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TURISMO – INFORMAÇÃO E

ANIMAÇÃO TURÍSTICA

Módulo 12
Animação em destinos turísticos
Turismo – informação e animação turística

Índice

Apresentação..................................................................................................................... 2
Objetivos de Aprendizagem................................................................................................. 2
1. Destinos Turísticos ......................................................................................................... 3
1.1. Principais destinos turísticos em Portugal ................................................................... 3
1.2. Estruturação do destino turístico ..............................................................................19
1.3. Potencialidades do destino turístico ..........................................................................20
1.4. Estruturação da animação do destino turístico ...........................................................23
2. A Animação do Destino Turístico.....................................................................................25
2.1. Os diversos meios promocionais ...............................................................................25
2.2. O marketing direto ..................................................................................................27
2.3. A receção de clientes ...............................................................................................27
3. Tipologia da animação nos Destinos Turísticos .................................................................28
3.1. Os City-Breaks ........................................................................................................28
3.2. Animação Cultural ...................................................................................................30
3.3. Animação Desportiva ...............................................................................................32
3.4. Animação Noturna...................................................................................................33
3.5. A animação nas unidades hoteleiras..........................................................................34
4. Os grandes eventos e os seus impactos na atração de visitantes .......................................36
Bibliografia .......................................................................................................................41

Módulo 12 – Animação em destinos turísticos

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Turismo – informação e animação turística

Apresentação

Este módulo pretende proporcionar ao aluno o conhecimento necessário para que este seja
capaz de identificar, conhecer e distinguir os principais destinos turísticos nacionais e
internacionais quanto às suas potencialidades e capacidade de oferta de atividades de
animação.

Pretende-se igualmente que o aluno perceba a importância da tipologia da animação dos


destinos, compreenda as suas diferenças, proporcionando ao turista uma informação adequada
às motivações detetadas e propondo-lhe usufruir de experiências turísticas que o satisfaçam.

Atividades culturais, fruição de atividades de lazer, sejam elas em espaços fechados (casinos,
teatros, discotecas, espetáculos, etc.) ou em espaços ao ar livre (feiras medievais, concertos,
festas e romarias, desportos radicais, prática desportiva, passeios pedestres, atividades ligadas
ao turismo em espaço rural e ao agroturismo, entre muitas outras) provocam um aumento da
satisfação do turista no destino escolhido e despertam a vontade de regressar.

Objetivos de Aprendizagem

 Conhecer e identificar os principais destinos turísticos em Portugal


 Entender a importância da animação turística na sua relação com o destino
 Identificar os diferentes tipos de animação do destino turístico
 Identificar as potencialidades de um destino turístico, através das estratégias e
programas de animação de cada destino
 E- Business em destinos turísticos

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Turismo – informação e animação turística

1. Destinos Turísticos

1.1. Principais destinos turísticos em Portugal

REGIÃO NORTE

PORTO

A mais imponente cidade do Norte deu o seu nome ao vinho e a


Portugal e mereceu por parte da UNESCO a classificação de
património mundial.

VIANA DO CASTELO

Situada na Foz do Rio Lima, é famosa pelo artesanato e pela cor


dos trajes regionais

BRAGA

Eclesiástica, fundada pelos Celtas em 300 a.C., esta cidade


respira história.

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BARCELOS

Cidade de muralha e torre de menagem medievais, famosa pelos


seus trabalhos de olaria.

GUIMARÃES

Cidade-berço de Portugal, com castelo e muralhas medievais,


guarda um centro histórico magnificamente preservado.

PONTE DE LIMA

Lindíssima vila de ponte romana e de torres medievais, é


conhecida pela grande concentração de solares (Turismo de
Habitação).

BRAGANÇA

Imponente cidade com castelo e muralhas medievais.

VILA REAL

Cidade com grande diversidade de arquitetura religiosa,


possuindo a obra-prima do barroco em Portugal – o Palácio de
Mateus.

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CHAVES

Cidade de vestígios romanos, há milénios procurada pelas fontes


termais, cuja rota inclui também as afamadas águas de Vidago

LAMEGO

O ex-libris da cidade é o Santuário de Nossa Senhora dos


Remédios, com a sua imponente escadaria barroca (686
degraus).

ALTO DOURO

A Terra do Vinho do Porto atrai anualmente milhares de turistas


que sobem rio acima, maravilhados com a paisagem em socalcos
que é património da humanidade.

GERÊS

O único Parque Nacional em Portugal apresenta das mais belas


paisagens naturais, que conjugam na perfeição os elementos de
ocupação humana

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REGIÃO CENTRO

AVEIRO

Famosa pela sua ria, esta cidade é atravessada por canais que
levam até ao centro as proas coloridas dos barcos moliceiros

VISEU

Guarda fortificações do provável acampamento das legiões


imperiais de Roma, alguns panos de muralhas góticas e as
antigas Portas dos Cavaleiros.

S. PEDRO DO SUL

O parque termal, a paisagem bucólica e as aldeias serranas são


os principais atributos desta vila encantadora

BUÇACO

Ampla e majestosa floresta onde se esconde um antigo palácio


real, construído no séc. XIX em estilo neomanuelino, hoje um
hotel de charme.

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COIMBRA

Uma das mais antigas cidades universitárias da Europa, Coimbra


preserva as seculares tradições académicas nas capas negras dos
estudantes, no lírico fado, na Festa da Queima das Fitas.

CONÍMBRIGA

Conserva presenças da antiga cidade romana e um museu


monográfico

SERRA DA LOUSÃ

Santuário natural, repleto de sítios de valor histórico e


paisagístico e porta de entrada para a rota das aldeias de xisto.

