Ana Leticia Obstetricia

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Graduação e Pós-graduação

ANA LETÍCIA DE SOUZA MELO DA SILVA

ENFERMAGEM NO PARTO E NASCIMENTO HUMANIZADO

Me. ENF. REYNALDO DE JESUS OLIVEIRA JÚNIOR

Portfólio avaliativo como requisito para obtenção da nota final

RESENDE

ABRIL 2024
REVISÃO DAS POLÍTICAS DE HUMANIZAÇÃO E ORGANIZAÇÕES DE APOIO.

O Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento foi instituído pelo


Ministério da Saúde através da Portaria/GM N.o 569, de 1/6/2000, subsidiado nas
análises das necessidades de atenção específica à gestante, ao recém-nascido e à
mãe no período pós-parto (MS, 2002).

O objetivo primordial do Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento


(PHPN) é assegurar a

melhoria do acesso, da cobertura e da qualidade do acompanhamento pré-natal, da


assistência ao parto e

puerpério às gestantes e ao recém-nascido, na perspectiva dos direitos de


cidadania.

OBJETIVO

O Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento

fundamenta-se nos preceitos de que a humanização da Assistência

Obstétrica e Neonatal é condição primeira para o adequado

acompanhamento do parto e do puerpério.

O Programa de Humanização no Pré-natal e Nascimento está estruturada nos


seguintes princípios:

✓ Toda gestante tem direito ao acesso a atendimento digno e

de qualidade no decorrer da gestação, parto e puerpério;

✓ Toda gestante tem direito de saber e ter assegurado o

acesso à maternidade em que será atendida no momento

do parto;

✓ Toda gestante tem direito à assistência ao parto e ao

puerpério e que esta seja realizada de forma humanizada e


segura, de acordo com os princípios gerais e condições

estabelecidas na prática médica;

✓ Todo recém-nascido tem direito à assistência neonatal de

forma humanizada e segura.

A QUEM ESTAS DIRETRIZES SE DESTINAM

✓ Mulheres em trabalho de parto com parto normal planejado

(espontâneo ou induzido) entre 37 e 42 semanas de gestação com

feto único, vivo e em apresentação cefálica;

✓ Gestantes com ruptura prematura de membranas no termo ou

imediatamente antes do parto;

✓ Parturientes que apresentarem eliminação de mecônio

imediatamente antes ou durante o trabalho de parto;

✓ Anormalidades ou complicações mais comuns encontradas na

assistência ao trabalho de parto e parto em todas as suas fases;

✓ Recém-nascido normal imediatamente após o parto e nas primeiras

horas de vida;

✓ Recém-nascido imediatamente após o parto na presença de líquido

meconial; recém-nascido normal em alojamento conjunto e no

momento da alta; e

✓ Aleitamento materno e estímulo à amamentação

SUMÁRIO DE RECOMENDAÇÕES
PROFISSIONAL QUE ASSISTE AO PARTO

INFORMAÇÕES E COMUNICAÇÃO

APOIO FISICO E EMOCIONAL

DIETA DURANTE O TRABALHO DE PARTO

MEDIDAS DE ASSEPSIA PARA O PARTO VAGINAL

AVALIAÇÃO DO BEM-ESTAR FETAL

ALÍVIO DA DOR NO TRABALHO DE PARTO

DEFINIÇÃO E DURAÇÃO DAS FASES DO PRIMEIRO PERÍODO DO TRABALHO


DE PARTO

PROPEDÊUTICA OBSTÉTRICA

ANATOMIA E FISIOLOGIA DO NASCIMENTO

As estruturas anatômicas envolvidas no nascimento são:

➢ Útero e Ligamentos uterinos

➢ Pelve e Estreitos da pelve

➢ Articulações

➢ Músculo importantes

➢ Assoalho pélvico

DIVISÕES DA PELVE

Pelve maior, falsa, anatômica: Porção integrante da cavidade abdominal.

Pelve menor, verdadeira, obstétrica: é encontrada entre as aberturas superior e


inferior da pelve e contém a genitália interna, o períneo e os órgãos distais do trato
urinário.

✓ estreito superior

✓ estreito médio

✓ estreito inferior
ESTREITO SUPERIOR LIMITES

✓ Promontório

✓ Asa do sacro

✓ Articulação sacro-ilíaca

✓ Linha inominada

✓ Eminência íleo-pectínea

✓ Borda superior do pube

Para estimar seu valor, é necessário através do toque vaginal alcançar o


promontório e medir até a borda inferior da sínfise púbica, subtraindo o valor
encontrado por 1,5 cm. Em média, a conjugata obstétrica mede 10,5 cm.

FISIOLOGIA E FATORES MECÂNICOS DO PARTO

A Contratilidade uterina é o fenômeno mais importante do trabalho de parto,


insispensável para fazer dilatar o colo e expulsar o concepto (Rezende, 2013).

