Ifrs 11-1

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NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 11

Acordos Conjuntos

O texto abaixo foi retirado do da versão consolidada das normas disponível no site do Jornal Oficial da União Europeia.
Este texto constitui um instrumento de documentação e não tem qualquer efeito jurídico. As Instituições da União não
assumem qualquer responsabilidade pelo respetivo conteúdo. As versões dos atos relevantes que fazem fé, incluindo os
respetivos preâmbulos, são as publicadas no Jornal Oficial da União Europeia e encontram-se disponíveis no EUR-Lex.
É possível aceder diretamente a esses textos oficiais através das ligações incluídas no presente documento

OBJETIVO
1 O objetivo desta Norma consiste em estabelecer princípios para o relato financeiro por parte das entidades com interesses em
acordos controlados conjuntamente (ou seja, acordos conjuntos).

Cumprimento do objetivo
2 Para realizar o objetivo previsto no parágrafo 1, esta Norma define controlo conjunto e exige que uma entidade que seja parte num
acordo conjunto determine o tipo de acordo conjunto no qual está envolvida avaliando os seus direitos e obrigações respetivos e
contabilize esses direitos e obrigações de acordo com esse tipo de acordo conjunto.

ÂMBITO
3 Esta Norma deve ser aplicada por todas as entidades que sejam parte num acordo conjunto.

ACORDOS CONJUNTOS
4 Um acordo conjunto é um acordo sobre o qual duas ou mais partes têm o controlo conjunto.
5 Um acordo conjunto tem as seguintes características:
(a) As partes estão vinculadas por um acordo contratual (ver os parágrafos B2–B4);
(b) O acordo contratual confere a duas ou mais dessas partes o controlo conjunto do acordo (ver os parágrafos 7–13).
6 Um acordo conjunto é uma operação conjunta ou um empreendimento conjunto.

Controlo conjunto
7 O controlo conjunto consiste na partilha contratualmente acordada do controlo sobre um acordo, que só existe quando as decisões
sobre as atividades relevantes requerem o consentimento unânime das partes que partilham o controlo.
8 Uma entidade que seja parte num acordo deve apreciar se o acordo contratual confere a todas as partes, ou a um grupo das partes,
o controlo coletivo do acordo. Todas as partes, ou um grupo das partes, controlam o acordo coletivamente quando têm de agir em
conjunto para dirigir as atividades que afetem de forma significativa o retorno do acordo (ou seja, as atividades relevantes).
9 A partir do momento em que seja determinado que todas as partes, ou um grupo das partes, controlam coletivamente o acordo, o
controlo conjunto existe apenas nos casos em que as decisões acerca das atividades relevantes requerem o consentimento unânime
das partes que controlam coletivamente o acordo.
10 Num acordo conjunto, nenhuma parte controla por si só o acordo. Uma parte que detenha o controlo conjunto de um acordo pode
impedir que qualquer uma das outras partes ou grupo de partes controlem o acordo.
11 Um acordo pode ser um acordo conjunto ainda que nem todas as partes do mesmo detenham o controlo conjunto do acordo. A
presente Norma distingue entre partes que detêm o controlo conjunto de um acordo conjunto (operadores conjuntos ou
empreendedores conjuntos) e partes que participam num acordo conjunto mas não detêm o controlo conjunto do mesmo.
12 Uma entidade terá de aplicar o seu julgamento ao apreciar se todas as partes, ou um grupo das partes, detêm o controlo conjunto
de um acordo. As entidades devem fazer esta apreciação tendo em consideração todos os factos e circunstâncias (ver parágrafos
B5–B11).
13 Se os factos e as circunstâncias se alterarem, a entidade deve reapreciar se ainda detém ou não o controlo conjunto do acordo.

Tipos de acordo conjunto


14 Uma entidade determina o tipo de acordo conjunto no qual está envolvida. A classificação de um acordo conjunto como uma
operação conjunta ou um empreendimento conjunto depende dos direitos e obrigações das partes no acordo.
15 Uma operação conjunta é um acordo conjunto pelo qual as partes que detêm o controlo conjunto do acordo têm direitos sobre os
ativos e obrigações pelos passivos relacionados com esse acordo. Estas partes são denominadas operadores conjuntos.
16 Um empreendimento conjunto é um acordo conjunto pelo qual as partes que detêm o controlo conjunto do acordo têm direitos
sobre os ativos líquidos do acordo. Estas partes são denominadas empreendedores conjuntos.
17 Uma entidade aplica o seu julgamento ao apreciar se um acordo conjunto é uma operação conjunta ou um empreendimento
conjunto. Uma entidade determina o tipo de acordo conjunto no qual está envolvida tendo em consideração os direitos e obrigações
decorrentes do acordo. Uma entidade aprecia os seus direitos e obrigações tendo em consideração a estrutura e a forma legal do

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acordo, os termos acordados pelas partes no acordo contratual e, quando relevantes, outros factos e circunstâncias (ver parágrafos
B12–B33).
18 Por vezes, as partes estão vinculadas por um acordo-quadro que define os termos contratuais gerais para realizar uma ou mais
atividades. O acordo-quadro poderá definir que as partes estabeleçam outros acordos conjuntos para lidar com atividades específicas
que fazem parte do acordo. Ainda que esses acordos conjuntos estejam relacionados com o mesmo acordo-quadro, o seu tipo poderá
ser diferente se os direitos e obrigações das partes forem diferentes conforme as atividades a realizar no âmbito do acordo-quadro.
Por conseguinte, as operações conjuntas e empreendimentos conjuntos podem coexistir quando as partes empreendem diferentes
atividades abrangidas por um mesmo acordo-quadro.
19 Se os factos e as circunstâncias se alterarem, a entidade deve reapreciar se o tipo de acordo conjunto no qual está envolvida
mudou ou não.

