Apostila Introduo A Comunicao No Violenta
Apostila Introduo A Comunicao No Violenta
Apostila Introduo A Comunicao No Violenta
Governador de Pernambuco
Paulo Henrique Saraiva Câmara
Vice-governadora de Pernambuco
Luciana Barbosa de Oliveira Santos
SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO
Secretária
Marília Raquel Simões Lins
Secretário Executivo
Adailton Feitosa Filho
Diretora do CEFOSPE
Analúcia Mota Vianna Cabral
Autora
Maria Luciana da Silva
Diagramação
Sandra Cristina da Silva
Material produzido pelo Centro de Formação dos Servidores e Empregados Públicos do Poder Executivo Estadual – CEFOSPE
1. Ouvidorias públicas. 2. Comunicação não violenta (CNV). 3. Bem estar social. I. Governo
do Estado de Pernambuco. II. Secretaria de Administração. III. CEFOSPE. IV. Título
CDD 361.25
CDU 364.2
Sumário
Introdução...................................................................................................................................5
O que é a Comunicação NãoViolenta?..........................................................................................6
Uso da CNV nas Ouvidorias Públicas............................................................................................7
Pilares da CNV..................................................................................................................................9
A Origem da Comunicação NãoViolenta......................................................................................9
Os componentes da CNV................................................................................................................11
Comunicação que bloqueia a Compaixão.................................................................................13
Julgamentos moralizadores...........................................................................................................15
Fazer comparações..........................................................................................................................17
Negação da Responsabilidade........................................................................................................17
Desejos como Exigências................................................................................................................18
Quem merece o quê?.......................................................................................................................19
Os 4 Componentes da CNV............................................................................................................19
Observar sem avaliar..................................................................................................................20
Sentimentos.................................................................................................................................24
Sentimentos x pseudossentimentos.............................................................................................25
Necessidades................................................................................................................................28
Pedidos.........................................................................................................................................36
Conexão Antes da Solução..........................................................................................................39
Autoempatia.................................................................................................................................40
Reflexão.............................................................................................................................................41
Empatia.............................................................................................................................................41
Autenticidade...................................................................................................................................42
Autorresponsabilidade....................................................................................................................43
Uso da CNV na Mediação de Conflitos em Ouvidorias..............................................................45
O que é a Mediação de Conflitos?.................................................................................................46
Princípios da Mediação de Conflitos............................................................................................47
Como usar a CNV na Mediação de Conflitos?.............................................................................48
Uso da CNV na Mediação de Conflitos em Ouvidorias..............................................................51
Considerações finais...................................................................................................................53
Referências..................................................................................................................................54
Material Complementar.............................................................................................................56
Introdução
A Ouvidoria pública é um importante canal, que aproxima o cidadão da administração
pública, otimizando o fluxo de informação e mediando conflitos.
Por meio dela, o cidadão pode participar diretamente da administração pública, fazendo
Reclamações, Solicitações, Denúncias, Elogios, Sugestões e Pedidos de Acesso à Informação.
Ao desempenhar o papel de interlocutor, o Ouvidor, no exercício das suas atribuições,
relaciona-se constantemente com os públicos interno e externo da instituição pública a qual
ele está vinculado. Nesse sentido, a boa comunicação torna-se instrumento-chave para o
Ouvidor exercer, com maestria, a sua missão profissional.
A comunicação é algo vital para todos os seres humanos, seja ela verbal ou não verbal,
pois somos seres sociais, interdependentes, tendo a necessidade básica de conexão, seja
consigo mesmo ou com as demais pessoas. A comunicação interfere diretamente no clima
organizacional e nos resultados institucionais, além de representar uma das principais com-
petências comportamentais para qualquer profissional, independente da área de atuação.
Nesse sentido, a Comunicação NãoViolenta (CNV) apresenta-se como uma importante
e poderosa ferramenta, capaz de contribuir efetivamente com os ouvidores no exercício das
suas funções e com os demais servidores públicos que lidam diretamente com as demandas
de Ouvidorias.
Pesquisas apontam que a falha na comunicação no ambiente de trabalho causa con-
flitos, problemas na produtividade, dificulta a conexão entre as pessoas e afeta a saúde dos
colaboradores.
Segundo Brené Brown, em sua obra “A coragem de Ser Imperfeito”, “[...] estamos aqui
para criar vínculos com as pessoas. Fomos concebidos para nos conectar uns com os outros.
Esse contato é o que dá propósito e sentido à nossa vida, sem ele, sofremos”.
Rosenberg (2006) acredita que a natureza do ser humano é compassiva. A linguagem e
o uso das palavras exercem um papel crucial na manutenção desse estado natural de com-
passividade, mesmo nas situações mais dolorosas e difíceis.
Como criar vínculos e contribuir com a paz nos relacionamentos sem que a comunica-
ção seja respeitosa entre os envolvidos?
Este curso convida você a comunicar-se, de forma compassiva, consigo, com o outro
e com o coletivo, contribuindo, assim, com a cultura de paz, em especial no ambiente das
Ouvidorias Públicas.
Assim, serão introduzidos os princípios da Comunicação NãoViolenta e sua contribuição
para a Mediação de Conflitos em Ouvidorias.
5
Assim, serão introduzidos os princípios da Comunicação NãoViolenta e sua contribuição
para a Mediação de Conflitos em Ouvidorias.
O Comunicação
A que é a Comunicação NãoViolenta?
NãoViolenta é um modo de ser, pensar e viver, que ajuda a construir
conexões sinceras entre as pessoas. Ela nos convida a nos entregarmos de coração,
A Comunicação
construindo relacionamentos NãoViolenta é um modoe de
intrapessoais, interpessoais ser, pensar
sistêmicos, e viver,
baseados na que ajuda a construir
compaixão.
conexões sinceras entre as pessoas. Ela nos convida a nos entregarmos de coração, cons-
truindo relacionamentos intrapessoais, interpessoais e sistêmicos, baseados na compaixão.
“Ela promove maior profundidade no
“Ela escutar,
promove maioroprofundidade
fomenta no escutar,
respeito e a empatia e fomenta o respeito e a em-
provoca o desejo mútuo de nos
patia e provoca o desejo mútuo de nos entregarmos de coração.”(Marshall
entregarmos de coração.”(Marshall
Rosenberg)
Rosenberg)
Essa linguagem nos apoia a usarmos nossa natureza compassiva em todos os nossos
relacionamentos, seja na área pessoal ou profissional.
Essa linguagem nos apoia a usarmos nossa natureza compassiva em todos os nossos
A CNV é conhecida
relacionamentos, como
seja na área apessoal
LINGUAGEM DO CORAÇÃO, tendo a girafa como símbolo,
ou profissional.
visto que ela é o animal, que tem o maior coração do mundo em proporção, sendo 43 vezes
A CNV é conhecida como a LINGUAGEM DO CORAÇÃO, tendo a girafa como símbolo,
maior queque
visto o do
elaser
é ohumano. Além
animal, que temdisso, esse
o maior animal
coração do também representa
mundo em proporção,asendo
CNV por possuir
43 vezes
maior que o do ser humano. Além disso, esse animal também representa a CNV por
possuir orelhas grandes para escutar com empatia, cascos que representam suas
necessidades com autenticidade e um pescoço 6 longo para ver além dos julgamentos e ter
7
(Brené Brown)
Nesse sentido, o uso da CNV apresenta-se como um instrumento poderoso para geren-
ciar conflitos nos ambientes das Ouvidorias Públicas.
