Aula 3
Aula 3
Aula 3
Curso de Enfermagem
A MULHER NA
REDE DE ATENÇÃO
À SAÚDE II
Prof.ª Ms. Thaís Moreira Oliveira
Enfermeira – Escola de Enfermagem da UFMG
Mestre em Saúde e Enfermagem – Escola de Enfermagem – UFMG
Pós-graduação em Terapia intensiva, urgência e trauma - CMMG
Objetivos aula 05/09
• Aproximação acerca das Recomendações da Organização Mundial da Saúde para
os períodos: pré natal, intraparto e pós parto.
MEDIDAS PREVENTIVAS
CUIDADOS NO PRIMEIRO
ESTÁGIO DO TRABALHO DE
PARTO
CUIDADOS NO SEGUNDO
ESTÁGIO DO TRABALHO DE
PARTO
CUIDADOS NO TERCEIRO
ESTÁGIO DO TRABALHO DE
PARTO
CUIDADOS NO PUERPÉRIO
Cuidados intraparto para uma experiência
de parto positiva
• Cerca de 140 milhões de nascimentos ocorrem globalmente todos os anos entre
as mulheres sem fatores de risco para complicações para si ou seus bebês no início
e ao longo trabalho. No entanto, o momento do nascimento é crítico para a
sobrevivência das mulheres e seus bebês, risco de morbidade e mortalidade pode
aumentar consideravelmente se surgirem complicações.
• Agendas globais estão expandindo seu foco para garantir que as mulheres e seus
bebês não apenas sobrevivem ao parto complicações se ocorrerem, mas também
que prosperam e alcançar todo o seu potencial para a saúde e a vida.
Cuidados intraparto para uma experiência
de parto positiva
CUIDADOS RECOMENDADOS PARA O PROCESSO DE
NASCIMENTO
CUIDADOS AO
RECÉM-NASCIDO
SISTEMAS DE
SAÚDE E
INTERVENÇÕES DE
PROMOÇÃO DA
SAÚDE
Cuidados maternos e neonatais para uma
experiência pós-natal positiva
• O período pós-natal, aqui definido como o período que se inicia imediatamente
após o nascimento do bebê e se estende até seis semanas (42 dias), é um período
crítico para mulheres, recém-nascidos, parceiros, pais, cuidadores e famílias.
Ainda, durante este período, a carga de mortalidade e morbidade materna e
neonatal permanece inaceitavelmente alta, e as oportunidades para aumentar o
bem-estar materno e apoiar os cuidados com o recém-nascido não foram
totalmente utilizadas.
• Os serviços de cuidados pós-natais são um componente fundamental do
continuum de cuidados maternos, neonatais e infantis, e fundamental para
alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) sobre saúde
reprodutiva, materna e infantil, incluindo metas para reduzir as taxas de
mortalidade materna e acabar com as mortes evitáveis de recém-nascidos.
Recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS)
Recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS)
• Nos casos em que houver eliminação de material pelo colo uterino, compatível
com restos ovulares, providencie exame anatomopatológico.
Síndromes • Abortamento
hemorrágicas • Gravidez ectópica
• Doença trofoblástica
gestacional benigna (mola
Primeira hidatiforme
metade da
gestação
Abortamento
• É a morte ou expulsão ovular ocorrida antes de 22 semanas ou quando o concepto
pesa menos de 500g.
• Pode ser espontâneo ou provocado.
• O abortamento é dito precoce quando ocorre até a 12ª semana e tardio quando
ocorre entre a 13ª e a 22ª semanas.
Abortamento – Fatores etiológicos
Endocrinopatias (diabetes,
Alterações cromossomiais tireoidopatias, insuficiência Anemias graves
do corpo lúteo)
Ginecopatias (malformações
uterinas, miomatose uterina,
Anomalias do ovo e da alterações endometriais devido à
Sífilis na gestação
implantação curetagem uterina, infecções,
cicatrizes cirúrgicas,
incompetência istmo-cervical
Primeira
metade da
gestação
Gravidez ectópica
• Nidação do ovo fora da cavidade uterina, sendo mais frequente a prenhez tubária
na sua porção ampular.