FIGUEIRA DA FOZ

Estância de veraneio na foz do rio Mondego (extenso areal,


desportos náuticos e casino)

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SERRA DA ESTRELA

A serra mais alta de Portugal continental oferece condições para


a prática de desportos de neve, bem como a visita a povoações
esquecidas por entre caminhos tradicionais.

ALDEIAS HISTÓRICAS

Antiquíssimos núcleos urbanos com fundação anterior à nação


portuguesa, e de grande importância histórica. A maioria
encontra-se rodeada por muralhas e desenvolve-se junto de um
castelo.

LISBOA E VALE DO TEJO

LISBOA

Cidade monumental de típicas fachadas e estreitas ruas


medievais, onde à noite ressoa o fado cantado à luz de velas.
Cidade das festas populares, das compras, da agitação noturna,
dos desportos náuticos, do grande porto e das marinas

CASCAIS

Famosa estância de veraneio. Entre os muitos restaurantes,


bares e discotecas, importante conjunto patrimonial

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ESTORIL

Praia de renome mundial e importante centro turístico (casino,


golfe, autódromo)

MAFRA

Palácio-Convento, construído no séc. XVIII, é o maior edifício


religioso português

ÓBIDOS

As muralhas medievais rodeiam esta lindíssima vila com as suas


casas brancas enfeitadas com buganvílias e madressilvas

PENICHE

Centro piscatório de extensas praias, é o ponto de partida para o


santuário natural do arquipélago das Berlengas

NAZARÉ

Tradicional vila piscatória, onde o turismo balnear convive com a


preservação do casario e trajes coloridos das gentes do mar

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PALMELA

Dominada por imponente castelo, onde se situa o antigo


Convento de Santiago (atual Pousada);

QUELUZ

Palácio de Verão da Família Real, do séc. XVIII, encerra


importante coleção de mobiliário, pintura, azulejos e belíssimos
jardins com lagos e esculturas

SANTARÉM

Castelo de origem romana e miradouro das portas do sol

SESIMBRA

Pitoresca vila marítima com castelo medieval

SETÚBAL

Fronteira à península de Tróia (18 kms de praias e campo de


golfe), é a cidade do rio Sado (importante reserva natural)

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SINTRA

O Palácio Nacional, com belas salas pintadas e chaminés cónicas,


é o ex-libris da vila que lhe deu nome, foi classificada pela
UNESCO como paisagem cultural.

TOMAR

O Convento de Cristo, património mundial, com o seu formato


simbólico, os sete claustros e a famosa janela manuelina, é o
emblema sem rival desta cidade.

ALCOBAÇA

Imponente Abadia de Santa Maria, cisterciense e fundada em


1152 (património mundial

BATALHA

Obra-prima do gótico português e património mundial, o


Mosteiro de Santa Maria da Vitória (sécs. XIV-XVI) é, pela beleza
e simbolismo histórico, uma referência nacional.

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FÁTIMA

O maior santuário mariano em Portugal recebe anualmente


milhares de peregrinos de vários pontos do mundo

ALENTEJO

ÉVORA

Cidade-museu de origem romana, com centro histórico


classificado como património mundial

BEJA

Antiga cidade romana, foi depois centro cultural muçulmano

CASTELO DE VIDE

Estação termal, com castelo medievo e judiaria (sinagoga do séc.


XV)

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MARVÃO

Impressiona pelo seu imponente castelo defensivo (sécs. XIII /


XIV), donde se abarca uma panorâmica deslumbrante

ELVAS

Cidade-fortaleza, conserva o castelo romano-árabe e casas


solarengas com sacadas em ferro forjado

MÉRTOLA

É uma vila dominada por um castelo de fundação islâmica, com


torre de menagem do séc. XIII

MONSARAZ

Lindíssima vila medieval com castelo, muralhas e fortificações

ESTREMOZ

Importante centro de produção artesanal, possui inúmeros


pontos de interesse ao nível arquitetónico e religioso

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VILA VIÇOSA

Importante centro de extração de mármore, é famosa pelo


palácio dos duques de Bragança, imponente edifício pertencente
à família real que domina o casario da vila

ALQUEVA

O maior lago artificial da Europa apresenta-se como um pólo


turístico com grandes potencialidades de desenvolvimento

LITORAL ALENTEJANO

O parque natural da costa vicentina apresenta algumas das mais


belas e selvagens praias da costa atlântica

ALGARVE

FARO

Capital de distrito, cidade de muralha medieval com importante


conjunto de monumentos

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OLHÃO

As casas quadradas e baixas, rematadas por açoteias de


inspiração mourisca, são o ex-libris desta cidade piscatória

LAGOS

Muralhas do séc. XV e simpática marina

MONCHIQUE

A beleza do casario que povoa a encosta e as águas termais são


os pontos de interesse desta pequena vila serrana

SAGRES

Foi aqui, há cinco séculos, que o infante D. Henrique fundou a


Escola de Navegadores, determinante para a saga dos
Descobrimentos Portugueses

SILVES

O grandioso castelo de origem muçulmana domina a paisagem

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TAVIRA

Bela cidade junto à ria Formosa, repleta de vestígios de


civilizações antigas

ALBUFEIRA

Antiga aldeia de pescadores, é anualmente invadida por milhares


de turistas que buscam as suas frondosas praias, de água
cristalina, ladeadas de falésias

AÇORES

ILHA DE S. MIGUEL

É a maior do Arquipélago. De uma beleza ímpar a Caldeira das


Sete Cidades (Lagoas Verde e Azul); Vale das Furnas (termas e
caldeiras)

