Organizacao e Coordenacao Bombeiros Civis
Organizacao e Coordenacao Bombeiros Civis
Organizacao e Coordenacao Bombeiros Civis
de Bombeiro Civil
Brasília-DF.
Elaboração
Produção
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................. 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 8
UNIDADE I
BOMBEIRO CIVIL.................................................................................................................................. 11
CAPÍTULO 1
HISTÓRIA, CONCEITOS E CLASSIFICAÇÃO DOS BOMBEIROS CIVIS............................................ 11
CAPÍTULO 2
LEGISLAÇÃO APLICADA À PROFISSÃO DE BOMBEIRO CIVIL...................................................... 33
CAPÍTULO 3
SELEÇÃO, PERFIL, TREINAMENTO E CAPACITAÇÃO DE BOMBEIROS........................................... 48
UNIDADE II
DIMENSIONAMENTO, ATRIBUIÇÕES, COMPOSIÇÃO E ACIONAMENTO DE BOMBEIROS........................... 73
CAPÍTULO 1
ATRIBUIÇÕES LEGAIS E ÁREAS DE ATUAÇÃO DO BOMBEIRO CIVIL............................................. 73
CAPÍTULO 2
ESTRUTURAÇÃO DAS UNIDADES DE BOMBEIRO CIVIL................................................................ 82
CAPÍTULO 3
UTILIZAÇÃO DE SISTEMA DE COMUNICAÇÃO E ACIONAMENTO DE BOMBEIROS....................... 87
UNIDADE III
CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL................................................................................... 97
CAPÍTULO 1
TÉCNICAS DE COMBATE A INCÊNDIO E ATENDIMENTO............................................................ 97
CAPÍTULO 2
TÉCNICAS E ESTRATÉGIAS DE VENTILAÇÃO TÁTICA................................................................. 129
CAPÍTULO 3
EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL DE BOMBEIRO....................................................... 140
UNIDADE IV
CONTROLE DE INCÊNDIO E PÂNICO E CONDUTAS DE GESTÃO........................................................... 162
CAPÍTULO 1
PLANO DE EMERGÊNCIA CONTRA INCÊNDIO........................................................................ 162
CAPÍTULO 2
PLANO DE COMBATE A INCÊNDIOS EM GRANDES EVENTOS................................................... 174
CAPÍTULO 3
CONTROLE DE PÂNICO E EVACUAÇÃO DE PRÉDIOS E ÁREAS................................................ 178
REFERÊNCIAS................................................................................................................................. 185
Apresentação
Caro aluno
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Atenção
6
Saiba mais
Sintetizando
7
Introdução
Como é de ciência de todos, um dos marcos e dos pontos principais da história da
civilização humana foi o conhecimento e domínio do fogo pelo homem. Dessa forma,
conclui-se que a humanidade incorporou o fogo à sua rotina há milhares de anos e, ao
longo da história, foi desenvolvendo técnicas e estratégias para controlá-lo bem como
para lidar com ele de maneira a comprometer cada vez menos a própria integridade.
Entretanto, um dos desafios que ainda buscamos é o pleno controle do fogo. Dessa
forma, equipamentos foram desenvolvidos e estratégias elaboradas para que se previna
o fogo descontrolado, mas, eventualmente, temos uma perda de controle, e ocorre o
que chamamos de incêndio.
Assim, podemos dizer que a descoberta do fogo transformou a evolução humana e até
acelerou o desenvolvimento da sociedade, mas por outro lado, este mesmo fogo que
provocou preocupações. Ao sair do controle, ele gera um incêndio que se transforma
em um dos principais problemas ambientais e econômicos, uma vez que causa muitos
prejuízos, com danos à flora e à fauna, à vegetação, ao meio ambiente, às pessoas e à
continuidade operacional do negócio das empresas.
Podemos dizer que o bombeiro civil é o profissional que presta serviço em uma planta
industrial, uma edificação ou em um evento, podendo ser público ou privado. Por
isso, acreditamos que a figura do Bombeiro Profissional Civil é peça importante na
segurança contra incêndio de edificações/instituições e geradora de segurança às
comunidades, mesmo ele tendo função diferente do bombeiro público. Entretanto, a
atuação desses bombeiros deve ser integrada e complementar em caso de emergência.
8
Mas, mesmo após a publicação da Lei Federal que regulamentou a profissão de
bombeiro civil, ainda existem lacunas, pois essa Lei não foi regulamentada, deixando
esses profissionais à mercê de legislações estaduais e municipais.
Por isso, nesse material de estudo iremos abordar alguns temas de pouco
conhecimento ainda, nos detendo em especial às questões envolvendo a organização
e a coordenação de bombeiros profissionais civis.
Objetivos
»» Falar sobre a história dos bombeiros (públicos e privados), conceitos,
termos técnicos e classificação dos tipos de bombeiros existentes.
9
10
BOMBEIRO CIVIL UNIDADE I
CAPÍTULO 1
História, conceitos e classificação dos
bombeiros civis
Podemos, dessa forma, concluir que a prevenção de incêndios teve inicio já na Roma
Antiga.
Sabemos que, pelo estudo da história humana, o fogo é vital à nossa sobrevivência,
no entanto era dominado em algumas situações e em outras não. Daí surgiu a
necessidade de se organizar os primeiros grupos contra incêndios, originados pela
necessidade de evitar possíveis incêndios e perdas insubstituíveis.
11
UNIDADE I │ BOMBEIRO CIVIL
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BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE I
O mesmo aconteceu aqui no Brasil, pois a partir das tragédias associadas a incêndios
ocorridos nos anos 70, envolvendo os sinistros dos edifícios Andraus e Joelma em São
Paulo e das Lojas Renner em Porto Alegre no Rio Grande do Sul, que modificações
significativas em vários aspectos fundamentais para a Segurança contra Incêndio
e Pânico foram implementadas. A normalização e a legislação foram melhoradas, as
práticas de projeto avançaram e os corpos de bombeiros foram mais aparelhados.
A Prefeitura de São Paulo, logo após a tragédia do edifício Joelma, publicou o Decreto
no 10878 que “Institui normas especiais para a segurança dos edifícios, a serem
observadas na elaboração dos projetos e na execução, bem como no equipamento
e no funcionamento, e dispõe ainda sobre sua aplicação em caráter prioritário.”
(MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, 1974).
Fonte: Corpo de Bombeiros da Brigada Militar do Rio Grande do Sul. Disponível em:
<http://www.brigadamilitar.rs.gov.br/bombeiros>. Acesso em: maio 2007.
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UNIDADE I │ BOMBEIRO CIVIL
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BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE I
Assim, podemos concluir que a história dos Bombeiros no Brasil iniciou no Rio de
Janeiro no século XVI. Ficou claro que a denominação “Bombeiro” foi atribuída tendo
em vista as atividades de manuseio de bombas d’água.
I - polícia federal;
IV - polícias civis;
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UNIDADE I │ BOMBEIRO CIVIL
Segundo estudo do Governo Federal, acontecem cerca de 200 mil incêndios por ano no
Brasil, mais de 500 por dia. Em Tocantins, das 139 cidades do estado, apenas cinco têm
bombeiros e, caso aconteça um incêndio em um prédio, pode faltar um equipamento
importante, pois algumas corporações não têm escadas do tipo Magirus, que ajudam
no resgate de vítimas e no combate a incêndios em lugares altos.
Os bombeiros estão presentes nas capitais brasileiras e nas principais cidades das
regiões metropolitanas dos Estados, além de em boa parte das cidades litorâneas, já
que os bombeiros exercem também a função de salva-vidas nessas localidades. Já os
municípios que não possuem unidades de bombeiros precisam buscar alternativas,
como a instalação de unidades de bombeiros municipais, de bombeiros voluntários
ou de bombeiros civis. Portanto, é compreensível que os atuais bombeiros brasileiros
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BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE I
Também temos a figura importante do bombeiro civil, que é empregado nas empresas
e/ou eventos. Muitas vezes, ele participa de atendimento público como voluntário ou
contratado, ou ainda como funcionário municipal.
Vê-se uma solução não muito distante capaz de aumentar o efetivo de bombeiros na
maioria das cidades brasileiras, as quais podem, por meio de seus representantes
políticos, buscar apoio para a aprovação de leis que deixam ou aproximam a
organização dos bombeiros do Brasil à dos bombeiros de países desenvolvidos, nos
quais se sabe que a forma de trabalho e de atendimento dos profissionais é à favor da
vida e contra as tragédias causadas pelo fogo.
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UNIDADE I │ BOMBEIRO CIVIL
Sabe-se que, para que os bombeiros nacionais atendam a todas as ocorrências sem
sobrecarga de trabalho, fazendo vistorias, salvamentos, socorro, atendimentos
pré-hospitalares e emitindo Autos de Vistoria, sem deixar edificações de recepção
de público sem vistoria por motivo de falta de efetivo e talvez sanar os problemas de
criação e instalação, como os que ocorreram no passado – é preciso um maior número
de profissionais atuantes.
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BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE I
brasileiros têm posto de bombeiros. O Brasil, com seus 5.570 municípios com cerca
de mais de 207 milhões de habitantes (IBGE, 2016), há somente 784 postos de
bombeiros, que comportam, ao todo, 69.048 profissionais. Assim, pode-se constatar
que a relação entre bombeiro por habitante brasileiro está desproporcional ao que é
recomendado pela ONU, como mostram os dados do ano de 2012 de algumas cidades
do Brasil:
A tabela acima mostra o município de Santa Maria, com 261.031 habitantes, onde
aconteceu o trágico incêndio na Boate Kiss e que possui apenas um quartel de Bombeiro
Militar, quantidade muito inferior ao que possui o município de Jaraguá do Sul, que,
com 143.250 habitantes, possui quatro Postos de Bombeiros Voluntários, quatro vezes
mais que em Santa Maria, e o mesmo número de quartéis de Bombeiros Militares de
Guarulhos que atende 1.221.979 habitantes (ARAUJO, 2013).
Como está apresentado na tabela acima, as cidades de Nova York e Dallas, em 1996,
possuíam mais unidades de postos de bombeiros que qualquer uma das cidades
brasileiras apresentadas. O número de postos de bombeiros não determina a quantidade
de bombeiros atuantes em cada cidade para o auxílio do seu respectivo número de
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UNIDADE I │ BOMBEIRO CIVIL
Tabela 3. Número de municípios com quartel de Bombeiro Militar e número de Bombeiros Militar por estado do
Municípios Municípios
Número de Número de
Estado População com Corpo de sem Corpos de
Municípios Bombeiros
Bombeiros Bombeiro
RS 497 10.693.929 95 402 2.277
SC 295 6.248.436 99 196 2.300
PR 399 10.444.526 107 292 3.000
SP 645 41.262.199 141 504 10.028
RJ 92 15.989.929 49 43 16.500
MG 853 19.597.330 53 800 5.300
ES 78 3.514.952 11 67 1.128
MS 79 2.449.024 24 55 1.288
GO 246 6.003.788 35 211 2.480
DF 01 2.570.160 01 00 5.500
MT 141 3.035.122 17 124 980
TO 139 1.383.445 05 134 436
MA 217 6.574.789 07 210 1.170
PI 224 3.118.360 04 220 347
CE 184 8.452.381 15 169 1.530
RN 167 3.168.027 06 161 645
PB 223 3.766.528 08 215 1.283
PE 185 8.796.448 22 163 2.893
AL 102 3.120.494 07 95 1.349
SE 75 2.068.017 05 70 636
BA 417 14.016.906 20 397 2.185
AC 22 733.559 05 17 329
AM 62 3.483.985 06 56 550
RO 52 1.562.409 14 38 657
RR 15 450.479 02 13 260
PA 144 7.581.051 21 123 3.120
AP 16 669.526 05 11 877
Fonte: ARAUJO, 2013.