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DAS PARTES NUM ACORDO


CONJUNTO
Operações conjuntas
20 Um operador conjunto reconhece, relativamente ao seu interesse numa operação conjunta:
(a) os seus ativos, incluindo a sua parte de qualquer ativo detido conjuntamente;
(b) os seus passivos, incluindo a sua parte em quaisquer passivos incorridos conjuntamente;
(c) o seu rendimento proveniente da venda da sua parte da produção decorrente da operação conjunta;
(d) a sua parte dos rendimentos decorrentes da venda da produção por parte da operação conjunta; e
(e) as suas despesas, incluindo a sua parte de quaisquer despesas incorridas em conjunto.
21 Um operador conjunto é responsável pelos ativos, passivos, rendimentos e despesas relacionados com o seu interesse numa
operação conjunta de acordo com as IFRS aplicáveis a esses ativos, passivos, rendimentos e despesas em concreto.
21A Quando uma entidade adquire um interesse numa operação conjunta cuja atividade constitui uma atividade empresarial, na
aceção da IFRS 3, deve aplicar, de forma proporcional à sua parte segundo o parágrafo 20, todos os princípios de contabilização das
concentrações de atividades empresariais definidos na IFRS 3 e noutras IFRS, que não entrem em conflito com esta IFRS, e deve
apresentar as informações nelas exigidas em relação às concentrações de atividades empresariais. Tal aplica-se à aquisição tanto
do interesse inicial como de interesses adicionais numa operação conjunta cuja atividade constitui uma atividade empresarial. A
contabilização da aquisição de um interesse nessa operação conjunta é especificada nos parágrafos B33A-B33D.
22 A contabilização de transações como a venda, contribuição ou compra de ativos entre uma entidade e uma operação conjunta na
qual é um operador conjunto encontra-se especificada nos parágrafos B34–B37.
23 Uma parte que participe numa operação conjunta mas não detenha o controlo conjunto contabiliza também o seu interesse no
acordo em conformidade com os números 20–22, se tiver direitos sobre os ativos e obrigações pelos passivos relacionados com a
operação conjunta. Se uma parte que participa numa operação conjunta mas não detém o controlo conjunto da mesma não tiver
direitos nos ativos e obrigações pelos passivos relativamente a essa operação conjunta, contabiliza o seu interesse na operação
conjunta de acordo com as IFRS aplicáveis a esse interesse.

Empreendimentos conjuntos
24 Um empreendedor conjunto reconhece o seu interesse num empreendimento conjunto como um investimento e contabiliza esse
investimento utilizando o método da equivalência patrimonial de acordo com a IAS 28 Investimentos em Associadas e
Empreendimentos Conjuntos a menos que a entidade esteja isenta da aplicação do método da equivalência patrimonial conforme
especificado nessa Norma.
25 Uma parte que participa num empreendimento conjunto mas não detém o controlo conjunto contabiliza o seu interesse no acordo
em conformidade com a IFRS 9 Instrumentos Financeiros, a menos que tenha uma influência significativa sobre o empreendimento
conjunto, caso em que contabiliza o mesmo de acordo com a IAS 28 (conforme emendada em 2011).

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS SEPARADAS


26 Nas suas demonstrações financeiras separadas, um operador conjunto ou um empreendedor conjunto contabiliza os seus
interesses:
(a) numa operação conjunta de acordo com os parágrafos 20–22;
(b) num empreendimento conjunto de acordo com o parágrafo 10 da IAS 27 Demonstrações Financeiras Separadas.
27 Nas suas demonstrações financeiras separadas, uma parte que participa num acordo conjunto mas não detém o controlo conjunto
contabiliza o seu interesse:
(a) numa operação conjunta de acordo com o parágrafo 23;
(b) num empreendimento conjunto de acordo com a IFRS 9, a menos que a entidade tenha uma influência significativa sobre o
empreendimento conjunto, caso em que aplica o parágrafo 10 da IAS 27 (conforme emendada em 2011).

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Apêndice A
Definições
O presente apêndice faz parte integrante desta Norma.

acordo conjunto Um acordo sobre o qual duas ou mais partes detêm o controlo conjunto.

controlo conjunto A partilha contratualmente acordada do controlo sobre um acordo, que só existe quando as decisões
sobre as atividades relevantes requerem o consentimento unânime das partes que partilham o controlo.

operação conjunta Um acordo conjunto pelo qual as partes que detêm o controlo conjunto do acordo têm direitos sobre
os ativos e obrigações pelos passivos relacionados com esse acordo.

operador conjunto Uma parte numa operação conjunta que detém o controlo conjunto sobre essa operação conjunta.

empreendimento Um acordo conjunto pelo qual as partes que detém o controlo conjunto do acordo têm direitos sobre
conjunto os ativos líquidos do acordo.

empreendedor Uma parte num empreendimento conjunto que detém o controlo conjunto sobre esse
conjunto empreendimento conjunto.

parte num acordo Uma entidade que participa num acordo conjunto, independentemente de deter ou não o controlo
conjunto conjunto sobre esse acordo.

veículo separado Uma estrutura financeira identificável separadamente, incluindo entidades jurídicas separadas ou
entidades reconhecidas por estatuto, independentemente de essas entidades terem ou não personalidade
jurídica.

Os termos seguintes encontram-se definidos na IAS 27 (conforme emendada em 2011), na IAS 28 (conforme emendada em 2011)
ou na IFRS 10 Demonstrações Financeiras Consolidadas e são utilizados na presente Norma com o significado especificado nessas
IFRS:
— controlo de uma investida;
— método da equivalência patrimonial;
— poder;
— direitos de proteção;
— atividades relevantes;
— demonstrações financeiras separadas;
— influência significativa.

Apêndice B
Guia de aplicação
O presente apêndice faz parte integrante desta Norma. Descreve a aplicação dos parágrafos 1–27 e tem o mesmo valor que as outras
partes da Norma.
B1 Os exemplos neste apêndice retratam situações hipotéticas. Embora alguns aspetos dos exemplos possam estar presentes em
situações reais, na aplicação da IFRS 11 há que considerar todos os factos e circunstâncias de uma determinada situação real.

ACORDOS CONJUNTOS
Acordo contratual (parágrafo 5)
B2 Os acordos contratuais podem ser evidenciados de diversas formas. Um acordo contratual passível de aplicação é muitas vezes,
mas não sempre, efetuado por escrito, habitualmente na forma de um contrato ou de discussões documentadas entre as partes. Os
mecanismos estatutários podem também criar acordos passíveis de aplicação, quer por si só quer em conjugação com contratos
entre as partes.
B3 Quando os acordos conjuntos são estruturados através de um veículo separado (ver parágrafos B19–B33), o acordo contratual
ou alguns dos seus aspetos serão nalguns casos incorporados no articulado, nos estatutos ou no pacto social do veículo separado.

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B4 O acordo contratual define os termos nos quais as partes participam na atividade objeto do acordo. O acordo contratual lida
geralmente com assuntos como:
(a) o objetivo, atividade e duração do acordo conjunto;
(b) a forma como os membros da direção ou de um órgão dirigente equivalente do acordo conjunto são nomeados;
(c) o processo de decisão: os assuntos que requerem decisões das partes, os direitos de voto das partes e o nível requerido de apoio
para esses assuntos. O processo de decisão refletido no acordo contratual estabelece o controlo conjunto do acordo (ver parágrafos
B5–B11);
(d) o capital ou outras contribuições exigidas às partes;
(e) a forma como as partes partilham os ativos, passivos, rendimentos, despesas ou resultados relacionados com o acordo conjunto.

