VAF Javier
VAF Javier
VAF Javier
O gás fresco viaja pelo centro do fluxo; o CO2 viaja pelas paredes
em espiral
Aplicações Clínicas
Indicação
A grande indicação é quando há fugas pulmonares (pneumotórax,
enfisema intersticiais).
Aplicando ventilação mecânica convencional a estes pacientes, quanto
maior é o volume maior é a fuga; já em alta freqüência com volumes pequenos
não há fugas; podemos demonstrar isto muito bem colocando pulmões de
gato dentro d'água e se lhe produz uma fuga pulmonar, quando se ventila,
convencionalmente, observamos borbulhas de água na fase expiratória o que
não acontece com a alta freqüência (os pulmões ficam inflados). Estes
pulmões na alta freqüência estão oxigenando porque os alvéolos estão abertos;
a ventilação está ocorrendo porque o CO 2 está saindo através das paredes da
via aérea. Assim uma das aplicações da ventilação de alta freqüência é quando
há fugas pulmonares.
Quando submetemos o RN à ventilação convencional, seja ciclado a
volume ou a tempo limitado por pressão, vamos enviar o gás na freqüência
respiratória fisiológica (20-40 ipm). O volume corrente vai ser relativamente
grande (6-8 ml/kg). Os tempos inspiratórios são grandes (também chamado de
tempo de transferência): 0,5 segundo. Usamos tempos expiratórios grandes e
maiores pressões para a remoção do CO2 e como complicação temos um
aumento na pressão inspiratória máxima. A combinação de altas pressões
positivas e com grandes tempos inspiratórios pode levar a forças dinâmicas de
fluxos turbulentos, causando volutrauma por sobredistensão.
Se usamos a ventilação de alta freqüência o gás é enviado a uma
freqüência ressonante normal do RN (600-900/minuto: 10-15 Hz). Os volumes
correntes são pequenos (1-3 ml/kg). O tempo inspiratório (tempo de
transferência) é muito curto: 0,018 segundos: 18 milisegundos). A pressão
média das vias aéreas é constante. O paciente pode respirar espontaneamente,
não havendo necessidade de sedação ou paralisia. A PEEP da ventilação
convencional torna-se igual a MAP (um RN com PEEP de +4 cm H 2O na
ventilação convencional passa a 10-12 cm H 2O na ventilação de alta
freqüência, porque a PEEP é exatamente a mesma que a MAP na HFV).
Ao fazer a conversão da ventilação convencional para a ventilação de
alta freqüência (HFV) podemos pôr suspiros ( 5 suspiros/minuto – Infant
Star 950). Os suspiros são simplesmente respirações espontâneas. Colocar o
tempo inspiratório de 0,4-0,6 segundos e mudarmos o botão HFV para
IMV/HFV para ativar os suspiros. Manter por 30 minutos e obter gases
arteriais e RX de tórax para nos guiar qual vai ser a nossa estratégia.
Fatores que afetam o intercâmbio de gases pulmonares:
1. Amplitude
2. Freqüência
3. MAP
Ao manter a PEEP elevada (isto é, a MAP) na ventilação de alta
freqüência estamos promovendo o recrutamento de unidades alveolares.
Desmame:
A medida que a paCO2 cai, vamos diminuir a amplitude; a medida que a
oxigenação melhora, diminuir a FiO2 abaixo de 50% e depois diminuir a
pressão. Retirar o RN quando:
FiO2 < 40%
MAP 10 –12 cm H2O
Amplitude: 11 – 13 cm H2O
Em conclusão:
1. A ventilação de alta freqüência não é para qualquer paciente.
Estes pacientes candidatos podem ter grandes benefícios se
usada a HFV com um equipamento adequado, de manear e
tempo adequados.
2. Sempre conhecer a patologia pulmonar que estamos lidando:
nunca vai haver uma máquina, por mais avançados que seja,
capaz de substituir o clínico. Não há ventiladores ruins. Há
clínicos ruins.