Aula 2 - Psicologia Escolar

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Psicologia Escolar

Profa. Patrícia Lopes da Silva


 A educação como prática social deve ser entendido enquanto espaço

humanizador: com a finalidade de transmitir a cultura construída historicamente

pela humanidade.

 O homem não nasce humanizado, mas torna-se humano se relacionando com

mundo histórico-social, absorvendo diversas coisas desse mundo em si mesmo,

por meio da educação


“A escola pode ser considerada como uma instituição gerada pelas

necessidades produzidas por sociedades que, por sua complexidade

crescente, demandavam formação específica de seus membros (ANTUNES,

pg. 469, 2008)”.

 Em função das necessidades a que teria que responder, destinada a uma

parcela privilegiada da população.


Psicologia Educacional

 Área da Psicologia relacionada ao conhecimento.

 Conjunto organizado de estudos e saberes produzidos de acordo com

pesquisas desenvolvidas sobre determinados fenômenos da realidade da

educação.

 Ela é baseada em concepções que consideram a diversidade de

abordagens e sistemas teóricos para compreender a educação seja

brasileira, ou de demais culturas.


Psicologia Escolar
 Campo de atuação profissional determinado nos ambientes relacionados a

educação.

 Ações no processo de escolarização baseando sua atuação nos

conhecimentos produzidos principalmente pela Psicologia Educacional, mas

também por outras subáreas de conhecimento da psicologia.

 Assim, a psicologia educacional e a psicologia escolar são intrinsecamente

relacionadas, mas não são idênticas, nem podem

reduzir-se uma à outra.


História da Psicologia Escolar e
Educacional no Brasil

 No século XIX, algumas ideias psicológicas relacionadas à educação

começam a ser levantadas no interior de outras áreas de conhecimento,

embora de maneira mais institucionalizada, como na própria pedagogia.

 Em meados do século, essa preocupação aumenta consideravelmente e é

possível perceber a incorporação de conteúdos que mais tarde viriam a

ser considerados como objetos próprios da psicologia educacional.


História da Psicologia Escolar e
Educacional no Brasil

 Final do século XIX e os primeiros anos do século seguinte trazem

mudanças profundas na sociedade brasileira

 Fortalecimento do pensamento liberal;

 Busca da “modernidade”;

 Mudança do agrário-exportador: processo de industrialização.

 Surge um novo projeto de sociedade: um novo homem – a educação

deve responsabilizar-se por sua formação.


História da Psicologia Escolar e
Educacional no Brasil

 A defesa da difusão da escolaridade para toda a população.

 Volta-se para as necessidades dos alunos.

 Influencia do Projeto Escola Nova: Europa e América do Norte

 Olhar para as escolas enquanto espaço de difusão das novas ideias:

formação dos novos professores, encarregando-se do ensino, da

produção de obras.
História da Psicologia Escolar e
Educacional no Brasil

 Início da preocupação com a produção de conhecimentos por meio dos

novos laboratórios de psicologia.

 1920: aos poucos há conquista de autonomia da psicologia como área

especifica de conhecimento no Brasil.

 O processo pelo qual a psicologia conquistou sua autonomia como área

de saber e o incremento do debate educacional e pedagógico nas

primeiras décadas do século XX estão intimamente relacionados.


 A partir da década de 1930, há a efetivação da psicologia no Brasil.

 Os campos de atuação da psicologia que se desenvolveram a partir dessa

época, tornaram-se campos tradicionais da profissão até a atualidade:

Clínica e Organizacional do trabalho.

 Tudo isto aconteceu devido a criação dos Serviços de Orientação Infantil

nas Diretorias de Educação do Rio de Janeiro e de São Paulo e da Clínica

do Instituto Sedes Sapientiae: atender crianças com dificuldades escolares,

e pela Orientação Profissional, dentre outras ações educacionais, no

campo do trabalho.
História da Psicologia Escolar e
Educacional no Brasil
 Neste período, começam a se diferenciar:

a psicologia educacional (conjunto de saberes necessário a todos os

educadores) e,

a psicologia escolar (campo de atuação de profissionais da psicologia,

porém com modelo clínico de intervenção).

 O papel que a psicologia desempenhou na educação tornou-se objeto de

crítica: a utilização e a interpretação indiscriminadas dos testes

psicológicos.
História da Psicologia Escolar e Educacional
no Brasil
 A responsabilização da criança e de sua família, em nome de problemas da área

emocional, para justificar o desempenho do aluno na escola.