Controlo conjunto (parágrafos 7–13)


B5 Ao apreciar se uma entidade detém ou não o controlo conjunto de um acordo, uma entidade deve apreciar em primeiro lugar se
todas as partes, ou um grupo das partes, controlam o acordo. A IFRS 10 define controlo e deve ser utilizada para determinar se todas
as partes, ou um grupo das partes, estão ou não expostas ou têm direito a um retorno variável pelo seu envolvimento no acordo e se
têm a capacidade para afetar esse retorno através do seu poder sobre o acordo. Quando todas as partes, ou um grupo das partes,
consideradas coletivamente, têm capacidade para dirigir as atividades que afetam significativamente o retorno do acordo (ou seja, as
atividades relevantes), as partes controlam o acordo coletivamente.
B6 Depois de concluir que todas as partes, ou um grupo das partes, controlam o acordo coletivamente, uma entidade deverá apreciar
se tem ou não controlo conjunto do acordo. O controlo conjunto existe apenas quando as decisões acerca das atividades relevantes
requerem o consentimento unânime das partes que controlam coletivamente o acordo. Apreciar se o acordo é ou não controlado
conjuntamente por todas as partes ou por um grupo das partes no mesmo, ou se é controlado por apenas uma das suas partes pode
exigir o exercício de julgamentos.
B7 Por vezes, o processo de decisão acordado pelas partes no respetivo acordo contratual conduz implicitamente ao controlo
conjunto. Por exemplo, imaginemos que duas partes estabelecem um acordo no qual cada uma detém 50 % dos direitos de voto e o
acordo contratual entre elas especifica que são necessários pelo menos 51 % dos direitos de voto para tomar decisões acerca das
atividades relevantes. Neste caso, as partes acordaram implicitamente que detêm o controlo conjunto do acordo porque as decisões
sobre as atividades relevantes não podem ser tomadas sem o acordo de ambas.
B8 Noutras circunstâncias, o acordo contratual requer uma proporção mínima dos direitos de voto para tomar decisões acerca das
atividades relevantes. Quando essa proporção mínima necessária dos direitos de voto pode ser atingida por mais de uma combinação
das partes que acordam em conjunto, esse acordo não é um acordo conjunto a menos que o acordo contratual especifique quais as
partes (ou a combinação de partes) que têm de acordar unanimemente as decisões acerca das atividades relevantes do acordo.
Exemplos de aplicação
Exemplo n.º 1
Imaginemos que três partes estabelecem um acordo. A tem 50 % dos direitos de voto no acordo, B tem 30 % e C tem 20 %.
O acordo contratual entre A, B e C especifica que são necessários pelo menos 75 % dos direitos de voto para tomar decisões
acerca das atividades relevantes do acordo. Embora A possa bloquear qualquer decisão, não controla o acordo porque
necessita do acordo de B. O facto de os termos do respetivo acordo contratual exigirem pelo menos 75 % dos direitos de voto
para tomar decisões acerca das atividades relevantes implica que A e B detêm o controlo conjunto do acordo porque as
decisões acerca das atividades relevantes do acordo não podem ser tomadas sem o acordo tanto de A como de B.
Exemplo n.º 2
Imaginemos que um acordo tem três partes: A tem 50 % dos direitos de voto no acordo e B e C têm, cada uma, 25 %. O
acordo contratual entre A, B e C especifica que são necessários pelo menos 75 % dos direitos de voto para tomar decisões
acerca das atividades relevantes do acordo. Embora A possa bloquear qualquer decisão, não controla o acordo porque
necessita do acordo de B ou de C. Neste exemplo, A, B e C controlam coletivamente o acordo. Contudo, existe mais de uma
combinação das partes que podem chegar a acordo para obter os 75 % dos direitos de voto (ou seja, A e B ou A e C). Nesta
situação, para ser um acordo conjunto o acordo contratual entre as partes teria de especificar qual a combinação das partes
que tem de acordar unanimemente as decisões acerca das atividades relevantes do acordo.
Exemplo n.º 3
Imaginemos um acordo no qual A e B têm cada uma 35 % dos direitos de voto no acordo, estando os restantes 30 % bastante
dispersos. As decisões acerca das atividades relevantes necessitam de aprovação por uma maioria dos direitos de voto. A e
B só detêm o controlo conjunto sobre o acordo se o acordo contratual especificar que as decisões acerca das atividades
relevantes do acordo necessitam do acordo de A e de B.
B9 O requisito de consentimento unânime significa que qualquer parte com controlo conjunto do acordo pode impedir qualquer uma
das outras partes, ou grupo das partes, de tomar decisões unilaterais (acerca das atividades relevantes) sem o seu consentimento.
Se o requisito de consentimento unânime estiver apenas relacionado com decisões que confiram a uma parte direitos de proteção e
não com decisões acerca das atividades relevantes de um acordo, essa parte não detém o controlo conjunto do acordo.
B10 Um acordo contratual pode incluir cláusulas sobre a resolução de litígios, por exemplo por via de arbitragem. Estas disposições
podem permitir que as decisões sejam tomadas na ausência de consentimento unânime entre as partes que detêm o controlo conjunto.
A existência de tais disposições não impede que o acordo seja conjuntamente controlado e, por conseguinte, seja um acordo conjunto.

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Apreciação do controlo conjunto

B11 Quando um acordo se encontra fora do âmbito da IFRS 11, as entidades contabilizam os seus interesses no acordo em
conformidade com as IFRS relevantes, como por exemplo a IFRS 10, a IAS 28 (conforme emendada em 2011) ou a IFRS 9.

TIPOS DE ACORDO CONJUNTO (PARÁGRAFOS 14–19)


B12 Os acordos conjuntos são estabelecidos com diversos objetivos (por exemplo como uma forma de as partes partilharem custos
e riscos ou como uma forma de proporcionar às partes o acesso a novas tecnologias ou a novos mercados) e podem ser estabelecidos
utilizando diversas estruturas e formas jurídicas.
B13 Alguns acordos não exigem que a atividade objeto do acordo seja levada a cabo através de um veículo separado. Contudo,
outros acordos envolvem o estabelecimento de um veículo separado.
B14 A classificação dos acordos conjuntos exigida pela presente IFRS depende dos direitos e obrigações das partes decorrentes do
acordo no decurso normal das atividades. A presente IFRS classifica os acordos conjuntos como operações conjuntas ou como
empreendimentos conjuntos. Quando uma entidade tem direitos sobre os ativos e obrigações pelos passivos relacionados com o
acordo, este constitui uma operação conjunta. Quando uma entidade tem direitos sobre os ativos líquidos do acordo, este constitui
um empreendimento conjunto. Os parágrafos B16–B33 definem a apreciação levada a cabo por uma entidade para determinar se
tem um interesse numa operação conjunta ou num empreendimento conjunto.

