ASMA - Gabriel T.G.F

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ASMA

PEDIATRIA

ASMA NO PRONTO SOCORRO


DEFINIÇÃO
A asma é um distúrbio inflamatório crônico das vias aéreas, causado por uma resposta
aumentada da árvore traqueo-brônquica a vários estímulos. Caracteriza-se por hiper-
responsividade e obstrução das vias aéreas, que é REVERSÍVEL.
ETIOLOGIA
A etiologia da asma pode estar relacionada a diversos fatores, como ambiente (alérgenos,
infecções, micróbios, poluentes e estresse), idade e predisposição genética.
EPIDEMIOLOGIA
Em termos de epidemiologia, a asma apresenta alta prevalência, morbidade e
mortalidade em todo o mundo. A prevalência da doença tem aumentado em 50% a cada década,
variando de 0,8% a 37,6%. No Brasil, a asma é a quarta causa de hospitalização pelo Sistema
Único de Saúde (SUS). Esses dados destacam a importância do diagnóstico precoce e do
tratamento adequado da asma no pronto socorro.
FISIOPATOLOGIA

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A asma é caracterizada pela obstrução do fluxo aéreo devido a hipersensibilidade a


substâncias irritantes, broncoconstrição do músculo liso que circunda a via aérea (VA),
infiltrado inflamatório celular e exsudato, assim como, alterações estruturais das vias aéreas
(remodelamento).

APRESENTAÇÃO CLÍNICA
Os sintomas mais comuns incluem a tríade clássica: dispneia, tosse e sibilância, que
tendem a se intensificar durante a noite e de manhã cedo. Outros sintomas incluem sensação
de aperto no peito, limitação das atividades físicas e fadiga. Uma história de terapia com
broncodilatadores, fatores desencadeantes, história de rinite, asma e dermatite na família ou
no paciente, são importantes na avaliação.
EXAME FÍSICO
➢ No exame físico, é comum encontrar sibilância expiratória, taquipneia, diminuição
do murmúrio vesicular e possivelmente estertores crepitantes e roncos. Em
casos graves, pode-se observar tiragem, batimento de asa do nariz e respiração
abdominal.

DIAGNÓSTICO
RADIOGRAFIA
➢ Hiperinsuflação

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➢ Espessamento Peribrônquico
➢ Afastar complicações (pneumonia, pneumotórax, atelectasia)
AVALIAÇÃO DA GRAVIDADE DA EXACERBAÇÃO DA ASMA NA URGÊNCIA/EMERGÊNCIA

TRATAMENTO
O2
➢ Elevar a saturação do paciente entre 94-98%
B2-AGONISTAS CURTA DURAÇÃO
➢ Fenoterol 5 mg/ml, Salbutamol 100mcg, Terbutalina 0,5mg/ml

ANTICOLINÉRGICO CURTA DURAÇÃO


➢ Brometo de ipratrópio 20 mcg ou 0,25mg/ml, Brometo de tiotrópio 22,5 mcg
CORTICÓIDES
➢ Prednisolona 1-2 mg/kg, Metilprednisolona 1mg/kg/dose

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SULFATO DE MAGNÉSIO
TRATAMENTO - ASMA LEVE E MODERADA (figura a esquerda) E ASMA GRAVE (figura a
direita)

ASMA NO AMBULATÓRIO
O diagnóstico da asma em crianças menores de 5 anos é um desafio para os médicos
devido às diversas possibilidades de diagnóstico diferencial. Cerca de 50% das crianças têm pelo
menos um episódio de sibilância nos primeiros anos de vida, mas a maioria delas não
desenvolverá asma. Por isso, é importante fazer uma avaliação cuidadosa dos sintomas, da
evolução dos mesmos, dos antecedentes pessoais, da história familiar e dos achados físicos. Os
sintomas da asma estão ligados à limitação variável do fluxo expiratório, causada pela
broncoconstrição, espessamento da parede das vias aéreas e aumento da produção de
muco.
ASMA X SIBILÂNCIA RECORRENTE DO LACTENTE E PRÉ-ESCOLAR