ILHA TERCEIRA

Engloba o centro histórico de Angra do heroísmo, património


mundial

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ILHA DO FAIAL

Na Horta, porto de iates oceânicos, bela azulejaria e talha


dourada. Reserva natural de Caldeira, grutas e furnas de Costa
da Feteira

ILHA DO PICO

Deve o seu nome ao cone vulcânico de 2351m de altitude. Areia


Larga com belos solares de viticultores

MADEIRA

FUNCHAL

Capital da ilha, com casario e jardins que descem a encosta até


ao mar, lembrando um presépio natural

CÂMARA DE LOBOS

O porto de pesca de coloridos barcos é uma das paisagens que


Winston Churchill avistava do seu terraço quando aqui, nos anos
50, se dedicava à pintura

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CURRAL DAS FREIRAS

Situada na cratera de um vulcão há muito extinto, no mais


profundo vale da ilha

PORTO MONIZ

Vila costeira, famosa pelas piscinas naturais, formadas em recifes


vulcânicos

SANTANA

Localidade pitoresca com as típicas casas triangulares de


telhados de colmo

PORTO SANTO

Esta ilha, com uma praia de 9 Km de águas mornas, constitui um


paraíso propício à tranquilidade e ao relaxamento

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1.2. Estruturação do destino turístico

De acordo com a Organização Mundial do Turismo, (OMT), um destino turístico pode ser
definido como:

Um espaço físico no qual um visitante permanece pelos menos uma noite. Inclui produtos
turísticos, incluindo infraestruturas de suporte e atracões e recursos turísticos à distância de um
dia de viagem de ida e volta. Possui delimitação física e administrativa que circunscreva a sua
gestão e uma imagem e perceção definindo a sua competitividade no mercado. Os destinos
locais incorporam vários stakeholders, habitualmente uma comunidade de acolhimento, e
podem associar-se em redes para constituir destinos de maior dimensão.

O processo de criação de um destino pode assim ser enquadrado numa perspetiva estratégica
como resultado de uma série de decisões e de comportamentos que tenham a capacidade de
aumentar a força atrativa de uma região em relação a algumas regiões potencialmente
geradoras de fluxos turísticos.

O destino turístico abrange os componentes-chave das atrações e serviços de apoio. As


atrações, sejam elas características naturais, artificiais ou eventos fornecem a motivação inicial
para a visita, e as facilidades e serviços de apoio tais como alojamento, alimentação, compras e
transporte são também essenciais.

Pesquisas nas últimas três décadas têm mostrado o importante papel que a imagem do destino
turístico desempenha, no processo de seleção do destino e a grande contribuição que ela tem
dado na compreensão do comportamento do turista.

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DESTINO
TURÍSTICO

Atracções Serviços
turísticas turísticos

1.3. Potencialidades do destino turístico

As atrações definem os destinos turísticos, constituindo um dos seus principais componentes e


exercendo uma determinada atração aos potenciais visitantes. No geral, pode-se dizer que as
atrações, são o motivo pela qual as pessoas viajam. Não há dúvidas de que os atrativos são os
principais motivadores do turismo.

A lista dos atrativos é longa, e em muitos casos, é a combinação deles que leva o turista para
um destino. As oportunidades para passeios, compras, entretenimento, jogo, cultura e lazer
cumprem um papel importante na determinação da competitividade de um destino.

Esta interação entre os diferentes elementos que compõem a atração global de um destino,
quando planeada e organizada, faz com que o produto final, destino, seja mais forte, mais
atrativo e com potencialidade para motivar a vinda de mais turistas.

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Se tivermos que classificar as atrações, quanto à sua diversidade, podemos fazê-lo atendendo à
sua natureza. Assim, tentando dar uma visão geral da natureza das atrações e da sua
diversidade potencial, apresentamos a seguinte subdivisão (adaptado de Almeida, 2003):

ATRACÇÕES
TURÍSTICAS

CULTURAIS PAISAGEM EVENTOS LAZER ENTRETENIMENTO

ATRACÇÕES  Sítios históricos


 Sítos arqueológicos
CULTURAIS
 Arquitectura
 Gastronomia
 Monumentos
 Pólos industriais
 Museus
 Espectáculos, teatros, musicais

ATRACÇÕES  Paisagem terrestre


 Paisagem marítima
NATURAIS
 Parques
 Montanhas
 Flora
 Fauna
 Ilhas
 Cataratas

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ATRACÇÕES  Festivais
 Eventos religiosos
EVENTOS
 Eventos desportivos
 Feiras comerciais
 Eventos comemorativos
 Eventos políticos

ATRACÇÕES -  Passeios
 Pedestrianismo
LAZER
 Ciclismo
 Natação
 Golfe
 Ténis
 Desportos de neve
 Desportos radicais
 Desportos aquáticos
ATRACÇÕES -  Parques temáticos
 Parques de diversões
ENTRETENIMENTO
 Cinemas
 Casinos
 Comércio
 Centros desportivos
 Centros comerciais
 Centros de exposições

Todo o conjunto de atividades de animação, da mais variadíssima índole, funcionam nos


mercados turísticos, como uma atração, promovidas e evidenciadas, por forma a criar
expectativas nos potenciais clientes, influenciando assim a sua decisão final e a respetiva
viagem para o destino.

Os destinos turísticos com várias atrações convidam à vinda de determinados tipos de


visitantes, enquanto um destino turístico com uma atração mais especifica e direcionada, regem
a tipologia dos seus visitantes, segmentando a procura.