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BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE I
bombeiros esta bem abaixo da do Estado do Rio de Janeiro, o qual possui um bombeiro
militar para cada 969 habitantes. Rio de Janeiro só fica atrás do Distrito Federal, que
conta com um bombeiro para cada 467 habitantes. Esses dados são preocupantes e
demonstram que o quantitativo de bombeiros deve ser aumentado em todos os estados
da federação.
Nota-se que, exceto o Distrito Federal, nenhum estado tem posto de bombeiro em
todos os seus municípios, o que é muito preocupante, visto que em muitos locais
a distância de municípios sem postos de bombeiros e algum posto de bombeiros
é medida em muitos quilômetros. Embora Rio de Janeiro e o Estado do Amapá,
junto com Brasília sejam os únicos estados que seguem os padrões internacionais
estabelecidos pela ONU, várias cidades do Rio de Janeiro e do Amapá ainda não
possuem postos de bombeiros.
Municípios
Número de Municípios sem Número de
País População com Corpo de
Municípios Corpo de Bombeiro Bombeiros
Bombeiros
Brasil 5.570 207.000.000 784 4.786 69.048
Portugal 377 10.000.000 376 1 40.000
Fonte: ARAUJO, 2013.
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UNIDADE I │ BOMBEIRO CIVIL
Nota-se que há grupos que não veem com bons olhos o surgimento e o crescimento
dos bombeiros voluntários e civis em todos os locais de grandes centros no Brasil. Isso
ocorre, embora se tenhao certeza de que eles podem ser a solução para levar o serviço
de bombeiros a lugares ainda nunca assistidos por um bombeiro, quer seja militar,
voluntário ou civil.
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BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE I
O que se percebe com essa situação é que os profissionais ficam sobrecarregados, pois
estão com demanda de chamados para ocorrências que surgem inesgotavelmente.
Embora as corporações não tenham a quantidade de pessoas para cumprir a missão
a eles determinada pela Constituição, seguem se entregando ao esgotamento físico e
mental do serviço de combatente de bombeiros que, na maioria das vezes, é braçal.
Assim, o profissional se desdobra dia após dia dando resposta à sociedade para as
demandas das ocorrências de atividades de prevenção contra incêndio e pânico, de
atendimentos pré-hospitalares em caso de trauma, de salvamentos em altura e em meio
líquido, além das atividades de busca e defesa civil.
Conceito de incêndio
De acordo com a norma internacional ISO 8421-1, que apresenta os termos gerais
sobre fogo, incêndio significa “a combustão rápida disseminando-se de forma
descontrolada no tempo e espaço, produzindo gases, chamas, calor e fumaça”. Nesse
contexto, o Brasil possui um histórico de grandes incêndios que provocaram, além de
danos patrimoniais, danos ao ambiente e milhares de mortes.
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UNIDADE I │ BOMBEIRO CIVIL
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BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE I
Os incêndios causados pela ação do homem, por falhas técnicas ou por acidentes
naturais, têm cinco fases que vão desde o princípio da combustão até o momento em
que o fogo diminui, descritas por Oliveira (2005), como:
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UNIDADE I │ BOMBEIRO CIVIL
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BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE I
Algumas definições são fornecidas pela NBR 14608 (bombeiro profissional civil):
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UNIDADE I │ BOMBEIRO CIVIL
»» Planta: Local onde estão situadas uma ou mais edificações ou área a ser
utilizada para um determinado evento ou ocupação.
»» Risco médio: Planta com carga de incêndio entre 300 MJ/m2 e 1 200
MJ/m².
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BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE I
Classificação
Podemos dizer que Bombeiros são membros de instituições de Proteção e Defesa Civil,
profissionais capacitados e preparados para atuar em ocorrência de incêndios (urbanos
e/ou industriais), objetivando atender e resgatar pessoas, proteger o patrimônio e
preservar o meio-ambiente.
»» Bombeiro Civil Líder: A referida Lei fala que esse nível diz respeito
ao Técnico em prevenção e combate, o qual será o comandante da
guarnição/equipe durante o horário de trabalho. Aqui fica um tema para
debatermos, uma vez que ainda não temos essa formação específica
prevista na Lei em nível de formação técnica/pós ensino médio. Por
isso, muitas empresas utilizam a figura do técnico de segurança do
trabalho para ocupar cumulativamente essa vaga, o que pode parecer
algo normal, mas, se formos ver à luz da legislação que trata da profissão
de técnico de segurança, pode ser caracterizado desvio de função se
este profissional estiver computado no quantitativo da composição do
SESMT conforme prevê a NR-4 do Ministério do Trabalho e Emprego.
Além disso, podemos dizer que tecnicamente esse profissional (técnico
de segurança do trabalho) tem sua formação voltada às questões
preventivas de saúde, segurança e higiene ocupacional. Na sua formação,
ele tem competências de preparação e atendimento a emergências, mas
acreditamos que não com carga horária e especificidade suficientes para
fornecer a esse profissional a devida “proficiência” de forma que possa
ocupar cumulativamente a função de Técnico em prevenção e combate.
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UNIDADE I │ BOMBEIRO CIVIL
DECRETA
30
BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ BOMBEIRO CIVIL
Segundo a NBR 14608 (bombeiro Civil), temos ainda o Bombeiro Civil Mestre,
que é aquele profissional de nível superior (formado em engenharia) que possui
pós-graduação em nível de especialização em prevenção e combate a incêndio. Ele está
imbuído da responsabilidade e tem atribuição de ser o responsável pelo Departamento
de Prevenção e Combate a Incêndio.
32
CAPÍTULO 2
Legislação aplicada à profissão de
bombeiro civil
Segue abaixo uma lista dos principais incêndios ocorridos no Brasil, que vitimaram
milhares de pessoas de acordo com Previdelli (2013, p. 1) e fizeram com que as
autoridades criassem mecanismo de prevenção contra incêndio e pânico:
»» 1972 - Edifício Andraus (SP) – Incêndio que teve início por uma causa
até hoje não conhecida - acredita-se que tenha iniciado por uma sobrecarga
no sistema elétrico ou curto-circuito - se espalhando rapidamente pela
edificação, chegando a causar explosões, fazendo o edifício tremer. Teve
como resultado a morte de 16 pessoas e cerca de 330 feridos.
»» 1974 - Edifício Joelma (SP) – Incêndio que teve seu inicio 12o andar
em virtude de um curto-circuito num ar-condicionado, se espalhando
33
UNIDADE I │ BOMBEIRO CIVIL
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BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE I
Esse Norma Brasileira, NBR 14608, foi elaborada no Comitê Brasileiro de Segurança
contra Incêndio (ABNT/CB-24), pela Comissão de Estudo de Brigada contra Incêndio
(CE-24:203.02), sendo que o projeto circulou em Consulta Nacional. Esta Norma
estabelece regras para o Curso de Formação dos Bombeiros Civis, sendo que as práticas
previstas no programa de treinamento devem ser o mais próximas possível de eventos
reais, levando em consideração a inclusão de procedimentos técnicos operacionais
bem como medição da capacidade física e psicológica dos alunos durante a execução
das oficinas. Estabelece, ainda, os requisitos mínimos para podermos dimensionar o
número mínimo de bombeiros profissionais civis em uma planta/edificação, além dos
requisitos de sua formação, qualificação, reciclagem e área de atuação, sendo esses
assuntos tratatados em capítulo especifico.
35
UNIDADE I │ BOMBEIRO CIVIL
I - advertência;
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BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE I
Legislações Estaduais
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UNIDADE I │ BOMBEIRO CIVIL
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BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ BOMBEIRO CIVIL
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BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ BOMBEIRO CIVIL
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BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE I
Legislações Municipais
Nos locais onde tenha circulação de pessoas do sexo feminino, pelo menos um membro
da equipe deverá ser mulher. A lei está em vigor e prevê multa ao estabelecimento
que descumpri-la.
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UNIDADE I │ BOMBEIRO CIVIL
I - Shopping Center;
III - Hipermercado;
V - Campus universitário;
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BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE I
II - Equipamentos obrigatórios:
b) Balão de oxigênio;
I - Ações de prevenção:
45
UNIDADE I │ BOMBEIRO CIVIL
II - Ações de emergência:
I - Advertência;
IV - Proibição da atividade;
46
BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE I
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CAPÍTULO 3
Seleção, perfil, treinamento e
capacitação de bombeiros
Seleção e treinamento
O processo de seleção de bombeiros voluntários no Brasil não tem um critério padrão,
portanto, devemos seguir a legislação já mencionada no capítulo anterior.
d. ser alfabetizado;
48
BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE I
Não temos nenhuma Norma que referencie o perfil esperado desse profissional, mas
podemos definir e listar algumas características básicas que podem nortear o perfil
desejado desse importante profissional:
Sempre que estamos diante de seres humanos, nos deparamos com a discussão da
questão da ética, uma vez que ela é elemento indissolúvel e da construção da condição
de sobrevivência humana, harmonia entre comunidades e convivência de grupos.
A ética pode ser definida desta forma como um conjunto de normas que regulam o
comportamento de grupos que convivem em comunidades ou não, e o bombeiro
civil, por ser um profissional que lidará com pessoas, deve ter esse conhecimento e
entendimento muito claros, e, sobretudo pautar suas ações baseado nos preceitos éticos
e morais esperados.
Mas o que podemos entender propriamente por ética, sabendo que vivemos em um
mundo capitalista globalizado, excludente e opressor?
A primeira observação que deve ser feita é que ela não se confunde com a moral.
A moral entende-se como regulação dos valores e comportamentos considerados
legítimos por uma determinada sociedade, um povo, uma religião, uma tradição
cultural etc. Portanto, apresenta-se como um fenômeno social particular, sem o
compromisso com a universalidade. A ética pode ser entendida como o julgamento
da validade das morais. Dessa forma apresentando-se como uma reflexão sobre as
questões de moralidade, não sendo ela apenas teórica. A ética, nesse caso, deve ser
entendida, ainda, como um conjunto de princípios e disposições voltado para a ação,
cuja missão principal é ser norteadora das ações humanas. Ela existe para servir de
referência para os que vivem em sociedade, de tal forma que esta sociedade possa se
tornar cada vez mais humana.
Assim, tanto a ética como a moral, sendo distintamente reconhecidas, não se colocam
como um conjunto de verdades fixas e imutáveis, pois ambas apresentam um caráter
histórico e social.
50
BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE I
Podemos dizer que existem diversas áreas de atuação da ética, as que mais se destacam
são:
51
UNIDADE I │ BOMBEIRO CIVIL
»» Ética e política: política é a ação humana que deve ter por objetivo
a realização plena dos direitos e, portanto, da cidadania para todos. O
projeto da política, assim, é o de realizar a ética, fazendo coincidir com
ela a realização da vontade coletiva dos cidadãos, o interesse público.
52
BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE I
Requisitos médicos
Condicionamento físico
53
UNIDADE I │ BOMBEIRO CIVIL
Sentir-se disposto, ter saúde e estar com o corpo em forma podem ser objetivos
daqueles que se exercitam e pensam em uma melhor qualidade de vida, porém, para
os bombeiros de aeródromos, o condicionamento físico faz parte do diaadia e deve
ser uma meta. Ressalta-se que um bom condicionamento físico é conquistado com
constância e dedicação; o respeito ao limite físico de cada um é fundamental para que
não ocorram problemas de ordem muscular e articulares.
O Bombeiro Civil, quando em atividade no seu posto de trabalho, pode ser acionado
a qualquer momento para atender uma emergência. Por isso, deve estar sempre
preparado realizar os atendimentos em todas as situações possíveis de acordo com
os cenários acidentais previamente identificados, minimizar danos e prejuízos ao
patrimônio, e acima de tudo, salvaguardar a vida humana. Por isso, um treinamento
adequado, eficiente, responsável e de qualidade é indispensável à profissão.
