GDRT Hta 2023 24

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CURSO DE LICENCIATURA EM ENFERMAGEM

UC: GESTÃO DA DOENÇA E DO REGIME TERAPÊUTICO

Gestão do regime terapêutico na pessoa com HTA

Inês Cruz
2023
inescruz@esenf.pt
Hipertensão arterial
A HTA é a doença cardiovascular mais disseminada em todo o mundo desenvolvido e aquela
que causa mais mortes direta ou indiretamente (Williams et al., 2008)
A HTA é um importante fator de risco para a doença cardíaca e é o mais importante fator de
risco associado ao AVC (Macedo et al, 2007; Williams et al., 2008; Polónia, 2014; NCD Risk Factor Collaboration, 2017)
A HTA é o principal fator de risco modificável para morbilidade e mortalidade em todo o mundo
(Stergiou et al., 2021)
Hipertensão arterial
A HTA foi a doença que mais contribuiu para o número de mortes prematuras em 2015, sendo
responsável por cerca de 10 milhões de mortes prematuras e cerca de 200 milhões de anos de
vida perdidos;
A HTA foi responsável por:

4,9 milhões de mortes por doença isquémica cardíaca


2 milhões por AVC hemorrágico
1,5 milhões por AVC isquémico

(NCD Risk Factor Colaboration, 2017)


Prevalência da hipertensão arterial
Estima-se que a HTA afete 1,4 biliões de pessoas em todo o mundo (WHO, 2021);
Prevalência global em adultos é cerca de 30 a 45%;
A elevada prevalência da HTA é consistente e independente da situação económica, ocorrendo
em países ricos, pobres ou médios;
A prevalência da HTA tem aumentado com o avançar da idade com uma prevalência >60% nos
>60 anos;
Com o envelhecimento as pessoas ficam mais sedentárias, com mais peso, pelo que a
prevalência da HTA continua a aumentar;
Estima-se que o número de pessoas com HTA aumente 15-20% até 2025, aproximando-se dos
1,5 biliões de pessoas.
(Chow et al, 2013; NCD Risk Factor Colaboration, 2017)
A realidade Portuguesa
• 42,1% dos adultos portugueses são hipertensos (3,311,830) (49,5%
homens e 38,9% mulheres)
PAP Study • 39,5% têm pré-hipertensão
• 45,7% têm consciência que são hipertensos
3,4 milhões hipertensos • 38,9% tomam anti hipertensores (destes só 28,6% têm a PA
controlada)
(Macedo et al, 2005)
• 11,2% com PA controlada

PHYSA Study • 42,2% dos adultos portugueses são hipertensos (44,4% homens,
40,2% mulheres)
3,5 milhões hipertensos • 76,8% têm consciência que são hipertensos
• 74,9% estão a ser tratados (destes 55,7% têm a PA controlada)
(Polónia et al., 2014) • 42,6% têm valores de PA controlados
PAP/PHYSA Study

(Sociedade Portuguesa de Hipertensão, 2014)


(Sociedade Portuguesa de Hipertensão, 2014)
Hipertensão arterial
Hipertensão arterial
A HTA é caracterizada pela elevação da pressão do sangue arterial sobre a parede das artérias
para valores considerados acima do normal:
≥140 mmHg TA sistólica e/ou
≥90 mmHg TA diastólica
(Joint National Committee VII, 2003; Carrageta, 2010; European Society of Hypertension, 2013; Wiliams, 2018)
(Sociedade Portuguesa de Hipertensão, 2014)
Hipertensão arterial
O diagnóstico de HTA define-se, em avaliação de consultório, como a elevação
persistente, em várias medições e em diferentes ocasiões, da PAS igual ou
superior a 140 mmHg e/ou da PAD igual ou superior a 90 mmHg.
Para o diagnóstico de HTA é necessário que a PA se mantenha elevada nas
medições realizada em, pelo menos, duas diferentes consultas, com um
intervalo mínimo entre elas de uma semana.
Em cada consulta deve medir-se a PA, pelo menos duas vezes, com um
intervalo mínimo entre elas de um a dois minutos, sendo registadas no processo
clínico o valor mais baixo registado da PAS e da PAD. Considerar uma terceira medição se
houver uma grande discrepância entre os dois valores iniciais medidos e assinalar essa diferença.

