A Estrutura Da redação-ENEM
A Estrutura Da redação-ENEM
A Estrutura Da redação-ENEM
Para que você não perca pontos valiosos, é importante dominar a estrutura de um texto
dissertativo-argumentativo, o modelo de redação cobrado no Enem
Não existe nenhuma regra que exija que sua redação tenha 4 parágrafos, mas essa é uma
dica que a gente dá tendo em vista que a maior parte das redações nota mil do Enem
apresentam dois parágrafos de desenvolvimento.
A Introdução da Redação
Não é sem razão que o primeiro parágrafo da estrutura de uma redação é chamado
de introdução, pois é nessa parte do texto que você vai expor (apresentar) as principais
questões a serem abordadas no restante do texto. No primeiro parágrafo, o leitor terá uma
dimensão geral do assunto e vai entender as razões pelas quais a discussão do problema é
relevante.
E nessa hora que você deve envolver o leitor e ser criativo o bastante para instigá-lo a
continuar a leitura. Assim, uma boa forma de fazer isso é relacionar o tema a aspectos
pessoais e/ou sociais. Mostre como essa questão pode afetar a vida do leitor ou como ele
está relacionado a ela.
Para que você consiga fazer isso, você pode dividir a sua introdução em 3 partes:
1. contextualização;
2. tema;
3. tese.
1- Contextualização
A contextualização ou assunto é algo mais abrangente do que o tema, mas que está
conectado a ele. Por exemplo: o tema da redação de 2018 foi “a manipulação do usuário pelo
controle de dados na internet”. Nesse caso, o contexto poderia ser sobre meios de
comunicação, redes sociais, internet em geral, privacidade, entre outras possibilidades.
Além disso, o contexto é um bom lugar para você citar algum repertório sociocultural, como
um livro, um filme, uma música, um dado histórico ou estatístico.
2- Tema
Depois de fazer a contextualização, você deve demonstrar como o contexto está ligado ao
tema. Tente não copiar o tema de forma literal. Em vez disso, tente escrever com suas
palavras. Mas não esqueça de que todos os elementos do tema precisam estar presentes.
Utilizando o exemplo anterior, você deve lembrar de mencionar a “manipulação”, o “controle
de dados” e a “internet”.
3- Tese
Em seguida, você não pode esquecer de escrever a sua tese. A tese ou objetivo do texto é
aquilo que você pretende defender ao longo da redação. Essa é uma das partes mais
importantes de toda a sua redação. A fim de definir qual será a sua tese, você pode se
perguntar: “o que eu acho sobre o tema?”. Partindo da sua resposta, você vai conseguir
formular o objetivo do seu seu texto, ou seja, sua tese.
Perguntas na Introdução
Outras perguntas que podem auxiliar na criação da sua tese e, mais à frente, podem fornecer
ideias para os parágrafos de desenvolvimento e para a conclusão:
1. Qual o problema?
2. Por que se trata de um problema?
3. Quais as causas para tal problema?
4. Há alguma solução?
5. Como e por que colocar tal solução em prática?
6. Como essa proposta pode, de fato, resolver o problema?
Dica: Uma boa maneira de treinar a introdução dentro do modelo da estrutura da redação
do Enem nos seus textos de treinamento é ler. Ler sempre, pelo menos uma vez por semana
passar os olhos em artigos de jornais e revistas.
Analise como autor utiliza as características desse gênero textual para chamar a atenção do
leitor e instigar a curiosidade para o conteúdo que vem a seguir.
Exemplo de Introdução
O principal cuidado que você deve ter ao escrever a introdução do seu texto é não misturar
os assuntos. A pluralidade de ideias deixa o texto poluído e o leitor confuso. E ainda: não
mencione nenhum fato na introdução que não será explorado ao longo do texto. Foque na
sua tese principal.
Essa parte da estrutura de uma redação pode ser resumida em duas palavras: argumentação
e exemplificação. É aqui que as informações mais polêmicas devem aparecer.
Nesse espaço, você também pode dar voz a visões opostas sobre o assunto. Tudo o que foi
levantado na introdução deve ser discutido aqui e lembre-se de desenvolver uma ideia
diferente para cada parágrafo.
Mas, como conseguir fazer isso na prática? O primeiro passo é relembrar a tese ou objetivo
que você criou na introdução. Por exemplo: numa redação sobre agrotóxicos, você pode
estabelecer como objetivo mostrar que os agrotóxicos são um retrocesso para a saúde e para
a agricultura.
Então, você deve desmembrar esse objetivo em dois: um para o primeiro parágrafo de
desenvolvimento e outro para o segundo. No caso do exemplo anterior, você poderia
escrever um parágrafo sobre o impacto dos agrotóxicos na saúde e outro na agricultura.
Se você tiver dificuldades para estabelecer os objetivos dos parágrafos, pode olhar para sua
tese e se perguntar “por que eu acho isso?”. A partir da resposta, você deve formular duas
ideias diferentes e explicar melhor cada uma delas em um parágrafo do desenvolvimento da
redação.
Depois de estabelecidos os objetivos dos parágrafos, você vai precisar de 4 elementos para
construir cada um dos seus parágrafos de desenvolvimento: afirmação, explicação,
exemplificação e conclusão.
O primeiro elemento do parágrafo deve ser uma afirmação do seu objetivo. Essa frase vai
dizer o que você vai abordar naquele parágrafo. Por exemplo: “Os agrotóxicos têm como um
de seus prejuízos a relação com a saúde brasileira”.
Explicação
Em seguida, você vai explicar a afirmação. Ou seja, vai explicar como os agrotóxicos
interferem na saúde.
Exemplificação
Também é importante dar exemplos para enriquecer a sua argumentação. É nesse momento
que você deve utilizar o seu repertório sociocultural, citando uma atualidade, um livro, um
filme, uma fala de alguém, um estudo, uma música, etc.