Acreditamos que, face aos possíveis cenários acidentais e exposição a possíveis
situações de risco, desde simples a complexas, o Bombeiro Civil precisa ter, além de
aptidão técnica e intelectual, saúde e vigor físico, bem como equilíbrio emocional para
54
BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE I
Lembramos que a NBR 14608 no seu item 4.14 fala que, durante a reciclagem, o
bombeiro pode ser dispensado de realizar a parte prática do treinamento de combate
a incêndio e primeiros-socorros, se ele for aprovado em avaliação em que atinja no
mínimo 80% de aproveitamento.
55
UNIDADE I │ BOMBEIRO CIVIL
c. período de treinamento;
Níveis de formação
Profissional com:
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BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE I
Profissional com:
Profissional com:
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UNIDADE I │ BOMBEIRO CIVIL
Profissional com:
Profissional com:
Instrutor em primeirossocorros
Profissional com:
58
BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE I
Profissional com:
Profissional com:
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UNIDADE I │ BOMBEIRO CIVIL
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BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ BOMBEIRO CIVIL
Carga Carga
Módulo Objetivos: Objetivos:
horária horária
Ao final deste módulo o aluno deve: Ao final deste módulo o aluno deve:
H h
Total 3 Total 6
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BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE I
63
UNIDADE I │ BOMBEIRO CIVIL
3 Guia de
Conhecer e saber consultar o manual de
procedimento
emergências com produtos perigosos da ABIQUIM 1 NA NA
s de
/PRÓ-QUÍMICA
emergências
6 Avaliação Obter aprovação conforme 4.1.2.3 desta Norma 1 Obter aprovação conforme 4.1.2.3 desta Norma 2
Total 8 Total 10
Fonte: (ABNT NBR 14608:2007).
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BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ BOMBEIRO CIVIL
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UNIDADE I │ BOMBEIRO CIVIL
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BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE I
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UNIDADE I │ BOMBEIRO CIVIL
Educação e treinamento
O Bombeiro Civil Mestre deve verificar e atestar a qualificação dos instrutores, quanto
à sua capacitação e ao treinamento oferecido, sendo que os bombeiros líderes devem
receber treinamento em nível de capacitação proporcional com suas atribuições e
responsabilidades. Esse nível de capacitação deve ser mais abrangente e completo
que a dos demais bombeiros da equipe.
70
BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE I
Simulados
Podemos dizer que simulados de emergência não podem ser considerados como
instrumento para avaliações de treinamentos, porém, podem ser utilizados (não
com o objetivo principal) para incorporar um grau de avaliação do bombeiro, bem
como para verificar a eficácia e tratar medidas para melhoria através da elaboração
de planos de ação.
71
UNIDADE I │ BOMBEIRO CIVIL
»» Produtos Perigosos.
»» Primeiros Socorros.
72
DIMENSIONAMENTO,
ATRIBUIÇÕES,
COMPOSIÇÃO E UNIDADE II
ACIONAMENTO DE
BOMBEIROS
CAPÍTULO 1
Atribuições legais e áreas de atuação
do bombeiro civil
73
UNIDADE II │ DIMENSIONAMENTO, ATRIBUIÇÕES, COMPOSIÇÃO E ACIONAMENTO DE BOMBEIROS
O bombeiro civil, por ser um ser humano, é um ser capaz de adaptar-se às situações
mais diversas e adversas. A educabilidade permite a ele situar-se de tal forma
que, mesmo nas situações mais difíceis, seja possível encontrar uma forma, uma
possibilidade, um atalho para reencontrar o caminho ou adaptar-se em outro modo
de viver ou em um ambiente distinto.
Podemos dizer que, atualmente, não nos basta ver e compreender o que está
ocorrendo à nossa volta, precisamos estar preparados e ter uma adequação específica
para determinada tarefa ou profissão. Mesmo assim, isso não nos garantirá um lugar
no mercado de trabalho, pois, para isso, é necessário aprender, ter habilidades e
competências e colocá-las em prática sempre que possível e necessário.
Atividades básicas
a. Ações de prevenção:
O bombeiro profissional civil, assim como a brigada de incêndio, deve ter amplo
conhecimento do plano de emergência. O profissional deve ter bem claros e definidos
os procedimentos a serem adotados durante uma emergência, não sendo de sua
competência a implementação do plano de resposta a emergência. Entretanto, ele deve
gerar informações para que seja o plano bem elaborado e exequível.
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DIMENSIONAMENTO, ATRIBUIÇÕES, COMPOSIÇÃO E ACIONAMENTO DE BOMBEIROS │ UNIDADE II
Deverá ser rotina das equipes, realizar com frequência uma varredura nos diversos
equipamentos de segurança contra incêndio (SCI) do local. Este deve ser registrado
no sistema de controle da unidade que pode ser banco de dados informatizado ou até
mesmo uma planilha com as datas das inspeções e observações pertinentes.
Rotina de trabalho
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UNIDADE II │ DIMENSIONAMENTO, ATRIBUIÇÕES, COMPOSIÇÃO E ACIONAMENTO DE BOMBEIROS
Áreas de atuação
Muitas são as áreas em que pode atuar o profissional Bombeiro Civil. Apesar de terem
sido inicialmente constituídos com a função principal de combate a incêndios, as
funções dos bombeiros alargaram-se para quase todas as áreas da defesa civil e proteção
das comunidades, com atuação muito constante em atendimentos de urgências e
emergências pré-hospitalares (primeiros socorros).
As seguintes são algumas áreas onde o Bombeiro Profissional Civil pode atuar
dependendo das especificações, nível de capacitação e necessidades:
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DIMENSIONAMENTO, ATRIBUIÇÕES, COMPOSIÇÃO E ACIONAMENTO DE BOMBEIROS │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ DIMENSIONAMENTO, ATRIBUIÇÕES, COMPOSIÇÃO E ACIONAMENTO DE BOMBEIROS
Com a criação da ANAC, em 2005, esta passou a exercer a atividade no âmbito dos
aeroportos civis brasileiros.
O bombeiro de aeródromo tem como objetivo “abrir uma rota de fuga para os
passageiros e salvar as vidas que estão lá. Essa é a principal finalidade dele: salvar
vidas. Ele abre o corredor de fuga e eventualmente entra na aeronave para resgatar os
passageiros que estão lá dentro”.
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DIMENSIONAMENTO, ATRIBUIÇÕES, COMPOSIÇÃO E ACIONAMENTO DE BOMBEIROS │ UNIDADE II
A condição necessária para que o salvamento seja eficaz e tudo ocorra dentro do que
prescreve a Resolução no 279 Curso de Habilitação de Bombeiro de Aeródromo 2
(CBA-2).
Em 27 de setembro de 2005, com a Lei no 11.182, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva
sancionou a Criação da Agência Nacional da Avião Civil (ANAC) .
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UNIDADE II │ DIMENSIONAMENTO, ATRIBUIÇÕES, COMPOSIÇÃO E ACIONAMENTO DE BOMBEIROS
»» Autarquia especial.
»» Independência administrativa.
Por fim, a ANAC tem como atribuição regular e fiscalizar as atividades de aviação
civil e de infraestrutura aeronáutica e aeroportuária. Para tal, o órgão deve observar
e implementar as orientações, diretrizes e políticas estabelecidas pelo governo
federal, adotando as medidas necessárias ao atendimento do interesse público e ao
desenvolvimento da aviação. A atividade regulatória da ANAC pode ser dividida em
duas vertentes: a regulação técnica e a regulação econômica.
A Resolução 279
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DIMENSIONAMENTO, ATRIBUIÇÕES, COMPOSIÇÃO E ACIONAMENTO DE BOMBEIROS │ UNIDADE II
Evidentemente, como podemos verificar por tudo que foi exposto, o Bombeiro Civil
não atua apenas na prevenção e combate a incêndio, mas também, avalia os riscos
existentes nos ambientes de trabalho, inspeciona periodicamente os equipamentos de
proteção passiva e ativa, implementa plano de emergência e de abandono, interrompe
o fornecimento de energia elétrica e gás liquefeito de petróleo quando da ocorrência de
sinistro, atua no resgate de pessoas em situação de perigo iminente, emergência médica
pré-hospitalar, salvamento aquático, intervenção em acidentes elétricos, hidráulicos e
com produtos químicos, prevenção e acompanhamento em determinadas atividades
como solda, trabalhos em altura e em espaços confinados, enfim, atua em diversas
atividades relacionadas à prevenção de acidentes.
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CAPÍTULO 2
Estruturação das unidades de bombeiro
civil
c. Assistente da Equipe.
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DIMENSIONAMENTO, ATRIBUIÇÕES, COMPOSIÇÃO E ACIONAMENTO DE BOMBEIROS │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ DIMENSIONAMENTO, ATRIBUIÇÕES, COMPOSIÇÃO E ACIONAMENTO DE BOMBEIROS
O assistente do líder é um bombeiro pertencente à equipe que deve estar pronto para
realizar as atividades iniciadas pelo bombeiro líder bem como substituí-lo na sua
ausência, por isso a necessidade que tenha capacitação de nível médio.
Membros da brigada
Se a equipe for grande e contar com membros de apoio suficientes, esses devem estar
prontos para prestar apoio aos demais membros da equipe. Para isso devem demonstrar
conhecimento pleno dos planos de emergência e abandono, de análise de riscos antes
de um incidente e devem conhecer o dever e as técnicas adequadas de resposta.
Os bombeiros mestres e/ou líderes ou seus representantes devem estar certos de que
os bombeiros que fazem a função de apoio também devem estar capacitados e prontos
para atender as missões designadas a eles.
Assistente do Bombeiro
Bombeiro Civil Líder
Lider
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DIMENSIONAMENTO, ATRIBUIÇÕES, COMPOSIÇÃO E ACIONAMENTO DE BOMBEIROS │ UNIDADE II
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UNIDADE II │ DIMENSIONAMENTO, ATRIBUIÇÕES, COMPOSIÇÃO E ACIONAMENTO DE BOMBEIROS
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CAPÍTULO 3
Utilização de sistema de comunicação
e acionamento de bombeiros
»» Emissor;
»» Receptor;
»» Canal de comunicação.
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UNIDADE II │ DIMENSIONAMENTO, ATRIBUIÇÕES, COMPOSIÇÃO E ACIONAMENTO DE BOMBEIROS
Sinais de rádio
Propagação de rádio
»» Distância;
»» Condições atmosféricas;
»» Características do terreno;
»» Ruído.
Podemos dizer que, quanto maior for a distância entre o emissor e o receptor, mais
fraco será o sinal de rádio que chegará a esse receptor. Não devemos esquecer que
as condições atmosféricas podem influenciar também na propagação das ondas
eletromagnéticas na atmosfera, sendo que os trovões, em virtude de sua natureza
elétrica, se destacam como os que mais influenciam na adequada propagação das
comunicações de rádio em especial nas frequências usualmente operadas pelos
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DIMENSIONAMENTO, ATRIBUIÇÕES, COMPOSIÇÃO E ACIONAMENTO DE BOMBEIROS │ UNIDADE II
Quanto maiores forem os obstáculos entre emissor e receptor, mais difícil será
obviamente a comunicação adequada entre eles. Por isso, concluímos que,
se as características do terreno interferem e muito na propagação das ondas
eletromagnéticas, elas também podem atrapalhar o processo de transmissão via
rádio.
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UNIDADE II │ DIMENSIONAMENTO, ATRIBUIÇÕES, COMPOSIÇÃO E ACIONAMENTO DE BOMBEIROS
»» Este alfabeto foi ligeiramente adaptado na pronúncia das letras “F” e “X”.