A avaliação mais precisa da atividade do útero gravídico humano são os que


registram as pressões intrauterinas, sendo as:

 Amniótica

 Intramiometral

 Placentária

 Puerperal

ANÁLISE DA PRESSÃO INTRAUTERINA

O tônus uterino representa o menor valor registrado entre duas contrações. A


intensidade de cada contração é dada pela elevação que ela determina na pressão
amniótica, acima do tônus:

Frequência: compreende o número de contrações em 10 minutos.

Atividade Uterina: é o produto da intensidade das contrações pela frequência,


expressando o resultado em mmHg/10 minutos.

FUNÇÃO DA CONTRATILIDADE UTERINA


MANUTENÇÃO DA GRAVIDEZ

A progesterona tem a propriedade de diminuir a sensibilidade da célula miometrial


ao estímulo contrátil, grande parte da progesterona placentária alcança o miométrio
antes de ser carreada pela circulação sistêmica. Este componente local determina o
gradiente de concentração progesterônica no útero distanciando concentrações
placentárias impedindo assim o descolamento da placenta. Isto ocorre não só no
período da gravidez, mas também no trabalho de parto.

DILATAÇÃO DO ISTMO E DO COLO UTERINO

A contração encurta o corpo uterino e exerce tração longitudinal no seguimento


inferior, que expande, e no coloque progressivamente se apaga e se dilata. Ao
termo da gravidez, o orifício externo cervical atinge, em média 1,8cm nas nulípara e
2,2 nas multíparas.

DESCIDA E EXPULSÃO DO FETO

Estando a parte inferior do útero preso a pelve, principalmente pelos ligamentos


uterossacros, as metrossistoles encurta o corpo uterino e empurra necessariamente
o feto pela pelve expulsando-o para o exterior.

DESCOLAMENTO DA PLACENTA

Com a expulsão do feto, o corpo do útero adapta-se a grande redução volumétrica,


o encurtamento o útero é responsável pela desinsersão placentária, bastando
geralmente de 2 a 3 contrações para desloca-la do corpo uterino para o canal do
parto. Em média dura de 6 a 10 minutos, período sendo denominado de tempo
corporal, pois a placenta permanece no corpo uterino.

HEMOSTÁSE PUERPERAL

A atividade uterina no pós-parto é fundamental para coibir a hemorragia no sítio


placentário, quando a hemóstase depende fundamentalmente do tônus uterino, das
contrações e da retração das fibras musculares.

TEMPOS DO MECANISMO DO PARTO

 INSINUAÇÃO

 DESCIDA

 DESPRENDIMENTO
FASES CLÍNICAS DO PARTO

O trabalho de parto, a partir do seu estudo clínico, deve ser analisado em três fases
principais, sendo elas:

 DILATAÇÃO

 EXPULSÃO

 SECUNDAMENTO

ASSISTÊNCIA AO PARTO

O parto é um acontecimento natural, onde a mulher deve ser a protagonista do seu


parto, o profissional que assiste ao parto não o realiza, pois quem o realiza de fato é
a própria mulher. Nós profissionais da obstetrícia assistimos e auxiliamos ao parto,
se tudo estiver correndo naturalmente, este será nosso papel. Portanto há
momentos em que necessitamos intervi, e assim deixamos o papel de assistente do
parto para atuarmos de forma intervencionista.

ACELERAÇÃO DO TRABALHO DE PARTO

Geralmente ocorrerá quando é percebido que a intensidade e frequência da


contrações uterinas não está favorável, havendo assim uma diminuição da dinâmica
uterina. Nestes casos esta indicado a perfusão venosa de Ocitocina, que jamais
deve ser feita em bolus, devendo preferencialmente ser administrada sob bomba
insusora, devendo diluída 1 ampola (5 UI) em 500 ml de soro, e a recomendação é:

Dose inicial: 12 ml/hora (na ausência de bomba infusora realizar 4 gts/minuto);

A cada 14 a40 minutos, se necessário, aumentar a insusão em 1 a 2 um/minuto

É imprescindível a observação atenta da perfusão, averiguar, repetidamente, a


frequência das contrações e sua duração, bem como auscultar os BCFs.

ASSISTÊNCIA AO TRABALHO DE PARTO E PARTO PARTOGRAMA

Diversas medidas podem ser adotadas a fim de preparar a gestante para o


momento do parto ou mesmo para avaliar sua possibilidade de sucesso. O preparo
para o trabalho de parto e parto deve iniciar-se no pré-natal, seja individualmente
ou em grupos de gestantes. Esta ação tem como objetivo fazer com que a mulher
tenha conhecimento da fisiologia do parto e do cuidados que o cercam, para que
suas escolhas e sua participação no processo sejam consciente.
A OMS apresenta as seguintes recomendações na Assistência ao Parto:

 Condutas que são claramente úteis e que deveriam ser encorajadas

 Condutas claramente prejudiciais ou ineficazes e que deveriam ser


eliminadas

 Condutas frequentemente utilizadas de forma inapropriadas

 Condutas frequentemente utilizadas de modo inadequado

ASSITÊNCIA À DILATAÇÃO

Na admissão da gestante é fundamental diagnosticar corretamente a fase do


trabalho de parto, afim de evitar internações precoce, o que pode acarretar
intervenções desnecessárias. Em caso de dúvidas, o melhor a fazer é aguardar de
1 a 2 horas para uma reavaliação. Importante na admissão da paciente a realização
de cardiotocografia (CTG).

