Lei Orgnica Do Tribunal de Contas-64f647c1dcdd7
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Lei Orgnica Do Tribunal de Contas-64f647c1dcdd7
º 105
DIÁRIO DA REPÚBLICA
ÓRGÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA
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4. Não estão sujeitos à fiscalização preventiva: 8. Nos casos de recusa do visto devem as entidades sujei-
a) Os actos de nomeação emanados do Presi- tas à sua jurisdição remeter ao Tribunal, no prazo de 15 dias,
dente da República; cópia da anulação da respectiva nota de cabimentação orça-
b) Os actos de nomeação do pessoal afecto mental, a fim de ser junta ao processo.
aos gabinetes dos titulares dos Órgãos de 9. Nos casos cuja publicação seja obrigatória, dela deve
Soberania, dos Departamentos Ministeriais constar que foram submetidos à fiscalização preventiva ou
e equiparados; que dela estão isentos.
c) Os provimentos dos Juízes de qualquer tri- 10. Os gestores orçamentais, os responsáveis de facto
bunal e magistrados do Ministério Público; e de direito e as entidades co-contratantes que infrinjam o
d) Os diplomas relativos a cargos colectivos; disposto nos números anteriores são solidariamente respon-
e) Os títulos definitivos de contratos cujas minu- sáveis pela reintegração das verbas orçamentais que sejam
tas hajam sido visadas; indevidamente despendidas, sem prejuízo da responsabili-
dade disciplinar, civil e criminal a que haja lugar.
f) A admissão de pessoal não vinculado à função
11. A Lei que aprova o Orçamento Geral do Estado deve
pública e as admissões em categorias de
fixar os valores dos contratos referidos na alínea a) do n.º 3
ingresso e acesso na Administração Central
do presente artigo que fiquem dispensados da fiscalização
e Local do Estado e nas autarquias locais;
preventiva, consoante se trate de órgão municipal, provin-
g) Os actos relativos a promoções, progressões,
cial ou nacional.
reclassificações e transições de pessoal;
12. Os actos e contratos sujeitos à fiscalização preventiva
h) Os actos de permuta, de transferência, de
devem ser submetidos ao Tribunal de Contas, nos 30 dias
destacamento, de requisição ou outros ins-
após a sua prática ou celebração.
trumentos de mobilidade de pessoal;
ARTIGO 9.º
i) Qualquer provimento de pessoal militar das (Fiscalização sucessiva)
Forças Armadas e dos serviços de inteli-
1. O Tribunal de Contas julga as contas das entida-
gência e segurança;
des e organismos sujeitos à sua jurisdição, com o fim
j) Os actos e contratos de aquisição de arma- de apreciar a legalidade e a regularidade da realiza-
mento e técnica militar para as forças de ção de despesas e da arrecadação das receitas e, bem
defesa e segurança, bem como contratos de como, tratando-se de contratos verificar, ainda, se as
assistência técnica para a defesa nacional; suas condições foram as mais vantajosas no momento
k) As actividades financeiras das Instituições da sua celebração.
Financeiras Públicas; 2. Incumbe ao Tribunal, em sede de fiscalização
l) Os contratos celebrados na sequência de pro- sucessiva, verificar se, em relação aos actos e con-
cedimentos de contratação simplificada por tratos sujeitos à fiscalização preventiva, as despesas
motivos de urgência imperiosa não imputá- correspondentes foram realizadas com base no visto
veis à entidade pública contratante; prévio do Tribunal, para efeitos do disposto no n.º 9
m) Os actos ou contratos que, no âmbito de do artigo 8.º
contratos de empreitadas de obras públicas 3. [...].
previamente visados, titulem a execução de 4. O Tribunal pode, por sua iniciativa ou por soli-
trabalhos a mais ou suprimento de erros ou citação da Assembleia Nacional, realizar inquéritos e
omissões nos termos da lei. auditorias às entidades sujeitas à sua jurisdição.
5. Os diplomas, os despachos, os contratos e outros 5. A fiscalização sucessiva compreende, ainda, a
documentos sujeitos a fiscalização preventiva consideram- fiscalização do modo como quaisquer entidades dos
-se visados 30 dias após a sua entrada no Tribunal, salvo se sectores cooperativo e privado aplicam os montantes
forem solicitados elementos em falta ou adicionais, caso em provenientes do Orçamento Geral do Estado ou com
que se suspende a contagem do prazo. intervenção do sector público, designadamente através
6. Os actos e os contratos sujeitos à fiscalização pre- de doações, de empréstimos, de subsídios, de garan-
ventiva do Tribunal são juridicamente ineficazes até que tias ou avales.
obtenham o respectivo visto, após o que a sua execução 6. [...].
pode ser iniciada. 7. As contas em moeda nacional de valor inferior ao
7. São fundamentos de recusa de visto a nulidade dos correspondente em Kwanzas a USD 500.000,00 uma
actos e contratos, a assunção de encargos sem cabimento vez verificadas pela Direcção dos Serviços Técnicos e
em verba orçamental ou em violação de normas financeiras, consideradas em termos, devem ser homologadas pelo
bem como a ilegalidade da qual possa resultar uma alteração juiz relator e registadas no livro antes da sua devolu-
do respectivo resultado financeiro. ção, conforme o disposto na presente Lei.
5086 DIÁRIO DA REPÚBLICA
3. [...]. 1. [...].
4. O disposto na alínea b) do n.º 2 concretiza-se 2. [...].
através da descrição das situações geradoras de even- 3. O Tribunal de Contas pode recorrer a empresas
tuais responsabilidades com indicação documentada de auditoria ou a consultores técnicos para a realiza-
dos factos, do período, da identificação dos respon- ção de tarefas indispensáveis ao exercício das suas
sáveis, normas violadas, montantes envolvidos e do funções, quando estas não possam ser desempenhadas
exercício do contraditório institucional e pessoal. pelos serviços de apoio do Tribunal.
