Saude Da Mulher 6

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ENFERMAGEM NA SAÚDE

DA MULHER

Assistência de enfermagem ao
trabalho de parto e parto

Prof. MS. Angélica da Mata Rossi


Objetivos
Objetivos
• Conhecer sobre o diagnóstico do trabalho de
parto;
• Aprender os mecanismos de trabalho de parto
e parto;
• Conhecer sobre os períodos clínicos do trabalho
de parto;
• Conhecer o partograma.
• Aprender sobre métodos não farmacológicos
para dor.
Procedimento

Parto normal
Por quê parto normal?
Para a mãe:
• Rápida recuperação, facilitando o cuidado
com o bebê após o parto
• Menos riscos de complicações, favorecendo o
contato pele a pele imediato com o bebê e o Fonte: https://shutr.bz/2kJQxS3 acesso em 19 set 2019

aleitamento
• Processo fisiológico, natural;
• Menor risco de complicações na próxima
gravidez, tornando o próximo parto mais
rápido e fácil.
Por quê parto normal?

Para o bebê:
• Na maioria das vezes, ele vai
direto para o colo da mãe
• O bebê nasce no tempo certo, Fonte: https://shutr.bz/2kJQxS3 acesso em 19 set 2019

seus sistemas e órgãos são


estimulados para a vida por meio
das contrações uterinas e da
passagem pela vagina.
Parto normal ou espontâneo
Parto normal ou espontâneo é aquele que não foi assistido por fórceps,
vácuo extrator ou cesariana, podendo ocorrer intervenções baseadas em
evidências, em circunstâncias apropriadas, para facilitar o progresso do
parto e um parto vaginal normal, tais como:

• estimulação do trabalho de parto com


ocitocina;
• ruptura artificial de membranas;
• alívio farmacológico da dor (peridural,
opióides, óxido nitroso);
• alívio não farmacológico da dor; ou
• manobra ativa no terceiro período.
Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto Normal
A assistência ao parto e nascimento de baixo risco que
se mantenha dentro dos limites da normalidade pode
ser realizada tanto por médico obstetra quanto por
enfermeira obstétrica e obstetriz.
É recomendado que os gestores de saúde
proporcionem condições para a implementação
de modelo de assistência que inclua a enfermeira
obstétrica e obstetriz na assistência ao parto de
baixo risco por apresentar vantagens em relação
à redução de intervenções e maior satisfação das
mulheres.
Diretrizes Nacionais de Assistência ao Parto Normal
Todas as parturientes devem ter apoio
contínuo e individualizado durante o
trabalho de parto e parto, de preferência
por pessoal que não seja membro da
equipe hospitalar.
As mulheres devem ter acompanhantes de
sua escolha durante o trabalho de parto e
parto, não invalidando o apoio dado por
pessoal de fora da rede social da mulher
(ex. doula).
Dieta durante o trabalho de parto

Mulheres em trabalho de parto


podem ingerir líquidos, de preferência
soluções isotônicas ao invés de
somente água.

Mulheres em trabalho de parto que não


estiverem sob efeito de opióides ou não
apresentarem fatores de risco iminente para
anestesia geral podem ingerir uma dieta leve.
Avaliação do bem-estar fetal
A avaliação do bem-estar fetal em parturientes de baixo risco deve ser
realizada com ausculta intermitente, em todos os locais de parto:

Utilizar estetoscópio de Pinard ou sonar Doppler:


realizar a ausculta antes, durante e
imediatamente após uma contração, por pelo
menos 1 minuto e a cada 30 minutos, registrando
como uma taxa única;
registrar acelerações e desacelerações se ouvidas;
Palpar o pulso materno se alguma anormalidade
for suspeitada para diferenciar os batimentos
fetais e da mãe.
Alívio da Dor no Trabalho de Parto
Estratégias e métodos não farmacológicos de alívio da
dor no trabalho de parto
Chuveiro

