Cidadania e Fé - Bloco 3-Ed
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2ª EDIÇÃO
03 CAPÍTULO 09
Culturas afro-ameríndias
09 CAPÍTULO 10
Feições africanas do cristianismo
15 CAPÍTULO 11
A condição da mulher no judaísmo,
cristianismo e islamismo
CI DADAN IA E F É
BLOCO
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CAPÍTU LO 09
Culturas afro-ameríndias
Olhando bem, em nosso sangue não corre apenas o sangue europeu, de modo especial
o português e o espanhol, ou seja, o europeu que veio da península ibérica e colonizou
parte das Américas. Corre também o sangue negro e o sangue indígena. Em alguns
casos mais negro e, em outros casos mais indígena.
Superado apenas pela Nigéria, na África. Em consequência disto, nossa cultura não é
apenas branca, é também negra e ameríndia; ela é mista.
O professor Menezes demonstra parte da herança
cultural africana em diversos setores de nossa
cultura: “A influência africana no português do
Brasil, que em alguns casos chegou também
à Europa, veio do iorubá, falado pelos negros
vindos da Nigéria, e notada principalmente no
vocabulário relacionado à culinária e à religião
e também do quimbundo angolano, em palavras
como caçula, cafuné, moleque, como comidas
de santo, ou seja, comidas que eram oferecidas
Fonte: https://am3004.wordpress.com/2015/05/29/cultura-afri-
às divindades religiosas cultuadas pelos negros, cana-em-debate-por-que-o-preconceito/
maxixe e samba, entre centenas de outros
vocábulos. Na culinária, deixaram para a nossa alimentação: acarajé, mungunzá,
quibebe, farofa, vatapá, que são pratos originalmente usados pelos negros”.
Continua o professor Menezes falando da contribuição cultural vinda da África para o
Brasil: “Foram incorporados aos hábitos alimentares dos brasileiros o angu, o cuscuz,
a pamonha e a feijoada, nascida nas senzalas e feita a partir das sobras de carnes
das refeições que alimentavam os senhores; o uso do azeite de dendê, leite de coco,
temperos e pimentas; e de panelas de barro e de colheres de pau. O folclore é entendido
como o conjunto de manifestações espirituais, materiais e culturais de origem popular,
transmitidos via oral ou pela prática de geração em geração. Compreende, assim, as
tradições, festas, danças, canções, lendas, superstições, comidas típicas, vestimentas
e artesanatos cultivados especialmente pelas camadas populares. A escravidão
foi responsável pela contribuição africana para o folclore, principalmente porque
os negros eram trazidos de diversas áreas do velho continente. Frevo: teve origem
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CAPÍTULO 09 4
Culturas Indígenas
Temos também dentro de nós sangue indígena,
primeiros habitantes dessa terra de Santa Cruz.
A propósito, ponho abaixo uma declaração dos
povos indígenas, reunidos em grande assembleia.
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CAPÍTULO 09 5
Port Alberni, 1975. Conselho Mundial dos povos indígenas (AEC, 1985, p.21)
Cultos Afro-brasileiros
“São chamados assim por causa da origem de seus principais portadores, os
escravizados trazidos da África para o Brasil” (GAARDER, 2000, p. 292). Os autores
do “Livro das Religiões” acrescentam: até hoje, essas religiões são reconhecidas
pelas lideranças do movimento negro como religiões negras, autênticas expressões
culturais da negritude, embora seja cada vez maior o número de brancos, e até mesmo
de descendentes de japoneses e coreanos que estão aderindo ao candomblé e, mais
ainda à umbanda” (IDEM, p. 292).
Fonte: http://www.riovalejornal.com.br/mate-
rias/617-terreiro_de_umbanda_realiza_uma_
reiros-de-candomble-terao-mesmo-direit-
Fonte: http://www.s1noticias.com/ter-
linda_festa_para_yemanja_no_litoral
os-de-igrejas.html#axzz3yHDXaSza
Quando se diz candomblé se refere aos cultos afro-brasileiros mais próximos da África;
mais primitivos ou mais original. Se você entra num terreiro e ali se canta em um idioma
africano, provavelmente você está num terreiro de candomblé que ainda conserva a
língua original. Se entra num terreiro e lá dentro apenas vê figuras de negros e de
negras, provavelmente estará num terreiro de candomblé. O candomblé não é igual
em toda parte. Tem esse nome na Bahia; em Pernambuco e Alagoas chama-se Xangô;
tambor de mina no Maranhão e Pará e batuque no Rio Grande do Sul.
