Parron Et Al., 2019 - Formigas e Patógenos Sorocaba SP

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 24

Nayara Araújo Cardoso

Renan Rhonalty Rocha


Maria Vitória Laurindo
(Organizadores)

Novos Paradigmas de Abordagem na


Medicina Atual 2

Atena Editora
2019
2019 by Atena Editora
Copyright © Atena Editora
Copyright do Texto © 2019 Os Autores
Copyright da Edição © 2019 Atena Editora
Editora Executiva: Profª Drª Antonella Carvalho de Oliveira
Diagramação: Karine de Lima
Edição de Arte: Lorena Prestes
Revisão: Os Autores

O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correção e confiabilidade são de responsabilidade
exclusiva dos autores. Permitido o download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos
créditos aos autores, mas sem a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins
comerciais.

Conselho Editorial
Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Prof. Dr. Álvaro Augusto de Borba Barreto – Universidade Federal de Pelotas
Prof. Dr. Antonio Carlos Frasson – Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Prof. Dr. Antonio Isidro-Filho – Universidade de Brasília
Prof. Dr. Constantino Ribeiro de Oliveira Junior – Universidade Estadual de Ponta Grossa
Profª Drª Cristina Gaio – Universidade de Lisboa
Prof. Dr. Deyvison de Lima Oliveira – Universidade Federal de Rondônia
Prof. Dr. Gilmei Fleck – Universidade Estadual do Oeste do Paraná
Profª Drª Ivone Goulart Lopes – Istituto Internazionele delle Figlie de Maria Ausiliatrice
Prof. Dr. Julio Candido de Meirelles Junior – Universidade Federal Fluminense
Profª Drª Lina Maria Gonçalves – Universidade Federal do Tocantins
Profª Drª Natiéli Piovesan – Instituto Federal do Rio Grande do Norte
Profª Drª Paola Andressa Scortegagna – Universidade Estadual de Ponta Grossa
Prof. Dr. Urandi João Rodrigues Junior – Universidade Federal do Oeste do Pará
Profª Drª Vanessa Bordin Viera – Universidade Federal de Campina Grande
Prof. Dr. Willian Douglas Guilherme – Universidade Federal do Tocantins

Ciências Agrárias e Multidisciplinar


Prof. Dr. Alan Mario Zuffo – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Prof. Dr. Alexandre Igor Azevedo Pereira – Instituto Federal Goiano
Profª Drª Daiane Garabeli Trojan – Universidade Norte do Paraná
Prof. Dr. Darllan Collins da Cunha e Silva – Universidade Estadual Paulista
Prof. Dr. Fábio Steiner – Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul
Profª Drª Girlene Santos de Souza – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Prof. Dr. Jorge González Aguilera – Universidade Federal de Mato Grosso do Sul
Prof. Dr. Ronilson Freitas de Souza – Universidade do Estado do Pará
Prof. Dr. Valdemar Antonio Paffaro Junior – Universidade Federal de Alfenas

Ciências Biológicas e da Saúde


Prof. Dr. Benedito Rodrigues da Silva Neto – Universidade Federal de Goiás
Prof.ª Dr.ª Elane Schwinden Prudêncio – Universidade Federal de Santa Catarina
Prof. Dr. Gianfábio Pimentel Franco – Universidade Federal de Santa Maria
Prof. Dr. José Max Barbosa de Oliveira Junior – Universidade Federal do Oeste do Pará
Profª Drª Natiéli Piovesan – Instituto Federal do Rio Grande do Norte
Profª Drª Raissa Rachel Salustriano da Silva Matos – Universidade Federal do Maranhão
Profª Drª Vanessa Lima Gonçalves – Universidade Estadual de Ponta Grossa
Profª Drª Vanessa Bordin Viera – Universidade Federal de Campina Grande

Ciências Exatas e da Terra e Engenharias


Prof. Dr. Adélio Alcino Sampaio Castro Machado – Universidade do Porto
Prof. Dr. Eloi Rufato Junior – Universidade Tecnológica Federal do Paraná
Prof. Dr. Fabrício Menezes Ramos – Instituto Federal do Pará
Profª Drª Natiéli Piovesan – Instituto Federal do Rio Grande do Norte
Prof. Dr. Takeshy Tachizawa – Faculdade de Campo Limpo Paulista

Conselho Técnico Científico


Prof. Msc. Abrãao Carvalho Nogueira – Universidade Federal do Espírito Santo
Prof. Dr. Adaylson Wagner Sousa de Vasconcelos – Ordem dos Advogados do Brasil/Seccional Paraíba
Prof. Msc. André Flávio Gonçalves Silva – Universidade Federal do Maranhão
Prof.ª Drª Andreza Lopes – Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento Acadêmico
Prof. Msc. Carlos Antônio dos Santos – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Prof. Msc. Daniel da Silva Miranda – Universidade Federal do Pará
Prof. Msc. Eliel Constantino da Silva – Universidade Estadual Paulista
Prof.ª Msc. Jaqueline Oliveira Rezende – Universidade Federal de Uberlândia
Prof. Msc. Leonardo Tullio – Universidade Estadual de Ponta Grossa
Prof.ª Msc. Renata Luciane Polsaque Young Blood – UniSecal
Prof. Dr. Welleson Feitosa Gazel – Universidade Paulista

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(eDOC BRASIL, Belo Horizonte/MG)

N945 Novos paradigmas de abordagem na medicina atual 2 [recurso


eletrônico] / Organizadores Nayara Araújo Cardoso, Renan
Rhonalty Rocha. – Ponta Grossa, PR: Atena Editora, 2019. –
(Novos Paradigmas de Abordagem na Medicina Atual; v. 2)

Formato: PDF
Requisitos de sistema: Adobe Acrobat Reader
Modo de acesso: World Wide Web
Inclui bibliografia
ISBN 978-85-7247-414-6
DOI 10.22533/at.ed.146192006

1. Medicina – Pesquisa – Brasil. 2. Pesquisa médica. I. Cardoso,


Nayara Araújo. II. Rocha, Renan Rhonalty. III. Série.
CDD 610.9

Elaborado por Maurício Amormino Júnior – CRB6/2422

Atena Editora
Ponta Grossa – Paraná - Brasil
www.atenaeditora.com.br
contato@atenaeditora.com.br
APRESENTAÇÃO