Musicoterapia Banheira

Hipnose Massagem

Acupuntura Relaxamento
Alívio da Dor no Trabalho de Parto
Analgesia inalatória,
intramuscular e endovenosa

Analgesia com opióides é


acompanhada de aumento na
complexidade da assistência ao
parto, como por exemplo: maior
necessidade de monitorização e
acesso venoso.
Alívio da Dor no Trabalho de Parto
A analgesia regional deve ser previamente discutida com a
gestante antes do parto, e seus riscos e benefícios devem ser
informados.
As seguintes informações devem ser oferecidas à
mulher:
• a analgesia regional só está disponível no ambiente
hospitalar;
• é mais eficaz para alívio da dor que os opióides;
• está associada com aumento na duração do
segundo período do parto e na chance de parto
vaginal instrumental;
• necessita de nível mais elevado de monitoração e a
mobilidade pode ser reduzida.
Procedimento

Assistência ao
trabalho de parto
Assistência no pré-parto
“Trabalho de parto é o processo fisiológico pelo qual o útero expele
ou tenta expelir os produtos conceptuais”
Períodos clínicos do parto:
O diagnóstico de TP: • 1º período – dilatação
• Contração uterina como • 2º período – expulsão
frequência, duração e • 3º período – dequitação
características rítmicas;
• Alterações no colo do útero
como dilatação, esvaecimento
e centralização.

TP estabelecido (≥ 4 cm de dilatação cervical):


• Admitir para assistência
Fases do primeiro período do trabalho de parto
Fase de latência do primeiro período do trabalho de parto
Um período não necessariamente contínuo quando:
• há contrações uterinas dolorosas E
• há alguma modificação cervical, incluindo apagamento e
dilatação até 4 cm.

Trabalho de parto estabelecido – quando:


• há contrações uterinas regulares E
• há dilatação cervical progressiva a partir dos 4 cm.
A duração do trabalho de parto ativo pode variar:
• nas primíparas dura em média 8 horas e é pouco
provável que dure mais que 18 horas;
• nas multíparas dura em média 5 horas e é pouco
provável que dure mais que 12 horas.
Admissão da Parturiente
• Avaliação do Cartão da Gestante
• Anamnese e história clínica, ginecológica e da
gravidez atual, DUM;
• Calculo da IG, DPP;
• Levantamento das queixas, início das contrações
com frequência, duração e intensidade, hora da Fonte: https://shutr.bz/2n8rzNm acesso em 02 out 2019

rotura das membranas e da última refeição);


• Exame físico geral e obstétrico, observar dinâmica
uterina (frequência, duração e intensidade), ou
cardiotocografia;
• Realizar exame vaginal para verificar dilatação Admissão da
cervical, bolsa amniótica (se rota, observar Parturiente
aspecto do LA) e se íntegra realizar amnioscopia
sempre que possível).
• Observar também a apresentação, a posição e a
altura do feto.
• Auscultar batimentos cardíacos fetais (BCF)
• Realizar teste rápidos disponíveis: Sífilis, HIV e
Hepatites
• Abertura de partograma
Frequência Normal: 3 a 5 contrações Dinâmica
Bradissistolia: ≤ 2
Taquissistolia: ≥ 6
Uterina
Intensidade Normal
Hipossistolia
Hiperssistolia
Duração Curta
Duradoura
Tônus muscular Normal
Hipotonia
Hipertonia
Coordenação Tríplice gradiente descendente
Coordenação parcial
Incordenação
Cardiotocografia
Relação entre os batimentos fetais e as
contrações uterinas

Fonte: https://shutr.bz/2n8rzNm acesso em 02 out 2019


Dilatação Cervical

Fenômenos:
Esvaecimento
Dilatação
Amolecimento
Anteriorização ou centralização do colo
Formação da bolsa das águas

