0% acharam este documento útil (0 voto)
5 visualizações13 páginas

Trabalho de Finanças Publicas

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1/ 13

ISCED - INSTITUTO SUPERIOR DE CIÊNCIAS E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E HUMANAS

CURSO DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

2ºANO VIIIº BLOCO

Módulo de Política Social Comparada

Maputo

Outubro/2021
Vitorino Jonas Manjate

Protecção social em moçambique: sistema, actores e principais desafios

Trabalho de Pesquisa apresentado ao Curso de


Licenciatura em Administração politicas publica, como
requisito parcial para a avaliação do segundo semestre.

Orientador:

Maputo

Outubro/2021
Índice
1 Introdução ................................................................................................................................ 1

1.1 Objectivo do trabalho ....................................................................................................... 1

2 Sistema Tributário Autárquico ................................................................................................ 2

2.1 Imposto Pessoal Autárquico ............................................................................................. 2

2.2 Imposto Predial Autárquico ............................................................................................. 3

2.3 Taxa por Actividade Económica ...................................................................................... 4

2.4 Imposto Autárquico sobre Veículos ................................................................................. 5

2.5 Imposto Autárquico da Sisa (Sisa Autárquica) ................................................................ 5

2.6 Contribuição de Melhorias ............................................................................................... 5

2.7 Outros Tributos Municipais ............................................................................................. 6

2.7.1 Taxas por Licenças Concedidas ................................................................................ 6

3 Conclusão................................................................................................................................ 9

4 Referências bibliográficas ..................................................................................................... 10


1

1 Introdução
O presente trabalho debruça-se em torno da discussão sobre a Análise do impacto do Sistema
Tributário Autárquico na promoção do bemestar social e melhoria das condições de vida dos
munícipes, O Sistema Tributário Moçambicano encontra-se consagrado no artigo 56 da Lei n.º
15/2002, de 26 de Junho, integrando:  Impostos nacionais e  Impostos autárquicos. A
necessidade de modernização e fortalecimento dos órgãos de gestão da administração tributária
levou o Governo a criar a Autoridade Tributaria de Moçambique através da Lei 1/2006 de 22 de
Março de 2006.

O sistema tributário Moçambicano integra os impostos nacionais e autárquicos, tratados em


dispositivos legais diferentes.

1.1 Objectivo do trabalho


O presente trabalho tem como objectivo: Analisar o impacto do Sistema Tributário Autárquico na
promoção do bemestar social e melhoria das condições de vida dos munícipes
2

2 Sistema Tributário Autárquico

A Lei nº 1/2008, de 16 de Janeiro, redefine o regime financeiro, orçamental e patrimonial das


autarquias locais, bem como reformula o Sistema Tributário Autárquico, instituídos inicialmente
pela Lei nº 11/97, de 31 de Maio.

No quadro da Lei nº 1/2008 (Lei de Finanças Municipais), o Sistema Tributário Autárquico integra
os seguintes impostos e outros tributos:

 Imposto Pessoal Autárquico;


 Imposto Predial Autárquico;
 Imposto Autárquico sobre Veículos;
 Imposto Autárquico da Sisa (Sisa Autárquica);
 Contribuição de Melhorias;
 Taxas por Licenças Concedidas e por Actividade Económica;
 Tarifas e Taxas pela Prestação de Serviços.

A entrada em vigor desta nova configuração do Sistema Tributário Autárquico efectivou-se com
a publicação do Código Tributário Autárquico, aprovado pelo Decreto nº 63/2008, de 30 de
Dezembro.

Com estas notas introdutórias, descrevem-se de seguida os elementos essenciais de cada um dos
tributos que actualmente integram o Sistema Tributário Autárquico do País.

2.1 Imposto Pessoal Autárquico

Imposto anual de capitação (“poll tax”), é o equivalente a nível autárquico do Imposto de


Reconstrução Nacional cobrado como imposto do Estado fora das áreas das actuais autarquias,
incidindo sobre todas as pessoas nacionais ou estrangeiras, residentes na respectiva autarquia,
quando tenham entre 18 a 60 anos de idade e para elas se verifiquem as circunstâncias de
ocupação, aptidão para o trabalho e demais condições estabelecidas no respectivo Código.

O valor do Imposto Pessoal Autárquico a vigorar anualmente é determinado em função do salário


mínimo nacional mais elevado em vigor em 30 de Junho do ano anterior, através da aplicação das
3

taxas de 4%, 3%, 2% e 1%, consoante a classificação das diferentes autarquias (níveis A, B, C e
D, respectivamente).

2.2 Imposto Predial Autárquico

Incidência:

O Imposto Predial Autárquico incide sobre o valor patrimonial dos prédios urbanos situados no
território da respectiva autarquia, entendendo-se por prédio urbano toda a parcela de terreno,
abrangendo os edifícios e construções nela incorporados ou assentes com carácter de permanência,
desde que:

Faça parte do património de uma pessoa singular ou colectiva ou a esta possa imputar-se o
respectivo uso ou fruirão sem o pagamento de uma renda;
Seja susceptível de, em condições normais, produzir rendimento e esteja afecto a quaisquer fins
que não sejam a agricultura, silvicultura ou pecuária.

