela.
Estou perdidamente apaixonado por ela.
Mordendo o lábio Yven sorri levemente e ergueu o dedo à procura da garçonete, olhando para o
balcão, não a encontrou, pois a garçonete estava na mesa onde passei e me olhava atentamente igual a
cliente que ela atendia. Yven continuou passando os olhos pela bancada e assim que virou o rosto e
me reconheceu, deixou a mão suspensa no ar seu lábio tremeu levemente, engolindo em seco seus
olhos encheram d'água e com isso ela piscou para mim docemente e eu não resisti, avancei até sua
mesa, e ela receptiva, logo levantou-se e andou até mim, me abraçando e agarrando meu pescoço se
aninhou em meu peito, meu coração apertou com a aproximação.

É aqui o lugar dela, sim, sempre.


— Graças a Deus, você está bem, pequena — murmurei respirando aliviado e soltando o ar dos
pulmões com força, depois de tanta correria, a idéia de não vê-la mais me corroeu por dentro e agora
tê-la em meus braços é como um bálsamo, que tranquiliza a minha alma.— Me desculpe, Mi... —
interrompi Yven no instante que ia falar colando meus lábios nos dela, e soltando um gemido de
surpresa, Yven se entregou ao beijo e me apertou contra seu corpo cheio de curvas, não resistindo
deixei escapar um gemido e parei o beijo acariciando seu rosto.— Fiquei com tanto medo de perder
você. — encarei-a olhando fundo em seus olhos e franzindo a testa ela responde — o erro foi meu,
me desculpe de verdade — assentindo abracei-a mais um pouco e apoiei meu queixo em sua cabeça
e perguntei — está aqui sozinha? — assentindo ela se afastou um pouco e me puxou até a mesa onde
nos acomodamos e ela diz — Marcelly disse que viria, mas até agora nada — franzindo a testa em
confusão ela me encara e diz — como soube que eu estava aqui? — joguei os braços em cima da
mesa e alcancei suas mãos, que também me apertaram firme e disse — recebi uma ligação, que dizia
que eu não iria mais ver você e eu saí feito um louco atrás de você — olhei para ela e vi que seu
olhar mudou de tranquilo para amedrontado e de repente vejo Gregori entrando na sorveteria, logo
me senti inquieto.— Senhor, acho melhor sairmos daqui, tem um movimento estranho se aproximando
da sorveteria — Gregori falou com seu tom profissional e logo entendo que realmente devemos ir
embora, mas dessa vez não respondi por Yven, simplesmente olhei para ela que assentindo logo se
pôs de pé e pegou em minha mão. Por dentro me senti feliz opor ela me compreender, mas apenas
sorri agradecido pelo simples fato de tê-la comigo de novo.Apertando com delicadeza minha mão,
não deixei de notar que Yven estava com a respiração acelerada, pode ser por medo, excitação por
nos encontrar ou mistura das duas coisas, difícil dizer, mas eu estou com ela para deixá-la em
segurança. Minha prioridade é sua segurança, quero cuidar dos seus interesses e o principal, desejar
seu corpo e satisfazê-lo.Assim que colocamos os pés na entrada da sorveteria, olhei para os dois
lados da rua, e vi haver dois carros escuros se aproximando, Gregori abriu a porta traseira do carro
para que Yven entrasse primeiro e em seguida eu entrei enquanto Gregori se acomodava atrás do
volante. Desviei os olhos de Gregori e olhei para Yven, que parecia perdida em seus pensamentos,
mordeu o lábio e fechou a cara quando pareceu lembrar de algo e desviou a atenção para a rua, então
sentindo estar sendo observada, olhou-me e engoliu em seco e permaneceu calada e eu perguntei —
Posso ficar na sua casa um pouco com você? Precisamos conversar. — Assentindo Yven permanece
em silêncio e isso me deixou um pouco incomodado e então a puxei para meus braços, ela aceitou de
bom grado e eu fiquei feliz por ela ter me aceitado novamente, apertando-a contra mim, ela deitou a
cabeça em meu peito e ali ficou, e eu a confortei em meus braços até que chegamos em casa.

A palavra casa já não me soa tão bem, estou me sentindo tão à vontade com ela, que parece que
até dividimos um teto. É estranho pensar isso, mas não me soa tão mal.

Abrindo a porta para que pudéssemos entrar em sua casa, Yven me permitiu a entrada e fechou a
porta atrás de si e disse — eu vou trocar de roupa e volto para fazer algo para nós comer, fique a
vontade — sorrindo se aproximou de mim e me deu um beijo leve no rosto e saiu andando pelo
corredor.Olhei ao redor do apartamento e vi que se parece muito com ela, pequena, organizada,
elegante e delicada, características predominantes na minha pequena, respirei aliviado por ser o
escolhido a cuidar dela, tirei meu tênis de corrida e sentei no sofá.Andando descalça com um short
de tecido leve, e prendendo seu cabelo em um coque atrás da cabeça, Yven se aproxima
tranquilamente e diz — você me livrou de uma bomba de doce, agradeço por isso — com seu
comentário comecei a rir e disse — que bom que ficou feliz por me ver — sentando-se ao meu lado
no sofá, Yven sorri e pergunta — quer um sanduíche? Estou morrendo de fome — assenti e a deixei
levantar e andando até a cozinha, eu a segui e sentei-me na cadeira, enquanto Yven abria a geladeira
e pegava os ingredientes para fazer nossos sanduíches.Pegando o pacote de pão fatiado, separei 4
fatias e os cobri com queijo fatiado, Yven trouxe o tomate que havia lavado com uma faca, e cortando
o tomate em rodelas coloquei em cima do queijo e em seguida finalizei o sanduíche com outras duas
fatias.— Então... — Yven murmurou do outro lado da cozinha e eu olhei rapidamente do sanduíche
para ela e depois de novo para o sanduíche e continuei em silêncio colocando- os no prato que Yven
colocou em minha frente — o que você queria me falar? — entreguei o prato a ela e a encarei —
Lembra da loira que chegou por último com a Luisy? — perguntei encarando-a atentamente e
assentindo ela levou o prato e colocou os sanduíches no mini grill e permaneceu em silêncio
aguardando que eu continuasse a falar — era Laura. Eu acredito que Heitan e Laura estão trabalhando
juntos contra nós — Yven parou em frente ao Grill e franziu a testa e disse — Mas o que ganhariam
se trabalhassem juntos Michael? Não faz sentido — levantei e me aproximei da bancada onde estava
o grill e respondi — Heitan queria levar você a força e de algum modo, Laura não estava lá por
coincidência, com certeza. E vi que ela empurrou você com o propósito de afastá-la de mim —
Respirando fundo enquanto tirava os sanduíches e os colocava nos pratos, Yven os colocou na mesa e
disse — será que já se conhecem? - negando com a cabeça eu respondo — eu não sei, mas todo
cuidado é pouco, se algo acontecer a você, eu nunca vou me perdoar, e precisamos ficar de olho na
Luisy, pois não sabemos se está com a Laura ou se a mesma apenas se aproximou com segundas
intenções porque sabia que Luisy era sua amiga — se aproximando de mim, Yven jogou seus braços
em meus ombros e me beijou, um beijo firme e delicado ao mesmo tempo, uma explosão de calmaria
me dominou dando espaço para a luxúria nos levar para o nosso mundo, mas precisamos conversar
antes de levá-la para o quarto e fazê-la gozar.— Amor, eu preciso que você confie em mim-
Murmurei a ela passando os dedos pelo seu rosto e seus olhos brilharam e assentindo ela diz — eu
confio, Michael, confio muito — e com isso a beijei na testa e a levei até a cadeira e a coloquei
sentada em seguida servi suco que ela havia posto na mesa.Tomando um gole do suco, Yven se
remexe na cadeira, franzindo a testa ela abre a boca e fecha, mas abrindo de novo diz — acha que
conseguiremos resolver de uma só vez a questão das duas empresas? —
Engasguei, tossi e cocei a garganta.

Merda. Não pensei nisso ainda. Depois que fiquei com Yven, ela é a única que ronda em minha
mente.

— Eu conversei com o Sebastian, chefe do setor de TI, ele irá monitorar todos os acessos que
teremos aqui, depois disso, eu o enviarei para Londres. — Falei enquanto ela mordia seu sanduíche e
gemia com satisfação, ouvir aquele gemido acabou despertando algo dentro de mim, que me deixou
louco de desejo, mas deixei de lado e falei — acredito que levaremos ainda um tempo mas também
sei que vou foder com a vida de quem está fazendo essa merda toda — Yven engoliu em seco e
arregalou os olhos, acredito que a intimidei falando dessa forma, porém não posso negar minha
vontade de matar o desgraçado que faz isso. Em uma nota mental deixei bem alinhado: o próximo
passo é descobrir quem é o filho da puta e acabar com a raça dele.Acredito que esta pessoa não
esteja sozinha, e eu vou pegar um por um. Não sei o que vou fazer quando olhá-los cara a cara, mas
sei que não vou deixar barato todo o roubo. E agora que estamos lidando com dois problemas
grandes que é a Laura e Heitan, ainda temos que lidar com os desvios e falsificações de assinaturas
das duas empresas.Acredito que Yven possa me apoiar de todas as formas, em tudo o que eu precisar,
acredito que ela será minha base, saberá muito bem o que fazer na hora certa, não arriscarei sua vida,
pois não imagino nada a machucando, mas sei que se preciso for, ela estará comigo na ponta da briga.
É por isso que me apaixonei por ela, por ser a pessoa sensível e determinada que simplesmente
apareceu na minha vida com um esbarrão gracioso digno, para nunca ser esquecido.
Capítulo 24

A reconciliação (parte 1)