Fonte: https://shutr.bz/2mng047 aceso em 03 out 2019


Observações e monitoração no primeiro período do
parto
Registrar as seguintes observações no primeiro período
do trabalho de parto

• Frequência das contrações uterinas de 1 em 1 hora;


• Pulso de 1 em 1 hora;
• Temperatura e PA de 4 em 4 horas;
• Frequência da diurese;
• Exame vaginal de 4 em 4 horas ou se houver alguma
preocupação com o progresso do parto ou em
resposta aos desejos da mulher (após palpação
abdominal e avaliação de perdas vaginais).
Câmera de documentos

Partograma
Variedade de Posição Materno-Fetal
São as diferentes posições que o feto se apresenta, na pelve materna. É a
relação entre o ponto de referência fetal e um ponto de referência materno.
O ponto de referência do feto varia de acordo com o que se apresenta
Os pontos de referência materna são:
• A sínfise púbica, promontório do
sacro
• As sinostoses sacroilíacas direita e
esquerda
• Os extremos do diâmetro transverso
direito e esquerdo e
• As eminências ileopectíneas direita
e esquerda.
Variedade de Posição Materno-Fetal
Na nomenclatura obstétrica é representada por 3 letras

• A 1ª letra representa a apresentação do feto


• A 2ª letra representa a posição que o feto
ocupa na pelve materna. Ex. OE, OD
• 3ª representa a variedade propriamente dita,
anterior, transverso, posterior.
Relações útero fetais

Situação
Relação entre o maior eixo
da cavidade uterina e o
maior eixo fetal
• Longitudinal (99,5%)
• Transversal
• Oblíqua

Fonte: https://shutr.bz/2kV0hbU acesso em 19 set 2019


https://shutr.bz/2mpc7eX
Relações útero fetais
Trata das relações entre o feto e a bacia materna
Atitude: trata-se da relação das partes fetais entre si, em que pode
ser fletida (ponto de referência ao toque a fontanela posterior) ou
defletida de:

Fonte: Ana Carolina de Castro. Enfermagem


na saúde da mulher. Editora e Distribuidora
Educacional S.A., 2018.
Acesso em 03 out 2019
Mecanismo de Parto
Conjunto de fenômenos passivos, em que o feto
está sujeito à passagem pelo canal pelvigenital

Tempos de Parto:
1. Insinuação ou encaixamento
2. Descida ou progressão
Fonte: https://shutr.bz/2lW6PY3 acesso em 17 set 2019
3. Rotação interna da cabeça
4. Desprendimento da cabeça
5. Rotação externa da cabeça (restituição)
6. Desprendimento do tronco
Trajeto de Parto
Trajeto do parto É denominado assim e se estende
do útero até a fenda vulvar, se constitui por:
• trajeto duro (bacia grande e pequena ou
obstétrica)
• trajeto mole (segmento inferior do útero, colo,
Fonte: https://shutr.bz/2kV0hbU acesso em 19 set 2019
vagina e região períneovulvar).

A bacia obstétrica é por onde o feto é insinuado


durante o parto, e se divide em três estreitos ou planos
(estreito superior, estreito médio e estreito inferior) e
são eles que podem dificultar a passagem do feto.
Vídeo
Mecanismo de parto e parto normal
https://www.youtube.com/watch?v=ImvPYSieAx
Y
Intervenções e medidas de rotina no primeiro período do parto
O enema não deve ser realizado de forma rotineira durante o trabalho de parto.

A tricotomia pubiana e perineal não deve ser realizada de forma rotineira


durante o trabalho de parto.

A amniotomia precoce, associada ou não à ocitocina,


não deve ser realizada de rotina em mulheres em
trabalho de parto que estejam progredindo bem.