A obra “Novos Paradigmas de Abordagem na Medicina Atual” é integrada por


uma série de livros de publicação da Atena Editora, em seus 18 capítulos do volume
2, a qual apresenta dados descritivos e epidemiológicos de doenças emergentes e
reemergentes e a atuação dos profissionais da saúde sobre estas.
Nos últimos anos têm sido reconhecidas diversas infecções humanas até então
desconhecidas, bem como a reemergência de outras que, ao longo dos anos, haviam
sido controladas. As doenças emergentes são as que se desenvolvem com impacto
significativo sobre o ser humano, por conta de sua gravidade, da alta probabilidade
em acometer órgãos e sistemas principais e da potencialidade de deixar sequelas
limitadoras e mesmo morte.
Dentre os fatores que contribuem para o reaparecimento de doenças
reemergentes, como a sífilis e a Doença de Chagas, e o desenvolvimento de novas
patologias, como microcefalia e variados tipos de câncer, estão os mecanismos
de mutação e recombinação genéticas, demografia e comportamentos humanos,
mudanças ecológicas, uso inapropriado das tecnologias em saúde e a decadência dos
sistemas de saúde, fruto da elevada demanda e dos custos crescentes da assistência
médica, que vem a absorver grande parte dos recursos, antes destinados às áreas
de prevenção e controle de agravos. Assim, medidas como a potencialização da
comunicação e informação em saúde pública e das práticas preventivas em saúde,
implantação de políticas de uso racional de medicamentos, estímulo a mudanças no
estilo de vida e equilíbrio com a natureza contribuem na prevenção do aparecimento
dessas patologias.
Assim, esta obra é dedicada tanto para os estudantes e profissionais da
área da saúde, quanto para a população de forma geral e aborda os seguintes
temas: fatores epidemiológicos da Doença de Chagas; correlação entre alterações
socioambientais e surgimentos de doenças; novos vetores de propagação de doença
bacteriana; patologias relacionadas às alterações genéticas; aspectos relacionados à
microcefalia; drogas de abuso como problema de saúde pública; fatores relacionados
à subnotificação de sífilis; relatos de casos sobre padrões de diferentes neoplasias,
entre outros.
Sendo assim, almejamos que esta obra colabore com os profissionais de
saúde, atualizando os conhecimentos destes sobre algumas patologias emergentes
e reemergentes e assim, norteie o desenvolvimento de estratégias de prevenção e
paralelamente embase o tratamento e manejo dos casos já existentes.

Nayara Araújo Cardoso


Renan Rhonalty Rocha
SUMÁRIO

CAPÍTULO 1................................................................................................................. 1
A DROGA, O ÁLCOOL E SEUS PREJUÍZOS
Luana Papalardo Brandão
Sarah Bárbara Campagnolo
Lohanne Oliveira Carneiro
Verônica Ferreira Ferraz
Lorena Oliveira Nunes
Amanda Carísio Sobrinho
Marcos Leandro Pereira
DOI 10.22533/at.ed.1461920061

CAPÍTULO 2................................................................................................................. 9
A IDENTIFICAÇÃO DOS FATORES DE SUBNOTIFICAÇÃO DA SÍFILIS AO COMPARAR DADOS
OBTIDOS NO SISTEMA DE INFORMAÇÃO DE AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO (SINAN) COM OS DE
UMA UNIDADE DE SAÚDE DA FAMÍLIA DO MUNICÍPIO DE VILA VELHA - ES
Gabriela Costalonga Pattuzzo
Ana Maria Bartels Rezende
Carolline Panetto da Silva
Heitor de Angeli Almeida
Izabella Caser Lopes de Faria
João Victor Schimith Corcino de Freitas
Kamille Lirio Ramos
Leticia Stefanelli Potsch
Marcela Nascimento Perciano
Mariana Olympio Rua
Paloma Casotti Bozzi
Renato Lannes Magalhães Marques
Vitor Manzolli Martinelli
Waleska Souza Reisman
DOI 10.22533/at.ed.1461920062

CAPÍTULO 3............................................................................................................... 18
A MICROCEFALIA POR SÍNDROME CONGÊNITA DO ZIKA VÍRUS NAS MÃOS DE FUTUROS
FISIOTERAPEUTAS: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA
Elias Elijeydson de Menezes
Italine Maria Lima de Oliveira Belizário
Jordânia Maria Barbosa da Silva
José Davi Nunes Martins
Patrícia da Silva Taddeo
Paulo Fernando Machado Paredes
DOI 10.22533/at.ed.1461920063

CAPÍTULO 4............................................................................................................... 24
ALTERAÇÕES GESTACIONAIS CAUSADAS POR DROGAS DE ABUSO
Fernanda Folla Pompeu Marques
Ana Carolina Paim Guimarães
Mércia Tancredo Toledo
DOI 10.22533/at.ed.1461920064

SUMÁRIO
CAPÍTULO 5............................................................................................................... 36
ANÁLISE E SENSIBILIDADE DO PERFIL BACTERIOLÓGICO EM CULTURAS DE PONTA DE
CATETERES NO LABORATÓRIO CENTRAL DE SAÚDE PÚBLICA DO ESTADO DO PIAUÍ
Wallyson André dos Santos Bezerra
Jéssica Milena Moura Neves
Kelly Maria do Rêgo Silva
Tatiana Vieira Sousa Chaves
Leilane Ribeiro de Sousa
Iluska Martins Pinheiro
DOI 10.22533/at.ed.1461920065

CAPÍTULO 6............................................................................................................... 46
ANGIOMIOLIPOMA RENAL GIGANTE: RELATO DE CASO
Isadora Matias Couto
Nathália Chinellato de Lima Oliveira
Bruna Fachetti Jubé Ribeiro
João Victor Muniz Silvestre de Lima
DOI 10.22533/at.ed.1461920066

CAPÍTULO 7............................................................................................................... 48
BRAIN STIMULATION USED AS BIOFEEDBACK IN NEURONAL ACTIVATION OF THE TEMPORAL
LOBE AREA IN AUTISTIC CHILDREN
Vernon Furtado da Silva
Estélio Henrique Martins Dantas
Patrícia da Cruz Araruna Oliveira
Kaliny Monteiro Simões
Maria Auxiliadora Freire Siza
Mauricio Rocha Calomeni
DOI 10.22533/at.ed.1461920067

CAPÍTULO 8............................................................................................................... 59
CARCINOMA POUCO DIFERENCIADO DE CÉLULAS EM ANEL DE SINETE EM PAPILA DUODENAL:
UM RELATO DE CASO
Matheus Henrique Benin Lima
Mariana Mafalda Magalhães
Letícia Eickhoff
Daniel Navarini
DOI 10.22533/at.ed.1461920068

CAPÍTULO 9............................................................................................................... 63
ESTUDO MORFOLÓGICO E MORFOMÉTRICO DA AMPOLA HEPATOPANCREÁTICA
Fernanda Marcante Carlotto
Jaline Ribeiro da Silva
Marcos Dal Vesco Neto
Jorge Roberto Marcante Carlotto
Lucas Duda Schmitz
Juarez Antonio Dal Vesco
DOI 10.22533/at.ed.1461920069

SUMÁRIO
CAPÍTULO 10............................................................................................................. 67
FORMIGAS COMO VETOR DE PROPAGAÇÃO BACTERIANA NO CONJUNTO HOSPITALAR DE
SOROCABA – SP
Pedro Luís Escher Escobosa Parron
Patrícia Junqueira Maia Soares
Marcela Pellegrini Peçanha
Amantina Aparecida Costa
Ângela Maria Carrocci
Neil Ferreira Novo
Ana Eugênia de Carvalho Campos
Clarice Queico Fujimura Leite
DOI 10.22533/at.ed.14619200610

