Lei Orgnica Do Tribunal de Contas-64f647c1dcdd7

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Quarta-feira, 14 de Agosto de 2019 I Série – N.

º 105

DIÁRIO DA REPÚBLICA
ÓRGÃO OFICIAL DA REPÚBLICA DE ANGOLA
Preço deste número - Kz: 160,00
Toda a correspondência, quer oficial, quer ASSINATURA O preço de cada linha publicada nos Diários
relativa a anúncio e assinaturas do «Diário . Ano da República 1.ª e 2.ª série é de Kz: 75.00 e para
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«Imprensa». A 3.ª série . . .. . .. . .. . .. . .. . .. Kz: 180 133.20 da Imprensa Nacional - E. P.

SUMÁRIO Convindo alargar o âmbito de jurisdição, imprimir cele-


ridade na resolução de litígios, ampliar a composição do
Assembleia Nacional Tribunal de Contas, realizar por iniciativa própria ou por
Lei n.º 19/19: solicitação da Assembleia Nacional, inquéritos e audito-
Altera os artigos 2.º, 4.º, 5.º, 6.º, 7.º, 8.º, 9.º, 10.º, 11.º, 12.º, 13.º, 15.º,
16.º, 38.º, 41.º, 43.º, 45.º, 46.º, 50.º, 51.º, 61.º, 65.º, 76.º, 98.º e 100.º rias de natureza contabilística, financeira ou patrimonial às
da Lei n.º 13/10, de 9 de Julho, que Aprova a Lei Orgânica e do entidades públicas e de serviços dependentes das entidades
Processo do Tribunal de Contas e adita os artigos 4.º-A, 9.º-A, 9.º-B,
50.º-A e 71.º-A à referida Lei. sujeitas à sua jurisdição e realizar a fiscalização concomi-
Resolução n.º 47/19: tante às entidades sujeitas à sua jurisdição;
Aprova, para ratificação da República de Angola, o Acordo de Cooperação A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo,
no Domínio da Defesa entre o Ministério da Defesa Nacional da
República de Angola e o Ministério das Forças Armadas Revolucionárias nos termos das disposições combinadas da alínea b) do
da República de Cuba, assinado em Havana, aos 10 de Abril de 2018. artigo 161.º e do n.º 2 do artigo 165.º, todos da Constituição
Ministérios da Administração do Território da República de Angola, o seguinte:
e Reforma do Estado e da Educação
Decreto Executivo Conjunto n.º 212/19: LEI QUE ALTERA
Cria o Magistério da Marconi n.º 3.118, situado no Município do
A LEI ORGÂNICA E DO PROCESSO
Cazenga, Província de Luanda, com 16 salas, 48 turmas e 3 turnos, e
aprova o quadro de pessoal da Escola criada. — Revoga o Decreto DO TRIBUNAL DE CONTAS
Executivo Conjunto n.º 160/18, de 4 de Junho.
ARTIGO 1.º
Ministério da Administração do Território (Alteração)
e Reforma do Estado Os artigos 2.º, 4.º, 5.º, 6.º, 7.º, 8.º, 9.º, 10.º, 11.º, 12.º,
Decreto Executivo n.º 213/19:
13.º, 15.º, 16.º, 38.º, 41.º, 43.º, 45.º, 46.º, 50.º, 51.º, 61.º, 65.º,
Aprova a adequação da Estrutura Orgânica dos Governos Provinciais ao
Despacho Presidencial n.º 202/19, de 25 de Junho. 76.º, 98.º e 100.º da Lei n.º 13/10, de 9 de Julho, que aprova
a Lei Orgânica e do Processo do Tribunal de Contas, passam
a ter a seguinte redacção:
ASSEMBLEIA NACIONAL «ARTIGO 2.º
(Jurisdição)
Lei n.º 19/19 1. [...].
de 14 de Agosto
2. Estão sujeitos à jurisdição do Tribunal de Contas:
Considerando que o célere desenvolvimento da eco-
a) [...];
nomia nacional e as novas formas de funcionamento da
b) [...];
administração do Estado e a introdução de nova legisla-
ção reguladora, nomeadamente sobre a contratação pública, c) [...];
obrigam a criação de mecanismos de fiscalização e aprecia- d) [...];
ção das finanças públicas e da boa gestão financeira que se e) [...];
mostrem mais rápidos, úteis e eficazes; f) [...];
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g) As associações públicas e privadas ou asso- e) Assegurar a fiscalização da aplicação de todos