A umbanda é a religião afro-brasileira mais brasileira, mais misturada e mais distante da
África. Se entra num terreiro e vê uma quantidade grande de santos ou figuras de brancos,
com certeza estará entrando num terreiro de umbanda. A umbanda é uma mistura do Afro,
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CAPÍTULO 09 6
CANDOMBLÉ
Não é uma religião ética, a Orixás
Fonte: https://umbandanovolhar.word-
exemplo do cristianismo,
e sim uma religião mágica
press.com/os-sete-orixas/
e ritual. Portanto, a ideia
de salvação presente no
cristianismo não existe no
candomblé. As divindades
são também chamadas de
orixás. Os orixás no candomblé são elementos da natureza, mas são personificados
em figuras de negros e negras. Como não há uma ética na religião do candomblé,
também não existe a idéia de pecado. Cada pessoa tem seu orixá. Para saber seu orixá
de cabeça se faz através do jogo de búzios. Os búzios são pequenas conchas com uma
pequena abertura na parte interna. O jogo de búzios se faz em sessões individuais e
não em celebrações comunitárias. A pessoa responsável é o pai ou mãe de santo.
Da África chegaram com os escravizados mais de 400 orixás, mas com o tempo apenas
16 deles sobreviveram. É por isso que o jogo de búzios é feito com 16.
Como os orixás são personificados em figuras de negros e negras, têm as mesmas
características dos humanos: amam, sentem ódio, alimentam-se, casam-se etc. Os orixás
têm também suas cores preferidas, seu alimento próprio e seu dia da semana. Os orixás
podem ser masculinos ou femininos. Como são elementos da natureza, todo orixá que
contém água é feminino, exemplo: Iemanjá (água do mar) ou Oxum (águas doces) são orixás
femininos; os demais são masculinos.
Exu
Nos cultos do candomblé se inicia
Fonte: http://ulbra-to.br/encena/2014/12/05/Exu-o-
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CAPÍTULO 09 7
UMBANDA
É chamada de religião brasileira. Além dos
elementos afro, agrega elementos do catolicismo,
do espiritismo e das culturas indígenas. Surgiu no
Rio de Janeiro na década de 1920. Na umbanda
os orixás são elementos da natureza, mas se
personificam em figuras de santos ou santas.
Os negros, por causa da repressão religiosa,
escondiam a identificação de seus orixás em
santos ou santas que mais se assemelham a
aquele orixá. Por exemplo: Iemanjá é feminino, é Fonte: http://awure.jor.br/home/a-importancia-do-sincretismo-religio-
so-no-brasil/
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CAPÍTULO 09 8
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CAPÍTU LO 10
Inculturação da fé
Quando se trata desse tema, feições africanas do cristianismo ou feições indígenas
do cristianismo, entramos em um tema muito querido da Igreja mas ao mesmo
tempo muito desafiador: a Inculturação da fé. Nesse sentido, D. José Maria Pires,
quando bispo da Paraíba, afirmou com muita propriedade que a Igreja ainda não
está preparada para a inculturação. Mas o que é mesmo inculturação? A Igreja, em
mais de uma vez, já reuniu em Roma, um número significativo de bispos – chamado
Sínodo – para estudar e refletir sobre a inculturação da fé. Percebe-se que realmente
se trata de um grande desafio: “O processo de inculturação pode ser definido como o
esforço da Igreja para fazer penetrar a mensagem de Cristo em um determinado meio
sociocultural, convidando-o a crescer segundo os seus próprios valores, desde que
estes sejam conciliáveis com o Evangelho.