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DIMENSIONAMENTO, ATRIBUIÇÕES, COMPOSIÇÃO E ACIONAMENTO DE BOMBEIROS │ UNIDADE II
Algarismos fonéticos
No tocante aos algarismos, que ao se combinarem formam os números, deve ser usada
a fonética abaixo descrita:
Algarismos Fonética
1 Um
2 Dois
3 Três
4 Quatro
5 Cinco
6 Seis
7 Sete
8 Oito
9 Nove
0 Zero
Fonte: Manual de gerenciamento de Emergências – CBMES.
Tabela 25. Sequência de dois e de três algarismos iguais (emprego das palavras “duplo” e “triplo”).
Número Fonética
100 Uno Duplo Zero
2001 Dois Duplo Zero Uno
166 Uno Duplo Meia
33348 Triplo Três Quatro Oito
22777 Duplo Dois Triplo Sete
Fonte: Manual de gerenciamento de Emergências – CBMES.
Tabela 26. Para cinco algarismos, deverá ser usada a combinação das palavras “duplo” e “triplo”.
Número Fonética
2222 Dois Triplo Dois
5555 Cinco Triplo Cinco
66666 Duplo Meia Triplo Meia
Fonte: Manual de gerenciamento de Emergências – CBMES.
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UNIDADE II │ DIMENSIONAMENTO, ATRIBUIÇÕES, COMPOSIÇÃO E ACIONAMENTO DE BOMBEIROS
Código Q
As três letras do código Q eram usadas para se fazer uma questão de forma
abreviada e então respondê-la da mesma forma. Por exemplo, “QSL?” significa:”
Você recebeu a minha mensagem?” “QSL” era a resposta confirmando “Sim, recebi
a sua mensagem”.
Esse código, muito utilizado nos dias atuais pelos profissionais de emergência,
foi criado pelo governo britânico por volta de 1909, na forma de uma listagem de
abreviaturas como forma de preparação para utilização em navios britânicos e
estações costeiras licenciadas pela Agência Postal Geral”. Esse código veio facilitar a
comunicação entre operadores de rádios marítimos que falavam línguas diferentes,
desta forma foi adotado internacionalmente e de forma muito rápida. Essa lista de
abreviações perfazia um total de quarenta e cinco códigos, para serem usados na
radio comunicação. Esse código foi incluído no serviço de regulação afixado à terceira
convenção internacional de radiotelegrafia, convenção ocorrida em Londres, assinada
em 5 de julho de 1912, e que se tornou efetiva em 1 de julho de 1913.
Abaixo apresentaremos uma coletânea dos códigos que mais se aplicam ao interesse
do bombeiro civil. Pode haver ligeiras adaptações ou diferenças, mas sempre sem
afetar os significados originais.
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DIMENSIONAMENTO, ATRIBUIÇÕES, COMPOSIÇÃO E ACIONAMENTO DE BOMBEIROS │ UNIDADE II
Devo repetir o último telegrama ou msg quetransmiti para você Repita o último telegrama ou msg que você enviou para mim(ou
QSM
(ou algum telegrama anterior)? telegrama(s) número(s)...).
QSO Pode comunicar-me diretamente (ou por retransmissão) com...? Posso comunicar-me diretamente (ou por retransmissão) com... .
Qual é o itinerário ou roteiro? Obs : No CBMES utiliza-se como: Meu itinerário ou roteiro é... Obs: No CBMES utiliza-se:
QTI
Qual o número de telefone ou posso comunicar-se por telefone? Meu número de telefone é/Comunique-se por telefone
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UNIDADE II │ DIMENSIONAMENTO, ATRIBUIÇÕES, COMPOSIÇÃO E ACIONAMENTO DE BOMBEIROS
Os relatórios poderão ainda ser utilizados para avaliações futuras, podendo ser
requeridos pelo Poder Judiciário, pelas seguradoras etc. Por isso, o relatório deve ser
bem elaborado e o mais completo e fidedigno com os acontecidos possível, devendo ser
observado dentre tantos predicados os abaixo descritos:
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DIMENSIONAMENTO, ATRIBUIÇÕES, COMPOSIÇÃO E ACIONAMENTO DE BOMBEIROS │ UNIDADE II
Registro de ocorrências
Uma atividade que também não pode ser esquecida é a de relatar as ocorrências
atendidas. Existem muitas formas e procedimentos de comunicação e relatos de
ocorrências utilizados por unidades de bombeiros militares e civis. Apresentaremos
um resumo de registro de atividades desenvolvidas por bombeiros de acordo com a
NBR 14.023 de dezembro de 1997.
›› Combate a incêndio;
›› Salvamento; e
›› Prevenção e auxílio;
g. Histórico/resumo da ocorrência;
h. Dados complementares;
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UNIDADE II │ DIMENSIONAMENTO, ATRIBUIÇÕES, COMPOSIÇÃO E ACIONAMENTO DE BOMBEIROS
Os dados devem sempre contar com a adequada identificação de quem relatou, devendo
ser composto por:
›› Com intervenção;
b. Salvamento;
c. Prevenção e auxílio.
Além disso, as atividades listadas nas alíneas acima podem incluir ou não a atividade
de atendimento a vítimas.
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CONDUTAS
OPERACIONAIS DE UNIDADE III
BOMBEIRO CIVIL
CAPÍTULO 1
Técnicas de combate a incêndio e
atendimento
Combate a incêndio
O Combate a Princípio de Incêndio é uma das matérias mais importantes das
equipes de bombeiro e mais comuns, diga-se de passagem, pois sempre que houver a
necessidade do combate inicial ao sinistro, os bombeiros deverão estar plenamente
capacitados e familiarizados com as técnicas e estratégias apropriadas para a
identificação do tipo e classe de incêndio, recursos fixos e móveis de combate, bem
como forma mais adequada para sua extinção:
»» Conhecer os equipamentos;
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UNIDADE III │ CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL
O acesso ao interior das edificações deve ser evitado quando houver risco iminente
e visível para as equipes de bombeiros como a possibilidade de desabamento por
abalo térmico, calor em excesso, dificuldade de visibilidade, riscos de explosividade de
gases e vapores, presença de produtos químicos perigosos sem a proteção individual
adequada.
Figura 2. Equipamentos.
98
CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE III
Fonte:<http://www.corpodebombeiros.sp.gov.br/novo/Downloads/Cartilha_de_Orientacao.pdf>.
Fonte:<http://www.corpodebombeiros.sp.gov.br/novo/Downloads/Cartilha_de_Orientacao.pdf>.
Capacidade: 1kg, 2kg, 4kg, 6kg, 8kg, 12kg, que é expelido por meio de pressão
interna gerada por um gás inerte, contido no recipiente.
Agente extintor: bicarbonato de sódio. Alcance do Jato: +- 6m.
Tempo de duração: +- 14s a 20s.
Aplicação: incêndios classes “B” e “C”.
Método de extinção: Quebra da reação química em cadeia/abafamento.
Fonte:<http://www.corpodebombeiros.sp.gov.br/novo/Downloads/Cartilha_de_Orientacao.pdf>.
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UNIDADE III │ CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL
Fonte: <http://www.corpodebombeiros.sp.gov.br/novo/Downloads/Cartilha_de_Orientacao.pdf>.
O método de extinção mais eficiente para este tipo de incêndio é o resfriamento com
água, apesar de existirem pós para sua extinção. Espuma também pode ser utilizada,
apesar de não obter a mesma eficácia.
100
CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE III
Os métodos de extinção mais eficientes para este tipo de combustível são o abafamento
e o isolamento dos vapores com emprego de espuma e a quebra da reação química em
cadeia com utilização de pó químico seco.
Caso não seja possível cortar a energia, deve ser empregado preferencialmente um agente
extintor que não seja condutor elétrico. Caso isso não seja possível, devem-se adotar
os cuidados necessários para combater com algum agente com baixa condutividade
elétrica.
101
UNIDADE III │ CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL
O combate deste tipo de combustível requer uma análise das características específicas
do material que está em combustão. Comumente se usa Pó Químico especial para
metais pirofóricos, limalha de aço e areia.
»» Rescaldo;
»» Vigilância e acompanhamento.
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CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE III
Todas essas diferentes fases, descritas nos pontos seguintes, devem ser seguidas
em qualquer operação de combate a incêndios, com exceção das relativas a
salvamento e vigilância, as quais poderão não ser necessárias.
O comandante das operações de emergência (COE) deve que ter competência para
determinar a melhor forma de atuação e de como proceder durante a intervenção.
Ao bombeiro operacional compete cumprir à risca as ordens do COE, bem como
desenvolver as manobras operacionais indicadas da melhor forma possível e sempre
levando em consideração a segurança própria e dos demais envolvidos.
Essa fase consiste na avaliação, tão próxima quanto possível, das condições em que
está ocorrendo o sinistro, de forma a poder identificar e dimensionar as ações de
controle a serem tomadas. Dessa forma, se garante uma maior probabilidade de
êxito nas operações de resgate e salvamento bem como nas operações de combate a
incêndio. A fase do reconhecimento inicia com o acionamento da chamada de socorro,
que pode perdurar no percurso dos veículos de bombeiros para o local do incêndio,
desde que exista para isso contato visual com estes.
103
UNIDADE III │ CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL
104
CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE III
efeitos físicos e químicos nos corpos e efeitos fisiológicos nos seres vivos. Como os
que veremos a seguir:
Aumento/diminuição da temperatura
Dilatação/contração térmica
Faz-se necessário, ainda que neste momento de forma superficial, uma breve explanação
no sentido de alertar os bombeiros militares quanto aos principais efeitos que a
combustão pode causar aos seres humanos.
O calor, por si só, pode promover mudanças nos ambientes em que esteja atuando.
Como ele decorre da combustão e esta consome comburente, uma das primeiras
implicações é a deficiência de oxigênio no local, especialmente se este for fechado.
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UNIDADE III │ CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL
Devemos sempre lembrar que se, na fase do reconhecimento, for identificado que
há pessoas que requerem atendimento e existem salvamentos a serem efetuados,
deve ser dada prioridade a essas operações, dando o comandante das operações de
emergência (COE) as determinações às equipes envolvidas nas operações, mesmo que
para isso tenha que interromper o reconhecimento. Posteriormente, o comandante
das operações de emergência deve prosseguir com o reconhecimento, juntamente com
as ações de resgate e salvamento.
Em incêndios que tenham grandes áreas a serem reconhecidas, o COE pode delegar a
outros bombeiros em especial ao bombeiro civil líder o reconhecimento por setores/
áreas da edificação.
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CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE III
Sabemos que nem todos os incêndios apresentam risco iminente para as pessoas.
Esse risco está relacionado com:
Neste meio podem ser usados meios auxiliares como as escadas internas e externas
do prédio ou livres do edifício, de forma a ser deslocada ou transportada a população
para a parte exterior.
É a estratégia mais eficaz e segura, e deve ser empregada sempre que possível face
às condições do incêndio e do edifício. Deve-se sempre atentar para que nunca seja
prevista utilização de elevadores como meio de evacuação de pessoas.
107
UNIDADE III │ CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL
O comandante das operações (Bombeiro civil mestre e/ou líder), com base na
informação recolhida na fase do reconhecimento, define as estratégicas de ação, as
táticas operacionais e estabelece um plano de ação, transmitindo aos demais membros
da equipe as diferentes atividades a serem desenvolvidas.
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CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE III
»» Recursos para entrada forçada, visando garantir acesso aos locais onde
não seja possível por outra forma.
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UNIDADE III │ CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL
Num incêndio onde este ainda esteja incipiente (pequenas proporções), devemos
tentar, sempre que possível, quebrar o ritmo da progressão atuando diretamente
sobre as chamas. Se não for possível, devemos priorizar fornecer proteção às
exposições evitando novos focos e, só após, focar os meios plenos de combate para
as chamas até que a extinção seja completa.