ciações de entidades públicas e privadas os recursos doados ao Estado, por entida-
que sejam financiadas maioritariamente des nacionais e internacionais;
por entidades públicas sujeitas ao seu con- f) [...];
trolo de gestão; g) (Revogado);
h) [...]; h) Emitir instruções, sob a forma de Resolução
i) As instituições financeiras públicas ou socie- do Plenário, relativas ao modo como a
dades financeiras com capital público; prestação de contas deve ser executada, e
j) Os órgãos da administração independente; como deve ser submetida à sua apreciação;
k) As empresas concessionárias da gestão de i) Efectivar sobre a responsabilidade financeira
empresas públicas, de sociedades de capi- em que os infractores incorram, revelando-
tais públicos, gestoras de bens e serviços -a ou graduando-a, nos termos da lei;
públicos e as empresas concessionárias de j) [...];
obras públicas; k) Realizar a fiscalização concomitante às enti-
l) Quaisquer outros entes públicos que a lei dades sujeitas à sua jurisdição;
determine. l) Exercer outras funções determinadas por lei.
3. [...]. ARTIGO 7.º
(Conta Geral do Estado)
ARTIGO 4.º
(Composição) 1. [...].
O Tribunal de Contas é composto por 13 Juízes 2. O Parecer do Tribunal de Contas é enviado à
Conselheiros, incluindo o Presidente e o Vice-Presidente. Assembleia Nacional com cópia ao Presidente da
República, juntamente com um relatório anual que
ARTIGO 4.º -A
(Órgãos) deve conter uma síntese das deliberações jurisdicio-
nais referentes ao ano económico em causa e propostas
1. São órgãos do Tribunal de Contas:
de medidas a adoptar para melhorar a gestão econó-
a) O Presidente;
mica e financeira dos recursos do Estado e do sector
b) O Plenário;
público em geral.
c) As Câmaras. 3. (Revogado).
2. As Câmaras do Tribunal são as seguintes: 4. Em caso de inelegibilidade ou dúvida, em
a) A Primeira Câmara; relação a qualquer elemento da conta, seja emitido
b) A Segunda Câmara. despacho de aperfeiçoamento.
ARTIGO 5.º ARTIGO 8.º
(Sede) (Fiscalização preventiva)
1. O Tribunal de Contas tem a sua sede em Luanda. 1. [...].
2. (Revogado) 2. [...].
3. (Revogado). 3. Devem ser submetidos ao Tribunal de Contas,
4. (Revogado). para efeitos de fiscalização preventiva:
5. (Revogado). a) Os contratos de qualquer natureza, de valor
ARTIGO 6.º igual ou superior ao fixado na Lei do
(Competência) Orçamento Geral do Estado ou em norma
Compete ao Tribunal de Contas a fiscalização da equiparada da administração autárquica;
legalidade das finanças públicas e de julgamento das b) As minutas dos contratos identificados na alí-
contas do Estado e demais entidades previstas no nea anterior, quando venham a celebrar-se
artigo 2.º da presente Lei e, nomeadamente: por escritura pública e os correspondentes
a) [...]; encargos tenham de ser satisfeitos no
b) [...]; acto da sua celebração, devendo o notário
c) [...]; anexar cópia da resolução do Tribunal à
d) Realizar, por iniciativa própria ou por solici- respectiva escritura;
tação da Assembleia Nacional, inquéritos e c) [...];
auditorias de natureza contabilística, finan- d) [...];
ceira ou patrimonial às entidades públicas e) Os contratos de financiamento externo ao
e de serviços dependentes das entidades Estado, no âmbito dos projectos de investi-
sujeitas à sua jurisdição; mentos públicos.
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4. Não estão sujeitos à fiscalização preventiva: 8. Nos casos de recusa do visto devem as entidades sujei-
a) Os actos de nomeação emanados do Presi- tas à sua jurisdição remeter ao Tribunal, no prazo de 15 dias,
dente da República; cópia da anulação da respectiva nota de cabimentação orça-
b) Os actos de nomeação do pessoal afecto mental, a fim de ser junta ao processo.
aos gabinetes dos titulares dos Órgãos de 9. Nos casos cuja publicação seja obrigatória, dela deve
Soberania, dos Departamentos Ministeriais constar que foram submetidos à fiscalização preventiva ou
e equiparados; que dela estão isentos.
c) Os provimentos dos Juízes de qualquer tri- 10. Os gestores orçamentais, os responsáveis de facto
bunal e magistrados do Ministério Público; e de direito e as entidades co-contratantes que infrinjam o