 Para isto, despreza-se o processo educativo como totalidade multideterminada:

omitindo fatores históricos, sociais, culturais, políticos, econômicos e pedagógica.


História da Psicologia Escolar e
Educacional no Brasil
 O conhecimento psicológico estava incorporado à Pedagogia e prática dos

educadores.

 A atuação do psicólogo escolar adotava um modelo cada vez mais clínico-

terapêutico, agindo fora da sala de aula,

 Foco no individual do educando e em seus “problemas”, atendendo, sobretudo,

demandas específicas da escola

 Modelo médico, higienista, reducionista, patologizante, medicalizante.

Reforçando estigmas e preconceitos, produzindo social e pedagogicamente a


História da Psicologia Escolar e
Educacional no Brasil

 Alguns psicólogos escolares e pesquisadores da área começaram, nessa

época, a elaborar uma crítica radical à Psicologia Escolar e Educacional.

 A questão relativa à relação entre desempenho escolar e condições

sócio-econômicas ganhava espaço nos debates educacionais.

 Começa-se a superação do olhar clínico da Psicologia Escolar!!!

 A educação torna-se mais rigorosa e amplamente democrática: deve ser

acessível a todos e que não transige na defesa desse princípio.


Atualmente no estado de São Paulo
 Década de 1980: ainda havia psicólogos na rede pública de educação na

cidade de São Paulo e a constituição do campo da Psicologia escolar,

como o conhecemos hoje, configurou-se naquela década.

 A presente situação: psicólogos, em parceria com outras categorias,

pressionam o Estado para retornar como profissionais na educação

pública.
Atualmente no estado de São Paulo

Década de 80: período de atuação do psicólogo voltado

à educação;

Uso excessivo de testes psicológicos:

Responsabilização exclusiva das crianças*

*Problemas de aprendizagem x problemas escolares


Paulo Freire
““Qual é a escola que queremos?”: Uma escola
pública, realmente competente, que respeite a forma
de estar sendo de seus alunos e alunas, seus padrões
culturais de classe, seus valores, sua sabedoria, sua
linguagem. Uma escola que não avalie as
possibilidades intelectuais das crianças populares
com instrumentos e critérios de aferição aplicados às
crianças cujos condicionamentos de classe lhes dão
indiscutível vantagem sobre aquelas.”
 Não só o preconceito contra as classes populares, como a própria divisão de

classes fundam uma lógica de exclusão.

A escola pública como principal vítima:

 O descaso dos poderes públicos que mantêm as péssimas condições de

ensino, educadores com baixos salários e condições de trabalho precárias,

 E a criação de uma ideologia que crianças pobres não aprendem.

Ideologia: modelo patologizante e medicalizante é centro dos debates atuais

sobre a Educação e tem na Psicologia uma possibilidade de resistência.


 Revisão conteúdo até aqui neste vídeo:
https://www.youtube.com/watch?v=Dar86zYdCnc
SOMENTE
PARA FINS DE
CURIOSIDADE,
ATUALIZAÇÕES, MAS
TAMBÉM
APRENDIZADO!
PL 3688/2000: LEI Nº 13.935, DE 11 DE DEZEMBRO DE 2019:

 Dispõe sobre a prestação de serviços de psicologia e de serviço social nas


redes públicas de educação básica.

 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e


eu promulgo, nos termos do parágrafo 5º do art. 66 da Constituição Federal, a
seguinte Lei:

 Art. 1º As redes públicas de educação básica contarão com serviços de


psicologia e de serviço social para atender às necessidades e prioridades
definidas pelas políticas de educação, por meio de equipes multiprofissionais.
§ 1º As equipes multiprofissionais deverão desenvolver ações para a melhoria da
qualidade do processo de ensino-aprendizagem, com a participação da
comunidade escolar, atuando na mediação das relações sociais e institucionais.
§ 2º O trabalho da equipe multiprofissional deverá considerar o projeto político-
pedagógico das redes públicas de educação básica e dos seus
estabelecimentos de ensino.

 Art. 2º Os sistemas de ensino disporão de 1 (um) ano, a partir da data de


publicação desta Lei, para tomar as providências necessárias ao cumprimento
de suas disposições.

 Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.


LEI Nº 14.819, DE 16 DE JANEIRO DE 2024:

Institui a Política Nacional de Atenção Psicossocial nas Comunidades Escolares.


