2ª NDA - TÍTULOS DE CRÉDITO E CONTRATOS MERCANTIS

1- Arrendamento mercantil
Apresentação
A necessidade de recursos para a expansão dos negócios costuma ser um problema para a
indústria e comércio, seja pela escassez de recursos ou pela possibilidade de uso destes na
manutenção do fluxo de caixa do negócio. A recepção do contrato de arrendamento mercantil no
Brasil foi ampla, pois em um país cujo financiamento bancário é caro, essa forma de contratação
se mostrou vantajosa.
O direito nacional ainda não regulou plenamente essa forma atípica de contratação, funcionando
como forma indireta da Lei n.° 6.099/74, que aborda o tratamento tributário do arrendamento
mercantil.
Nesta Unidade de Aprendizagem você aprenderá sobre o arrendamento mercantil e como se
tornou um importante instrumento de fomento comercial e industrial.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
 Definir o que é arrendamento mercantil, também chamado de leasing.
 Identificar as espécies de leasing.
 Analisar as vantagens e desvantagens do leasing.

Desafio
A contratação do arrendamento mercantil, em qualquer modalidade, presume uma análise
cuidadosa de suas vantagens e desvantagens antes de assinar o contrato. Sempre consulte um
advogado.
A empresa Bom Passeio Ltda. pretende ingressar no ramo de locação de veículos para
aplicativos. Diante da necessidade de muitos veículos, a empresa não conta com capital
suficiente para a compra de 20 automóveis. Aconselhada por seu contador, procura o banco
Fomento S/A e realiza um contrato de leasing financeiro de três anos. Um ano e meio após a
contratação do leasing, os negócios vão bem e o empresário resolve adquirir os veículos do
banco Fomento S/A. Ele procura você, na qualidade de advogado, para realizar contato com o
banco Fomento.
O que você aconselharia ao seu cliente sobre a compra dos bens arrendados?

Infográfico
O arrendamento mercantil deve ter em sua base obrigações compatíveis e equivalentes a serem
prestadas entre os contratantes, proporcionais ao benefício econômico do arrendatário. É da
natureza contratual do arrendamento mercantil ser sinalagmático (prestações proporcionais).
Quando o arrendatário não consegue cumprir as prestações do arrendamento mercantil, estará
em atraso com a arrendante, assumindo os custos contratuais. Com o intuito de inibir os atrasos
no pagamento, as instituições financeiras costumam acrescentar pesados encargos às dívidas.
Nesse Infográfico, você aprenderá sobre a comissão de permanência e como o Poder Judiciário
autorizou a cobrança deste encargo, mas o limitou para não se tornar abusivo ao contratante.
Conteúdo do Livro
Conhecer os diversos instrumentos jurídicos à disposição no ordenamento jurídico possibilita a
realização de diferentes negócios empresariais. É comum o desenvolvimento de novas
tecnologias negociais, que o sistema jurídico reconhecerá ao longo do tempo. O contrato de
arrendamento mercantil, de ampla utilização em muitos países, ainda pode ser melhor explorado
no Brasil, especialmente em suas modalidades de self leasing ou dummy leasing, que ainda não
são utilizados. O Banco Central deve, no futuro, liberar essas diferentes espécies de leasing.
No Capítulo "Arrendamento mercantil", da Unidade de Aprendizado "Direito Empresarial III", você
verá mais sobre a origem do arrendamento mercantil, suas espécies e características,
especialmente suas vantagens e desvantagens. Cada situação determinará, diante de seus
benefícios, a possibilidade ou não de seu uso.

Dica do Professor
O Banco Central do Brasil estabelece certas regras a serem observadas para que as contratantes
obtenham sucesso na contratação de arrendamento mercantil. Os cuidados do Banco Central
visam ao impedimento de realização de fraudes, especialmente para que os contratantes possam
se beneficiar de suas vantagens.
Nessa Dica do Professor você aprenderá sobre os prazos mínimos a serem observados para o
arrendamento mercantil financeiro e operacional, seus requisitos e as consequências de sua
inobservância.

Arrendamento mercantil
Exercícios
1. O contrato de leasing é uma realidade importante para as relações comerciais e fomento
da economia. É correto afirmar sobre as origens desse contrato que:
A. Surgiu no direito alemão, como evolução dos contratos de trabalho.
B. Surgiu no direito francês, como evolução dos contratos de financiamento.
C. Surgiu no direito francês, como evolução dos contratos de trabalho.
D. Surgiu nos EUA, como evolução dos contratos de financiamento.
E. Surgiu nos EUA, como evolução dos contratos de trabalho.