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1.4. Estruturação da animação do destino turístico

É muito importante conceber destinos turísticos com base na lógica do produto/região, ou seja,
identificar os produtos com potencial turístico e adequar o espaço à sua volta em função das
suas necessidades. Assim, as atrações terão que ser objeto de um planeamento estruturado,
com bases sustentáveis e apostadas no desenvolvimento das regiões onde estão inseridas.

Aumentar a qualidade e diversidade das atrações, para que no futuro esta aposta se possa
refletir na procura, compensando os investimentos efetuados. A construção das novas atrações
terá que ter em conta determinados fatores, importantes para o sucesso individual de cada
atração.

A planificação das atrações a promover num determinado destino, é um dos pontos


fundamentais do sucesso desse mesmo destino nos mercados turísticos. As áreas a alterar, as
infraestruturas a construir, as populações afetadas e envolvidas, são de facto itens a ter
especial atenção. O ordenamento do território e o ordenamento do espaço, vão contribuir para
a coesão económica e social e o desenvolvimento sustentável das regiões,

Cada comunidade, cada região ou um qualquer lugar do mundo, tem uma identidade, uma
cultura e uma capacidade própria de gerir atrações. Dotando os espaços dedicados a atrações,
de características e estímulos, muito próprios, com os quais se procura que os potenciais
turistas se identifiquem, fazendo com que a viagem se torne uma realidade, contribuindo para o
desenvolvimento, social e económico, das regiões envolvidas.

Os espaços dedicados às atrações terão que ser geridos por forma a garantir a manutenção do
equilíbrio, entre a preservação das condições naturais e o efeito decorrente do número de
visitantes suportado.

Para assegurar um futuro estratégico para o turismo, a contribuição e sucesso do planeamento


depende de uma clara intervenção de uma política de e pró-turismo.

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Para que uma região se possa desenvolver a nível turístico, será necessário incutir, mais e
diversificados, estímulos nos mercados, criando um maior desenvolvimento da oferta. Estamos
a falar, claramente, dos recursos de um destino e da capacidade de os transformar em
atrações, para determinados mercados.

O planeamento obriga naturalmente à gestão dos espaços, no caso particular do presente


trabalho, dos espaços de animação. Espaços estes, onde se promovem atividades de animação
ou eventos de outra natureza, mas incluídos nos programas de animação.

As etapas do processo, interdependentes, podem ser sintetizadas da seguinte forma:


1- Identificação das necessidades. Estudo da procura e dos mercados, análise das
tendências, comportamento do consumidor, estudo da imagem do destino.
2- Gestão dos serviços, equipamentos e recursos existentes. Planeamento de
espaços e equipamentos. Articulação com as políticas de desenvolvimento.
Estabelecimento de redes e parcerias.
3- Promoção e implementação das atividades. Marketing e escolha de canais
promocionais. Implementação, logística e operacionalização.
4- Análise ao feedback. Avaliação da satisfação dos clientes. Análise do impacto
económico na empresa e no destino turístico. Avaliação dos procedimentos. Ajustes e
reprogramação.

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2. A Animação do Destino Turístico

2.1. Os diversos meios promocionais

Se considerarmos que “uma abordagem de marketing começa com a preocupação de identificar


o consumidor ou o comprador e as necessidades que o motivam, em ordem a conceber,
organizar e utilizar os meios adequados a dar-lhe satisfação, com a máxima rentabilidade
possível” então estamos no domínio do Marketing.

Um plano de marketing tipo engloba vulgarmente as seguintes tarefas:


1- Perceção e entendimento da missão e dos valores da empresa
2- Análise do mercado (análise externa) e da empresa (análise interna) a fim de
determinar os seus trunfos, as suas oportunidades, as suas fraquezas e a suas ameaças
3- Formulação dos objetivos de marketing (definidos quantitativamente e qualitativamente,
e num dado espaço de tempo) e consequente definição das estratégias genéricas
possíveis
4- Seleção ou escolha estratégica de marketing. Por cada objetivo considerado, os gestores
devem decidir-se por uma de muitas opções estratégicas a adotar. É nesta altura que se
deve segmentar o mercado e avaliar a rendibilidade de cada um dos segmentos assim
como proceder a uma avaliação dos diferentes posicionamentos concorrências a fim de
propor o posicionamento mais adequado ao produto em causa
5- Definição dos planos de ação. Estes referem-se às diferentes decisões que se relacionam
com cada área estratégica de que é constituído o marketing-mix (produto, preço,
promoção e distribuição). Os planos de ação descrevem minuciosamente a forma como
as estratégias são implementadas. São a ultima fase do planeamento de marketing e
podem classificar-se como “catálogos de tarefas” a realizar, resumindo, “como”,
“quando”, e “por quem”.

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Sempre que se quer implementar uma estratégia de marketing de Animação, deparamos com a
problemática da aceitação, ou não, do produto, da sua difusão informativa e publicitária, da sua
distribuição ao nível dos pontos de venda, bem como o acompanhamento e análise pós
consumo.

Devemos então, recorrer a processos de marketing que se orientam para o estudo das
necessidades do consumidor, a fim de podermos definir um conjunto de atividades de
Animação, adequadas a essas necessidades e ao melhor preço aceite pelos clientes.

Tentar chegar com eficácia aos mercados alvo implementando uma promoção efetiva do
evento, através de uma comunicação publicitária e de relações públicas para informar e
persuadir mais a procura, além de dispor de canais de distribuição adequados, para chegar
rapidamente e melhor ao cliente.