O termo inculturação inclui a ideia de crescimento e de enriquecimento mútuo das
pessoas e dos grupos, pelo fato do encontro do Evangelho com um meio social. “A
inculturação é a encarnação do Evangelho nas culturas autóctones e, simultaneamente,
a introdução destas culturas na vida da Igreja” (fé e inculturação – 1988 – nº 9). E o que é
um Sínodo? O sentido etimológico da palavra que vem do grego, significa literalmente,
caminhar juntos ou caminhar para dentro; a ideia central é de união. Trata-se de uma
assembleia de bispos da Igreja católica que se reúne periodicamente com o Papa para
tratar de temas de interesses da Igreja universal. Um exemplo de inculturação bem
simples: O povo africano é, essencialmente, um povo dançante; o povo latino é um
povo mais racional; é evidente que uma liturgia católica em comunidades africanas se
expresse através das danças com suas canções bem características. Essa inculturação,
deve guardar respeito à fé cristã, não contradizer os seus valores e fazer crescer a
pessoa como ser humano.
Em uma celebração da Eucaristia realizada na cidade de Recife/PE – Brasil – chamada
de ‘missa de Quilombos’, em 20 de novembro de 1981, uma celebração inculturada
na realidade negra, no canto de proclamação da palavra ou aclamação ao evangelho,
assim se expressava:
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CAPÍTULO 10 10
A letra dos cantos da missa de Quilombos foi feita por D. Pedro Casadáliga e Pedro
Tierra e a composição musical foi de Milton Nascimento que estava presente na
celebração em Recife.
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CAPÍTULO 10 11
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CAPÍTULO 10 12
Negra Mariama
“Mariama” é o nome dado a Nossa Senhora. É uma tentativa de
/a.1056317977761924/1657385484321834/?type=3
dizer MARIA em língua africana. É como se pronunciássemos
https://www.facebook.com/pjmatipomg/photos
“Maria” em todas as línguas da Mãe África. Num livro de
espiritualidade africana Maria ou Nossa Senhora é chamada de
Mariama. No final da missa de Quilombos, D. Hélder proclamou
sua oração a Mariama; era um forte apelo aos bispos para
que assumissem a causa do povo negro, assim como haviam
assumido a causa dos povos indígenas (idem). O teólogo Frei
Clodovis Boff escreveu que essa canção é um Magnificat negro.
Segue o pronunciamento de D. Hélder no final da missa de
Quilombos, sobre Mariama:
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CAPÍTULO 10 13
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CAPÍTULO 10 14
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CAPÍTU LO 11
Fonte: http://anobiblico.blogspot.com.br/2015/04/genesis-arvore-genealogica-de-abraao.html
O judaísmo, cristianismo e islamismo são três religiões consideradas irmãs. São irmãs
porque são filhas do mesmo Pai: Abraão. De Abarão com Sara surge Isaac (filho do
riso), que gerou Jacob (Israel) e por aí surge o povo de Israel. De Abraão com Agar é
gerado Ismael, considerado o iniciador do povo árabe; desse povo surge a religião de
Maomé. Por motivo de incompatibilidade de viver próximo a Sara (ciúmes entre Sara
e Agar porque uma gerou e a outra, não), Abraão levou Agar e o filho Ismael para a
região sul daquele país, onde surgiu o povo árabe. Árabes e judeus são irmãos mais
próximos. Dos judeus surge Jesus, o Cristo e do movimento de Jesus, o cristianismo.
Três religiões irmãs mas paradoxalmente só vivem em conflitos políticos e sócio-
econômicos.
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CAPÍTULO 11 16
A mulher no judaísmo
A condição da mulher no judaísmo é paradoxal, ao menos na visão dos ocidentais: Às
vezes soa negativa e às vezes positiva. Por exemplo: quando a mulher está menstruada,
se encontra em estado de impureza ritual, devendo, quando passarem suas regras,
fazer a purificação legal; por outro lado, judeu é definido como aquele ou aquela que
nasceu de ‘mãe judia’. Outro exemplo: O testemunho de uma mulher não era igual ao
testemunho de um homem; palavra de credibilidade era ‘palavra de homem’. Por outro
lado, no Antigo testamento são conhecidos livros sagrados que carregam nome de
mulher: Livro de Rute, Livro de Ester e o livro de Judite (tem apenas na Bíblia católica).