Yven Lauren Cobalt


Observando Michael mastigar com vontade seu sanduíche, vejo o quão bravo e firme ele pode ser
quando algo sai do seu controle. Não é para menos, o cargo que ele tem na empresa é bem elevado,
não só na empresa, mas em sua vida. Muitos almejam ter esse poder e força, entretanto, poucos
possuem a competência e responsabilidade para atuar como tal, e principalmente em empresas com
localizações diferentes.Admiro o trabalho, a coragem, a garra e todo o foco que Michael tem, e
admiro mais ainda, por ele ser esse homem tão gentil e atencioso, é claro que, eu teria muitas outras
palavras para expressar o que Michael significa para mim, mas apenas essas palavras explicam o
cuidado e o zelo que ele tem comigo, na verdade, não só comigo, mas com todos que trabalham com
ele. Por isso e por outros motivos que Michael me conquistou e estou apaixonada por ele, sei que sou
capaz de ajudá-lo no que for preciso, e com certeza, se ele precisar, estarei a frente da briga com ele,
apoiando-o, e sem dúvidas, estarei sempre ao seu lado seja lá para o que for.Pegando minha mão,
como se soubesse o que eu estava pensando sobre todos os problemas empresariais, Michael beijou
meus dedos com carinho e diz — Sabe o que pensei quando vi você pela primeira vez? — meu
coração acelerou ao lembrar daquele dia, e uma onda de excitação me invadiu e negando com a
cabeça permaneci em silêncio, apenas contendo a curiosidade que foi crescendo ainda mais quando
sorrindo Michael murmurou — pensei que você foi o esbarrão mais perfeito que já tive na vida —
aquilo me deixou agraciada, senti uma imensa vontade de pular em cima dele e beijá-lo, e sorrindo
timidamente pelo pensamento pervertido eu murmurei — Eu pensei que você não fosse real —
Michael me olhou com uma expressão séria e engoliu em seco, fiquei nervosa com sua expressão e
mordi o lábio e em seguida franzindo a testa, ele levantou do banco e se aproximou de mim, tocando
em meu rosto, fechei os olhos com sua aproximação deliciosa, seu toque que sempre me deixa
arrepiada, e seguindo lentamente a linha do meu pescoço, Michael segurou meu rosto com as duas
mãos e me beijou lentamente, enfiando sua língua pela minha boca me deixando a mercê de suas
carícias, em seguida desceu as mãos pelos meus braços e parou em minhas coxas, causando um calor
conhecido no centro do meu corpo, abrindo minhas pernas, Michael se acomodou e me apertou contra
seu corpo, não consegui segurar o gemido, escapou involuntariamente e isso foi o suficiente para ele
beijar minha boca com vontade e me segurar pela curva da minha bunda, me fazendo prender as
pernas em sua cintura e o agarrei pelo pescoço e aprofundei o beijo, delicioso, sensual, quente e me
deixou cheia de vontades.Levantando meu peso, Michael andou devagar para me equilibrar em seus
braços e então me acomodei e fiquei firme, e então ele andou mais rápido até o corredor, como se
soubesse exatamente onde ficava o meu quarto, me segurou com uma mão e abriu a porta com a outra
e diz — Vou tomar um banho bem rápido e depois vou te fazer gozar de um jeito que você não irá
esquecer tão cedo. — meu corpo estremeceu diante daquela promessa tentadora, me colocando em
cima da cama delicadamente, me deu um beijo na testa e saiu andando em direção ao banheiro. Uma
felicidade implacável me dominou, Michael parece conhecer minha casa tão bem quanto a sua, e
parece se sentir à vontade comigo e isso me deixou tão feliz que até me deu medo, mas deixando
meus receios de lado, levantei e fui a busca de uma toalha seca para meu homem, abri a porta do
closet e peguei a toalha escura felpuda que eu adoro, fechando a porta do closet, ouço o chuveiro ser
desligado e então ando em direção ao banheiro onde encontro Michael gloriosamente nu, saindo do
boxe de vidro, lindamente molhado, me deixando excitada ao ver cada parte do seu corpo, com
músculos delineados e com água na boca o devorei com os olhos e assim que me viu, parou
abruptamente e sorri largamente, mostrando seus dentes branquíssimos e perfeitos.

Ele é maravilhoso. É tão perfeito para mim.

— Trouxe para você — entreguei a toalha para ele que estava me encarando fixamente, seus olhos
pareciam inflamados, quentes, e senti algo dentro de mim, aquecer de um jeito gostoso e
desconhecido, como se fosse uma chave que só Michael tinha acesso total.

Será que vou sentir isso sempre que vê-lo por perto?Será que sempre vai ter essa eletricidade
entre nós?

Eu sorri involuntariamente e ele arqueou a sobrancelha e diz — Obrigado pela toalha, mas ficaria
satisfeito se você me falasse sobre o que estava pensando — engoli em seco e dei de ombros com a
maior cara lavada e disse — nada de importante — e virei as costas e sai do banheiro e não sei
como, mas, quando dei por mim, Michael me puxou pela cintura e me prendeu na parede com um
braço, enquanto a outra mão passeava pelo meu pescoço, me causando arrepios e ele diz — você não
pode simplesmente sorrir para mim dessa forma e me deixar sozinho. — aquelas palavras me fizeram
ficar em silêncio e enterrando sua cabeça em meu pescoço senti minhas pernas vacilarem, Michael
me pegou nos braços e me jogou na cama box king size e diz — só pelo mau comportamento, vou te
ensinar uma lição. — ouvindo aquilo, meu cérebro ficou em estado de alerta e estremeci um pouco e
ele continua com um sorriso sedutor — calma amor, não será nada do que você não possa suportar —
e sorrindo maliciosamente Michael arranca sua toalha da cintura e se ajoelha sobre a cama, tirando
lentamente meu short, depois passa para a blusinha e beija meu pescoço com uma lentidão gostosa,
me deixou ao nível máximo, mas ele ainda continuou a me torturar com sua língua habilidosa,
passando pelos meus lábios, depois para minha orelha e deu algumas mordidinhas leves que me
arrepiaram até os dedos dos pés.— Hoje vou te fazer gozar de um jeito diferente — Michael
murmurou

Perdida em meus pensamentos, tenho a plena noção de que neste exato momento, amo Michael como
nunca amei um homem na vida.

Vou cuidar de você


Você faz parecer que é mágica
Por que eu não vejo mais ninguém, ninguém além de você
- The Weeknd - Earned It-

Capítulo 25

A reconciliação ( parte 2)

Michael Louis Bakham


Observar Yven dormindo tranquilamente após fazê-la gozar enlouquecidamente, não tem preço. Ela é
maravilhosa, doce, apertada e o melhor, é só minha.Eu sei que é cedo demais, porém tudo o que sinto
por ela, é o oposto do que eu sentia pela Laura, eu a desejava, mas o que eu sinto com a Yven, é
completamente diferenciado, é algo mais firme e recíproco, é puro e gostoso, além de ser lindo sentir
tudo isso.Quero tê-la comigo até ela me suportar, sei que não sou um homem fácil, tenho plena
consciência da intensidade que eu lido com os negócios e com algumas pessoas.Mas com ela, sou
totalmente diferente, sou o oposto do que eu era com a Laura. Yven me traz essa tranquilidade.
Deixa-me firme com todo o sentimento novo que estou sentindo, e ver que ela se entrega a mim sem
pudor, sem pensar duas vezes, me deixa ainda mais louco por ela.Se remexendo, Yven virá de um
lado para o outro, a coberta que cobre seu corpo escultural se move e deixa suas coxas torneadas a
mostra, eu acho graça enquanto a vejo despertar vagarosamente e me aproximando dela, beijei seu
pescoço convidando-a a abrir os olhos, e foi exatamente o que ela fez, assim que abriu os olhos, logo
sorriu para mim e aquele sorriso me derrubou por dentro, pois está me dando a certeza de que quero
receber esse sorriso diariamente quando acordar pelo resto da minha vida Ela é a coisa mais doce do
mundo.— Bom dia meu amor. Como se sente? — perguntei porque sei que fui intenso com ela, e a
última coisa que quero é que ela sinta dor pela brutalidade que transamos ontem — Estou bem,
obrigada. Apenas dolorida, mas só um pouquinho, e isso quer dizer que estou pronta para a rodada
do dia, chefinho— sorrindo Yven me encarou enquanto eu passei o dedo indicador pelo seu ombro
numa carícia — Que safadinha, você — Murmurei sorrindo sabendo que não precisaria ela dizer
novamente, porém estava um pouco preocupado de verdade e perguntei — Dói muito? — e negando
com a cabeça ela me responde — É uma dor suportável, nada demais. — E sentou-se na cama ao
meu lado, pegou em minha mão e disse — Realmente acha certo que eu fique na sua casa em Londres
mesmo? Se quiser eu fico em um hotel, não vejo probl.. — interrompi Yven antes mesmo dela
terminar de falar sobre ficar na minha casa — Você é minha namorada, vai ficar comigo, na minha
casa — falei para ela acariciando sua bochecha e ruborizando ela abre e fecha a boca e olha para
meu pescoço e depois para mim novamente e fala — você tem certeza disso, Michael? Eu… Não
quero que pense que é obrigado a ficar comigo só porque me deu vários orgasmos maravilhosos e..
— não consegui me segurar, interrompi Yven novamente, eu quero que ela saiba o poder que tem
sobre mim.

— Yven — murmurei segurando seu rosto em minhas mãos — Você me tem, eu pertenço a você, você
tem noção disso, não é? — perguntei olhando-a seriamente e assentindo ela morde o lábio e diz — E
eu pertenço a você. Sou sua. Só sua. — e com isso a beijei com ternura, um sentimento que antes
pensei que não existisse mais para mim, é ainda mais forte e real agora, e me olhando com uma
expressão risonha e curiosa ela pergunta — sou sua namorada desde quando? — Assim que
perguntou já recuperada do nosso beijo, eu sorrio e respondo — namorada, não sei, só sei que você é
minha desde o dia que esbarrou em mim. — ela sorriu docemente e apoia sua cabeça em meu ombro,
e ali permanecemos por um tempo em silêncio, apenas ouvindo o respirar um do outro, simplesmente
curtindo a sensação de estarmos juntos mais uma vez.Me dando toda a certeza do mundo de que Yven
será a futura Sra Backham.
Com cada toque seu
É como se eu tivesse começado a sonhar
Acho que o céu não está tão longe assim
-Breaking Me -Topic

Capítulo 26

Um pesadelo qualquer

Yven Lauren Cobalt

Depois que passamos horas juntos, Michael foi embora às 20:00 da noite, disse que eu precisava
arrumar minhas malas e descansar, pois a viagem é cansativa, e eu acredito que seja, porém mais
cansativo será, a investigação dos desvios que estão sendo feitas por lá, mas tenho fé que iremos
descobrir e resolver todos os problemas.Pegando minha mala, peguei minhas roupas mais formais,
incluindo conjuntos de terninhos, saias lápis, vestidos tubinhos e meus sapatos.Minha nécessaire já
estava pronta, vou para o banheiro tomar banho, liguei minha playlist e liguei a torneira da banheira
que enchia enquanto eu escolhia uma música que eu gosto, a banheira encheu, a água já estava na
temperatura ideal e estou ouvindo High Dua Lipa, tirei minha roupa lembrando da forma que Michael
me despiu, a forma mais provocante que tem, me seduzido pelo seu toque. Um calafrio percorreu
pelo meu corpo, entrei na água e me acomodei, comecei a sentir falta do meu namorado aqui comigo,
como é possível isso? Ele acabou de sair daqui, mas enfim, o que importa é que amanhã estaremos
indo viajar juntos.

