Ias 24
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respetivos preâmbulos, são as publicadas no Jornal Oficial da União Europeia e encontram-se disponíveis no EUR-Lex.
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OBJETIVO
1 O objetivo desta Norma é assegurar que as demonstrações financeiras de uma entidade contenham as divulgações necessárias
para chamar a atenção para a possibilidade de que a sua posição financeira e lucros ou prejuízos possam ter sido afetados pela
existência de partes relacionadas e por transações e saldos pendentes, incluindo compromissos, com tais partes.
ÂMBITO
2 Esta Norma deve ser aplicada ao:
(a) identificar relacionamentos e transações com partes relacionadas;
(b) identificar saldos pendentes, incluindo compromissos, entre uma entidade e as suas partes relacionadas;
(c) identificar as circunstâncias em que é exigida a divulgação dos itens das alíneas a) e b); e
(d) determinar as divulgações a fazer relativamente a esses itens.
3 Esta Norma exige a divulgação das transações com partes relacionadas e das transações e saldos pendentes, incluindo os
compromissos, nas demonstrações financeiras consolidadas e separadas de uma empresa-mãe investidora com o controlo conjunto
ou influência significativa sobre uma investida, apresentadas de acordo com a IFRS 10 Demonstrações Financeiras Consolidadas ou
com a IAS 27 Demonstrações Financeiras Separadas. Esta Norma aplica-se também às demonstrações financeiras individuais.
4 As transações com partes relacionadas e os saldos pendentes com outras entidades de um grupo são divulgados nas
demonstrações financeiras de uma entidade. As transações e os saldos pendentes com partes relacionadas dentro do grupo deverão
ser eliminados, com exceção daqueles entre uma entidade de investimento e as suas subsidiárias mensuradas pelo justo valor através
dos resultados, na preparação das demonstrações financeiras consolidadas do grupo.
DEFINIÇÕES
9 Os termos que se seguem são usados nesta Norma com os significados especificados:
Uma parte relacionada é uma pessoa ou entidade relacionada com a entidade que está a preparar as suas demonstrações financeiras
(referida nesta Norma como a «entidade relatora»).
(a) uma pessoa ou um membro íntimo da sua família é relacionado com uma entidade relatora se:
(i) tiver o controlo ou controlo conjunto da Entidade relatora;
(ii) tiver uma influência significativa sobre a entidade relatora; ou
(iii) for membro do pessoal-chave da gerência da entidade relatora ou de uma empresa-mãe dessa entidade relatora;
(b) uma entidade é relacionada com uma entidade relatora se estiver cumprida qualquer uma das seguintes condições:
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Divulgações de Partes Relacionadas
(i) a entidade e a entidade relatora são membros de um mesmo grupo (o que implica que as empresas-mãe, subsidiárias e subsidiárias
colegas estão relacionadas entre si);
(ii) uma entidade é associada ou constitui um empreendimento comum da outra entidade (ou é associada ou constitui um
empreendimento comum de um membro de um grupo a que pertence a outra entidade);
(iii) ambas as entidades são empreendimentos comuns da mesma parte terceira;
(iv) uma entidade representa um empreendimento comum da entidade terceira e a outra entidade é associada da entidade terceira;
(v) a entidade é um plano de benefícios pós-emprego a favor dos empregados da entidade relatora ou de uma entidade relacionada
com a entidade relatora. Se uma entidade relatora for ela própria um plano desse tipo, os empregadores promotores são também
relacionados com a entidade relatora;
(vi) a entidade é controlada ou conjuntamente controlada por uma pessoa identificada na alínea a);
(vii) uma pessoa identificada na alínea (a)(i) detém uma influência significativa sobre a entidade ou é membro do pessoal-chave da
gerência da entidade (ou de uma empresa-mãe da entidade).
(viii) a entidade, ou qualquer membro de um grupo em que se insere, fornece serviços de pessoal-chave da gerência à entidade
relatora ou à sua empresa-mãe.
Uma transação com partes relacionadas é uma transferência de recursos, serviços ou obrigações entre uma entidade relatora e uma
entidade relacionada, independentemente de haver ou não um débito de preço.
Membros íntimos da família de uma pessoa são aqueles membros da família que se espera possam influenciar ou ser influenciados
por essa pessoa nos seus negócios com a entidade, incluindo:
(a) os filhos e o cônjuge ou parceiro doméstico da pessoa em causa;
(b) os filhos do cônjuge ou parceiro doméstico da pessoa em causa; e
(c) os dependentes da pessoa em causa ou do seu cônjuge ou parceiro doméstico.