Segue uma síntese das fases da vida da mulher, publicado no “Livro das Religiões”,
de J. Gaarder: “A menina também recebe seu nome formalmente na sinagoga uma
semana depois do nascimento. Seu pai é chamado até a Torá, e se faz uma oração pela
mãe e pelo bebê.
BAR MITZVÁ E BAT MITZVÁ
Aos treze anos o menino judeu se torna
um Bar Mitzvá, (em hebraico: filho do
mandamento). A cerimônia se passa na
sinagoga, no primeiro sábado apósseu
aniversário. Durante o ano que precede seu
aniversário ele deve ter aulas com um rabino
ou outra pessoa instruída, para aprender as
Fonte: http://mensagens.culturamix.com/datas-comemorativas/mensagens-pa-
ra-bar-mitzvah
leis e os costumes judaicos. Quando chega
o dia, ele deve se levantar e ler alto seu
texto, cantando-o conforme o costume. Isso
confirma que ele passou a ser um membro
pleno da congregação. Uma menina se
torna automaticamente Bat Mitzvá (filha do
mandamento) quando completa doze anos.
Costuma-se celebrar esse fato no primeiro
sábado após seu aniversário. Para isso ela
prepara algumas palavras que deve dizer com
Fonte: http://www.accentphotography.com/services/barbat-mitzvah-gallery/
a bênção depois do serviço.
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CAPÍTULO 11 17
CASAMENTO
É considerado o modo de vida ideal, instituído por
Deus. Um judeu é obrigado a casar com uma mulher
judia. Dias antes do casamento, a noiva deve tomar
um banho ritual. No dia do casamento, os noivos ficam
em jejum até o final da cerimônia. O casamento pode
ser celebrado em qualquer lugar, mas normalmente
acontece na sinagoga. Em geral é um rabino que
realiza a cerimônia. Os noivos bebem de um mesmo Fonte: http://casamentoebeleza.com/informacao/casamento-ju-
daico-conheca-um-pouco/
copo de vinho, como sinal que irão dividir tudo que
a vida lhes der. Em seguida, o noivo põe a aliança no
VEJA UMA REPORTAGEM
dedo da noiva, dizendo em hebraico: “Eis que tu és
SOBRE A MULHER
consagrada a mim por esta aliança, segundo a Lei de
NO JUDAÍSMO
Moisés e de Israel”. (Cf. GAARDER, 2000, p. 113)
Mulher no cristianismo
Fonte: http://www.resistenciaapologetica.com/2015/04/
MULHERES PASTORAS
“O sacerdócio ministerial nas igrejas protestantes foi exclusivamente masculino até
o século XX. Certas igrejas luteranas alemãs empregaram pastores do sexo feminino
desde a década de 1920. Na Suécia, a proibição constitucional do sacerdócio feminino
foi abolida em 1945, na Dinamarca em 1947 e na Noruega já em 1938, mas com a
restrição de que uma mulher não deveria ser nomeada se a congregação se opusesse
a isso por princípio. Essa cláusula foi anulada em 1956” (GAARDER, 2000, p. 196)
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CAPÍTULO 11 18
Os autores do “Livro das Religiões” continuam, falando agora sobre as mulheres na vida
paroquial: “As mulheres sempre foram importantes na vida oficial da Igreja e em muitas
organizações voluntárias, como, por exemplo, as sociedades missionárias. Entretanto,
o papel por elas desempenhado tem sido secundário. Os homens vêm ocupando as
posições de liderança e em certas organizações apenas eles ainda têm permissão de
assumir cargos administrativos e também de pregar. Isso se deve ao sistema patriarcal
que impregnou a Igreja até agora. Muitas vezes, cita-se Paulo quando se quer falar na
subserviência das mulheres aos homens” (Efésios 5,22-24; Colossenses 3,18).
As mulheres no islã
Duas citações do Corão demonstram como este pode ser usado para fundamentar
duas visões bem diferentes do papel da mulher: ‘Os homens têm autoridade sobre as
mulheres porque Deus os fez superiores a elas’ (sura 4:31). ‘As mulheres devem, por
justiça, ter direitos semelhantes àqueles exercidos contra elas’ (sura 2:228).