2. Os contratos, em geral, têm características comuns. Uma importante característica do

contrato de arrendamento mercantil é que:
A. É gratuito, pois se trata de um fomento de um empresário para auxiliar no desenvolvimento
social.
B. É mais favorável ao arrendatário, que é a parte mais fraca da relação.
C. É de execução diferida, pois parte do contrato será executada em tempo determinado.
D. É unilateral, pois tem em vista o interesse da indústria e comércio.
E. É impessoal, pois independe de quem está contratando, equivalendo ao contrato de adesão.

3. O arrendamento mercantil reúne características de diversas espécies de contatos. Se

pode afimar que:
A. Tem características de contrato de aluguel.
B. Tem características de contrato de comodato.
C. Tem características de contrato de seguro.
D. Tem características de contrato de locação de mão de obra.
E. Tem características de contrato de empreitada.

4. É possível o arrendamento mercantil de bens móveis ou imóveis. Qual dos seguintes

bens podem ser arrendados?
A. Um invento industrial.
B. A razão social de uma sociedade comercial.
C. Um computador.
D. As quotas sociais de uma sociedade comercial.
E. Duzentos fardos de folhas A4.

5. Várias são as espécies de arrendamento mercantil. Pode-se afirmar que:

A. Admite-se apenas uma espécie de arrendamento mercantil no Brasil.
B. Admitem-se todas as espécies de arrendamento mercantil no Brasil.
C. O arrendamento mercantil operacional não se permite no Brasil.
D. Admite-se o lease purchase no Brasil.
E. Admitem-se apenas duas espécies de arrendamento mercantil no Brasil.

Arrendamento mercantil – GABARITO 1-D; 2-C; 3-A; 4-C; 5-E.

Na prática
O arrendamento mercantil deve ser contabilizado para que se tenham os benefícios fiscais e seja
reconhecido como contrato atípico de leasing. Apesar de sua conceituação jurídica, construída ao
longo do tempo pela doutrina e jurisprudência, em termos contábeis existem regras próprias,
emitidas pelo Conselho Federal de Contabilidade.
Veja neste Na Prática a recente mudança nas regras de contabilização, que uniformizaram as
diferentes espécies de arrendamento mercantil e, em certos casos, dispensam a contabilização
de seus ativos e passivos.
 Alienação fiduciária em garantia
Apresentação
A alienação fiduciária em garantia é relativamente recente na história jurídica do país, vindo em
bom momento para o desenvolvimento nacional e o fomento à indústria e ao comércio. Sua maior
utilização na atualidade está voltada ao crédito direto ao consumidor e ao financiamento
imobiliário. De qualquer forma, essa espécie contratual também pode ser utilizada entre
particulares, possibilitando o empréstimo de dinheiro com maior segurança entre os envolvidos.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você aprenderá sobre a alienação fiduciária e suas
características (tornando possível distingui-la de outros institutos), seu uso para bens móveis e
imóveis, assim como suas vantagens e desvantagens. Observe a interessante maneira com que o
Direito brasileiro resolveu a questão da cisão da propriedade, diferentemente do Direito anglo-
saxão.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Conceituar alienação fiduciária.

 Diferenciar alienação fiduciária de bens móveis e imóveis.
 Analisar as vantagens e desvantagens da alienação fiduciária em garantia.
Desafio
A principal forma de financiamento para o mercado imobiliário tem sido, nos últimos anos, a
alienação fiduciária em garantia, que possibilita juros e encargos menores em razão do baixo
risco ao setor imobiliário e de fomento. Tais motivos geram sua grande aceitação.
Katerine deixou de pagar duas parcelas de seu financiamento bancário, e a instituição financeira
ingressou com ação judicial para a cobrança do crédito. O juiz, temendo que a devedora não
cuide do imóvel durante a ação judicial e mediante requerimento da fiduciária, determinou
que Katerine desocupasse imediatamente o imóvel, sob pena de prisão por ser depositária infiel.
Diante do receio de ser presa, Katerine procura você, seu advogado, para a auxiliar na situação.

Que medida judicial você adotaria para salvaguardar Katerine?