Nesse sentido, o uso da CNV apresenta-se como um instrumento poderoso para gerenciar
Segundonos
conflitos Marshall, o ser
ambientes dashumano nãoPúblicas.
Ouvidorias é violento por natureza, ele aprende a ser violento
a partir da cultura dominante, a qual classifica as pessoas em boas ou más. Ainda para Arun
Segundo
Gandhi, Marshall,o
neto de Mahatma serGandhi,
humano“não
não reconhecemos
é violento por natureza, ele porque
a violência aprende somos
a ser violento a
ignorantes
partir da cultura dominante, a qual classifica as pessoas em boas ou más. Ainda para Arun
a respeito dela”.
Gandhi, neto de Mahatma Gandhi, “não reconhecemos a violência porque somos
ignorantes a respeito dela”.
Como o progresso da humanidade seria possível sem que houvesse conflitos? Sem que
as pessoas tivessem ideias e pontos de vistas diferentes?
Para (SCHINITMAN, 1973 apud SILVA, 2004, p.92): “Os conflitos são inerentes à vida
humana, pois as pessoas são diferentes, possuem descrições pessoais e particulares de sua
realidade e, por conseguinte, expõem pontos de vista distintos, muitas vezes colidentes. A
forma de dispor de tais conflitos mostra-se como questão fundamental quando se pensa em
estabelecer harmonia nas relações cotidianas.8 Pode-se dizer que os conflitos ocorrem
quando ao menos duas partes independentes percebem seus objetivos como incompatíveis;
por conseguinte, descobrem a necessidade de interferência de outra parte para alcançar
Como o progresso da humanidade seria possível sem que houvesse conflitos? Sem que as
pessoas tivessem ideias e pontos de vistas diferentes?
Para (SCHINITMAN, 1973 apud SILVA, 2004, p.92): “Os conflitos são inerentes à vida
humana, pois as pessoas são diferentes, possuem descrições pessoais e particulares de sua
realidade e, por conseguinte, expõem pontos de vista distintos, muitas vezes colidentes. A
forma de dispor de tais conflitos mostra-se como questão fundamental quando se pensa
em estabelecer harmonia nas relações cotidianas. Pode-se dizer que os conflitos ocorrem
quando ao menos duas partes independentes percebem seus objetivos como incompatíveis;
por conseguinte, descobrem a necessidade de interferência de outra parte para alcançar
suas metas.”
Pilares da CNV
A Comunicação NãoViolenta apoia-se em 3 pilares. Assim, para que o diálogo aconteça
de forma respeitosa, verdadeira e gere conexão entre as pessoas, é importante que os prin-
cípios a seguir estejam presentes:
AA Origem da NãoViolenta
Comunicação Comunicação NãoViolenta
já existe há milhares de anos, sendo utilizada por grandes
seres da nossa história, como Jesus Cristo, Buda, Mahatma Gandhi, Martin Luther King e
DalaiALama.Contudo foi o psicólogo
Comunicação NãoViolenta norte-americano
já existe Marshall
há milhares de Rosenberg
anos, sendo que
utilizada sistematizou
por grandes
essaseres
comunicação para que
da nossa história, pudéssemos
como aprender
Jesus Cristo, com maisGandhi,
Buda, Mahatma facilidade
Martine utilizá-la nas emais
Luther King
Dalaiáreas
diversas Lama.Contudo
da nossa vida foimoderna.
o psicólogo norte-americano Marshall Rosenberg que
sistematizou essa comunicação para que pudéssemos aprender com mais facilidade e
“Ela não tem nada de novo: tudo que foi integrado à CNV já era conhecido havia sécu-
utilizá-la nas mais diversas áreas da nossa vida moderna.
los. O objetivo é nos lembrar do que já sabemos - de como nós, humanos, deveríamos nos
“Ela não tem nada de novo: tudo que foi integrado à CNV já era conhecido havia séculos.
O objetivo é nos lembrar do que já sabemos 9 - de como nós, humanos, deveríamos nos
relacionar uns com os outros - e nos ajudar a viver de modo que se manifeste
concretamente esse conhecimento.” (ROSENBERG, 2006)
relacionar uns com os outros - e nos ajudar a viver de modo que se manifeste concretamente
esse conhecimento.” (ROSENBERG, 2006)
Durante a infância, Marshall vivenciou muitas experiências violentas. Aos 9 anos, ele
e sua família foram morar em Detroit, em um bairro muito violento. Na segunda semana,
após chegarem à cidade, eclodiu um conflito racial, que causou a morte de mais de quarenta
pessoas. Naquele momento, ele e sua família ficaram trancados em casa, durante 3 dias.
Após o término dos conflitos raciais, ele começou a frequentar a escola, porém não
imaginava que o seu nome poderia ser tão perigoso quanto qualquer cor de pele. Assim que
o professor falou seu nome durante a chamada, dois meninos o perguntaram: “Você é kike?”
Essa expressão era utilizada de maneira depressiva para ferir os Judeus. Naquele momento,
após o término da aula, ele foi agredido por esses garotos apenas por ser judeu.
Em contraponto, ainda durante a infância, ele também conviveu com pessoas que pra-
ticavam a compaixão, como era o caso do seu tio Jullius que visitava todos os dias a sua avó
materna para oferecer-lhe cuidados de enfermagem, quando ela estava totalmente paralisa-
da. Segundo Marshall, o tio sempre tinha um sorriso caloroso e amoroso no rosto enquanto
cuidava da sua avó. Não importava o quanto a tarefa parecesse desagradável aos seus olhos de
menino; o tio tratava como se ela estivesse lhe fazendo o maior favor do mundo ao permitir
que ele cuidasse dela. Esse exemplo de compaixão na família lhe proporcionou um maravi-
lhoso modelo de força masculina.
Tudo que vivenciou durante a infância fez com ele passasse boa parte da sua vida refle-
tindo sobre essas duas questões:
• “O que acontece que nos desliga de nossa natureza compassiva, levando-nos a nos
comportarmos de maneira violenta e baseada na exploração das outras pessoas?
• E, inversamente, o que permite que algumas pessoas permaneçam ligadas à sua na-
tureza compassiva, mesmo nas circunstâncias mais penosas?”