Podemos sintetizar da seguinte forma os objetivos da promoção em animação turística:


 Motivar e atrair o público – Chamar a atenção do maior número de pessoas alojadas na
unidade hoteleira para as atividades a realizar no âmbito dos programas de animação,
apelando à participação ativa ou passiva, consoante os interesses dos turistas.
 Divulgar e promover a unidade hoteleira – Num contexto competitivo como é o
hoteleiro, a animação marca a diferença e funciona como valor acrescentado ao produto
alojamento. A divulgação das atividades de animação assume o duplo papel de
elemento diferenciador e potenciador.
 Posicionamento – Melhorar o posicionamento do estabelecimento na mente do
consumidor.
 Criar uma imagem de marca – A opinião que o consumidor tem de determinado
estabelecimento é fundamental na fase de decisão da compra. Uma imagem de marca
consolidada, não só garante maiores vendas, como também permite praticar preços
mais elevados.

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2.2. O marketing direto

O Marketing Direto é um conjunto de técnicas de comunicação individualizada e interativa que


por norma têm características comuns.

As principais formas de Marketing Direto são:


 Mailing (correio eletrónico);
 Telemarketing (marketing telefónico);
 Direct response (resposta/ encomenda imediata por telefone).

Em suma o Marketing Direto é o conjunto de técnicas de marketing que, recorrendo aos


diversos meios de comunicação, visa estabelecer uma relação continuada com um cliente, de
uma forma individualizada, através da obtenção de uma resposta mensurável.

No marketing da animação, a comunicação tem um papel muito importante, A promoção das


atividades de animação, obriga à implementação de um plano diário de marketing direto, onde,
principalmente, os animadores assumem um papel de vendedores.

2.3. A receção de clientes

As relações públicas são um elemento fundamental para o sucesso das atividades de animação.
Através da utilização destas, procura-se transmitir mensagens a um público-alvo e receber
feedback deste, ou seja, obter a sensibilização necessária, para que esse público venha a
consumir o produto que lhes havemos proposto.

As atividades de relações públicas estão relacionadas com a distribuição de mensagens bem


estudadas a grupos-alvo importantes. Estas atividades podem ir desde garantir que o seu
pessoal apresente ao público uma imagem cuidada a amiga, até promover uma série específica
de eventos ou pacotes de serviços/produtos.

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3. Tipologia da animação nos Destinos Turísticos

3.1. Os City-Breaks

As cidades constituem um tipo de destino turístico cada vez mais importante. Caracterizadas
por população elevada, por serem pontos de comércio, indústria, finança, serviços de saúde,
educação, governos, cultura, religião, transportes, entre outros aspetos, oferecem uma
variedade de experiências que captam um número significativo de visitantes.

A procura turística no espaço urbano é um segmento com grande e crescente peso relativo na
procura turística global de um país. Caracteriza-se por uma duração da estadia reduzida,
designando-se o mercado urbano como mercado de curta duração (“Short-break”) por
excelência.

Os eventos de grandes dimensões constituem os principais atrativos, na ótica da animação, que


as grandes cidades apresentam como parte da sua oferta turística.

O dicionário define evento como sendo “qualquer coisa que aconteça, diferentemente de
qualquer coisa que exista” ou “uma ocorrência, especialmente de grande importância”. Essas
definições especificam eventos como coisas importantes que acontecem.

Embora exista uma grande diversidade de tipos de eventos, em geral estes podem ser
classificados em várias categorias diferentes.

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Principais categorias de eventos:

CELEBRAÇÕES CULTURAIS COMERCIAIS/ INDUSTRIAIS

 Festivais  Feiras, mercados, vendas


 Espetáculos temáticos  Feiras para consumidores /
 Eventos religiosos comerciantes
 Desfiles  Exposições
 Celebrações relacionados com o património.  Eventos publicitários
 Reuniões / Conferências
 Eventos para angariação de fundos

EDUCACIONAIS ARTE/ ENTRETENIMENTO

 Seminários / workshops
 Clínicas  Concertos
 Congressos  Outras atuações
 Ações de formação  Exposições
 Eventos de divulgação  Cerimónias de entrega de prémios

POLÍTICOS/ DE ESTADO RECREATIVOS

 Inaugurações
 Tomadas de posse  Jogos e desporto (de lazer);
 Visitas VIP  Eventos recreativos.
 Comícios.
 Cimeiras

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3.2. Animação Cultural

A animação cultural constitui a principal motivação do turismo cultural, centrada na


dinamização dos recursos endógenos de cada região, ou no usufruto e descoberta dos seus
valores patrimoniais, sejam eles de cariz material ou imaterial.

As atrações culturais nas quais se baseia não englobam não só os produtos culturais do
passado, mas também da cultura contemporânea ou do modo de vida de um povo ou região.
Desta forma, o turismo cultural compreende todas as visitas motivadas no todo ou em parte por
interesse na oferta histórica, mas também no contexto cultural de uma comunidade.

O turista cultural é, portanto, aquele para quem a cultura detém um papel essencial na seleção
do destino e nas atividades que desenvolve durante a estada. Pode estar motivado por razões
de ordem cultural ou pode conciliar motivações culturais com outras na sua visita ao destino.

Monumentos
Os monumentos são grandes obras arquitetónicas representativas de uma determinada época
histórica e estilo artístico. Constituíram desde sempre um dos maiores atrativos turísticos, sendo
responsáveis pela formação e consolidação da imagem de muitos destinos.

Em Portugal, destacam-se a imponência dos grandes mosteiros e igrejas, testemunhos do peso


que a Igreja Católica deteve na história do país, bem como os castelos, auxiliares da
consolidação das fronteiras e da formação da identidade nacional. Também os solares e
palácios, moradas da nobreza e da alta burguesia, constituem grandes atrativos.

