IOT Relatório
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Campinas
Junho de 2019
Lista de Figuras
3.1 Classificação com relação a eficiência com a proporção dos painéis produzidos 16
3.2 Nível de ruído e resolução vs. Capacitância de filtragem e resolução de
largura de banda. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3.3 Nível de ruído e resolução vs. Capacitância de filtragem e resolução de
largura de banda. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
Sumário
1 Introdução 1
1.1 Matriz energética brasileira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
2 Objetivo 6
3 Desenvolvimento 7
3.1 Sistema de geração de energia solar fotovoltaica . . . . . . . . . . . . . . . 7
3.2 Metodologia dos três ciclos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
3.2.1 Primeiro ciclo, Negócio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
3.2.2 Segundo ciclo, Especificações Top-Down . . . . . . . . . . . . . . . 16
3.2.3 Terceiro ciclo, Implementação (Bottom-Up) . . . . . . . . . . . . . . 19
3.3 Esquemas Elétricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3.3.1 Materiais utilizados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3.3.2 Descrição dos hardwares utilizados . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
3.3.3 Descrição dos Sensores . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
3.4 Método de transmissão . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.4.1 Rede de Sensores Sem Fio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
3.4.2 IoT Proxy Manager . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 28
3.4.3 Módulos de comunicação e plataforma de desenvolvimento . . . . . 29
3.4.4 Framework . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
3.5 Software . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.5.1 Modelagem dos Dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3.5.2 Funcionalidades do sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.5.3 Atividades do sistema . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.5.4 Sistema Web . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4 Resultados 41
5 Conclusão 43
Referências bibliográficas 44
Capítulo 1
Introdução
Diante das novas formas de se usarem os dispositivos eletrônicos, novas tecnologias foram
sendo desenvolvidas e adaptadas para as novas funcionalidades. A busca por maiores taxas
de transmissão de dados, visando formas de conexão que minimizem custos de projeto,
que diminuam a necessidade de alta potência na transmissão e aumentem as áreas de
cobertura sendo confiáveis vêm produzindo resultados nos meios industrial e acadêmico.
Estas tecnologias estão relacionadas ao conceito de Internet das Coisas.
A Internet das Coisas, representada pela sigla IoT (Internet of Things), é definida
de acordo com a União Internacional das Telecomunicações como uma infraestrutura
global que habilita serviços avançados por meio da interconexão entre coisas, ditas físicas
ou virtuais, com base nas tecnologias de informação e comunicação. Ou seja, a ideia é
conectar coisas, objetos do dia-a-dia, dotando-os de capacidade de processar dados. Dessa
forma, uma solução em IoT deve atender a três pré-requisitos. São eles: Reconhecimento
de dados, Conexão a uma rede e a Capacidade de processar os dados sem que haja
interferência humana.
A aplicação de IoT pode trazer benefícios aos cidadãos, à gestão pública, como questões
envolvendo segurança, transporte e eficiência energética, pois permite trazer ao usuário
um poder de decisão sobre o ambiente abordado com muito mais agilidade e facilidade.
Neste projeto a aplicação IoT abordada é voltada sobre sistemas de geração de energia
solar fotovoltaica.
A energia solar fotovoltaica é uma das mais limpas formas de geração de energia
existentes no mundo, a luz do sol é captada por meio de painéis solares que tem por
finalidade realizar a conversão da energia luminosa em energia elétrica. Nesse processo é
1
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 2
possível criar uma rede IoT em que os painéis solares estejam conectados a dispositivos
de comunicação que traduzam, por exemplo, ao consumidor a capacidade de geração de
energia elétrica do sistema, buscando minimizar custos e identificar problemas na geração
da energia.