(DGS, 2013, p.1)


Hipertensão arterial
O diagnóstico de HTA define-se, em avaliação de consultório, como a elevação
persistente, em várias medições e em diferentes ocasiões, da PAS igual ou superior a
140 mmHg e/ou da PAD igual ou superior a 90 mmHg.
Para o diagnóstico de HTA é necessário que a PA se mantenha elevada nas medições
realizada em, pelo menos, duas diferentes consultas, com um intervalo entre elas de 4
semanas, exceto quando a avaliação indica hipertensão grau 3.
Na primeira vez a PA deve ser avaliada nos dois membros superiores, nas vezes
subsequentes deve-se preferir o membro cujo valor de PA era superior.
Em cada consulta deve medir-se a PA, três vezes, com um intervalo mínimo entre elas
de um a dois minutos, sendo o valor considerado a média das duas últimas avaliações.

(ESH, 2023, p.20)


(Mancia et al., 2023, p.23)
Classificação da PA e da HTA no consultório

Hipertensão diastólica isolada <140 e ≥90


ESC/ESH, 2023
Hipertensão arterial
“ The Silence Killer”

Surge com poucos sintomas associados ou inclusivamente nenhuns, para além


da elevação da PA. Quando surgem sintomas já causou danos nos órgãos alvo.

Manifestações clínicas
Maioria das vezes assintomática Cefaleias, tonturas, dispneia, epistaxis, zumbidos
Hipertensão arterial
Resistência
Pressão Débito
Vascular
Arterial cardíaco
Periférica
PA DC
RVP

O aumento da PA deve-se ao aumento


do DC, da RVP, ou de ambos
Hipertensão arterial
Mecanismos de regulação da PA:

Mecanismos complexos e complementares que


determinam ajustes da/do:
- Frequência e contratilidade cardíaca DC
- Estado contrátil dos vasos RVP
- Distribuição do fluído intra e extravascular
Sistema Nervoso Simpático

Barorrecetores

Sistema Renina-Angiotensina-Aldosterona
Sistema renina
angiotensina
aldosterona
Mecanismos envolvidos na regulação da pressão arterial

(Mancia et al., 2023, p.12)


Hipertensão arterial
Classificação
Primária ou Secundária
essencial
5% dos casos
Conhece-se a causa
95% dos casos Doença renal
Desconhece-se a causa Coartação da aorta
Genética Apneia do sono
Feocromocitoma
Fatores de risco modificáveis
Patologia tiroideia e paratiroideia
Fatores de risco não
modificáveis Síndrome de Cushing
Fármacos
Gravidez
Hipertensão arterial – fatores de risco
Primária ou  História familiar
essencial
Genética

 Idade  Obesidade
 Género masculino  Dieta hipersalina
 Raça negra  Sedentarismo
FR não FR
 Uso de álcool
modificáveis modificáveis  Uso do tabaco
 Stress
 Dislipidemia
(WHO, 2014)
HTA como fator de risco
Doença Doença
vascular vascular
periférica cerebral

HTA
Insuficiência Fator de Doença Alterações
cognitivas
renal risco
para …
coronária …

Fibrilação Insuficiência
cardíaca
auricular
(DGS, 2013; Williams et al, 2018)
HTA como fator de risco
Existe uma relação contínua entre o aumento da PA e o risco de AVC, doença isquémica
cardíaca, insuficiência cardíaca e progressão da doença renal crónica;
Para cada elevação de 20mmHg na PAS ou elevação de 10mmHg na PAD, medidos no
consultório, o risco de doença isquémica cardíaca e de AVC duplica;
A PAS é melhor preditor de eventos do que a PAD, após os 50 anos de idade

(Mancia et al., 2023)


Hipertensão arterial


Mártires, 2013, p.78
Hipertensão arterial - tratamento

O objetivo é prevenir, regredir ou atrasar as lesões nos diferentes órgãos alvo e


sistemas e consequentes eventos de morbimortalidade.
É importante:
Diagnóstico correto e precoce;
Regime de tratamento adequado;
Autogestão adequada do regime terapêutico;
Vigilância regular lifetime.
Guidelines da SEC/SEH

“Guidelines and their recommendations should facilitate decision


making of health professionals in their daily practice. However, the
final decisions concerning an individual patient must be made by the
responsible health professional(s) in consultation with the patient
and caregiver as appropriate.” (Williams et al, 2018, p.5)
Hipertensão arterial – Regime terapêutico
Hipertensão arterial – Regime terapêutico

(Williams et al, 2018, p.27)