»» Extinção – Podemos dizer que um incêndio somente pode ser dito como
extinto quando os principais focos deixarem de estar ativos, praticamente
não havendo presença de chamas.
Estratégias de combate
O comandante das operações (CO) definirá quais as melhores tática, técnicas e
estratégias a serem empregadas para o controle do evento de incêndio, levando em
consideração as condições e a fase em que o incêndio está e quais recursos e meios
estão presentes no local. Poderá optar pelas duas estratégias de combate a incêndios
que são a ofensiva e a defensiva.
Estratégia ofensiva
Essa estratégia consiste em atacar o foco do incêndio de forma direta, empregando
todos os meios e recursos disponíveis e adequados visando bloquear seu
desenvolvimento, deixando-o restrito à menor área possível. Em incêndios
estruturais (urbanos), essa estratégia consiste na montagem e disponibilização das
linhas de mangueira para ataque direto no interior da edificação.
110
CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE III
É uma estratégia muito eficaz, mas só deve ser empregada quando as condicionantes
de segurança do prédio, intensidade e dimensão do sinistro assim permitirem.
Por isso, sempre que possível e seguro, essa estratégia deve ser empregada,
racionalizando os recursos disponíveis, de forma a deslocar as chamas, a fumaça, os
gases e vapores oriundos do processo de combustão para fora da edificação, podendo
ser combinadas as operações de combate (extinção) com as de ventilação tática (natural
e/ou forçada).
Estratégia defensiva
Serão empregados jatos de água através de portas, janelas ou outras aberturas ou,
ainda, através de aberturas e partes destruídas do teto ou parede dos prédios, de forma
a fazer geração de vapores de água que irão resfriar e abafar o fogo. Essa estratégia não
deve ser aplicada quando ainda existam pessoas no interior do prédio que necessite
retirada rápida e/ou resgate, mesmo que sejam os próprios respondendores, pois ela
poderá ser geradora de risco grave e iminente.
Pode ainda ser necessário o emprego dessa técnica sob circunstâncias particulares
e específicas, as quais podem levar o comandante das operações a optar por ela,
realizando a proteção exterior, não fazendo combate direto ao incêndio. Podemos
destacar como exemplo de situações que levam o comando a optar por essa estratégia:
111
UNIDADE III │ CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL
Métodos de ataque
Aplica-se quando o foco de incêndio é visível e pode ser atingido de forma direta,
com eficácia, pela projeção da água do esguicho. Na fase inicial dos incêndios esta é a
alternativa mais empregada e tem se monstrado muito eficaz.
A regulação do esguicho deve ser efetuada de modo a que a água seja aplicada sobre
os materiais incendiados de acordo com as circunstâncias do incêndio. Apresentam-se
duas situações típicas:
Podemos dizer que o ataque direto é o mais eficiente uso de água em incêndio em
queima livre, para isso o bombeiro deve estar próximo ao incêndio, utilizando jato
compacto ou chuveiro (30º ou menos), sempre direcionando o ataque para a base do
fogo, até sua extinção. Não se deve utilizar água em excesso, após extintas as chamas.
112
CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE III
expansão do vapor de água em todas as áreas, após a aplicação dos jatos de água,
fazendo com que haja uma brusca redução da temperatura local. Se o jato é aplicado
por muito tempo, o vapor começa a se condensar, precipitando a fumaça ao piso,
havendo a perda de visibilidade, ou seja, a fumaça, os gases e os vapores oriundos
da combustão que normalmente ficariam ao nível do teto, descem ao nível de solo
(piso) ocupando o lugar do ar fresco.
Ataque indireto
Podemos dizer que esse método consiste na aplicação da água, dirigindo-a para as
paredes e teto do compartimento superaquecido, objetivando realizar a máxima
vaporização, uma vez que esse é o local onde a temperatura estará mais alta. Podemos
dizer que a extinção do incêndio se dará por efeito de abafamento, como resultado da
grande geração de vapor de água produzida pela vaporização e não agindo diretamente
na fase sólida. Também não se deve usar água em demasia a fim de evitar resfriar
demais as superfícies pois isso impede a geração de vapores e água. É necessário
atentar para não gear também vapor em excesso.
A sua aplicação típica ocorre quando o foco de incêndio é muito intenso ou quando
não é possível atingir diretamente o combustível que está queimando. Exige uma
melhor técnica na manobra dos esguichos especiais, pois apresenta maiores riscos do
que o método de ataque direto.
Deve ser dada atenção especial à grande quantidade de vapor de água produzida
(cerca de 1750 L para cada litro de água que se vaporize totalmente), por isso a
importância da ventilação tática.
O método de ataque indireto não deve ser aplicado quando existem, ou se suspeita
que possam existir, pessoas nas imediações do foco de incêndio pois pode tornar
o ambiente de alto risco para elas. Isso se deve à presença da fumaça e aos gases
de combustão serem arrefecidos e baixarem em direção ao pavimento, bem como à
geração de vapor de água aquecidos a alta temperatura. A visibilidade no local pode,
também, ser agravada pela combinação da fumaça e de vapor de água mais próximos
do pavimento.
113
UNIDADE III │ CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL
Se não existirem condições para garantir uma boa ventilação tática, o método de
ataque indireto também não deveria ser usado. Sem uma boa ventilação, fica difícil
extrair a fumaça e os gases de combustão produzidos no incêndio e o vapor de água
resultante do método de extinção criará um ambiente de baixa visibilidade e mais
agressivo, dificultando a eficácia da extinção bem como colocando em risco a segurança
dos bombeiros.
L =10 m
c =24m
h =3 m
Q = 1 . 080 lpm
Essa vazão deve ser aplicada por 30s. Um esguicho especial ou regulável de 38 mm,
com 5,5 Kgf/cm2 ≈ (80 psi) de pressão, descarrega aproximadamente 360 lpm. Logo,
será necessário utilizar 3 esguichos simultaneamente por 30s, procurando atingir todo
o teto do ambiente.
114
CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE III
Após a estabilização do ambiente, deve o bombeiro acessar o local com seu esguicho
fechado, realizar a extinção dos focos residuais com emprego de jatos intermitentes
de curta duração, jatos estes que devem ser direcionados à base do fogo. Durante o
desenvolvimento dessa fase, deve ser atentado para que o volume de água empregado
no combate seja o mais reduzido possível e que a eficácia da técnica permita. Sempre
que for utilizado o esguicho, esse deve ser aberto e fechado de forma lenta e progressiva,
evitando desta forma possíveis golpes de aríete.
Ataque combinado
O esguicho deve ser regulado de forma que fique entre 30º a 60º de inclinação, sendo
operado e movimentado em forma de círculo, a fim de atingir o teto, a parede, o piso e
a parede oposta e novamente o teto.
Se a área estiver bem envolvida pelo incêndio e dispuser de boa ventilação, deve-se
aplicar jato sobre o teto “varrendo-o” de lado a lado. Tal manobra permitirá quebrar
o jato, arrefecendo as camadas superiores e fazendo cair água sobre os materiais
queimando no pavimento.
A letra “Z” é empregada em locais com àrea aproximada de 30m2, devendo começar
pelo teto, descendo pelas paredes, e terminando próximo ao piso.
Usa-se a letra “O”, de forma a fazer um círculo, atingindo o teto, a parede, o piso, a
parede oposta e novamente o teto. É empregado em áreas de 20m2.
A Letra “T” é empregada em locais que apresentam área menor (10m2), deve ser iniciado
pelo teto e indo até próximo do piso.
A utilização adequada das letras visa poder atingir todas as superfícies da edificação
e da mesma forma reduzir o volume de água aplicado. Cada letra dura no máximo 2
segundos: começa no alto, resfriando o teto, continua resfriando as paredes e finda
pouco antes de alcançar o chão.
116
CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE III
»» alcance do jato;
»» mobilidade;
A característica das linhas de ataque, que possibilita análise característica dos jatos
para a escolha do melhor jato, está explicitada na tabela abaixo:
Número de Bombeiros 1 1 ou 2 2 ou 4 1
Quando usar 1 2 3 4
117
UNIDADE III │ CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL
Proteção da exposição
Exposições são todos os locais, interiores ou exteriores de um edifício em risco de
poderem ser afeitados pelo incêndio ou pelas suas consequências (calor, fumaça e gases
de combustão etc.).
A proteção das possíveis exposições será a primeira medida a ser tomada após as
operações de resgate e salvamento das pessoas que estejam em perigo.
Num ambiente sinistrado, existem seis áreas com risco de exposição interior. Essas
áreas estão relacionadas por ordem cronológica de risco, levando em consideração o
sentido de propagação das chamas:
»» Acima.
»» Abaixo.
Proteção integral
A proteção, integrada na fase de ataque e proteção, tem como objetivo minimizar os
estragos materiais no edifício e no seu recheio.
118
CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE III
Em muitos casos, os danos diretos do incêndio são inferiores aos restantes danos
mencionados. Os bombeiros, a par das ações de ataque ao incêndio, têm a obrigação de
zelar para que esses estragos sejam reduzidos ao mínimo.
119
UNIDADE III │ CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL
Na fase III, destacam-se ações de natureza preventiva face a danos resultantes de:
Rescaldo
Essa fase consiste numa parte final integrante ao controle do incêndio, sendo de
suma importância, haja vista que não podemos considerar o incêndio plenamente
extinto se ainda persistirem as mínimas condições para que ele possa reiniciar.
O rescaldo visa garantir que toda a combustão foi eliminada, de forma a não existir
mais o risco evidente de reignição.
Em locais onde não seja possível remover os escombros para verificar focos de
incêndio, podemos realizar o resfriamento e alagarmos o local com água, devendo
ser corretamente avaliado o volume de água que será empregado nessa operação.
Deve-se evitar que esse volume seja inadequado gerador de danos como, danos nos
pisos inferiores e colapso e coque estrutural de pavimentos.
Deve-se aplicar água com aditivos “molhados” em espaços onde existe combustão
proveniente de focos ocultos por elementos de construção como, por exemplo, em
paredes, tetos e pavimentos construídos ou revestidos com materiais combustíveis
120
CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE III
(madeira, cortiça, plásticos etc.). Neste, como noutros casos, é importante a utilização
de material de sapador para pôr a descoberto focos de incêndio ocultos.
Vigilância
Ignição da fumaça
121
UNIDADE III │ CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL
A guarnição deve ter atenção redobrada haja vista que mesmo com pouca fumaça
visível no ambiente, é possível ocorrer sua ignição. A ignição da fumaça decorre
principalmente de:
122
CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE III
AVISO
Recepção/Confirmação/alarme
Partida
Reconhecimento
Estabelecimento
Controle/Ataque
Inspeção Rescaldo
Inspeção Final
Recolha de Material
TÉRMINO
Desmobilização/Retorno à Base
Fonte: o Autor (2018).
Aviso
Recepção
123
UNIDADE III │ CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL
Confirmação
Alarme
Partida
Ao ser dado sinal de alarme e/ou acionado na base, o pessoal do socorro se deslocará
para o local da ocorrência. Durante o trajeto para atendimento, em qualquer horário, se
forem usadas viaturas, essas manterão os sinalizadores (giroscópio) e os faróis ligados.
Reconhecimento
Estabelecimento
Nesta fase, são distribuídas as ações efetivas de trabalho aos bombeiros de todos os
equipamentos e máquinas que serão utilizados na extinção de incêndio ou na realização
de salvamentos. No estabelecimento, procurar-se-á, ainda, manter estrategicamente
124
CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE III
Controle/ataque
Nos incêndios, logo que os chefes de linha atinjam os locais a eles determinados,
inicia-se, imediatamente, o ataque. Quando o foco do incêndio não for além de um
compartimento e não houver perigo do fogo se propagar rapidamente, deve-se proceder
ao ataque com o sistema preventivo do prédio com a utilização da bomba portátil ou
com o mangotinho, a fim de evitar o desgaste do material maior.