Infográfico
A prisão do depositário infiel transformou-se em senso comum e atormenta muitos devedores
com receio de serem presos. Essa possibilidade levou muitos devedores a terem a prisão
decretada em execuções de contratos de alienação fiduciária em garantia.
Entretanto, a discussão sobre a possibilidade de prisão do depositário infiel chegou ao Supremo
Tribunal Federal, que tem o dever de dar a última palavra em matéria constitucional. A prisão do
depositário infiel vem prescrita na Constituição Federal.
Saiba mais sobre isso no Infográfico a seguir.
Dica do Professor
A alienação fiduciária em garantia não apenas assegurou ao credor a propriedade, mas garantiu a
facilidade do recebimento do crédito. Além disso, auxiliou a desafogar o Poder Judiciário de novos
processos em caso de descumprimento das parcelas do financiamento.
Nesta Dica do Professor, assista como a cobrança do crédito pelo fiduciário ficou facilitada,
requerendo a atenção do devedor quanto às notificações, ao valor estipulado em contrato para
eventual leilão e à possibilidade de purgação da mora.

Alienação fiduciária em garantia

Exercícios
1. A alienação fiduciária em garantia e a propriedade fiduciária não se confundem, embora
sejam relacionadas. É correto afirmar que:
A. A propriedade fiduciária é igual à hipoteca, distinguindo-se da alienação fiduciária em garantia.
B. A propriedade fiduciária em garantia é uma garantia, ao contrário da hipoteca.
C. A propriedade fiduciária é constituída a partir da alienação fiduciária em garantia.
D. A alienação fiduciária em garantia constitui a hipoteca.
E. A propriedade fiduciária constitui a alienação fiduciária em garantia.

2. A alienação fiduciária em garantia tem grande aceitação no mercado para fomentar o

crédito ao consumidor. Considerando que as instituições financeiras são uma criação
moderna, pode-se afirmar que:
A. Essa espécie de contrato surge na modernidade tardia.
B. Essa espécie de contrato surge na Idade Média.
C. Essa espécie de contrato surge com o advento dos bancos.
D. Essa espécie de contrato surge na Ásia meridional.
E. Essa espécie de contrato surge na Antiguidade romana.

3. Como qualquer espécie contratual, a alienação fiduciária apresenta vantagens e

desvantagens. É correto afirmar que:
A. Na alienação fiduciária em garantia, as taxas são maiores em razão de sua utilidade.
B. Na alienação fiduciária em garantia, as taxas são menores em razão de seu baixo risco.
C. Na alienação fiduciária em garantia, as taxas são menores em razão de seu alto risco.
D. Na alienação fiduciária em garantia, as taxas são iguais às das outras contratações.
E. Na alienação fiduciária em garantia, não é possível prever taxas de juros.

4. O credor fiduciário poderá cobrar o seu crédito caso o fiduciante não honre as
prestações. Como forma de facilitar a cobrança, é correto que:
A. O credor notifique o devedor sem enviar o valor do que é devido.
B. O credor deve, obrigatoriamente, notificar o devedor com o valor do que é devido.
C. O credor poderá levar à venda o imóvel sem informar o devedor.
D. O credor não precisará notificar o devedor.
E. O devedor pode dispensar a notificação.

5. Mesmo inadimplente, o devedor pode ter interesse em permanecer com o bem

financiado. É correto afirmar que:
A. O credor poderá purgar a mora quando o devedor tiver pago, ao menos, 50% do valor do bem.
B. O credor poderá purgar a mora quando o devedor tiver pago, ao menos, 40% do valor do
bem.
C. O devedor poderá purgar a mora quando tiver pago, ao menos, 50% do valor do bem.
D. O devedor poderá purgar a mora quando tiver pago, ao menos, 40% do valor do bem.
E. O devedor poderá purgar a mora quando tiver pago, ao menos, 30% do valor do bem.

Alienação fiduciária em garantia – GABARITO 1-C; 2-E; 3-B; 4-B; 5-B.

 Na prática
A alienação fiduciária em garantia traz a grande vantagem para o financiador em razão de seu
baixo risco, consistente na garantia real. Entretanto, para bens móveis, como veículos, há riscos
maiores.
Considerando que o fiduciário não pode mais requerer a prisão do fiduciante depositário infiel,
resta ao credor tentar impedir que o bem desapareça e que se mantenha sem riscos de se
deteriorar. Uma alternativa para veículos é a restrição de sua circulação, impedindo que sofram
avarias.
Veja, nesse Na Prática, como o Poder Judiciário tem entendido quanto à restrição de circulação
de veículos com propriedade fiduciária e como os credores têm buscado os veículos alienados de
seus devedores.

