Pratocas Pedagogicas Boaventura
Pratocas Pedagogicas Boaventura
Pratocas Pedagogicas Boaventura
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ÍNDICE
1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 4
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1. INTRODUÇÃO
1.1. Objectivos
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II. DESENVOLVIMENTO
2. Conceito de Supervisão
A palavra supervisão é formada pelos vocábulos super (sobre) e visão (acção de ver). Indica a
atitude de ver com mais clareza uma acção qualquer. Como significação estrita do termo, pode-se
dizer que significa olhar por cima, dando uma “ideia de visão global”. (Giancaterino, 2010, p.25).
Segundo Bittel (1982), “o termo supervisor tem suas raízes no latim, onde significa “olhar por
cima’. Originariamente, era aplicado ao mestre de um grupo de artesãos. Há menos de 100 anos
não era incomum que os mestres nas oficinas da Nova Inglaterra tivessem o poder quase total
sobre a força de trabalho. Os mestres podiam apresentar propostas para trabalhos, contratar sua
própria turma, fazê-la trabalhar tão arduamente quanto o desejassem e ganhar a vida com a
diferença entre o preço proposto e os custos de mão-de-obra.” (p.5)
Ainda para Bittel (1982), “supervisor é qualquer pessoa situada no primeiro nível de
gerenciamento que tem a responsabilidade de fazer com que os funcionários envolvidos na
execução efectiva do trabalho cumpram os planos e as políticas da gerência de nível mais
elevado” (p.4).
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2.1. Conceitos de Supervisão Escolar
Foram vários os conceitos aplicados pelos autores a supervisão escolar. Entre esses conceitos
estão:
Nérici (1976) “A supervisão escolar visa à melhoria do processo ensino aprendizagem, para o que
tem de levar em conta toda a estrutura teórica, material e humana da escola.” (p.28).
Ainda para Nérici (1976) “Supervisão escolar significa visão sobre todo o processo educativo,
para que a escola possa alcançar os objectivos da educação e os objectivos específicos da própria
escola.” (p.30)
Supervisão Escolar é o processo que tem por objectivo prestar ajuda técnica no planeamento,
desenvolvimento e avaliação das actividades educacionais em nível de sistema ou de unidades
educacionais, tendo em vista a unidade das acções pedagógicas, o melhor desempenho e o
aprimoramento do pessoal envolvido na situação ensino aprendizagem.
Como foi mencionado anteriormente, inicialmente a supervisão foi usada na indústria. Somente
em meados de 1800 foi vinculada ao processo de ensino com a intenção de inspeccionar o
trabalho docente. Assim foi classificada como Inspecção Administrativa.
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A partir de 1920, influenciadas pelas Ciências Comportamentais, o supervisor passa a
desempenhar o papel de líder democrático, que buscava alcançar os objectivos pedagógicos com
a cooperação dos docentes.
No âmbito educacional, o supervisor foi visto, durante muito tempo, como vigia das acções
pedagógicas. Nesse sentido, trazer à tona discussões acerca das práticas pedagógicas desse
profissional é sempre muito oportuno.
Conforme Lima (2008), o desafio que a escola enfrenta actualmente exige dos profissionais da
educação, como é colocado o supervisor, uma competência técnica e política que o habilita a
participar da construção da autonomia escolar construída a partir da autonomia garantida pela lei,
isso faz com que na discussão do trabalho pedagógico abram-se amplas perspectivas que
estimulam e asseguram a participação de todos (p.3).
Por certo, este profissional hoje é um dos membros da equipe gestora, devendo, portanto, apoiar e
orientar o fazer pedagógico a partir da análise crítica da proposta pedagógica da escola
compreendendo os problemas e, sobretudo, articulando soluções para os mesmos.
O supervisor escolar deve, portanto, ser habilitado e capacitado para realizar suas actividades de
assessoria ao professor principalmente no planeamento no desenvolvimento curricular e no
processo avaliativo. Sabe-se que este é o profissional que sustenta o fazer pedagógico na escola
através da acção orientadora e de acompanhamento da equipe, através de um contínuo processo
acção-reflexão-acção.
A escola é um espaço social que ainda necessita de grandes mudanças com a finalidade de
cumprir o seu papel na sociedade, que é formar para a cidadania. A realidade educacional
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brasileira demonstra que a escola mesmo diante das transformações ocorridas com relação a sua
estrutura e funcionamento, a maioria ainda encontra-se no plano de suas concepções teóricas e
práticas alienadas a modelos pré-estabelecidos e, até mesmo a modelos estereotipados.
Libâneo (2002, p. 35) refere-se ao supervisor educacional como "um agente de mudanças,
facilitador, mediador e interlocutor", um profissional capaz de fazer a articulação entre equipa
directiva, educadores, educandos e demais integrantes da comunidade escolar no sentido de
colaborar no desenvolvimento individual, social, político e económico e, principalmente na
construção de uma cidadania ética e solidária.