CAPÍTULO 11............................................................................................................. 79
HEMORRAGIA DIGESTIVA NO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO: ANÁLISE QUANTITATIVA E
QUALITATIVA DOS DIAGNÓSTICOS NA EMERGÊNCIA DA UNIDADE ESTADUAL DE REFERÊNCIA:
HOSPITAL DÓRIO SILVA
Jeinnifer Zanardo Coaioto
Igor Morais Araújo Lopes
Kamilla Karine Costa Silva
Rialla Greque Machado
Dyanne Moysés Dalcomunne
DOI 10.22533/at.ed.14619200611

CAPÍTULO 12............................................................................................................. 85
IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS CAUSADOS POR METAIS PESADOS: ROMPIMENTO DA
BARRAGEM DE MARIANA
Maria Eduarda de Oliveira Pereira Rocha
Gabriella Alves Costa
Larissa Souza Gonçalves
Renato Sérgio Cavalcante Batista
Fabíola de Almeida Brito
DOI 10.22533/at.ed.14619200612

CAPÍTULO 13............................................................................................................. 97
INCIDÊNCIAS DA DOENÇA DE CHAGAS NO ESTADO DO MARANHÃO
Maria Madalena Corrêa Melo
Fabricio Viana Sousa
Gustavo Henrique Rodrigues Vale de Macedo
Sabrina Louhanne Corrêa Melo
Andréia Meneses da Silva
DOI 10.22533/at.ed.14619200613

SUMÁRIO
CAPÍTULO 14........................................................................................................... 107
LESÃO RENAL AGUDA ASSOCIADA AO AFOGAMENTO: RELATO DE CASO
Rafael Sampaio Oliveira
Alice Pignaton Naseri
Dyanne Moyses Dalcomune
Antonio Freitas Netto
Elisama Pimentel Damiani
Lucas Bassetti Médici
Muriell Camara Lombardi
Pedro Victor de Assis Cotias
DOI 10.22533/at.ed.14619200614

CAPÍTULO 15........................................................................................................... 113


PREVALÊNCIA DE CAQUEXIA EM PACIENTES ONCOLÓGICOS E FATORES ASSOCIADOS
Natália Fernandes dos Santos
Rayara Tácila Ferreira Santos
Kezia Cristina dos Santos Cunha
Andrea Cláudia Menezes Paz Barros
Isabel Cristina Leal
Laís Leilane Bastos Silva
Ana Paula Ferreira dos Santos
Ana Carolina Pereira de Mello Moura
Kleres Luciana Gomes Dias da Silva
Edla Karina Cabral
Tamires Regina da Silva Cunha
DOI 10.22533/at.ed.14619200615

CAPÍTULO 16........................................................................................................... 123


PRIMARY NEUROENDOCRINE NEOPLASM OF THE ESOPHAGUS – REPORT OF 14 CASES FROM
A SINGLE INSTITUTE AND REVIEW OF THE LITERATURE
Francisco Tustumi
Rodrigo Hideki Uema
Flavio Roberto Takeda
Guilherme Luiz Stelko Pereira
Ulysses Ribeiro Junior
Rubens Antônio Aissar Sallum
Ivan Cecconello
DOI 10.22533/at.ed.14619200616

CAPÍTULO 17........................................................................................................... 141


SÍNDROME DE PHELAN-MCDERMID E CROMOSSOMO 22 EM ANEL:RELATO DE CASO
Gabriela Dias Nunes
Heloísa Baptista Sequin
Marcelle Relva de Moraes
Aline Andruskevicius Castro
Rodrigo Ambrosio Fock
Mileny Esbravatti Stephano Colovati
Mirlene Cecília Soares Pinho Cernach
DOI 10.22533/at.ed.14619200617

SUMÁRIO
CAPÍTULO 18........................................................................................................... 151
TUMOR CARCINOIDE PRIMÁRIO DO OVÁRIO: RELATO DE CASO
Rosiméri Gerlach
Vinícius Paz Lorenzoni
Vitória Treichel Cazarotto
DOI 10.22533/at.ed.14619200618

SOBRE OS ORGANIZADORES............................................................................... 154

SUMÁRIO
CAPÍTULO 10

FORMIGAS COMO VETOR DE PROPAGAÇÃO


BACTERIANA NO CONJUNTO HOSPITALAR DE
SOROCABA – SP

Pedro Luís Escher Escobosa Parron Unidade Laboratorial de Referência em Pragas


Acadêmico do Curso de Medicina, Pontifícia Urbanas, Instituto Biológico
Universidade Católica de São Paulo, Faculdade São Paulo – São Paulo
de Ciências Médicas e da Saúde Clarice Queico Fujimura Leite
Sorocaba – São Paulo Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita
Patrícia Junqueira Maia Soares Filho”, Faculdade de Ciências Farmacêuticas
Acadêmica do Curso de Medicina, Pontifícia Araraquara – São Paulo
Universidade Católica de São Paulo, Faculdade
de Ciências Médicas e da Saúde
Sorocaba – São Paulo
RESUMO: Infecções hospitalares constituem
Marcela Pellegrini Peçanha
uma problemática em hospitais mundialmente.
Docente do Departamento de Morfologia e
Elas elevam índices de morbidade e mortalidade
Patologia, Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo, Faculdade de Ciências Médicas e da e geram custos adicionais consequentes da
Saúde hospitalização prolongada e do seu tratamento
Sorocaba – São Paulo complexo. A sua disseminação pode ser
Amantina Aparecida Costa executada por formigas, as quais atuam como
Departamento de Morfologia e Patologia, vetores mecânicos de agentes infecciosos
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, nosocomiais, dada a sua capacidade de
Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde ocupar esses ambientes e de se deslocar
Sorocaba – São Paulo transportando microrganismos patogênicos,
Ângela Maria Carrocci constituindo perigo potencial à saúde
Departamento de Morfologia e Patologia, pública. Este trabalho visou isolar, identificar,
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo,
analisar e submeter ao antibiograma possíveis
Faculdade de Ciências Médicas e da Saúde
patógenos transportados por formigas em
Sorocaba – São Paulo
setores do Conjunto Hospitalar de Sorocaba
Neil Ferreira Novo
(CHS), comparando-os aos microrganismos
Docente do Departamento de Morfologia e
Patologia, Pontifícia Universidade Católica de isolados nos locais de coleta, a fim de gerar
São Paulo, Faculdade de Ciências Médicas e da dados que subsidiem prevenção e controle
Saúde desses vetores. As formigas foram coletadas em
Sorocaba – São Paulo diversos setores do CHS de forma asséptica,
Ana Eugênia de Carvalho Campos incubadas no laboratório de microbiologia da

Novos Paradigmas de Abordagem na Medicina Atual 2 Capítulo 10 67


FCMS e bactérias carreadas foram isoladas. Os locais de coleta foram verificados
quanto a sua contaminação. As bactérias isoladas foram identificadas e o nível de
contaminação dos insetos e do ambiente foi comparado, avaliando o potencial das
formigas em atuar como vetores de agentes infecciosos nosocomiais. Os dados
obtidos foram comparados com estudo prévio do mesmo local, “Formigas como Vetor
de Propagação Bacteriana no Conjunto Hospitalar de Sorocaba, SP” por Peçanha
(2000). Houve predomínio de bactérias Gram positivas (58,72%) isoladas das formigas,
principalmente Staphylococcus coagulase negativa. Os antibiogramas revelaram
elevado perfil de resistência às drogas testadas, confirmado pela presença de cepas
MRSA (Methicillin-resistant Staphylococcus aureus) e VRE (Vancomycin-resistence-
Enterococcus). Concluiu-se que as formigas atuam como vetores mecânicos de
bactérias no ambiente intra-hospitalar.
PALAVRAS-CHAVE: formigas, vetores de doenças, infecção hospitalar, testes de
sensibilidade microbiana, resistência microbiana a medicamentos.