E dessa vez, como um casal. Que emocionante. nem acredito.

Minha nossa, eu sou namorada de um dos homens mais gostosos do mundo.Sinto-me privilegiada,
pois ter Michael como chefe foi um sonho no ramo profissional que foi realizado e agora ser
chamada de namorada por ele, é algo além do que eu imaginei.
Massageei meu corpo na água, uma experiência boa, porém nada parecida com a sensação das mãos
grandes e hábeis do meu chefe em mim, no entanto, preciso me acostumar a não tê-lo sempre por
perto, pois ele é um homem ocupadíssimo, e tem seus compromissos para cumprir.
Sai do banheiro enrolada na toalha, em direção ao closet, peguei e vesti minha camisola de cetim e
deitei na cama, peguei meu celular que coloquei em cima do criado mudo quando sai do closet e
resolvi mandar uma mensagem para Marcelly quando recebi uma notificação de mensagem.

“Boa noite, Pequena. Tudo bem?”

A mensagem recebida era de Michael, meu coração acelerou e sorrindo digitei rapidamente.

“Boa noite. Estou bem sim, apenas me sinto sozinha. E você? chegou bem?”

Assim que enviei a mensagem, me acomodei na cama com o cobertor e peguei o celular novamente
quando ouço a vibração.

É só avisar, que pedirei a Gregori para ir buscá-la para dormir comigo. É o que quer?

Meu coração quase saltou pela boca, como ele faz isso? Não sei nem o que dizer depois dessa
mensagem, mas voltando a atenção para o celular, recebi uma nova mensagem.

“Pequena, durma tranquila, amanhã Gregori irá buscá-la e levá-la direto para o escritório,
depois disso iremos para o aeroporto então esteja pronta às 7:20, por favor.”

Ainda com o sorriso de orelha a orelha, digito uma resposta rápida para ele sem vontade alguma de
me despedir.

“Boa noite, Garotão. Estou ansiosa para encontrar você.”

Dito isso, coloquei meu celular no criado mudo e resolvi dar meu dia por encerrado, lembrando-me
de tudo o que fiz com Michael e me acomodei na cama me sentindo confortável e segura e dormi
tranquilamente.
Despertei devagar, em meio a luz que invadia o quarto pela janela aberta..

Eu.. eu não deixei a janela aberta ontem. O que está acontecendo aqui?
Levantei rapidamente, tentando segurar a ansiedade, de alguma forma me sinto mal, pode ser que
seja coisa da minha cabeça, mas será que alguém esteve aqui? Meu coração bateu forte conforme
eu corri pelo quarto e apressada entrei no closet, e peguei meu vestido preto tubinho e um cinto de
couro fino. Com o cabelo escovado, lavei o rosto e escovei os dentes e me vesti, torcendo que
assim que eu abrisse a porta, não encontrasse ninguém lá fora, sinto medo, muito medo, antes de
abrir a porta fiquei em silêncio e toquei a porta, não consegui ouvir nenhum barulho, acredito que
não tenha ninguém aqui a esta hora, e então respirando fundo abri a porta e uma claridade forte
me atingiu em cheio..

Despertei sobressaltada e ensopada de suor, estou tremendo acredito que seja pela adrenalina do
sonho, sentei na cama e olhei para a janela, e um alívio me dominou quando vejo que está fechada,
pois, eu havia fechado assim que Michael foi embora.Peguei o celular e vejo serem 06:10 da manhã,
abro a mensagem que estava no celular, provavelmente recebido de ontem logo após eu dormir,
cliquei em cima e sorri quando termino de ler.

“Meu amor, espero ansiosamente para encontrá-la amanhã, estou louco para beijar essa sua
boca.”

Animada, levanto-me e saí da cama e fui ao banheiro, tirando minha camisola, soltei meus cabelos,
liguei a água e apenas senti a sensação da água descer pelo meu corpo, lavando toda a lembrança do
sonho estranho, esfregando meu couro cabeludo com o shampoo e após o hidratante de cabelo e em
seguida enxaguei tudo de novo e logo após sai do chuveiro enrolando o cabelo em um turbante com a
toalha.Saindo do banheiro, enrolada em uma toalha, escolhi um conjunto de cinta-liga preta com
bordados rosa e as vesti, secando o cabelo com o secador, escovei meu cabelo para deixar em um
formato diferente, pode ser que já esteja na hora de mudar o visual, pensei olhando meu reflexo no
espelho. Mas negando, sorri para mim mesma e disse: agora não.Com um vestido tubinho preto com
um corte elegante na lateral da coxa direita, peguei meus sapatos pretos da Colcci, peguei meu Rolex
e minha bolsa, e fui para a cozinha, onde preparei um café para viagem, com um pequeno ruído, ouço
meu celular vibrar e vejo o rosto da minha mãe brilhando na tela.— Bom dia, mãe. — murmurei com
minha melhor saudação enquanto pegava uma caneca do armário — Oi, querida, como você está? Faz
tempo que não conversamos. — ouço a repreensão da minha mãe e digo — eu estou bem, mãe. Tenho
algumas coisas para falar, mas preciso que seja pessoalmente.
Hoje estou indo viajar a trabalho — murmurei despejando café na minha xícara enquanto ouço ela
bufar e dizer — como assim? Você vai viajar sem avisar antes? Nem nos encontramos ainda —
minha mãe protestava com seu tom choroso, mas mantive a postura e disse — assim que retornar eu
prometo te ligar — olhei para meu relógio e marcava 07:10 e já estava na hora de aguardar Gregori
me buscar — mãe, eu tenho que ir, assim que possível irei vê-la, até mais — e desliguei, sei que se
eu continuasse ela iria me fazer ir à casa dela a essa hora, e não tenho tempo para fazer isso, não
gosto de ficar escondendo as coisas dela, até porque nosso relacionamento nunca esteve melhor, mas
sei que posso explicar melhor quando eu retornar e até mesmo contar sobre meu relacionamento com
Michael.
E pensar nisso, meu coração já disparou só em pensar que poderei contar a todos que eu e Michael
estamos juntos, sem nenhuma barreira para impedir.

Incrível o jeito que minha vida mudou depois de ter vindo visitar meus pais aqui em New York,
querendo ou não, eu devo agradecê-los eternamente, pois sem essa oportunidade, eu não teria
conseguido meu emprego e muito menos conhecido Michael. E agora estarei indo viajar para Londres
com meu namorado chefe.

O meu namorado... minha nossa…

Eu quero você
Isso está me deixando vivo
Nem precisamos dizer adeus
- Feel It - Michele Morrone-

Capítulo 27

Travessuras na sala do chefe

Michael Louis Backham


Não consegui dormir a noite toda pela ansiedade de ver Yven, eu deveria ter ficado com ela ontem a
noite, mas achei que ela precisava de um tempo para arrumar o que precisava, afinal, ela vai ficar
comigo em Londres até a próxima semana.
Pelo fato de ter perdido o sono ainda na madrugada, fiz alguns exercícios físicos na academia do
prédio e vim para a empresa logo cedo, o vigilante que fica no turno da noite se surpreendeu ao me
ver chegando, mas não me questionou por vir tão cedo, e agradeço por isso, resolvi adiantar o
trabalho.
Cheguei no meu andar, um frio na barriga me pegou de surpresa ao passar pela mesa da minha
adorável secretária, imaginá-la ali causou uma grande comoção em meu peito, então continuei
andando e entrei em minha sala, fechando a porta atrás de mim.
Sei que Yven irá me procurar assim que ver a porta fechada.
A minha pequena. Minha namorada.

Soltei um suspiro audível e tirei meu mac da pasta, deixei ligando enquanto tirava meu casaco,
ficando com o colete, resolvi pegar um café para mim e assim que voltei o mac já estava pronto para
o trabalho. Comecei a redigir um e-mail quando recebo uma ligação vinda de Londres.— Backham
— falei sem tirar a atenção do e-mail quase pronto.— Senhor Michael, tudo certo com o voo e
hospedagem da senhorita Cobalt. — ouço Karl falar rapidamente e assentindo respondo — ótimo,
amanhã cedo estaremos na empresa. Obrigado por enquanto. — e encerrei a ligação, estou furioso.
Fiquei furioso porque estão me roubando, tirando minha paciência e ninguém nunca sabe dizer quem
é e..

Merda.
Não pode ser.

A ficha caiu.
Pode ser, que quem esteja desviando os valores nem esteja indo até a empresa.
Esta pessoa pode estar gerando documentos onde constam valores menores e encaminhando para
Karl para que eu assine, e com isso a assinatura dos documentos estão sendo falsificadas.É por aí
que começaremos, assim que chegar em Londres irei conversar com Karl para que ele procure os e-
mails que ele está recebendo nesses últimos dias com os contratos já assinados.Acredito que se
mudarmos alguns pontos referente a assinatura de contrato, alguém com certeza irá aparecer para ver
o que está acontecendo para que os contratos não estejam sendo enviados por e-mail para o endereço
de costume. Pois, provavelmente, meu banco de dados de contratos assinados tenha sido hackeado.
Comecei a digitar rapidamente um e-mail para Karl, preciso fazer urgente uma reunião para que
possamos nos policiar a respeito dos envios de contrato, a assinatura é algo importante e sério
demais, preciso pensar em algo a fazer, mas preciso ser cuidadoso, pois se nosso banco de dados
realmente foi hackeado, isso quer dizer que eles podem ter acesso a todas as trocas de e-mail.

Bom dia, Karl.


Amanhã, por volta das 9:00 hrs, estarei na empresa juntamente com a senhorita Cobalt. Preciso
agendar um horário com nosso TI da empresa e com o financeiro também.
Quero todos na sala de reunião.

Michael Louis Backham


Ceo enterprises.

Assim que enviei o e-mail, peguei meu café e levantei para imprimir alguns documentos e vejo que
minha impressora está sem papel, então levanto-me para pegar folhas em branco da mesa de Yven, e
volto para minha impressora e já deixei preparada para a impressão e assim deixei a porta aberta, já
imprimindo meus documentos, aproveitei dei um longo gole no meu café. Meu celular vibrou em
cima da mesa e vejo que minha mãe está me ligando. — oi, mamãe, bom dia. — Saudei minha mãe
como de costume e com seu tom meigo ela responde — Olá, filho, tudo bem? Você não veio nos
visitar desde o jantar. — Pousando a mão na testa fechei os olhos por alguns segundos e respondi —
Desculpe, mãe. É que estou com algumas situações para resolver da empresa e.. — deixei a frase
sem fim quando vejo Yven atravessando o corredor para chegar até sua mesa. Nesse instante
agradeço por ter acabado as folhas brancas da minha impressora, pois assim fui presenteado com a
visão que tenho agora. Yven está andando graciosamente num vestido preto onde retrata todas as suas
curvas avantajadas. Meu pau saltou na calça.