Se, ao contrário, o incêndio for muito violento e for possível combatê-lo por todos os
lados simultaneamente, serão empregados todos os esforços e recursos para atacá-lo
nos pontos mais ameaçados e pelos quais o fogo possa propagar-se aos prédios vizinhos.
A proteção dos bens ainda não atingidos pelo fogo deverá ser sempre a preocupação
maior do comandante do socorro, utilizando, para essas ações, a guarnição de
salvamento e outros militares disponíveis no evento.
Inspeção e rescaldo
125
UNIDADE III │ CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL
Inspeção final
Recolhimento do material
Todos os materiais devem ser colocados junto aos seus locais de origem para
conferência, sendo feitas as anotações.
Regresso
As anotações são responsabilidade dos chefes de equipe, podendo esses, delegá-las aos
seus auxiliares.
O aumento da proteção gera esforços adicionais com os quais o bombeiro terá que lidar,
o aumento do peso a ser carregado, a perda do tato, a mobilidade e a destreza, são
fatores agravantes às condições de trabalho impostas aos bombeiros.
126
CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE III
em locais quentes e confinados. Por isso deve-se ter protocolos e programas de saúde
e segurança que preconizem a reabilitação, hidratação e pausas ativas durante as
operações, inclusive em treinamentos realizados.
Podemos considerar que os bombeiros devem saber tanto quanto atletas profissionais
sobre o descanso, hidratação e resistência.
Hidratação prévia para atividades planejadas »» No mínimo: 500 ml de líquidos 2 horas antes do treinamento.
Fonte: NFPA1583:2005.
127
UNIDADE III │ CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL
128
CAPÍTULO 2
Técnicas e estratégias de ventilação
tática
»» Ventilação natural.
»» Ventilação forçada.
Um dos pontos mais relevantes a ser observado pelo comandante das operações de
emergência, durante uma ocorrência de incêndio, é a influência que a movimentação da
fumaça no interior da edificação incendiada tem sobre a dinâmica do incêndio.
Para uma ventilação tática efetiva, é importante que a equipe de bombeiros tenha
conhecimento dos fatores que determinam como ocorrerá a movimentação da fumaça
dentro da edificação incendiada, que são:
129
UNIDADE III │ CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL
Empuxo
Ao serem aquecidos, os fluidos aumentam seu volume, mas mantém sua massa, isso
os torna menos densos. Devido ao empuxo, os fluidos mais densos (mais pesados)
ocupam a parte inferior do compartimento e os menos densos (mais leves) sobem.
Disso se originam as correntes de convecção.
Durante o incêndio, a fumaça que se desloca dentro da edificação, quando passa por
uma caixa de escada ou corredor (estreitamento em seu percurso), ganha velocidade.
Ocorre então uma queda da pressão dentro desses segmentos, isso gera um efeito de
sucção da fumaça para esses compartimentos.
Direção do vento
A direção será um fator preponderante e determinante para sabermos por qual
abertura ocorrerá a entrada de ar externo fresco no prédio, assim como por onde
predominantemente a fumaça irá sair, além do destino a ser tomado pela fumaça
quando sair da edificação.
130
CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE III
Contudo, alguns fatores devem ser observados antes de começar a ventilar a edificação,
pois, fornecer ao incêndio oxigênio sem que se conheçam plenamente os efeitos da
ventilação no local pode gerar danos maiores bem como propiciar acidentes pessoais,
podendo inclusive ser fator gerador de descontrole do incêndio.
Além disso, deve ser observada a segurança das vítimas que ainda estejam na edificação.
131
UNIDADE III │ CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL
Deve-se ter cuidado especial com dutos e fossos, que podem conduzir a fumaça para
outros compartimentos distantes do ambiente incendiado, e com tetos falsos, que
podem acumular fumaça e gerar situação de risco para os bombeiros;
A abertura para a saída de fumaça deve ser realizada o mais próximo possível do foco,
para evitar o deslocamento desnecessário de fumaça por compartimentos ainda não
afetados pelo incêndio, além de potencializar a extração da fumaça.
Tamanho das aberturas: deve ser observada a proporção entre as aberturas, para que
o suprimento de ar não seja grande em relação à quantidade de fumaça retirada do
compartimento incendiado.
A abertura para a saída de fumaça deve ser feita antes da que será usada para a entrada
de ar fresco e uma abertura grande é melhor do que várias aberturas pequenas.
132
CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE III
Flashover: Não temos uma tradução adequada para o Português, mas podemos dizer
que se refere a uma queima rápida dos produtos oriundos da combustão no ambiente,
sendo que, nessa fase, o calor estará presente e poderá ficar absorvido no teto dos
prédios e nas partes mais altas das paredes, podendo ser irradiado no decorrer do tempo
para as partes mais baixas, gerando o aquecimento gradual dos gases combustíveis
presentes no local, e, quando estes alcançarem sua temperatura de ignição, o recinto
será instantaneamente tomado pelo fogo.
Esse evento ocorrerá próximo ao final da fase inicial e ao início da queima livre, em que
a temperatura presente pode estar entre de 500ºC e 800ºC. Por isso, o indicativo da
ocorrência de um flashover não é muito claro e depende basicamente da experiência dos
bombeiros que estiverem atuando na emergência. Da mesma forma como no backdraft,
sua ocorrência poderá ser controlada pelo uso adequado da ventilação vertical ou pelo
emprego de linhas de ataque adequadamente montadas e controladas, e ainda por meio
de suporte de ventilação horizontal.
Podemos definir então que flashover é quando todos os materiais que se encontram no
local, pela ação da fumaça que está quente e é inflamável, ignitam após pirolizar.
Quente:
Opaca:
133
UNIDADE III │ CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL
Móvel:
Inflamável:
Tóxica:
Os gases tóxicos específicos que podem ser liberados em um incêndio variam muito,
de acordo com alguns fatores principais, como a natureza do combustível, a taxa de
calor, a taxa ou velocidade de aquecimento, a temperatura dos gases desprendidos e
as concentrações de oxigênio. Por isso, os profissionais de resposta a emergência que
venham a trabalhar em locais onde pode existir a deficiência de oxigênio e/ou presença
de substâncias tóxicas, presença de gases, materiais particulados em suspensão no ar
134
CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE III
Devem ser observados aspectos para a correta indicação, tais como presença e
percentual de oxigênio no ambiente, existência de contaminantes, classe toxicológica
e, se possível, verificar sua concentração, questões de confinamento de ambiente
(incêndio urbano e em espaços confinados), arranjo físico, dificuldade de locomoção e
mobilidade e tempo de faina.
Outro agente que representa risco significativo nos incêndios é o gás cianídrico, (cianeto
ou cianureto de hidrogênio) o qual é produzido quando em presença de materiais que
contenham nitrogênio em sua estrutura molecular e que sofrem decomposição pelo
calor, sendo os mais comuns de produzirem gás cianídrico na sua queima a seda,
náilon, poliuretano, acrilonitrila, butadieno e estireno. Esse agente (gás cianídrico),
bem como outros compostos cianógenos, têm a capacidade de bloquear a atividade
de todas as formas de seres vivos, exercendo uma ação inibidora de oxigenação nas
células vivas do corpo.
135
UNIDADE III │ CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL
Não podemos esquecer que, sempre que indicarmos um respirador com o suprimento
de ar, deve ser considerada a distância que o trabalhador precisará percorrer até
alcançar uma área não contaminada, devendo também ser considerados os obstáculos e
os equipamentos que se encontram na área, tendo em vista que a autonomia do sistema
varia de acordo com o volume do cilindro, pressão de recarga, nível de treinamento e
condições físicas do respondedor, além do nível do esforço físico desenvolvido pelo
combatente em relação à carga de trabalho executada.
136
CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE III
Vale ressaltar que uma classificação não exclui as outras. Por exemplo, um único
procedimento de ventilação pode ser classificado como: horizontal (quanto ao plano
das aberturas), cruzada (com a saída de fumaça distinta da qual se tem a entrada de
ar fresco), forçada (quanto aos meios usados) e ofensiva (quanto ao efeito que busca
produzir sobre o foco).
Essa modalidade de ventilação é recomendada para locais onde não seja seguro fazer
aberturas no teto; quando o foco de incêndio não tiver se desenvolvido muito ou quando
a fumaça produzida não tenha se deslocado para pavimentos superiores.
»» Pode ser facilmente empregada, haja vista que, geralmente, podem ser
utilizadas as aberturas existentes na edificação, como portas e janelas.
»» Menor tempo para ser executada, pois, ainda que seja necessária uma
abertura forçada, esta é mais fácil de ser feita.
Ventilação tática vertical: a abertura para extração da fumaça é realizada num plano
superior à de entrada de ar fresco (no teto; na parede, rente ao teto ou em pavimento
superior).
137
UNIDADE III │ CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL
É indicada para incêndios em que o fogo tenha se propagado para o teto; para edificações
verticais onde existam poços e dutos; para edificações que possuem o teto alto; para
locais com risco de comportamento extremo do fogo.
Não é adequado fazer uso de jatos de água pelas aberturas usada para a extração de
fumaça. Os jatos de água só podem ser aplicados paralelos à abertura, seja para acelerar
o fluxo da fumaça ou para extinguir partículas incandescentes ou impedir a ignição da
fumaça.
»» Como a abertura é feita onde a fumaça está mais concentrada, sua eficiência
é maior em relação à ventilação horizontal, produzindo rapidamente o
efeito desejado;
Por isso, conclui-se que uma ventilação tecnicamente adequada, vertical e horizontal,
permitirá que a fumaça e os gases combustíveis sejam extraídos do ambiente,
prevenindo-se a ocorrência do backdraft.
139
CAPÍTULO 3
Equipamento de proteção individual de
bombeiro
Essas melhorias foram e continuam sendo de tal magnitude que tornaram possível a
eliminação de um número muito importante de riscos associados ao âmbito profissional,
sobretudo nas operações de combate a incêndio. Prova disso é que, à medida que
nossa sociedade evolui em muitos e diferentes aspectos, vai adquirindo maiores cotas
de segurança e saúde nos locais e postos de trabalho, chegando os trabalhadores a
considerar como um direito fundamental tanto a manutenção da saúde nos termos
assinalados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) quanto adequadas condições
de trabalho.
Porém, basta analisar, ano após ano, as estatísticas sobre acidente de trabalho para
observar que a realidade cotidiana nos mostra que, em muitas ocasiões, não se
atingiram as cotas perseguidas nesse campo.
140
CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE III
141
UNIDADE III │ CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL
Ainda que cada uma dessas técnicas preventivas tenha objetivos perfeitamente
definidos e um campo de atuação totalmente delimitado, na prática se estabelece o
grande problema de não se poder considerar fronteiras precisas entre cada uma delas,
tendo-se que ampliar os citados limites para poder enfrentar a problemática existente
em cada situação.
A NR-6, no seu item 6.3, diz que a empresa é obrigada a fornecer aos empregados,
gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e
funcionamento, nas seguintes circunstâncias:
142
CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE III
Responsabilidades do empregador
Responsabilidades do trabalhador
143
UNIDADE III │ CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL
Por isso, para minimizar os riscos a que está submetido, diminuindo a sua
vulnerabilidade, o bombeiro SEMPRE deverá utilizar os equipamentos de proteção
individual adequados aos riscos inerentes às operações de resposta.
