Bases Da Confeitaria
Bases Da Confeitaria
Bases Da Confeitaria
Silvana Oliveira
Bases da Confeitaria
Introdução
A confeitaria é conhecida como a arte de fazer doces ou o local que os vende. Todavia,
sua definição é mais complexa. Podemos sintetizar que a confeitaria é a interação
entre o confeiteiro e os ingredientes, de tal forma que ele se torna capaz de criar,
moldar, modelar e transformar sabores.
Para que isso seja possível, precisamos nos embasar em três pilares principais: o
conhecimento da matéria-prima usada, avaliando suas características e funções,
as técnicas aplicadas para cada tipo de produção e os utensílios necessários para
executarmos tais técnicas e procedimentos.
Tendo isso em mente, nosso objetivo é fazer com que o aluno aprenda a diferenciar
ingredientes, aplicar técnicas-bases para confecção de tortas e biscoitos, bem como
mostrar a importância de pesos e medidas na confeitaria.
Bons estudos!
Objetivos da Aprendizagem
Ao final do conteúdo, esperamos que você seja capaz de:
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História da Confeitaria e da Doceria
O primeiro bolo de que se tem registro era uma mistura de azeite, farinha e mel. Ele
era chamado de obélias (oferenda) e seu aparecimento data de 5000 a.C, na Grécia.
Um bom tempo depois, os bolos passaram a ser vinculados com as comemorações e
para marcar ritos de passagem, como aniversários e casamentos. No final do século
XIV, por exemplo, as mercearias vendiam pães doces e um grande número de pessoas
fabricava bolos.
O açúcar, por sua vez, é originário da Índia; acredita-se que ele tenha sido criado por
Vishwamitra para alimentar os deuses.
Nas sobremesas, seu principal doceiro, Popeline, contribuiu com receitas como pâte à
choux, frangipane e zabaione, além de pudins de ovos, sorvetes, biscoitos, massas de
amêndoas, geleias, compotas, doces e licores de frutas.
O gosto francês foi predominante entre os séculos XVI e XVI. A época também foi
marcada pelos doces confeitados e pela utilização de pasta de amêndoas. As cortes
reais europeias juntaram os melhores artistas do açúcar. Surgiram, dessa forma, os
merengues, os macarons, o crème fouettée e o pain d’épice, modelado em formas
de madeira e numerosos biscoitos. As preparações passam a ser aromatizadas
com licores italianos e os doces eram servidos entre as refeições. Os bolos eram
confeccionados com muito requinte. Surgiram, assim, os trionfi de távola – grandes
esculturas feitas de açúcar para decorar as mesas.
Só a partir do século XVII é que a França passou a dispor do açúcar proveniente das
Antilhas, mas seu preço ainda era bastante elevado. Reinavam Henrique IV e Maria de
Médicis, sendo que La Varenne era o mestre cozinheiro de sua corte e o mais famoso
chef da época. De acordo com os teóricos Fladrin e Montanari, autores do livro História
da alimentação, publicado em 2007, o chef era também um escritor internacionalmente
respeitado por sua obra Le Cuisinier François.
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O século XVIII ficou marcado pela popularização da confeitaria, que passou a ser
acessível à burguesia. A manteiga começou a ocupar um lugar de destaque nas novas
criações. O açúcar, mais abundante, acelerou o crescimento da pâtisserie e desafiou
a criatividade dos confeiteiros. Surgiram os caramelos, as pralinas e, da leveza da
massa folhada, surgiram os vol au vent, os bouchées e jalousies.
A confeitaria vienense, por sua vez, começou a se tornar conhecida no início do século
XIX. Tanto a Sachertorte, criada em 1832, como o Apfelstrudel são acompanhamentos
irresistíveis de um bom café ou chá da tarde, por exemplo. Desse modo, essa nova
refeição rapidamente se espalhou e, em Paris, assumiu etiquetas, importando o uso
de louça fina para esse fim.
Seus discípulos, Urbain Dubois e Jules Gouffé, deram continuidade ao seu trabalho
de ensinar bases da pâtisserie, focando na arquitetura e beleza de cada produção em
suas obras.
Auguste Escoffier, por sua vez, teve uma participação decisiva na cozinha profissional,
pois foi ele quem classificou a atividade culinária em setores interdependentes, além
do legado de importantes publicações e discípulos que se encarregaram de divulgar a
grand cuisine, que focava na apresentação cuidadosa e artística de pratos.