d) Os diplomas relativos a cargos colectivos; disposto nos números anteriores são solidariamente respon-
e) Os títulos definitivos de contratos cujas minu- sáveis pela reintegração das verbas orçamentais que sejam
tas hajam sido visadas; indevidamente despendidas, sem prejuízo da responsabili-
dade disciplinar, civil e criminal a que haja lugar.
f) A admissão de pessoal não vinculado à função
11. A Lei que aprova o Orçamento Geral do Estado deve
pública e as admissões em categorias de
fixar os valores dos contratos referidos na alínea a) do n.º 3
ingresso e acesso na Administração Central
do presente artigo que fiquem dispensados da fiscalização
e Local do Estado e nas autarquias locais;
preventiva, consoante se trate de órgão municipal, provin-
g) Os actos relativos a promoções, progressões,
cial ou nacional.
reclassificações e transições de pessoal;
12. Os actos e contratos sujeitos à fiscalização preventiva
h) Os actos de permuta, de transferência, de
devem ser submetidos ao Tribunal de Contas, nos 30 dias
destacamento, de requisição ou outros ins-
após a sua prática ou celebração.
trumentos de mobilidade de pessoal;
ARTIGO 9.º
i) Qualquer provimento de pessoal militar das (Fiscalização sucessiva)
Forças Armadas e dos serviços de inteli-
1. O Tribunal de Contas julga as contas das entida-
gência e segurança;
des e organismos sujeitos à sua jurisdição, com o fim
j) Os actos e contratos de aquisição de arma- de apreciar a legalidade e a regularidade da realiza-
mento e técnica militar para as forças de ção de despesas e da arrecadação das receitas e, bem
defesa e segurança, bem como contratos de como, tratando-se de contratos verificar, ainda, se as
assistência técnica para a defesa nacional; suas condições foram as mais vantajosas no momento
k) As actividades financeiras das Instituições da sua celebração.
Financeiras Públicas; 2. Incumbe ao Tribunal, em sede de fiscalização
l) Os contratos celebrados na sequência de pro- sucessiva, verificar se, em relação aos actos e con-
cedimentos de contratação simplificada por tratos sujeitos à fiscalização preventiva, as despesas
motivos de urgência imperiosa não imputá- correspondentes foram realizadas com base no visto
veis à entidade pública contratante; prévio do Tribunal, para efeitos do disposto no n.º 9
m) Os actos ou contratos que, no âmbito de do artigo 8.º
contratos de empreitadas de obras públicas 3. [...].
previamente visados, titulem a execução de 4. O Tribunal pode, por sua iniciativa ou por soli-
trabalhos a mais ou suprimento de erros ou citação da Assembleia Nacional, realizar inquéritos e
omissões nos termos da lei. auditorias às entidades sujeitas à sua jurisdição.
5. Os diplomas, os despachos, os contratos e outros 5. A fiscalização sucessiva compreende, ainda, a
documentos sujeitos a fiscalização preventiva consideram- fiscalização do modo como quaisquer entidades dos
-se visados 30 dias após a sua entrada no Tribunal, salvo se sectores cooperativo e privado aplicam os montantes
forem solicitados elementos em falta ou adicionais, caso em provenientes do Orçamento Geral do Estado ou com
que se suspende a contagem do prazo. intervenção do sector público, designadamente através
6. Os actos e os contratos sujeitos à fiscalização pre- de doações, de empréstimos, de subsídios, de garan-
ventiva do Tribunal são juridicamente ineficazes até que tias ou avales.
obtenham o respectivo visto, após o que a sua execução 6. [...].
pode ser iniciada. 7. As contas em moeda nacional de valor inferior ao
7. São fundamentos de recusa de visto a nulidade dos correspondente em Kwanzas a USD 500.000,00 uma
actos e contratos, a assunção de encargos sem cabimento vez verificadas pela Direcção dos Serviços Técnicos e
em verba orçamental ou em violação de normas financeiras, consideradas em termos, devem ser homologadas pelo
bem como a ilegalidade da qual possa resultar uma alteração juiz relator e registadas no livro antes da sua devolu-
do respectivo resultado financeiro. ção, conforme o disposto na presente Lei.
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ARTIGO 10.º c) [...];