O contraste no tratamento de homens e mulheres
Fonte: http://www.aware.org.sg/2011/12/an-
é visível numa série de áreas da vida social,
sobretudo nas leis relativas ao casamento. Mas,
eventful-year-for-womens-rights/
como muitos estudiosos islâmicos já indicaram,
há também uma série de leis que protegem
as mulheres dentro do casamento. Quando o
contrato de casamento é assinado, o marido paga
um dote que permanece propriedade da esposa
e não pode ser usado sem o consentimento dela.
A mulher só pode ter um marido, ao passo que os homens podem ter até quatro
esposas. A poligamia para os homens não era rara no Oriente Médio na época de
Maomé. A exigência de que um homem não deve tomar mais esposas do que pode
sustentar teve muitos efeitos positivos em sua época. Hoje, a poligamia é proibida na
Turquia e na Tunísia.
O divórcio é possível, mas apenas quando iniciado pelo marido, que é responsável pelo
lado financeiro do casamento. Há regras e condições abrangentes destinadas a evitar o
excesso de facilidades para o divórcio, o qual, segundo Maomé, é ‘a atividade legal menos
preferida por Deus’. O índice de divórcios nos países árabes é o mais alto do mundo.
O marido também tem o direito de punir fisicamente a esposa se ela for desobediente.
‘Quanto àquelas de quem temes desobediência, deves admoestá-las, enviá-las a uma
cama separada e bater nelas’, diz a sura 4.
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CAPÍTULO 11 19
Fonte: http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/04/mulheres-detidas-em-
manifestacao-a-favor-do-uso-do-veu-islamico-em-paris.html
Diferentemente da circuncisão para os homens, a excisão do clitóris (mutilação genital
feminina) não é obrigatória para as mulheres; tampouco se menciona tal mutilação
no Corão. Mesmo assim, ela é praticada com frequência no Norte da África. Nos anos
recentes, porém, vem encontrando forte oposição por causa de seus efeitos negativos
sobre a vida sexual da mulher.
Nem mesmo a tradição de usar véu, ou xador, deriva do Corão, mas ela se difundiu por
amplas áreas geográficas, independentemente da religião. Em sua origem, tal moda
se limitava às classes superiores, não tendo penetração na sociedade agrícola, onde
as mulheres deviam trabalhar no campo. A luta contra o véu vem sendo uma questão
predominante na modernização de muitas nações árabes; entretanto, o reavivamento
islâmico dos anos recentes também fortaleceu o apoio ao véu. (GAARDER, 2000, p. 133)
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CAPÍTULO 11 20
socialmente. O Livro dos Vedas afirma que o homem e a mulher são iguais “como as
duas rodas de uma carroça”. Entretanto, a aceitação prática dessa idéia tem sido bem
mais difícil.
Um livro indiano de normas, com 2 mil anos de idade, tem o seguinte a dizer sobre o
papel da mulher: ‘Assim como o estudo e o serviço doméstico na casa de seu mestre
são para o menino, assim deve ser para a menina viver com seu marido; ela deve ajudá-
lo em seus deveres e ser ensinada por ele. Cuidar do fogo sagrado, como seu esposo
lhe ensina, é comparável ao serviço do menino junto ao fogo sacrificial de seu mestre’.
Fonte: http://www.dw.com/en/india-bans-movie-about-indi-
Indira Gandhi
Fonte: http://tripaziello.om/2015/01/26/il-sari-indiano/
ra-gandhis-murder/a-17876004
As mulheres na Índia são frequentemente encaradas como ‘propriedade’ do marido.
Uma mulher solteira em geral tem um status baixo, e uma mulher casada sem filhos
pode se encontrar numa situação bem precária. Por outro lado, a Índia foi um dos
primeiros países a ter uma mulher como primeiro-ministro (Indira Gandhi). Muitas
mulheres desfrutam de notável influência pública, e em nenhum outro país do Terceiro
Mundo há tantas mulheres trabalhando fora de casa. Nesse contexto, ser membro
de uma casta pode constituir um fator decisivo na situação feminina. O culto das
numerosas deusas mulheres também pode contribuir para elevar a consciência das
mulheres”. (GAARDER, 2000, p. 51)
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