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Surgiam os primeiros equipamentos refrigerados e os fogões a gás. Um marco
importante foi o surgimento das técnicas de pasteurização e conservação de
alimentos e acondicionamento em latas, que transformaram o mercado de alimentos,
facilitando sua distribuição e consumo.
A partir dos anos 50, uma enxurrada de tecnologia invadiu as cozinhas, trazendo
câmaras frias, vitrines refrigeradas, freezers, batedeiras, fornos elétricos, laminadoras,
etc. Ao mesmo tempo, surgiam novos materiais, como o plástico, o celofane, as
caixinhas de alumínio e os sacos descartáveis. Desse modo, o cuidado com a higiene
tornava-se cada vez mais evidente com a criação de normas e exigências drásticas.
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Dessa forma, podemos dizer que há o seguinte padrão de medição na cozinha
profissional:
Líquidos
Chocolate em pó
• 1 xícara = 100 g;
• 1/2 xícara = 50 g;
• 1/3 xícara = 33 g;
• 1/4 xícara = 25 g;
• 1 colher de sopa = 6 g.
Farinha de trigo
Açúcar
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• 3/4 xícara de chá = 150 g;
• 1 copo (tipo americano) = 200 g;
• 1 copo (tipo requeijão) = 200 g;
• 1 colher de sopa = 14 g;
• 1 colher de sobremesa = 9 g;
• 1 colher de chá = 4 g.
• 1 xícara de chá = 80 g;
• 1 colher de sopa = 5 g;
• 1 colher de chá = 1,5 g.
Fubá
Amido de milho
• 1 xícara = 150 g;
• 1 colher de sopa = 9 g;
• 1 colher de chá = 3 g.
Ovo
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Curiosidade
A clara representa, aproximadamente, 57,3% do peso total, a gema
representa 30,9% e a casca representa 11,5%.
Mel
• 1 xícara = 300 g;
• 1 colher de sopa = 18 g;
• 1 colher de chá = 6 g.
Fermento em pó
Café
• 1 xícara de chá = 60 g.
• 1 xícara = 140 g.
Aveia
• 1 xícara = 80 g;
• 1 colher de sopa = 5 g;
• 1 colher de chá 1,5 g.
Azeite ou óleo
Todas as medidas são usadas rasas, ou seja, depois de encher a xícara ou a colher,
passa-se uma faca com lâmina reta para retirar o excesso.
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Utensílios e Ingredientes Básicos de Confeitaria e
Doceria
A confeitaria e a doceria necessitam de vários utensílios e equipamentos para o
trabalho diário de produção de doces. Podemos citar como exemplo o adaptador para
saco de confeitar, a balança digital (com pesagem em gramas), batedeira planetária
completa bicos de confeitar, colheres de silicone ou pão duro, cortadores de alumínio
ou plástico, espátulas para trabalhar com chocolate e com confeitaria de modo geral,
folha de acetato, fouet (batedor de arame), formas para bolos, tortas e assadeiras,
garfo de banhar, pincel de pintura e de silicone, ralador fino, saco de confeitar, dentre
outros.
Além disso, é sabido que alguns ingredientes são básicos e fundamentais para a
produção de qualquer iguaria da área de confeitaria e doceria. A seguir, veremos quais
são os principais.
Farinha de trigo
• farinha de trigo para confeitaria ou farinha leve: ela absorve líquidos em me-
nor proporção e, consequentemente, permite menor formação da rede de glú-
ten. É ideal para bolos e doces leves e com uma massa sem peso;
• farinha comum: mais grossa, feita com a parte externa do endosperma do
grão do trigo;
• farinha especial: mais fina e clara, feita com a parte central do endosperma;
• farinha integral: grãos triturados completamente e sem polimento;
• farinha com fermento: acrescida de fermento químico.
Glúten
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Ovo
A clara é formada por 85% de água e 15% da proteína albumina, que funciona como uma
proteção da gema. A gema é rica em proteínas e gorduras (35% da gema é gordura)
e lecitina, um emulsificante natural responsável pela estabilidade da maionese e por
engrossar os cremes bases da confeitaria.
Redutores ou gorduras
Quanto aos tipos, elas podem ser: margarina, manteiga, creme de leite fresco, gema
de ovo e gordura hidrogenada.