Porra.

— Michael — Minha mãe gritou no telefone me fazendo despertar do transe e olhando para o
telefone o coloquei no ouvido e murmurei — Mãe, vou ir para Londres, assim que retornar irei vê-
los, agora preciso desligar, minha prioridade acabou de chegar — e encerrei a ligação e olhei para
Yven que havia colocado sua bolsa na gaveta como de costume e pegou seu café quando
distraidamente olhou para a porta e parou abruptamente me olhando com a inocência que estava em
seu rosto quando a conheci, meu coração acelerou. Sinto-me igual aqueles adolescentes se
apaixonando perdidamente pela colega que estuda em sua sala.

Linda demais.

Com um simples sorriso, Yven despertou meu pau e o coração pareceu quase sair pela boca.
Michael, pense com a cabeça de cima.
Se controle, homem!

Meu inconsciente grita para mim, e voltando a órbita, comecei a dar passos lentos até chegar perto
dela, seu cheiro doce me embriagou e me aproximando mais, dei um beijo em seu rosto e ela soltou
um suspiro.

Ahhh Pequena, se você soubesse…

Tudo bem? - perguntei a ela, segurando sua mão que parecia trêmula, e segurando firme a levei até a
boca, e assentindo ela disse- estou bem e você? - Me pegando de surpresa com seu gesto,Yven me
abraçou e murmurou - senti sua falta- e ficou corada.

Coisa mais linda do mundo.

Minhas pernas pareceram amolecer, mas continuei firme, apertando-a contra mim, senti seu cheiro
doce, e murmurei — também senti saudade, amor. — me afastei e a encarei e disse — eu só vou
terminar de mandar alguns e-mails e depois já poderemos ir. — fiz carinho em seu rosto e continuei
falando — Se quiser, pode me esperar na minha sala — Yven negou com a cabeça e disse — Se não
se importar, vou dar uma olhadinha nos meus e-mails antes de sair. — assentindo sorri em resposta e
voltei para minha sala.Sei que Yven com certeza está com medo da rapidez do nosso relacionamento,
me surpreendeu por ela ficar espantada quando disse que ela era minha namorada. Ela precisa
entender que, acima de tudo, ela precisa se acostumar a ser a namorada do chefe, pois não poderá se
esconder do mundo por muito tempo, vai ter que aprender a lidar com a atenção que irá chamar, não
só por ser minha namorada, mas por ser tão linda, que dói, e isso me deixa até um pouco preocupado,
pois sei que Laura não irá deixar barato, mas isso já é outra situação, pois nada nunca vai acontecer a
Yven, eu irei protegê-la de tudo e de todos.
Assim que abri um último e-mail em resposta ao Sebastian, ouço algumas batidas leves na porta,
erguendo o pescoço para a direita, vejo Yven com seu corpo escultural parado na entrada da sala, me
olhando com admiração.

Meu Deus, o que eu fiz para merecê-la em minha vida?

Soltei um suspiro ao admirar a sua beleza e ela sorri para mim como se soubesse o que eu estou
fazendo, engolindo em seco, Yven me olhou com hesitação no olhar e então eu digo — Entre, feche a
porta e venha aqui, Srta. Cobalt — ela então me obedece, fechou a porta com as mãos um pouco
trêmulas e vem andando daquele jeito que me deixa louco, mexendo seus quadris com sensualidade,
me deixando a beira de um infarto de tanto tesão, ela parou diante da minha mesa e perguntou —
como lhe posso ser útil, Senhor Backham? — sorrindo maliciosamente para mim, eu levantei e
espalmei a mão na mesa e murmurei faminto — você tem noção do que eu imagino em fazer com
você, aqui? — dei um tapinha na mesa e ela arregalou os olhos, engolindo em seco, e negou com a
cabeça. Satisfeito com a resposta dei a volta na mesa enquanto ela me olha com volúpia e
surpreendendo-a, a puxei pela cintura e a levantei rapidamente, colocando-a sentada na minha mesa,
e espalmando minhas mãos em cada lado de suas pernas, me aproximei, fazendo-a soltar um suspiro,
levei minha mão até seu rosto e a acariciei e fechando os olhos, Yven soltou um gemido baixinho
enviando um alerta para meu pau que já estava duro e bem notável na minha calça — Fique aqui —
comandei e sai andando em direção a porta, pois não quero colocar Yven em uma saia justa, caso
alguém apareça aqui neste nosso momento.Com a porta trancada e as persianas fechadas, voltei
minha atenção toda a ela e sem mais demora, beijei sua boca com urgência e rapidamente ela me
beijou na mesma urgência, senti falta dela a noite toda e provavelmente não irei aguentar passar tanto
tempo sem tocar em seu corpo.Pegando-a nos braços, coloquei-a de pé de costas para mim e abri o
zíper do seu vestido devagar, senti estar ansiosa e trêmula, sinal de que estava excitada, então me
aproximei de seu corpo e beijei seu ombro devagar, ela ergueu sua mão em meu rosto e fechou os
olhos, levemente, plantei beijos entre o ombro e seu pescoço e quando senti seu corpo arrepiado
aproximei meu quadril do dela para que sentisse o quão louco por ela eu estou, soltando um gemido
Yven baixou as mãos permitindo que eu baixasse seu vestido para que tivesse acesso a sua pele que
mais parece um veludo.Toda arrepiada, Yven se inclinou na mesa, me dando total visão para sua
bunda maravilhosa, com água na boca,desferi um tapa bem dado em sua bunda durinha, que
rapidamente deixa uma marca avermelhada e vi o quão molhada ela estava.

Linda.

Descendo o vestido pelo seu corpo, passei pelas suas pernas e joguei em cima da poltrona para não
deixar ele tão amassado, mas olhando bem… foi uma tentativa inútil.
Peguei Yven nos braços e a coloquei na poltrona e a beijei, sentindo seu corpo se contorcer de
desejo, gemendo entre o beijo Yven se afastou e sem eu pedir ela se inclinou na poltrona e deixou à
mostra sua bela bunda empinada, me abaixei e fui beijando e subindo da base de sua coluna até seu
pescoço, dando beijinhos e deixando sua pele arrepiada ao sentir minha ereção apontada em sua
bunda, que em resposta a minha provocação, gemeu bem baixinho.

Adorável…

Desci a mão pela sua bunda e encontrei sua entrada, não consegui segurar o gemido quando senti sua
entrada já prontinha para mim e sem mais demora, abri meu cinto e desabotoei a calça e rapidamente
a desci até os joelhos e me posicionei em sua entrada, Yven soltou um gritinho quando sentiu nossas
partes se tocarem e isso me deixou satisfeito ao último e me enterrei nela.

Gostosaaa, você acaba comigo...

Comecei a pensar e a me perder em meus pensamentos, entrando e saindo, Yven apertou a poltrona
até as pontas de seus dedos perderem a cor, e meti de volta, me enterrando todo nela.— Pequena, se
você soubesse. — murmurei tentando manter o controle para conseguir pronunciar uma frase inteira,
e gemendo em resposta Yven fala — Amoorr, você está me deixando louca… Estou quase. — e com
isso ganhei mais potência e meti mais forte, mais rápido e..Yven gemeu, estremeceu e amoleceu
enquanto senti sua entrada contrair em meu membro em uma gozada espetacular, me provando que
está tão satisfeita quanto eu e então me esvaziei todo nela.

Porra. Que Gostosaaa.

Meu coração está acelerado, tento corrigir a respiração, mas sou interrompido quando Yven
estremece debaixo de mim e sorrindo ela diz — Não acredito no que fizemos aqui — também rindo
respondo — eu também não, nunca fiz isso em nenhuma das minhas empresas. — Yven ergue a
sobrancelha e fica em silêncio e fica parada quando eu me mexo e saí devagar de dentro dela, vi que
sujou a poltrona com o meu sêmen, mas não pegou no chão.Depois vou pedir à faxineira que venha
limpar minha bagunça. Sempre que eu fizer isso, porque esta não será a primeira e última vez, com
certeza.Andei até o banheiro, pelado mesmo, senti o olhar de Yven sobre mim, mas continuei
andando e voltei com uma toalha úmida e outra seca nas mãos, Yven estava em pé, toda sem graça e
ruborizada, me aproximei da minha pequena e dei um beijo em sua testa e sorrindo ela me encarou
com um olhar cheio de curiosidade e paixão, gentilmente, pedi para que ela sentasse na poltrona ao
lado, pois estava limpa e assim ela fez, me ajoelhei a sua frente e Yven se negou a deixar abrir suas
pernas, encarei ela seriamente e falei — Amor, me deixe cuidar de você — ela negou com a cabeça e
eu já impaciente ergui uma sobrancelha e ela pareceu estremecer sobre minha expressão e então eu
falo — Eu só quero limpar você, agora abra as pernas. — Yven sem escolha, abriu devagar suas
pernas e me observou com um brilho nos olhos minha mão se aproximar de sua virilha com a toalha
úmida limpando toda a sua parte íntima e em seguida secá-la, com cuidado e delicadeza e assim que
terminei, olhei em seu belo rosto e o que demonstrava ali era um encantamento, um dos sentimentos
que mais me consome, é o encanto por ela e só de ver que está em seu rosto que este sentimento é
recíproco, acabou me deixando em uma posição muito vulnerável, pois o que eu sinto por ela já
deixou de ser simplesmente uma paixão há muito tempo.
Sou louco por ela. Cada vez mais.