Hipertensão arterial – Regime terapêutico
Modificação dos estilos de vida

Adoção de dieta variada, rica leguminosas, verduras, fruta e pobre em


gorduras

Exercício físico, 30 a 60 min, 4 a 7 dias/semana

Controlo e manutenção do peso. IMC < 25 e perímetro abdominal < 94 cm


♂ e <80 ♀

Diminuição consumo sal (<5,8 g/dia)

Restrição consumo álcool (máximo 2 bebidas/dia)

Cessação consumo de tabaco

(DGS, 2013)
Hipertensão arterial – Recomendações ESH 2023

Adultos com PA elevada com excesso de peso ou obesidade – perda de peso;


Preferir vegetais, fruta, feijões, nozes, sementes, óleos vegetais, peixe e aves. Carnes gordurosas,
laticínios integrais, açúcar, bebidas açucaradas e doces devem ser evitados. Em geral, um padrão alimentar
saudável com mais vegetais e menos produtos de origem animal são recomendados;
Restrição de sal 5g (~2g sódio)
Aumentar o consumo de potássio, através da alteração da dieta (exceto na doença renal crónica)
Atividade física. Pelo menos 150 a 300 min de exercício aeróbico por semana de moderada intensidade
ou 75-150 min de exercício aeróbico de intensidade vigorosa.
Reduzir ingestão de álcool até próximo da abstinência diminui a PA, diminuir o consumo excessivo de
álcool;
Cessação tabágica.
Hipertensão arterial – Regime terapêutico

(Whelton et al, 2017, p.36)


Hipertensão arterial – Regime terapêutico
Regime medicamentoso

Inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECA)

Bloqueadores dos recetores da angiotensina

Betabloqueadores

Bloqueadores dos canais de cálcio

Diuréticos
Benefícios da redução da PA
Uma redução de 10 mmhg na PAS ou 5mmHg na PAD está
associada a reduções significativas em todos os eventos
cardiovasculares (20%), 10 a 15% em todas as causas de morte,
35% nos AVC’s, 35% nos eventos coronários e 40% na insuficiência
cardíaca.
Diminuir a probabilidade de insuficiência renal

(William et al, 2018)


Estudo Investigação
Problemática
A hipertensão é uma das causas mais importantes de mortalidade, morbilidade, invalidez e
absentismo através do seu contributo na génese das doenças cardiovasculares (Kaplan, 1994; Dórea
& Lotufo, 2001; WHO, 2003; Mackay & Mensah, 2004; James et al, 2014);

Apesar das terapêuticas disponíveis serem eficazes no combate à doença, poucos doentes se
encontram controlados (WHO, 2003; Sharma et al., 2004; Kearney et al., 2004; Hajjar & Kotchen, 2003; Macedo,
2005; Polónia, 2014).

A adesão da pessoa ao regime terapêutico é um factor determinante para o sucesso do


tratamento anti-hipertensor (Williams, 1998; Costa, 1996).
A baixa adesão ao tratamento foi identificada como a principal causa da falha do controlo da
hipertensão (WHO, 2003; Thrall et al, 2004).
Estimativas sugerem que a baixa adesão ao regime terapêutico contribui para que não se
consiga atingir um controlo efetivo da pressão arterial em mais de dois terços da população
hipertensa
Fatores que afetam a adesão nas pessoas com HTA
Justificação do estudo
O AVC é a principal causa de morte e de doença incapacitante a nível nacional, favorecida pela
alta prevalência.
42,6% da população hipertensão adulta portuguesa é hipertensa.
Aumento da longevidade e envelhecimento da população.
Mudanças nos estilos de vida.
Não adesão ao regime terapêutico causa major da dificuldade de controlo da doença.
Poucos são os estudos que se centrem na avaliação da adesão às duas vertentes do
tratamento: farmacológica e modificação dos estilos de vida.
Método
Estudo exploratório, correlacional e também metodológico
Participantes
Utentes da consulta de hipertensão do Centro de saúde de Leça da Palmeira.
Critérios de inclusão:
Aceitar participar no estudo
HTA diagnosticada no mínimo há um ano
Frequentar a consulta de HTA médica ou de enfermagem
Idade igual ou superior a 18 anos
108 participantes
Técnica de recolha de dados
Método de auto-relato
Mais utilizado – facilidade e baixo custo
Dá resposta aos objetivos
Instrumento de recolha de dados
Parte I – Dados sociodemográficos e antecedentes pessoais;
Parte II – Adesão às recomendações para o tratamento da hipertensão e razões de não
adesão;
Parte III – Recomendações para o tratamento da hipertensão;
Parte IV – Conhecimentos sobre hipertensão.
Validade de conteúdo
Efetuado pré-teste
Adesão ao regime terapêutico
Exemplo de questão do formulário: ingestão de sal
Nunca Raramente Às vezes Habitualmente Sempre
Na última semana quantas vezes:
0 dias 1 a 2 dias 3 a 4 dias 5 a 6 dias 7 dias

Acrescentou sal aos alimentos, à


5 4 3 2 1
mesa?