Além disso, para ser classificada como redutora, a gordura deve envolver as partículas
de farinha e de outros ingredientes presentes na mistura, quebrando os filamentos
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largos de glúten e reduzindo-os a pequenas unidades. A gordura também tem a função
de reter umidade no produto final.
Adoçantes ou liquidificantes
• açúcar cristal;
• açúcar de coco;
• açúcar de confeiteiro ou impalpável (acrescido de 3% de amido);
• açúcar demerara;
• açúcar fino (glaçúcar);
• açúcar invertido (resiste à cristalização);
• açúcar mascavo (mistura de demerara com melaço);
• açúcar refinado;
• edulcorantes (sacarina, aspartame, xilitol, etc.);
• frutose;
• glicose;
• karo (glicose de milho);
• maple syrup (xarope de bordo);
• mel;
• melaço;
• xarope de glucose derivado do amido (milho, batata, trigo).
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O fermento químico tem dupla ação: as substâncias ácidas entram em contato com
os líquidos da massa para produzir gás carbônico e, em seguida, quando a preparação
é colocada no forno, o gás expande e faz a massa crescer.
O fermento orgânico pode ser morto quando submetido a altas temperaturas durante
seu crescimento, assim como as baixas temperaturas deixam-no inativo. Esse
fermento pode ser encontrado na forma seca ou granulada, fresco e refrigerado. Ele é
usado para pães e massas fermentadas da confeitaria.
Gelatina
Ingrediente de origem animal, é uma proteína usada como geleificante. Ela endurece a
20°C e começa a derreter a 30°C. Deve ser hidratada em água gelada para impedir que
os grânulos externos inchem muito rápido e impeçam que a água penetre no centro
do grânulo.
Depois de hidratada, deve ser aquecida com cuidado, pois após 38°C começa a perder
seu poder de gelatinização. Além disso, não se deve fervê-la, pois ela permanece com
os seus poderes de gelatinização somente até 60˚C.
Ágar-ágar
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Pectina
Corantes
Aromatizantes
Podem ser de baunilha (fava, extrato, essência, vanilina e açúcar de baunilha), feitos
com bebidas alcoólicas (Grand Marnier, Cointreau, Amaretto, rum, conhaque, creme
de cacau, Frangelico, Poire, vinhos, etc.), à base de especiarias, ervas ou sementes
(canela, cravo, cardamomo, noz moscada, anis estrelado, pimenta da Jamaica,
semente de papoula, hortelã, essências (amêndoa, nozes, avelãs, pistache, limão,
abacaxi, água de rosas, café, etc.) ou pastas saborizantes (frutas vermelhas, morango,
avelã, pistache, etc.).
Cumaru
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Pasta saborizante
Os sabores, por sua vez, são diversos. O rendimento geral das pastas é muito bom,
contando com aplicação de 4% a 8% do peso total da receita. As pastas oleaginosas
devem entrar no começo da preparação, indo ao fogo com o restante dos ingredientes.
Pastas cítricas devem ir no final da preparação, já fora do fogo, para não reagir com
produtos lácteos e talhar a produção.
Tenha sempre em mente que, se for um brigadeiro de enrolar, é necessário usar uma
pasta cítrica e dar um ponto mais firme antes de misturar a pasta, para não ocorrer
nenhum tipo de problema com a consistência.
Massas Quebradiças
As massas quebradiças se caracterizam pela ausência de elasticidade. Levam
uma grande proporção de gordura, impedindo, assim, desenvolvimento de glúten e
resultando em uma massa de maior fragilidade. Nesse grupo de massas, encontramos
a massa sablée, massa sucrée e a massa brisée. A principal diferença entre elas está
na proporção de manteiga e farinha de trigo, a presença do açúcar também interfere
na preparação.
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Para forrar uma fôrma com massas quebradiças, temos alguns passos a serem
seguidos. Primeiramente, a quantidade de massa utilizada depende do tamanho da
fôrma. No processo de abertura da massa, utilizamos duas folhas de plástico filme,
abrindo a massa entre elas com auxílio do rolo até a espessura desejada. Devido
ao teor de gordura, não é necessário untar a fôrma antes de assar. Enrole a massa
no rolo e coloque-a por cima da fôrma. Arrume a massa na fôrma com a ajuda do
plástico filme. Pressione cuidadosamente sobre todas as partes para que ela se grude
à fôrma regularmente. Apare o excesso de massa, passando o rolo por cima. Leve ao
refrigerador por 20 minutos. Pique o fundo da massa com um garfo para que o vapor
se liberte durante a cocção.