Os componentes da CNV
A CNV foi estruturada com base em quatro componentes, conforme a seguir:
1. Observação - O que de fato está acontecendo em determinada situação?
2. Sentimentos - O que estamos sentindo ao observar algo?
3. Necessidades - Quais necessidades estão associadas ao que estamos sentindo?
4. Pedidos - O que estamos querendo da outra pessoa para enriquecer nossa vida?
A seguir será apresentado um caso prático vivenciado por Rosenberg, em que ele fez
uso desses 4 componentes:
“Numa mesquita do campo de refugiados de Deheisha (em Belém, na Cisjordânia), eu
estava apresentando a Comunicação NãoViolenta a cerca de 170 muçulmanos palestinos. Na
época, as atitudes para com os americanos não eram positivas. De repente, enquanto falava,
percebi que uma onda de tumulto abafado se espalhava entre o público. “Estão cochichando
que você é americano!”, alertou meu intérprete, no mesmo momento em que um dos par-
ticipantes se levantava subitamente. Olhando fixo para mim, ele gritou a plenos pulmões:
“Assassino!” De imediato, uma dúzia de outras vozes se juntou a ele em coro: “Assassino!
Matador de crianças! Assassino!” Felizmente, fui capaz de concentrar minha atenção no que
aquele homem estava sentindo e necessitando. No caso em questão, eu tinha algumas pistas.
A caminho do campo de refugiados, eu tinha visto várias latas vazias de gás lacrimogêneo,
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que haviam sido atiradas contra o campo na noite anterior. Em cada uma delas, estavam
claramente marcadas as palavras MADE IN USA (fabricado nos Estados Unidos). Eu sabia que
os refugiados tinham muita raiva dos EUA por fornecerem gás lacrimogêneo e outras armas
a Israel. Dirigi-me ao homem que havia me chamado de assassino:
EU - Você está com raiva porque você gostaria que meu governo usasse seus recursos
de forma diferente? (Eu não sabia se meu palpite estava certo; no entanto, o fundamental era
meu esforço sincero de me sintonizar com seu sentimento e suas necessidades.)
ELE - Pode ter certeza de que estou! Você acha que precisamos de gás lacrimogêneo?
Precisamos é de esgotos, não do gás lacrimogêneo de vocês! Precisamos de moradias! Pre-
cisamos ter nosso próprio país!
EU - Então você está furioso e gostaria de algum apoio para melhorar suas condições
de vida e obter a independência política?
ELE - Você sabe o que é viver 27 anos aqui, do jeito que tenho vivido com a família - filhos
e tudo mais? Você possui a mais pálida noção do que isso tem sido para nós?
EU - Está me parecendo que você está muito desesperado e que está imaginando se eu
ou qualquer outra pessoa pode realmente compreender o que significa viver nessas condi-
ções, Foi isso mesmo que você quis dizer?
ELE - Você quer compreender? Me diga: você tem filhos? Eles vão à escola? Eles têm
playgrounds? Meu filho está doente! Ele brinca no esgoto a céu aberto! Sua sala de aula não
tem livros! Você já viu uma escola que não tem livros?
EU - Estou ouvindo quanto é penoso para vocês criarem suas crianças aqui. Você gos-
taria que eu soubesse que o que você quer é o que todos os pais desejam para os filhos - uma
boa educação, a oportunidade de brincar e crescer num ambiente saudável.
ELE - É isso mesmo! O básico! Direitos humanos - não é isso que vocês americanos
dizem? Por que não vêm mais de vocês aqui para ver que tipo de direitos humanos vocês
estão trazendo para cá?
EU - Você gostaria que mais americanos tomassem consciência da enormidade do sofri-
mento que ocorre aqui e vissem profundamente as consequências de nossas ações políticas?
Nosso diálogo continuou; ele expressando sua dor por quase vinte minutos mais, e eu
procurando escutar o sentimento e a necessidade por trás de cada frase. Não concordei nem
discordei. Recebi as palavras dele não como ataques, mas como presentes de outro ser humano
que estava disposto a compartilhar comigo sua alma e suas profundas vulnerabilidades. Uma
vez que se sentiu compreendido, o homem foi capaz de me ouvir e explicar o motivo de eu
estar naquele campo. Uma hora depois, o mesmo homem que havia me chamado de assassino
estava me convidando para ir a sua casa para um jantar de ramadã.”
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Comunicação que bloqueia a Compaixão
Comunicação que bloqueia a Compaixão
14
Se você sentiu que não me importei,
Tente escutar por entre as minhas palavras
Os sentimentos que compartilhamos.
RUTH BEBERMEYER
14
Segundo Marshall, existem algumas formas específicas de linguagens, chamadas por ele de
“comunicação alienante da vida”, que bloqueiam a compaixão e contribuem para um
comportamento violento em relação aos outros e a nós mesmos. Essas formas serão
apresentadas a seguir.
Julgamentos
Julgamentos moralizadores
moralizadores
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valores pela coerção que vem de fora ou de dentro. Eles também pagam um preço emocional,
pois provavelmente sentirão ressentimento e menos autoestima quando reagirem a nós por
medo, culpa ou vergonha. Além disso, toda vez que os outros nos associam a qualquer desses
sentimentos, reduzimos a probabilidade de que no futuro venham a reagir compassivamente
a nossas necessidades e valores.” (Rosenberg, 2006)
Ter valores é super importante e desejável. O problema ocorre quando buscamos proje-
tar esses valores no outro, que é um ser único, complexo e que tem seus próprios princípios.
O juízo de valor refere-se àquilo em que acreditamos ser melhor para a vida, por exem-
plo: a ética e a integridade podem ser um valor para alguém e não ser para outra pessoa.
Julgamentos moralizadores ocorrem quando julgo o outro de acordo com o meu mapa,
meus princípios e valores. Por exemplo: “Pessoas que não agem com ética são ruins.”
Aprendemos, ao longo da vida, a julgar o que está em acordo ou desacordo com aquilo
em que acreditamos ser o “certo ou errado.” Nossos julgamentos têm como ponto de partida
de que estamos certo e o outro está errado.
Exemplos:
“Se o meu colega de trabalho é atento aos detalhes e regras, eu o julgo como chato e exi-
gente”, se sou eu, “sou cuidadosa e responsável”, e ele é “desorganizado e desatento”. Quando
agimos dessa forma, distanciamo-nos dos outros e nos limitamos aos nossos pensamentos
e julgamentos.
“Fazemos julgamentos moralizadores de pessoas e comportamentos que estão em de-
sacordo com nossos juízos de valor, por exemplo: “A violência é ruim; pessoas que matam
outras são más”. Se tivéssemos sido criados falando uma linguagem que facilitasse exprimir
compaixão, teríamos aprendido a articular diretamente nossas necessidades e nossos va-
lores, em vez de insinuarmos que algo é ou está errado quando eles não são atendidos. Por
exemplo, em vez de “A violência é ruim”, poderíamos dizer: “Tenho medo do uso da violência
para resolver conflitos; valorizo a resolução de conflitos por outros meios.” (Rosenberg 2006)
Esse tipo de comunicação implica que aqueles que não agem de acordo com os nossos
valores estão errados ou são maus.