Como vimos, a NR-6, no seu item 6.2, nos traz a informação de que o equipamento
de proteção individual, de fabricação nacional ou importado, só poderá ser posto à
venda ou utilizado com a indicação do Certificado de Aprovação(CA), expedido pelo
órgão nacional competente em matéria de segurança e saúde no trabalho do Ministério
do Trabalho e Emprego. Mesmo alguns EPIs utilizados por bombeiros públicos ou
privados já possuírem o referido Certificado de Aprovação. Ainda existem muitos
que não possuem, até porque a NR-6 não é muito específica a respeito desse tipo de
proteção, bem como pensamento de alguns que essa Norma Regulamentadora não se
aplica aos profissionais regidos por legislação específica e não pela CLT (Consolidação
das Leis Trabalhistas). Mas podemos dizer que, em geral, os equipamentos de proteção
utilizados nas operações de combate a incêndio seguem as especificações das normas
técnicas americanas da National Fire Protection Association (NFPA) ou Normas
Européias (EN).
»» Capacete de proteção.
»» Balaclava.
144
CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE III
Conjuntos de aproximação
Portanto, o traje, para possuir certificação pela norma NFPA 1971, deve oferecer
proteção térmica com valores de TPP > 35 (conjunto de materiais tecido exterior +
barreira de umidade + barreira térmica), resistência a chama, sendo que tanto os
tecidos como os acessórios utilizados na confecção e montagem dos trajes não devem
se inflamar ou fundir e não devem encolher mais de 10% e cada camada deve ser
testada por separado antes e depois do procedimento de lavagem. Ainda tem que ter
resistência à rotura do material externo e resistência à penetração de água com
barreira de umidade com resistência > 172 KPa, além de possuir elevada resistência à
tração do material externo e material do revestimento da gola.
145
UNIDADE III │ CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL
Xf 2 Xr2 Y2 Z2
Fonte: EN 469:2005.
146
CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE III
Como já tratamos anteriormente, não podemos esquecer que, num incêndio, estamos
expostos a diversos riscos, ameaças e situações que podem provocar lesões ou
danos nas pessoas, propriedades ou sistemas, como chamas, calor, vapor, quedas de
partes da estrutura, telhas, líquidos aquecidos, objetos pontiagudos, gases tóxicos
provenientes da combustão, entre outros dependendo da característica da edificação
e da sua ocupação. Como forma de minimizar esses riscos de forma a enfrentar esses
perigos e ameaças, o respondedor necessita diminuir a sua vulnerabilidade, ou seja,
determinar o quanto pessoas e propriedades podem ser afetadas, a fim de tornar o
risco aceitável, tornando a operação segura. Por isso, podemos concluir que o conjunto
de aproximação para combate a incêndio estrutural, também chamado de roupa
de combate a incêndio, veio para não só garantir a segurança do respondedor, mas
também influenciar diretamente na técnica operacional a ser empregada garantindo a
qualidade e eficácia no controle da emergência.
Certificação do traje
147
UNIDADE III │ CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL
função principal é proteção contra os efeitos das chamas e do calor no organismo que
podem ocasionar queimaduras. Ele também oferece proteção contra riscos de cortes,
arranhões, lacerações e demais ferimentos, só que o traje térmico tem sua proteção
assegurada pela adequada combinação das camadas de tecido e de ar. Desta forma,
deve-se, sempre que possível, gerar compressão do tecido do traje, sendo desejável
que ele seja capaz de evitar que transpiração em excesso (suor) produzida evapore em
demasia.
Por isso é uma prática inadequada molhar os respondedores antes do combate ou até
mesmo durante a realização de exercícios práticos.
148
CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE III
Os trajes mais novos já trazem acessórios como o DRD (Drag Rescue Device) os
quais ainda são pouco conhecidos e utilizados. Este sistema fornece estrutura
mecânica para arraste de emergência se por ventura um respondedor não puder se
deslocar pelos seus próprios meios de local que oferece risco de vida. Esses acessórios
começaram a ser inseridos nos trajes de combate após o atentado às torres gêmeas
em 11 de setembro onde pessoas menos avantajadas fisicamente, puderam resgatar
seu parceiro de um local com risco estrutural com emprego do DRD.
Tipos de roupas
Mas, da mesma forma que os trajes de proteção oferecem certa proteção aos bombeiros
relativos a alguns riscos de acidentes e lesões inerentes aos ambientes laborais, por
outro lado, esse aumento de proteção gera esforços adicionais, tais como o aumento
do peso a ser transportado, perda de tato, e de mobilidade. Além disso, há redução
da destreza e motricidade fina e, em especial, aumento do estresse fisiológico pelo
149
UNIDADE III │ CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL
calor, uma vez que os trajes de proteção praticamente isolam o bombeiro do ambiente
externo, dificultando os mecanismos de perda de calor corporal que ocorrem
principalmente por condução e evaporação do suor. Foster e Roberts (1994, apud
BRAGA, 2010), propuseram um modo de classificar as condições de estresse térmico a
que os bombeiros estão submetidos. São elas:
150
CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE III
Acredito que existem trajes de alta qualidade em nosso país, com grandes inovações
tecnológicas, mas de outro lado temos visto equipes de resposta a emergências com
EPIs sem certificação e de baixa qualidade, isso tudo se resolveria se houvesse uma
norma de âmbito federal que versasse sobre fabricação, especificações mínima e
sobretudo obrigatoriedade de uso desse importante EPI para aqueles que respondem a
emergências expondo-se diariamente a riscos graves e iminentes.
Mas está em franca ascensão a utilização de outros tipos de botas atualmente, como
as fabricadas em couro, as quais, além de apresentarem o mesmo nível de proteção,
ainda fornecem mais conforto e maleabilidade, sobretudo quando se requer grande
tempo de utilização. Como exemplo podemos citar as confeccionadas em couro bovino
hidrofugado com espessuras variadas, sendo resistentes a chamas (produto antichama),
151
UNIDADE III │ CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL
resistente também à infiltração de água conforme norma ISO 20.344 bem como a alta
temperaturas, possuindo solado vulcanizado composto de borracha supernitrílica.
O capacete de combate a incêndio estrutural tem por objetivo a proteção à pele quanto
a queimaduras de face e pescoço provocados pelo calor radiante do incêndio, além dos
traumatismos de cabeça gerados por objetos perfurantes ou cortantes. Podem ser de
modelos norte-americanos ou europeus. O capacete deve oferecer a possibilidade para
acoplagem de itens acessórios (opcionais).
152
CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE III
Normas regulamentadoras:
»» EN14458:2004;
»» EN 443:2008;
»» NFPA 1971-2000.
Com base no princípio da proteção por fluxo de calor por convecção e irradiação, as
luvas de combate a incêndio urbano são dotadas de camadas sobrepostas.
Algumas luvas são revestidas por fora com camada de couro submetida a tratamento
visando suportar temperaturas elevadas e ainda apresentam camada interna,
normalmente em meta ou paramida.
Normas regulamentadoras:
»» NFPA 1971:2000.
153
UNIDADE III │ CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL
Balaclava de proteção
154
CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE III
Normas regulamentadoras:
Autonomia do EPRA
Lembramos que 1Bar equivale a 14,7 Psi mas, para fins de cálculos, adotamos que 1Bar
é igual a 15 Psi.
Tempo = Pressão (P) X Volume (V) do cilindro dividido pela taxa média de consumo
(C) em minutos. T= PxV/C
155
UNIDADE III │ CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL
Dessa forma, se usarmos um EPR que dá uma leitura em Psi, temos que transformar
para Bar se quisermos aplicar corretamente a fórmula.
Mas devemos atentar que há outros fatores, além do grau de trabalho, que podem
influenciar no consumo do bombeiro e consequentemente na autonomia do EPRA.
»» A condição do EPRA.
»» Pressão atmosférica.
Partes do EPRA
156
CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE III
Fonte: <http://br.msasafety.com/search?text=mascara+autonoma&_requestConfirmationToken=ca47c3ab81f3312402b6113
c0bac72b88228eddd >. Acesso em: 22/1/2018.
O suporte dorsal visa manter o cilindro de ar fixado nas costas do bombeiro de forma
confortável e com segurança. Tirantes ajustáveis fornecem um ajuste seguro para
tamanhos variados. Os tirantes abdominais são projetados para ajudar a distribuir
corretamente o peso do cilindro para os quadris.
O peso dos cilindros de ar varia de acordo com cada fabricante e depende do material
usado para produzir o cilindro. Os fabricantes oferecem cilindros de vários tamanhos,
capacidades e recursos para corresponder às suas variadas aplicações nas respostas.
O diafragma é então mantido aberto, o que cria a pressão positiva. A expiração move o
diafragma de volta à posição fechada.
157
UNIDADE III │ CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL
A lente deve ser protegida contra arranhões durante o uso e armazenamento. Algumas
peças faciais têm um diafragma de voz para tornar a comunicação mais clara. A válvula
de exalação é simples, de sentido único, que libera uma respiração exalada sem admitir
qualquer atmosfera externa contaminada.
158
CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE III
5. Fechar a válvula.
159
UNIDADE III │ CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL
Visando garantir uma paramentação correta com os ajustes necessários, bem como
a redução do tempo de resposta às ocorrências de incêndio, se faz necessário que a
equipe desenvolva um procedimento de uniformização e paramentação para o pronto
emprego e que realize treinamentos periódicos.
160
CONDUTAS OPERACIONAIS DE BOMBEIRO CIVIL │ UNIDADE III
»» Vista a calça;
Calça »» Coloque o suspensório ajustando ao tamanho;
»» Ajuste o velcro da calça;
161
CONTROLE DE
INCÊNDIO E PÂNICO E UNIDADE IV
CONDUTAS DE GESTÃO
CAPÍTULO 1
Plano de emergência contra incêndio
Norma de referências
No Brasil, para a elaboração de Planos de Emergência contra Incêndio utilizamos como
referência a NBR 15219:2005 (Plano de Emergência contra Incêndio – Requisitos) da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), norma esta que foi elaborada no
Comitê Brasileiro de Segurança contra Incêndio (ABNT/CB- 24), pela Comissão de
Estudo de Brigada de Incêndio (CE-24:203.02).
Podemos dizer que o plano de emergência contra incêndio tem como objetivo principal
demonstrar como proceder em ocorrência de situações de emergência e evacuação,
como estabelecer procedimentos eficazes para atendimento a situações de emergência
que possam ocorrer dentro das instalações das empresas/instituições. Visa assegurar
a integridade física das pessoas e clientes bem como minimizar os impactos e
consequências ao meio ambiente e às instalações, garantindo inclusive a continuidade
162
CONTROLE DE INCÊNDIO E PÂNICO E CONDUTAS DE GESTÃO │ UNIDADE IV
O plano de emergência contra incêndio deve ser elaborado para toda e qualquer
planta, com exceção das edificações residenciais uni familiares.
O plano de emergência contra incêndio deve ser elaborado por escrito por profissional
habilitado, levando-se em conta os seguintes aspectos:
O plano de emergência contra incêndio deve ter ligação com outros planos de emergência,
como o Plano de Emergência Individual (PEI), Plano de Atendimento de Emergência
(PAE) e com outros planos mais simples que possam estar presentes, por exemplo:
163
UNIDADE IV │ CONTROLE DE INCÊNDIO E PÂNICO E CONDUTAS DE GESTÃO
»» Incêndio e explosões;
»» Enchentes e inundações;
Divulgação e treinamento
O plano de emergência contra incêndio deve ser divulgado por meio de uma preleção
e de um manual básico que deve ser distribuído aos ocupantes da planta (população
fixa), de forma a garantir que todos tenham conhecimento dos procedimentos a
serem executados em caso de emergência. Para a população flutuante pode ser dado
esse informe de forma mais simples ou objetiva, sendo que os visitantes devem ser
informados formalmente sobre o plano de emergência contra incêndio da planta por
meio de panfletos, vídeos e/ou palestras.