Conceito, teoria geral dos créditos e títulos de crédito

Apresentação
Seja bem-vindo!
A palavra créditotem origem no latim credĭtum, que significa coisa confiada ou acredita. Por essa
razão, a noção de crédito está associada a qualquer relação ou transação que
demonstra crença ou confiança. Na Idade Média, o comércio operava por meio de troca. Os
títulos de crédito surgiram com o objetivo de facilitar a circulação da moeda, uma vez que a troca
de mercadorias não interessava mais aos grandes produtores. Assim, para facilitar a circulação
da moeda e aumentar a confiança entre o credor e o devedor, surgiram os títulos de crédito.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você conhecerá o conceito, modalidades, princípios e
classificações dos títulos de crédito.
Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Conceituar os títulos de crédito e suas modalidades.

 Reconhecer os princípios gerais que norteiam os títulos de crédito.
 Identificar a classificação dos títulos de crédito.
Desafio
Imagine a seguinte situação e responda ao desafio.
Qual outro meio mais seguro de perfectibilizar o negócio sem colocar o seu cliente em risco?
Infográfico
Infográfico
Existem diferentes modalidades de títulos de crédito utilizadas em transações comerciais no
Brasil.
Veja, no Infográfico, quatro modalidades e os requisitos formais de cada título de acordo com a lei
correspondente.
 Conteúdo do Livro
Crédito é a obrigação ou o direito do sujeito ativo, em uma relação obrigacional, que assegura a
possibilidade de o credor exigir a prestação do devedor. Assim, não se resume ao conceito de
quantia em dinheiro, pois é direito de fruição.
No capítulo Conceito, teoria geral dos créditos e títulos de crédito, da obra Legislação empresarial
aplicada, você vai estudar a parte conceitual dos títulos de crédito e modalidades de títulos. Na
sequência, conhecerá os princípios que os norteiam e, por fim, a sua classificação.
Boa leitura.

Dica do Professor
Os princípios dos títulos de crédito decorrem de longo processo histórico em que os comerciantes
vêm desenvolvendo e aprimorando os mecanismos de tutela do crédito comercial.
Nesta Dica do Professor, serão abordados os seguintes princípios dos títulos de
crédito:literalidade, cartularidade, autonomia, independência e abstração.
Na prática
Uma das operações mais utilizadas por pequenas e médias empresas é o desconto de
duplicatas a fim de obter crédito. Veja a seguir o expediente comum em micro e pequenas
empresas que precisam de capital de giro.

Atos cambiários: endosso, aval e protesto

Apresentação
O crédito é um elemento central da economia, de forma que permite a circulação e a troca de
riquezas de maneira eficiente; os títulos de crédito, por sua vez, atuam como agentes dessa
função, de forma que suas características essenciais são apresentadas e regulamentadas pela
legislação brasileira. Assim, para que os títulos de crédito possam operacionalizar corretamente a
sua atividade econômica, surgem os atos cambiários: elementos que podem ser aplicados nas
mais diversas espécies de títulos de crédito, considerando as peculiaridades de cada um. O
endosso, o aval e o protesto por falta de pagamento, por exemplo, podem ser utilizados em
qualquer título, de forma que o protesto por falta ou recusa de aceite pode ser utilizado apenas
nas duplicatas e letras de câmbio.
Nesta Unidade de Aprendizagem você irá conhecer os conceitos de endosso, aval e protesto,
bem como as diferenças entre aval e fiança e, também, as espécies de endosso.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Definir endosso, aval e protesto.

 Diferenciar aval de fiança.
 Explicar as diversas formas de endosso.
Desafio
Os títulos de crédito asseguram ao titular ou ao portador um direito de crédito, porém, em
algumas situações, é necessário cobrar o devedor, o que ocorre por meio do ato cambiário de
protesto.
Joana é revendedora de produtos de uma marca de cosméticos muito famosa no país. Devido à
sua dedicação e competência, ela conquistou muitos clientes fiéis, permitindo-lhe garantir uma
efetiva contribuição mensal para o orçamento da sua família.

Infelizmente, ao providenciar o depósito do título em sua conta, Joana foi informada de que o
cheque era sem fundos. Ao procurar a vizinha, descobriu que ela tinha se mudado havia poucos
dias.