A partir das reflexões de Libâneo (2002), é possível compreender que o supervisor necessita
desenvolver dentro do espaço escolar uma visão crítica e construtiva do seu fazer pedagógico,
trabalhando de forma coesa e articulada com os directores escolares e coordenadores
pedagógicos. Esta articulação possibilitará a melhoria da qualidade de ensino e da aprendizagem
(p.75).
Acreditamos que se a escola almeja atingir bons resultados na aprendizagem dos educandos,
necessita planejar, avaliar e aperfeiçoar suas acções pedagógicas, para que o processo
educacional seja de qualidade. Estas acções são algumas das diversas funções do supervisor
escolar, as quais devem garantir para a escola resultados positivos e mobilizar toda a comunidade
escolar para participar activamente na tomada de decisões referentes à organização do ensino no
seu Projecto Político-Pedagógico.
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Outro factor importante com relação ao papel do supervisor está ligado à análise do planeamento
do currículo escolar, sendo que este deve ser acompanhado desde a sua execução dando ênfase na
avaliação contínua, isso reforça a necessidade, segundo Lück (2008, p. 20) na "somatória de
esforços e acções desencadeadas com o sentido de promover a melhoria da qualidade do processo
ensino-aprendizagem".
Fica evidente que muitas são as atribuições que o supervisor deve desempenhar para qualificar o
trabalho pedagógico que desenvolve dentro da escola onde actua. Este desempenho se justifica
através de acções motivadoras envolvendo o estímulo para que cada educador possa executar
trabalhos com a colaboração das demais pessoas, os quais devem ser valorizados com
objectividade, ética e diálogo.
O supervisor deve ser capaz de interpretar as carências reveladas pela sociedade, direccionando
acções capazes de responder as demandas sociais, culturais, económicas e políticas que fazem
parte de uma sociedade que está em constantes transformações.
Para que a supervisão possa realizar um trabalho eficaz ela segue alguns princípios, que são
assim denominados:
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Científico, democrático, cooperativo, construtivo, objectivo, permanente, abrangente e planejado
e avaliativo.
Segundo Nérici (1976) a supervisão deve-se basear em panejamentos e avaliações constantes dos
resultados de seus trabalhos, para que possa haver rectificações ou modificações nos trabalhos,
sempre que necessárias.
Princípio Construtivo – Todos são orientados para o aperfeiçoamento nos seus campos de
actuação.
Nérici (1976) “todos os envolvidos pela supervisão possam ser o que são, orientados, sim, para
melhorarem a sua actuação, quando necessário”.
Para Nérici (1976) o princípio científico é complementado por este princípio, uma vez que todos
os planos de trabalho devem derivar de uma realidade educacional, para que não haja imposições
de modelos que venham a deformar o processo ensino-aprendizagem.
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Princípio Permanente – Actuação contínua para maior eficiência de suas tarefas.
Para Nérici (1976) “... Sendo a supervisão um processo permanente, aumentam as possibilidades
de tornar o seu funcionamento mais ajustado e eficiente”.
Princípio Abrangente – Toda a estrutura do processo educacional deve ser atingida, sendo
orientada e assistida pela supervisão.
Princípio Planejado – Plano de acção para estabelecimento e execução dos objectivos traçados
com maior eficácia e comprometimento do pessoal envolvido. Evita a perda de tempo.
Segundo Przybylski (1985) “toda acção, por mais simples que seja, pode ou mesmo deve
embasar-se num planeamento, para que se possam alcançar os objectivos propostos de forma
mais eficiente. A Supervisão Escolar enquadra-se nessa situação, pois, se não for elaborado num
planeamento adequado, o Supervisor não poderá saber o que, como, quando ou porque realizar
qualquer acção”.
Princípio Avaliativo – Para verificar se as metas estão sendo alcançadas da forma almejada, é
necessário que todos os passos sejam avaliados. Utilizando esse princípio, a supervisão terá maior
facilidade em identificar erros ou problemas e solucioná-los a tempo, obtendo assim maior
aperfeiçoamento do processo.
Os objectivos são as metas a serem alcançadas pela acção supervisora para o aperfeiçoamento do
processo ensino-aprendizagem.
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Conseguir um melhor relacionamento entre a escola e a comunidade, por meio de uma
extensão da escola e uma elaboração e desenvolvimento de programas em conjunto;
A escola trabalha numa organização sistémica aberta, a fim de conhecer, analisar e controlar o
que se passa dentro da escola e direccionar as inovações necessárias ao bom desempenho das
suas funções. Em virtude disso que a escola dispõe de profissionais com diferentes papéis,
possibilitando a interacção e a troca de conhecimentos entre os membros da instituição.
É necessário que a escola trabalhe buscando uma prática colectiva, para que os educadores,
especialistas, pais e funcionários possam trabalhar juntos e com isso estarem envolvidos com a
escola. É necessário ter parceria, isso contribuirá para o desenvolvimento da escola,
possibilitando a comunidade uma escola mais participativa, onde cada um deve se comprometer
em actuar na sua função com responsabilidade, pensando sempre no colectivo.