ANTS AS VECTOR FOR BACTERIAL PROPAGATION IN THE “CONJUNTO


HOSPITALAR DE SOROCABA – SP”

ABSTRACT: Hospital infections are a problem in hospitals worldwide. They raise


morbidity and mortality rates and generate additional costs resulting from prolonged
hospitalization and its complex treatment. Its dissemination can be run by ants, which
act as mechanical vectors of nosocomial infectious agents, given their ability to occupy
these environments and to move carrying pathogenic microorganisms, constituting a
potential danger to public health. This work aimed to isolate, identify, analyze and submit
to the antibiogram some possible pathogens carried by ants in Sorocaba Hospital
Complex (CHS) sectors, comparing them to the isolated microorganisms in the collection
sites, in order to generate data that support the prevention and control of these vectors.
The ants were collected in several sectors of the CHS aseptically, incubated in the
FCMS microbiology laboratory and the carried bacteria isolated. The collection sites
were inspected for contamination. The isolated bacteria were identified and the insect
and environment contamination level was compared, evaluating the potential of ants to
act as vectors of nosocomial infectious agents. The data obtained were compared with
previous study of the same site, “Ants as Vector of Bacterial Propagation in Hospital
Set of Sorocaba, SP” by Peçanha (2000). There was a predominance of Gram positive
bacteria (58.72%) isolated from ants, mainly coagulase negative Staphylococcus.
The antibiograms revealed a high resistance profile to the drugs tested, confirmed
by the presence of MRSA (Methicillin-resistant Staphylococcus aureus) and VRE
(Vancomycin-resistance-Enterococcus) strains. It was concluded that the ants act as
mechanical vectors of bacteria in the in-hospital environment.
KEYWORDS: ants, disease vectors, cross infection, microbial sensitivity tests, microbial
drug resistance.

Novos Paradigmas de Abordagem na Medicina Atual 2 Capítulo 10 68


1 | INTRODUÇÃO

O ambiente hospitalar é capaz de selecionar agentes infecciosos resistentes


em decorrência do uso exacerbado de antimicrobianos, de concentrar pessoas com
vulnerabilidades variadas à infecção e de ser local de vasta realização de procedimentos
invasivos. Portanto ele se caracteriza como um ambiente favorável à propagação da
infecção hospitalar (PEÇANHA, 2000).
A definição de infecção hospitalar, de acordo com o Ministério da Saúde, é “aquela
adquirida após a admissão do paciente e que se manifeste durante a internação
ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação ou procedimentos
hospitalares” (BRASIL, 1998).
Essas infecções, também chamadas de Infecções Relacionadas à Assistência à
Saúde (IRAS), constituem a principal causa do aumento da morbimortalidade hospitalar,
além de serem responsáveis por aumentar o tempo de internação dos pacientes e,
consequentemente, elevar os gastos dos hospitais e reduzir a rotatividade dos seus
leitos (LOPES, 2010). O atendimento de um paciente nessas condições tem os custos
elevados em até três vezes, configurando um problema não só de saúde pública, mas
também de ordem econômica (MOURA, 2007).
A obtenção de dados fidedignos a respeito de infecções no Brasil é dificultada
pelo fato de as IRAS serem subnotificadas nos hospitais. Ainda assim, de acordo com
Panorama do Controle da Infecção Hospitalar (PCIH), realizado pela Agência Nacional
de Vigilância Sanitária (ANVISA), a taxa de infecção hospitalar no país corresponde
a 9%, porém, em determinadas instituições, ela pode chegar a 88,23% (OLIVEIRA,
2016).
Evidencia-se, então, a necessidade reforçar a observância de princípios básicos
do controle das infecções hospitalares, por meio de ações educativas aos profissionais
de saúde, aumentando sua capacidade efetiva de auto avaliação e de conscientização
(TANAKA, 2007).
Esse cenário é agravado pelo crescente presença de microrganismos
multirresistentes, considerando que, devido a sua dificuldade ou até impossibilidade
de eliminação, ele pode levar o paciente ao óbito. A multirresistência é adquirida
pela pressão seletiva dentro do ambiente hospitalar, potencializada em decorrência
da constante e até mesmo abusiva utilização de uma variada gama de antibióticos.
(PEÇANHA, 2000).
A etiologia das infecções hospitalares pode ser endógena ou exógena. Quando se
trata de fatores endógenos a prevenção é limitada. Por outro lado, há uma possibilidade
maior de prevenção quando o processo infeccioso é exógeno, ou seja, causado por
microrganismos que acessam o hospedeiro por via aérea ou pelo contato com veículo
comum ou vetor (TANAKA, 2007).
As formigas podem representar um vetor mecânico que veicula potenciais
agentes patogênicos de origem exógena, vetor mecânico. Nesse contexto, quando