Decepcionada, Joana procurou você, advogado, para saber como poderia cobrar o valor devido, a
fim de evitar o prejuízo financeiro.
Conhecendo sobre o protesto de títulos, explique para Joana o que é e como deve ser feito esse
procedimento.
Infográfico
O endosso é um ato cambiário que tem por finalidade essencial transferir a propriedade de um
título de crédito, podendo ser classificado de dois modos: endosso em preto ou endosso em
branco. No entanto, há também uma outra classificação de endosso, o endosso impróprio. Trata-
se de uma espécie que não transfere a propriedade do título, mas somente legitima a posse dele
para outra pessoa, podendo ser endosso-mandato ou endosso-caução.
Veja no Infográfico as definições de cada espécie de endosso e como eles se aplicam na prática
comercial.

Conteúdo do Livro
O direito cambiário é um sistema jurídico que dispõe sobre os títulos de crédito e como se
operacionalizam na prática comercial. Para que possam atender às finalidades a que se
destinam, os títulos de crédito podem ser acompanhados dos chamados atos cambiários. O
endosso, o aval e o protesto, cada um com definições e aplicações específicas, são exemplos
desses institutos.
Leia em Atos cambiários: endosso, aval e protesto, da obra Direito empresarial III, os principais
conceitos, exemplos e aplicabilidades desses elementos.
Dica do Professor
O protesto é um ato extrajudicial e deve ser obrigatoriamente processado em Tabelionatos de
Protesto. O procedimento do protesto, assim como outros temas notariais, é regulamentado pelo
Conselho Nacional de Justiça, que emite provimentos normativos a fim de uniformizar os
procedimentos em todo o país.
Veja nesta Dica do Professor como se organiza o procedimento do protesto, quais são seus
desdobramentos jurídicos e sobre o que versam os mais recentes provimentos do CNJ acerca do
assunto.

Na prática
O aval é um ato cambiário que representa uma garantia pessoal: o avalista garante o pagamento
do título de crédito de forma que se torna responsável pela obrigação na mesma medida que o
avalizado.
Entre os diversos aspectos do aval, é importante destacar que o Código Civil, no artigo 1.647,
prevê que é necessária a outorga conjugal para que o aval seja válido, salvo se o avalista for
casado sob o regime da separação legal de bens. A exceção é para os títulos de crédito regidos
por legislação própria que dispense essa exigência, como é o caso da duplicata, por exemplo.
Veja neste Na Prática uma situação-exemplo da aplicação desse ato cambiário e suas
consequências jurídicas.

Letra de câmbio
Apresentação
O crédito é um elemento central da economia, pois ele permite a circulação e a troca de riquezas
de maneira eficiente. Os títulos de crédito, por sua vez, atuam como agentes dessa função, sendo
as características de cada espécie regulamentadas por legislação específica, como o Código
Civil, o Decreto n.º 2.044/1908 e a Lei Uniforme de Genebra. A letra de câmbio é um título de
crédito formal que só é válido como título de crédito se atender a todos os requisitos legais. Além
disso, é um título autônomo e abstrato, considerando que não deriva de nenhum negócio jurídico
específico. Na letra de câmbio, são três agentes envolvidos: o sacador, o sacado e o tomador. A
função desse título é que o sacador dê uma ordem ao sacado para que ele pague determinado
valor ao tomador, que é o beneficiário do título.
Nesta Unidade de Aprendizagem você conhecerá o conceito de letra de câmbio, os principais
aspectos da legislação que a regem e o que diz a jurisprudência brasileira acerca desse título de
crédito.

Bons estudos.
 Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Conceituar letra de câmbio.

 Identificar a legislação aplicável à letra de câmbio.
 Analisar decisões judiciais acerca de letra de câmbio.
Desafio
A letra de câmbio deve atender aos requisitos legais para que seja considerada válida.
Entre esses requisitos, é fundamental que se identifique o sacador, o sacado e o
tomador, que são os agentes envolvidos na relação
cambiária.

Você é o contador de Hélio e, conhecendo como se operacionaliza a letra de câmbio, como

deve orientá-lo para que ele receba o crédito?
Infográfico
Para que seja considerada válida, a letra de câmbio deve atender a requisitos específicos,
dispostos na Lei Uniforme de Genebra e no Decreto n.º 2.044/1908. Alguns desses requisitos são
considerados essenciais, outros podem ser complementados por informações equivalentes e um
pode ser dispensado por tornar a letra de câmbio automaticamente como título de vencimento à
vista.
Veja no Infográfico quais são os requisitos legais para a letra de câmbio e como são
classificados de acordo com a doutrina majoritária.
Infográfico
Para que seja considerada válida, a letra de câmbio deve atender a requisitos específicos,
dispostos na Lei Uniforme de Genebra e no Decreto n.º 2.044/1908. Alguns desses requisitos são
considerados essenciais, outros podem ser complementados por informações equivalentes e um
pode ser dispensado por tornar a letra de câmbio automaticamente como título de vencimento à
vista.
Veja no Infográfico quais são os requisitos legais para a letra de câmbio e como são
classificados de acordo com a doutrina majoritária.