(Entidades sujeitas à prestação de contas)
d) [...];
1. Estão sujeitas à prestação de contas as seguintes enti- e) [...];
dades ou órgãos: f) [...].
a) [...];
ARTIGO 15.º
b) [...]; (Secções Regionais e Provinciais)
c) [...];
1. (Revogado).
d) [...];
2. (Revogado).
e) [...]; 3. (Revogado).
f) [...]; 4. (Revogado).
g) [...];
ARTIGO 16.º
h) [...]; (Competência do Presidente do Tribunal)
i) [...]:
1. Compete ao Presidente do Tribunal de Contas:
j) Os órgãos da administração independente;
a) [...];
k) Outros organismos ou serviços que a lei
b) [...];
determine.
c) [...];
2. [...].
d) [...];
3. [...].
e) Apresentar propostas ao Plenário Geral e
4. [...].
aos Plenários da 1.ª e 2.ª Câmaras para
ARTIGO 11.º
(Sessões) deliberação sobre as matérias da respectiva
1. O Tribunal de Contas funciona em Plenário, em competência;
sessões das Câmaras e em sessões diárias de visto. f) Elaborar o relatório anual do Tribunal;
2. [...]. g) Exercer os poderes de orientação e admi-
3. [...]. nistração geral dos serviços de apoio do
ARTIGO 12.º Tribunal, nos termos do artigo 36.º;
(Plenário) h) Marcar as sessões ordinárias e convocar as
1. O Plenário do Tribunal de Contas só pode fun- sessões extraordinárias.
cionar em sessão com pelo menos 7 dos seus Juízes 2. O Presidente do Tribunal tem os poderes juris-
em efectividade de funções e desde que, entre eles, dicionais dos demais Juízes Conselheiros, podendo
se inclua o seu Presidente ou, por delegação, o convocar sessões das Câmaras e assistir às mesmas,
Vice-Presidente. sem direito a voto.
2. Compete ao Plenário do Tribunal de Contas: 3. O Presidente do Tribunal de Contas participa,
a) [...]; como convidado, nas sessões do Plenário do Conselho
b) [...]; Superior da Magistratura Judicial.
c) [...]; ARTIGO 38.º
d) [...]; (Emolumentos)
e) [...]; 1. Pelos serviços do Tribunal de Contas são devi-
f) Fixar o número de Juízes que integram cada dos emolumentos, calculados nos termos de legislação
Câmara. específica e do Código das Custas Judiciais.
3. Compete ao Plenário, como instância de recurso, 2. O pagamento dos emolumentos devidos como
decidir:
contrapartida dos serviços prestados pelo Tribunal, em
a) [...];
caso de contratos, compete à entidade contratada pela
b) [...];
entidade pública contratante, após pagamento da pri-
c) Os recursos em sede de fiscalização conco-
meira prestação do valor do contrato que for efectuado.
mitante;
3. O pagamento de emolumentos em actos ou con-
d) [...];
4. [...]. tratos de pessoal é da responsabilidade do interessado,
ARTIGO 13.º
de que o Tribunal de Contas procede à cobrança.
(Competência da 1.ª Câmara) 4. O montante dos emolumentos, das custas judi-
[...] ciais e das multas cobrado dá entrada na Conta do
a) [...]; Cofre Privativo do Tribunal.
b) (Revogado) 5. [...].
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6. Sem prejuízo do disposto no n.º 7, estão isentos entidades da administração independente,