Para este efeito:

Entende-se como tendo carácter de permanência os edifícios ou construções existentes, ainda que
móveis por natureza, sempre que afectos a fins não transitórios, e designadamente quando se
acharem assentes no mesmo local por um período superior a seis meses;
No regime de propriedade horizontal ou outra forma de condomínio, cada fracção autónoma será
havida como constituindo um prédio.

São sujeitos passivos do imposto os titulares do direito de propriedade em 31 de Dezembro do ano


anterior àquele a que a colecta respeite, presumindo-se como tais as pessoas em nome de quem os
mesmos se encontrem inscritos na matriz predial ou que deles tenham posse a qualquer título
naquela data.

Isenções:

Estão isentos do Imposto Predial Autárquico os prédios urbanos construídos de novo, na parte
destinada a habitação, por um período de cinco anos a contar da data da licença de habitação.
4

Taxas aplicáveis:

As taxas de imposto são de 0,4% e 0,7%, respectivamente, consoante se trate de prédios destinados
a habitação ou a quaisquer outros fins.

As taxas do Imposto Predial Autárquico aplicam-se sobre o valor patrimonial dos prédios urbanos.

2.3 Taxa por Actividade Económica

Nos termos do Código Tributário Autárquico ainda formalmente em vigor, a taxa por actividade
económica reveste a natureza de “licença de porta aberta”, sendo devida pelo exercício de qualquer
actividade de natureza comercial ou industrial, incluindo a prestação de serviços, no território da
respectiva autarquia, desde que exercida num estabelecimento.

Na configuração do mesmo Código, a Taxa por Actividade Económica é aplicada relativamente a


cada estabelecimento, sendo devida por determinado quantitativo certo, graduado em função dos
seguintes factores:

 Natureza da actividade exercida;


 Localização do estabelecimento;
 Área ocupada.

À Assembleia Municipal cabe:

Deliberar em matéria de tipificação dos estabelecimentos sujeitos a tributação, atendendo aos


factores atrás aludidos, e bem assim quanto aos mecanismos específicos de lançamento e
fiscalização do correspondente tributo;
Fixar as taxas a vigorar em cada ano, graduadas em função do critério acima enunciado, não
podendo exceder, relativamente a cada estabelecimento, um quantitativo máximo equivalente a 20
vezes o valor mensal do salário mínimo nacional para os trabalhadores da indústria.

A especial natureza deste tributo, que não reúne um dos elementos essenciais de tipificação de
uma “taxa”, designadamente ao não ter por correspondência uma contra-prestação directa por
parte da administração autárquica, justifica a sua configuração autónoma no actual Código
Tributário Autárquico.
5

O pagamento da taxa por actividade económica não prejudica a cobrança das licenças para o
exercício da respectiva actividade (alvarás) legalmente previstas em outros regulamentos, ou a
imposição das convenientes taxas de serviços pela apresentação de petições de qualquer natureza
junto da administração autárquica, ou devidas pela concessão de licenças.

2.4 Imposto Autárquico sobre Veículos

O Imposto Autárquico sobre Veículos visa substituir nas autarquias o correspondente imposto do
Estado, e entrou em vigor com a publicação do Código Tributário Autárquico aprovado pelo
Decreto nº 63/2008, de 30 de Dezembro.

Ficam a ele sujeitos os proprietários dos veículos passíveis de imposto, quer sejam pessoas
singulares quer colectivas, de direito público ou privado, residentes na respectiva autarquia,
presumindo-se como tal, até prova em contrário, as pessoas em nome dos quais os mesmos se
encontrem matriculados ou registados.

2.5 Imposto Autárquico da Sisa (Sisa Autárquica)

O Imposto Autárquico de Sisa visa substituir nas autarquias o correspondente imposto do Estado,
e entrou em vigor com a publicação do Código Tributário Autárquico aprovado pelo Decreto nº
63/2008, de 30 de Dezembro.

Incide sobre as transmissões, a título oneroso, do direito de propriedade ou de figuras parcelares


desse direito, sobre bens imóveis situados no território da autarquia, sendo devido pelo adquirente.

2.6 Contribuição de Melhorias

A Contribuição de Melhorias é definida como contribuição especial devida pela execução de obras
públicas de que resulte valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como
limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado.

O seu lançamento poderá ter lugar quando para os imóveis situados na respectiva zona de
influência beneficiem das seguintes obras públicas, realizadas pela autarquia por administração
directa ou indirecta:

 Abertura, alargamento, iluminação e arborização de praças e vias públicas;


 Construção e ampliação de parques e jardins;
6

 Obras de embelezamento em geral.