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alienadas de nossas próprias necessidades
insatisfeitas.” (Rosenberg)
Fazer comparações
Fazer comparações
Negação da Responsabilidade
Outro tipo de comunicação alienante da vida é a falta de autorresponsabilidade. Essa
comunicação tira de nós a responsabilidade pelos nossos próprios atos, pensamentos e sen-
timentos.
“Em Eichmann em Jerusalém, livro que documenta o julgamento do oficial nazista Adol-
phEichmann por crimes de guerra, Hannah Arendt conta que ele e seus colegas davam um
nome à linguagem de negação de responsabilidade usada por eles. Chamavam-na de Amtss-
prache, que se poderia traduzir livremente como “linguagem de escritório”, ou “burocratês”.
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Por exemplo, se lhe perguntassem por que ele tomara certa atitude, a resposta poderia ser:
“Tive de fazer isso”. Se lhe perguntassem por que “teve de fazer”, a resposta seria: “Ordens
superiores”, “A política institucional era essa”, “Era o que mandava a lei”. (Rosenberg, 2006)
“Ficamos perigosos quando não temos consciência de nossa responsabilidade por nos-
sos comportamentos, pensamentos e sentimentos.” (ROSENBERG, 2006, p. 45)
Quando negamos a responsabilidade nos limitamos, abrindo mão da liberdade de esco-
lha. Essa decisão possivelmente causará muito sofrimento para nós mesmos e para os outros.
Seguem alguns exemplos de expressões que negam a responsabilidade:
• Tenho que fazer isso;
“Em outra ocasião, quando eu prestava consultoria a uma secretaria municipal de en-
sino, uma professora observou: “Detesto dar nota. Acho que elas não ajudam e ainda criam
muita ansiedade nos alunos. Mas tenho de dar, é a política da secretaria”. Tínhamos acabado
de praticar como introduzir, na sala de aula, um tipo de linguagem que aumentasse a cons-
ciência da responsabilidade pessoal. Sugeri que a professora substituísse a frase “Tenho de
dar nota porque é a política da secretaria” por esta, completando-a: “Eu opto por dar nota
porque desejo... “Ela respondeu sem hesitação: “Eu opto por dar nota porque desejo manter
o emprego”. Apressou-se a acrescentar: “Mas não gosto de dizer dessa maneira. Faz com que
eu me sinta tão responsável pelo que faço...” Respondi: “É exatamente por isso que quero que
você diga dessa maneira”. (Rosenberg, 2006)
Essa é uma forma de comunicação alienante e comum na nossa sociedade, ela ameaça os
ouvintes com culpa ou punição, se não a atenderem aquilo que foi exigido. Quando expressamos
os nossos desejos como exigências, negamos a capacidade de escolhas e bloqueamos a compaixão.
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Reflexão
Quando alguém obriga você a fazer algo, o quão motivado você se sente para agir e
atender a demanda exigida? Imagino que o nível de motivação é bem baixo ou talvez inexista.
Será que situação semelhante não ocorre quando você muda de lado e passa a ser a pessoa
que obriga o outro a fazer algo para você?
Os 4 Componentes da CNV
Neste capítulo, demonstraremos, de forma mais detalhada, os 4 componentes da CNV -
Observação, Sentimento, Necessidade e Pedido - , que foram apresentados de forma resumida
no capítulo introdutório desta apostila.
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Neste capítulo, demonstraremos, de forma mais detalhada, os 4 componentes da CNV -
Observação, Sentimento, Necessidade e Pedido - , que foram apresentados de forma resumida no
capítulo introdutório desta apostila.
Esse componente da CNV nos convida a analisar os fatos com neutralidade, clareza e
objetividade, sem acrescentar nenhum julgamento de valor.
Esse componente da CNV nos convida a analisar os fatos com neutralidade, clareza e
objetividade, sem acrescentar nenhum julgamento
A observação é um
A observação umde valor.elemento
é importante
importante dentro
elemento da CNV. Quan-
dentro
da CNV.
do nos Quando nos combinando
comunicamos, comunicamos,acombinando
observação com a ava-
a observação com a avaliação, diminuímos a
liação, diminuímos a probabilidade de que o outro ouça livre-
probabilidade de que o outro ouça livremente a
mente a mensagem
mensagem que desejamos
que desejamos transmitir.
transmitir. Em vezEm vez disso, é
disso,queé elepossível
possível que comunicação
receba nossa ele receba como
nossacrítica e tente
comunicação como crítica e tente se defender
se defender daquilo que foi dito.
daquilo que foi dito.
A CNV não nos obriga a deixarmos totalmente a avaliação de lado. Ela apenas nos convida
a separarmos a observação das nossas avaliações. 20
A CNV não nos obriga a deixarmos totalmente a avaliação de lado. Ela apenas nos con-
vida a separarmos a observação das nossas avaliações.
21
Prática
Para facilitar o entendimento desse conteúdo, a seguir, serão disponibilizados alguns
exercícios extraídos do livro “Comunicação NãoViolenta: técnicas para aprimorar relaciona-
mentos pessoais e profissionais.”(Rosenberg 2006)
“Para determinar sua habilidade de discernir entre observações e avaliações, faça o
exercício a seguir. Circule o número de qualquer afirmação que seja uma observação pura,
sem nenhuma avaliação associada.
1. Ontem, João estava com raiva de mim sem nenhum motivo.
2. Ontem à noite, Lúcia roeu as unhas enquanto assistia à TV.
3. Marcelo não pediu minha opinião durante a reunião.
4. Meu pai é um homem bom.
5. Maria trabalha demais.
6. Luís é agressivo.
7. Cláudia foi a primeira da fila todos os dias desta semana.
8. Meu filho frequentemente deixa de escovar os dentes.
9. Antônio me disse que eu não fico bem de amarelo.
10. Minha tia reclama de alguma coisa toda vez que falo com ela.
22
6. Se você circulou esse número, discordamos. Considero “agressivo” uma avaliação.
Uma observação sem avaliação poderia ser “Luís bateu na irmã quando ela mudou
de canal.”.
7. Se você circulou esse número, estamos de acordo em que se fez uma observação à qual
não estava associada nenhuma avaliação.
8. Se você circulou esse número, discordamos. Considero “frequentemente” uma avalia-
ção. Uma observação sem avaliação poderia ser “Esta semana, meu filho deixou duas
vezes de escovar os dentes antes de dormir”.
9. Se você circulou esse número, estamos de acordo em que se fez uma observação à qual
não estava associada nenhuma avaliação.
10. Se você circulou esse número, discordamos. Considero “reclama” uma avaliação.
Uma observação sem avaliação poderia ser “Minha tia telefonou para mim três vezes
esta semana e, em todas, falou de pessoas que a trataram de alguma maneira que não
a agradou.”.
23
agradou.".
Sentimentos
Sentimentos
24
24
Lista de alguns sentimentos
Sentimentos x pseudossentimentos
As palavras costumam ser utilizadas para expressar sentimentos, mas, na verdade, são
julgamentos e interpretações que fazemos daquilo que ouvimos.