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FATORES DE RISCO
Infecções respiratórias virais
Fatores ambientais: tabagismo /teoria da higiene
Atopia
DIAGNÓSTICO
CLÍNICO
➢ O diagnóstico clínico da asma é baseado na presença de um ou mais sintomas
como dispneia, tosse crônica, sibilância, opressão ou desconforto torácico, que
geralmente pioram à noite ou ao despertar e variam em intensidade ao longo do
tempo. Os sintomas podem ser desencadeados por fatores como infecções virais,
exercício, exposição a alérgenos, mudanças climáticas, riso, irritantes
ambientais e outros. O diagnóstico também pode ser auxiliado pela resposta a
broncodilatadores e corticosteroides inalados, bem como pelos antecedentes
pessoais e familiares de atopia. O índice preditor de asma desenvolvido por Castro
Rodrigues et al. utiliza CRITÉRIOS MAIORES como a presença de asma nos pais e
dermatite atópica na criança, e CRITÉRIOS MENORES como presença de rinite
alérgica, sibilância na ausência de resfriado e eosinofilia sanguínea > 4.
EXAME FÍSICO
➢ Durante o exame físico, a presença de sibilos pode indicar obstrução ao fluxo
aéreo.
EXAMES COMPLEMENTARES
➢ Os testes alérgicos podem não ser totalmente precisos em crianças devido à
imaturidade do sistema imunológico. O Raio X torácico é útil para detectar
malformações ou infecções. Para confirmar o diagnóstico clínico, é importante
realizar exames objetivos, como a espirometria e o teste de broncoprovocação
para avaliar a hiperresponsividade. Além disso, medidas seriadas do PFE podem
ser realizadas. Também é relevante investigar o estado alérgico, uma vez que
existe uma forte associação entre a asma e outras doenças alérgicas como a
rinite. Para avaliar a atopia, é indicado realizar anamnese e testes cutâneos ou
dosagem de IgE específica no sangue, para identificar possíveis alérgenos
desencadeantes como ácaros, fungos, pólens e antígenos de animais como cães
e gatos.
TRATAMENTO
O tratamento para sibilantes intermitentes consiste no uso de beta agonistas inalatórios
apenas durante as crises. Já para pré-escolares sibilantes persistentes, é recomendado o uso
de beta agonistas nas crises, além de antagonistas de leucotrieno ou corticosteroide
inalatório de forma contínua. O uso de antagonistas de leucotrienos, como o montelucaste,
pode ser uma opção como fármaco poupador de corticosteroide. Também pode ser necessário
associar o tratamento da asma com o tratamento de rinite e dermatite atópica.

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NÍVEIS DE CONTROLE DA ASMA


Para o controle da asma, é importante considerar a extensão com a qual as manifestações
da doença são suprimidas, seja espontaneamente ou por meio do tratamento.

CRITÉRIOS DE GRAVIDADE DA ASMA


Em casos de gravidade da asma, é necessário avaliar a quantidade de medicamento
necessária para atingir o controle, excluindo possíveis causas de descontrole como
comorbidades não tratadas, uso incorreto do dispositivo inalatório e não adesão ao tratamento.

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COMPONENTES DO CUIDADO DA ASMA


O cuidado da asma possui um amplo Impacto na vida dos pacientes, sendo muito importante
para seus familiares e no sistema de saúde.
Os objetivos do tratamento são:
1) Atingir e manter o controle dos sintomas
2) Manter as atividades da vida diária normais, incluindo exercícios
3) Manter a função pulmonar normal ou o mais próximo possível do normal
4) Prevenir as exacerbações
5) Minimizar os efeitos colaterais das medicações
6) Prevenir a mortalidade
7) Adesão – uso de pelo menos 80% da dose prescrita.
➢ Aproximadamente 50% dos asmáticos em tratamento de longo prazo não
usam medicação regularmente.
8) Responsabilidade família e médico
ETAPA 1: MEDICAÇÃO DE RESGATE PARA O ALÍVIO DOS SINTOMAS
➢ Broncodilatadores β2-agonista de curta ação (B2CA)
▪ Salbutamol (MDI)
➢ Nebulizadores (NBZ)
▪ Salbutamol/Fenoterol (-seletivo/+EC)
▪ Anticolinérgicos curta ação – ipratrópio
ETAPA 2: MEDICAÇÃO DE ALÍVIO MAIS UM ÚNICO MEDICAMENTO DE CONTROLE
➢ Corticoide inalatório em baixas doses (CI)

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ETAPA 3: MEDICAÇÃO DE ALÍVIO MAIS 1 OU 2 MEDICAMENTOS DE CONTROLE


➢ Corticoide inalatório em baixas doses + B2 Agonista de ação prolongada
(LABA)
▪ Salmeterol
▪ Formoterol
ETAPA 4: MEDICAÇÃO DE ALÍVIO MAIS 2 OU + MEDICAMENTOS DE CONTROLE
➢ Corticoide inalatório em doses médias ou altas
ETAPA 5: MEDICAÇÃO DE ALÍVIO MAIS MEDICAÇÃO DE CONTROLE ADICIONAL
➢ Adiciona-se CTC oral (dose menor possível)
▪ Prednisolona / Prednisona
• 6–11 anos: 1mg/kg, máximo de 40 mg, por 3–5 dias
• Adolescentes: 1 mg/kg , máximo de 50 mg, por 5–7 dias
▪ Metilprednisolona
• 1 mg/kg/dia a cada 6 ou 12 horas – sem consenso - maioria sugere não
ultrapassar 60 mg/dia.
MONITORAMENTO PARA MANTER O CONTROLE
➢ Para manter o controle da doença, é essencial realizar monitoramento constante
do estado de controle. Caso a condição não esteja controlada, é necessário subir
a intensidade do tratamento gradualmente até atingir o controle adequado. Quando
o controle é mantido por no mínimo três meses, é possível reduzir a quantidade de
medicamentos utilizados. Esse processo tem como objetivo minimizar os custos do
tratamento e reduzir possíveis efeitos colaterais.

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