O plano de emergência contra incêndio deve fazer parte dos treinamentos de formação,
treinamentos periódicos e reuniões ordinárias dos membros da brigada de incêndio,
dos bombeiros profissionais civis, do grupo de apoio etc.
Uma cópia do plano de emergência deve estar disponível para consulta em situações
de emergência para os profissionais qualificados em local de permanência humana
constante (por exemplo: portaria, sala de segurança etc.).
164
CONTROLE DE INCÊNDIO E PÂNICO E CONDUTAS DE GESTÃO │ UNIDADE IV
Exercícios simulados
»» Se contou com ajuda externa (Plano de Auxílio Mútuo, Defesa Civil etc.).
165
UNIDADE IV │ CONTROLE DE INCÊNDIO E PÂNICO E CONDUTAS DE GESTÃO
As empresas, com base nos cenários acidentais e nos estudos de análise de riscos de
acordo com seus planos de resposta a emergências, podem programarem, planejarem e
realizarem simulados de várias classificações como:
166
CONTROLE DE INCÊNDIO E PÂNICO E CONDUTAS DE GESTÃO │ UNIDADE IV
Não devemos esquecer que um simulado deve imitar uma situação real, ou seja, deve
se aproximar o máximo possível de uma situação real listada na análise de risco da
unidade.
Outro fator a levar em consideração é que a prática dos simulados deve se aproximar
o máximo possível do real, mas nunca podemos nos esquecer da segurança das
operações, pois já vimos acidentes de trabalho e também ambientais por excessos e
falta de cuidados quando da realização de simulados operacionais de campo.
167
UNIDADE IV │ CONTROLE DE INCÊNDIO E PÂNICO E CONDUTAS DE GESTÃO
Alguns simulados devem ser feitos sem comunicação prévia, objetivando verificar
o nível de preparação das equipes de resposta bem como o pronto emprego dos
recursos materiais e se o plano de emergência é do conhecimento de todos e é
seguido em caso de emergência.
Devemos atentar para que se for realizado simulado sem prévia comunicação, alguém
deve ter ciência dele, sendo recomendado que, além do corpo gerencial, o pessoal da
segurança patrimonial tenha conhecimento do evento, além dos responsáveis pelo
acionamento externo do fluxo de comunicação em caso de emergência, evitando
desta forma que seja involuntariamente comunicados os órgãos externos como se
evento real fosse.
168
CONTROLE DE INCÊNDIO E PÂNICO E CONDUTAS DE GESTÃO │ UNIDADE IV
Outro item a lembrar é que sempre que tiver um plano de acionamento em caso de
simulado, nunca se deve esquecer da comunicação inicial que “isso é um simulado”,
pois já presenciamos simulados onde se esquecer de mencionado essas quatro palavras
e, quando vimos, estávamos com um aparato de guerra pronto para uma rápida
intervenção real. Assim, em caso de emergência real em outra localidadem pode não ser
dado um atendimento eficaz pelo alto tempo de resposta e deslocamento de recursos
desnecessários para um simulado.
Por isso, quando do não seguimento pela inexistência de EARs, o cenário acidental
poderá ser criado por grupo de profissionais responsáveis pela segurança e
emergência (bombeiros civis) que possuam expertise no tema e sempre com aval da
alta administração da empresa/unidade.
É comum vermos também que alguns exercícios simulados, quer sejam de combate,
quer de resgate, abandono e/ou evacuação de área, não seguem as recomendações
dos planos de emergência, sendo que a formação, treinamento e atualização dos
grupos de resposta a emergências, muitas vezes, não são elaborados considerando as
hipóteses acidentais e procedimentos de resposta contidos nos planos de resposta a
emergência.
169
UNIDADE IV │ CONTROLE DE INCÊNDIO E PÂNICO E CONDUTAS DE GESTÃO
Temos simulados locais ou de nível básico, em que são realizados exercícios internos
ou intramuros onde são testados o nível de preparação e capacitação dos recursos
humanos responsáveis pelo atendimento a emergências bem como o pronto emprego
dos recursos materiais (equipamentos) à disposição.
4.2.3.1 Alerta
170
CONTROLE DE INCÊNDIO E PÂNICO E CONDUTAS DE GESTÃO │ UNIDADE IV
Após o alerta, deve ser analisada a situação, desde o início até o final
da emergência, e desencadeados os procedimentos necessários, que
podem ser priorizados ou realizados simultaneamente, de acordo com
os recursos materiais e humanos, disponíveis no local.
4.2.3.4 Primeiros-socorros
Eliminar os riscos por meio do corte das fontes de energia (por exemplo:
elétrica etc.) e do fechamento das válvulas das tubulações (por exemplo:
GLP, oxi-acetileno, gases, produtos perigosos etc.), quando possível e
necessário, da área sinistrada atingida ou geral.
171
UNIDADE IV │ CONTROLE DE INCÊNDIO E PÂNICO E CONDUTAS DE GESTÃO
4.2.3.10 Investigação
172
CONTROLE DE INCÊNDIO E PÂNICO E CONDUTAS DE GESTÃO │ UNIDADE IV
Reunião extraordinária
Devem ser realizadas reuniões extraordinárias para análise da situação sempre que:
»» ocorrer um sinistro;
O plano de emergência contra incêndio deve ser revisado por profissional habilitado
sempre que ocorrer uma alteração significativa nos processos industriais, processos
de serviços, de área ou leiaute; for constatada a possibilidade de melhoria do plano ou
ainda quando completar 12 meses de sua última revisão.
173
CAPÍTULO 2
Plano de combate a incêndios em
grandes eventos
Segundo o general americano Douglas MacArthur (apud Allen ET al., 2003), “sem um
plano, não passamos de turistas”.
MacArthur faz alusão ao grande valor do planejamento em fazer com que uma
organização tenha objetivos específicos, e que possa criar caminhos através dos quais
esses possam ser alcançados. Para definir esses caminhos, é fundamental compreender
todos os fatores, sejam eles internos ou externos, que irão condicionar quaisquer
decisões a serem tomadas.
174
CONTROLE DE INCÊNDIO E PÂNICO E CONDUTAS DE GESTÃO │ UNIDADE IV
Princípios de segurança
Quando olhamos para o risco, devemos pensar em algumas variáveis, tais como:
A norma NBR ISO 31000:2009, afirma que, na definição dos critérios de risco, interessa
incluir os seguintes fatores:
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Dessa forma, torna-se necessário que se identifiquem todos os riscos que podem
ocorrer num evento, classificando-os e categorizando-os segundo a probabilidade de
acontecerem e o nível de impacto que poderão ter. Com esses dados em mãos, é possível
iniciar o planejamento de segurança que deverá ser criado para o evento.
»» Natureza do evento.
Nas vistorias a serem realizadas no local do evento (tanto pelos promotores do evento
como pelos responsáveis pela segurança), as vulnerabilidades devem ser descritas,
bem como as medidas para saná-las. Entretanto, nem toda vulnerabilidade pode ser
sanada de “bate pronto”, o que pode levar à conclusão que um determinado evento
pode ou não ser idealizado naquele local.
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Outros pontos importantes que devem ser levados em conta ao escolher um local para
o evento são:
Plano de contingências
O plano tem por objetivo definir as formas de atuação que serão empregadas com
vistas a evitar que os riscos identificados e classificados, se ocorrerem, venham a gerar
perdas de vida humanas bem como danos ao patrimônio.
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CAPÍTULO 3
Controle de pânico e evacuação de
prédios e áreas
O plano deverá contemplar: rotas de fuga, sinalização, localização dos extintores, equipe
de bombeiros e brigadistas, portas de emergência etc.
O plano de abandono deve ser do conhecimento de toda equipe que trabalha no evento
ou permaneça na edificação e deve ser ensaiado pelas equipes de segurança, bombeiros
e brigadistas.
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Evacuação
Fonte: <https://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/
evacua%C3%A7%C3%A3o>.
Importante salientar que os membros da equipe de bombeiros não deveriam ser indicados
para qualquer função no grupo de abandono. Mas, por outro lado, devem conhecer e
dominar o plano de abandono de cada área ocupada bem como o planejamento para
evacuação geral da unidade.
Às vezes, face ao porte da edificação, o plano de evacuação deve ser elaborado de acordo
com as especificidades da planta, requerendo que áreas extensas sejam particionadas
em áreas e/ou setores menores, até para facilitar a realização dos simulados. Desta
forma, os planos podem ser parciais ou totais, só que têm que contemplar ações de
abandono levando em conta pessoas portadoras de necessidades especiais quer seja
permanente ou temporária, e outras que requeiram auxílio, como idosos, gestantes,
crianças etc.
Abandono de área: Caso seja necessário abandonar a edificação, deve ser acionado
novamente o alarme de incêndio para que se inicie o abandono geral. Os ocupantes do
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andar sinistrado, que já devem estar cientes da emergência, devem ser os primeiros a
descer, em fila e sem tumulto, após o primeiro toque, com um bombeiro ou brigadista
liderando a fila e outro, encerrando.
Após o segundo toque do alarme, os ocupantes dos andares devem iniciar a descida,
dando preferência às demais filas, quando cruzarem com elas (como numa rotatória de
trânsito), até a saída (andar térreo), onde devem se deslocar até o ponto de encontro.
Ordem de abandono
É importante falar que todo incêndio começa pequeno e, se não for controlado no
início, pode atingir proporções que o próprio Corpo de Bombeiros terá dificuldade em
combater. Portanto, faz-se necessário observar se a edificação possui todos os recursos
destinados a prevenção e combate a incêndio e pânico, de acordo com a legislação
vigente.
A seguir, veremos uma série de orientações que, se seguidas, darão condições aos
ocupantes da edificação, para que possam sair em segurança.
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b. manter a calma;
d. permanecer em silêncio;
b. descer até o nível da rua e não subir, salvo por orientação do bombeiro
ou da brigada;
Em situações extremas:
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f. nunca saltar;
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Ainda pelo que determina a Lei, o empresário tem rejeitado este profissional
pelo motivo da jornada de trabalho 12x36. Esta posição tem sido justificada pelo
cansaço do profissional, que, na última hora da sua jornada não estaria apto
fisicamente para sanar um sinistro de alto porte e pelos encargos trabalhistas
que seriam altos.
Podemos ver que este material de estudo teve como objetivo falar sobre a história
dos bombeiros, trazer os conceitos, termos técnicos e diferentes classificações de
bombeiros, estudar de forma clara e objetiva as Normas e Legislações aplicáveis
à profissão, ver qual perfil para seleção de bombeiros, treinamentos e níveis
de capacitação, listar as atribuições legais e àreas de atuação dos bombeiros, a
forma de estruturação das unidades de bombeiros, tratar da utilização de sistema
de comunicação e acionamento, abordar as condutas operacionais de resposta
e controle as técnicas de combate e atendimento, técnicas e estratégias de
ventilação e utlização dos equipamentos de proteção individual e coletivo bem
como apresentar e expor as condicionantes dos planos de emergência contra
incêndio, de combate a incêndios em grandes eventos e controle de pânico.
Esperamos que este material seja apenas o início de uma jornada em busca de
melhores informações, condições e mais reconhecimento da profissão, no Brasil.
Infelizmente, não temos ainda a cultura de prevenção e combate a incêndios;
muitas empresas e entidades, acham que é um gasto desnecessário. Pelo
contrário, a missão do bombeiro civil é preservar a segurança e estar a postos
treinado e preparado para o atendimento imediato e prestar o atendimento
de urgência durante uma emergência. A presença deste profissional contribui
com o Corpo de Bombeiros e com a população, a maior beneficiada com essa
profissão, esperamos que todos unam esforços em prol do objetivo principal,
salvar vidas, preservar o meio ambiente e proteger o patrimônio.
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Referências
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REFERÊNCIAS
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