GDRT Hta 2023 24
GDRT Hta 2023 24
GDRT Hta 2023 24
Inês Cruz
2023
inescruz@esenf.pt
Hipertensão arterial
A HTA é a doença cardiovascular mais disseminada em todo o mundo desenvolvido e aquela
que causa mais mortes direta ou indiretamente (Williams et al., 2008)
A HTA é um importante fator de risco para a doença cardíaca e é o mais importante fator de
risco associado ao AVC (Macedo et al, 2007; Williams et al., 2008; Polónia, 2014; NCD Risk Factor Collaboration, 2017)
A HTA é o principal fator de risco modificável para morbilidade e mortalidade em todo o mundo
(Stergiou et al., 2021)
Hipertensão arterial
A HTA foi a doença que mais contribuiu para o número de mortes prematuras em 2015, sendo
responsável por cerca de 10 milhões de mortes prematuras e cerca de 200 milhões de anos de
vida perdidos;
A HTA foi responsável por:
PHYSA Study • 42,2% dos adultos portugueses são hipertensos (44,4% homens,
40,2% mulheres)
3,5 milhões hipertensos • 76,8% têm consciência que são hipertensos
• 74,9% estão a ser tratados (destes 55,7% têm a PA controlada)
(Polónia et al., 2014) • 42,6% têm valores de PA controlados
PAP/PHYSA Study
Manifestações clínicas
Maioria das vezes assintomática Cefaleias, tonturas, dispneia, epistaxis, zumbidos
Hipertensão arterial
Resistência
Pressão Débito
Vascular
Arterial cardíaco
Periférica
PA DC
RVP
Barorrecetores
Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona
Sistema renina
angiotensina
aldosterona
Mecanismos envolvidos na regulação da pressão arterial
Idade Obesidade
Género masculino Dieta hipersalina
Raça negra Sedentarismo
FR não FR
Uso de álcool
modificáveis modificáveis Uso do tabaco
Stress
Dislipidemia
(WHO, 2014)
HTA como fator de risco
Doença Doença
vascular vascular
periférica cerebral
HTA
Insuficiência Fator de Doença Alterações
cognitivas
renal risco
para …
coronária …
Fibrilação Insuficiência
cardíaca
auricular
(DGS, 2013; Williams et al, 2018)
HTA como fator de risco
Existe uma relação contínua entre o aumento da PA e o risco de AVC, doença isquémica
cardíaca, insuficiência cardíaca e progressão da doença renal crónica;
Para cada elevação de 20mmHg na PAS ou elevação de 10mmHg na PAD, medidos no
consultório, o risco de doença isquémica cardíaca e de AVC duplica;
A PAS é melhor preditor de eventos do que a PAD, após os 50 anos de idade
…
Mártires, 2013, p.78
Hipertensão arterial - tratamento
(DGS, 2013)
Hipertensão arterial – Recomendações ESH 2023
Betabloqueadores
Diuréticos
Benefícios da redução da PA
Uma redução de 10 mmhg na PAS ou 5mmHg na PAD está
associada a reduções significativas em todos os eventos
cardiovasculares (20%), 10 a 15% em todas as causas de morte,
35% nos AVC’s, 35% nos eventos coronários e 40% na insuficiência
cardíaca.
Diminuir a probabilidade de insuficiência renal
Apesar das terapêuticas disponíveis serem eficazes no combate à doença, poucos doentes se
encontram controlados (WHO, 2003; Sharma et al., 2004; Kearney et al., 2004; Hajjar & Kotchen, 2003; Macedo,
2005; Polónia, 2014).
Regime terapêutico
Quantidade na dieta Quantidade na dieta Quantidade na dieta Quantidade fora das refeições
Comida industrializada
Razões da não adesão
Exemplo de questão do formulário: razões para a não adesão à dieta recomendada
Quando não seguiu a dieta recomendada pelo profissional de saúde, Sim Não
quais foram as principais razões?
Comer dá-lhe prazer? x
Acha que alterar a dieta não vai melhorar a sua saúde? x
Regime
terapêutico
Exercício
Alimentação Álcool Tabaco Medicação
físico
Conhecimentos sobre HTA
Exemplo de questão: conhecimentos sobre a doença
Com base nos conhecimentos que possui acerca da Não
Sim Não
hipertensão, responda às seguintes questões: sei
Conhecimentos sobre
hipertensão arterial
Modificação
Obesidade Farmacológico Cerebrais
estilos de vida
Sal
Álcool Oculares
Consumo de álcool
Hereditariedade Renais
Consumo de tabaco
Perda ponderal
Caracterização sociodemográfica da amostra
Idade Média 64,8 (DP=10,8)
N=108
Sexo 66,67% Mulheres 33,33% Homens
Escolaridade 50,93% 4ª classe 12,04% analfabetos
Situação profissional 63,89% reforma ou invalidez
20,37 trabalhadores ativos
Profissão 37,4% operários, artífices e trabalhadores similares
17,59% trabalhadores não qualificados
Componentes do agregado familiar 18,52% vivem sozinhos
Caracterização clínica da amostra
Diagnóstico de hipertensão arterial efetuado em média há 10,78 anos (DP=9,75)
Quase metade da amostra (47,22%) tem familiares diretos com a doença
37,04% dos participantes vivem com pessoas que também têm hipertensão
62,96% dos participantes têm outras doenças crónicas, como diabetes
A monitorização da pressão arterial é feita principalmente no Centro de Saúde; 21,3%
monitorizam a PA no domicílio
53,7% dos indivíduos consideram que sentem que alguém os ajuda na gestão do regime
terapêutico
Resultados
O score médio de adesão ao regime terapêutico foi 3,93 (DP=0,49).