Novos Paradigmas de Abordagem na Medicina Atual 2 Capítulo 10 69


em ambientes hospitalares, elas devem ser tratadas como ameaça potencial à saúde
pública (TANAKA, 2007).
As formigas são artrópodes da classe Insecta, ordem Hymenoptera e família
Formicidae. Acredita-se que existam mais de 15.000 espécies, das quais 1% é tido
como pragas e menos de 50 espécies são consideradas adaptadas ao ambiente
urbano (ALVES, 2016).
No ambiente hospitalar, esses artrópodes atuam como vetores mecânicos de
transporte de agentes infectantes (bactérias, vírus ou fungos) após contato com material
contaminado, levando os microrganismos de seus reservatórios até o hospedeiro em
potencial, constituindo, assim, uma associação direta com o problema de infecção
hospitalar (COUCEIRO, 2012).
No meio urbano, a alta concentração de formigas é reflexo da sua adaptação
gradual ao comportamento humano e até mesmo sua dependência dele. Geralmente,
elas são atraídas principalmente por compostos adocicados, como alimentos ou
medicamentos, mas podem ser atraídas por fontes de nutrientes proteicos e compostos
utilizados em procedimentos de descontaminação. Além de sua complexa organização
social, são capazes de se locomover por grandes distâncias, inclusive no ambiente
hospitalar, uma vez que percorrem três centímetros por segundo, funcionando,
assim, como carreadores dos microrganismos aderidos em sua superfície corporal
(SILVESTRE, 2000). O reduzido tamanho de algumas permite acesso a inúmeros
locais, inclusive material estéril embalado. No Brasil, os estudos sobre formigas em
ambientes urbanos se iniciaram na década de 1980 e, atualmente, o país é o segundo
com mais publicações sobre o tema no mundo (MELO; DELABIE, 2017).
A presença de formigas em hospitais é influenciada por como a estrutura
arquitetônica, aspectos climáticos, a proximidade a residências e a alta circulação de
pessoas com roupas e objetos que podem conter ninhos de formigas (ZARZUELA,
2002).
A erradicação de formigas em prédios hospitalares é complexa, pois o uso de
métodos convencionais, como a aplicação de inseticidas, aerossóis e pós-químicos,
pode ser lesivo ao ambiente e às pessoas, além de poder intensificar o processo de
fragmentação das colônias, levando à proliferação de ninhos e elevando a população
ativa desses artrópodes (LOPES, 2010). Portanto, é necessário que a infestação seja
caraterizada para subsidiar ação controle das formigas nesse tipo de ambiente.

2 | OBJETIVOS

Confirmar o potencial das formigas como vetores mecânicos de transmissão


de microrganismos nesse ambiente e determinar o perfil de sensibilidade às drogas
das bactérias isoladas, a fim de gerar dados que subsidiem ações educativas,
complementando programas de prevenção e controle de infecções hospitalares. Por
fim, realizar estudo comparativo ao estudo anterior realizado no mesmo conjunto

Novos Paradigmas de Abordagem na Medicina Atual 2 Capítulo 10 70


hospitalar por Peçanha (2000) em tese de doutorado.

3 | MATERIAIS E MÉTODOS

No período de setembro de 2016 a fevereiro de 2017, formigas foram colhidas


com a finalidade de isolar os possíveis patógenos que estivessem sendo transportados
no momento da coleta, iniciando assim, a verificação do seu nível de contaminação
e da relação com a contaminação do local de onde eram colhidas. Os setores do
CHS de Clínica Médica masculina e feminina, Clínica Cirúrgica masculina e feminina,
Nefrologia, Pediatria, Maternidade e Queimados foram visitados e, em cada um deles,
feitas de dez a onze coletas em diferentes horários, inclusive de madrugada.
As formigas foram coletadas e introduzidas, assepticamente em tubos de ensaio
de meio BHI. Também era realizada a amostragem da superfície do local de onde a
formiga havia sido retirada, com o auxílio de um swab estéril, para a verificação da
contaminação ambiental.
As amostras eram encaminhadas ao laboratório de Microbiologia da Faculdade
de Ciências Médicas e Biológicas da PUC-SP e incubadas a 35ºC, por no máximo 48h.
As culturas sem crescimento eram descartadas.
O material dos tubos com crescimento era semeado em Ágar MacConkey e Ágar
Sangue 5% com azida. Após incubação de 24 horas a 35°C, as colônias isoladas foram
caracterizadas morfologicamente e identificadas bioquimicamente. Todas as bactérias
potencialmente patogênicas isoladas das formigas e foram, em seguida, submetidas
aos testes de sensibilidade a antimicrobianos pela técnica de disco difusão.

4 | RESULTADOS

Os resultados do isolamento de bactérias das formigas e de seus respectivos


locais de coleta são apresentados nas Tabelas 1 e 2.
Das 156 formigas coletadas, 60 albergavam bactérias potencialmente
patogênicas, 41 carreavam exclusivamente o Bacillus sp. e de 55 não foram obtidos
isolados, como pode ser visto na Tabela 1.
Do total de 117 cepas de bactérias isoladas das formigas, 54 foram Bacillus sp.
e 63 foram consideradas potencialmente patogênicas, sendo verificado o predomínio
de bactérias Gram positivas, com 37 cepas. Destas, Staphylococcus coagulase
negativa foi o mais frequente, com 25 cepas isoladas. Dentre as 26 cepas de bactérias
Gram negativas identificadas, 7 foram Citrobacter freundii, 6 Citrobacter diversus, 4
Escherichia coli, como pode ser visto na Tabela 2.
Os resultados do antibiograma podem ser vistos nas Tabelas 3, 4, 5 e 6.

Novos Paradigmas de Abordagem na Medicina Atual 2 Capítulo 10 71


Presença Presença Ausência Total de
apenas de de bactérias de amostragens
Bacillus spp. potencialmente bactérias
patogênicas
Nº % Nº % Nº % Nº %
Formigas 41 26,28 60 38,46 55 35,26 156 100
Ambiente 104 66,66 44 28,20 8 5,12 156 100

TABELA 1 – Frequência de culturas positivas para bactérias de amostras de formigas e do


ambiente coletadas no Conjunto Hospitalar de Sorocaba

Espécie de bactérias Nº de % (n = 63)


cepas
isoladas
Staphylococcus coagulase negativa 25 39,68
Staphylococcus aureus 9 14,28
Citrobacter freundii 7 11,11
Citrobacter diversus 6 9,53
Escherichia coli 4 6,35
Klebsiella pneumoniae 4 6,35
Enterococcus sp. 3 4,76
Acinetobacter sp. 2 3,17
Enterobacter aerogenes 1 1,59
Pseudomonas aeruginosa 1 1,59
Enterobacter cloacae 1 1,59

TABELA 2 – Frequência de bactérias potencialmente patogênicas isoladas de formigas

As culturas de Staphylococcus coagulase negativa isoladas de formigas


apresentaram um nível elevado de resistência a ampicilina (92%), penicilina (88%),
ceftazidima (84%) e eritromicina (80%). De todas as vinte e cinco culturas, onze
apresentaram resistência a dez ou mais antibióticos dos quinze testados, dentre as
quais uma delas não foi sensível a nenhum dos antibióticos testados.
Quanto ao Staphylococcus aureus, foram isoladas nove cepas das amostras de
formigas e nenhuma delas apresentou resistência a mais de dez antibióticos, porém
houve resistência a ceftazidima, eritromicina e penicilina em 77,78% dos casos.
As três cepas restantes do grupo das Gram positivas encontradas nas formigas
foram as de Enterococcus sp., das quais houve 100% de resistência aos antibióticos
ceftazidima e oxacilina. Nota-se, portanto, um perfil de resistência significativo em
relação à ceftazidima.
No grupo dos Gram negativos, a espécie com maior número de cepas isoladas
foi o Citrobacter sp.. Foram sete cepas de Citrobacter freundii, das quais 71,43%
apresentaram resistentência à amoxacilina, ampicilina e ceftazidima, e nenhuma delas
foi resistente a dez ou mais antibióticos. Já o Citrobacter diversus teve seis cepas
isoladas, com resistência de 100% a ampicilina, ceftazidima, cloranfenicol, amoxacilina
e ceftriaxona, além de 83,33% de resistência a cotrimoxazol, aztreonam, cefepima e