de emolumentos os contratos: efectuar as inspecções e auditorias a essas
a) De empréstimos ao Estado; entidades, bem como preparar os processos
b) De aquisições efectuadas pelo Estado directa- jurisdicionais de responsabilidade finan-
mente a outros Estados; ceira dos seus responsáveis e agentes;
c) De empréstimos e outras operações efectua- h) A 7.ª Divisão, à qual compete realizar as
das pelo Estado no âmbito da cooperação acções que visam a efectivação da fis-
financeira internacional; calização concomitante quer ao nível do
d) Celebrados com as instituições financeiras controlo preventivo, quer ao nível do
multilaterais;
controlo sucessivo das entidades sujeitas
e) Celebrados ou executados fora do território
ao Tribunal, efectuar as inspecções, averi-
nacional com entidades estrangeiras.
guações e auditorias a essas entidades, bem
7. Nos casos em que o Tribunal recorrer a empresas
de auditoria para a realização de acções de fiscalização como preparar os processos jurisdicionais
e controlo, designadamente inquéritos e auditorias, de responsabilidade financeira dos seus
e os respectivos encargos devam ser suportados, nos responsáveis e agentes;
termos da lei, pela entidade sujeita ao controlo, os i) A 8.ª Divisão, à qual compete a realização
emolumentos são reduzidos em função da duração e de averiguações, inquéritos e auditorias
dos meios próprios do Tribunal directamente envolvi- às entidades sujeitas a jurisdição do Tri-
dos na acção. bunal de Contas, assim como preparar os
8. Os demais aspectos do regime de emolumentos processos jurisdicionais de efectivação de
são regulados pelo Presidente da República. responsabilidade financeira dos responsá-
9. O regime do Cofre do Tribunal de Contas é regu- veis e agentes do Estado.
lado pelo Plenário. 3. [...].
ARTIGO 41.º ARTIGO 43.º
(Direcção dos Serviços Técnicos) (Secretário Judicial)
1. [...]. 1. Para além das funções cujo desempenho lhe
2. [...]: compete nos termos da lei, o Secretário Judicial é a
a) A Contadoria Geral, a qual compete receber,
entidade que organiza e assiste às sessões do Plenário
organizar e preparar, para apreciação e
do Tribunal e das Câmaras.
decisão do Tribunal, todos os processos
2. Compete igualmente ao Secretário Judicial:
para fiscalização preventiva, concomitante
a) Elaborar e registar as actas nos respectivos
e sucessiva, submeter ao Tribunal os rela-
tórios de auditoria e verificação; livros de registo;
b) [...]; b) Elaborar o Plano de Sessões e das matérias a
c) [...]; serem sujeitas à apreciação do Plenário do
d) [...]; Tribunal e das Câmaras;
e) [...]; c) Zelar pelo cumprimento das decisões do Ple-
f) A 5.ª Divisão, à qual compete realizar as nário do Tribunal e das Câmaras;
acções com vista à efectivação da fiscali- d) Elaborar os projectos de Resolução e demais
zação sucessiva dos órgãos encarregados instrumentos jurídicos para a materializa-
da gestão financeira na Administração ção das Decisões e Recomendações;
Local do Estado, nas autarquias locais e e) Estabelecer a ligação com os órgãos internos
quaisquer outros organismos ou serviços
do Tribunal para materialização das deci-
de âmbito local que a lei determina a sua
sões do Plenário e das Câmaras;
sujeição ao Tribunal de Contas, bem como
efectuar as inspecções e auditorias a essas f) Estabelecer a ligação com as entidades públi-
entidades e preparar os processos jurisdi- cas e privadas sobre os assuntos referentes
cionais de responsabilidade financeira dos ao funcionamento do Tribunal;
seus responsáveis e agentes; g) Emitir Certidões de processos.
g) A 6.ª Divisão, à qual compete realizar as 3. Nas sessões do Plenário do Tribunal e das
acções com vista à efectivação da fisca- Câmaras, o Secretário Judicial pode intervir para pres-
lização sucessiva das empresas públicas, tar quaisquer informações que lhe sejam solicitadas
sociedades de capitais com participação pelo Presidente, por iniciativa deste ou a pedido dos
de dinheiros públicos, institutos públicos e Juízes.
5088 DIÁRIO DA REPÚBLICA