Classificação de um acordo conjunto


B15 Como referido no parágrafo B14, a classificação dos acordos conjuntos exige que as partes apreciem os respetivos direitos e
obrigações decorrentes do acordo. Ao efetuar essa apreciação, uma entidade deve considerar:
(a) a estrutura do acordo conjunto (ver parágrafos B16–B21);
(b) quando o contrato conjunto está estruturado através de um veículo separado:
(i) a forma jurídica do veículo separado (ver parágrafos B22–B24);
(ii) os termos do acordo contratual (ver parágrafos B25–B28); e
(iii) quando relevante, outros factos e circunstâncias (ver parágrafos B29–B33).

Estrutura do acordo conjunto


Acordos conjuntos não estruturados através de um veículo separado
B16 Um acordo conjunto que não esteja estruturado através de um veículo separado é uma operação conjunta. Nesses casos, o
acordo contratual estabelece os direitos das partes sobre os ativos e as suas obrigações pelos passivos relacionados com o acordo,
bem como os direitos das partes sobre os rendimentos e as suas obrigações pelas despesas correspondentes.
B17 O acordo contratual costuma descrever a natureza das atividades objeto do acordo e a forma como as partes tencionam realizar
em conjunto essas atividades. Por exemplo, as partes num acordo conjunto podem acordar fabricar um produto em conjunto, sendo
cada uma das partes responsável por uma tarefa específica e utilizando cada uma delas os seus próprios ativos e incorrendo nos
seus próprios passivos. O acordo contratual poderá igualmente especificar de que forma os rendimentos e despesas comuns às
partes deverão ser partilhados entre elas. Nesse caso, cada operador conjunto reconhece nas suas demonstrações financeiras os

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ativos e passivos a que recorreu para a tarefa específica, reconhecendo também a sua parte nos rendimentos e despesas em
conformidade com o acordo contratual.
B18 Noutros casos, as partes num acordo conjunto poderão acordar, por exemplo, partilhar e operar um ativo em conjunto. Neste
caso, o acordo contratual estabelece os direitos das partes sobre o ativo operado conjuntamente e a forma como a produção ou os
rendimentos desse ativo e os seus custos operacionais são partilhados entre as partes. Cada operador contabiliza a sua parte do
ativo conjunto e a sua parte acordada de quaisquer passivos e reconhece a sua parte da produção, rendimentos e despesas em
conformidade com o acordo contratual.

Acordos conjuntos estruturados através de um veículo separado


B19 Um acordo conjunto no qual os ativos e passivos relacionados com o acordo são detidos num veículo separado pode ser um
empreendimento conjunto ou uma operação conjunta.
B20 O facto de a parte ser um operador conjunto ou um empreendedor conjunto depende dos direitos sobre os ativos e das obrigações
pelos passivos relacionados com o acordo detidos num veículo separado.
B21 Conforme referido no parágrafo B15, quando as partes estruturam um acordo conjunto num veículo separado, terão de apreciar
se a forma jurídica desse veículo, os termos do acordo contratual e, quando relevantes, quaisquer outros factos e circunstâncias lhes
conferem:
(a) direitos sobre os ativos e obrigações pelos passivos relacionados com o acordo (ou seja, se o acordo é uma operação conjunta);
ou
(b) direitos sobre os ativos líquidos do acordo (ou seja, se o acordo é um empreendimento conjunto).

Classificação de um acordo conjunto: apreciação dos direitos e obrigações das


partes decorrentes do acordo

Forma jurídica do veículo separado


B22 A forma jurídica do veículo separado é relevante ao apreciar o tipo de acordo conjunto. A forma jurídica ajuda na apreciação
inicial dos direitos das partes sobre os ativos e das suas obrigações pelos passivos detidos no veículo separado, tal como a saber se
as partes detêm ou não interesses nos ativos detidos no veículo separado e se são ou não responsáveis pelos passivos detidos no
veículo separado.
B23 Por exemplo, as partes poderão conduzir o acordo conjunto através de um veículo separado, cuja forma jurídica faça com que o
veículo separado seja considerado por direito próprio (ou seja, os ativos e passivos detidos no veículo separado são ativos e passivos
do veículo separado e não das partes). Nesse caso, a apreciação dos direitos e obrigações conferidos às partes pela forma jurídica
do veículo separado indica que o acordo é um empreendimento conjunto. Contudo, os termos acordados pelas partes no seu acordo
contratual (ver parágrafos B25–B28) e, quando relevantes, outros factos e circunstâncias (ver parágrafos B29–B33) podem sobrepor-
se à apreciação dos direitos e obrigações conferidos às partes pela forma jurídica do veículo separado.
B24 A apreciação dos direitos e obrigações conferidos às partes pela forma jurídica do veículo separado é suficiente para concluir
que o acordo é uma operação conjunta apenas se as partes conduzirem o acordo conjunto através de um veículo separado cuja

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forma jurídica não confira separação entre as partes e o veículo separado (ou seja, os ativos e passivos detidos no veículo separado
são ativos e passivos das partes).

Apreciar os termos do acordo contratual


B25 Em muitos casos, os direitos e obrigações acordados pelas partes nos seus acordos contratuais são coerentes, ou não entram
em conflito, com os direitos e obrigações conferidos às partes pela forma jurídica do veículo separado no qual o acordo foi estruturado.
B26 Noutros casos, as partes utilizam o acordo contratual para reverter ou modificar os direitos e obrigações conferidos pela forma
jurídica de um veículo separado no qual o acordo foi estruturado.
Exemplo de aplicação
Exemplo n.º 4
Imaginemos que duas partes estruturam um acordo conjunto numa entidade registada. Cada parte tem 50 % de interesse de
propriedade na entidade registada. O registo permite a separação da entidade dos seus proprietários e, por conseguinte, os
ativos e passivos detidos são ativos e passivos da entidade registada. Nesse caso, a apreciação dos direitos e obrigações
conferidos às partes pela forma jurídica do veículo separado indica que as partes têm direitos sobre os ativos líquidos do
acordo.
Contudo, as partes modificam as características da empresa através do respetivo acordo contratual, de forma que cada uma
delas tenha um interesse sobre os ativos da entidade registada e cada uma delas seja responsável pelos passivos da entidade
registada numa proporção especificada. Essas modificações contratuais às características de uma empresa podem fazer com
que um acordo seja uma operação conjunta.
B27 O quadro que se segue compara termos comuns em acordos contratuais entre partes numa operação conjunta e termos comuns
em acordos contratuais entre partes num empreendimento conjunto. Os exemplos dos termos contratuais fornecidos no quadro
seguinte não são exaustivos.
Apreciar os termos do acordo contratual