A mulher, frequentemente,
apresenta história de atraso
menstrual, teste positivo para
gravidez, perda sanguínea
uterina e dor pélvica
intermitente, na fase inicial,
evoluindo para dor contínua e
intensa, com sinais de irritação
peritoneal.
Gravidez ectópica
• As repercussões hemodinâmicas podem ser discretas, apenas com lipotímia, até
quadros graves com choque hipovolêmico, na dependência do volume de
sangramento intracavitário.
• No exame físico, avaliam-se as condições gerais e os sinais de irritação peritoneal.
O exame especular pode mostrar a presença do sangramento. Pelo toque
vaginal, verifica-se o amolecimento do colo e a presença ou não de aumento
uterino. A palpação das zonas anexiais pode provocar dor e demonstrar presença
de tumor.
Segunda
metade da
gestação
Placenta prévia (inserção baixa de
placenta)
• Corresponde a um processo patológico em que a implantação da placenta, inteira
ou parcialmente, ocorre no segmento inferior do útero. A incidência gira em torno
de 0,5% a 1% de todas as gestações.
Placenta prévia (inserção baixa de
placenta)
• As mulheres multíparas e com antecedentes de cesáreas são consideradas de
maior risco.
• Também são considerados fatores de risco:
• Placenta prévia anterior
• Gestação múltipla
• Multiparidade
• Idade materna acima de 35 anos
• Tabagismo/Uso de cocaína
• Curetagens e cirurgias uterinas anteriores
• Abortos eletivos e espontâneos
Placenta prévia - Quadro clínico
• Geralmente pautado pela • O sangramento ocorre,
presença de sangramento mais frequentemente, na
vermelho vivo, de início e segunda metade da
cessar súbitos, indolor, gestação, na ausência de
imotivado, reincidente e
progressivo. contrações uterinas.
Placenta baixa
A placenta
1. Placenta baixa apresenta
2. Placenta prévia marginal inserção baixa,
3. Placenta prévia parcial mas não chega a
4. Placenta prévia total encobrir a saída
do útero
Placenta prévia Total
A placenta cobre
totalmente a saída do
útero.
Placenta prévia parcial
A placenta cobre
parcialmente a saída do
útero
Placenta prévia
marginal
A borda da placenta
chega a encostar na
abertura do colo do
útero, mas não chega a
obstruí-lo.
Placenta prévia - Condutas
• A avaliação do bem-estar fetal é obrigatória, pois a anemia materna pode
promover a hipóxia fetal.
• A internação hospitalar prolongada oferece à paciente a garantia do repouso, a
avaliação contínua da saúde materno-fetal e o atendimento imediato em caso de
nova hemorragia.
• Nos casos de hemorragia grave, a interrupção imediata da gestação é
obrigatória, independentemente da idade gestacional, pelo elevado risco
materno e fetal. A cesariana é o parto preferencial.
Placenta prévia - Condutas
• O prognóstico materno é favorável, e a morbidade materna está relacionada
principalmente à hemorragia pré-parto e/ou pós-parto. Há maior propensão a
transfusões de sangue, histerectomia pós-parto.
Segunda
metade da
gestação
Descolamento prematuro de placenta
(DPP)
• É a separação intempestiva da placenta do seu sítio de implantação no corpo
uterino antes do nascimento do feto, em uma gestação de 20 ou mais semanas
completas. Sua incidência está em torno de 0,5% a 3% das gestações, sendo
responsável por altos índices de mortalidade perinatal e materna.
Retração uterina após
Fatores mecânicos, Alterações
Estados hipertensivos o esvaziamento rápido
como traumas placentárias
do polidrâmnio
• Placenta circunvalada
• Infartos placentários
Principais decorrentes do
fatores tabagismo
predisponentes • Má nutrição
incluem • Alcoolismo
• Diabetes com
vasculopatia
Descolamento prematuro de placenta
(DPP)
O DPP inicia-se com um sangramento no interior da decídua,
acarretando a formação de um hematoma e o descolamento
abrupto da placenta do seu sítio normal de implantação
• Feito pelo aparecimento de dor abdominal súbita, com intensidade variável, perda sanguínea
Na suspeita
de cor vermelho-escura, com coágulos e em quantidade, às vezes, pequena, que pode ser diagnóstica,
incompatível com quadro materno de hipotensão ou de choque. encaminhe a
paciente, como
Fase inicial emergência, ao
hospital de
• Taquihipersistolia, seguida de hipertonia uterina e alteração dos batimentos cardíacos fetais,
referência
caracterizando o sofrimento fetal pela diminuição da superfície de trocas e a morte iminente.
obstétrica.