Regime terapêutico

Alimentação Exercício físico Álcool Tabaco Medicação

Sal Gorduras Frutos e vegetais Quantidade às refeições

Quantidade na dieta Quantidade na dieta Quantidade na dieta Quantidade fora das refeições

Adicionar à mesa Alimentos com muita gordura

Alimentos ricos em sódio

Comida industrializada
Razões da não adesão
Exemplo de questão do formulário: razões para a não adesão à dieta recomendada

Quando não seguiu a dieta recomendada pelo profissional de saúde, Sim Não
quais foram as principais razões?
Comer dá-lhe prazer? x
Acha que alterar a dieta não vai melhorar a sua saúde? x

Regime
terapêutico

Exercício
Alimentação Álcool Tabaco Medicação
físico
Conhecimentos sobre HTA
Exemplo de questão: conhecimentos sobre a doença
Com base nos conhecimentos que possui acerca da Não
Sim Não
hipertensão, responda às seguintes questões: sei

A hipertensão é uma doença para toda a vida? x

Conhecimentos sobre
hipertensão arterial

Etiologia e duração Manifestações clínicas Factores de risco Tratamento Complicações

Modificação
Obesidade Farmacológico Cerebrais
estilos de vida

Sal Exercício físico Cardíacas

Sal
Álcool Oculares

Consumo de álcool
Hereditariedade Renais

Consumo de tabaco

Perda ponderal
Caracterização sociodemográfica da amostra
Idade Média 64,8 (DP=10,8)
N=108
Sexo 66,67% Mulheres 33,33% Homens
Escolaridade 50,93% 4ª classe 12,04% analfabetos
Situação profissional 63,89% reforma ou invalidez
20,37 trabalhadores ativos
Profissão 37,4% operários, artífices e trabalhadores similares
17,59% trabalhadores não qualificados
Componentes do agregado familiar 18,52% vivem sozinhos
Caracterização clínica da amostra
Diagnóstico de hipertensão arterial efetuado em média há 10,78 anos (DP=9,75)
Quase metade da amostra (47,22%) tem familiares diretos com a doença
37,04% dos participantes vivem com pessoas que também têm hipertensão
62,96% dos participantes têm outras doenças crónicas, como diabetes
A monitorização da pressão arterial é feita principalmente no Centro de Saúde; 21,3%
monitorizam a PA no domicílio
53,7% dos indivíduos consideram que sentem que alguém os ajuda na gestão do regime
terapêutico
Resultados
O score médio de adesão ao regime terapêutico foi 3,93 (DP=0,49).
As dimensões do tratamento onde se verificaram menores níveis de adesão foram na integração de
um plano de atividade física e no regime dietético.
A média de adesão à alimentação foi de 4,03 (DP=0,6), sendo o mínimo valor encontrado igual a 2,43 e o
máximo igual a 5.
Uma grande percentagem dos inquiridos (46,3%) não praticou exercício físico (pelo menos 30 minutos) nos
últimos sete dias. A tendência central da amostra estudada é fazer raramente exercício (Mediana=2)

A média de adesão ao uso do álcool foi de 4,44 (DP=1,02), com o mínimo de 1 e o máximo de 5.
A percentagem de fumadores na amostra é muito pequena – só 9 pessoas fumam – o que
corresponde a uma percentagem de 8,4%.
Nos últimos sete dias, 79,8% dos inquiridos referiram ter tomado a medicação consoante
recomendado. A moda e a mediana foram de 5.
Resultados
Resultados
Resultados
Resultados
Resultados Conhecimentos sobre
hipertensão arterial

Etiologia e duração Manifestações clínicas

Conhecimentos Conhecimentos
Desconhecimentos Total
correctos errados
Itens

Nº % Nº % Nº % Nº (%)

1 “Na maioria dos doentes a causa…” 33 30,6 25 23,1 50 46,3 108(100)