Novos Paradigmas de Abordagem na Medicina Atual 2 Capítulo 10 72


cefotaxima. Destas cepas, 66,67% foram resistentes a dez ou mais antibióticos dos
quinze testados.
Para as quatro cepas isoladas de Escherichia coli, houve resistência a ampicilina
e a amoxacilina em 100% dos casos, enquanto a cefotaxima e a ceftriaxona tiveram
resistência em 75% dos casos. Uma das cepas apresentou perfil de sensibilidade a
apenas quatro das drogas testadas.
Nos quatro isolados de Klebisiella pneumoniae constatou-se 100% de resistência
a ampicilina, ceftazidima e amoxacilina. Já os isolados de Acinetobacter apresentaram
um padrão importante de resistência às drogas testadas, sendo 100% para
ampicilina, ceftazidima, amoxacilina, aztreonam, cefepima e cefoxitina. Um isolado
de Pseudomonas aeruginosa, foi sensível a apenas três antibióticos: ceftazidima,
ciprofloxacina e aztreonam.
A única cepa de Enterobacter cloacae foi sensível apenas a três antibióticos
e, em contrapartida, a cepa de Enterobacter aerogenes teve um perfil de 100% de
sensibilidade às drogas testadas.

Staphylococcus Staphylococcus Enterococcus


coagulase aureus sp.
negativa
Nº % Nº % Nº %
Amicacina 4 16 0 0 2 66,67
Ampicilina 23 92 4 44,44 0 0
Ceftazidima 21 84 7 77,78 3 100
Cloranfenicol 16 64 2 22,22 0 0
Cotrimoxazol 11 44 3 33,33 2 66,67
Gentamicina 3 12 0 0 2 66,67
Ciprofloxacino 5 20 1 11,11 2 66,67
Tetraciclina 10 40 1 11,11 0 0
Tobramicina 10 40 1 11,11 2 66,67
Clindamicina 16 64 2 22,22 1 33,33
Cefalotina 11 44 0 0 0 0
Vancomicina 9 36 0 0 1 33,33
Penicilina 22 88 7 77,78 0 0
Oxacilina 17 68 3 33,33 3 100
Eritromicina 20 80 7 77,78 0 0
TABELA 3 - Perfil de resistência aos antimicrobianos dos cocos Gram positivos isolados de
formigas

Citrobacter Citrobacter Escherichia


freundii diversus coli
Nº % Nº % Nº %
Amicacina 0 0 0 0 0 0
Ampicilina 5 71,43 6 100 4 100
Ceftazidima 5 71,43 6 100 2 50
Cloranfenicol 3 42,86 6 100 1 25
Cotrimoxazol 4 57,14 4 66,67 1 25

Novos Paradigmas de Abordagem na Medicina Atual 2 Capítulo 10 73


Gentamicina 0 0 1 16,67 1 25
Ciprofloxacino 1 14,29 1 16,67 1 25
Tetraciclina 2 28,57 3 50 1 25
Tobramicina 2 28,57 1 16,67 3 75
Amoxicilina + Ácido. 5 71,43 6 100 4 100
Clavulânico
Aztreonam 3 42,86 5 83,33 2 50
Cefepima 1 14,29 5 83,33 2 50
Cefoxitina 4 57,14 5 83,33 2 50
Cefotaxima 4 57,14 3 50 3 75
Ceftriaxona 4 57,14 6 100 3 75

TABELA 4 – Perfil de resistência aos antimicrobianos dos cocos Gram negativos isolados de
formigas

Klebsiella Acinetobacter Enterobacter


pneumoniae sp. aerogenes
Nº % Nº % Nº %
Amicacina 0 0 0 0 0 0
Ampicilina 4 100 2 100 0 0
Ceftazidima 4 100 2 100 0 0
Cloranfenicol 3 75 0 0 0 0
Cotrimoxazol 3 75 1 50 0 0
Gentamicina 0 0 0 0 0 0
Ciprofloxacino 0 0 0 0 0 0
Tetraciclina 1 25 1 50 0 0
Tobramicina 0 0 0 0 0 0
Amoxicilina + Ácido Clavulânico 4 100 2 100 0 0
Aztreonam 1 25 2 100 0 0
Cefepima 3 75 2 100 0 0
Cefoxitina 2 50 2 100 0 0
Cefotaxima 3 75 0 0 0 0
Ceftriaxona 3 75 0 0 0 0

TABELA 5 – Perfil de resistência aos antimicrobianos dos cocos Gram negativos isolados de
formigas

Pseudomonas Enterobacter
aeruginosa cloacae
Nº % Nº %
Amicacina 0 0 0 0
Ampicilina 1 100 1 100
Ceftazidima 0 0 1 100
Cloranfenicol 1 100 1 100
Cotrimoxazol 1 100 1 100
Gentamicina 1 100 0 0
Ciprofloxacino 0 0 1 100
Tetraciclina 1 100 0 0
Tobramicina 1 100 1 100

Novos Paradigmas de Abordagem na Medicina Atual 2 Capítulo 10 74


Amoxicilina + 1 100 1 100
Ácido Clavulânico
Aztreonam 0 0 0 0
Cefepima 1 100 1 100
Cefoxitina 1 100 1 100
Cefotaxima 1 100 1 100
Ceftriaxona 0 0 1 100

TABELA 6 – Perfil de resistência aos antimicrobianos dos cocos Gram negativos isolados de
formigas

5 | DISCUSSÃO

Nesse estudo, os dados obtidos demonstraram diferença quantitativa entre o


nível de contaminação do ambiente em relação às formigas, constatando-se 63 cepas
de bactérias potencialmente patogênicas isoladas das formigas contra 45 do ambiente.
Comparando-se as espécies de cepas isoladas das formigas e dos respectivos
locais de coleta, de todas as 156 amostragens, houve apenas 13 casos em que a
mesma espécie de cepa foi isolada simultaneamente da formiga e ambiente em
que estava, o que corresponde a somente 8,33% do total de amostras. Apesar de
não estarem à disposição dos pesquisadores meios de identificação molecular das
bactérias, impossibilitando afirmar que a cepa presente no ambiente era a mesma
isolada da formiga, esses dados sugerem que nessas 13 situações houve relação
íntima entre o sítio da coleta e a formiga. Isso indica que o artrópode provavelmente
não estava transportando bactérias de outro ambiente.
Porém, em 91,67% das amostragens, as bactérias isoladas do local da coleta
foram diferentes daquelas encontradas nas formigas. Essa elevada proporção contribui
significativamente para a conclusão de que o inseto estava atuando como vetor
mecânico de bactérias na grande maioria dos casos, propagando microrganismos de
um local infectado a outro não infectado.
Nesse estudo, três espécies de bactérias potencialmente patogênicas foram
isoladas somente das formigas, estando ausentes em todos os swabs, sendo elas
Klebisiella pneumoniae, Entrecoccus sp. e Acinetobacter sp., consideradas importantes
causadoras de infecção hospitalar (ASSIS, 2007). Por outro lado, as espécies Klebisiella
oxytoca, Sarcina sp. e Serratia liquefaciens têm potencial patogênico e foram isoladas
apenas do ambiente, não sendo encontradas nas formigas.
Ao comparar as bactérias isoladas do atual estudo com as da tese de Doutorado
de Peçanha (2000), realizado no mesmo conjunto hospitalar, nota-se que, das formigas,
a espécie Citrobacter diversus foi encontrada apenas nesse estudo, ao passo que
Peçanha (2000) identificou outras 10 espécies ausentes nessa pesquisa, sendo elas
Burkholderia cepacia, Burkholderia mallei, Morganella morganii, Pseudomonas putida,
Pseudomonas stutzeri, Pseudomonas vesicularis, Serratia liquefaciens, Serratia
marcescens, Shewanella putrefaciens e Stenotrophomonas maltophilia.