Museus
Os museus são instituições vocacionadas para a preservação e divulgação do património
cultural, vocacionados à conservação, estudo e exposição de coleções de objetos que podem
ter uma natureza diversa: artística, arqueológica, científica, histórica, etnográfica, etc.

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Para além da sua crescente função socioeducativa, os museus constituem-se, cada vez mais,
como importantes recursos para o turismo.

Sítios arqueológicos
Sítio arqueológico é um local, ou grupo de locais, onde ficaram preservados testemunhos e
evidências de atividades do passado histórico (pré-histórico ou não) e que são avaliados e
estudados segundo a disciplina da arqueologia.

Em Portugal, existe uma grande diversidade de sítios arqueológicos, testemunhos dos grupos
humanos e civilizações que colonizaram o nosso território ao longo dos tempos. Estes sítios têm
sido alvo de crescente proteção e valorização, com fins educativos e turísticos.

Gastronomia
A gastronomia tradicional portuguesa permite aumentar e diversificar o leque da oferta
turística, devendo ser aproveitada e trabalhada em termos promocionais dado que pode
influenciar o turista na escolha do destino.

Para a indústria do turismo, a gastronomia é uma forte componente da imagem e da


capacidade de atração de um destino e pode ser o principal fator de motivação para os turistas.

Rotas culturais
Pode-se definir Rota Turística como um conjunto organizado de circuitos de descoberta, com
uma identidade própria e única, fundada na ecologia da paisagem, acessível a todos os públicos
mas com produtos diferenciados segundo os seus segmentos, potenciador da organização e
desenvolvimento das cadeias de valor da indústria turística.

As rotas culturais, organizadas em torno de um tema condutor de natureza monumental,


gastronómica, enológica ou artesanal, são um produto de importância crescente para o turismo,
sobretudo em zonas rurais.

Módulo 12 – Animação em destinos turísticos

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Turismo – informação e animação turística

3.3. Animação Desportiva

O turismo e o desporto possuem enormes potencialidades e possibilidades de conjugar os seus


interesses. Tanto um como outro são práticas que correspondem às funções do lazer,
viabilizando a compensação da monotonia quotidiana através das atividades e das animações.

A animação desportiva, assenta assim, num conjunto de atividades paralelas e diversificadas,


que tanto podem estar direcionadas para quem participa como para quem assiste. É única, pois
consegue chegar a todas as idades incutindo um espírito participativo.

Devido aos constantes problemas de saúde, gera mais-valias para quem a utiliza, como fator de
animação focalizada, normalmente está associada a amplos espaços verdes e a serviços de
qualidade.

A animação para ser desportiva, integra necessariamente, os valores lúdicos contidos nos jogos
desportivos, assumindo um cariz duplamente socializante, dado que se pressupõe utilizar
socialmente atividades já em si próprias, produto da relação sociedade – atividade lúdica.

Não existem programas de animação desportiva estandardizados, mas sim jogos em cuja
dinamização existem imensas variáveis que têm de ser cruzadas: a equipa, os participantes, os
objetivos, os locais, etc., os materiais, etc.

De referir que os jogos ou programas podem ser realizados em vários locais ou instalações,
mesmo que estas não sejam desportivas.

A capacidade de adaptação e flexibilidade de atividades de animação depende não só de um


bom programa mas também da humildade e do engenho da equipa responsável para captar as
informações fornecidas pelas próprias atividades e participantes.

Módulo 12 – Animação em destinos turísticos

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Turismo – informação e animação turística

Na fase de execução, o animador tem que ter consciência das suas potencialidades, para que o
entusiasmo e a excitação em torno dos jogos não passem os limites da segurança e do
equilíbrio existente entre todos os fatores. Assim, é exigida uma constante atenção no
desenrolar das atividades e na perceção dos sintomas criados.

A comunicação entre o animador e o grupo tem de ser direta, objetiva e interativa. É necessário
focar os aspetos mais importantes e intervir de forma clara. A explicação ao grupo dos objetivos
pretendidos pode passar pela explicação oral ou por uma demonstração do movimento ou da
ação.

A boa comunicação pode evitar a confusão na perceção por parte dos participantes e permitir
que a atividade se realize sem grandes interrupções.

3.4. Animação Noturna

A Animação noturna é extremamente importante num determinado destino turístico. A


existência de espaços de lazer são importantes para a dinamização do destino à noite. Muitos
visitantes procuram destinos turísticos famosos pela sua animação noturna.

Os casinos, locais destinados ao jogo, são equipamentos de grande impacto nos destinos
turísticos. Do ponto de vista do turista, o casino fornece divertimento e emoção e, se o objetivo
é aventura e glamour, os jogos de sorte e azar podem ser uma boa opção.

Os casinos, normalmente, dispõem de salas de espetáculos, onde diariamente surgem novas


apresentações musicais e de variedades, que ajudam a descontrair.

Bares

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Turismo – informação e animação turística

Os bares são os locais de diversão noturna. Muito diversificados, onde cada um apresenta um
estilo musical e decorativo próprio, sendo estes dois parâmetros a definir o tipo de clientes que
os frequenta. Um bar tem um ambiente mais agitado que os cafés.

O bar é essencialmente um local que proporciona aos seus clientes um convívio temático e
diversificado. É muito comum encontrar bares em praças ou ruas no centro das cidades, cheios
de clientes jovens e barulhentos.