2 “…é uma doença para toda a vida” 78 72,2 14 13,0 16 14,8 108(100)

3 “Pode-se ter a tensão alta sem ter queixas” 42 38,9 47 43,5 42 17,6 108(100)

4 “Só se pode saber se a tensão está…” 53 49,1 48 44,4 7 6,5 108(100)


Conhecimentos sobre
hipertensão arterial

Resultados Factores de risco

Obesidade

Sal

Álcool

Hereditariedade

Conhecimentos Conhecimentos
Desconhecimentos Total
correctos errados
Itens

Nº % Nº % Nº % Nº (%)

5 “O excesso de peso faz subir a …” 65 60,2 7 6,5 36 33,3 108(100)

6 “O sal faz subir a tensão” 108 100 0 0 0 0 108(100)

7 “O álcool faz subir a tensão” 88 81,5 3 2,8 17 15,7 108(100)

8 “Se os pais tiverem a tensão alta…” 56 51,9 6 5,6 46 42,6 108(100)


Conhecimentos sobre
hipertensão arterial

Resultados
Tratamento

Modificação
Farmacológico
estilos de vida

Exercício físico

Sal

Consumo de álcool

Conhecimentos Conhecimentos
Desconhecimentos Total Consumo de tabaco
Itens correctos errados
Nº % Nº % Nº % Nº (%) Perda ponderal
9 “As pessoas com tensão alta devem fazer
92 85,2 2 1,9 14 13,0 108(100)
exercício físico…”
10 “…importante comer com pouco sal” 107 99,1 0 0 1 0,9 108(100)
11 “…importante reduzir o consumo de bebidas
99 91,7 1 0,9 8 7,4 108(100)
alcoólicas”
12 “…pessoas com excesso de peso, perder peso” 92 85,2 2 1,9 14 13,0 108(100)
13 “As pessoas com tensão alta devem deixar de
94 87,0 0 0 14 13,0 108(100)
fumar”
14 “Os medicamentos são o único tratamento
51 47,2 40 37,0 17 15,7 108(100)
para a hipertensão”
15 “Os medicamentos…devem ser tomados todos
105 97,2 1 0,9 2 1,9 108(100)
os dias”
16 “Quando a tensão baixar com a medicação,
76 70,4 18 16,7 14 13,0 108(100)
pode suspender…”
17 “Tomar os medicamentos…melhora a 56
88 81,5 3 2,8 17 15,7 108(100)
esperança de vida”
Conhecimentos sobre

Resultados
hipertensão arterial

Complicações

Cerebrais

Cardíacas

Oculares

Renais
Conhecimentos Conhecimentos
Desconhecimentos Total
Itens correctos errados

Nº % Nº % Nº % Nº (%)

18 “… pode provocar ataque cardíaco” 104 96,3 0 0 4 3,7 108(100)

19 “… pode provocar trombose” 107 99,1 0 0 1 0,9 108(100)


20 “… pode provocar cegueira” 39 36,1 12 11,1 57 52,8 108(100)

21 “… pode provocar doenças nos rins” 34 31,5 5 4,6 69 5763,9 108(100)


Resultados
Conclusões

O grau de adesão ao regime farmacológico é superior à modificação dos estilos de vida


O prazer que determinados hábitos proporcionam condiciona as escolhas comportamentais.
Relação entre características sociodemográficas e a adesão a algumas dimensões do
tratamento processo diagnóstico
Importância do suporte social no processo de mudança comportamental.
Conclusões

Amostra apresenta défices de conhecimento relativamente a alguns aspetos da doença.


A dimensão “etiologia” é a menos conhecida pelos participantes.
Outro aspeto sobre o qual demonstraram défice de conhecimentos foi a sintomatologia.
A dimensão onde se verificou um maior conhecimento foi o tratamento. De facto, os
resultados permitem afirmar que os participantes conhecem o regime terapêutico
recomendado para a gestão da doença.
As complicações cardíacas e cerebrovasculares da doença são conhecidas pelos participantes.
Conclusões
Os dados não nos permitem afirmar a existência de relações significativas entre
recomendações e conhecimentos sobre a doença e a adesão ao regime terapêutico.
Contudo:
É fundamental que as pessoas tenham conhecimentos sobre a sua doença e sobre o regime
terapêutico instituído, que lhes permitam lidar convenientemente com a sua condição,
minimizando ou prevenindo outros potenciais riscos para a sua saúde.
Só uma pessoa bem informada pode decidir conscientemente sobre o caminho que pretende
seguir, de acordo com os seus objetivos de vida e seus valores.
Os enfermeiros devem aprimorar os meios de fornecer informação no sentido de
possibilitarem a aprendizagem por parte do doente, certificando-se que a informação foi
compreendida e corrigidos os conceitos errados.
Conceção de cuidados
Que dados colher????
A pessoa tem informação sobre o regime terapêutico recomendado?
A pessoa está consciente sobre o que vai mudar?
Qual o significado que a pessoa atribui à mudança?
Existem crenças que dificultem a mudança comportamental?
A pessoa tem os conhecimentos e as capacidades necessárias para proceder à
mudança comportamental?
A pessoa tem condições externas que a ajudem na mudança comportamental?