Novos Paradigmas de Abordagem na Medicina Atual 2 Capítulo 10 75


Trabalho realizado por Gonçalves (2016) apresentou o isolamento de cepas de
Staphylococcus aureus, Escherichia coli, Enterobacter sp., Proteus sp. e Serratia sp. a
partir de formigas atuando como vetores de propagação. O microrganismo encontrado
mais frequentemente foi o S. aureus, ao passo que, no atual estudo, ele foi o segundo
mais comum.
Em estudo realizado no Hospital Municipal Teixeira de Freitas – BA, por Oliveira
(2016), do total de 12 amostras de formigas analisadas houve, em 10 delas (83,3%),
isolamento e identificação de bactérias patogênicas dos grupos das enterobactérias
e dos estafilococos. Das 21 cepas de enterobactérias isoladas e identificadas, seis
(28,6%) foram de Arizona spp., seis (28,6%) de Enterobacter spp., quatro (19,1%) de
Hafnia spp., uma (4,8%) de Escherichia coli, uma (4,8%) de Kebsiella spp., uma (4,8%)
de K. oxytoca, uma (4,8%) de Yersinia enterocolitica e uma (4,8%) de Citrobacter
freundii. Destas bactérias, seis (28,6%) apresentaram resistência ao antimicrobiano
cloranfenicol, sendo elas Escherichia coli, Arizona spp., Enterobacter spp., Klebsiella
spp. e K. oxytoca. Das 15 cepas de estafilococos isoladas e identificadas, nove (60%)
foram de Staphylococcus coagulase negativa; três (20%) foram S. aureus coagulase
positiva; duas (13,35%) foram S. epidermidis e uma (6,65%) de S. saprophyticus.
Destas, cinco (33,3%) apresentaram resistência a algum tipo de antimicrobiano,
enquanto as outras dez (66,7%) foram sensíveis a todos os fármacos testados. Das
cepas de estafilococos resistentes, todas apresentaram resistência a oxacilina.
Já no presente estudo, em relação ao perfil de resistência apresentado pelas
bactérias isoladas, destaca-se o isolamento de quatro cepas de Staphylococcus
aureus das formigas, das quais três apresentaram resistência a oxacilina e uma
mostrou resistência intermediária a esse antibiótico. As cepas que apresentam esse
tipo de resistência são denominadas cepas MRSA (Methicillin-resistant Staphylococcus
aureus). Além disso, essas mesmas cepas MRSA foram resistentes à ampicilina
e à penicilina, o que conota um fato preocupante, tendo em vista a importância do
Staphylococcus aureus, uma bactéria altamente patogênica que, apesar de fazer parte
da microbiota natural do ser humano, pode causar diferentes infecções em diferentes
órgãos e tecidos, como septicemias, endocardites e pneumonias (GONÇALVES,
2016). Até então, a única droga que pode efetivamente tratar uma infecção nosocomial
por cepas MRSA é a vancomicina (QUEIROZ, 2004). Felizmente, nesse estudo, todas
as cepas de Staphylococcus aureus mostraram-se sensíveis a esse fármaco.
O aumento da importância das outras espécies do gênero Staphylococcus,
representadas nesse estudo por Staphylococcus coagulase negativa, foi relatado
por Peçanha (2000). No atual estudo, as cepas de Staphylococcus coagulase
negativa foram as mais prevalentes, tanto nas formigas quanto no ambiente, e o
perfil de resistência das cepas das formigas mostrou-se preocupante, pois 9 delas se
apresentaram resistentes tanto à oxacilina quanto à vancomicina, simultaneamente.
O gênero Enterococcus, tem recebido destaque no seu potencial como causador
de infecção hospitalar. Tem sido ressaltada a questão da disseminação de cepas
Novos Paradigmas de Abordagem na Medicina Atual 2 Capítulo 10 76
de Enterococcus resistentes a diversos antibióticos, em especial a Vancomycin-
resistence- Enterococcus (VRE), que foi encontrada nesse estudo e tem emergido
como uma problemática mundial de saúde pública (QUEIROZ, 2004).
A presença de bactérias com perfil superior de resistência, tais como cepas
MRSA e VRE, sugere que os microrganismos isolados a partir das formigas
provavelmente possuam origem intra-hospitalar, uma vez que as linhagens isoladas
de hospitais geralmente apresentam maiores taxas de resistência a uma determinada
gama de antibióticos. A relevância da presença de cepas resistentes nesse estudo
chama atenção para a importância de estabelecer alternativas preventivas, além de
normas e critérios para promover a erradicação dessas bactérias do local de onde são
encontradas (PEÇANHA, 2000).
A inobservância a respeito de algumas vias de transmissão de bactérias
potencialmente patogênicas resulta no fracasso em atuar de forma efetiva no combate
a esses microrganismos. O fato de se desconhecer ou se ignorar a relação entre
o contato dos pacientes e profissionais de saúde com o ambiente contaminado e,
consequentemente, com os elementos circulantes, favorece a propagação dos
patógenos e, por sua vez, de infecções hospitalares. As formigas são exemplos de
elementos circulantes, por transitarem livremente, adentrando ambientes contaminados
e recém-contaminados, disseminando cepas patogênicas (PEÇANHA, 2000).
O papel das formigas como vetor mecânico de propagação de cepas resistentes
deve ser considerado e contemplado em ações educativas da Comissão de Controle
de Infecção Hospitalar (CCIH), promovendo um controle integrado e eficiente desses
insetos nos hospitais.
Assim, é importante intensificar e sistematizar os dados referentes à contaminação
ambiental, a fim de criar alternativas viáveis e resolutivas para prevenir a ocorrência de
infecções hospitalares. Para tanto, faz-se necessário criar uma análise integrada de
todas as CCIH para promover uma ação conjunta que vise à prevenção e à erradicação
desses patógenos.