 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu
sanciono a seguinte Lei:

 Art. 1º Esta Lei institui a Política Nacional de Atenção Psicossocial nas


Comunidades Escolares.
§ 1º A política de que trata o caput deste artigo constitui estratégia para a
integração e a articulação permanente das áreas de educação, de assistência
social e de saúde no desenvolvimento de ações de promoção, de prevenção e de
atenção psicossocial no âmbito das escolas.
§ 2º Para os efeitos desta Lei, consideram-se integrantes da comunidade escolar:
 I – alunos;
 II – professores;
 III – profissionais que atuam na escola;
 IV – pais e responsáveis pelos alunos matriculados na escola.
 Art. 2º São objetivos da Política Nacional de Atenção Psicossocial nas Comunidades
Escolares:

 I – promover a saúde mental da comunidade escolar;

 II – garantir aos integrantes da comunidade escolar o acesso à atenção psicossocial;

 III – promover a intersetorialidade entre os serviços educacionais, de saúde e de


assistência social para a garantia da atenção psicossocial;

 IV – informar e sensibilizar a sociedade sobre a importância de cuidados psicossociais na


comunidade escolar;

 V – promover a formação continuada de gestores e de profissionais das áreas de


educação, de saúde e de assistência social no tema da saúde mental;

 VI – promover atendimento, ações e palestras direcionadas à eliminação da violência; e

 VII – divulgar informações cientificamente verificadas e esclarecer informações incorretas


relativas à saúde mental.
 Art. 3º São diretrizes para a implementação da Política Nacional de Atenção Psicossocial
nas Comunidades Escolares:

 I – participação da comunidade escolar e da comunidade na qual a escola está inserida;

 II – abordagem multidisciplinar e intersetorialidade das ações;

 III – ampla integração da comunidade escolar com as equipes de atenção primária à


saúde e de serviços de proteção social do território onde a escola está inserida;

 IV – garantia de oferta de serviços de atenção psicossocial para a comunidade escolar;

 V – não discriminação e respeito à diversidade;

 VI – participação dos alunos como sujeitos ativos no processo de construção da atenção


psicossocial oferecida à comunidade escolar;

 VII – exercício da cidadania e respeito aos direitos humanos;

 VIII – articulação com as diretrizes da Política Nacional de Saúde Mental, por meio da
rede de atenção psicossocial e da Política Nacional de Atenção Básica.
 Art. 4º A execução da Política Nacional de Atenção Psicossocial nas Comunidades Escolares
dar-se-á em articulação com o Programa Saúde na Escola (PSE), o modelo de assistência em
saúde mental, o Sistema Único de Assistência Social e a rede de atenção psicossocial, e sua
governança ficará a cargo dos Grupos de Trabalho Intersetoriais do PSE, que serão
responsáveis pelo desenvolvimento das ações nos territórios, com a participação obrigatória
de representantes da área da saúde e da comunidade escolar.

 § 1º O regulamento desta Lei disporá sobre os requisitos do plano de trabalho a ser elaborado
pelos Grupos de Trabalho Intersetoriais do PSE, de forma a promover os objetivos e as diretrizes
especificados nos arts. 2º e 3º desta Lei, que conterá, no mínimo:

 I – descrição das ações e das atividades a serem desenvolvidas no ano letivo, com
especificação das metas de consecução;

 II – estratégia de execução das ações e das atividades referidas no inciso I deste parágrafo,
com previsão de equipes envolvidas em cada ação ou atividade;

 III – distribuição e detalhamento de competências dos atores envolvidos na consecução do


plano de trabalho.
 § 2º Ao final do ano letivo, os Grupos de Trabalho Intersetoriais do PSE apresentarão
relatório com avaliação das ações previstas no plano de trabalho e dos objetivos
previstos nesta Lei.

 § 3º O plano de trabalho e o relatório a que se referem os §§ 1º e 2º deste artigo serão


mantidos em formato interoperável e estruturados para o uso compartilhado, com vistas
à execução de políticas públicas e à prestação de serviços públicos, em consonância
com as disposições da Lei nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 (Lei Geral de Proteção de
Dados Pessoais).

 § 4º As escolas darão publicidade ao plano de trabalho previsto neste artigo, na forma


do regulamento.

 Art. 5º Caberão à União o fomento e a promoção de ações para a execução dos


objetivos e das diretrizes desta Lei, bem como para subsidiar as ações dos Grupos de
Trabalho Intersetoriais do PSE, na forma do regulamento.

 Parágrafo único. A União deverá priorizar territórios vulneráveis e com mais dificuldade
para alcançar os objetivos desta Lei.

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