Operação conjunta Empreendimento conjunto

Termos do O acordo contratual confere às partes no acordo conjunto O acordo contratual confere às partes no acordo
acordo direitos sobre os ativos e obrigações pelos passivos conjunto direitos sobre os ativos líquidos do
contratual relacionados com o acordo. acordo (ou seja, é o veículo separado, e não as
partes, que detém os direitos sobre os ativos e as
obrigações pelos passivos relacionados com o
acordo).

Direitos sobre O acordo contratual estabelece que as partes no acordo O acordo contratual estabelece que os ativos
os ativos conjunto partilham todos os interesses (por exemplo, direitos, trazidos para o acordo ou subsequentemente
título ou propriedade) sobre os ativos relacionados com o adquiridos pelo acordo conjunto são ativos do
acordo numa determinada proporção (por exemplo, na acordo. As partes não têm interesses (ou seja,
proporção do interesse de propriedade das partes no acordo não têm direitos, título ou propriedade) sobre os
ou na proporção da atividade levada a cabo através do acordo ativos do acordo.
que lhes é diretamente atribuída).

Obrigações O acordo contratual estabelece que as partes no acordo O acordo contratual estabelece que o acordo
pelos passivos conjunto partilham todos os passivos, obrigações, custos e conjunto é responsável pelas dívidas e
despesas numa proporção especificada (por exemplo, na obrigações do acordo.
proporção do interesse de propriedade das partes no acordo
ou na proporção da atividade levada a cabo através do acordo
que lhes é diretamente atribuída). O acordo contratual estabelece que as partes no
acordo conjunto são responsáveis relativamente
ao acordo apenas na medida dos seus
investimentos respetivos no acordo, das
respetivas obrigações de contribuírem com
qualquer capital não pago ou adicional para o
acordo, ou de ambas.

O acordo contratual estabelece que as partes no acordo O acordo contratual declara que os credores do
conjunto são responsáveis pelos créditos invocados por acordo conjunto não dispõem de direitos de
terceiros. recurso contra qualquer parte relativamente a
dívidas ou obrigações do acordo.

Rendimentos, O acordo contratual estabelece a distribuição dos rendimentos O acordo contratual estabelece a parte dos lucros
despesas, e despesas com base no desempenho relativo de cada parte ou perdas relacionados com as atividades do
resultados no acordo conjunto. Por exemplo, o acordo contratual poderá acordo que cabe a cada uma das partes no
estabelecer que os rendimentos e despesas são distribuídos acordo.
com base na capacidade que cada parte utiliza numa fábrica
explorada conjuntamente, que pode ser diferente do respetivo

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interesse de propriedade no acordo conjunto. Noutros casos,


as partes poderão ter acordado partilhar os resultados
relacionados com o acordo com base numa proporção
especificada, como por exemplo o interesse de propriedade
das partes no acordo. Tal não impediria o acordo de ser uma
operação conjunta se as partes tivessem direitos sobre os
ativos e obrigações pelos passivos relacionados com o
acordo.

Garantias As partes em acordos conjuntos têm muitas vezes de fornecer garantias a terceiros que, por exemplo, recebem
um serviço do acordo conjunto ou lhe fornecem financiamento. O fornecimento dessas garantias ou o
compromisso das partes no sentido de as fornecer não determina, por si só, que o acordo conjunto seja uma
operação conjunta. A característica que determina se o acordo conjunto é uma operação conjunta ou um
empreendimento conjunto é o facto de as partes terem ou não obrigações pelos passivos relacionados com o
acordo (relativamente a alguns dos quais as partes poderão ou não ter fornecido uma garantia).

B28 Quando o acordo contratual especifica que as partes têm direitos sobre os ativos e obrigações pelos passivos relacionados com
o acordo, são partes numa operação conjunta e não necessitam de ter em conta outros factos e circunstâncias (parágrafos B29–B33)
para fins de classificação do acordo conjunto.

Apreciação de outros factos e circunstâncias


B29 Quando os termos do acordo contratual não especificam que as partes têm direitos sobre os ativos e obrigações pelos passivos
relacionados com o acordo, as partes deverão considerar outros factos e circunstâncias para apreciar se o acordo é uma operação
conjunta ou um empreendimento conjunto.
B30 Um acordo conjunto poderá ser estruturado num veículo separado cuja forma jurídica confira separação entre as partes e o
veículo separado. Mesmo quando os termos contratuais acordados entre as partes não especificam os direitos das partes sobre os
ativos e as suas obrigações pelos passivos, a consideração de outros factos e circunstâncias poderá levar a que um acordo deste
tipo seja classificado como uma operação conjunta. Será esse o caso quando outros factos e circunstâncias conferem às partes
direitos sobre os ativos e obrigações pelos passivos relacionados com o acordo.
B31 Quando as atividades de um acordo se destinam principalmente à produção de resultados para as partes, isso indica que as
partes têm direito a substancialmente todos os benefícios económicos dos ativos do acordo. As partes neste tipo de acordos costumam
assegurar o seu acesso aos resultados proporcionados pelo acordo impedindo o acordo de vender esses resultados a terceiros.
B32 O efeito de um acordo com este tipo de conceção e objetivo consiste em que os passivos incorridos pelo acordo sejam, na sua
substância, satisfeitos pelos fluxos de caixa recebidos das partes através da aquisição dos respetivos resultados. Quando as partes
são substancialmente a única fonte de fluxos de caixa que contribui para a continuidade das operações do acordo, isso indica que as
partes se obrigam pelos passivos relacionados com o acordo.
Exemplo de aplicação
Exemplo n.º 5
Imaginemos que duas partes estruturam um acordo conjunto numa entidade registada (entidade C), na qual cada uma das
partes detém 50 % de interesse de propriedade. O objetivo do acordo é fabricar materiais de que as partes necessitam para
os seus próprios processos individuais de fabrico. O acordo assegura que as partes exploram as instalações que produzem
os materiais respeitando as especificações de quantidade e qualidade das partes.
A forma jurídica da entidade C (uma entidade registada) por intermédio da qual as atividades são inicialmente conduzidas
indica que os ativos e passivos detidos na entidade C são ativos e passivos da entidade C. O acordo contratual entre as
partes não especifica que as partes têm direitos sobre os ativos ou obrigações pelos passivos da entidade C. Por conseguinte,
a forma jurídica da entidade C e os termos do acordo contratual indicam que o acordo é um empreendimento conjunto.
No entanto, as partes consideram também os seguintes aspetos do acordo:
— As partes concordaram em adquirir toda a produção da entidade C num rácio de 50:50. A entidade C não pode vender
nenhuma parte da sua produção a terceiros, a menos que tal seja aprovado pelas duas partes no acordo. Dado que o objetivo
do acordo é fornecer às partes a produção de que necessitam, pressupõe-se que tais vendas a terceiros sejam pontuais e
não significativas.
— O preço da produção vendida às partes é estabelecido por ambas as partes num montante calculado para cobrir os custos
de produção e as despesas administrativas incorridos pela entidade C. Com base no modelo operacional, o acordo deverá
funcionar apenas com base na compensação dos custos.
Do padrão factual acima descrito, são relevantes os seguintes factos e circunstâncias:
— A obrigação de as partes adquirirem a totalidade da produção fabricada pela entidade C reflete a dependência exclusiva
da entidade C relativamente às partes para gerar fluxos de caixa e, consequentemente, as partes têm a obrigação de financiar
a liquidação dos passivos da entidade C.
— O facto de as partes deterem direitos sobre a totalidade da produção fabricada pela entidade C significa que as partes
estão a consumir todos os benefícios económicos dos ativos da entidade C, tendo consequentemente direito aos mesmos.