6 | CONCLUSÕES

As formigas são vetores mecânicos relevantes de bactérias potencialmente


patogênicas no ambiente intra-hospitalar, comprovando a sua relação com a
propagação de infecções hospitalares e o seu potencial perigo à saúde pública.
As bactérias Gram positivas apresentaram maior afinidade com as formigas,
representando 58,72% das cepas isoladas, apesar de serem a minoria no quesito
de diversidade de espécies encontradas, sendo três espécies Gram positivas e oito
espécies Gram negativas.
As bactérias encontradas no ambiente intra-hospitalar têm elevado perfil de
resistência aos antibióticos testados.
O papel das formigas na propagação de cepas resistentes deve ser considerado

Novos Paradigmas de Abordagem na Medicina Atual 2 Capítulo 10 77


e contemplado em ações educativas da CCIH, a fim de promover a prevenção e um
controle integrado e eficiente desses artrópodes no ambiente intra-hospitalar.

REFERÊNCIAS
ALVES, Clery Mariano da Silva et al. Mirmecofauna Urbana Hospitalar e seu Potencial como Vetor
de Agentes Infecciosos. Revista Vita et Sanitas da Faculdade União Goyaz, Goiás, v. 10, n. 2, p. 37-
44, jul./dez. 2016.

ASSIS, Denise Brandão de et al. Sistema de vigilância epidemiológica das infecções hospitalares
do estado de São Paulo: análise dos dados de 2005. BEPA, Bol. epidemiol. paul. (Online), São
Paulo, v. 4, n. 39, mar. 2007 . Disponível em: <http://periodicos.ses.sp.bvs.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S1806-42722007000300003&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 06 ago. 2017.

BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria Nº 2.616, de 12 de maio de 1998. Expede na forma de


anexos diretrizes e normas para a prevenção e controle das infecções hospitalares. Diário
Oficial da União 1998 jul.

COUCEIRO, Ana Paula Macedo Ruggiero. Avaliação do potencial das formigas como vetores
mecâncios de micobactérias em hospital especializado na assistência de pacientes de
tuberculose no Estado de São Paulo. 2012. Tese (Doutorado em Epidemiologia) - Faculdade de
Saúde Pública, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012. doi:10.11606/T.6.2012.tde-23052012-
094326. Acesso em: 2017-08-05.

GONÇALVES, Sheila Teixeira. Formigas: Vetores Mecânicos de Bactérias em Ambiente


Hospitalar. 2016. 44 f. Monografia (Graduação) – Curso de Farmácia, Faculdade de Educação e Meio
Ambiente, Ariquemes, 2016.

LOPES, C. A. Formigas como vetores de bactérias em ambiente hospitalar no município de


Bebedouro, São Paulo. 2010. 24 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Curso de
Ciências Biológicas, Faculdades Integradas Fafibe, Bebedouro, 2010.

MELO, Tércio da Silva; DELABIE, Jacques Hubert Charles. Ecologia e Conservação da


Biodiversidade de Formigas em Ambientes Urbanos. Formigas em ambientes urbanos no Brasil,
Bauru, v. 1, n. 2, p. 189 – 240, 2017.

OLIVEIRA, Bruna Rafaela Machado et al. Pesquisa de Enterobactérias e Estafilococos em


Formigas em Ambiente Hospitalar. Revista de Ciência & Tecnologia FATEC-JB, Jaboticabal, São
Paulo, v. 8, número especial, 2016.

PEÇANHA M. P. Formiga como vetor de propagação bacteriana no conjunto hospitalar de


Sorocaba – SP. Tese de Doutorado, Rio Claro, SP, 2000.

QUEIROZ, Neusa Santos de. A resistência bacteriana no contexto da infecção hospitalar. Texto
& Contexto Enfermagem, 2004. Disponível em: <http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=71409807>.
Acesso em: 04 ago. 2017.

SILVESTRE R. Estruturas de comunidades de formigas do cerrado. Tese de Doutorado.


Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. Ribeirão
Preto, SP, 2000.

TANAKA, I. I. et al. Bactérias veiculadas por formigas em ambiente hospitalar. Arquivos médicos
do ABC, São Paulo, v.32, n.2, 2007.

ZARZUELA M. F. M.; RIBEIRO M. C. C.; CAMPOS-FARINHA A. E. C. Distribuição de formigas


urbanas em um hospital da Região Sudeste do Brasil. ArqInstBiol,SãoPaulo,v. 69, 2002.

Novos Paradigmas de Abordagem na Medicina Atual 2 Capítulo 10 78


SOBRE OS ORGANIZADORES

Nayara Araújo Cardoso: Graduada com titulação de Bacharel em Farmácia com


formação generalista pelo Instituto Superior de Teologia Aplicada – INTA. Especialista
em Farmácia Clínica e Cuidados Farmacêuticos pela Escola Superior da Amazônia
– ESAMAZ. Mestre em Biotecnologia pela Universidade Federal do Ceará – Campus
Sobral. Membro do Laboratório de Fisiologia e Neurociência, da Universidade Federal do
Ceará – Campus Sobral, no qual desenvolve pesquisas na área de neurofarmacologia,
com ênfase em modelos animais de depressão, ansiedade e convulsão. Atualmente
é Farmacêutica Assistente Técnica na empresa Farmácia São João, Sobral – Ceará e
Farmacêutica Supervisora no Hospital Regional Norte, Sobral – Ceará.
Renan Rhonalty Rocha: Graduado com titulação de Bacharel em Farmácia com
formação generalista pelo Instituto Superior de Teologia Aplicada - INTA. Especialista
em Gestão da Assistência Farmacêutica e Gestão de Farmácia Hospitalar pela
Universidade Cândido Mendes. Especialista em Análises Clínicas e Toxicológicas pela
Faculdade Farias Brito. Especialista em Farmácia Clínica e Cuidados Farmacêuticos
pela Escola Superior da Amazônia - ESAMAZ. Especialista em Micropolítica da
Gestão e Trabalho em Saúde do Sistema Único de Saúde pela Universidade Federal
Fluminense. Farmacêutico da Farmácia Satélite da Emergência da Santa Casa de
Sobral, possuindo experiência também em Farmácia Satélite do Centro Cirúrgico.
Membro integrante da Comissão de Farmacovigilância da Santa Casa de Misericórdia
de Sobral. Farmacêutico proprietário da Farmácia Unifarma em Morrinhos. Foi
coordenador da assistência farmacêutica de Morrinhos por dois anos. Mestrando em
Biotecnologia pela Universidade Federal do Ceará.
Maria Vitória Laurindo: Graduada com titulação de Bacharel em Enfermagem
pelo Centro Universitário INTA – UNINTA. Foi bolsista no hospital da Santa Casa de
Misericórdia de Sobral (SCMS) no setor de Quimioterapia, participei do programa de
monitoria na disciplina de Patologia Humana e fui integrante do Projeto de Extensão
Humanização Hospitalar. Assim como, desenvolvi ações em educação e saúde como
extensionista para pacientes parturientes no hospital Santa Casa de Sobral (SCMS).
Pós-Graduanda em Urgência e Emergência pela Universidade Cândido Mendes –
UCAM.

Novos Paradigmas de Abordagem na Medicina Atual 2 Sobre os Organizadores 154

Você também pode gostar