O toque vaginal, uni ou bidigital deve ser realizado de forma cautelosa e quando se
observa a necessidade. O toque vaginal além de desconfortável, pode causar
edema do colo dificultando a sua progressão no que se refere a dilatação e seu
apagamento apagamento.

VITALIDADE FETAL

A vitalidade fetal é aferida por meio da ausculta dos batimentos cardíacos do feto
BCF, procedimento indispensável para apresara-lhe a vitalidade fetal durante o
trabalho de parto. Os BCFs constituem a única manifestação clínica objetiva de
funcionamento do aparelho circulatório fetal, vigiando-os, será possível diagnosticar
o sofrimento fetal e instituir as medidas pertinentes.

CARDIOTOCOGRFIA

Exame que avalia a vitalidade fetal antes do nascimento. Costuma ser realizado a
partir da 26a semana de gestação, sendo mais indicado após 37 semanas da
gravidez ou em períodos próximos ao parto. Importante exame para o
acompanhamento do trabalho de parto, pois nos garante um registro gráfico da
vitalidade fetal, podendo ser identificado:

✓ Aceleração da Frequência cardiofetal;

✓ Dips ou Desaceleração da frequência cardiofetal: são quedas temporárias da


FCF e podem ser classificados em tardio, precoce, ou variável.

FCF BASAL

A linha de base na qual estão inscritas as variações tacométricas é denominada


FCF basal, seus limites estão entre 110 e 160 bpm. A FCF basal é determinada e
arredondada para aumentos de 5 bpm durante uma janela de 10 minutos, excluindo
acelerações, desacelerações e períodos de acentuada variedade (> 25 bpm). A
FCF basal anormal é denominada bradicardia quando < 110 bpme taquicardia >
160 bpm.

O PARTOGRAMA é um gráfico no qual são anotadas a progressão do trabalho de


parto e as condições da mãe e do feto. Caracteriza-se por ser um Sistema precoce
de aviso de anormalidades na evolução da dilatação cervical e da descida da
apresentação fetal na pelve.

CONCLUSÃO

Falar em humanização do parto e humanização da obstetrícia não quer dizer abrir


mão da tecnologia, mas reafirmar a necessidade de seu uso adequado, incluindo
as tecnologias leves. Menos toques vaginais, menos ocitocina desnecessária,
cuidado, mais espera: são esses os grandes desafios do aprendizado da
obstetrícia moderna.

Humanizar a assistência ao parto e ao nascimento implica em mudança de


atitudes e de condutas, por meio de uma assistência que garanta o respeito e a
sensibilidade com o trinômio mulher-criança-família. A humanização precisa ir
além de tratar bem as pessoas, envolvendo a valorização dos sujeitos e o respeito
às suas singularidades. Compreender o significado da humanização do parto e
suas implicações positivas na vida da mulher é ter um posicionamento voltado
para a atenção aos usuários. Nesse sentido, para que o profissional de saúde
possa oferecer um parto e nascimento humanizados, em primeiro lugar, faz-se
necessário dar voz às parturientes, ouvir suas queixas, seus anseios, suas
dúvidas e expectativas e, a partir disso, delinear as mudanças necessárias na
cena do parto.

Concluo também que através dos conhecimentos do professor adquirimos mais


segurança para que quando chegarmos na prática “real” concluir com êxito nossa
atividade. Aula muito dinâmica e bem clara, com muitas informações que na
maioria das vezes passa despercebido para o profissional. O olhar clínico deve
sempre existir, e isso o professor ensina bastante. O diferencial nas aulas foi a
prática, pois assim podemos ver como será quando cegar a nossa vez.
REFERÊNCIAS

1. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticos de Saúde. Área Técnica


de Saúde da Mulher. Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher.
Brasília: Ministério da Saúde, 2001.

2. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico


da Política Nacional de Humanização. Humaniza SUS: visita aberta e direito a
acompanhante. 2. ed. 4. reimp. Brasília: Ministério da Saúde, 2010.

3. BRASIL. Ministério da Saúde. Rede Cegonha. Atenção integral a saúde da


mulher e da criança. Estratégia de qualificação da atenção obstétrica e infantil.
Brasília: Ministério da Saúde, 2011.

4. HELMAN, Cecil G. Cultura, saúde e doença. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2003.

5. MALDONADO, Maria Tereza. Psicologia da Gravidez: parto e puerpério. 16. ed.


São Paulo: Saraiva, 2002. MOTT, Maria Lucia. Parto. Revista Estudos Feministas,
Florianópolis, v. 10, n. 2, p. 399-401, 2002.

6. NAGAHAMA, Elizabeth Eriko Ishida; SANTIAGO, Silvia Maria. A


institucionalização médica do parto no Brasil. Ciência e Saúde Coletiva, Rio de
Janeiro, v. 10, n. 3, p.651-657, 2005

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