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NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 11
Acordos Conjuntos

Estes factos e circunstâncias indicam que o acordo é uma operação conjunta. A conclusão acerca da classificação do acordo
conjunto nestas circunstâncias não se alteraria se, em vez de as partes usarem elas próprias a sua parte da produção num
processo de fabrico subsequente, vendessem a sua parcela da produção a terceiros.
Se as partes tivessem alterado os termos do acordo contratual no sentido de este permitir a venda de produção a terceiros,
tal teria como resultado que entidade C assumiria riscos relacionados com a procura, o inventário e o crédito. Nesse cenário,
esta alteração nos factos e circunstâncias exigiria uma reapreciação da classificação do acordo conjunto. Tais factos e
circunstâncias indicariam que o acordo seria um empreendimento conjunto.
B33 O fluxograma seguinte reflete a apreciação efetuada por uma entidade para classificar um acordo quando o acordo conjunto é
estruturado através de um veículo separado:

Classificação de um acordo conjunto estruturado através de um veículo separado

DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS DAS PARTES NUM ACORDO


CONJUNTO (PARÁGRAFOS 21A-22)
Contabilização das aquisições de interesses em operações conjuntas
B33A Quando uma entidade adquire um interesse numa operação conjunta cuja atividade constitui uma atividade empresarial, na
aceção da IFRS 3, deve aplicar, de forma proporcional à sua parte segundo o parágrafo 20, todos os princípios de contabilização das
concentrações de atividades empresariais definidos na IFRS 3 e noutras IFRS, que não entrem em conflito com esta IFRS, e deve
apresentar as informações nelas exigidas em relação às concentrações de atividades empresariais. Os princípios de contabilização

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NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 11
Acordos Conjuntos

das concentrações de atividades empresariais que não entram em conflito com as orientações constantes desta IFRS incluem, mas
não se limitam ao seguinte:
a) A mensuração pelo justo valor dos ativos e passivos identificáveis, salvo dos itens relativamente aos quais a IFRS 3 e outras IFRS
preveem exceções;
b) O reconhecimento dos custos relacionados com a aquisição como gastos nos períodos em que os custos são incorridos e os
serviços recebidos, à exceção dos custos da emissão de valores mobiliários representativos de dívida ou de capital próprio, que
devem ser contabilizados em conformidade com a IAS 32 Instrumentos Financeiros: Apresentação e a IFRS 9;
c) O reconhecimento de ativos por impostos diferidos e de passivos por impostos diferidos que resultem do reconhecimento inicial de
ativos ou passivos, salvo os passivos por impostos diferidos resultantes do reconhecimento inicial do goodwill, conforme exigido pela
IFRS 3 e pela IAS 12 Impostos sobre o rendimento para as concentrações de atividades empresariais;
d) O reconhecimento do goodwill correspondente ao excedente, se for caso disso, da retribuição transferida em relação ao saldo
líquido dos montantes, à data de aquisição, dos ativos identificáveis adquiridos e dos passivos assumidos; e
e) A realização de um teste de imparidade no que se refere à unidade geradora de caixa à qual tenha sido imputado o goodwill, pelo
menos numa base anual ou sempre que existam indícios de que essa unidade se encontra em imparidade, tal como exigido pela IAS
36 Imparidade de ativos no que se refere ao goodwill adquirido numa concentração de atividades empresariais.
B33B Os parágrafos 21A e B33A são igualmente aplicáveis à constituição de uma operação conjunta se, e unicamente se, a
contribuição de uma das partes no momento da constituição da operação conjunta consistir numa atividade empresarial existente, na
aceção da IFRS3. Todavia, esses parágrafos não são aplicáveis à constituição de uma operação conjunta se todas as partes que
nela participam apenas contribuírem com ativos ou grupos de ativos que não constituem atividades empresariais para a constituição
da operação conjunta.
B33C Um operador conjunto pode aumentar o seu interesse numa operação conjunta cuja atividade seja uma atividade empresarial,
na aceção da IFRS 3, mediante a aquisição de um interesse adicional nessa operação. Nesse caso, os interesses anteriormente
detidos na operação conjunta não são novamente reavaliados se o operador conjunto continuar a dispor do controlo conjunto.
B33CA Uma parte que participe, mas não disponha do controlo conjunto, numa operação conjunta, pode obter o controlo conjunto da
operação conjunta em que a atividade da operação conjunta constitui uma atividade empresarial, na aceção da IFRS 3. Nesses casos,
os interesses previamente detidos na operação conjunta não são remensurados.
B33D Os parágrafos B21A e B33A-B33-C não se aplicam à aquisição de interesses numa operação conjunta se as partes que exercem
o controlo conjunto, incluindo a entidade que adquire o interesse na operação conjunta, estiverem sob o controlo comum da mesma
parte ou partes que exercem o controlo derradeiro, tanto antes como após a aquisição, e se este controlo não for transitório.