25
Abandonado(a) Frouxo(a) Perseguido(a)
Abusado(a) Humilhado(a) Pisoteado(a)
Acuado(a) Idiota Pressionado(a)
Acusado(a) Ignorado(a) Punido(a)
Ameaçado(a) Inadequado(a) Rebaixado(a)
Atacado(a) Incompetente Recusado(a)
Banido(a) Incompreendido(a) Rejeitado(a)
Bobo(a) Indesejável Repreendido(a)
Condenado(a) Indigno(a) Ridicularizado(a)
Culpado(a) Insultado(a) Roubado(a)
Desacreditado(a) Intimidado(a) Sabotado(a)
Desamparado(a) Inútil Sobrecarregado(a)
Desconsiderado(a) Invisível Sufocado(a)
Desprezado(a) Isolado(a) Sujo(a)
Desvalorizado(a) Julgado(a) Torturado(a)
Detestado(a) Largado(a) Traído(a)
Diminuído(a) Lesado(a) Trapaceado(a)
Dominado(a) Manipulado(a) Um zero à esquerda
Eliminado(a) Marginalizado(a) Usado(a)
Encurralado(a) Marionete Vazio(a)
Enganado(a) Negligenciado(a) Vencido(a)
Espezinhado(a) Nulo(a) Violado(a)
Estúpido(a) Pateta(a) Violentado(a)
Explorado(a)
Fonte: Como se relacionar bem usando a Comunicação NãoViolenta
26
sendo ignorados, e nosso sentimento terá sido de alívio, porque queríamos ser deixados
sozinhos. Da mesma forma, terá havido outros momentos em que nos sentimos magoados
por estar sendo ignorados, porque queríamos participar. “(Comunicação Não Violenta: técnica
para aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais, Marshall Rosenberg, Editora Ágora,
2006, pp. 70 e 71).”
“Sempre que estamos com raiva, estamos julgando alguém culpado - escolhemos brincar
de Deus, julgando ou culpando a outra pessoa por estar errada ou merecer uma punição. Eu
gostaria de sugerir que essa é a causa da raiva. Mesmo que de início não tenhamos consciência
disso, a causa da raiva está localizada em nosso próprio pensamento.” (Rosenberg, pág. 200)
27
Necessidades
Necessidades
A necessidade é algo muito importante para todos nós, porém não é tão simples iden-
A tificar.
necessidade é algo muito
Ela é universal, importante
ou seja, todos ospara
serestodos nós, têm
humanos porém não é tãonecessidades,
as mesmas simples identificar.
inde-
Ela é universal, ou seja, todos os seres humanos têm as mesmas necessidades,
pendente do lugar ou cultura. Contudo, o que muda são as estratégias utilizadas por cada
independente do lugar ou cultura. Contudo, o que muda são as estratégias utilizadas por
pessoa para satisfazer as suas necessidades.
cada pessoa para satisfazer as suas necessidades.
Para simplificar o entendimento, vejamos 2 exemplos: o primeiro refere-se à necessi-
Para simplificar o entendimento, vejamos 2 exemplos: o primeiro refere-se à necessidade
dade alimento; e o segundo,à necessidade diversão.
alimento; e o segundo,à necessidade diversão.
1. Todos temos a necessidade de nos alimentar, e, para suprir essa necessidade, algumas
1. Todos temosescolhem
pessoas a necessidade
comerde nos outras
carne, alimentar,
apenase, para suprir
vegetais, essa legumes
outras necessidade,
etc. algumas
pessoas escolhem comer carne, outras apenas vegetais, outras legumes etc.
2. Todos temos a necessidade de nos divertir, e, para atender essa necessidade, algumas
2. Todos temos a necessidade de nos divertir, e, para atender essa necessidade, algumas
pessoas podem escolher ir ao parque, outras,à praia, outras à balada, outras viajar etc.
pessoas podem escolher ir ao parque, outras,à praia, outras à balada, outras viajaretc.
Nesses exemplos, observa-se que cada uma dessas necessidades pode ser atendida por
Nesses exemplos, observa-se que cada uma dessas necessidades pode ser atendida
meio de várias estratégias. Quando uma pessoa quer ir à balada e outra, ao parque, tudo
por meio de várias estratégias. Quando uma pessoa quer ir à balada e outra, ao parque, tudo
bem, pois neste caso, não é que as pessoas querem coisas totalmente diferentes, elas apenas
bem, pois neste caso, não é que as pessoas querem coisas totalmente diferentes, elas apenas
utilizam estratégias diferentes para atender as mesmas necessidades. Quando percebemos
utilizam
que todos estratégias
possuímos diferentes
as mesmas para atender as mesmas
necessidades, necessidades.
conseguimos ter maisQuando percebemos
compaixão por nós
que todos
mesmos possuímos
e pelos outros.as mesmas necessidades, conseguimos ter mais compaixão por nós
Semesmos e pelos outros.
desejamos que o outro reaja com mais compaixão diante do que estamos comunicando,
devemos nos expressar conectando nossos sentimentos às nossas próprias necessidades.
28
Se desejamos que o outro reaja com mais compaixão diante do que estamos comunican-
do, devemos nos expressar conectando nossos sentimentos às nossas próprias necessidades.
A prática da CNV é baseada na consciência de que os nossos sentimentos são mani-
festações do que está acontecendo com as nossas necessidades. Se as nossas necessidades
estão sendo atendidas, temos sentimentos prazerosos e, quando essas necessidades não estão
sendo atendidas, temos sentimentos desagradáveis.
Segundo Marshall, a CNV ajuda a nos concentrarmos nos sentimentos e nas necessida-
des que todos temos, em vez de pensarmos e falarmos segundo rótulos desumanizadores ou
outros padrões habituaisque são facilmente ouvidos como exigências e como antagônicose
que contribuem para a violência contra nós mesmos, os outros e o mundo à nossa volta. A
CNV capacita as pessoas a se envolverem em um diálogo criativo, de modo que elaborem suas
próprias soluções plenamente satisfatórias.
“O que os outros dizem e fazem pode ser o estímulo, mas nunca a causa dos nossos
sentimentos.” e “Toda violência é uma expressão trágica de uma necessidade não satisfeita.”
(Marshall)
Assim, quando agimos de forma violenta, estamos tentando expressar uma necessidade.
30
32
31
33
32
Fonte: Como se relacionar bem usando a Comunicação NãoViolenta
Fonte: Como se relacionar bemComo
Fonte: usando a Comunicação
se relacionar NãoViolenta
bem usando a Comunicação NãoViolenta
Quando nos deparamos com uma mensagem difícil do ouvir, poderemos lidar com ela
Quando nos deparamos com uma mensagem difícil do ouvir, poderemos lidar com ela
Quandode 4 deparamos
nos formas diferentes:
com uma mensagem difícil de ouvir, poderemos lidar com ela de 4
de 4 formas diferentes:
formas diferentes:
34
34
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PRÁTICA
Para facilitar o entendimento desse tópico, a seguir serão disponibilizados alguns exer-
cícios extraídos do livro “Comunicação NãoViolenta: técnicas para aprimorar relacionamentos
pessoais e profissionais.”(Rosenberg 2006)
“Para praticar a identificação de necessidades, faça um círculo ao redor do número em
frente de todas as afirmações abaixo em que a pessoa estiver assumindo a responsabilidade
por seus sentimentos.