Teatros
Estes locais são espaços de diversão cultural com um forte poder atrativo para os residentes,
pois exibem normalmente peças culturais relacionados com histórias do próprio país. Os teatros
têm algum interesse por parte dos turistas, devido à componente cultual inerente, mas porque
as peças habitualmente não são traduzidas os turistas estrangeiros não têm acesso a elas.

Cinemas
Os cinemas são espaços de grande procura pelos residentes mas pouco procurados pelos
turistas, na medida em que não são encarados como típico da região já que os há em todo o
mundo.

3.5. A animação nas unidades hoteleiras

A Animação Hoteleira aparece nos nossos dias como uma necessidade imprescindível, se
tomarmos em consideração as Novas Motivações no Turismo.

As unidades hoteleiras tiveram que se adaptar às mudanças operadas na sociedade, indo ao


encontro duma clientela que procura um complemento diferente ao simples alojamento, que
ocupe os seus tempos livres, sem pressões e com liberdade para escolher o que pretende fazer.

A Hotelaria teve então que conseguir os meios, as instalações, o pessoal necessário para
corresponder a estas necessidades, implementando programas de animação, não só a nível

Módulo 12 – Animação em destinos turísticos

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Turismo – informação e animação turística

desportivo, mas também cultural, quando ao mesmo tempo reformulava os seus serviços e
incentivava o seu pessoal, para um apoio mais direto à clientela.

A Animação Hoteleira passa em primeiro lugar, pelo comportamento do pessoal dos diversos
departamentos operacionais, na eficácia dos serviços que prestam, das estruturas
complementares que apresentam, conjugando esforços para que haja uma comunicação
constante entre os clientes, serviços hoteleiros e as atividades postas à sua disposição.

A oferta de animação hoteleira deverá conter determinados ingredientes para que possa ser
aceite positivamente pelos clientes. O número de animadores e a forma de programar, tendo
em conta os seus tempos livres dos clientes, a originalidade, são fatores que irão potenciar o
interesse destes pela unidade onde estão alojados, fazendo com que fiquem mais tempo e
automaticamente despendam mais dinheiro nos departamentos onde essa animação se realiza.

Algumas das atividades que poderão ser adotadas, como de animação turísticas, estão também
previstas no mesmo diploma, das quais destacamos algumas:
 Parques temáticos;
 Campos de golfe;
 Passeios marítimos e fluviais;
 Centros equestres e hipódromos destinados à prática de equitação desportiva e de lazer;
 Instalações e equipamentos de apoio à prática do windsurf, surf, bodyboard,
wakeboard, ski aquático, vela, remo, canoagem, mergulho, pesca desportiva e outras
atividades náuticas;
 Instalações destinadas a salas de congressos, conferências, seminários;
 Instalações destinadas a passeios de natureza turística em bicicletas ou outros veículos
de todo o terreno;
 Instalações e equipamentos destinados a passeios em percursos pedestres e
interpretativos;
 Outros equipamentos e meios de animação turística, nomeadamente de índole cultural,
desportiva, temática e de lazer.

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4. Os grandes eventos e os seus impactos na atração de


visitantes

Impactos dos eventos na economia local e regional


Cada vez é mais crescente a importância que a realização de eventos tem na progressão
económica de determinadas regiões.

A organização de eventos tem um papel muito significativo na ampliação do PIB das regiões
onde estes são realizados, quer por via da entrada direta de recursos financeiros (nacionais e
comunitários) necessários à sua concretização, quer por via das receitas decorrentes da sua
realização, quer ainda por via do efeito multiplicador a jusante da própria atividade.

Existem, todavia, outros efeitos económicos que, não sendo de consequência financeira direta,
têm também uma enorme importância ao nível da ampliação do investimento, das receitas e do
consumo, por via da influência que os eventos têm no mercado de emprego direto,
consequência dos postos de trabalho criados, sejam eles de carácter permanente, durante a
realização do evento e após o evento, ou de carácter sazonal, no período de execução dos
eventos.

Os eventos são naturalmente um produto económico de grande matriz multiplicadora. Se


entendermos o efeito de multiplicação como a capacidade que um determinado produto tem de
ampliar as suas receitas. Associado ao produto está claramente inscrita a capacidade que a
promoção de eventos tem de gerar emprego, e em consequência, consumo.

A realização de eventos numa determinada área pode desencadear um processo de


diversificação económica e o desenvolvimento dos sectores associados e de apoio.

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A qualificação profissional associada à promoção de eventos é de fundamental importância


porquanto estamos claramente a atuar no quadro das novas profissões, para as quais não há
muitas pessoas preparadas. Desde gestores de evento a gestores de sala, passando por pivots
de informação, hospedeiras e relações públicas, estamos no âmbito de profissões que têm
sobretudo uma matriz profissionalizante e uma menor vocação académica.

Do ponto de vista económico, a realização de eventos obriga a um forte investimento na


adequação de infraestruturas para a operacionalização do mesmo, quer ao nível da construção
de equipamentos de raiz, quer ao nível da reformulação e equipamentos de infraestruturas já
existentes.

Considerando que estas infraestruturas e equipamentos assumem cada vez mais a condição de
multiusos, as suas despesas de manutenção e obras são pagas através do seu aluguer.

Um aspeto igualmente importante é a qualificação ou criação de acessibilidades para um acesso


mais rápido a essas unidades. Este fator é fundamental para potenciar a experiência do evento
e reduzir os efeitos negativos nas áreas circundantes.

A organização de eventos em determinada região possibilita necessariamente o incremento de


serviços complementares ao próprio evento. Torna-se, por isso, necessário:
• Ampliar e qualificar a rede de alojamentos na região;
• Ampliar a rede de serviços de restauração;
• Criar suportes de lazer e de animação que sustentem a presença para além do espaço
e do tempo de duração do evento;
• Criar uma rede de transportes e de aluguer de carros para garantir a mobilidade dos
visitantes;
• Criar condições para a emergência de iniciativas locais de emprego ao nível do
comércio e serviços.