A geração centralizada de energia ocorre por meio das usinas solares, e contam com
três características principais:
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 4
• Gerar energia para o mercado cativo, por meio da participação em leilões de energia
A previsão de expansão da geração elétrica no Brasil para o ano de 2030 está apresen-
tado na Tabela 1.1. Observe como a geração solar centralizada e distribuída possuem o
maior percentual de crescimento comparado às outras fontes de geração de energia. Outro
gráfico muito interessante está apresentado na Figura 1.4, onde mostra a matriz energé-
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO 5
Potência
2014 2030 Participação Incremento Crescimento
Fonte Adicional
(TWh) (TWh) em 2030 (%) (TWh) (%)
(GWp)
Hidráulica 407 697 61 % 290 66 64 %
Eólica 12 105 9% 93 26.5 108 %
Solar-Cent. 0 26 2% 26 14.8 493 %
Solar-Dist. 0 9 1% 9 5.1 6321 %
Biomassa 41 134 12 % 93 4.2 28 %
Outras 164 180 15 % 16 -
Total 624 1151 527
tica atual e em construção. Note como as fontes renováveis eólica e solar apresentam um
crescimento expressivo da matriz energética brasileira (GONCALVES et al., 2018).
Capítulo 2
Objetivo
O objetivo deste trabalho é desenvolver uma Rede de Sensores Sem Fio (RSSF) para dis-
positivos capazes de monitorar dados de painéis solares. Os dados coletados são corrente,
tensão e temperatura do painel, os quais são transmitidos pelo ambiente sem fio para um
banco de dados, sendo possível ter o completo gerenciamento dos dados coletados em um
ambiente online. O banco de dados projetado é capaz de monitorar diversos dispositi-
vos de medição ao mesmo tempo, independente das marcas e modelos dos equipamentos
utilizados nos sistemas de geração fotovoltaica.
6
Capítulo 3
Desenvolvimento
7
CAPÍTULO 3. DESENVOLVIMENTO 8
Os painéis solares têm a capacidade de fornecer uma potência máxima. Seu valor é
definido em projeto. No entanto ao conectar uma placa à carga, por exemplo de 60 W,
dificilmente o painel estará fornecendo a potência de 60 W. Para que o painel entregue a
máxima potência fornecida pelo fabricante, é necessário que o painel esteja atuando em
um ponto específico, isto é, o MPPT (Maximum Power Point Tracker ) ou Rastreador de
Máxima Potencia do Painel. A curva de atuação em I × V e P × V de uma placa solar
fotovoltaica é esboçado na Figura 3.1 e os pontos definidos no gráfico correspondem a:
Neste gráfico a curva em azul corresponde aos possíveis valores de atuação do painel
fotovoltaico, e a curva em vermelho é seu correspondente em potência. Para que o painel
atue sobre o MPPT é necessário adicionar ao sistema otimizadores de potência, que são
projetados especificamente para forçarem a os painéis a atuarem sobre este ponto. Os
otimizadores estão presentes em alguns equipamentos específicos para sistemas de geração
de energia solar, como o inversor de frequência e o controlador de carga (VILLALVA;
GAZOLI, 2015).
O número de árvores cultivadas pode parecer algo um pouco abstrato e intangível, mas é
uma métrica que ajuda a compreender os benefícios ecológicos de um projeto de geração
de energia solar fotovoltaica, a qual está relacionada às energias sustentáveis. Diversas
fontes de energia estão ligadas a queima de combustíveis fósseis, como carvão, petróleo,
gás natural. Dessa forma, o aumento da quantidade de sistemas de geração de ener-
gia solar reduz indiretamente a necessidade das energias produzidas a partir da queima
combustíveis fósseis.
O calculo equivalente ao número de árvores cultivadas é obtido diretamente a partir
da energia elétrica gerada sobre um período de tempo multiplicado pelo coeficiente de
CAPÍTULO 3. DESENVOLVIMENTO 10
Negócio Especificação
Implementação
O Negócio
Tendo em vista que o gasto com energia elétrica é elevado nas instituições de ensino
superior e que ele compromete cerca 25% do orçamento de custeio da UNICAMP, a
UNICAMP em parceria com a CPFL elaborou o projeto campus sustentável, que faz
parte de um esforço proposto pela ANEEL para reduzir o consumo de energia elétrica nas
universidades públicas.