Recolha de dados
Condições pessoais e recursos sociais para a autogestão
 Capacidade cognitiva
 Capacidade física
 Alteração da perceção
 Apoio de familiares ou outros significativos
 Capacidade económica para adquirir medicamentos e/ou dispositivos
 Acesso aos dispositivos
 …

Se estas condições dificultam ou


impedem a autogestão Requer substituição total ou parcial
por familiar cuidador para gerir o
Dx: “Autogestão do regime …, regime…
comprometida”
Conceção de cuidados
Dados:
 Dados para caracterizar o comportamento face ao regime medicamentoso
 Dados para caracterizar o padrão alimentar
 Dados para caracterizar o padrão de exercício
 …

Se o padrão não é o desejável face às condições impostas pela doença


“Autogestão do regime….”

Objetivos
Intervenções
Conceção de cuidados (exemplo)
Autogestão regime medicamentoso
Dados:
 Capaz de organizar a medicação conforme horário
 Capaz de preparar a medicação conforme a dose
 Capaz de administrar a medicação pela via adequada
 Capaz de ajustar a medicação de acordo com autovigilância
Conhecimento
 Capaz de armazenar a medicação de acordo com as recomendações
técnicas Consciencialização
Capacidade
Significado
DX: Autogestão do regime medicamentoso comprometida Autoeficácia
Recursos
Determinar a evolução da autogestão do regime medicamentoso …
Avaliar evolução do compromisso da autogestão do regime medicamentoso

Assegurar continuidade de cuidados


Iniciar referenciação para a RNCCI

Promover autogestão: regime medicamentoso


Conceção de cuidados (exemplo)
Autogestão regime medicamentoso
Dados:
 Conhecimento sobre autogestão do regime medicamentoso (necessita de ser melhorado para
progredir para a mestria; é o momento próprio para intervir)

DX: Potencial para melhorar conhecimento sobre autogestão do regime


medicamentoso

Ensinar sobre autogestão do regime medicamentoso


Ensinar sobre regime medicamentoso
Ensinar sobre resposta à medicação
Ensinar sobre efeitos secundários da medicação
Ensinar sobre ajuste da medicação de acordo com os resultados da vigilância

Intervenção
Ensinar sobre autogestão do regime medicamentoso através de informoterapia
(lembretes, calendário com a medicação, alarmes, apps, programas informáticos…..)

67
Conceção de cuidados (exemplo)
Autogestão regime medicamentoso
Dados:
• Capacidade para gerir o regime medicamentoso (necessita de ser melhorada
para progredir para a mestria; é o momento próprio para intervir)

DX: Potencial para melhorar a capacidade para gerir o regime medicamentoso (com
ou sem dispositivo…)

Instruir a administrar medicação


Treinar a administrar medicação …
Dispositivos
Dispositivos
Dispositivos
Dispositivos
Conceção de cuidados (exemplo)
Autogestão regime medicamentoso
Dados:
Autoeficácia para gerir o regime medicamentoso (necessita de ser melhorada para progredir para a
mestria; é o momento próprio para intervir)

DX: Potencial para melhorar a autoeficácia para gerir o regime medicamentoso

Treinar a administrar medicação


Elogiar o desempenho do cliente
Analisar com o cliente os resultados alcançados…
Conceção de cuidados (exemplo)
Autogestão regime medicamentoso
Dados:
 Significado atribuído ao regime medicamentoso (desvalorização,
dependência, efeitos secundários…)