1. Você me irrita quando deixa documentos da empresa no chão da sala de conferências.
2. Fico com raiva quando você diz isso, porque quero respeito e ouço suas palavras como
um insulto.
3. Sinto-me frustrada quando você chega atrasado.
4. Estou triste por você não vir para jantar, porque eu estava esperando que pudéssemos
passar a noite juntos.
5. Estou desapontado porque você disse que faria aquilo e não fez.
6. Estou desmotivado porque gostaria de já ter progredido mais em meu trabalho.
7. As pequenas coisas que as pessoas dizem, às vezes, me magoam.
8. Sinto-me feliz porque você recebeu aquele prêmio.
9. Fico com medo quando você levanta a voz.
10. Estou grato por você ter me oferecido uma carona, porque eu precisava chegar em
casa antes das crianças.
34
4. Se você circulou esse número, concordamos em que a pessoa está assumindo a res-
ponsabilidade por seus sentimentos.
5. Se você circulou esse número, discordamos. Para expressar as necessidades ou pen-
samentos subjacentes a seus sentimentos, a pessoa poderia ter dito: “Quando você
disse que faria aquilo e depois não fez, fiquei desapontada, porque eu gostaria de poder
confiar em sua palavra.”
6. Se você circulou esse número, concordamos em que a pessoa está assumindo a res-
ponsabilidade por seus sentimentos.
7. Se você circulou esse número, discordamos. Para expressar as necessidades ou pen-
samentos subjacentes a seus sentimentos, a pessoa poderia ter dito: “Às vezes, quando
as pessoas dizem algumas coisinhas, fico magoado porque quero ser valorizado e não,
criticado.”
8. Se você circulou esse número, discordamos. Para expressar as necessidades e pen-
samentos subjacentes a seus sentimentos, a pessoa poderia ter dito: “Quando você
recebeu aquele prêmio, fiquei feliz, porque eu esperava que você fosse reconhecido
por todo o trabalho que dedicou àquele projeto”.
9. Se você circulou esse número, discordamos. Para expressar as necessidades e pen-
samentos subjacentes a seus sentimentos, a pessoa poderia ter dito: “Quando você
levanta sua voz, fico com medo, porque digo para mim mesma que alguém pode se
ferir aqui, e preciso ter a certeza de que todos estamos seguros”.
10. Se você circulou esse número, concordamos em que a pessoa está assumindo a
responsabilidade por seus sentimentos.”
35
Pedidos
Pedidos
O queOgostaríamos de pedir
que gostaríamos a nós
de pedir a nósou
ouaos
aos outros queenriquece
outros que enriquece a vida?
a vida?
36
37
Segue “A canção de Brett” escrita por Marshall Rosenberg, referente ao pedido:
Por fim, lembramos que o pedido terá que ser positivo e chegar ao outro como uma
escolha e não como uma exigência.
PRÁTICA
Para facilitar o entendimento, segue exemplo de uma estrutura de fala em que os 4
componentes da CNV poderão ser utilizados e praticados por você ao comunicar-se:
Quando eu ouço você dizer…[fato observável]. Eu fico…[sentimento], porque para mim é
importante... [necessidades]. Eu realmente apreciaria, se você estivesse disposto a… [pedido]
37
“Por três minutos, três vezes ao dia. Três minutos de escuta a si mesmo, sem julga-
mentos nem recriminações, sem conselhos, sem busca de soluções. Três minutos
dedicados a você e não a seus projetos ou suas preocupações. Três minutos para
se conectar consigo mesmo. É dessa qualidade de presença em relação a si mesmo
que poderá nascer a qualidade de presença para o outro”.
38
Conexão Antes da Solução
Conexão Antes da Solução
39
Autoempatia
Autoempatia
40
41
Reflexão
É muito bom quando o outro nos escuta, mas o quanto estamos dispostos a nos escutar?
Como dar ao outro o que eu não tenho?
Perguntas importantes para serem feitas durante um processo da autoempatia:
• O que de fato estou observando?
• Quais sentimentos e necessidades estão vivos em mim e como lido com eles?
Empatia
Empatia
• Educar;
• Consolar;
• Julgamento moralizador;
• Encerrar o assunto.
• Estar presente;
Autenticidade
Autenticidade significa expressar com honestidade o que está vivo em mim, com base
nos fatos observáveis, sentimentos e necessidades. É ter consciência de que somos vulnerá-
veis e de nos aceitarmos do jeito que somos, sem máscaras.
“Autenticidade é a prática diária de abandonar quem nós pensamos que devemos ser e
assumir quem somos.” (Brene Brown)
Para que a conexão seja estabelecida nos relacionamentos, é importante manter a ho-
nestidade no dia a dia consigo mesmo e com o outro.
42
assumir quem somos.” (Brene Brown)
44
Autorresponsabilidade
ATIA e t
Quando assumo a responsabilidade pelos meus atos, pensamentos e sentimentos, li-
berto-me do papel de vítima e começo a fazer escolhas.
Autorresponsabilidade
Há situações que parece não ser possível fazer escolhas, como: “Fiz isso porque meu
chefe ordenou.”, “Agi daquela forma porque ele provocou.” etc. Nesses casos, pode ser que
Quando assumo a responsabilidade pelos meus atos, pensamentos e sentimentos, liberto-
vocême
não
dogoste
papel das escolhas
de vítima apresentadas,
e começo mas isso não significa que não há possibilidades
a fazer escolhas.
de escolhas e que você está obrigado a fazer algo.
Há situações que parece não ser possível fazer escolhas, como: “Fiz isso porque meu chefe
Escolher“Agi
ordenou.”, não daquela
fazer o forma
que oporque
chefe ele
pediu pode não
provocou.” etc.ser tão atrativo,
Nesses pois
casos, pode pode
ser que trazer
você
algumas consequências
não goste das escolhasnegativas, como
apresentadas, masperder
isso nãoo emprego ou não
significa que não há
terpossibilidades
o reconhecimento
de
escolhas e que você está obrigado a fazer algo.
profissional desejado. Contudo, é importante perceber que somos livres para escolher,
mesmo que nenhuma
Escolher não fazer odas
quealternativas
o chefe pediuapresentadas sejaatrativo,
pode não ser tão a melhorpoisopção para nós
pode trazer naquele
algumas
consequências
momento. negativas,
Portanto, decidircomo
agirperder o emprego
de acordo ou nãoque
com aquilo ter oestá
reconhecimento profissional
sendo apresentado é uma
desejado. Contudo, é importante perceber que somos livres para escolher, mesmo que
questão de escolha.
nenhuma das alternativas apresentadas seja a melhor opção para nós naquele momento.