4. Nas ausências ou impedimentos do Secretário ARTIGO 65.º


(Visto simplificado e de urgência)
Judicial as funções de Secretário são desempenhadas
pelo Director dos Serviços Técnicos ou por um fun- 1. O Presidente da República, enquanto Titular do
cionário designado pelo Presidente do Tribunal de Poder Executivo, pode solicitar ao Tribunal de Contas
Contas. a emissão de visto simplificado e de urgência, indepen-
5. O Secretário Judicial tem a categoria de Chefe dentemente da natureza do contrato ou procedimento
concursal a ele inerente.
de Departamento Nacional e responde directamente
2. Podem as demais entidades públicas contratan-
perante o Presidente do Tribunal de Contas.
tes solicitar ao Tribunal de Contas visto de urgência
ARTIGO 45.º
(Secretaria) referentes a contratos que prorroguem outros ante-
riormente permitidos por lei, desde que as condições
(Revogado).
sejam as mesmas.
ARTIGO 46.º
(Livros de registo) 3. Os processos de vistos simplificados e de
urgência gozam de prioridade sobre todos os outros,
1. Na Contadoria Geral devem existir, entre outros,
devendo o Tribunal pronunciar-se sobre eles no prazo
os seguintes livros de registo:
de 10 dias, findo os quais se considera o visto tacita-
a) [...];
mente concedido.
b) [...];
ARTIGO 76.º
c) [...]; (Verificação interna das contas)
d) [...];
1. As contas a que se refere o n.º 6 do artigo 9.º
e) [...]; da presente Lei são objecto de verificação técnica por
f) [...]; parte da direcção dos serviços técnicos, após o que são
g) [...]; submetidas à aprovação do Juiz Relator para a respec-
h) [...]. tiva certificação.
2. [...]. 2. [...].
ARTIGO 50.º 3. [...].
(Cooperação dos órgãos de controlo interno)
4. (Revogado).
1. [...]. 5. [...].
2. [...]: 6. [...].
a) [...]; 7. [...].
b) [...]; ARTIGO 78.º
c) [...]. (Auditorias)

3. [...]. 1. [...].
4. O disposto na alínea b) do n.º 2 concretiza-se 2. [...].
através da descrição das situações geradoras de even- 3. O Tribunal de Contas pode recorrer a empresas
tuais responsabilidades com indicação documentada de auditoria ou a consultores técnicos para a realiza-
dos factos, do período, da identificação dos respon- ção de tarefas indispensáveis ao exercício das suas
sáveis, normas violadas, montantes envolvidos e do funções, quando estas não possam ser desempenhadas
exercício do contraditório institucional e pessoal. pelos serviços de apoio do Tribunal.
ARTIGO 51.º
4. As empresas de auditoria referidas no número
(Formas de exercício da jurisdição) anterior, devidamente credenciadas, gozam das mes-
1. [...]. mas prerrogativas dos funcionários do tribunal no
2. O Tribunal de Contas exerce a fiscalização e o desempenho das suas missões.
controlo financeiro através de mecanismos e processos 5. Quando o Tribunal de Contas realizar auditorias
de fiscalização preventiva, concomitante e sucessiva. a solicitação da Assembleia Nacional, o pagamento
3. [...]. devido às referidas empresas e consultores é suportado
ARTIGO 61.º pelos serviços ou entidades sujeitos à fiscalização,
(Prazo de remessa) para além dos emolumentos legais.
Os actos e os contratos sujeitos à fiscalização preven- 6. O disposto no número anterior é aplicável aos
tiva devem ser submetidos ao Tribunal de Contas no prazo casos em que o Tribunal de Contas necessite celebrar
de 60 dias a contar da data da sua aprovação pelo órgão contratos de prestação de serviços para coadjuvação
competente. nas auditorias a realizar pelos seus serviços de apoio.
I SÉRIE – N.º 105 – DE 14 DE AGOSTO DE 2019 5089