Em relação à divisão de trabalho que ocorre nas escolas e função da supervisão escolar, observa-
se que a liderança, e inspiração pedagógica, tornaram-se próprias do supervisor escolar. Lück diz
que o papel do supervisor escolar “se constitui na somatória de esforços e acções desencadeados
com sentido de promover a melhoria do ensino aprendizagem ” (2001, p. 20).
Percebe-se a necessidade da prática profissional da supervisão escolar como aquele que coordena
e controla da prática educativa a fim de assegurar os princípios e as finalidades da educação
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dos professores, providenciar substituição dos professores nos casos de absenteísmo,
confeccionar material didáctico para os professores e entre outras (1997. p.19).
Actualmente, a acção do supervisor não é vista mais como uma acção de autoritarismo e poder, o
supervisor tem a função de auxiliar os professores e se colocar a disposição da escola no que for
preciso, e construir através do seu trabalho um ambiente escolar mais organizado e cooperativo,
onde todos se ajudam, independente do cargo que ocupa.
O supervisor leva consigo no seu trabalho, princípios, conceitos e valores que fizeram parte de
sua formação, factores estes, que podem contribuir para uma discussão colectiva dentro da
escola. Entretanto, pode-se avaliar a acção do supervisor na escola, e perceber como é importante
e fundamental para a mesma poder contar com esse profissional, pois o seu trabalho de
cooperação e integração contribui para uma escola mais participativa, organizada, e articulada
com os professores, alunos e a comunidade.
O desafio que a escola enfrenta actualmente exige dos profissionais da educação, como é
colocado o supervisor, uma competência técnica e política que o habilita a participar da
construção da autonomia escolar construída a partir da autonomia garantida pela lei, isso faz com
que na discussão do trabalho pedagógico abram-se amplas perspectivas que estimulam e
asseguram a participação de todos.
Contudo, outras atribuições surgiram à essa profissão, cujo objectivo principal é o de propiciar
aos indivíduos uma educação de qualidade, que o forme como ser humano livre e ciente dos seus
direitos e deveres na sociedade.
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Esse tipo de trabalho é algo imprescindível no Brasil, visto o descaso e precariedade de ensino de
muitas escolas.
O supervisor participa activamente a construir essa escola dinâmica, cooperando com mudanças
construtivas no ensino e no aprendizado, interagindo com toda a comunidade escolar.
Libâneo, (2002, p. 29,30) ressalta a importância da prática pedagógica para educadores e implica
vários conceitos empíricos para tal prática; sendo que formalmente considera-se o "pedagógico"
como um dos processos educativos, metodológicos ao modo de ensinar. Desse modo, percebe-se
que é um campo de conhecimento que trata sobre a problemática educacional visualizando sua
totalidade e historicidade e, ao mesmo tempo, uma directriz orientadora da acção educativa.
Por definição, o pedagogo não pode ser nem um puro e simples prático nem um puro e simples
teórico. Ele está entre os dois. A ligação deve ser ao mesmo tempo permanente e irredutível,
porque não pode existir um fosso entre a teoria e a prática.
É esta abertura que permite a produção pedagógica. Em consequência, o prático em si mesmo não
é um pedagogo, é mais um utilizador de elementos, de ideias ou de sistemas pedagógicos. Mas o
teórico da educação; pensar o acto pedagógico não basta. Somente será considerado pedagogo
aquele que fará surgir um "mais" na e pela articulação teoria e prática na educação.
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III: CONCLUSÃO
Esta pesquisa foi realizada com a intenção de mostrar a importância da supervisão escolar no
contexto educacional, abordando sua origem, evolução e influência na educação até o momento
actual.
Desde sua origem a supervisão escolar tinha como objectivo a eficiência escolar, através da
inspecção dos docentes. Com o passar dos anos, outras atribuições passaram a fazer parte da
responsabilidade do supervisor educacional. Apesar disso, alguns profissionais da área da
educação ainda conservam certo preconceito em relação a estes profissionais, que são tão
importantes no processo ensino-aprendizagem.
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3.1. Referências bibliográficas
Ferreira, N. S. Carapeto (2007). Supervisão educacional para uma escola de qualidade. São
Paulo: Cortez.
Guimaraes, M. H.. (2010). É preciso cultivar o respeito no ambiente escolar. NOVA ESCOLA,
Ano I, Nº 6, Fev/Mar.
Libaneo, J. C. (2002). Pedagogia e Pedagogos para quê? 6. ed. São Paulo: Cortez.
Medina, A. S. (1997). Noves olhares sobre a supervisão. Supervisor Escolar: parceiro político-
pedagógico do professor. Campinas, SP: Papirus.
Alves, N (coord.). (2003). Educação e Supervisão O Trabalho Colectivo na Escola, SP: Cortez.
Tavares, W. R. (2009). Gestão Pedagógica Gerindo Escolas Para a Cidadania Crítica, RJ: Wak,
2009.
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