A Mini geração fotovoltaica, será instalado 534 kWp de geração fotovoltaica, distri-
buída em 13 locais dentro do campus da UNICAMP, nos seguintes locais: estacionamento
GMU, BCCL, CB, Cepetro, IG, ADM, IC, FEC, IFGW, IQ, FEM, FEA e FEEC. Para re-
alização deste projeto será investido o valor de 3.173.055,20 (três milhões, cento e setenta
e três mil, cinquenta e cinco reais e vinte centavos). Espera-se que esse projeto contribua
com a redução de 1.3% de energia consumida atualmente, ou seja R$ 325.000,00 (trezentos
e vinte e cinco mil reais) por ano (CPFL, 2017). Considerando apenas o valor investido
e o valor da energia gerada, o investimento será quitado em 9.7 anos.
Os fabricantes de painéis fotovoltaicos geralmente fornecem garantia de 25 anos para
o produto. No entanto, dada a ação do tempo eles geralmente perdem a capacidade de
geração de energia. Tal capacidade também é influenciada pela temperatura do painel,
bem como pelos períodos de exposição a luz ao longo dos anos. Além da perda de
capacidade natural dos painéis é possível que ocorra problemas nos terminais de contato
por causas das chuvas e outras intempéries que reduzem a produção de energia elétrica.
Considerando que os gastos de energia elétrica comprometem cerca de 25% do orçamento
de custeio da UNICAMP, que a geração de energia fotovoltaica apresenta-se como uma
alternativa para a redução dos gastos com energia e que o investimento na mini usina
representa um valor considerável em relação a energia produzida, este trabalho pretende
produzir um solução em IoT para monitorar a geração de energia e auxiliar na redução
dos gastos com energia.
A solução irá possibilitar monitorar a energia gerada por cada painel solar, ou con-
junto de painéis, e determinar se existe alguma queda anormal na produção de energia,
representando uma falha com o painel. A identificação da falha precocemente irá auxiliar
na manutenção da produção de energia, bem como irá reduzir os custos de manutenção,
tendo em vista que a solução irá identificar o local exato do problema.
A solução também possibilitará ao longo dos anos estimar, com base na produção de
energia passada, a viabilidade da implantação de novos parques de geração fotovoltaica.
CAPÍTULO 3. DESENVOLVIMENTO 12
A coisa
Neste projeto a definição das coisas será um sistema de geração de energia solar fotovol-
taica, o qual é composto por painéis solares, inversor de frequência, controlador de carga
e bateria. Com estes equipamentos é possível realizar um monitoramento bem adequado
da tensão e da corrente gerada pelo sistema. Com os dados sendo monitorados, é possível
ter acesso a informação de cada um dos elementos da rede. Com estas informações será
possível identificar com mais facilidade e agilidade possíveis falhas localizadas em suas
posições específicas da rede IoT. Os equipamentos referenciados são detalhados a seguir.
• Painel solar: Os painéis solares são construído por várias células de silício ou fotovol-
taica, as quais geram eletricidade a partir da irradiação solar, na forma de corrente
contínua (DC).
As células fotovoltaicas estão ligadas entre si dentro de cada painel solar e conectadas
a painéis adjacentes usando cabos, semelhante ao da Figura 3.3.
Obs: O calor não produz energia, é a irradiação solar. Pelo contrário, o calor danifica
os painéis, fazendo-os perder eficiência com o passar do tempo.
A energia gerada depende das condições climáticas, por exemplo, em um dia nu-
blado/chuvoso, a quantidade de energia produzida será menor do que dias enso-
larados. A quantidade de energia luminosa é conhecida como irradiação solar e
CAPÍTULO 3. DESENVOLVIMENTO 13
geralmente é calculada ao longo do dia usando o termo Horas do Sol no Pico (PSH).
O para a localização e tendo em conta a orientação e ângulo de inclinação dos painéis
solares (LUCAS, 2019).
Outra característica importante dos inversores é que eles também atuam como oti-
mizadores de potência, em que monitoram e controlam a atuação dos painéis para
garantir que cada painel esteja operando com a máxima eficiência sob todas as
condições (LUCAS, 2019).
