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DIREITO ADMINISTRATIVO

Atos Administrativos
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ATOS ADMINISTRATIVOS

Atos Administrativos: Conceito, Atributos, Classificação, Espécies e Extinção

Assunto deste e dos blocos seguintes: atos administrativos. O seu edital exige o conceito,
os atributos, a classificação, as espécies e as principais formas de extinção. Além disso, pas-
saremos pelos elementos (COFIFOMOB).
É sempre salutar começar mostrando com o assunto cai. Observe:

DIRETO DO CONCURSO
1. (XXXI EXAME) Otacílio, novo prefeito do Município Kappa, acredita que o controle interno
é uma das principais ferramentas da função administrativa, razão pela qual determinou o
levantamento de dados nos mais diversos setores da Administração local, a fim de apurar
se os atos administrativos até então praticados continham vícios, bem como se ainda
atendiam ao interesse público. Diante dos resultados de tal apuração, Otacílio deverá
a. revogar os atos administrativos que contenham vícios insanáveis, ainda que com
base em valores jurídicos abstratos.
b. convalidar os atos administrativos que apresentem vícios sanáveis, mesmo que acar-
retem lesão ao interesse público.
c. desconsiderar as circunstâncias jurídicas e administrativas que houvessem imposto,
limitado ou condicionado a conduta do agente nas decisões sobre a regularidade de
ato administrativo.
d. indicar, de modo expresso, as consequências jurídicas e administrativas da invalida-
ção de ato administrativo.

COMENTÁRIO
A anulação e a revogação são duas importantes formas de extinção. Anulação: se tiver
vício; revogação: em razão de interesse público.
Quem pode anular: a própria administração pública e o Poder Judiciário;
Quem pode revogar: a administração pública.
No caso da administração pública, trabalharemos com os mecanismos de controle interno.
No entanto, se for o Poder Judiciário, passa a ser manifestação do controle externo.
ANOTAÇÕES

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a. revogar os atos administrativos que contenham vícios insanáveis, ainda que com base
em valores jurídicos abstratos.
A revogação não é para o vício, mas sim a anulação.
b. convalidar os atos administrativos que apresentem vícios sanáveis, mesmo que acarre-
tem lesão ao interesse público.
Se acarretar lesão em interesse público. Convalidar o ato é corrigir é corrigi-lo nas
hipóteses em que os defeitos são sanáveis.
c. desconsiderar as circunstâncias jurídicas e administrativas que houvessem imposto, limitado
ou condicionado a conduta do agente nas decisões sobre a regularidade de ato administrativo.
Têm que ser consideradas, sim.
d. indicar, de modo expresso, as consequências jurídicas e administrativas da invalidação
de ato administrativo.
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O controle interno depende de motivação. Todo ato tem que ter motivo. Mas, nem
todo ato precisa ter motivação. A motivação é a exposição dos motivos e, nela, iden-
tifica-se a presença clara dos motivos.

Os atos podem ser jurídicos ou ajurídicos. Dentro da categoria dos atos jurídicos, você
divide em: ato político, ato administrativo e ato de direito privado.
a. Atos jurídicos: manifestação da vontade humana que visa à produção de efeitos jurídicos.
Por exemplo: contrato de compra e venda, edital de concurso público.
b. Atos a jurídicos (Fatos Administrativos): são aqueles que, por seu turno, não têm a
finalidade de produzir efeitos jurídicos embora o produzam.
Por exemplo: morte de servidor público, cujo efeito é a vacância do cargo.
Dentre os atos jurídicos, destacam-se os atos da administração, que indicam todo e qual-
quer ato que se origine da Administração Pública. Dos atos da administração, destacam-se
os atos políticos, os atos de direito privado e os atos administrativos.
Desse modo:
Atos:

• Jurídicos (visam produzir efeitos jurídicos):


– Atos políticos;
– Atos de direito privado;
– Atos administrativos.
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• Ajurídicos ou fatos administrativos (não visam produzir efeitos jurídicos, embora o façam):

Desse modo, os atos administrativos são atos da administração pública e são atos jurídi-
cos. Logo, todo ato jurídico visa produzir efeito jurídico.
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Atos políticos:

Exercício de função política.


Por exemplo: veto presidencial.

Atos de direito privado:

Atos da administração pública regidos pelo direito privado.


Por exemplo: contratos de locação comercial feitos por sociedades de economia mista
exploradoras de atividades econômicas.

Atos administrativos:

Atos por meios dos quais a Administração pública atua, no exercício da função adminis-
trativa, sob o regime de direito público e ensejando manifestação de vontade do Estado ou
de quem lhe faça as vezes.
Por exemplo: multas de trânsito, que, além de serem atos administrativos, são atos de polícia.

Conceito

A exteriorização da vontade de agentes da Administração Pública ou de seus delegatá-


rios, nessa condição, que, sob regime de direito público, vise à produção de efeitos jurídicos,
com o fim de atender ao interesse público (CARVALHO FILHO, 2019).