Voltei para o banheiro e lavei a toalha para que pudesse me limpar e durante este tempo ouvi alguns
passos na sala, e assim que terminei o que estava fazendo, voltei para sala e vi que Yven já estava
vestida, perfeita e alinhada, como se nunca tivéssemos transado aqui nesta poltrona.Ela sorriu para
mim e pegou do chão minha cueca e a calça e estendeu para mim, terminei de me vestir e a tomei nos
braços e murmurei — você me faz sentir tantas coisas boas, que às vezes eu fico assustado — e
sorrindo levemente Yven responde — Idem, Senhor Backham. Sinto a mesma coisa — e com isso
jogou seus braços em meus ombros e me deu um beijo rápido nos lábios e continuou — preciso
voltar até minha mesa para pegar minhas coisas. — soltando-a e assentindo, abro as persianas
automaticamente e respondo — vou só fazer uma última ligação e já irei até você — e com isso Yven
vira-se e sai da sala no momento em que destranca a porta e a deixa aberta atrás de si, voltando a
pensar com a cabeça de cima, logo lembro que devo avisar Gregori que quero que ele vá para
Londres no momento em que montar a equipe de segurança aqui, mas antes a faxineira.Teclo para a
recepcionista e no segundo toque atende — Sr Michael, bom dia. Como posso ajudá-lo? — Ouço a
voz tranquila de Luisy ao telefone e logo lembro da noite de sábado, onde ela havia levado Laura
para encontrar com elas naquela danceteria...— Preciso que mande uma faxineira em minha sala,
preciso que limpe minha sala novamente. — murmurei rapidamente e coçando a garganta ela
respondeu — sim, senhor. Já o farei — e assentindo murmurei — Obrigado, e mais uma coisa,
estarei indo viajar para Londres e a Senhorita Cobalt estará indo comigo, portanto, não deixe que
ninguém além de você e a faxineira suba até o nosso andar, está entendido? — fiquei em um silêncio
amedrontador, e aguardei sua resposta que um pouco trêmula surgiu — S.. sim senhor, Beckham — E
satisfeito com a resposta eu finalizo — Ótimo, obrigado, por enquanto, ótima semana — e
desligo.Assim que acertei os detalhes com Gregori, que confirmou que até amanhã, chegaria em
Londres, peguei as toalhas que usei em Yven e limpei a porra que estava na poltrona pois não quero
assustar a faxineira e joguei as toalhas no cesto de roupas sujas e me adiantei em pegar minha pasta e
fui encontrar Yven quando vejo que Anthony parado tentando puxar algum assunto com ela, que
enrubesce e fica extremamente desconfortável no instante em que ele fala algo, e isso me deixou um
pouco alterado.— Anthony, o que está fazendo aqui? — murmurei já com a voz um pouco alterada
demais pegando tanto Anthony quanto Yven de surpresa, claro que não quis assustar a minha mulher,
mas mantive a postura séria e continuei encarando-o e sem graça ele coça a nuca e diz — só vim ver
você, mano. Não apareceu mais lá em casa — e com isso senti um nó no estômago e respondo — na
verdade, semana passada, fomos em um jantar da família, Yven compareceu e você não estava lá —
Anthony franziu a testa parecendo inocente e diz — na próxima, pode deixar, não vou perder. —
olhou para mim e sorri e depois vira-se para Yven e pisca para ela, me deixando em um estado de
extrema fúria.— Anthony, estamos de saída, precisa de algo? — perguntei tentando tirar o foco da
noite do jantar, e tentando mudar de assunto, pois estou com uma imensa vontade de chutar a bunda
do meu irmão.— Tudo bem, já vou então. Até mais. Boa viagem. — Saiu andando sem olhar para trás
e sorrindo igual a um doido. Não sei por quê, mas senti um arrepio percorrer minha espinha, mas
deixando aqui de lado, me aproximei de Yven e ela suaviza a expressão e diz — Você apareceu na
hora certa. Eu já não sabia mais o que dizer. — e com isso entendi o que estava acontecendo, ele
estava tentando flertar com ela.— O que ele estava querendo com você? — perguntei a ela,
interrompendo-a sem ao menos ter prestado atenção no que ela falou anteriormente e dando de
ombros ela diz — pediu meu número, perguntou se eu não estava afim de sair para jantar. —Engoli
essa, preciso deixar claro para o mundo todo que Yven é minha mulher, é minha de todos os jeitos, e
ninguém mais irá tirar ela de mim, mas vou aguardar até meu retorno de Londres e deixarei as nossas
famílias cientes que Yven preencheu o espaço vazio em minha vida.Yven continuou me encarando e
mordeu o lábio e no momento em que me aproximei e passei meu braço pela sua cintura e a puxei
contra mim, pareceu levar um susto e então eu digo — você é minha. — sorrindo ela assente e diz —
Sou sua. Mas, você é meu de verdade? — ela pergunta erguendo uma sobrancelha, com uma
expressão suave e divertida, mas que demonstrava o peso daquela pergunta, e puxando o ar, Yven
sorri e vira-se para pegar suas coisas quando eu respondo — Sou todo seu, desde o momento em que
esbarramos naquele evento, amor. — sorrindo docemente, a minha garota assentiu com a cabeça,
acredito que ela saiba que isso seja verdade, e que ela também é minha desde aquela noite, pegando
em sua mão, saímos andando em direção ao elevador tranquilamente.

A única coisa que sei é que sou louco por essa mulher, e por ela, sou capaz de qualquer coisa, sei
que é pouco o tempo que nos conhecemos, mas a intensidade do sentimento que tenho por ela é
arrebatadora, não sei explicar.Assim que colocamos os pés para fora da empresa, reconheço um
carro e vejo um fotógrafo, se escondendo atrás da câmera como se tentasse flagrar algo bombástico e
o melhor horário e então resolvo dar o que ele tanto quer, pois é exatamente o que preciso, mostrar
para todos que Yven é minha, já pronto para pôr meu plano em prática, peguei a mão de Yven que e a
puxei contra mim e beijei sua boca num beijo apaixonado, Yven se entregou de imediato e erguendo a
mão, acariciei seu rosto assim que virei seu corpo na posição certa, me afastando vi em seu rosto
uma expressão e desejo ser substituída por surpresa e ela se recompõe e depois olha ao redor para
ver se algum conhecido estava por perto e murmura — O que você está fazendo? Sabe que não
podemos ficar fazendo isso em público ainda. — Yven fala com a voz trêmula, acredito que ela
esteja um pouco brava. — Por que não podemos fazer isso? Você é minha namorada, Yven...—
Respondi dando de ombros e ela me olha de cara feia e começa a andar na minha frente no momento
em que vê Gregori abrindo a porta do carro. Merda.

Está brava mesmo.

— Yven, por favor — ela para antes de entrar no carro e diz — eu sou sua funcionária, e
normalmente funcionária e chefe não podem ficar se beijando em local de trabalho — fechando a
cara novamente ela me fuzila com os olhos e eu abri a boca e a fechei novamente, ela me deixou
surpreso e de repente falei sem conseguir controlar a língua — acredito que você devesse se
preocupar com o que fizemos na minha sala, este beijo é pouco perto do que.. — entrando no carro
sem me ouvir, Yven fecha a porta e esbraveja.

Tinha que ter falado besteira..

Coçando a cabeça e afrouxando a gravata, dei a volta para o outro lado da porta e entrei, coloquei
minha pasta ao meu lado e olhei para Yven, que estava olhando para tudo, menos para mim quando
me acomodei a sua frente, dei de ombros, pois se é assim que ela quer, vou respeitar.Olhei para
Gregori que estava olhando para mim pelo retrovisor e eu falei em meu tom de voz fria — Podemos
ir para o aeroporto, por favor — Assentindo com a cabeça ele confirma e diz — Sim, senhor. —
olhei para Yven de novo e vejo que ainda está olhando para a rua e com isso, preferi ficar em
silêncio, apenas sentindo o desprezo momentâneo dela.

Merda, preciso que ela pare de fazer isso.

Fechando os olhos, apenas flutuei até a noite em que a conheci.

Como eu amo você


E eu preciso de você
Eu só quero você
- The Weeknd- Valerie-
Capítulo 28

Sentimentos

Yven Lauren Cobalt

Eu sei que não precisava ficar brava com ele, mas me irrita saber que ele não se importa com que
terá comentários de pessoas falando sobre a funcionária estar dando uns amassos com o chefe, se
isso acontecer, o que eu irei fazer? Como irei reagir sendo a culpada pelo tanto de comentários
maldosos que escutaremos pela empresa?De qualquer forma, fiquei brava, emburrada…
E puxando o ar com tristeza, me vi parecer uma criança contrariada por simplesmente tê-lo deixado
falar sozinho daquele jeito.
Merda, estou entrando no meu período, ou seja, TPM.

Preciso me controlar mais.O problema disso tudo, é que não sei como posso desfazer a besteira que
fiz, pois, agora ele está muito bravo após receber uma ligação do seu assistente de Londres.Acho
melhor ficar calada até chegar na sua casa. Isso mesmo!Assim que estacionamos o suv, Gregori
desceu do carro e abriu a porta para mim, e Michael saiu pelo outro lado com o telefone no ouvido,
gesticulando furiosamente.— Como assim eles não querem fazer a troca de titularidade da empresa,
Karl … Sim… Aham. Nós sabemos que para fazer qualquer… Que droga, sempre falei para você
passar os primeiros passos a todos os clientes, sempre foi padrão. — e rindo furiosamente em tom
irônico ele diz — use o padrão, porra.. — Michael me encarou e eu enguli em seco e rapidamente ele
pegou minha mão com delicadeza e murmura enquanto andamos em direção a entrada do aeroporto
— Karl, estamos indo para Londres, justamente para fazermos uma reunião, amanhã, conversaremos.
Obrigado — Michael encerrou a ligação e olhou para seu relógio e viu que já eram 11:30 da manhã.
— Senhor Michael, estarão aguardando o senhor no aeroporto — e com isso entrega as passagens a
Michael que assentindo pergunta — vejo você lá? — e assentindo em resposta ele confirma — com
certeza, boa viagem, senhor. — Olhando para mim ele acena com a cabeça e vira para ir embora
quando sorrio para ele, com a cara fechada, Michael me direcionou delicadamente para o portão de
embarque e entrega nossos passaportes e passagens e me puxa para adentrar a primeira classe da
aeronave.Faz tempo que não viajo de avião, assim que nos acomodamos em nossos lugares, Michael
olha para mim e murmura — odeio viajar com um avião que não seja o meu — franzindo a testa, uma
pontinha de culpa me consome, pois, antes da nossa quase discussão, ele não estava irritado deste
jeito, mas acabei respondendo — faz tempo que não viajo então... — deixei a frase morrer e continuo
observar Michael com seus olhos castanhos acinzentados com uma certa agonia, em seguida decidi
ficar tranquila enquanto ele respondia alguns e-mails enquanto aguardávamos o voo. Colocando os
fones de ouvido, cliquei na playlist onde começou a tocar You? Two Feet.
Adoro essa música.