Portanto, decidir agir de acordo com aquilo que está sendo apresentado é uma questão de
escolha.
43
Na CNV, responsabilizar o outro pelo o que estamos sentindo é como um ato de violên-
cia, Na
queCNV,
provoca desconexão.
responsabilizar o outro pelo o que estamos sentindo é como um ato de violência,
“Nossos
que provocasentimentos
desconexão. resultam de como escolhemos receber o que os outros dizem e
fazem, bemsentimentos
“Nossos como de nossas necessidades
resultam e expectativas
de como escolhemos receber oespecíficas naquele
que os outros dizem emomento.”
fazem,
bem como
(Marshall de nossas necessidades e expectativas específicas naquele momento.” (Marshall
Rosenberg)
Rosenberg)
Quando responsabilizo alguém pelo que sinto, estou tentando mudá-lo por meio da
culpa ou medo, fazendo com que ele não se sinta tão bem do jeito que é. Isso causa resistência
Quando responsabilizo alguém pelo que sinto, estou tentando mudá-lo por meio da culpa
ao invés de mudança
ou medo, e conexão.
fazendo com Seguem
que ele não alguns
se sinta exemplos
tão bem do jeitode expressões
que que
é. Isso causa não conectam:
resistência ao
invés
“Você mede mudança
deixa e conexão.
irritada quandoSeguem alguns
não atende osexemplos de expressõesouque
meus telefonemas.” não me
“Você conectam:
incomoda
“Você me deixa irritada quando não atende os meus telefonemas.” ou “Você me incomoda
quando deixa documentos da empresa no chão da sala.” Essas expressões não revelam as
quando deixa documentos da empresa no chão da sala.” Essas expressões não revelam as
necessidades que estão contribuindo com os sentimentos de quem fala, bem como
responsabilizam o outro pelo que se está sentindo.
46
44
necessidades que estão contribuindo com os sentimentos de quem fala, bem como respon-
ànecessidade, como: “Sinto-me assim porque eu…”. “Sinto-me realmente enfurecido
sabilizam
quandoo erros
outrodepelo que secomo
ortografia está sentindo.
esses aparecem em nossos folhetos para o público, porque
euQuando
quero que nossa companhia
vivenciamos projete uma imagempassamos
a autorresponsabilidade, profissional.”
a conectar o nosso sentimento
à necessidade, como: “Sinto-me assim porque eu…”. “Sinto-me realmente enfurecido quando
Ter a consciência de que ninguém é responsável pelo que sentimos nos ajuda a romper com
erroso de ortografia
papel como
de vítima esses aparecem
e assumir em nossos
a responsabilidade folhetos
pelo para o público,
que acontece dentro deporque eu quero
cada um de
que nossa
nós. companhia projete uma imagem profissional.”
Ter a consciência de que ninguém é responsável pelo que sentimos nos ajuda a romper
A seguir, serão apresentados dois personagens, a Girafa e o Chacal, utilizados por Marshall
com o papel de vítima e assumir a responsabilidade pelo que acontece dentro de cada um
Rosenberg para expressar as diferentes formas de estarmos nas relações, seja no nível
de nós.
intrapessoal, interpessoal ou sistêmico.
A seguir, serão apresentados dois personagens, a Girafa e o Chacal, utilizados por Mar-
shall Rosenberg para expressar as diferentes formas de estarmos nas relações, seja no nível
intrapessoal, interpessoal ou sistêmico.
47
45
O que é a Mediação de Conflitos?
É um processo de resolução de conflitos conduzido por um mediador, pessoa não en-
volvida no conflito e que não tem poder decisório.
Segundo Maria de Nazareth Serpa (apud CACHAPUZ, 2008, p. 30),a mediação é [...] um
processo informal, voluntário, em que um terceiro interventor, neutro, assiste a(os) disputan-
tes na resolução de suas questões. O papel do interventor é ajudar na comunicação por meio
da neutralização de emoções, formação de opções e negociação de acordos. Como agente fora
do contexto conflituoso, funciona como um catalisador de disputas, ao conduzir as partes às
suas soluções, sem propriamente interferir na substância destas.
Assim, a mediação apresenta-se como um processo de resolução de conflitos conduzido
por um mediador, pessoa não envolvida no conflito e que não tem poder decisório. O mediador
atua junto com os conflitantes, auxiliando-os a restabelecer um diálogo respeitoso para que
os próprios envolvidos cheguem a uma solução consensual para as controvérsias.
Ainda, segundo o Conselho Nacional das Instituições de Mediação e Arbitragem (CO-
NIMA), “a mediação é Processo não adversarial e voluntário de resolução de controvérsias
por intermédio do qual duas ou mais pessoas, físicas ou jurídicas, buscam obter uma solução
consensual que possibilite preservar o relacionamento entre elas. Para isso, recorrem a um
terceiro facilitador, o mediador-especialista imparcial, competente, diligente, com credibi-
lidade e comprometido com o sigilo, que estimule, viabilize a comunicação e auxilie na busca
da identificação dos reais interesses envolvidos.”
Quando o Ouvidor atua como mediador, ele valoriza as pessoas e facilita a comunicação
para que as partes envolvidas no litígio tenham um diálogo respeitoso e cheguem a uma
solução satisfatória para ambas as partes.
46
O processo de mediação deve “estimular a reflexão, criar espaço para uma maior
O processo de mediação deve “estimular a reflexão, criar espaço para uma maior cons-
ciência de si mesmo e ampliar a consciência a respeito das necessidades e pontos de vista do
outro.”(MUSZKAT, M. E. Guia prático de mediação de conflitos: em famílias e organizações.
São Paulo: Summus, 2005, p. 93.)
Por fim, “A Mediação foi pensada de modo a devolver às partes o protagonismo sobre
suas vidas no que concerne à solução de suas contendas. Distancia-se do modelo paternalista,
que fomenta a ideia de que um terceiro, com maior conhecimento ou poder, encarregar-se-á
de solucionar desavenças entre aqueles que não conseguirem fazê-lo por conta própria e
procura restaurar a capacidade de autoria.” (Almeida, 2008)
47
“A mediação será orientada pelos seguintes princípios: I - imparcialidade do mediador;
II - isonomia entre as partes; III - oralidade; IV - informalidade; V - autonomia da vontade
das partes; VI - busca do consenso; VII - confidencialidade; VIII - boa-fé.
§ 1º Na hipótese de existir previsão contratual de cláusula de mediação, as partes deverão
comparecer à primeira reunião de mediação.
§ 2º Ninguém será obrigado a permanecer em procedimento de mediação.
Art. 3º Pode ser objeto de mediação o conflito que verse sobre direitos disponíveis ou
sobre direitos indisponíveis que admitam transação.
§ 1º A mediação pode versar sobre todo o conflito ou parte dele.
§ 2º O consenso das partes envolvendo direitos indisponíveis, mas transigíveis, deve
ser homologado em juízo, exigida a oitiva do Ministério Público.