ARTIGO 51.º
4. As empresas de auditoria referidas no número
(Formas de exercício da jurisdição) anterior, devidamente credenciadas, gozam das mes-
1. [...]. mas prerrogativas dos funcionários do tribunal no
2. O Tribunal de Contas exerce a fiscalização e o desempenho das suas missões.
controlo financeiro através de mecanismos e processos 5. Quando o Tribunal de Contas realizar auditorias
de fiscalização preventiva, concomitante e sucessiva. a solicitação da Assembleia Nacional, o pagamento
3. [...]. devido às referidas empresas e consultores é suportado
ARTIGO 61.º pelos serviços ou entidades sujeitos à fiscalização,
(Prazo de remessa) para além dos emolumentos legais.
Os actos e os contratos sujeitos à fiscalização preven- 6. O disposto no número anterior é aplicável aos
tiva devem ser submetidos ao Tribunal de Contas no prazo casos em que o Tribunal de Contas necessite celebrar
de 60 dias a contar da data da sua aprovação pelo órgão contratos de prestação de serviços para coadjuvação
competente. nas auditorias a realizar pelos seus serviços de apoio.
I SÉRIE – N.º 105 – DE 14 DE AGOSTO DE 2019 5089
7. Sendo várias as entidades fiscalizadas, o Tribunal 2. Se, nos casos previstos no número anterior, se
fixa em relação a cada uma delas a quota-parte do apurar a ilegalidade ou irregularidade de procedimen-
pagamento do preço dos serviços contratados. tos, das actividades, dos actos ou dos contratos em
ARTIGO 98.º execução, o Tribunal pode ordenar a suspensão dos
(Execução dos acórdãos condenatórios) mesmos, sem prejuízo do apuramento de eventuais
Os acórdãos condenatórios constituem título exe- responsabilidades.
cutivo e são executados, no prazo de 30 dias após o 3. A entidade pública contratante deve comunicar
respectivo trânsito em julgado pelos tribunais compe- ao Tribunal de Contas, sob pena de responsabilização,
tentes e observa o processo de execução fiscal. até 30 dias da data do início da execução dos actos ou
ARTIGO 100.º contratos dispostos nas alíneas b), c) e d) do n.º 1 do
(Espécies de recursos)
presente artigo.
1. [...]. 4. Os relatórios de auditoria ou de inquéritos rea-
2. São ordinários: lizados nos termos dos números anteriores podem ser
a) [...]; instrumentos de processo de verificação da respectiva
b) [...]; Conta ou servir de base aos processos de efectivação
c) [...]; de responsabilidades.
d) Os recursos das decisões proferidas em maté- 5. A fiscalização concomitante conclui-se com a
ria de fiscalização concomitante. elaboração de um relatório, cuja aprovação compete à
3. [...]. respectiva Câmara.
ARTIGO 2.º ARTIGO 9.º-B
(Aditamento)
(Manuais de auditoria, de verificação interna
São aditados à Lei Orgânica e do Processo do Tribunal de contas e outras normas)
de Contas os artigos 9.º-A, 9.º-B, 50.º-A e 7l.º-A, com a 1. Os manuais de auditoria são instrumentos de apoio à
seguinte redacção: concreta orientação dos auditores, consultores e demais téc-
«ARTIGO 9.º-A nicos de verificação no exercício das respectivas funções de
(Fiscalização concomitante)
auditoria, e devem incluir:
1. O Tribunal de Contas deve realizar a fiscaliza- a) As normas de auditoria adequadas, incluindo
ção concomitante, através de auditorias, averiguações as metodologias, as fases e os diversos
e inquéritos: tipos de procedimentos de verificação que
a) Aos procedimentos e actos administrativos as concretizam e executam;
que impliquem despesas de pessoal e aos
b) A estrutura dos relatórios de auditoria, de
contratos que não devam ser remetidos
verificação interna e externa de contas e
para fiscalização preventiva por força da
demais demonstrações financeiras;
lei, bem como à execução de contratos
c) As normas relativas à revisão do trabalho de
visados;
outros auditores pelo Tribunal;
b) À execução de actos ou contratos, resultantes
d) Os princípios, as normas e as políticas de
de catástrofe natural ou similar e por motivo
controlo da qualidade relativas aos diferen-
de urgência imperiosa decorrentes de acon-
tecimentos imprevisíveis, não imputáveis tes tipos de auditoria.
à entidade pública contratante e quaisquer 2. As normas e os procedimentos de verificação interna
outros realizados na base de procedimento de contas também podem ser objecto de «manuais de
de contratação simplifica com fundamento procedimento».
em critérios materiais; ARTIGO 50.º-A
(Controlo externo do Tribunal de Contas)
c) Aos contratos em execução resultantes de
alteração ou modificação objectiva relati- 1. O controlo externo do Tribunal de Contas está sujeito
vamente ao disposto inicialmente, desde ao disposto na lei para todos os responsáveis financeiros e
que não impliquem o aumento do valor assume as seguintes formas:
do contrato susceptível de fiscalização a) Integração das respectivas contas relativas à exe-
preventiva; cução do Orçamento Geral do Estado na Conta
d) A programas e projectos de natureza variada Geral do Estado;
bem como a actividades de gerência das b) Verificação externa anual das contas dos cofres, e
entidades sujeitas ao seu controlo de ges- eventual efectivação de responsabilidades finan-
tão. ceiras, pelos serviços competentes do Tribunal;
5090 DIÁRIO DA REPÚBLICA