As mulheres devem ser encorajadas a se


movimentarem e adotarem as posições que lhes
sejam mais confortáveis no trabalho de parto.
Assistência no segundo período do Parto
Começa com a dilatação cervical completa e termina com a expulsão fetal

• Fase inicial ou passiva: dilatação total do colo


sem sensação de puxo involuntário
• Fase ativa: dilatação total do colo, cabeça do
bebê visível, contrações de expulsão ou esforço
materno ativo “puxos”
Assistência no segundo período do Parto
Ambiente de assistência, posições e imersão em água

• A mulher deve ser incentivada a adotar


qualquer outra posição que ela achar mais
confortável incluindo as posições de cócoras,
lateral ou quatro apoios.
• Informar às mulheres que há insuficiência de
evidências de alta qualidade, tanto para
apoiar como para desencorajar o parto na
água.
Assistência no segundo período do Parto
Cuidados com o períneo

Fonte: https://shutr.bz/2mmBy0J acesso em 02 out 2019


A conduta ativa no terceiro período envolve um Assistência no
conjunto de intervenções com os seguintes terceiro
componentes:
período do
• uso rotineiro de substâncias uterotônicas; Parto
• clampeamento e secção precoce do cordão umbilical; É o momento desde o
nascimento da criança
• tração controlada do cordão após sinais de separação
até a expulsão da
placentária. placenta e membranas
A conduta fisiológica no terceiro período do parto
envolve um conjunto de cuidados que inclui os seguintes
componentes:
• sem uso rotineiro de uterotônicos;
• clampemento do cordão após parar a pulsação;
• expulsão da placenta por esforço materno.
Assistência no terceiro período do Parto

Reconhecer que o período imediatamente após o


nascimento é um período bastante sensível, quando
a mulher e seus acompanhantes vão finalmente
conhecer a criança. Minimizar a separação entre
mãe e filho.
Fonte: https://shutr.bz/2nMUnLL 02 out 2019

Manter observação rigorosa da mulher, com as


seguintes avaliações:
• condição física geral, através da coloração de
pele e mucosas, respiração e sensação de bem-
estar;
• perda sanguínea
Assistência no terceiro período do Parto
Dequitação

Para a conduta ativa, administrar 10 UI de


ocitocina intramuscular após o
desprendimento da criança, antes do
clampeamento e corte do cordão. Fonte: https://shutr.bz/2nMUnLL 02 out 2019

Após a administração de ocitocina,


pinçar e seccionar o cordão.
Cuidados Maternos imediatamente após o Parto
Observação e monitoração da mulher imediatamente após o parto

Realizar as seguintes observações


da mulher logo após o parto:
• SSVV;
• lóquios e contrações uterinas;
• examinar a placenta e
membranas
• condições emocionais da mulher
• micção bem sucedida

Fonte: https://shutr.bz/2nZ2ZyF acesso em 02 out 2019


Vídeo
Parto normal com dequitação
https://www.youtube.com/watch?v=LOu8kv82c
HU
Resolução comentada
Durante uma consulta de pré-natal a
gestante se mostra ansiosa em relação
ao parto normal, e ela faz a seguinte
pergunta para você: “como será o meu
parto, será que vou sentir muita dor?
Quais seriam as orientações
pertinentes a essa mulher?
Resolução comentada
A analgesia regional deve ser previamente discutida
com a gestante antes do parto, e seus riscos e
benefícios devem ser informados.
Existem métodos farmacológicos e não farmacológicos
para o alívio da dor

Estimular postura ativa e


proativa durante o
trabalho de parto e
estimular a participação
do parceiro
Orientações ao Tutor
Orientações ao tutor
• Checar a lavagem das mãos.
• Checar se o aluno reuniu todo o material que será
utilizado no procedimento.
• Observe se o aluno explicou os procedimentos para a
gestante.
• Observe se o aluno consegue relacionar a teoria com a
prática.
• Verificar se o aluno está realizando o passo a passo de
maneira correta.
• Verificar se a unidade ficou em ordem, ao término do
procedimento.
• Checar a lavagem das mãos após o procedimento.

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