TUTORIAL 2 - Módulo 7
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● INTRODUÇÃO À FISIOPATOLOGIA:
- Asma é uma doença heterogênea, caracterizada por inflamação crônica das vias aéreas.
- Sintomas respiratórios como chiado, dispnéia, aperto no peito (precordialgia), tosse e limitação variável do fluxo
respiratório. Podem variar no tempo e na intensidade, e a limitação no fluxo das vias respiratórias pode se tornar
persistente.
- Se caracteriza por obstrução das vias aéreas com evolução variável, tanto espontaneamente quanto em resposta
ao tratamento.
- Asma é associada à hiperresponsividade das vias aéreas e à inflamação das vias aéreas, MAS NÃO SÃO SUFICIENTES
PARA FAZER O DIAGNÓSTICO;
- Isso provoca estreitamento excessivo das vias aéreas, redução do fluxo ventilatório e sinais e sintomas como sibilo
e dispneia.
- A asma pode começar na infância e ter seu pico de incidência aos 3 anos. É duas vezes mais comum em meninos na
infância, mas na vida adulta a relação entre os dois sexos se iguala.
- os indivíduos com asma leve geralmente não evoluem para os casos graves da doença, e os pacientes graves em
geral tem manifestações graves desde o início da doença.
- FATORES DE RISCO PARA MORTALIDADE: doença mal controlada com utilização frequente de broncodilatadores
inalatórios; adesão baixa ou ausente ao tratamento com CI e internações hospitalares pregressas.
- FENÓTIPO DE ASMA: características demográficas, clínicas e fisiopatológicas, mas não se relacionam fortemente
com processos patológicos específicos ou tratamentos.
- As variações podem ser desencadeadas por fatores como exercício, exposição a alérgenos ou irritantes, mudanças
na temperatura e clima, ou infecções respiratórias virais.
● DIAGNÓSTICO:
- Diagnóstico clínico: baseia-se na identificação de um padrão
característico de sintomas respiratórios como sibilos, dispneia, aperto no
peito, tosse.
- Baseado na história de padrões de sintomas característicos e evidências
variáveis como limitação do fluxo aéreo EXPIRATÓRIO. Deve ser
documentado a partir de testes de reversibilidade do broncodilatador e
outros testes.
- Provocar broncodilatação com algum medicamento e ver se resolve
(Aumento do Volume Expiratório Forçado maior que 12% ou 200mL).
- SEMPRE testar antes de tratar: é mais difícil confirmar o diagnóstico quando os sintomas já melhoraram com o uso
de corticoides inalatórios.
- Se a resposta ao broncodilatador não for encontrada na apresentação inicial, o próximo passo depende da
disponibilidade de exames e da urgência clínica da necessidade de tratamento. (Pode indicar DPOC)
- Os sintomas podem se resolver espontaneamente ou sem resposta à medicação, também podem estar ausentes
por semanas ou meses, e crises serem desencadeadas por alguns fatores, o que pode ser FATAL, o que geralmente
ocorre em populações de baixa renda.
● CARACTERÍSTICAS
- Pacientes adultos apresentam mais de um desses tipos de sintomas, que costumam piorar à noite ou no início da
manhã. Sintomas variam ao longo do tempo e da intensidade e são desencadeados por infecções virais, exercício,
exposição à alérgenos, mudanças no clima, riso ou irritantes, fumaça ou cheiros fortes.
CARACTERÍSTICAS QUE DIMINUEM A PROBABILIDADE DE SER ASMA:
- Tosse isolada sem outros sintomas respiratórios; produção crônica de escarro; falta de ar associada à tontura,
atordoamento ou formigamento periférico (parestesia); dor no peito; dispneia induzida por exercício com respiração
ruidosa.