Fechei os olhos e relaxei, comecei a pensar em como minha vida mudou, depois que conheci
Michael, uma onda de felicidade me dominou, abri os olhos e encarei Michael que estava olhando
atentamente para a tela do seu mac, com a mão apoiando o queixo, mas quando olhou em minha
direção e vê que estou encarando-o, se ajeita na poltrona e murmura — Está precisando de algo? —
Sem jeito eu confirmo e faço cara de cachorro pidão, ele franze o cenho e pergunta — o quê? — eu
levo o dedo até o lábio e respondo — você — e de repente, seus olhos ganham uma cor escura e se
enchem de luxúria, mostrando o quanto minhas palavras o surpreenderam e sorrindo levantei e fui até
ele, que me observava atentamente e abaixou a tela do mac no momento que me aproximei, pegando
nos dois lados do meu rosto, ele se aproxima e me beija desejoso, procurando a entrada para minha
boca e gemi quando sinto sua língua tocando a minha com delicadeza, se afastando ele murmura —
não sabe o que você faz comigo, amor — de repente sinto um aperto no coração por tê-lo deixado
desse jeito o arrependimento novamente marca presença em mim e antes de falar alguma coisa a ele,
a aeromoça se aproxima e pede a todos os passageiros para voltar a seus lugares, pois já iríamos
decolar e com isso dei um último beijo na boca de Michael e me acomodei.
Michael olhou para mim e piscou, um simples gesto que encheu meu corpo de tesão, e com isso
fechei os olhos e acabei adormecendo.
Estava escurecendo, a noite estava estrelada e havia uma lua cheia lindíssima brilhando no céu,
de algum lugar que desconheço. Olhei ao redor e vejo que estou na beira mar de alguma praia
paradisíaca, maravilhosa, olhei para além da paisagem noturna deslumbrante que se estendia
sobre minha vista e encontro Michael andando ao meu encontro sorrindo, seu sorriso encantador,
vestido com uma bermuda jeans clara, pés descalços e sem camisa, deixando seu corpo magnífico
e delineado em músculos todo a mostra para mim, assim que se aproximou de mim e pegando em
minha mão sussurrou- você será para sempre minha, Pequena.
Sorri em resposta e ele me puxou para perto e me deu um beijo gentil nos lábios, depois
entrelaçou os dedos nos meus e andamos pela praia, não havia outras pessoas, somente eu e ele,
de mãos dadas e felizes, pela primeira vez, notei em minha mão direita um anel solitário prateado,
e desviando os olhos das nossas mãos olhei para o rosto do meu amor e…

— Pequena, acorde — Michael murmura plantando beijos na minha cabeça, sinto sua mão apertar
meus dedos e abrindo os olhos me deparo com o ser mais lindo da terra sorrindo para mim, meu
coração dá um salto, e não consigo evitar e sorrio em resposta e ele toca minha bochecha e eu
murmuro — Olá amor — senti ele entrelaçar meus dedos e me puxar delicadamente.Assim que
desembarcamos do avião, Michael e eu seguimos pela entrada do aeroporto e encontramos um
homem que segurava um quepe de chofer na mão, Michael se aproximou e o homem de aparentemente
40 anos murmura — Senhor, Esta é chave do seu carro. Gregori me informou que o senhor estaria
chegando e que iria querer seu carro — Assentindo Michael responde — Obrigado, Deivid, conheça
minha namorada, Yven Lauren Cobalt — o homem olha para mim e sorri com simpatia e eu estendo a
mão a ele e murmurei em resposta — é um prazer conhecê-lo, Deivid — parecendo sem graça ele
estende a mão e acena com a cabeça, e começamos a seguir para fora do aeroporto.Assim que
chegamos ao estacionamento, paramos em frente a uma fileira de carros esportivos de luxo, mas
Michael destravou o alarme de um Audi R8, e eu fiquei boquiaberta com o modelo maravilhoso desta
máquina, Michael me pediu para que eu me acomodasse em meu banco enquanto guardava nossas
malas no Suv de Deivid e em seguida, deu a volta no Audi e abriu a porta e eu aguardei o dono deste
possante entrar no carro rapidamente abrindo os botões de seu blazer e sorrindo para mim, murmura
— Hoje vamos tirar o dia de folga, meu amor — Eu o encarei e franzi a testa quando ele dá de
ombros e responde — eu sou o chefe, posso tudo — e com isso gira a chave na ignição e acelera o
belo carro e em poucos minutos já estamos no trânsito da lindíssima cidade de Londres.
Com toda firmeza e elegância, vejo Michael dirigir com total habilidade e concentração na estrada,
enquanto eu olho para todos os lados da cidade e me encanto cada vez mais, não que New York não
seja linda, na verdade, é magnífica, mas difere quando você viaja a trabalho para uma cidade como
está ao lado do homem que você é apaixonada e arriscando uma rápida olhada para Michael, vejo
que está atento ao trânsito, mas que ao sentir meus olhos sobre ele, acaba sorrindo para mim e
pegando minha mão, a leva até a boca para beijar-me sem desviar sua atenção.

Estacionando em frente a um portão enorme, preto é todo adornado em ferro na cor prateado, meu
chefe aguarda as ordenadas para que os seguranças liberaram nossa entrada e em seguida já estamos
em movimento por um corredor de arbustos médios, bem podados e cuidados, com uma última
olhada no jardim, me deparo com uma mansão cinza com detalhes brancos, parecida com aquelas de
filmes, olhando cada canto da casa, me sinto privilegiada por estar na casa de uma pessoa tão bem de
vida e simples como Michael, e me sinto mais privilegiada ainda, por saber que eu fui a escolhida
para seu sua namorada. Sei que fiquei encantada com a casa, mas nunca fui interesseira, longe disso.
Até porque tenho meus recursos também.
Apenas fiquei encantada com o fato de que Michael é um homem muito rico e mesmo assim, senta na
minha bancada para comer sanduíches de presunto e queijo comigo.

Estacionando o carro em frente a um chafariz, Michael desceu do carro e eu não fiquei para trás, logo
desci também, e sorrindo ele estende a mão e murmura — Seja bem-vinda a minha casa, pequena —
e com isso atravessamos a grande área onde há luminárias brancas e uma porta aberta, onde
encontramos um homem vestido igual a Gregori, levantando-se rapidamente em sinal de respeito ele
murmura — Senhor Michael, boa tarde. Senhorita — me cumprimenta com um rápido aceno de
cabeça e Michael estende a mão em um cumprimento a ele e diz — Boa tarde, Miguel, como estão as
coisas por aqui?—

— Está tudo nos conformes, senhor. Nada fora do controle — e com isso o Miguel virou-se e nos
deixou na entrada sozinhos e Michael diz — Vamos, Pequena. Quero lhe mostrar minha humilde
residência — sorrindo entramos na casa e com espanto vejo o quão linda é a sua decoração.

Assim que me acomodei no quarto de Michael, depois de muita discussão e argumentos que foram
todos recusados, acabei aceitando a sua opinião, pois, minha intenção era ocupar o quarto de
hospedes e não o dele, como ele mesmo determinou sem meu consentimento, mas depois acabei
deixando ele decidir onde eu dormiria, resolvemos tomar um banho relaxante na banheira, sem sexo,
sem safadezas, apenas um banho tranquilo e delicioso para relaxar da nossa viagem.

Assim que entramos na banheira, Michael pega seu sabonete líquido, e despeja um pouco na esponja
e começa a esfregar meu corpo com delicadeza e murmura — Nunca pensei que eu iria fazer isso
— E começou a rir enquanto esfregava meu corpo, deixando um rastro de espuma com cheiro
adocicado.

Delicioso.. humm..

— Sabe, nunca pensei que eu fosse dividir uma banheira com um homem.
Especialmente com meu chefe — dei uma risadinha sem graça e ele solta uma gargalhada e diz-
ainda bem, que sou o primeiro, e farei de tudo para ser o último homem que entrará em sua vida —
fiquei olhando para ele e sorri quando começou a massagear meus ombros.
Senti uma sensação de tranquilidade e proteção quando ele disse isso e sorri em resposta.
Após nosso banho, descemos até a cozinha e preparamos um café que foi bem rápido por conta dos
deveres que ele precisava fazer em seu escritório. Sei bem que ele abdicou e até mesmo ignorou por
um momento todas as suas obrigações, mas sou bem ciente que ele deve sim, dar atenção ao seu
trabalho, sendo que estamos no meio de uma investigação.
Eu só não sabia que eu iria ficar em casa sozinha por tanto tempo, pois quando Michael entrou em
seu escritório ainda tinha a luz do sol na rua e agora as primeiras estrelas já aparecem.
Andando perdida pela casa e tomada pelo tédio, decidi ir dar uma volta na rua, ao redor do
quarteirão. Vestida devidamente, passei em frente ao escritório de Michael, onde ouço sua voz bem
alterada e resolvi não interromper, já que será um breve passeio.
Já fora dos portões, comecei a andar nas ruas de Londres, a noite estava quente, o céu limpo e
estrelado. Passando pelo comércio dos bairros, adentrei uma praça muito charmosa, onde havia
muitas pessoas conversando e sorridentes. De repente vejo um aglomerado de pessoas em volta a
alguns carros escuros no outro lado da estrada e dando alguns passos para trás, resolvi voltar para
casa quando vejo uma figura que me deixou extremamente temerosa, pensando em sair dali, comecei
a andar rapidamente e a loira elegante que havia sido noiva do meunamorado, me pegou pelo braço e
me fez recuar alguns passos para trás, e com mais força eu puxo meu braço e comecei a correr,
olhando para trás vejo que ela está sorrindo enquanto o meu pior pesadelo me avista e começa a
correr atrás de mim. A cada passo meu, parecia que os passos dele eram o dobro, e agora, já muito
ofegante, me sinto desesperada pois, não consigo me lembrar da rua que eu havia saído, droga, estou
apavorada, meus pulmões parecem que irão explodir, quero chorar mas não posso fazer isso agora,
de repente sinto as mãos fortes de Heitan me prenderem e me puxarem para trás.
... Não.. socorro..

Minha mente se alarmou e eu apenas me sacudi dentro dos braços do homem que quase me destruiu.

Por que eu não fiquei em casa, na segurança de Michael?