Conteúdo do Livro
A letra de câmbio é um título de crédito em relativo desuso no Brasil; no entanto, para os
operadores do Direito a importância de estudar acerca do assunto ocorre em virtude de que é
considerada como um título de crédito completo, que apresenta os principais institutos do Direito
Cambiário. É um título de crédito à ordem, formal, literal, abstrato e autônomo.
Leia no capítulo Letra de câmbio, trecho da obra Direito empresarial III, as principais
características da letra de câmbio, para você aprender quais são as normas que a regem e qual é
o posicionamento jurisprudencial a respeito desse título de crédito.
Dica do Professor
Ao longo do tempo, com a expansão comercial internacional, os títulos de crédito
assumiram importante função para a circulação de riquezas além das fronteiras, tornando
necessária a uniformização de regras para garantir a segurança jurídica das operações, surgindo
daí a Lei Uniforme de Genebra (LUG). No entanto, os países que adotaram a LUG poderiam
formular reservas às disposições legais, adequando-as ao seu próprio sistema legislativo.
Assista no vídeo a seguir algumas das reservas feitas pelo Brasil à LUG, regendo-se a matéria
pelo Decreto n.º 57.663/66.
Na prática
Embora as origens da letra de câmbio estejam vinculadas à operação de transações comerciais
como compra e venda de produtos, esse título de crédito vem sendo cada vez
mais utilizado como meio de investimento de valores em instituições financeiras. Nesse contexto,
as exigências formais do documento são as mesmas, incidindo todas as normativas legais
aplicáveis à letra de câmbio.
Veja na situação a seguir como a letra de câmbio pode ser utilizada como investimento financeiro
e conheça as principais informações acerca desse tema, cada vez mais comum no Brasil.
 Nota Promissória
Apresentação
A nota promissória é um título de câmbio no qual se assume a obrigação de pagamento do valor
correspondente no título, ou seja, uma promessa de pagamento.
Nesta Unidade de Aprendizagem, serão trabalhados aspectos e características deste valioso título
para o empresário: a nota promissória.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

 Identificar a regulamentação relativa à nota promissória.

 Distinguir as regras da nota promissória dos demais títulos e suas vantagens.
 Reconhecer os benefícios da nota promissória.
Desafio
Tício recebeu de Caio uma nota promissória como forma de pagamento de um produto adquirido
em sua loja. Tal título previa o pagamento para o mês de outubro. Em setembro, Tício recebeu a
notícia de que deveria se apresentar à justiça no estado de Pernambuco, sendo que ele
atualmente reside em Santa Catarina. Como o título deve ser apresentado em Santa Catarina na
mesma data em que Tício estará em Pernambuco, ele pretende solicitar a alguém que faça a
cobrança, mas teme que o devedor não queira pagar por suspeitar da legitimidade da cobrança.
Tício pretende saber se pode transferir formalmente o título para alguém que o cobre em seu
nome diante do devedor Caio. Infográfico
Para a criação de uma nota promissória, é necessária a existência de duas partes: o emitente ou
devedor, que é o criador da promissória e o beneficiário ou credor do título.
Conteúdo do Livro
Leia mais detalhes sobre os aspectos práticos e legais que envolvem a nota promissória.
Como base teórica para esta Unidade de Aprendizagem será utilizado o texto selecionado a
seguir, "Declarações cambiais".
Dica do Professor
No vídeo a seguir, são apresentadas as diferenças entre a nota promissória e o cheque, e são
traçadas algumas características especiais da nota promissória que fazem dela um útil
instrumento para o empresário. Na prática
Imagine que uma sociedade anônima, em vez de solicitar um empréstimo junto aos bancos,
recorre a investidores que lhe emprestam determinadas quantias em troca de uma taxa de
juros razoável. Nesse cenário, há um bom casamento: A S/A toma dinheiro emprestado a
uma taxa menor do que a cobrada pelo banco e o investidor recebe uma taxa de juros
melhor do que aquela que o banco lhe pagaria. Isso é possível à S/A ao emitir uma nota
promissória em favor dos investidores, na qual promete pagar uma quantia em troca do
empréstimo realizado.