7. Sendo várias as entidades fiscalizadas, o Tribunal 2. Se, nos casos previstos no número anterior, se
fixa em relação a cada uma delas a quota-parte do apurar a ilegalidade ou irregularidade de procedimen-
pagamento do preço dos serviços contratados. tos, das actividades, dos actos ou dos contratos em
ARTIGO 98.º execução, o Tribunal pode ordenar a suspensão dos
(Execução dos acórdãos condenatórios) mesmos, sem prejuízo do apuramento de eventuais
Os acórdãos condenatórios constituem título exe- responsabilidades.
cutivo e são executados, no prazo de 30 dias após o 3. A entidade pública contratante deve comunicar
respectivo trânsito em julgado pelos tribunais compe- ao Tribunal de Contas, sob pena de responsabilização,
tentes e observa o processo de execução fiscal. até 30 dias da data do início da execução dos actos ou
ARTIGO 100.º contratos dispostos nas alíneas b), c) e d) do n.º 1 do
(Espécies de recursos)
presente artigo.
1. [...]. 4. Os relatórios de auditoria ou de inquéritos rea-
2. São ordinários: lizados nos termos dos números anteriores podem ser
a) [...]; instrumentos de processo de verificação da respectiva
b) [...]; Conta ou servir de base aos processos de efectivação
c) [...]; de responsabilidades.
d) Os recursos das decisões proferidas em maté- 5. A fiscalização concomitante conclui-se com a
ria de fiscalização concomitante. elaboração de um relatório, cuja aprovação compete à
3. [...]. respectiva Câmara.
ARTIGO 2.º ARTIGO 9.º-B
(Aditamento)
(Manuais de auditoria, de verificação interna
São aditados à Lei Orgânica e do Processo do Tribunal de contas e outras normas)
de Contas os artigos 9.º-A, 9.º-B, 50.º-A e 7l.º-A, com a 1. Os manuais de auditoria são instrumentos de apoio à
seguinte redacção: concreta orientação dos auditores, consultores e demais téc-
«ARTIGO 9.º-A nicos de verificação no exercício das respectivas funções de
(Fiscalização concomitante)
auditoria, e devem incluir:
1. O Tribunal de Contas deve realizar a fiscaliza- a) As normas de auditoria adequadas, incluindo
ção concomitante, através de auditorias, averiguações as metodologias, as fases e os diversos
e inquéritos: tipos de procedimentos de verificação que
a) Aos procedimentos e actos administrativos as concretizam e executam;
que impliquem despesas de pessoal e aos
b) A estrutura dos relatórios de auditoria, de
contratos que não devam ser remetidos
verificação interna e externa de contas e
para fiscalização preventiva por força da
demais demonstrações financeiras;
lei, bem como à execução de contratos
c) As normas relativas à revisão do trabalho de
visados;
outros auditores pelo Tribunal;
b) À execução de actos ou contratos, resultantes
d) Os princípios, as normas e as políticas de
de catástrofe natural ou similar e por motivo
controlo da qualidade relativas aos diferen-
de urgência imperiosa decorrentes de acon-
tecimentos imprevisíveis, não imputáveis tes tipos de auditoria.
à entidade pública contratante e quaisquer 2. As normas e os procedimentos de verificação interna
outros realizados na base de procedimento de contas também podem ser objecto de «manuais de
de contratação simplifica com fundamento procedimento».
em critérios materiais; ARTIGO 50.º-A
(Controlo externo do Tribunal de Contas)
c) Aos contratos em execução resultantes de
alteração ou modificação objectiva relati- 1. O controlo externo do Tribunal de Contas está sujeito
vamente ao disposto inicialmente, desde ao disposto na lei para todos os responsáveis financeiros e
que não impliquem o aumento do valor assume as seguintes formas:
do contrato susceptível de fiscalização a) Integração das respectivas contas relativas à exe-
preventiva; cução do Orçamento Geral do Estado na Conta
d) A programas e projectos de natureza variada Geral do Estado;
bem como a actividades de gerência das b) Verificação externa anual das contas dos cofres, e
entidades sujeitas ao seu controlo de ges- eventual efectivação de responsabilidades finan-
tão. ceiras, pelos serviços competentes do Tribunal;
5090 DIÁRIO DA REPÚBLICA