DX: Potencial para melhorar significado atribuído ao regime medicamentoso

Assistir o cliente a analisar o significado dificultador…


Diagnósticos de enfermagem: exemplos

Potencial para melhorar consciencialização da relação entre… (o uso de


dispositivo e a autonomia na autogestão do regime medicamentoso, …)
Potencial para melhorar capacidade para gerir o regime medicamentoso
usando dispositivo
Potencial para melhorar o acesso aos dispositivos aconselhados
…
Conceção de cuidados (exemplo)
Autogestão regime dietético
Dados:
 Padrão alimentar: ingestão de gorduras
 Padrão alimentar: ingestão de sal
 Padrão alimentar: ingestão de vegetais/fruta
 Padrão alimentar: ingestão de bebidas alcoólicas
 …

Determinar evolução do padrão alimentar


Avaliar evolução do padrão alimentar
Conhecimento
Consciencialização
Promover autogestão: regime dietético Significado
Diagnósticos de enfermagem: exemplos

Potencial para melhorar conhecimento sobre autogestão do regime dietético


Potencial para melhorar consciencialização da relação entre a dieta e o
controlo da pressão sanguínea
Potencial para melhorar significado atribuído ao regime dietético
…
Intervenções de enfermagem: exemplos
Ensinar sobre autogestão do regime dietético
Ensinar sobre regime dietético
Ensinar sobre dieta restrita… (em gorduras, sal, …)
Ensinar sobre abuso do álcool
Ensinar sobre a relação entre a ingestão de alimentos e medicação
Ensinar sobre a relação entre o abuso de álcool e medicação
Ensinar sobre ajuste da dieta de acordo com resultados de vigilância
Ensinar sobre cálculo da ingestão nutricional
…
Teor de sal nos alimentos
Meta da OMS para 2020 nos produtos alimentares - é pretendido que o valor não seja
superior a 0,3 g de sal por 100 g ou 100 ml; para sopas e prato de refeição a quantidade
de sal presente deve ser inferior - 0,2 g de sal por 100 g de alimento.

Segundo dados do INS Doutor Ricardo Jorge: O pão e as tostas (18%), os produtos de
charcutaria (8%) e as sopas (7%) são os produtos alimentares que mais contribuem para
a elevada ingestão de sal.

Quantidade de sal no mercado português - sopa, fiambre, queijo e tostas - teores


médios de sal, em g/100 g, de 0,61; 2,3; 2,6 e 1,2 respetivamente.
(INS, 2018)
(INS, 2018)
(INS, 2018)
(INS, 2018)
Alimentos com maior quantidade de sal
carnes processadas (ex: salsichas, hambúrguer, rissóis, folhados, enchidos);
algumas conservas (ex: milho, ervilha, atum, sardinha);
molhos embalados;
caldos concentrados;
batatas-fritas de pacote;
 bacalhau (é importante que seja bem demolhado);
alguns lacticínios (manteigas com sal, queijos curados);
refrigerantes (o sódio pode ser adicionado a sumos como conservante);
refeições pré-cozinhadas e snacks.
(Sociedade Portuguesa de Hipertensão)
Sugestões para a redução do sal
Diminuir gradualmente a quantidade de sal que se adiciona na confeção das
refeições;
Não levar saleiro para a mesa;
Substituir o sal por ervas aromáticas ou especiarias;
Ler os rótulos dos alimentos e optar pelo que tem menos teor de sódio;
Evitar alimentos com elevado teor de sal (enchidos, aperitivos salgados, sopas
instantâneas, refeições enlatadas, azeitonas, molhos, etc.).
(DGS, 2015)
Consumo de sal - Interpretação dos rótulos
O sódio pode aparecer sobre diversas designações:
Teor de sal
Sódio
NaCl
Na
Glutamato monossódico
Bicarbonato de sódio
Bissulfato de sódio
Fosfato disódico
Hidróxido de sódio
Propionato de sódio
Evitar alimentos que contêm mais de 5% da dose diária recomendada (DDR) de sódio, ou mais de 1,5 g de sal por 100 g

(Sociedade Portuguesa de Hipertensão)


Conceção de cuidados (exemplo)
Autogestão regime de exercício
Dados:
 Padrão de exercício: nº de horas por semana de atividade física por lazer
 Padrão de exercício: nº de horas por semana de atividade física laboral
 Padrão de exercício: tempo de exercício físico diário
 Padrão de exercício: tempo de exercício físico semanal
 …

Determinar evolução do padrão de exercício


Avaliar evolução do padrão de exercício
Conhecimento
Consciencialização
Promover autogestão: regime de exercício Significado
Diagnósticos de enfermagem: exemplos