Assim, com base nos pontos em comum de, pelo menos, 2 dos normativos acima citados
e dos entendimentos de alguns especialistas, pode-se inferir como princípios básicos a serem
observados nos processos de mediação, nas Ouvidorias Públicas os seguintes, sem prejuízo
de outros implícitos aplicáveis à matéria:
• Voluntariedade das partes;
• Imparcialidade do mediador;
• Busca do consenso;
• Confidencialidade do procedimento.
48
Durante a sessão de mediação, o mediador irá conduzir o processo ajudando as partes
(mediandos) a utilizarem, na prática, os 4 componentes da CNV, sem que elas precisem
entender a sua lógica.
Assim,
Assim,o mediador
o mediador procurará entender,
procurará entender, em em especial,
especial, quais quais
são os são os sentimentos
sentimentos e as e as
necessidades
necessidades das partes
das partes e conduzirá
e conduzirá o processo
o processo para
para queque cada
cada mediando conecte-se
mediando conecte-se empa-
empaticamente com as necessidades do outro e chegue a um possível acordo.
ticamente com as necessidades do outro e 51
chegue a um possível acordo.
Contudo
Contudoééimportante lembrar
importante lembrar queque o acordo
o acordo nem sempre
nem sempre será estabelecido
será estabelecido na media-
na mediação.
Ainda assim, nesses casos, a mediação poderá ter sido frutífera.
ção. Ainda assim, nesses casos, a mediação poderá ter sido frutífera.
Caso prático demediação de conflitos (Marshall Rosenberg)
Caso prático de mediação de conflitos (Marshall Rosenberg)
50
Ao ouvir esse julgamento ou diagnóstico, Marshall tentou traduzi-lo em uma necessi-
dade: “Chefe, você está dizendo que a sua necessidade de igualdade não está sendo atendida
em algumas decisões que estão sendo tomadas?”
Chefe muçulmano: “É isso mesmo.”
Após identificar essa necessidade, Marshall tentou ajudar o outro lado a ouvir isso.
Segundo ele, foi necessário repetir algumas vezes até que o outro lado compreendesse a
verdade.
Essa sessão de mediação demorou cerca de uma hora para que ambos os lados expres-
sassem suas necessidades e ouvissem as necessidades do lado oposto.
Ao final, um dos chefes que ainda não tinha falado nada disse: “Se soubéssemos nos
comunicar assim, não teríamos que nos matar.”
“Quando temos imagens inimigas, fica difícil ouvir a verdade, mas quando nos concen-
tramos nas necessidades, percebemos que não há conflitos, pois todos os seres humanos têm
as mesmas necessidades. Então os conflitos nunca estão ao nível das necessidades. O conflito
está nos pensamentos de ambos os lados que transformam o outro lado em um inimigo ou
do tipo de pensamento que consideram apenas estratégias para atender apenas a própria
necessidade e não levam em consideração as necessidades das outras pessoas.” (Rosenberg)
Dito isso, seguem algumas diretrizes propostas para serem utilizadas durante uma ses-
são de mediação de conflitos em Ouvidorias Públicas, tendo como base os princípios da CNV:
51
Segundo Anthony Robbins,“Rapport é a capacidade de entrar no mundo de alguém,
fazê-lo sentir que você o entende e que vocês têm um forte laço em comum. É a capacidade
de ir totalmente do seu mapa do mundo para o mapa do mundo dele”.
• Declaração de abertura
O mediador explicará a finalidade da mediação e informará às partes as regras que
deverão ser seguidas por todos que estão participando da sessão.
Os mediandos deverão ser orientados, em especial, a comunicarem-se de forma res-
peitosa e em 1ª pessoa.
• Escuta empática
Durante todo o processo, o mediador realizará a escuta empática com base na lingua-
gem verbal ou não verbal e conduzirá o processo para que as partes também pratiquem essa
escuta. Ela propicia alívio das tensões e assegura a quem está falando expressão das emoções
e a sensação de que está sendo ouvido.
• Parafrasear ou reformular
Sempre que alguns dos mediandos concluir a fala, o mediador reformulará o que acabou
de ser expresso, sem alterar o sentido original da frase, para que não haja ruídos na comu-
nicação e todos compreendam, de fato, o que está sendo dito.
52
Considerações finais
Diante dos estudos realizados, da consciência de que não existe verdades absolutas e dos
inúmeros benefícios conquistados nas relações intrapessoais, interpessoais e sistêmicas por
pessoas em vários países do mundo, ao utilizar a Comunicação NãoViolenta, seja no ambiente
pessoal ou profissional, entende-se que as Ouvidorias Públicas em muito poderão benefi-
ciar-se ao adotar essa metodologia sistematizada pelo psicólogo norte-americano Marshall
Rosenberg, seja na mediação de conflitos ou na gestão dos demais conflitos que surgirem no
dia a dia dessas unidades administrativas.
53
Referências
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VOLPI, Edna. FORNAZARO, Maria e SAMPAIO, MARIA. Curso: Ouvidoria e Mediação. São Paulo, 2008.
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público do município de São Paulo. Secretaria do Governo Municipal, São Paulo, 13 jul. 2005.
55
Material Complementar
- www.conima.org.br
- https://www.youtube.com/watch?v=I24jymXuN38
- https://www.youtube.com/watch?v=H_zWzbkRSew
- https://www.youtube.com/watch?v=Ijl2VVvQwno
- https://www.youtube.com/watch?v=3vX6sqwCmIw
- https://www.youtube.com/watch?v=_5Auf9SG1RY
- https://www.youtube.com/watch?v=61IM1FGm3go
- https://www.youtube.com/watch?v=f7zsg6GkD6A
- https://www.youtub.com/watch?v=C0P912RnSK0
- https:www.youtube.com/watch?v=2PLqwXwEQTA
- https://www.youtube.com/watch?v=PweEwSC-c0c
56
Sobre a autora
Luciana Silva é graduada em Ciências Contábeis e pós-graduada, em nível de Especia-
lização, em Contabilidade e Controladoria pela Universidade Federal de Pernambuco. Servi-
dora da Controladoria-Geral do Estado desde janeiro/2010, sendo que desde dezembro/2015
exerce suas atividades na Diretoria da Ouvidoria-Geral do Estado de Pernambuco.
Também é master Coaching IntegralSistêmico formada pela Febracis e Analista de Perfil
Comportamental. Nos últimos 2 anos, realizou, em especial, os seguintes cursos: Comunica-
ção NãoViolenta, promovido pela Escuta Ativa Brasil (Online), Resolução de Conflitos Aplicada
ao Contexto de Ouvidorias, promovido pela Escola Nacional de Administração Pública(ENAP)
- Curso EAD, Formação em Analista de Perfil Comportamental/CIS Assessment, Oradores e
Palestrantes; e cursos para ser Ministrante oficial dos Livros O Poder da Ação, Poder e Alta
Performance e Poder da Autorresponsabilidade do Autor Paulo Vieira.
57