c) Publicação de uma conta consolidada em anexo Resolução n.º 47/19


de 14 de Agosto
ao relatório anual de actividades do Tribunal de
Contas; Considerando a necessidade de reforçar os laços de ami-
d) Submissão da gestão do Tribunal à auditoria de zade e de cooperação existentes entre a República de Angola
empresa especializada estabelecida em Angola, e a República de Cuba, no Domínio da Defesa;
escolhida por concurso, cujo relatório é publi- Considerando que a cooperação em matéria de defesa
contribui para o desenvolvimento das relações bilaterais,
cado conjuntamente com as contas a que se
o entendimento mútuo, o intercâmbio de informações e
refere a alínea anterior.
favorece a paz, a segurança e a estabilidade internacionais,
2. A empresa de auditoria externa referida no número
benéfico para ambas as Partes;
anterior, não pode exercer as referidas funções por um Tendo em conta que os tratados de Defesa e respeitantes
período superior a quatro anos, findos os quais só pode vir a a assuntos militares enquadram-se na categoria dos tratados
ser novamente seleccionável decorrido igual período. de natureza solene previstos na alínea f) do artigo 4.º da Lei
ARTIGO 71.º-A n.º 4/11, de 14 de Janeiro, sobre Tratados Internacionais;
(Efectivação)
A Assembleia Nacional aprova, por mandato do povo,
1. A fiscalização concomitante prevista no nos termos das disposições combinadas da alínea k) do
artigo 9.º-A efectiva-se através de auditorias, inqué- artigo 161.º e da alínea f) do n.º 2 do artigo 166.º, ambos da
ritos e averiguações. Constituição da República de Angola, a seguinte Resolução:
2. As auditorias, inquéritos e averiguações ordena- 1.º — Aprovar, para ratificação da República de Angola,
das por despacho do Juiz Relator ou por deliberação o Acordo de Cooperação no Domínio da Defesa entre o
do Plenário do Tribunal é assegurada pelas divisões Ministério da Defesa Nacional da República de Angola
da Direcção dos Serviços Técnicos, que as exerce de e o Ministério das Forças Armadas Revolucionárias da
acordo com padrões nacionais e internacionais. República de Cuba, assinado em Havana, aos 10 de Abril de
3. Pela fiscalização concomitante de um programa, 2018, anexo à presente Resolução.
acto ou contrato em execução que deveria ter sido 2.º — A presente Resolução entra em vigor à data da sua
submetido à fiscalização preventiva, são devidos emo- publicação.
lumentos, sem prejuízo de eventual apuramento da Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda,
responsabilidade sancionatória. aos 21 de Junho de 2019.
4. A execução de programa, acto ou contrato por
Publique-se.
urgência, resultante de catástrofe natural ou simi-
lar deve ser objecto de fiscalização concomitante, O Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da
devendo a entidade pública contratante comunicar ao Piedade Dias dos Santos.
Tribunal a data do início da obra.
ARTIGO 3.º ACORDO DE COOPERAÇÃO ENTRE
(Norma transitória) O MINISTÉRIO DA DEFESA NACIONAL
Enquanto não for aprovado o disposto no n.º 7 do artigo 38.º, DA REPÚBLICA DE ANGOLA E O MINISTÉRIO
mantem-se em vigor o actual regime de emolumentos e do DAS FORÇAS ARMADAS REVOLUCIONÁRIAS
DA REPÚBLICA DE CUBA NO DOMÍNIO
Cofre do Tribunal de Contas, em tudo que não viole o dis-
DA DEFESA
posto na presente Lei.
ARTIGO 4.º O Ministério da Defesa Nacional da República de Angola
(Dúvidas e omissões) e o Ministério das Forças Armadas Revolucionárias da
As dúvidas e as omissões resultantes da interpretação e República de Cuba, doravante designados per «Partes»;
Considerando que a cooperação em matéria de defesa
da aplicação da presente Lei são resolvidas pela Assembleia
entre as Partes contribui para o desenvolvimento das rela-
Nacional.
ções bilaterais e é de benefício para ambas;
ARTIGO 5.º Animados pela vontade de estreitar os laços históricos
(Entrada em vigor)
de amizade e de fraternidade existentes entre os dois países
A presente Lei entra em vigor à data da sua publicação. e povos;
Vista e aprovada pela Assembleia Nacional, em Luanda, Convencidos de que o entendimento mútuo, o intercâm-
aos 18 de Julho de 2019. bio de informações e o incremento da cooperação entre as
O Presidente da Assembleia Nacional, Fernando da Partes favorecem a paz, a segurança e a estabilidade interna-
Piedade Dias dos Santos. cionais;
Promulgada, aos 6 de Agosto de 2019. Determinados a desenvolver e aprofundar as relações de
cooperação existentes no domínio da defesa, amparadas nos
Publique-se. propósitos expressados no Convénio de Cooperação entre o
O Presidente da República, João Manuel Gonçalves Governo da República de Cuba e o Governo da República
Lourenço. Popular de Angola, em 29 de Julho de 1976, assim como no

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