Apendicite Aguda
Apendicite Aguda
Apendicite Aguda
REFERÊNCIAS
ANATOMIA
Apêndice é uma estrutura tubular de aprox 9 cm (pode ir de 2-20cm) que fica no ceco.
A base é fixa, mas a ponta do apêndice pode ficar em diversos locais, pode ser pélvico
(pré-ileal), retrocecal ou retroileal. A localização mais comum é a retrocecal, no interior
da cavidade do peritôneo.
Obs: por conta dessa variação da ponta do apêndice, a clínica da apendicite pode variar
muito.
FISIOPATOLOGIA
A patogênese está relacionada coma obstrução do lúmen articular, que pode ser por:
fecalito, hiperplasia dos folículos linfoides, obstrução por ascaris, bário, obstrução por
corpo estranho (semente) e tumores.
QUADRO CLÍNICO
É importante atentar para esse padrão clássico de migração da dor, primeiro pega o
mesogastro e área periumbilical e depois vai para fossa ilíaca direita. Lembrar sempre
do ponto de Mc Burney.
A apendicite crônica é representada por surtos de dor abdominal em fossa ilíaca direita,
recorrentes, sem presença de irritação peritoneal. Embora seja questionada por muitos
autores, esta condição tem sido cada vez mais reconhecida, principalmente em crianças.
A obstrução parcial intermitente da luz apendicular parece justificar todos estes
achados. Os critérios diagnósticos incluem: (1) história de mais de um mês com ataques
recorrentes (três ou mais) de dor abdominal em quadrante inferior direito; (2)
sensibilidade à palpação no quadrante inferior direito sem evidências de irritação
peritoneal; e (3) achados radiológicos no estudo baritado, que variam de preenchimento
incompleto até a não visualização do apêndice após 24h do uso do contraste. O não
esvaziamento de contraste do apêndice preenchido após 72h também é um importante
sinal diagnóstico. Nesses casos, o aspecto tomográfico do apêndice é igual ao da
apendicite aguda. O tratamento cirúrgico (apendicectomia) desta condição parece aliviar
os sintomas da maioria dos pacientes.
DIAGNÓSTICO
Quando o quadro clínico é clássico e não restam muitos diagnósticos diferenciais, basta
a clínica para fechar diagnóstico de apendicite e fazer a cirurgia. Contudo, em idosos
(que podem fazer um quadro diferenciado) e em casos em que possa ser possível outros
exames diferenciais, temos de usar exames de imagem para checar se há inflamação em
apêndice.
Exames laboratoriais são geralmente solicitados, pois precisa ver como está o grau de
inflamação desse paciente. Geralmente na apendicite há leucocitose moderada (10000-
15000 células/mm³) com neutrofilia e desvio à esquerda (75% dos casos). Contagem
superior a 20000 células estão relacionadas com gangrena e perfuração. Pode ter
alteração de urina se o apêndice está localizado próximo ao ureter.
O raio x de abdome agudo não é muito útil em casos de apendicite, apesar de em geral
ser rotina para casos de abdome agudo.
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL
Intussuscepção intestinal – cursa com dor em cólica, é intermitente, não costuma fazr
peritonite, tem fezes sanguinolentas e oclusão intestinal.
Gastroenterite – em crianças a apendicite pode cursar também com diarreia, por isso da
pra confundir; se uma criança com diagnóstico de gastroenterite vai piorando a dor com
12-24h de evolução, tem de pensar em apendicite.
Doença inflamatória pélvica (DIP) – na DIP a dor é bilateral, tem historia de vida sexual
ativa ou uso de DIU, a febre é alta, tem leucorreia e esfregaço revelando diplococo gram
negativo.
Diverticulite aguda à direita – a clínica nesse caso é mais insidiosa, tem piora da dor ao
longo dos dias e acomete uma região maior do quadrante inferior direito; precisa da TC
para confirmar o diagnóstico.
Pielonefrite aguda –
Litíase urinária – esse paciente não terá descompressão dolorosa e nem o caráter
migratório da dor.
TRATAMENTO
Sempre cirúrgico. Em 2 dias começa necrose e com 70h alto risco de perfuração.
Antes da cirurgia tem de repor líquido e, nos casos em que não houve perfuração, passar
antibiótico como profilaxia para germes gram negativos e anaeróbios (1 dose apenas).
Casos que teve gangrena ou perfuração, precisa de antibótico até o paciente ficar afebril.
Podemos optar tanto pela cirurgia convencional, aberta, quanto pela videolaparoscopia.
Contudo, alguns estudos têm demonstrado que a videolaparoscopia é um método mais
aceitável em indivíduos obesos, reduzindo dor pós-operatória e tempo de internação, e
também em casos de apendicite perfurada (com bloqueio), com menor probabilidade de
infecção de sítio cirúrgico. Não podemos esquecer que este método é o de escolha
quando existe dúvida diagnóstica.
COMPLICAÇÕES