Corte o papel no tamanho da sua fôrma e coloque-o no fundo e nas laterais da massa.
Preencha o espaço com feijões ou bolinhas de cerâmica, mas não pressione para não
marcar a massa.
Leve ao forno para assar durante o tempo estipulado na receita ou até a massa firmar
e terminar o pré-cozimento método de cocção a branco. Retire os feijões e o papel.
Para evitar que a massa da sua torta fique encharcada, asse-a previamente antes
de rechear. Recheie a torta e leve para dourar no forno para receitas com recheios
assados ou faça a cocção completa, levando novamente a massa sem recheio ao
forno até que ela seque e adquira uma coloração uniforme.
A Tabela 1 faz uma comparação entre as quantidades de massa exigidas para cada
tipo de fôrma.
12 cm 0,100 kg 2 mm
14 cm 0,130 kg 2 mm
16 cm 0,150 kg 2 mm
18 cm 0,180 k 2,5 mm
20 cm 0,230 kg 2,5 mm
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22 cm 0,280 kg 3 mm
24 cm 0,330 kg 3 mm
26 cm 0,350 kg 3 mm
28 cm 0,380 kg 3 mm
30 cm 0,430 kg 3 mm
32 cm 0,480 kg 3 mm
34 cm 0,530 kg 3,5 mm
Crumble e Streusel
O crumble é uma massa quebradiça feita com três ingredientes: manteiga, açúcar e
farinha de trigo. Ela é colocada por cima de uma outra preparação, à base de frutas e
açúcar, e é levada ao forno.
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A massa pode ser aromatizada com temperos secos, como especiarias em pó. No
entanto, se o condimento for canela, a cozinha clássica passa a chamar essa massa
de Streusel, nome originário da Áustria.
• massa sablée;
• compota de frutas;
• crumble, Streusel;
• cocção a branco.
Quantidades:
Sablage
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Compota de maçã:
• 2 unidades de maçã;
• 10 g de manteiga;
• 50 g de açúcar;
• 30 g de água;
• 1/2 unidade de limão.
Crumble, Streusel:
Modo de preparo:
Faça uma sablage com a farinha, o sal e a manteiga fria. Despeje a farofa em uma
vasilha e coloque, no centro, o açúcar, a essência de baunilha e o ovo. Incorpore, pouco
a pouco, os ingredientes, até que se forme uma massa completamente homogênea.
Cubra com filme plástico e leve à geladeira por 30 minutos. Estique a massa e cubra
com uma fôrma de 20 cm. Deixe a massa descansar na geladeira antes de levar ao
forno. Leve para assar em forno pré-aquecido a 170ºC para fazer cocção a branco por
seis a nove minutos.
Compota de maçã:
Streusel:
Utensílios: forma de torta, rolo de abrir massa, tigela, balança, peneira e forno.
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Torta Frola e Torta Linzer
A torta linzer é recheada de geleia de framboesa e coberta por uma massa disposta
em xadrez. Para essa torta, é tradicional usar a massa brisée (massa podre). Além
disso, ela tem origem na Áustria do século XVII. A receita a seguir foi retirada do livro
Técnicas de confeitaria profissional, publicado pela autora Mariana Sebess, em 2011.
Curiosidade
A massa podre é o nome popular para a massa de quiche e tortas
salgadas. São massas quebradiças que, pela quantidade de
gordura proporcional, derretem na boca.
Quantidades:
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• 1 pitada de sal;
• 10 g de gema;
• 15 g de água;
• 250 g de geleia de framboesa;
• 50 g de geleia de brilho.
Modo de preparo:
Faça uma sablage com a farinha, o sal e a manteiga fria. Despeje a farofa em uma
vasilha e coloque, no centro, o açúcar, a água e a gema. Incorpore, pouco a pouco, os
ingredientes, até a mistura ficar completamente homogênea. Cubra com filme plástico
e leve à geladeira por 30 minutos. Estique 60% da massa e cubra com uma fôrma de
18cm. Deixe a massa descansar na geladeira por dez minutos. Abra tiras de massa e
reserve. Recheie com a geleia de framboesa e arrume as tiras de massa, pressionando
contra as beiradas para cortá-las. Leve para assar em forno pré-aquecido a 180ºC, até
dourar. Retire do fogo, desenforme e pincele com a geleia de brilho.