O sujeito passivo da Contribuição de Melhorias é o proprietário ou o possuidor a qualquer título


do imóvel beneficiado pela obra. Para o respectivo lançamento deverão observar-se os seguintes
requisitos:

As obras públicas a executar poderão surgir de iniciativa quer da autarquia quer de pelo menos 2/3
dos proprietários ou possuidores a qualquer título de imóveis situados na zona de influência da
obra a realizar;
Nos casos em que a obra seja da iniciativa da autarquia, o plano das obras deve ter o acordo prévio
de pelo menos 2/3 dos proprietários ou possuidores a qualquer título dos imóveis beneficiados pela
obra;
A contribuição de melhorias deve ser calculada tendo em conta a despesa realizada com a obra,
que será repartida entre os imóveis beneficiados, devendo estipular-se a possibilidade de
pagamento em prestações, no máximo de 12;
O contribuinte que pagar de uma só vez a contribuição de melhorias gozará de um desconto de
15% sobre o valor total da respectiva quota-parte.

Estão excluídas da possibilidade de lançamento da Contribuição de Melhorias a pavimentação


de vias e logradouros públicos executadas pela autarquia e que directamente valorizem os
imóveis em causa ou adjacentes, bem como a simples reparação e recapeamento de pavimento,
de alteração de traçado geométrico de vias e logradouros públicos e a colocação de guias e
sarjetas.

2.7 Outros Tributos Municipais

2.7.1 Taxas por Licenças Concedidas

As autarquias locais podem cobrar taxas relativas a:

 Realização de infra-estruturas e equipamentos simples;


 Concessão de licenças de loteamento, de execução de obras particulares, de ocupação da
via pública por motivo de obras e de utilização de edifícios;
 Uso e aproveitamento do solo da autarquia;
7

 Ocupação e aproveitamento do domínio público sob administração da autarquia e


aproveitamento dos bens de utilização pública;
 Prestação de serviços ao público;
 Ocupação e utilização de locais reservados nos mercados e feiras;
 Autorização da venda ambulante nas vias e recintos públicos;
 Aferição e conferição de pesos, medidas e aparelhos de medição;
 Estacionamento de veículos em parques ou outros locais a esse fim destinados;
 Autorização para o emprego de meios de publicidade destinados a propaganda social;
 Utilização de quaisquer instalações destinadas ao conforto, comodidade ou recreio público;
 Realização de enterros, concessão de terrenos e uso de jazigos, ossários e de outras
instalações em cemitérios mantidos pela autarquia;
 Licenciamento sanitário de instalações;
 Qualquer outra licença da competência das autarquias cuja tramitação não esteja isenta por
lei;
 Registos determinados por lei.

2.7.1.1 Tarifas e Taxas pela Prestação de Serviços:

Há lugar ao estabelecimento de tarifas ou taxas de prestação de serviços nos casos em que as


autarquias tenham sob sua administração directa a prestação de determinado serviço público,
nomeadamente nos seguintes casos:

 Abastecimento de água e energia eléctrica;


 Recolha, depósito e tratamento de lixo, bem como a ligação, conservação e tratamento de
esgotos;
 Transportes urbanos colectivos de pessoas e mercadorias;
 Utilização de matadouros;
 Manutenção de jardins e mercados;
 Manutenção de vias.
8

A fixação das tarifas a aplicar cabe à Assembleia Autárquica, sempre que possível na base do
critério de recuperação de custos.
9

3 Conclusão
As tarifas e taxas pela prestação de serviços resultam da prestação de serviços públicos que o CM
presta, tais como: recolha, depósito e tratamento de lixos; conservação e tratamento de esgotos;
transportes urbanos colectivos de pessoas e mercadorias; manutenção de jardins e mercados;
manutenção de vias. As taxas e tarifas acima referidas, são resultantes do pagamento de serviços
fornecido pela autarquia local, não tendo por isso o carácter de imposto, e os preços são fixados
pela AM e sempre que possível, na base de recuperação de custos.

As taxas por licenças concedidas correspondem, dentre outras, as taxas que as autarquias cobram
para concessão de licenças para a realização de actividades tais como: infraestruturas e
equipamento simples; loteamento; de execução de obras particulares; de ocupação de via pública
por motivos de obras e de utilização de edifícios; uso e aproveitamento de solo da autarquia.

.
10

4 Referências bibliográficas
CHIBOLECA, Gil. Módulo do Curso de Licenciatura em Administração Pública – Finanças
Públicas, ISCED, Beira.

Lei 1-2008 sistema tributario Autarquico

https://sopra-educacao.com/2021/02/16/sistema-tributario-autarquico-em-mocambique/
https://www.portaldogoverno.gov.mz/por/Empresas/Registos/Registos-nas-Financas/Descricao-
Geral
https://biblioteca.hegoa.ehu.eus/downloads/19268/%2Fsystem%2Fpdf%2F3023%2FProteccao_S
ocial.pdf
http://www.repositorio.uem.mz/bitstream/258/511/1/2018%20-
%20Pedro%2C%20Marcelo%20B.%20Maluarte.pdf

Você também pode gostar