Exame obstétrico
ILA: consiste na soma das medidas verticais dos maiores bolsões de quatro
quadrantes da cavidade amniótica em centímetros.
Oligoidrâmnio - Classificação do ILA
Oligoidrâmnio -Conduta
Expectante Amnioinfusão Hiperhidratação materna
Causas de polidrâmnio
Idiopático
Anomalias que interferem na deglutição fetal
Obstrução gastrointestinal
Diabete melito materno e macrossomia fetal
Síndromes genéticas
Polidrâmnio - Diagnóstico
• É suspeitado clinicamente pela altura uterina acima da curva de referência para
idade gestacional.
• Associa-se, frequentemente, a: falta de ar, irritabilidade ou contrações uterinas,
desconforto e distensão abdominal, edema nas porções inferiores do ventre, pele
do abdome lisa e brilhante, e presença de estrias.
• O diagnóstico ultrassonográfico é baseado na visualização do aumento do volume
de líquido amniótico.
Polidrâmnio - Diagnóstico
Polidrâmnio - Condutas
• O polidrâmnio idiopático, principalmente quando leve, apresenta resolução
espontânea.
• A amniodrenagem visa descompressão da cavidade amniótica até normalização
do seu volume. O objetivo do procedimento é melhorar o desconforto materno.
Polidrâmnio - Condutas
• Recomenda-se acompanhamento cuidadoso do trabalho de parto com
polidrâmnio, devido ao risco de descompressão brusca do volume de líquido
amniótico por rotura espontânea das membranas e risco de prolapso de cordão
umbilical ou de partes fetais.
• Em casos de polidrâmnio leve e moderado, pode-se esperar o parto espontâneo.
Nos casos de polidrâmnio grave, o parto deve ocorrer em centro terciário e a
indução, se não houver contraindicações, está indicada com 37 semanas.
Doenças e/ou • Alterações do volume de líquido
problemas que amniótico
afligem a mulher • Alterações da duração da
durante a gravidez gestação
• Desvios do crescimento fetal
• Amniorrexe prematura
Gestação prolongada
• Conceitua-se gestação prolongada, aquela cuja idade gestacional na mulher
encontra-se entre 40 e 42 semanas. Gravidez pós-termo é aquela que ultrapassa
42 semanas.
• Não constitui tarefa fácil determinar com exatidão alguns aspectos da etiologia da
Muitos outros fatores de risco podem
rotura prematura pré-termo das membranas.
contribuir para o surgimento da
RPM,
• Sabe-se que há vários fatores causais, como com destaque
aumento da pressãopara inserção
intrauterina,
baixa de placenta, infecções do trato
fraqueza estrutural do insuficiência urinário,istmocervical
tabagismo,eexcesso
processo
de
inflamatório/infeccioso local. movimentação fetal.
Amniorrexe prematura / Rotura
prematura de membranas - Diagnóstico
• Na grande maioria das vezes (85%), o diagnóstico é fundamentalmente clínico.
Baseia-se na anamnese, no relato de perda de líquido em quantidade variada, mas
frequentemente contínua, pelos genitais. O exame físico costuma confirmar o
diagnóstico; a palpação obstétrica pode revelar sensação de pouco líquido, e deve-
se buscar a visualização direta do líquido amniótico saindo pelo orifício externo do
colo uterino no exame especular.
Amniorrexe prematura / Rotura
prematura de membranas - Condutas
• Na admissão da gestante com RPM, principalmente naquelas antes do termo,
com vitalidade fetal assegurada e que serão designadas a conduta expectante, o
toque não deve ser realizado, pois é ato facilitador de infecção.