Utensílios: forma de torta, rolo de abrir massa, tigela, balança, peneira e forno.
A torta frola, por sua vez, possui características regionais, sendo recheada de goiabada
no Brasil e de marmelo na Argentina. Muito pouco se sabe da sua origem.
Quantidades:
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• 20 g de açúcar refinado;
• 1 pitada de sal;
• 10 g de gema;
• 15 g de água;
• 250 g de goiabada pastosa;
• 50 g de geleia de brilho.
Modo de preparo:
Faça uma sablage com a farinha, o sal e a manteiga fria. Despeje a farofa em uma
vasilha e coloque, no centro, o açúcar, a água e a gema. Incorpore, pouco a pouco,
os ingredientes, até que a massa fique completamente homogênea. Cubra com filme
plástico e leve à geladeira por 30 minutos. Estique 60% da massa e cubra com uma
fôrma de 18 cm. Deixe a massa descansar na geladeira por dez minutos. Abra tiras
de massa e reserve. Recheie com a goiabada pastosa derretida previamente e arrume
as tiras de massa, pressionando-as contra as beiradas para cortá-las. Leve para assar
em forno pré-aquecido a 180ºC até dourar. Retire do fogo, desenforme e pincele com a
geleia de brilho.
Utensílios: forma de torta, rolo de abrir massa, tigela, balança, peneira e forno.
Massas Secas
São massas preparadas com método crémage. São aromatizadas e saborizadas, com
variações de sabores, como chocolate e geleia de frutas.
Podem ser trabalhadas com ponto de bico no saco de confeitar quando estão
mais líquidas para fazer biscoitos pingados ou utilizando o rolo, atribuindo formas
(linear, enrolada, quadriculada) cortando com o auxílio de uma faca. Também
podem ser cortadas com cortadores especiais para biscoitos, assados e recheados
posteriormente.
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Massas Secas de Corte
Quantidades:
Massa de laranja
Massa de chocolate
Modo de preparo:
Massa de laranja
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Massa de chocolate
Utensílios: forma reta, tapete de silicone, pincel, rolo de abrir massa, tigela, balança,
peneira, faca, tábua de corte e forno.
Quantidades:
Modo de preparo:
Massa de baunilha
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Janelinhas de framboesa
Corte a massa com o cortador quadrado de 5 cm. Em metade desses quadrados, corte
o centro com um cortador de 2,5 cm, junte os pares e cole com gema pincelada. Arrume
sobre o tapete de silicone na fôrma e leve para assar a 180ºC, até dourar levemente.
Recheie o centro do biscoito com geleia de framboesa.
Meia-lua de chocolate
Corte a massa com o cortador de meia lua. Arrume sobre o tapete de silicone na fôrma
e levar para assar a 180ºC, até dourar levemente. Espere esfriar. Derreta a cobertura
de chocolate meio amargo, deixando atingir 38ºC e banhe as pontas da meia-lua com
chocolate.
Utensílios: forma reta, tapete de silicone, cortador quadrado, cortador meia lua, pincel,
rolo de abrir massa, tigela, balança, peneira e forno.
Massas
Quantidades:
Massa base
Finalizações
• 25 g de nozes;
• 30 g de cereja;
• 50 g de cobertura de chocolate ao leite.
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Modo de preparo:
Massa base
Biscoito de nozes
Pique a cereja e misture no restante da massa com o bico perlê. Pingue a massa sobre
o tapete de silicone na fôrma e leve para assar a 180ºC, até dourar levemente. Espere
esfriar. Derreta a cobertura de chocolate ao leite, deixando atingir 38ºC. Coloque em um
saco de confeitar e risque os biscoitos de cereja.
Utensílios: forma reta, tapete de silicone, saco de confeitar, bico perlê, bico 2M, pincel,
rolo de abrir massa, tigela, balança, peneira e forno.
Além disso, os principais cuidados que devemos ter é com a consistência da massa
e com o controle de temperatura de cozimento. O exemplo clássico de panqueca
francesa é o crepe suzette.
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Panqueca
Receita de panqueca
Quantidades:
Massa
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Molho
Modo de preparo:
Massa base
Molho
Lave bem o limão ou a laranja e retire seu suco. Em uma frigideira grande, aqueça a
manteiga e adicione o açúcar. Quando caramelizar, acrescente os sucos de frutas,
mexendo até homogeneizar completamente. Dobre os crepes em quatro partes e
coloque quatro unidades na frigideira. Em um dos cantos da sua frigideira, coloque o
licor de laranja e o conhaque. Quando a bebida estiver quente, incline a frigideira em
direção ao fogo e flambe os crepes. Desligue o fogo e coloque os seus crepes em um
prato. Finalize com raspas.