Lágrimas rolam em meu rosto e não consigo entender nada do que Heitan gritava, apenas vejo que
mais homens se aproximam e então somos derrubados com uma pancada muito forte e antes de cair
no chão e ser prensada pelo corpo pesado de Heitan, sou arrancada com força e apenas ouço a voz
do meu Michael falar — leve-a para nossa casa e eu cuido do Heitan. —
Quando consigo finalmente ficar de pé, sou colocada às pressas dentro do carro e vejo Gregori entrar
no veículo e me levar em alta velocidade pra casa e quando olho para trás vejo Michael e outros
seguranças se preparando para o que parece ser uma grande luta.
Comecei a tremer muito, meu corpo estava em choque, quando dei por mim, consegui reagir e
finalmente senti minhas lágrimas caírem e aquecendo meu rosto que já deve estar vermelho e suspirei
feliz por estar em segurança. Mas queria Michael comigo, meu protetor. Meu amor. Agora por minha
culpa está passando por tantas coisas que eu estou lhe causando. Eu não sei se irei aguentar, ficar
com meu Michael enquanto vejo tantas coisas tentarem acabar com nosso relacionamento.
Estacionando o carro, Gregori desce e abre minha porta e oferece sua mão que de bom grado aceitei
e solucei mais uma vez sem conseguir controlar ele esboça um sorriso e murmura — Está tudo bem,
senhorita? —
Confirmei com a cabeça e respondo — sim, graças a vocês. Eu nem sei o porquê saí sem avisar —
soltei um suspiro e segurando o choro murmurei — Eu sempre estrago tudo.—
Com olhar preocupado, Gregori negou com a cabeça e fala — Não senhorita, não foi sua culpa,
nós.. —
Não consegui deixar ele completar e falei — Me desculpe, Gregori. Eu... preciso entrar. Muito
obrigada por tudo. — sai andando sem deixar Gregori responder, corri para meu quarto e tomei um
banho rápido e deitei na cama.
Me sinto desolada pois Michael simplesmente me pegou dos braços dele e logo me direcionou ao
Gregori. Esta não seria a atitude do meu Michael. Algo deve estar acontecendo de errado e não deve
ser nada bom..
Só peço a Deus, forças para que eu consiga superar o que irá acontecer daqui para a frente.
Eu disse que te pegaria se você caísse
E se eles rissem, fodam-se eles todos
Então eu te tirei do chão
Coloquei você de pé
Só para você tirar vantagem de mim
- Without me - Halsey

Capítulo 29

A primeira verdade

Michael Louis Backham

Eu quero quebrar tudo. Estou puto. Furioso por saber quem está fazendo todos os desvios de
verba da empresa da nossa família.
Peguei meu celular e disquei para Gregori que rapidamente atende — Senhor… — Gregori me
cumprimenta, quando vejo que já deu tempo de chegar em Londres.
— Descobrimos quem está por trás dos desvios, consegue vir aqui? — perguntei a Gregori que
rapidamente responde e desliga.

Como meu irmão teve a audácia de fazer o que fez conosco? Meu pai ficará arrasado. Meu peito
arde, sinto meus nervos à flor da pele. Sinto vontade de ir até New York só para dar uma surra no
meu irmão, a decepção por ser o novo Ceo da empresa é grande, mas não como a decepção por ser
seu irmão. Como ele teve coragem de fazer isso com a empresa da própria familia?
Senti um aperto no peito insano, preciso da minha Yven, preciso dela, meu porto seguro. Comecei a
andar até o lugar que a deixei pela última vez, na cozinha, mas sem vestígios dela, até a louça está
lavada.

Notei que a deixei muito tempo sozinha. Merda.

Vou até o quarto e ela não está. Meu coração acelerou e rapidamente peguei o celular para ligar para
ela e caiu na caixa postal, tentando pensar em alguma solução a porta acaba sendo escancarada e
Gregori entra esbaforido e murmura nervoso — Senhor, a Senhorita Yven está na praça, meus
homens estão se direcionando para lá. — Não consegui nem pensar, apenas comecei a correr para
o carro, quando ouço o telefone por bluetooth falar — Gregori, Estamos vendo uma aglomeração
de pessoas muito grande aqui, está fora do normal.-- uma gritaria, pessoas falando coisas que não dá
de entender, mas no meio de todo o barulho, consigo entender algo — alvo encontrado —
Filho da puta, Heitan está aqui

O desgraçado que tocou na minha doce Yven e que ainda assim está roubando minha empresa e
conluio com meu irmão e a filha da puta da Laura. — Para este carro — eu berrei e desci do carro
correndo em direção às pessoas e um pouco mais adiante vejo Yven os prantos ser carregada pelo
Heitan e Laura a alguns metros sorrindo vitoriosa com uma expressão diabólica, não consigo pensar
em mais nada e os derrubei, sem pensar na segurança de Yven, apenas os joguei no chão, arranquei
Yven dos braços de Heitan e imediatamente Gregori e outros seguranças chegaram ao meu encalço e
eu comandei ao Gregori — Leve-a para nossa casa, eu cuido do Heitan — Gregori assente e eu
não olhei para trás, apenas me aproximei do corpo estirado no chão e comecei a golpeá-lo
fortemente, uma vez atrás da outra, seu sangue está escorrendo de seu nariz, um soco acertou seu olho
esquerdo com fúria, ficou um hematoma evidente, deixando-o ainda acordado eu berrei em sua cara
— Seu filho da puta, fique longe da minha empresa — desferi um soco em sua boca — fique
longe da minha família — desta vez mirei em seu olho novamente — fique longe da minha
mulher — soquei seu nariz e o soltei em seguida, deixando seu corpo inútil no chão quando ele
responde cuspindo sangue — Ei, Michael Backham, antes de ser sua mulher, ela foi minha. E
mesmo que eu não a tenha fodido como eu gostaria, ainda tive oportunidade de tocar no seu corpo
perfeito — E sorri com dentes vermelhos e rosto ensanguentado, estou prestes a encher sua cara de
porrada novamente quando vejo que Gregori se aproxima.

Sinto minha cabeça girar, um nó em meu estômago está me deixando enjoado, não consigo pensar em
mais nada, Gregori me passou a informação que Yven estava mal e foi para o quarto, aceitei a
informação e chegando em casa fui para o escritório.
Pensei que me sentiria melhor depois de descontar minha ira em Heitan, mas não. É claro que esta
situação não é igual a traição de uma noiva, é muito pior. E tudo isso também tem a ver com a Yven,
que de um jeito ou de outro foi envolvida com Heitan, e sofreu em sua mão, teve sua história mas
também teve seu fim. Preciso beber, preciso me tranquilizar para pensar em alguma coisa e conversar
com Yven, preciso dela. Eu a amo, mas no momento preciso ficar sozinho, engulo o resto de Martine
e me aproximo da janela, onde tenho uma visão panorâmica de todo o bairro, me sinto tonto, enjoado
e enojado. Anoitecendo, minha cabeça fica mais fresca e consigo repensar em algumas coisas, voltei
a minha cadeira e abri meu Mac, comecei a redigir alguns e-mails, um deles está destinado ao meu
advogado, meu assessor e o Sebastian, juntamos as provas e irei entrar com uma ação para acabar
com tudo isso.
Após tudo isso, Preciso de um banho e descansar um pouco, mas ainda assim preciso ficar sozinho,
então decidi ir para o quarto de hóspedes e tomar um banho para deitar um pouco, minhas mãos
machucadas e ensanguentadas mostram o quão violento foi o meu encontro com Heitan.
Entrei no chuveiro, tomei um banho rápido e visto a cueca, é um pouco mais que 21:20 da noite e me
deixo levar no sono, pois depois preciso resolver tantas coisas, também preciso conversar com
Yven.

Acordei depois de ter um sonho com a minha garota, na verdade era reflexos de nossos momentos
juntos. Sentei na cama, já me sentindo melhor, peguei o celular, vejo que são 8h da manhã, o sol está
brilhando lindamente, vou ao banheiro e faço minha higiene.
Decido ir até o nosso quarto pois já estou morrendo de saudades dela, preciso saber como ela está ,
se está tudo bem, pois se caso tivesse algum ferimento, Gregori me avisaria, mas preciso saber se
está bem psicologicamente.
Chegando ao quarto, vejo tudo impecavelmente no lugar.
Algo dentro de mim se revirou e uma angústia tomou conta do meu peito.

— Não é possível que eu tenha errado o quarto — murmurei e entrei no banheiro.


Comecei a olhar em todo o quarto para ver algum vestígio de Yven, mas não tinha nada e então algo
chamou minha atenção em cima do travesseiro que eu dormia, estava uma carta, minha respiração
ficou presa em expectativa e ao abrir a carta com meus dedos trêmulos, tentei ler com cuidado.

Meu amor..
Depois de tantos dias que passei ao seu lado, descobri como é maravilhoso ter o seu amor.
Nunca, em meus sonhos pensei em ter alguém como você na minha vida. Nunca pensei que
mereceria tanto. Só que hoje, passamos por tantas coisas, você passou por tantas situações, e eu
fiquei amedrontada, precisava de você, e eu sei que você iria me procurar depois de ter seu tempo,
sei que precisava ficar sozinho e este foi o momento que decidi escrever esta despedida dolorosa,
sei que não é fácil para você digerir o meu passado, e pior ainda, saber que a pessoa que me
destruiu está por trás dos desvios de dinheiro que ocorre na sua empresa, por isso, Michael, meu
amor, estou indo embora com a certeza de que você ficará em segurança, e que tudo isso irá
acabar.
Acredito que tudo isso tenha acontecido porque entrei na sua vida, eu estraguei tudo, e por isso
irei resolver desse jeito.

Acredite, vai ser melhor assim, na verdade, dói, está doendo demais escrever essa despedida…

Não consegui ler o resto. Comecei a chorar. Chorei igual a uma criança. O aperto do meu peito se
intensificou, estava doendo profundamente, o peso se tornou insuportável em meu peito. Com as mãos
na cabeça comecei a gritar, gritei muito, na tentativa de aliviar a minha dor, mas foi inútil. Gregori
entrou correndo no quarto com uma arma em mãos, me viu no chão chorando e notei seu desespero,
mas para mim não importava nada. Yven foi embora. Me deixou. E eu me sinto o homem mais infeliz
do mundo, estava num buraco sem saída. A luz da minha vida foi embora. E agora só me resta o
desespero e a solidão. Angústia e tristeza. Minha cabeça estava girando, me sentindo perdido,
abracei minhas pernas e chorei, chorei cada vez mais e cada vez mais alto. Estou arruinado, e não sei
como seguir adiante, não sei como vou sair dessa, não sei como vou sobreviver a isso ou se devo ir
atrás dela.
Uma coisa eu tenho a plena certeza, eu a amo, e não sei viver sem ela.
O choro começou a se intensificar , e Gregori apenas sentou ao meu lado e me observou em pranto
com uma expressão triste em seu rosto.
Não sei o que devo fazer agora, se devo retornar para New York e ir atrás dela e perder a chance de
ter ao meu lado uma mulher excepcional ou se devo reorganizar meus planos nas empresas, tenho
muitas coisas a fazer antes de retornar, e acredito que Yven não sairá do trabalho ao menos esta
semana. Com muita dor no peito eu tento pensar melhor.
— Garoto, se serve de consolo, você deve levantar e mostrar o quão forte é, e terminar o que
precisa terminar, e se for para a senhorita Yven voltar para você, ela o fará. — assenti e memorizei
as últimas palavras na minha mente, agradecendo a Gregori me levantei do chão, ainda com pesar no
coração e me direcionei para meu closet, Gregori saiu e fechou a porta e eu voltei a vestir minha
armadura de marca famosa para impressionar quem precisa ser impressionado.