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Impactos dos eventos na imagem do destino


O efeito promocional decorrente da realização de um evento permite que mais gente conheça o
território e as suas potencialidades, funcionando como elemento gerador de atratividade
turística.

A realização de eventos por via da adaptação infraestrutural de um território a este tipo de


produto vai necessariamente obrigar a um maior investimento no parque hoteleiro e de
restauração e a uma consequente ampliação da renda turística local.

Também os serviços e o comércio vêem em consequência dos eventos ampliada a sua atividade
e em muitas circunstâncias ampliada a iniciativa de investimento no sector.

A operacionalização de grandes eventos em Portugal terá certamente um efeito multiplicador


quer a montante quer a jusante da própria atividade, já que terá uma consequência direta no
processo da criação e do uso sistematizado de infraestruturas e equipamentos para a realização
de eventos.

Amplia a capacidade de ação profissional, quer ao nível da formação específica necessária que
habilita, credita e certifica técnicos para a área, quer ao nível da promoção e sustentação de
emprego, reduzindo os efeitos da sazonalidade crónica existente no sector turístico.

Do ponto de vista turístico, os benefícios serão evidentes pelo facto de um evento internacional
(desportivo, cultural, político etc.) possibilitar a divulgação e a consequente expectativa de
consumo futuro da oferta turística portuguesa, quer para aqueles que são agentes participantes
no referido evento, quer para aqueles que através do evento obtêm uma mais esclarecida
informação sobre o país.

As cidades e até as zonas balneares e de montanha de grande concentração sazonal


começaram então a virar as suas atenções para a construção de um tipo de produto muito

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Turismo – informação e animação turística

Especifico (short-break) que conseguisse atrair para um determinado território um tipo de


consumidor com motivações mistas (lúdicas e profissionais).

Enquadradas neste sistema de oferta turística de curta duração, encontramos eventos que
poderão prolongar-se num intervalo de tempo que pode ir de três dias (congresso) a um mês
(Jogos Olímpicos, Campeonatos do Mundo de Futebol, etc.) e que são declaradamente uma
mais-valia no incentivo ao investimento e no peso do rendimento per capita.

Tendo o turismo um peso considerável no PIB português (entre 8 a 10%), correspondem os


eventos organizados, sobretudo em contexto urbano, a uma percentagem variável, mas
tendencialmente crescente (de 0,75% a 2% do PIB turístico). Este fator decorre do facto de
existir uma capitalização direta decorrente do evento em si, mas também da capacidade de
consumo que está associada ao perfil padrão do consumidor de eventos.

Segundo dados do Lisboa Convention Bureau, para além dos custos inerentes ao evento em si,
este tipo de turismo gasta em valores médios o equivalente a 250 euros por dia em produtos
turísticos, aluguer de viaturas e recordações, excetuando o custo de deslocação, alojamento e
restauração.

Se não considerarmos os eventos de carácter desportivo que, tendo uma periodicidade fixa, se
realizam todavia em contextos geográficos diferentes, temos que os principais eventos
geradores de receita turística se enquadram em três grandes subprodutos. Estes são:
• O turismo de negócios e incentivos;
• O turismo de feiras e exposições;
• O turismo de conferências e congressos.

O turismo de negócios e incentivos


O turismo de negócios e incentivos é responsável anualmente por uma elevada cota de
entradas e estadas turísticas em contexto urbano e que resulta da enorme fluidez de viagem
que os negócios hoje em dia têm.

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O turismo de feiras e exposições


As feiras e as exposições têm um calendário fixo e conhecido internacionalmente, tendo por
matriz a diferenciação temática, e ocupam os espaços devidamente preparados para tal ao
longo de todo o ano.

O turismo de conferências e congressos


As conferências e congressos cobrem diferentes temáticas (científicas, promocionais, políticas e
sociais) que reúnem um elevado número de participantes durante um período muito limitado de
tempo.

Existe uma relação funcional entre a realização de um evento e o aparelho de promoção


comunicacional do mesmo. Tal fator é gerador de custos, já que inicialmente é necessário fazer
investimento promocional, ao nível da divulgação, marketing e publicidade.

Posteriormente pode retirar-se mais-valias em consequência de se fazer operacionalizar o


modelo de merchandising que lança no mercado um conjunto de produtos de marca registada
para venda ao público (T-shirts, bonés, canetas, porta-chaves, etc.).

Também nos casos de eventos de forte projeção mediática se obtêm mais-valias em


consequência da venda dos direitos de transmissão e publicidade associada (transmissão
televisiva e radiofónica).

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Turismo – informação e animação turística

Bibliografia

Almeida, Paulo, A Contribuição da Animação Turística para o Aumento das Taxas de Ocupação
de Uma Região, Dissertação de Mestrado em Gestão e Desenvolvimento em Turismo,
Universidade de Aveiro, 2003

Cunha, Licínio, Introdução ao turismo, Ed. Verbo, 3ª edição, 2006

Justino, Joffre, Manual de animação turística para formadores , EPAR, 2006

Lança, Rui, Animação desportiva e tempos livres: perspectivas de organização , Ed. Caminho,
2003

Watt, David, Gestão de eventos em lazer e turismo, Ed. Bookman, 2004

Webgrafia

Turismo de Portugal
www.turismodeportugal.pt

VisitPortugal
www.visitportugal.com

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