ELEMENTOS OU REQUISITOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS (CO FI FO MO OB)

São elementos ou requisitos que integram os atos administrativos: competência (ou


sujeito), finalidade, forma, motivo e objeto (ou conteúdo).
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COmpetência (ou sujeito): representa as atribuições legais do cargo.
FInalidade: busca pelo interesse público.
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FOrma: revestimento exteriorizador do ato.


MOtivo: reúne os pressupostos de fato e de direito na prática do ato. Todo ato tem motivo,
mas nem todo ato tem motivação, que é a exposição dos motivos.
OBjeto: conteúdo do ato administrativo.
Se o ato é vinculado, todos os seus elementos são vinculados. Se o ato é discricionário,
apenas motivo e objeto são discricionários.

ELEMENTOS ATO VINCULADO AO DISCRICIONÁRIO

CO

FI

FO

MO D

OB D
20m

A soma de motivo e objeto é outro caminho para chegarmos ao mérito administrativo. No


entanto, a via tradicional é a da conveniência e da oportunidade. O mérito é o núcleo do ato
discricionário.
1. Competência:
Segundo José dos Santos Carvalho Filho (2019), competência é o círculo estabelecido
em lei dentro do qual os agentes públicos exercem suas atividades.
A competência está para o direito público assim como a capacidade está para o direito pri-
vado. Além disso, a competência administrativa é improrrogável, imprescritível e irrenunciável.
a. Improrrogável: o agente público incompetente não se torna competente para a prática
de um ato administrativo pela não objeção de terceiros.
b. Imprescritível: a competência do agente não se extingue pela sua inércia.
c. Irrenunciável: o agente público não pode abrir mão de sua competência, dada a indis-
ponibilidade do interesse público. Contudo, a irrenunciabilidade da competência poderá ser
afastada pela delegação e avocação de competências.
Conforme o art. 11 da Lei n. 9.784, que regula o processo administrativo federal, a compe-
tência é irrenunciável, salvo os casos de delegação e avocação, nos casos previstos em lei.
I – Delegação (art. 12, Lei n. 9.784/1999):
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Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar
parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hie-
rarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole
técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
Existe a delegação própria e existe a delegação imprópria. Ademais, destaca-se que é
muito mais natural delegar do que avocar.
II – Avocação (art. 15, Lei n. 9784/1999):
Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente justifica-
dos, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.
III – Inadmissibilidade de delegação e avocação (art. 13, Lei n. 9.784/1999):
Não podem ser objeto de delegação:
I – a edição de atos de caráter normativo;
II – a decisão de recursos administrativos;
III – as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
25m

Vício de Competência e Convalidação

Ressalta-se que cada elemento pode estar viciado. A pergunta é: havendo vício, dá para
corrigir ou não?
A convalidação consiste em sanar um ato administrativo viciado, ou seja, eivado de irre-
gularidade, desde que o vício seja sanável, não haja lesão ao interesse público nem prejuízo
a terceiros.
Pressupostos da convalidação:

• Vício sanável (o vício sanável ou é vício de forma ou é vício de competência);


• Ausência de lesão ao interesse público;
• Inexistência de prejuízo a terceiros.

O fundamento legal da convalidação dos atos administrativos está no art. 55 da Lei n.


9.784/1999: Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público
nem prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalida-
dos pela própria Administração.
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Segundo o art. 2º, parágrafo único, “a” da Lei n. 4.717/1965, a Lei da Ação Popular, a
incompetência fica caracterizada quando o ato não se incluir nas atribuições legais do agente
que o praticou.
O vício de competência pode ser convalidado, desde que se trate de vício de competên-
cia não exclusiva, pois o vício de competência exclusiva é insanável.

DIRETO DO CONCURSO
2. (FGV/PC RJ/AUXILIAR POLICIAL DE NECROPSIA DE 3ª CLASSE/2022) A auxiliar
de necropsia da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro Maria está lotada em Posto
Regional de Polícia Técnica e Científica do interior do Estado. Durante a madrugada,
Maria, única policial de plantão, recepcionou de policiais militares um cadáver feminino
para fins de perícia. Para adiantar o trabalho, mesmo não havendo naquele momento
qualquer perito no órgão, Maria fez o exame pericial, além de ter emitido e assinado so-
zinha o auto de exame cadavérico (AEC), agindo em sentido contrário ao que dispõem
as normas aplicáveis às atribuições de seu cargo. Pelos fatos narrados, percebe-se que
a perícia feita por Maria é inválida, por vício no elemento do ato administrativo da:
a. finalidade;
b. competência;
c. motivo;
d. objeto;
e. motivação.

COMENTÁRIO
Qual é o elemento que trabalha com as atribuições legais do cargo? A competência.
30m

GABARITO
1. d
2. b

�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Gustavo Brígido Bezerra Cardoso.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.

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