• bateria: As baterias são responsáveis por todo o armazenamento das cargas elétricas
no sistema off-grid, em que posteriormente serão consumidas nos períodos noturnos
ou em dias não ensolarados. As baterias mais recomendadas são as do tipo esta-
cionárias, tipicamente são aplicadas a funções que demandam por longos períodos
de corrente elétrica moderada. Além disso, são projetadas para suportar períodos
maiores de descarga e duram muito mais tempo. Consequentemente, são as mais
adequadas para o uso em sistemas solares fotovoltaicos (SOLARBRASIL, 2019).
Especialista
Regras de Negócio
Porcentagem do total
Eficiência Classificação
de painéis produzidos
> 18 % ∼10% Alta eficiência
17 − 17.9 % ∼ 30% Acima da média de eficiência
16 − 16.9 % ∼ 30% Eficiência padrão
15 − 15.9 % ∼ 20% Abaixo da média de eficiência
< 15% ∼ 10% Baixa eficiência
Tabela 3.1: Classificação com relação a eficiência com a proporção dos painéis produzidos
O diagrama a seguir resume a conexão entre os sete níveis do modelo de referência podendo
ser útil tanto para o ciclo das Especificações como para a Implementação. No caso das
especificações, são estabelecidos seis níveis que ligam o negócio (Nível 7) e a coisa (Nível
0), segundo o modelo de referência por um approach top-down.
Neste ciclo, os níveis são discutidos a seguir:
CAPÍTULO 3. DESENVOLVIMENTO 17
Nível 7 – Negócio
Nível 6 - Exibição
Nível 5 – Abstração
A abstração foi feita com a ajuda de um especialista, o prof. Dr. Marcelo Gradella
Villalva, da FEEC. A atuação do especialista se deu como responsável por apresentar os
parâmetros da operação, quais são os limites da rede de energia e qual o seu comporta-
mento esperado. Em relação ao tratamento dos dados, serão calculados os valores médio,
máximo e mínimo, além de uma extração estatística. As técnicas para o tratamento dos
dados serão a eliminação de outliers e identificação de tendencias.
Nível 4 – Storage
Nível 3 – Borda
Nível 2 – Conectividade
O nó sensor ficará junto as placas e a Estação Rádio Base (ERB) estará no laboratório
LE37. A antena da ERB consegue realizar a cobertura do nó sensor, havendo apenas
um enlace entre a ERB e o nó sensor. Há uma segurança física nas placas fotovoltaicas,
então o nó sensor não estará em um local de fácil acesso. Existem poucos obstáculos entre
o nó sensor e a ERB. A antena da ERB está em uma posição privilegiada, no topo do
prédio de laboratórios da FEEC. A transmissão será feita por radiofrequência utilizando
a frequência 915MHz.
Nível 0 – Coisas
Neste ciclo é feita a utilização dos níveis mencionados anteriormente. No entanto, agora
com abordagem bottom up. Ou seja, partindo dos níveis de números menores (mais perto
da coisa) até os de números maiores (mais perto do negócio).
Será utilizado uma placa de desenvolvimento DK107, um divisor de tensão para a medição
da tensão do painel, um sensor medidor de corrente Allegro ACS712 e um sensor de
temperatura. O sensor utilizado para medir a corrente da placa é o ACS712, com um
range de -30A até 30A. Para medir a tensão da placa será utilizado divisor resistivo para
diminuir a tensão, Foi utilizado como referência a dissertação de mestrado “Sistema de
baixo custo para monitoramento da geração de energia solar com conexão para internet
das coisas” do Ricardo Mazza Zago.
Nível 2 – Conectividade
A conectividade será feita através de uma rede de sensores sem fio (RSSF) com módulos
de comunicação BE900 e uma placa de desenvolvimento DK107 no nó sensor. Os módulos
de comunicação possuem o transceptor CC1101 e o microcontrolador ATmega328.
Nível 3 – Borda
Nível 4 – Storage
Nível 5 – Abstração
Na primeira etapa do projeto a abstração será realizada com a definição de limites para as
grandezas mensuradas. Os limites são determinados pelo especialista do negócio e pelos
fabricantes dos painéis fotovoltaicos. Se a potência medida estiver abaixo da especificada,
o alerta, então é emitido.