Chegando na empresa, fui direto para a sala de reunião com Karl, e esperamos o departamento de TI
e RH para que pudéssemos conversar, e logo após o meu advogado chegou.

Acredito que nada é em vão, tudo na vida tem seu motivo, e acredito que o fato de Yven ter me
abandonado, mostre que ela não está sabendo que meu irmão estava em conluio com Heitan e Laura,
ou seja, ela não sabia que descobrimos a verdade.
Mas ainda sei que terá um longo caminho pela frente, e que preciso pensar em tudo nos mínimos
detalhes.
Bem desde o começo você foi um ladrão
Você roubou meu coração
E eu, sua vítima condescendente
Deixei que você visse partes de mim
Que não eram tão bonitas
E com cada toque
Você as consertou
Just Give Me A Reason- Pink feat Nate Ruess-

Capítulo 30

A separação

Yven Lauren Cobalt

Assim que peguei o avião, me senti tão infeliz a ponto de chorar o trajeto todo até chegar em New
York. Sei que Michael não vai compreender o que está acontecendo, talvez ele até pense que eu
poderia estar do lado dos dois monstros que estão roubando as empresas, mas nunca teria coragem
de fazer isso.
A verdade é que tudo faz sentido, a empresa de Michael começou a ser alvo de desvios quando Laura
me ligou, tenho certeza que era ela. Com aquela voz sinistra e riso mais sinistro ainda.
Liguei para minha mãe, para avisar que eu já estava na cidade. Estava me sentindo sufocada.
Ninguém sabia de mim e de Michael além de Gregori, e eu não posso nem falar a respeito de Heitan,
meus pais nem imaginam o que houve comigo, e mais uma vez estou lascada.
Chegando em meu apartamento, tomei um banho e me deitei. Mesmo que ainda seja dia, e o sol brilha
lindamente no céu, me sinto numa escuridão tenebrosa.
Resolvi ficar o dia em casa, e amanhã pensar se devo pedir demissão ou não.
Assim que despertei, decidi me levantar e correr um pouco ao ar livre. Minha cabeça parecia que
iria explodir, acredito que seja porque chorei muito e por muito tempo.
Meu coração ficou em frangalhos, minha felicidade ficou em Londres, Heitan conseguiu destruir tudo
que consegui de bom na minha vida, e me roubou até o homem da minha vida. Sim, um homão da
porra. O homem da minha vida, eu o amo, e acredito que nunca deixarei de amá-lo.
Minha cabeça estava uma bagunça, estava cansada, com sono e confusa.
Comecei a chorar, lágrimas de desespero, solidão e dor. Resolvi voltar para casa e assim que entrei,
ouço meu notebook notificar uma mensagem.
— Estranho — murmurei, não lembrando que estava ligando. — A lembrei, liguei para ouvir
músicas enquanto tentava pegar no sono horas antes. —
Quando abri a notificação fiquei com um tremendo peso no peito. Vi que era uma mensagem no
Skype, e era Michael.

“Bom fim de tarde pra você, Yven.”

Li e reli a mensagem, pensando se deveria responder agora e se deveria aguardar a mensagem que
ele está digitando.

“irei retornar para new York na sexta, na sexta-feira espero você no escritório.”

Meu coração gelou, eu já sabia que iria ter que decidir a respeito disso, mas não respondi, apenas
aguardei ele falar.

“Apesar dos últimos acontecimentos, irei preservar você somente como minha secretária até
segundas ordens

“Assim que terminei de ler, lágrimas desceram pelo meu rosto. Só consegui responder um Ok e logo
ele ficou ausente no servidor.

Assim que acordei no dia seguinte, não estava acreditando que iria trabalhar daquele jeito, não
queria ver ninguém, nem sair da cama, sentia muita dor, uma dor intensa no peito. Não estava me
alimentando e o pior estava sentindo muito sono, acredito que estes dois dias irão se arrastar pois
como Michael não está aqui, e nem irá falar comigo, provavelmente não vou ter muito o que fazer.
— Merda — murmurei ao me olhar no espelho, dormi com o cabelo úmido ontem, estou
parecendo um espantalho, literalmente, pois estou só no corpo aqui, o resto ficou em Londres.
Assim que saí do banho, já com os cabelos lavados novamente, comecei a sentir uma leve tontura,
obviamente porque não me alimentei direito desde que cheguei ontem, preparando meu café, peguei
meu copo térmico e alcancei minha bolsa e saí para ir pegar um táxi, e chegando na empresa, Luisy
não estava na recepção, e eu agradeci a Deus por isso, e me direcionei direto para o nosso andar.
Já me sentindo pronta para trabalhar, abri meu notebook e levei um tremendo susto,pois tem mais de
10 e-mails de Michael na minha caixa de entrada e todos eles marcados como urgência, não demorei
muito para entender que sem trabalho não vou ficar e que agora ele vai me infernizar até que eu peça
para largar o emprego.
Abri um e-mail e vi que era para imprimir, 1 arquivo com 50 páginas, não acreditando, pulei para o
segundo e-mail que pede para escanear as 100 páginas do contrato de karl e devolver em pdf por e-
mail e por um pen drive via correio. Fechei os olhos e respirei fundo, meu dia pelo visto será longo.
Quando restavam mais 3 e-mails, eu já estava exausta, já eram 15:30 da tarde, e eu pedi uma salada
com bife para comer enquanto imprimia às urgências do meu chefe/ex namorado e para não perder o
pique continuei a trabalhar sem parar até que ouço o elevador parando no nosso andar e vejo
Anthony se aproximar com um leve sorriso dizendo —Olá, Yven, como você está? Voltou cedo de
Londres, meu irmão está aqui? —
Soltei um suspiro e pensei um pouco antes de responder — Então, só eu voltei, precisava resolver
algumas questões locais, e ele ficou lá… — me interrompendo Antony senta-se na poltrona de
frente para mim e diz — A verdade Yven, é que ele já cansou de enfiar o pau em você, agora está
enchendo você de trabalho aqui para que depois que ele voltar possa demiti-la, meu irmão nunca
muda — ele solta uma gargalhada como se fosse a verdade, e eu me irritei e respondi na maior
educação — Se for isso, pra mim está ótimo, quem não iria querer ir pra cama do Michael? — ele
ficou enfurecido e diz — Acho que logo você saberá com quem está lidando. — meu sangue subiu,
minha vontade é fazer ele correr daqui, mas quando pensei em falar algo, Sebastian surge e logo
murmura enquanto segura o celular no ouvido — Senhorita Yven, Eu gostaria de analisar seu
computador, pois senhor Michael acabou de dizer que você não está recebendo as mensagens de
Skype — fechei meus olhos e abaixei a cabeça para recuperar a postura quando Sebastian murmura
— Não, senhor.. sim, ela estava conversando com seu irmão — esboçando um sorriso, Sebastian se
aproximou e encerrou a chamada e se acomodou em frente a minha mesa e assentindo, fechei a cara e
olhei feio para Anthony que murmura — Bom, já vou indo, até logo — não respondi e Sebastian
acena e aguarda que eu saísse da cadeira para ele analisar minha máquina, um pouco mais calma,
levanto-me quando senti uma forte tontura, foi tão forte que precisei fechar os olhos. Cambaleando,
Sebastian percebe o que aconteceu e me colocou sentada novamente — Yven, você está pálida. Tudo
bem? — assentindo murmurei — estou bem, só me sinto estranha e fraca — Sebastian assente e
diz — Acredito que seja o calor, e agora você já pode receber mensagem do chefe — olhando-o,
agradeci e ele saiu andando desconfiado, tudo está girando, mas tento me concentrar no trabalho, e
quando dá 17h, me preparei para sair e vejo Sebastian novamente chegando, um odor forte me
atingiu, acredito que seja seu perfume, meu estômago revira, fiquei enjoada e comecei a sentir
tonturas de novo, e antes que eu caísse no chão Sebastian me alcançou e eu mergulhei na escuridão.

Assim que despertei, sinto a sensação que se passou horas, estou num quarto branco, é um hospital,
me sinto fraca e sonolenta. Olhando para os lados, vejo que Sebastian está falando ao telefone com
alguém e quando me vê acordada logo encerra a conversa e se despede — Oii, como se sente? —
eu confirmei com um gesto e tento sorrir mas estou fraca, ele assente e diz — não se esforce, sua
mãe está chegando — e neste momento me sinto aliviada, mas não sei o que está acontecendo,
acredito que logo o médico me dirá que estou liberada, que deve ser só estresse.
— Boa noite, bela — Um senhor de meia idade entra no quarto, e diz — amanhã, sairá o
resultado do seus exames, no seu sangue não tem nenhuma alteração, então nos exames mais apurados
iremos ver se está tudo ok, então enquanto isso, você ficará esta noite aqui — me desesperei,
preciso trabalhar, eu tenho que ver se Michael estava me chamando no Skype e quase surtando vejo
quando minha mãe chegar, com um olhar desesperado ela entrou e logo se aproximou pegando em
minha mão — Vim ficar com você esta noite — assentindo permaneci em silêncio enquanto minha
mãe se instalava, Sebastian foi embora e o doutor também, minha mãe falava no telefone e eu
adormeci. Estava apenas sentindo uma sensação tranquila, quando ouço duas risadas, uma bem
familiar e outra nem tanto.
Quando despertei, minha mãe já estava dormindo. Deitada na poltrona reclinável com o celular em
uma mão e a outra mão em meu braço, soltei um suspiro ao saber que estava tudo bem e voltei a
dormir.
No dia seguinte, Sebastian apareceu com um balão de curativo e sorrindo diz — oii, espero que
esteja tudo bem com os resultados — me sentindo melhor eu respondi — Só estou aguardando o
doutor para nos passar o diagnóstico para que eu seja liberada, me sinto ótima — sorrindo minha
mãe assente e diz — Vamos levantar querida, o doutor Travis deve estar chegando — e assim que
coloco meus pés no chão,um outro doutor abre a porta e sorridente fala — Olá, minha jovem, como
está se sentindo? Me chamo Marcos — sorrindo eu respondi — Muito bem, doutor. Obrigada. — e
sorrindo ele diz — Minha cara, tenho os resultados do exame que fizemos ontem, e acredito que você
seja o felizardo — o doutor se aproxima de Sebastian, que assim como eu, não estava entendo nada
e minha mãe estava sem entender aquele entusiasmo do médico.
— Vocês estão grávidos! —

Continua !

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