Dissertacao - Walber - R.Hidicos-2012
Dissertacao - Walber - R.Hidicos-2012
Dissertacao - Walber - R.Hidicos-2012
CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM RECURSOS HÍDRICOS E SANEAMENTO
Maceió
2011
WALBER MENDES GAMA
Maceió
2011
Catalogação na fonte
Universidade Federal de Alagoas
Biblioteca Central
Divisão de Tratamento Técnico Bibliotecária
Responsável: Helena Cristina Pimentel do Vale
Bibliografia: f. 82-87.
Anexos: 88-112.
CDU: 556
AGRADECIMENTOS
A Capes, pela bolsa, sem essa ajuda teria sido mais difícil cursar o mestrado,
A Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídrico do Estado de Alagoas,
excepcionalmente M.Sc Fabiana Canaúba, pela disposição e ajuda sempre que
quando solicitada, A FINEP, pelo o auxílio financeiro do Projeto HIDROCHUV.
As mudanças climáticas, a nível global e local, podem está associadas não só aos
efeitos atmosféricos naturais, como também às alterações antrópicas, com o
lançamento de CO2 para a camada baixa da atmosfera. Os impactos das mudanças
climáticas podem ser objetos de estudo em hidrologia, por meio do uso de Modelos
matemáticos, chuva-vazão, tendo como entrada dados hidro-climáticos. Modelo
hidrológico em Sistema de informação geográfica - SIG, aplicado em estudos
hidrológicos de bacias hidrográficas, para prever e mensurar a resposta do sistema
aos condicionantes externos e de interesse numa bacia hidrográfica. A integração de
informações hidrológicas com o SIG tem possibilitado obter informações distribuídas,
com resposta de vazões em diferentes localizações em bacias hidrográficas tem
sido explorado em modelagem hidrológica distribuída. O objetivo geral deste estudo
foi, avaliar o modelo MGB-IPH (Modelo de Grandes Bacias) na bacia hidrográfica do
rio Paraíba do Meio, influência das mudanças no clima previstas no Painel de
Mudanças Climáticas – IPCC. O modelo hidrológico de grandes bacias, MGB/IPH,
foi aplicado na Bacia hidrográfica do rio Paraíba do meio e foi calibrado
manualmente. Foram realizadas simulações para o cenário atual, e os cenários A1B
e A2, do Painel de Mudanças Climáticas (IPCC), para os anos de 2071 a 2100,
previsto para Brasil pelo CPTEC/INPE, com anomalias de precipitação e
Temperatura. As simulações para os cenários de mudanças climáticas mostraram
mudanças na resposta hidrológica da bacia do rio Paraíba do Meio (AL/PE). O
modelo se mostrou desempenho adequado para a bacia do rio Paraíba do Meio,
visto que a versão anterior do MGB era indicada para bacias maiores que 10.000
km2. O MGB mostrou significativo desempenho em representar o regime hidrológico
atual mesmo com a carência de postos de chuvas na bacia e estimativa dos
impactos das mudanças climáticas tendem a diminuir a disponibilidade hídrica e o
aumento das enchentes na bacia hidrográfica do rio Paraíba do meio.
Climate changes, at global and local levels, are associated not only natural
atmospheric effects, but also to anthropogenic changes, with the release of CO 2 into
the lower layer of the atmosphere. The impacts of climate changes can be objects of
study in hydrology through the use of mathematical models, rainfall output, with the
hydro-climatic input data. Hydrological model in Geographic Information System -
SIG, used in hydrologic studies of watersheds to predict and measure the system
response to external conditions and interest of a watershed. The integration of SIG
with hydrological information gave the possibility to obtain distributed information with
a response of flow in watershed in different locations has been explored in distributed
hydrological modeling. The objective of this study was to evaluate the MGB-IPH
model (Modelo de Grandes Bacias) watershed in Paraíba do Meio River, influence of
climate change predicted on Climate Change Panel - IPCC. The hydrological model
for large basin, MGB / IPH was applied in the Paraíba do Meio river watershed and
was calibrated manually. Simulations were conducted for the current scenario, and
scenarios A1B and A2, on Climate Change Panel (IPCC), for the years 2071 to 2100,
predicted to Brazil by CPTEC / INPE, with anomalies of precipitation and
temperature. The simulations for the climate change scenarios showed changes in
the hydrological response to Paraíba do Meio basin (AL / PE). The performance of
this model was suitable for Paraíba do Meio river basin, since the previous version of
the MGB was nominated for basins larger than 10,000 km 2. The MGB showed
significant performance in representing the current hydrologic regime even with the
lack of basin rainfall stations and the estimated impacts of climate change tend to
decrease water availability and increase flooding in the of the Paraíba do Meio River
basin.