Nível 6 - Exibição
Para exibição dos dados foi desenvolvido um sistema web que possibilita consultar a
tensão, a corrente e a potência dos painéis solares. O sistema também realiza alertas
caso os valores das grandezas medidas não estejam dentro dos limites estabelecidos pelo
especialista do negócio.
Os materiais que são utilizados neste projeto são listados na Tabela 3.2.
Tabela 3.2: Nível de ruído e resolução vs. Capacitância de filtragem e resolução de largura
de banda.
Figura 3.8: Placa projetada para execução do monitoramento com a ajuda do SATE.
Após realizar uma pesquisa de mercado foi observado que a melhor opção de custo bene-
fício para realizar as medidas da corrente é com o sensor Allegro ACS712, o qual pode ser
visto na figura a seguir.
Este sensor é classificado como invasivo, ou seja, é necessário abrir o circuito para fazer
a medição. Além disso, ao adicioná-lo ao circuito provoca uma baixa queda de tensão
durante a medição, devido a sua resistência interna ser de apenas 1, 2 mΩ. Possui fundo
de escala de −30 A até 30 A tanto para corrente contínua como para alternada, com uma
sensibilidade de aproximadamente 0,066 mV/A. A medição ocorre por meio do efeito hall
para detectar o campo magnético gerado pela corrente.
CAPÍTULO 3. DESENVOLVIMENTO 24
Onde, Vcc , é o pino de alimentação do circuito, em que será utilizado uma bateria para
poder alimentá-lo. Viout é o pino que informa os dados da corrente e tensão medidos GND
é o pino terra, os pinos IP+ e IP- conectam-se em série ao circuito que deverá ser medido.
No site da Allegro, empresa responsável pela fabricação do sensor, há uma página
de FAQ. Perguntaram qual a menor corrente que pode ser medida pelo ACS712, foi
respondido que a sua resolução é determinada pelo nível de ruído, mostrando assim uma
tabela das características de filtros que podem ser aplicadas. Dependendo do valor da
corrente que será necessário medir, é necessário alterar o capacitor utilizado.
Tabela 3.3: Nível de ruído e resolução vs. Capacitância de filtragem e resolução de largura
de banda.
A tensão a ser medida será realizada diretamente, mas como a entrada pino de medição
não deve possuir uma tensão maior do que 5V. Então será realizado um divisor de tensão
para abaixar a tensão gerada. Este circuito é ilustrado a figura a seguir. O capacitor tem
o objetivo de reduzir possíveis ruídos na medição.
CAPÍTULO 3. DESENVOLVIMENTO 25
Vin
R1=91 K Ω
Vout
R2=10 KΩ C=100 pF
Este é um sensor digital, cuja faixa de operação é de 0 a 100o C com boa precisão, é
utilizado em vários projetos de automação residencial/industrial, e de fácil aplicação para
microprocessadores, como PIC, ARM, Arduino e Raspberry Pi, cuja comunicação ocorre
por apenas um pino.
CAPÍTULO 3. DESENVOLVIMENTO 26
Enfim, o esquema de conexão de todos estes sensores é feita de acordo com a Figura
3.15.
ACS 712
DIvisor de Tensão
Rede/Carga
MPPT
Figura 3.15: Esquema de conexão dos sensores ao sistema de geração de energia solar
fotovoltaica.
Observe que para a medição adequada, é necessário que o sistema esteja conectado a
um otimizador de potência em MPPT.
Com este esquema, foi projetado uma placa impressa para a unificação de todos os
sensores apresentados na Figura 3.16. Observe a presença dos conectores Screw, que é
o terminal de entrada para conexão com o sistema fotovoltaico, do sensor de Corrente
ACS712, do conector grove para a comunicação com o DK107, e o divisor de tensão. A
placa montada com todos estes componentes está apresentada na Figura 3.17.