Remuneração inclui todos os benefícios dos empregados (tal como definidos na IAS 19 Benefícios dos Empregados), incluindo os
benefícios dos empregados a que se aplica a IFRS 2 Pagamento com Base em Ações. Os benefícios dos empregados são todas as
formas de retribuição paga, pagável ou proporcionada pela entidade, ou por conta da entidade, em troca de serviços prestados à
entidade. Incluem também as retribuições pagas em nome de uma entidade empresa-mãe com respeito à entidade. A remuneração
inclui:
(a) benefícios a curto prazo de empregados, tais como ordenados, salários e contribuições para a segurança social, licença anual
paga e baixa por doença paga, participação nos lucros e bónus (se pagáveis num período de doze meses após o fim do período) e
benefícios não monetários (tais como cuidados médicos, habitação, automóveis e bens ou serviços gratuitos ou subsidiados) para os
empregados em atividade;
(b) benefícios pós-emprego tais como pensões, outros benefícios de reforma, seguro de vida pós-emprego e cuidados médicos pós-
emprego;
(c) outros benefícios a longo prazo de empregados, incluindo licença por anos de serviço ou licença sabática, benefícios por jubileu
ou outros benefícios ligados à antiguidade no serviço, benefícios de invalidez a longo prazo e, se não forem pagáveis na totalidade
num período de doze meses após o final do período, participação nos lucros, bónus e remuneração diferida;
(d) benefícios de cessação de emprego; e
(e) pagamento com base em ações.
Pessoal chave de gerência são as pessoas que têm autoridade e responsabilidade pelo planeamento, direção e controlo das
atividades da entidade, direta ou indiretamente, incluindo qualquer administrador (executivo ou outro) dessa entidade.
Administração pública refere-se à administração pública e às suas agências e organismos similares, sejam eles locais, nacionais ou
internacionais.
Uma entidade relacionada com o Estado é uma entidade controlada, controlada conjuntamente ou sob a influência significativa de
uma administração pública.
Os termos «controlo», «controlo conjunto» e «influência significativa» são definidos na IFRS 10, IFRS 11 Acordos Conjuntos e IAS 28
Investimentos em Associadas e Empreendimentos Conjuntos e são utilizadas nesta Norma com os significados especificados nessas
IFRS.
10 Ao considerar cada possível relacionamento com partes relacionadas, a atenção é dirigida para a substância do relacionamento e
não meramente para a sua forma legal.
11 No contexto desta Norma, não são partes relacionadas:
(a) duas entidades simplesmente por terem um administrador ou outro membro do pessoal-chave da gerência em comum ou por um
membro do pessoal-chave da gerência de uma entidade ter influência significativa sobre a outra entidade.
(b) dois empreendedores conjuntos simplesmente por partilharem o controlo conjunto de um empreendimento conjunto.
(c) (i) entidades que proporcionam financiamentos,
(ii) sindicatos,
(iii) empresas de serviços públicos, e
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(iv) departamentos e agências de uma administração pública que não exercem controlo, controlo conjunto ou influência
significativa sobre a entidade relatora.
simplesmente em virtude dos seus negócios normais com uma entidade (embora possam afetar a liberdade de ação de uma entidade
ou participar no seu processo de tomada de decisões).
(d) um cliente, fornecedor, franchisador, distribuidor ou agente geral com quem uma entidade transacione um volume de negócios
significativo, meramente em virtude da dependência económica resultante.
12 Na definição de uma parte relacionada, tanto os associados como os empreendimentos conjuntos incluem as respetivas
subsidiárias. Assim, por exemplo, uma subsidiária de uma associada e um investidor que disponha de uma influência significativa
sobre essa associada são partes relacionadas entre si.
DIVULGAÇÕES
Todas as entidades
13 Os relacionamentos entre uma empresa-mãe e as suas subsidiárias devem ser divulgados independentemente de ter havido ou
não transações entre elas. Uma entidade deve divulgar o nome da sua empresa-mãe e, se for diferente, da parte controladora final.
Se nem a empresa-mãe da entidade nem a parte controladora final produzirem demonstrações financeiras disponíveis para uso
público, deve também ser divulgado o nome da empresa-mãe superior seguinte que as produza.