Utensílios: frigideira, concha, tigela, fouet, ralador fino, balança, peneira e fogão.
Pancake e Waffle
São derivados das panquecas e podem ser classificados como massa semilíquida por
ser uma massa mais aerada. Essa característica se deve à incorporação de claras em
neve na receita.
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Pancake
Receita de Pankake
Quantidades:
Massa
Calda
Modo de preparo:
Massa base
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uma espátula. Esquente uma frigideira antiaderente untada com um pouco de manteiga
e, com uma concha, coloque, aos poucos ,a massa na frigideira. Quando começarem a
aparecer borbulhas na superfície, vire a massa e frite até os dois lados apresentarem a
cor dourada.
Calda
Utensílios: frigideira, concha, tigela, fouet, balança, peneira, fogão e espátula de silicone.
Waffle
Quantidades:
Massa
Calda
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Modo de preparo:
Massa base
Calda
Utensílios: máquina de waffles, concha, tigela, fouet, balança, peneira, fogão e espátula
de silicone.
Omelete Suflê
Essa preparação tem consistência muito aerada devido à grande quantidade de claras
em neve. Além disso, ela passa por cocção apenas de um lado, devendo ser realizada
em frigideira. A cocção final, por sua vez, é terminada em forno ou salamandra, sendo
que o volume da massa continua aumentando.
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Quantidades:
Massa
Calda
• geleia de frutas.
Modo de preparo:
Massa base
Em uma tigela, misture o açúcar e as gemas. Bata até clarear, adicione a manteiga
derretida, a farinha de trigo e misture bem até obter uma massa homogênea. Acrescente
o creme de leite, batendo com o fouet, e junte o conhaque. Bata as claras em neve e, por
último, incorpore-as na massa delicadamente, com auxílio de uma espátula. Esquente
uma frigideira antiaderente untada com um pouco de manteiga e despeje a massa na
frigideira. Leve para cozinhar e, quando estiver cozida, transfira para uma forma com
tapete de silicone. Leve ao forno a 170ºC para finalizar a cocção.
Calda
Utensílios: frigideira, tapete de silicone, forma, concha, tigela, fouet, ralador fino, balança,
peneira, fogão, espátula de silicone.
É uma massa que pode ser utilizada para recobrir vários tipos de ingredientes, como
frutas, verduras ou recheios, passando por fritura.
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Receita de bolinho de banana
Quantidades:
Calda
• banana;
• óleo para fritura;
• glaçúcar.
Modo de preparo:
Massa base
Em uma tigela, misture o sal, o amido e a farinha de trigo. Junte as gemas e misture
com fouet até ficar homogêneo. Adicione o óleo. Despeje a cerveja e misture até obter
uma massa lisa. Bata as claras em neve e misture-as delicadamente. Passe a banana
cortada ao meio na mistura e frite no óleo preaquecido até obter cor dourada. Retire do
fogo, coloque no papel absorvente e, depois, passe pelo glaçúcar.
Utensílios: panela, tapete de silicone, forma, escumadeira, tigela, fouet, ralador fino,
balança, peneira, fogão, espátula de silicone e forno.
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Massa de Bomba
Inicialmente, a bomba era parecida com um repolho, uma vez que se tratava de uma
massa com batatas e ovos que era frita e lembrava o formato de pequenos repolhos.
Esse nome foi mudado pelo chef Jean Avice, tornando-a parecida com a forma como
é conhecida hoje.
A massa começa com o cozimento de uma pasta formada de água ou leite, gordura
(manteiga), farinha de trigo, sal e açúcar. Pode ser congelada e moldada antes de
assar.
Além disso, a massa da bomba é uma das massas mais usadas na confeitaria francesa,
com ela é possível fazer éclair (bomba), carolinas, saint honoré e religieuse.
Atenção
A massa assada e congelada tem durabilidade até um mês. Quando
recheada e conservada na geladeira, ela dura um dia.
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Receita de bomba de chocolate
Quantidades:
Massa
• 125 g de água;
• 125 g de leite integral;
• 100 g de manteiga sem sal;
• 1 g de sal;
• 10 g de açúcar refinado;
• 110 g de farinha de trigo;
• 3 g de ovos.