CAPÍTULO 3. DESENVOLVIMENTO 27
A comunicação do sistema foi realizada por uma Rede de Sensores Sem Fio (RSSF). Uma
RSSF monitora as condições do ambiente que a cerca, por meio de variados sensores
e transmite esses dados sem a utilização de fios. Sendo usada nas áreas militar, meio-
ambiente, saúde, residencial e industrial (AKYILDIZ; VURAN, 2010). Os Nós Sensores
CAPÍTULO 3. DESENVOLVIMENTO 28
são responsáveis por coletar informações do meio e enviar para a Estação Rádio Base
(ERB). Esse, por sua vez, recebe as informações e está ligado ao gateway, que conecta
a RSSF à Internet, isso pode ser feito através de Ethernet, Wi-Fi ou Universal Serial
Bus (USB). Além dos módulos de comunicação, o bom funcionamento das RSSF tam-
bém se deve às antenas utilizadas. A antena é um condutor que capta um sinal guiado
(comunicação por fio) e o transforma em um sinal não guiado (transmissão pelo ar). As
características de uma antena são determinadas pelo diagrama de irradiação da mesma
(BRANQUINHO, 2014; DÉO; BRANQUINHO, 2017).
Foi exposto por Oliveira (2016) que a RSSF possui limitações como falta de capacidade
computacional e de “hosts”, necessitando de uma plataforma de gerenciamento no gateway.
Ao avaliar os dados recebidos e a infraestrutura da rede, essa plataforma foi nomeada
Proxy Manager. O Proxy Manager realiza três funções: Coleta e tratamento dos dados,
interface entre os dados e a Internet e a aplicação na Internet, assim nesse trabalho esse
elemento de borda foi denominado IoT Proxy Manager. Oliveira (2016) também propôs
a estrutura como um todo, visto na Figura 3.18.
Os elementos do sistema são: a RSSF; o IoT Proxy Manager, que realiza a conexão à
Internet; e uma plataforma na nuvem, possuindo um banco de dados e a análise estatística
CAPÍTULO 3. DESENVOLVIMENTO 29
dos mesmos. No IoT Proxy Manager, há o Gerente da Rede, responsável por monitorar
e controlar a rede, os parâmetros do sistema são inseridos através dele Stallings (1996).
Também há o Gerente dos Dados que realiza cálculos estatísticos e tratamento dos dados.
Ambas gerências são realizadas por meio de um script Python.
Para a RSSF foi escolhido o módulo de comunicação BE900 que é considerado Low Power
Wide Area Network (LPWAN) e opera nas frequências não licenciadas, que são reservadas
para o desenvolvimento Industrial, Científico e Médico (Industrial Scientific and Medical,
ISM).
Essa é uma tecnologia nacional e atende as regulamentações da Agência Nacional de
Telecomunicações (ANATEL), o módulo utiliza uma plataforma open-source, tornando
fácil a implementação de novos protocolos de comunicação e diferentes topologias de rede.
Para realizar a programação do Nó Sensor e assim o desenvolvimento da rede, foi utili-
zado a plataforma open-source Radiuino. Essa ferramenta tem como modelo conceitual as
camadas do Protocolo de Controle de Transmissão/Protocolo da Internet (Transmission
Control Protocol/Internet Protocol, TCP/IP), sendo elas a Física, Controle de Acesso ao
Meio (Media Access Control, MAC), Rede, Transporte e Aplicação.
Cada pacote possui 52 bytes, seguindo a seguinte estrutura: 16 bytes para os cabeça-
lhos das camadas Física, Enlace, Rede e Transporte (4 bytes cada uma), 18 bytes para os
conversores analógico para digital (AD0, AD1, AD2, AD3, AD4 e AD5) e 18 bytes para
as entradas ou saídas digitais (IO0, IO1, IO2, IO3, IO4 e IO5).
Nos bytes da camada Física são escritos os dados do “link” do rádio, tal como o
Indicador da Intensidade do Sinal Recebido, (Received Signal Strength Indicator, RSSI)
e o Indicador da Qualidade do “Link” (Link Quality Indicator, LQI). Na camada MAC é
configurado o modo de repouso ou sleep mode, esse modo faz o dispositivo “dormir” entre
transmissões, economizando energia e aumentando a vida útil do mesmo.