● EXAME FÍSICO:
- Costuma ser normal em pacientes com asma, exceto por sibilo expiratório na ausculta (pode estar ausente ou ser
ouvido apenas na expiração forçada);
- Sibilo também pode estar ausente durante as crises graves da asma, devido ao fluxo de ar severamente reduzido
(tórax silencioso);
- Sibilos também podem ser ouvidos com obstrução laríngea induzível, DPOC, infecções respiratórias,
traqueomalácia, ou corpo estranho inalado; Crepitações e sibilos INSPIRATÓRIOS não são característicos de asma:
- Exame do nariz pode revelar sinais de rinite alérgica ou pólipos nasais.
● FUNÇÃO PULMONAR: Pode variar entre completamente normal ou severamente obstruída no mesmo
paciente asmático. ASMA MAL CONTROLADA ESTÁ ASSOCIADA A UMA MAIOR VARIABILIDADE DA FUNÇÃO
PULMONAR do que a asma bem controlada.
- Variabilidade refere-se à melhoria ou deterioração dos sintomas da função pulmonar; Reversibilidade refere-se a
melhorias rápidas no FEV1, medidas em minutos após a inalação de um broncodilatador de ação rápida
(salbutamol).
● Evidências da variabilidade excessiva da função pulmonar expiratória: COMPONENTE ESSENCIAL NO
DIAGNÓSTICO
- Aumento na função pulmonar após broncodilatador ou tratamento com IC;
- Diminuição na função pulmonar após exercício ou durante teste de provocação brônquica (metacolina, histamina,
exercício, );
- Diminuição na função pulmonar durante uma infecção respiratória não necessariamente indica que uma pessoa
tem asma, pois também pode ser observada em indivíduos saudáveis ou com DPOC.
IMAGEM: exames de imagem geralmente não são utilizados no diagnóstico de asma, mas podem ser úteis para
investigar a possibilidade de comorbidades ou diagnósticos alternativos.
● FATORES DE RISCO E DESENCADEANTES:
- ATOPIA: principal fator de risco para asma. Pacientes atópicos geralmente apresentam outras doenças como rinite
alérgica, e dermatite. Os alérgenos que causam sensibilização são em geral proteínas com atividade de protease
(derivados de ácaros e poeira, pelos de animais, baratas, pólen);
A atopia é causada pela produção de anticorpos IgE específicos, pacientes com história familiar de alergias.
- Predisposição genética: a asma é poligênica, ou seja, cada gene produz um efeito pequeno que nem sempre se
reproduz. Fatores ambientais nos primeiros anos de vida podem determinar quais indivíduos serão asmáticos.
- Mecanismos epigenéticos: dieta, exposição à fumaça de cigarros e poluição do ar podem afetar genes envolvidos
na patogênese da asma (exposições ambientais maternas, tabagismo materno);
● TEOFILINA: deixou de ser utilizado por ter diversos efeitos colaterais e não ser tão eficaz quanto os B2-
agonistas. Doses baixas de teofilina produzem efeitos aditivos aos CIs e são úteis para pacientes com asma
grave. Efeitos colaterais mais comuns são náuseas, vômitos e cefaleias, aumento da diurese e palpitações,
arritmias cardíacas com doses altas, crises epilépticas e morte secundária ao antagonismo dos receptores A1
da adenosina.
TERAPIAS PROFILÁTICAS: Corticoesteroides inalatórios são os mais eficazes e sua utilização nas fases iniciais da
doença revolucionaram o tratamento.
- Mecanismo de ação: Os CIs reduzem as contagens de células inflamatórias e sua ativação nas vias aéreas. Eles
diminuem a quantidade de eosinófilos nas vias aéreas e no escarro, assim como a contagem de linfócitos T ativados
e mastócitos na superfície da mucosa das vias aéreas, provocando redução na HRVA durante tratamento
prolongado.
O principal efeito é bloquear a transcrição de vários genes ativados que codificam proteínas inflamatórias como
citocinas, quimiocinas, moléculas de adesão e enzimas inflamatórias.
- Efeitos colaterais: rouquidão e candidíase oral.
● ASMA AGUDA GRAVE: podem desenvolver cianose, hiperventilação e taquicardia. Deve ser administrada uma
alta concentração de oxigênio por máscara facial até uma saturação de mais de 90%. Podem ser
administrados B2- agonistas IV em insuficiência respiratória iminente