14 Para permitir aos utentes de demonstrações financeiras ter uma visão acerca dos efeitos dos relacionamentos com partes
relacionadas numa entidade, é apropriado divulgar o relacionamento com partes relacionadas onde exista controlo, tenha havido ou
não transações entre as partes relacionadas.
15 O requisito de divulgação dos relacionamentos com partes terceiras entre uma empresa-mãe e as suas subsidiárias é adicional
aos requisitos de divulgação impostos pela IAS 27 e pela IFRS 12 Divulgação de Interesses Noutras Entidades.
16 O parágrafo 13 faz referência à empresa-mãe superior seguinte. Essa referência respeita à primeira empresa-mãe do grupo, acima
da empresa-mãe imediata, que produz demonstrações financeiras consolidadas disponíveis para uso público.
17 Uma entidade deve divulgar a remuneração do pessoal-chave da gerência no total e para cada uma das seguintes categorias:
(a) benefícios a curto prazo de empregados;
(b) benefícios pós-emprego;
(c) outros benefícios a longo prazo;
(d) benefícios de cessação de emprego; e
(e) pagamento com base em ações.
17A Se uma entidade obtiver serviços de pessoal-chave da gerência de outra entidade (a «entidade de gestão»), a entidade não é
obrigada a aplicar os requisitos do parágrafo 17 à compensação paga ou a pagar pela entidade de gestão aos seus empregados ou
diretores.
18 Se uma entidade tiver levado a cabo transações com partes relacionadas durante os períodos abrangidos pelas demonstrações
financeiras, deve divulgar a natureza do relacionamento com essas partes, assim como informação sobre as transações e saldos
pendentes, incluindo compromissos, necessária para a compreensão do potencial efeito do relacionamento nas demonstrações
financeiras por parte dos respetivos utentes. Estes requisitos de divulgação são adicionais aos previstos no parágrafo 17. No mínimo,
as divulgações devem incluir:
(a) a quantia das transações;
(b) a quantia dos saldos pendentes, incluindo compromissos, e:
(i) os seus termos e condições, incluindo se estão ou não seguros, e a natureza da retribuição a ser proporcionada aquando da
liquidação; e
(ii) pormenores de quaisquer garantias dadas ou recebidas;
(c) provisões para dívidas duvidosas relacionadas com a quantia dos saldos pendentes; e
(d) os gastos reconhecidos durante o período a respeito de dívidas incobráveis ou duvidosas devidas por partes relacionadas.
18A As quantias suportadas pela entidade pela prestação de serviços de pessoal-chave da gerência prestados por uma entidade de
gestão separada devem ser divulgadas.
19 As divulgações exigidas no parágrafo 18 devem ser feitas separadamente para cada uma das seguintes categorias:
(a) a empresa-mãe;
(b) entidades com controlo conjunto ou influência significativa sobre a entidade;
(c) subsidiárias;
(d) associadas;
(e) empreendimentos conjuntos nos quais a entidade seja um empreendedor conjunto;
(f) pessoal-chave da gerência da entidade ou da respetiva entidade-mãe; e
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às entidades ligadas à administração pública. Se uma entidade aplicar esta Norma no seu todo ou essa isenção parcial a um período
que tenha início antes de 1 de janeiro de 2011, deve divulgar esse facto.
28A A IFRS 10, a IFRS 11 Acordos Conjuntos e a IFRS 12, emitidas em maio de 2011, emendaram os parágrafos 3, 9, 11(b), 15,
19(b) e (e) e 25. Uma entidade deve aplicar estas emendas ao aplicar a IFRS 10, a IFRS 11 e a IFRS 12.
28B O documento Entidades de Investimento (Emendas à IFRS 10, à IFRS 12 e à IAS 27), emitido em outubro de 2012, emendou os
parágrafos 4 e 9. Uma entidade deve aplicar estas emendas em relação aos períodos anuais com início em ou após 1 de janeiro de
2014. É permitida a aplicação antecipada do documento Entidades de Investimento. Se uma entidade aplicar as emendas de forma
antecipada, deve também aplicar todas as emendas incluídas no documento Entidades de Investimento ao mesmo tempo.
28C O documento Melhoramentos anuais das IFRS — Ciclo 2010-2012, emitido em dezembro de 2013, emendou o parágrafo 9 e
acrescentou os parágrafos 17A e 18A. Uma entidade deve aplicar esta emenda aos períodos anuais com início em ou após 1 de julho
de 2014. É permitida a aplicação mais cedo. Se uma entidade aplicar a emenda a um período anterior, deve divulgar esse facto.