A camada de Rede é responsável pelo roteamento dos pacotes e a de Transporte pela
contagem deles. A camada de Transporte também realiza a segurança das informações.
A camada de Aplicação realiza as medidas dos Nós Sensores. Os elementos da rede e suas
camadas estão dispostos na Figura 3.19.
CAPÍTULO 3. DESENVOLVIMENTO 30
Os firmwares da ERB só possuem as três primeiras camadas, pois não realiza nenhuma
aplicação e não possui informações, isso é feito pelo IoT Proxy Manager que está conectado
à ERB através de um cabo mini USB. O Nó Sensor possui todas as camadas e está se
comunicando pelo ar.
3.4.4 Framework
O primeiro passo para o desenvolvimento de uma RSSF é definir: quem será o usuário
dessa rede, o que ele deseja monitorar e com qual sensor. Após essa primeira análise
é possível começar a desenvolver a rede, escolhendo os módulos de comunicação e os
aferindo, desenvolvendo os parâmetros da rede e os firmwares que serão utilizados pelos
módulos.
Um survey da área a ser monitorada deve ser realizado, levando em consideração a
distância entres os pontos de medição e a localização dos mesmos. Verificando se há visada
com a ERB, pontos de energia ou incidência solar e até se há a necessidade de alguma
autorização mediante a instalação.
CAPÍTULO 3. DESENVOLVIMENTO 32
Depois desse estudo, é decidido os tipos das antenas que realizam a melhor cobertura
para cada caso e testes de campo para verificar a comunicação são realizados.
Feito toda esta análise, é preciso deixar a decisão no controle de alguém que esteja
supervisionando toda a RSSF projetada para monitorar os dados da geração solar foto-
voltaica. A Figura 3.21 apresenta a ideia envolvendo toda a RSSF.
Possíveis problemas que podem ocorrer neste sistema em que o supervisor será infor-
mado para a tomada de decisão são destacados a seguir
• Quando a diferença de tensão entre ambas as extremidades das placas cair a zero.
Isto corresponde a um curto circuito, logo a instalação deve ser verificada para o
sistema ser rearranjando.
CAPÍTULO 3. DESENVOLVIMENTO 33
• Temperatura muito alta dos painéis solares. Neste caso, pode ser ligado um sistema
de resfriamento, visto que o calor reduz o tempo de vida do painel solar.
• Quando a diferença muito grande, não comum e por um longo período de tempo
para um no específico com relação aos seus vizinhos. Neste caso, uma equipe de
analise técnica pode ser chamada para verificar possíveis problemas que estejam
interferindo na geração de energia sobre o nó específico
3.5 Software
O presente sistema foi concebido, a princípio, para monitorar a produção de energia solar
e a eficiência dos painéis fotovoltaicos instalados na Unicamp. No entanto o sistema foi
implementado para atender uma maior variedade de clientes e usuários.
O sistema poderia ser comercializado para revendedores/fabricantes de painéis fotovol-
taico, que agregaria ao seu produto um sistema de monitoramento e suporte ao pós-venda.
O sistema possibilita monitorar as usinas de diversos clientes. Cada cliente pode
possuir uma ou várias usinas solares (instalações), as instalações são compostas por painéis
fotovoltaicos. De cada painel solar são armazenadas as especificações do fornecedor, como
a potência mínima, potência máxima, tensão máxima, eficiência e coeficiente térmico.
Dada as características e a quantidade de painéis fotovoltaico é possível determinar
a potência total das instalações de um cliente. Para cada instalação são armazenados
dois tipos de medição. Uma medição, realizada próximo ao tempo real, que armazena a
medição realizada pelo sensor no momento que ela é recebida pelo elemento de borda, e
uma medição das médias coletadas pelos sensores. Apenas a última medição próxima ao
tempo real é armazenada no banco de dados. No armazenamento das medições por média
é realizada a cada 30 minutos, podendo esse tempo ser reconfigurado.
Durante as medições o elemento de borda com base nas configurações da instalação
verifica se ocorreu uma falha. Atualmente duas categorias de falhas são tratadas pelo
sistema: falta de comunicação entre o elemento de borda e os sensores e a falha na
potência gerada pela usina solar.