Contabilização de vendas ou contribuições de ativos para uma operação conjunta


B34 Quando uma entidade participa numa transação com uma operação conjunta na qual é um operador conjunto, como seja uma
venda ou contribuição de ativos, está a conduzir a transação com as restantes partes da operação conjunta e, enquanto tal, o operador
conjunto deverá reconhecer os ganhos e perdas resultantes dessa transação apenas na medida dos interesses de outras partes na
operação conjunta.
B35 Quando essas transações indiciarem uma redução no valor líquido realizável dos ativos a vender ou entregues como contribuição
para a operação conjunta, ou de uma perda por imparidade desses ativos, tais perdas devem ser integralmente reconhecidas pelo
operador conjunto.

Contabilização das aquisições de ativos de uma operação conjunta


B36 Quando uma entidade participa numa transação com uma operação conjunta na qual é um operador conjunto, como por exemplo
uma aquisição de ativos, não reconhece a sua parte dos ganhos e perdas até que revenda esses ativos a terceiros.
B37 Quando tais transações indiciarem uma redução no valor líquido realizável dos ativos a adquirir ou uma perda por imparidade
desses ativos, o operador conjunto deve reconhecer a sua parte dessas perdas.

Apêndice C
Data de eficácia, transição e retirada de outras IFRS
O presente anexo faz parte integrante e tem o mesmo valor que as outras partes da Norma.

DATA DE EFICÁCIA
C1 Uma entidade deve aplicar esta Norma para os períodos anuais com início em ou após 1 de janeiro de 2013. É permitida a
aplicação mais cedo. Se uma entidade aplicar esta IFRS mais cedo, deve divulgar esse facto e aplicar a IFRS 10, a IFRS 12 Divulgação
de Interesses Noutras Entidades, a IAS 27 (conforme emendada em 2011) e a IAS 28 (conforme emendada em 2011) ao mesmo
tempo.
C1A Demonstrações Financeiras Consolidadas, Acordos Conjuntos e Divulgação de Interesses Noutras Entidades: Orientações de
transição (emendas à IFRS 10, à IFRS 11 e à IFRS 12): emitido em junho de 2012, emendou os parágrafos C2–C5, C7–C10 e C12
e aditou os parágrafos C1B e C12A–C12B. As entidades devem aplicar estas emendas aos períodos anuais com início em ou após
1 de janeiro de 2013. A entidade que aplicar a IFRS 11 a um período anterior deve aplicar estas emendas a esse período anterior.

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NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 11
Acordos Conjuntos

C1AA A Contabilização das aquisições de interesses em operações conjuntas (emendas à IFRS 11), publicada em maio de 2014,
emendou o título após o parágrafo B33 e acrescentou os parágrafos 21A, B33A-B33D e C14A, bem como os títulos respetivos. Uma
entidade deve aplicar estas emendas prospectivamente aos períodos anuais com início em ou após 1 de janeiro de 2016. É permitida
a aplicação mais cedo. Se uma entidade aplicar essas emendas a um período anterior, deve divulgar esse facto.
C1AB O documento Melhoramentos anuais das IFRS — Ciclo 2015-2017, emitido em dezembro de 2017, aditou o parágrafo B33CA.
As entidades devem aplicar essas emendas às transações em que obtenham o controlo conjunto em ou após o início do primeiro
período de relato anual com início em ou após 1 de janeiro de 2019. É permitida a aplicação antecipada. Se uma entidade aplicar
essas emendas de forma antecipada, deve divulgar esse facto.

TRANSIÇÃO
C1B Sem prejuízo do prescrito no parágrafo 28 da IAS 8 Políticas Contabilísticas, Alterações nas Estimativas Contabilísticas e Erros,
quando esta Norma é aplicada pela primeira vez, as entidades têm apenas de apresentar as informações quantitativas requeridas
pelo parágrafo 28(f) da IAS 8 relativamente ao período anual imediatamente anterior ao primeiro período anual relativamente ao qual
a IFRS 11 é aplicada (o «período imediatamente precedente»). As entidades podem também apresentar estas informações
relativamente ao período em curso ou a períodos comparativos anteriores, mas não é obrigatório que o façam.

Empreendimentos conjuntos – transição da consolidação proporcional para o


método da equivalência patrimonial
C2 Ao mudar da consolidação proporcional para o método da equivalência patrimonial, a entidade deve reconhecer o seu investimento
no empreendimento conjunto a partir do início do período imediatamente precedente. Esse investimento inicial deve ser mensurado
como o agregado dos montantes escriturados dos ativos e passivos que a entidade tiver previamente consolidado de forma
proporcional, incluindo qualquer goodwill decorrente da aquisição. Se o goodwill pertencia anteriormente a uma unidade maior
geradora de liquidez (ou a um grupo de unidades geradoras de liquidez), a entidade deve imputar o goodwill ao empreendimento
conjunto com base na dimensão relativa dos montantes escriturados do empreendimento conjunto e da unidade geradora de liquidez
(ou do grupo de unidades geradoras de liquidez) a que pertencia.
C3 O saldo inicial do investimento determinado nos termos do parágrafo C2 é entendido como o custo estimado do investimento no
reconhecimento inicial. Uma entidade deve aplicar os parágrafos 40–43 da IAS 28 (conforme emendada em 2011) ao saldo inicial do
investimento para estimar se o investimento se encontra em imparidade e deve reconhecer qualquer perda por imparidade como um
ajustamento dos lucros retidos no início do período imediatamente precedente. A exceção ao reconhecimento inicial previsto nos
parágrafos 15 e 24 da IAS 12 Impostos sobre o Rendimento não se aplica quando a entidade reconhece um investimento num
empreendimento conjunto resultante da aplicação dos requisitos de transição para empreendimentos conjuntos que anteriormente
eram proporcionalmente consolidados.
C4 Se a agregação de todos os ativos e passivos anteriormente consolidados de forma proporcional resultar em ativos líquidos
negativos, a entidade deve apreciar se tem obrigações legais ou construtivas em relação com os ativos líquidos negativos e, em caso
afirmativo, deve reconhecer o passivo correspondente. Se concluir que não tem obrigações legais ou construtivas em relação com os
ativos líquidos negativos, a entidade não deve reconhecer o passivo correspondente mas deve ajustar os lucros retidos no início do
período imediatamente precedente. A entidade deve revelar este facto, juntamente com a sua parte não reconhecida nas perdas
cumulativas dos seus empreendimentos conjuntos no início do período imediatamente precedente e à data em que esta Norma é
aplicada pela primeira vez.
C5 Uma entidade deve divulgar uma repartição dos ativos e passivos que foram agregados numa única rubrica de investimento à
data de início do período imediatamente precedente. Essa divulgação deve ser preparada de forma agregada para todos os
empreendimentos conjuntos relativamente aos quais a entidade aplique os requisitos de transição referidos nos parágrafos C2–C6.
C6 Após o reconhecimento inicial, uma entidade deve contabilizar o seu investimento no empreendimento conjunto utilizando o
método da equivalência patrimonial em conformidade com a IAS 28 (conforme emendada em 2011).