As dimensões do tratamento onde se verificaram menores níveis de adesão foram na integração de
um plano de atividade física e no regime dietético.
A média de adesão à alimentação foi de 4,03 (DP=0,6), sendo o mínimo valor encontrado igual a 2,43 e o
máximo igual a 5.
Uma grande percentagem dos inquiridos (46,3%) não praticou exercício físico (pelo menos 30 minutos) nos
últimos sete dias. A tendência central da amostra estudada é fazer raramente exercício (Mediana=2)
A média de adesão ao uso do álcool foi de 4,44 (DP=1,02), com o mínimo de 1 e o máximo de 5.
A percentagem de fumadores na amostra é muito pequena – só 9 pessoas fumam – o que
corresponde a uma percentagem de 8,4%.
Nos últimos sete dias, 79,8% dos inquiridos referiram ter tomado a medicação consoante
recomendado. A moda e a mediana foram de 5.
Resultados
Resultados
Resultados
Resultados
Resultados Conhecimentos sobre
hipertensão arterial
Conhecimentos Conhecimentos
Desconhecimentos Total
correctos errados
Itens
Nº % Nº % Nº % Nº (%)
2 “…é uma doença para toda a vida” 78 72,2 14 13,0 16 14,8 108(100)
3 “Pode-se ter a tensão alta sem ter queixas” 42 38,9 47 43,5 42 17,6 108(100)
Obesidade
Sal
Álcool
Hereditariedade
Conhecimentos Conhecimentos
Desconhecimentos Total
correctos errados
Itens
Nº % Nº % Nº % Nº (%)
Resultados
Tratamento
Modificação
Farmacológico
estilos de vida
Exercício físico
Sal
Consumo de álcool
Conhecimentos Conhecimentos
Desconhecimentos Total Consumo de tabaco
Itens correctos errados
Nº % Nº % Nº % Nº (%) Perda ponderal
9 “As pessoas com tensão alta devem fazer
92 85,2 2 1,9 14 13,0 108(100)
exercício físico…”
10 “…importante comer com pouco sal” 107 99,1 0 0 1 0,9 108(100)
11 “…importante reduzir o consumo de bebidas
99 91,7 1 0,9 8 7,4 108(100)
alcoólicas”
12 “…pessoas com excesso de peso, perder peso” 92 85,2 2 1,9 14 13,0 108(100)
13 “As pessoas com tensão alta devem deixar de
94 87,0 0 0 14 13,0 108(100)
fumar”
14 “Os medicamentos são o único tratamento
51 47,2 40 37,0 17 15,7 108(100)
para a hipertensão”
15 “Os medicamentos…devem ser tomados todos
105 97,2 1 0,9 2 1,9 108(100)
os dias”
16 “Quando a tensão baixar com a medicação,
76 70,4 18 16,7 14 13,0 108(100)
pode suspender…”
17 “Tomar os medicamentos…melhora a 56
88 81,5 3 2,8 17 15,7 108(100)
esperança de vida”
Conhecimentos sobre
Resultados
hipertensão arterial
Complicações
Cerebrais
Cardíacas
Oculares
Renais
Conhecimentos Conhecimentos
Desconhecimentos Total
Itens correctos errados
Nº % Nº % Nº % Nº (%)
Objetivos
Intervenções
Conceção de cuidados (exemplo)
Autogestão regime medicamentoso
Dados:
Capaz de organizar a medicação conforme horário
Capaz de preparar a medicação conforme a dose
Capaz de administrar a medicação pela via adequada
Capaz de ajustar a medicação de acordo com autovigilância
Conhecimento
Capaz de armazenar a medicação de acordo com as recomendações
técnicas Consciencialização
Capacidade
Significado
DX: Autogestão do regime medicamentoso comprometida Autoeficácia
Recursos
Determinar a evolução da autogestão do regime medicamentoso …
Avaliar evolução do compromisso da autogestão do regime medicamentoso
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Conceção de cuidados (exemplo)
Autogestão regime medicamentoso
Dados:
• Capacidade para gerir o regime medicamentoso (necessita de ser melhorada
para progredir para a mestria; é o momento próprio para intervir)
DX: Potencial para melhorar a capacidade para gerir o regime medicamentoso (com
ou sem dispositivo…)
Segundo dados do INS Doutor Ricardo Jorge: O pão e as tostas (18%), os produtos de
charcutaria (8%) e as sopas (7%) são os produtos alimentares que mais contribuem para
a elevada ingestão de sal.