CAPÍTULO 3. DESENVOLVIMENTO 34
O sistema IOT de monitoramento solar é composto por 3 subsistemas que realizam ati-
vidades bem definidas. A fim de apresentar as funcionalidades desempenhada por cada
módulo a Figura 3.24 apresenta o diagrama de atividades do sistema. O diagrama de
atividades, assim como o diagrama de casos de uso, pertence a linguagem de modelagem
unificada (UML), esse diagrama tem por objetivo demostrar o comportamento do sistema
e o fluxo de processamento.
O diagrama apresenta 4 guias, sendo que as 3 primeiras representam as atividades
desempenhadas pelo sistema e a última guia representa o usuário do sistema.
A guia sensores é responsável por coletar os dados das usinas solares, após a coleta
dos dados os outliers são removidos utilizando o método estatístico z-score melhorado. O
z-score padrão utiliza a média e o desvio padrão para determinar se um ponto observado
é um outliers, esse método é pouco preciso para pequenas amostras coletadas. O z-score
melhorado utiliza a mediana e o desvio absoluto mediano, dessa forma o z-score melhorado
não sofre a influência dos outliers, sendo mais efetivo na sua remoção.
O elemento de borda realiza a coleta e tratamento dos dados, a interface entre os
dados e a Internet e a aplicação na Internet. Após a coleta e o tratamento, os dados
são disponibilizados para o sistema web, que apresenta as informações aos operadores e
clientes que podem tomar decisões.
CAPÍTULO 3. DESENVOLVIMENTO 37
O sistema web é responsável por coletar os dados tratados do elemento de borda e gerar
informações gerenciais para os usuários do sistema. As informações são apresentadas
em formato de dashboard. As dashboards são painéis que mostram métricas e indicadores
importantes para os atores do sistema tomarem decisões a alçarem seus objetivos e metas.
A Figura 3.25 apresenta a primeira versão da dashboard de monitoramento de uma
usina fotovoltaica. Na dashboard é possível obter a quantidade de energia gerada até o
momento, a potência atual e o histórico de geração, o valor em reais referente a energia
produzida e coeficiente de árvores cultivadas, considerando o valor médio de emissão de
CO2.
CAPÍTULO 3. DESENVOLVIMENTO 38
A Figura 3.26 apresenta as mensagens de falhas detectadas pelo sistema. Além das
mensagens de falha exibidas no sistema web notificações por e-mail e por WhatsApp
também são enviadas aos atores do sistema.
CAPÍTULO 3. DESENVOLVIMENTO 39
A Figura 3.27 apresenta a tela de cadastro de painéis fotovoltaicos de uma usina solar.
Nessa tela é possível realizar as operações CRUD (create, retrieve, update e delete). Os
dados cadastros são utilizados para a identificação de falhas na produção de energia e na
queda de eficiência do sistema.
CAPÍTULO 3. DESENVOLVIMENTO 40
Resultados
41
CAPÍTULO 4. RESULTADOS 42
Conclusão
43
Referências bibliográficas
CPFL. CPFL Energia investe R$ 8,1 milhões no Projeto Campus Sustentável da Unicamp,
2018. Disponível em: <https://www.cpfl.com.br/releases/Paginas/cpfl-energia-
investe-81-milhoes-no-projeto-campus-sustentavel-da-unicamp.aspx>.
DÉO, A.; BRANQUINHO, O. Zabbix Aplicado a IoT com Foco no Mercado de Pequenas e
Médias Empresas, 2017. Disponível em: <http://lcv.fee.unicamp.br/images/BTSym-
17/Papers/76634.pdf>.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 45
PEREIRA, R. O que é Geração Distribuída – GD. Portal Solar, 2019. Disponível em:
<https://www.portalsolar.com.br/o-que-e-geracao-distribuida.html>.
PORTALSOLAR. Tudo sobre a Eficiência do Painel Solar, 2019. Disponível em: <https:
//www.portalsolar.com.br/tudo-sobre-a-eficiencia-do-painel-solar.html>.