Operações conjuntas – transição do método da equivalência patrimonial para a


contabilização de ativos e passivos
C7 Ao mudar do método da equivalência patrimonial para a contabilização de ativos e passivos relativamente aos seus interesses
numa operação conjunta, uma entidade deve, no início do período imediatamente precedente, desreconhecer o investimento
previamente contabilizado pelo método da equivalência patrimonial e quaisquer outras rubricas que integrassem o investimento líquido
da entidade no acordo em conformidade com o parágrafo 38 da IAS 28 (conforme emendada em 2011) e reconhecer a sua parte em
cada um dos ativos e passivos relacionados com o seu interesse na operação conjunta, incluindo qualquer goodwill que possa ter
sido integrado no montante escriturado do investimento.
C8 As entidades devem determinar a sua participação nos ativos e passivos relacionados com a operação conjunta com base nos
respetivos direitos e obrigações numa proporção determinada em conformidade com o acordo contratual. As entidades mensuram os
montantes escriturados iniciais dos ativos e passivos desagregando-os do montante escriturado do investimento no início do período
imediatamente precedente, com base na informação que utilizam para a aplicação do método da equivalência patrimonial.
C9 Qualquer diferença que surja entre os montantes reconhecidos do investimento anteriormente contabilizado pelo método da
equivalência patrimonial juntamente com quaisquer outras rubricas que faziam parte do investimento líquido da entidade no acordo
em conformidade com o parágrafo 38 da IAS 28 (conforme emendada em 2011) e o montante líquido dos ativos e passivos, incluindo
um eventual goodwill, deve ser:
a) Compensada em relação a qualquer goodwill relacionado com o investimento com qualquer diferença residual ajustada nos lucros
retidos no início do período imediatamente precedente, se o montante líquido reconhecido dos ativos e passivos, incluindo um eventual
goodwill, for superior ao investimento (e quaisquer outras rubricas que faziam parte do investimento líquido da entidade) que é
desreconhecido;

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NORMA INTERNACIONAL DE RELATO FINANCEIRO 11
Acordos Conjuntos

b) Ajustada em relação aos lucros retidos no início do período imediatamente precedente, se o montante líquido reconhecido dos
ativos e passivos, incluindo um eventual goodwill, for inferior ao investimento (e quaisquer outras rubricas que faziam parte do
investimento líquido da entidade) que é desreconhecido.
C10 Uma entidade que mude do método da equivalência patrimonial para a contabilização de ativos e passivos deve disponibilizar
uma reconciliação entre o investimento desreconhecido e os ativos e passivos que passam a ser reconhecidos, juntamente com
qualquer diferença residual ajustada face aos lucros retidos no início do período imediatamente precedente.
C11 A exceção do reconhecimento inicial prevista nos parágrafos 15 e 24 da IAS 12 não se aplica quando a entidade reconhece
ativos e passivos relacionados com o seu interesse numa operação conjunta.

Disposições transitórias nas demonstrações financeiras separadas de uma


entidade
C12 A entidade que, em conformidade com o parágrafo 10 da IAS 27, contabilizasse anteriormente nas suas demonstrações
financeiras separadas as suas participações numa operação conjunta como um investimento pelo custo ou em conformidade com a
IFRS 9 deve:
a) Desreconhecer o investimento e reconhecer os ativos e passivos respeitantes à sua participação na operação conjunta, nos
montantes determinados em conformidade com os parágrafos C7–C9.
b) Disponibilizar uma reconciliação entre o investimento desreconhecido e os ativos e passivos reconhecidos, juntamente com
qualquer diferença residual ajustada nos lucros retidos, no início do período imediatamente precedente.

Referências ao «período imediatamente precedente»


C12A Não obstante as referências ao «período imediatamente precedente» nos parágrafos C2–C12, uma entidade pode também
apresentar informações comparativas ajustadas relativas a quaisquer períodos anteriores apresentados, mas não é obrigatório que o
faça. Se a entidade apresentar informações comparativas ajustadas relativas a períodos anteriores, todas as referências ao «período
imediatamente precedente» nos parágrafos C2–C12 devem ser interpretadas como incidindo no «mais antigo período comparativo
ajustado apresentado».
C12B A entidade que apresentar informações comparativas não ajustadas relativas a quaisquer períodos anteriores deve identificar
claramente as informações que não foram ajustadas, declarar que as mesmas foram preparadas segundo uma base diferente e
explicar essa base.
C13 A exceção ao reconhecimento inicial prevista nos parágrafos 15 e 24 da IAS 12 não se aplica quando a entidade reconhece
ativos e passivos relacionados com os seus interesses numa operação conjunta nas suas demonstrações financeiras separadas em
resultado da aplicação dos requisitos de transição para as operações conjuntas referidos no número C12.

Referências à IFRS 9
C14 Se uma entidade aplica esta Norma mas ainda não aplica a IFRS 9, qualquer referência à IFRS 9 deve ser lida como uma
referência à IAS 39 Instrumentos Financeiros: Reconhecimento e Mensuração.

Contabilização das aquisições de interesses em operações conjuntas


C14A A Contabilização das aquisições de interesses em operações conjuntas (emendas à IFRS 11), publicada em maio de 2014,
emendou o título após o parágrafo B33 e acrescentou os parágrafos 21A, B33A-B33D e C1AA, bem como os títulos respetivos. Uma
entidade deve aplicar estas emendas prospetivamente para as aquisições de interesses em operações conjuntas cujas atividades
constituem atividades empresariais, na aceção da IFRS 3, no caso das aquisições realizadas a partir do início do primeiro período em
que aplica essas emendas. Consequentemente, os montantes reconhecidos para as aquisições de interesses em operações
conjuntas realizadas em períodos anteriores não devem ser ajustados.

RETIRADA DE OUTRAS IFRS


C15 Esta Norma substitui as seguintes IFRS:
(a) IAS 31 Interesses em Empreendimentos Conjuntos; e
(b) SIC-13 Entidades Conjuntamente Controladas – Contribuições Não Monetárias por Empreendedores.

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