Cobertura
• 120 g de fondant;
• 30 g de chocolate meio amargo;
• 1 g de corante marrom.
Modo de preparo:
Choux
Aqueça o leite, o açúcar, a manteiga e o sal até ferver. Adicione a farinha de uma só
vez, secando a massa. Coloque em uma batedeira e, com a raquete, despeje metade da
quantidade de ovos. Bata e, quando começar a esfriar, coloque um ovo de cada vez, até
obter uma massa brilhante e lisa. Coloque a mistura no saco de confeitar com bico e de
formato cilíndrico e comprido. Asse a 190ºC por dez minutos, reduza para 180ºC e deixe
até dourar. Esfrie em uma grade.
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Recheio
Cobertura
Utensílios: panela, batedeira, tapete de silicone, forma, saco de confeitar, bico perlê,
tigela, fouet, balança, peneira, fogão, espátula de silicone e forno.
Receita de carolina
Quantidades:
Massa
• 125 g de água;
• 125 g de leite integral;
• 100 g de manteiga sem sal;
• 1 g de sal;
• 10 g de açúcar refinado;
• 110 g de farinha de trigo;
• 3 unidades de ovos.
Recheio
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Cobertura
Modo de preparo:
Choux
Aqueça o leite, o açúcar, a manteiga e o sal até ferver. Adicione a farinha de uma só
vez, secando a massa. Despeje em uma batedeira e, com a raquete, coloque metade da
quantidade de ovos. Deixe bater e, quando começar a esfriar, coloque um ovo de cada
vez, até obter uma massa brilhante e lisa. Coloque no saco de confeitar com bico perlê
e pingue gotas, passe ovo com pincel e amasse as pontas que se formaram com os
dedos. Asse a 190ºC por dez minutos, reduza para 180ºC e deixe até dourar. Esfrie em
uma grade.
Recheio
Cobertura
Utensílios: panela, batedeira, tapete de silicone, forma, saco de confeitar, bico perlê,
tigela, fouet, balança, peneira, fogão, espátula de silicone e forno.
Receita de sonho
Quantidades:
Massa
• 40 g de manteiga;
• 250 ml de leite;
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• 2 tabletes de fermento fresco;
• 60 de açúcar;
• 40 g de gemas;
• 50 g de ovos;
• 1 g de sal;
• 490 g de farinha de trigo fina.
Modo de preparo:
Recheio
Aqueça o leite com 30 g de açúcar e com o extrato de baunilha. Bata as gemas com mais
30 g açúcar, até obter uma mistura branca. Acrescente o amido e bata para incorporar.
Adicione, aos poucos, o leite quente nas gemas batidas e não pare de mexer. Leve a
mistura ao fogo, mexendo sem parar, até engrossar. Reserve com filme grudado na
superfície e guarde em um local refrigerado.
Massa
Aqueça o leite com a manteiga em uma panela até que esteja morna. Coloque a mistura
na batedeira e dissolva o fermento. Adicione o açúcar, as gemas, o ovo, o sal e a farinha
de trigo. Bata a massa com gancho da batedeira por aproximadamente dez minutos
na velocidade média. Deixe-a descansar por 45 minutos. Passe um pouco de óleo em
volta da massa para evitar que resseque. Depois que a massa crescer, corte-a em 12
pedaços iguais com peso de 80 g e faça bolas. Deixe os sonhos descansarem em uma
superfície enfarinhada até aumentar o volume. Assim que os sonhos estiverem grandes,
frite-os em óleo bem quente por aproximadamente 5-8 minutos ou até que estejam
completamente cozidos. Recheie-os e polvilhe com açúcar de confeiteiro.
Utensílios: panela, batedeira, escumadeira, forma, saco de confeitar, bico perlê, tigela,
fouet, balança, peneira, fogão e espátula de silicone.
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Conclusão
Neste conteúdo, falamos sobre alguns ingredientes e suas funções na confeitaria,
bem como os principais utensílios utilizados para otimizar a produção de doces.
Por fim, falamos sobre o uso e aplicação da massa choux, massa-base para receitas
de carolinas, bombas e outras derivações.
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Referências
CANELLA-RAWLS, S. Pão: arte e ciência. São Paulo: Editora Senac, 2005.
SEBESS, M. Técnicas de confeitaria profissional. 3. ed. São Paulo: Editora Senac, 2011.