2 OBJETIVOS ............................................................................................... 16
3.5.1.2 Horizontais.................................................................................................. 33
4 METODOLOGIA......................................................................................... 35
5 RESULTADOS ........................................................................................... 66
7 CONCLUSÃO............................................................................................. 80
8 RECOMENDAÇÕES .................................................................................. 81
REFERÊNCIAS .......................................................................................... 82
ANEXOS .................................................................................................... 88
12
1 INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA
O resultado final deste trabalho será de extrema relevância, dado que a bacia
hidrográfica do Paraíba tem problemas de secas e enchentes, e é necessário estudo
modelagem hidrológicos e impactos das mudanças do clima na bacia, e que são
levados em consideração os tipos e cobertura vegetal e de dados hidroclimaticos,
possibilitando assim aprimorar o gerenciamento de recursos hídricos na região.
2 OBJETIVOS
2.1 Geral
2.2 Específicos
3 REVISAO BIBLIOGRÁFICA
Os impactos nas vazões dos rios provenientes das mudanças climáticas tem
sido objeto de estudo em modelagem hidrológica, quando associados aos cenários
futuros de mudanças do clima (precipitação e temperatura) utilizam-se em modelos
chuva vazão, tendo como dados de entrada os dados climáticos. A temperatura tem
grande potencial de modificar a taxa de evapotranspiração, e conseqüentemente
alterar o ciclo hidrológico. Tavares (2004) o aumento das temperaturas terá, como
resposta, um crescimento da evaporação e fornecimento de energia, contribuindo
para a formação de nebulosidade por movimentos convectivos na atmosfera. A
convecção e evaporação criarão alterações na circulação atmosférica e nas
precipitações, que deverão aumentar em alguns lugares e diminuir em outros.
Também crescerão episódios de secas e enchentes. Silva et al.(2009), aplicaram o
modelo de balanço hídrico mensal, desenvolvido por XIONG e GUO (1999), na bacia
do rio Ipojuca/PE, e pôde observar que o aumento na temperatura de 1Cº alteraram
as vazões. O referido autor destaca que essa anomalia de temperatura pode ser um
indicativo de que os rios possam secar mais cedo do que o normal, com as
mudanças climáticas, previstas pelo Painel Intergovernamental de Mudanças
climáticas – IPCC.. Wang et al., (2009) utilizaram o VIC, modelo hidrológico que
inclui a interação da dinâmica da atmosfera com vegetação subjacentes e solos,
onde a água dinâmica e fluxos de energia são considerados. Esse modelo foi
aplicado na bacia hidrográfica do rio Amarelo, na China, estimaram reduções nas
vazões em 1,88% por ano com as mudanças do clima e impactos humanos, e de
0,86% somente associados as mudanças do clima.
utiliza para a análise topográfica um Modelo Digital de Elevação (FERRAZ et. al,
2000).
Evapotranspiração
Equação 1
Equação 2
Onde Wc [mm] é o limite mínimo a partir do qual não ocorre percolação; Kbasj
[mm.dia-1] é o parâmetro que define a percolação máxima, quando o solo está
saturado.
33
Equação 3
3.5.1.2 Horizontais
4 METODOLOGIA
ta
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²
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-7.800
Pa lm Pind o
-7.800 Tanque d'Arca ba
Mar Vermelho
Marib on do Atalaia
la r
- 9.6º
-9.5º
Pi
-36.50º
-10.00 -10.00
-36.0º
4.1.2 Clima
A Bacia do Rio Paraíba tem sua área definida no alto curso por uma
superfície aplanada, com relevo ondulado com altitude entre 600 e 800 m. O médio
curso caracteriza-se pela presença de formas estruturais e de dissecação
homogênea e o baixo curso por uma superfície sedimentar dissecada em interflúvios
tubuliformes e colinas.
Com vale em “V” em todo alto curso, após confluir com o Riacho Seco e ainda
em pernambucano, alcança o cota de 500 m, no qual, se encrava entre encostas
erodidas que formam colinas, serras e cristas, até a confluência com o Paraibinha, a
montante da cidade de Capela. Nesse trecho, a bacia ocupa uma superfície
dissecada em três níveis distintos 600 – 700m, 450 – 550m, nível dominante, e 230
– 350m, que formam degraus de acesso aos níveis mais elevados do maciço.
4.1.4 Solos
ocorre estrutura fraca ou mesmo forte, granular, de consistência dura a muito dura
quando seco, e friável a firme quando úmido
original pela cana-de-açúcar, restando apenas manchas de mata nos vales com
altas declividades.
As informações relativas ao uso do solo definem as ações antrópicas em
termos de áreas cultivadas, destacando-se a cana de açúcar nos municípios de
Atalaia, Cajueiro, Capela, Chã Preta, Pilar e Pindoba, apresentando uma cultura
mais diversificada os municípios de Mar Vermelho, Paulo Jacinto e Quebrangulo
com cultivo de feijão, milho, batata doce, fava, mandioca, entre outros.
44
modelagem. Após este procedimento foi feita a extração da área da bacia para os
planos citados, tendo como referência geográfica para todos os recortes o Datum
WGS_1984 e a mesma resolução espacial do MDE de 90 metros (figura 5) para
todos os mapas.
Temperatura;
Radiação solar;
Velocidade do vento;
Pressão atmosférica.