Conclusão
Como os parágrafos de desenvolvimento são mais longos, se você não estiver atento, corre o
risco de repetir informações – o que acarreta na perda de pontos. O mesmo erro pode
ocorrer na ânsia em convencer o leitor sobre os seus argumentos.
Outro cuidado importante é em relação aos exemplos. Eles devem ser bastante
representativos para situar o leitor e estabelecer a comunicação. Imagine que seus exemplos
são uma espécie de pontos luminosos do seu texto. Eles devem ser claros o bastante para dar
ainda mais legitimidade aos seus argumentos dentro da estrutura da redação.
Primeiramente, você deve lembrar que o parágrafo de conclusão sempre deve iniciar com um
conectivo. Você pode usar “portanto” ou “dessa forma”, por exemplo. Lembrando que o uso
de conectivos sempre ajuda a manter a coesão e a coerência do seu texto.
2- Retomada do objetivo
Em seguida, você deve retomar os objetivos da sua redação, tanto o que você estabeleceu na
introdução quanto aqueles dos seus parágrafos de desenvolvimento.
3- Proposta de intervenção
Por fim, você deve escrever uma proposta de intervenção. Essa é uma parte muito
importante, pois só a proposta de intervenção já vale 200 pontos da nota da sua redação.
Os corretores da redação não esperam que durante o tempo de prova você encontre uma
solução para o problema tematizado. Eles somente esperam que você exponha alguma ação
que ajude no enfrentamento do problema. Não precisa ser nada inédito, só precisa ser uma
intervenção bem estruturada.
Mas, como fazer uma proposta de intervenção correta e completa? Ela precisa ter 5
elementos:
1. Ação (o que?)
2. Agente (quem?)
3. Efeito (para quê?)
4. Modo (como?)
5. Detalhamento (explicação e exemplos)
Portanto, não é suficiente citar uma intervenção de maneira genérica, sem explicar quem
seria o responsável ou de que forma seria colocada em prática.
Exemplo de conclusão
“Portanto, cabe aos Estados, por meio de leis e de investimentos, com um planejamento
adequado, estabelecer políticas públicas efetivas que auxiliem a população a “navegar”, de
forma correta, na internet, mostrando às pessoas a relevância existente em utilizar o meio
virtual racionalmente, a fim de diminuir, de maneira considerável, o consumo exacerbado, que
é intensificado pela manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados. Além
disso, é de suma importância que as instituições educacionais promovem, por meio de
campanhas de conscientização, para pais e alunos, discussões engajadas sobre a
imprescindibilidade de saber usar, de maneira cautelosa, a internet, entendendo a relevância de
uma “polarização digital” para a concretização da razão comunicativa, com o intuito de utilizar
o meio virtual para o desenvolvimento pleno da sociedade”.
Assim, notam-se desafios ligados à formação educacional das pessoas com dificuldade auditiva,
seja por estereotipação da sociedade civil, seja por passividade governamental.
Sob esse viés, pode-se apontar como um empecilho à implementação desse direito, reconhecido
por mecanismos legais, a discriminação enraizada em parte da sociedade, inclusive dos
próprios responsáveis por essas pessoas com limitação.
Isso pode ser explicado segundo o sociólogo Talcot Parsons, o qual diz que a família é uma
máquina que produz personalidades humanas, o que legitima a ideia de que o preconceito por
parte de muitos pais dificulta o acesso à educação pelos surdos.
Tal estereótipo está associado a uma possível invalidez da pessoa com deficiência e é
procrastinado, infelizmente, desde o Período Clássico grego, em que deficientes eram deixados
para morrer por serem tratados como insignificantes, o que dificulta, ainda hoje, seu pleno
desenvolvimento e sua autonomia.
Além do mais, ressalte-se que o Poder Público incrementou o acesso do público abordado ao
sistema educacional brasileiro ao tornar a Libras uma língua secundária oficial e ao incluí-la,
no mínimo, à grade curricular pública. Contudo, devido à falta de fiscalização e de políticas
públicas ostensivas por parte de algumas gestões, isso não é bem efetivado.
Afinal, dados estatísticos mostram que o número de brasileiros com deficiência auditiva vem
diminuindo tanto em escolas inclusivas – ou bilíngues – como em exclusivas, a exemplo
daquela criada no Segundo Reinado. Essa situação abjeta está relacionada à inexistência ou à
incipiência de professores que dominem a Libras e à carência de aulas proficientes, inclusivas e
proativas, o que deveria ser atenuado por meio de uma maior gerência do Estado nesse âmbito
escolar.
Diante do exposto, cabe às instituições de ensino com proatividade o papel de deliberar acerca
dessa limitação em palestras elucidativas por meio de exemplos em obras literárias, dados
estatísticos e depoimentos de pessoas envolvidas com o tema, para que a sociedade civil, em
especial os pais de surdos, não seja complacente com a cultura de estereótipos e preconceitos
difundida socialmente.
Outrossim, o próprio público deficiente deve alertar a outra parte da população sobre seus
direitos e suas possibilidades no Estado civil a partir da realização de dias de conscientização na
urbe e da divulgação de textos proativos em páginas virtuais, como “Quebrando Tabu”.
Por fim, ativistas políticos devem realizar mutirões no Ministério ou na Secretaria de Educação,
pressionando os demiurgos indiferentes à problemática abordada, com o fito de incentivá-los a
profissionalizarem adequadamente os professores – para que todos saibam, no mínimo, o
básico em Libras – e a efetivarem o estudo da Língua Brasileira de Sinais, por meio da
disponibilização de verbas e da criação de políticas públicas convenientes, contrariando a
teórica inclusão da primeira escola de surdos brasileira.