55
Como se pode notar na figura 15, os postos com informações de vazão estão
situados apenas na porção da bacia referente ao território Alagoano. Estes postos
58
A série de vazões (1997 a 2006) foi escolhida por serem os anos com menos
falhas e por estarem compatíveis com a série de precipitação.
Ano
POSTOS 77 78 79 80 81 82 83 84 85 86 87 88 89 90 91 92 93 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04 05 06 07 08
ATALAIA X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
VIÇOSA X X X X X X X X X X X X X X X X X X X X
QUEBRANGULO x x x x x x x x x x x x x x x x x x x x
Fonte: Autor, 2011.
ANOMALIAS (%)
Mês
Temperatura (A1B) Temperatura (A2)
Janeiro 2.9 2.5
Fevereiro 3 2.5
Março 2 2
Abril 3 2
Maio 3 2.5
Junho 3 2.5
Julho 3 2.5
Agosto 2 2.5
Setembro 2 2.5
Outubro 3 2.5
Novembro 3 2.5
Dezembro 3 2.6
ANOMALIAS (%)
MÊS
Precipitação A1B Precipitação A2
Janeiro 1 1
Fevereiro 1 1
Março -2 1
Abril -2 1
Maio -1 1
Junho -1 1
Julho 1 1
Agosto 1 1
Setembro 1 1
Outubro 1 1
Novembro 1 1
Dezembro 1 1
5 RESULTADOS
SOLO RASO +
1 600 0,10 0,1 10 0,08 0 1,70
VEGETAÇÃO DISPERSA
SOLO PROFUNDO +
3 590 0,10 0,1 10 0,10 0 0,62
VEGETAÇÃO DISPERSA
SOLO PROFUNDO +
4 2000 0,12 0,1 40 0,70 0 0,80
PASTO
SOLO PROFUNDO +
5 2000 0,12 0,1 50 0,10 0 2,0
FLORESTA
Blocos CS CI CB QB_M3/SKM2
Esta diferença teve como base os valores sugeridos pelo modelo e não está
baseada , em medição in loco, mas foi definida na tentativa de fazer com que o
modelo conceba as diferenças entre os usos e cobertura do solo na taxa de
evapotranspiração e na propagação do escoamento nas URH’s.
O parâmetro CAP, que representa o fluxo de água para superfície do solo, foi
adotado como zero para todos os blocos, pois a contribuição da água subterrânea
para a o solo é desprezada no modelo.
A fase final de calibração foi obtida com os ajuste do parâmetro Wc, o qual
possuem relação com Wm, que representa a taxa de absorção do solo.
0.89 0,73
39850000 Quebrângulo
0.84 0,78
39870000 Viçosa
0.85 0,76
39890000 Atalaia
Fonte: Autor, 2011
400
350 Validação
Calibração
300
250
Vazão (m³/s)
200
150
100
50
simulado observado
400
350
Vazão (m³/s)
300
250
200
150
100
50
simulado observado
800
Calibração Validação
700
600
500
Vazão (m³/s)
400
300
200
100
simulado observado
das vazões máximas para o cenário A1B. No cenário A1B, nos valores máximos das
máximas houve acréscimo de 1,2% nas vazões calculadas, subindo de 333,2 m 3/s
para 337,2m3/s, mostrando um ganho de 4m3/s, o desvio padrão foi de 13,7 e
diminui em 1,5% em relação ao cenário atual. Ainda no mesmo cenário, a vazão
média anual foi impactada em -7,7%, assim como a média das máximas em -4,2%
em relação ao cenário atual.
Para o cenário A2, as vazões máximas das máximas tiveram aumento, como
também as médias das vazões máximas. O desvio padrão em relação à média foi de
14,10 m3/s e a média anual foram impactadas em 3,2%, as médias das máximas
aumentaram de 119 para 121,3 m 3/s, enquanto que na máxima das máximas houve
aumento de 1,23%, A média das mínimas praticamente não sofreu impacto em
relação ao cenário atual.
Q90 0 0 0 0 0
Desvio
Padrão 13,9 13,7 14,1 - 1,5 1,4
Média
anual 19,2 17,8 19,9 - 7,7 3,2
Média
das
Máximas 119,0 114,0 121,3 - 4,2 1,9
Médias
das
Mínimas 0,02 0,03 0,02 0,03 0,0
* (%) Diferença em porcentagem
- 7,1%. Na média das máximas, assim com nas demais médias para A1B, houve
diminuição, decaindo de 169,2 para 162,7m 3/s e para a média das mínimas não
houve mudanças significativas, permanecendo em 0,2m3/s.
máximas aumentou em 1,2%, de 214,6 para 206,7m3/s e a média das mínimas teve
uma pequena redução, de aproximadamente -6%.
climáticas em A2, cenário de crescimento econômico mais lento para 2071 a 2100,
não apresentaram impactos significativos nas mudanças das vazões. As vazões não
aumentaram consideravelmente, mas houve pequena redução das vazões mínimas
na bacia.
80
7 CONCLUSÃO
8 RECOMENDAÇÕES
REFERÊNCIAS
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83
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84
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de políticas contribuição do grupo de trabalho i para o quarto relatório de avaliação
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88
ANEXOS
89