Potencial para melhorar conhecimento sobre autogestão do regime de


exercício
Potencial para melhorar consciencialização da relação entre exercício físico e
controlo da pressão sanguínea
Potencial para melhorar significado atribuído ao regime de exercício
…
Intervenções de enfermagem: exemplos

Ensinar sobre regime de exercício


Ensinar sobre autogestão do regime de exercício
Ensinar sobre ajuste do exercício físico de acordo com resultados de
autovigilância
Analisar com o cliente a relação entre exercício físico e controlo da pressão
sanguínea
Hipertensão arterial – regime de exercício
Exercício aeróbio (corrida, ciclismo, caminhada)
Duração de 30 a 60 minutos, pelo menos quatro a cinco dias por semana, ideal 7
Exercício de intensidade moderada, que corresponde ao nível 5-7 na escala de Borg adaptada

Sociedade Portuguesa de Hipertensão


Intervenções
Intervenções técnicas – simplificar o regime medicamentoso, ex: combinação de
fármacos
Intervenções comportamentais – avisos e auxiliares de memória, por email, telefone,
visita ao domicílio
Intervenções educacionais – ensinar pessoa ou grupo, contactos face a face e técnicas
audiovisuais
Intervenções de suporte social – suporte prático e emocional pela família, amigos ou
profissionais de saúde
Intervenções estruturadas – cuidados da comunidade
Intervenções complexas e multifacetadas – combinação de diferentes abordagens e
intervenções

(Van Dulmen et al, 2007)


Auto monitorização da PA no domicílio
(AMPA)
A AMPA pode ter um efeito benéfico na gestão do regime terapêutico e no controlo da PA,
especialmente quando combinada com intervenções educacionais e de aconselhamento;
A AMPA aumenta o envolvimento do cliente na gestão da sua doença podendo melhorar a
gestão do RT e o controlo da PA;
As aplicações dos telemóveis e smartphones podem oferecer vantagens adicionais, lembrando
a necessidade de auto monitorização da PA, sendo igualmente uma forma conveniente de
armazenar dados de PA em formato digital para que possam ser mais facilmente transmissíveis.

(McManus, 2010; McManus, 2014; Omboni et al, 2013)


Bibliografia
CRUZ, I. (2019) – A adesão ao regime terapêutico na pessoa com doença crónica – especificidade da pessoa com hipertensão arterial. Novas edições
académicas.
Direção-geral da saúde (2013). Abordagem terapêutica da hipertensão arterial. https://www.dgs.pt/directrizes-da-dgs/normas-e-circulares-
normativas/norma-n-0202011-de-28092011-atualizada-a-19032013-jpg.aspx
Direção-geral da saúde (2015). Ervas aromáticas – uma estratégia para a redução do sal na alimentação dos portugueses.
https://nutrimento.pt/activeapp/wp-content/uploads/2015/03/Ervas-arom%C3%A1ticas-Um-estrat%C3%A9gia-para-a-redu%C3%A7%C3%A3o-do-
sal-na-alimenta%C3%A7%C3%A3o-dos-Portugueses.pdf
CRUZ, I. et al. (2016) - Analysis of the nursing documentation in use in Portugal – building a clinical data model of nursing centered on the man-
agement of treatment regimen. Nursing Informatics 225: 407-411.
GUTIERREZ, M.; SAKULBUMRUNGSIL, R. (2021) - Factors associated with medication adherence of hypertensive patients in the Philippines: a
systematic review. Clinical Hypertension, Vol. 27 (19),. https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC8485436/
HENRIQUES, M. et al. (2012) Adherence and medication management by the elderly. Journal of Clinical Nursing. 21: 3096-3105.
INS (2018) - Teor de sal em diferentes categorias de alimentos: a realidade nacional comparada com outros países europeus. Disponível
http://repositorio.insa.pt/bitstream/10400.18/5582/4/Boletim_Epidemiologico_Observacoes_N22_2018_artigo1.pdf
MACEDO, M.E. et al. (2005) – Prevalence, awareness, treatment and control of hypertension in Portugal: the PAP study. Journal of Hypertension. Vol.
23, p. 1661-1666. 2005.
MACEDO, M.E. et al. (2007) – Prevalência, conhecimento, tratamento e controlo da hipertensão em Portugal. Estudo PAP. Revista Portuguesa de
Cardiologia. Vol 26, p. 21-39.
MANCIA et al. (2023) - 2023 ESH Guidelines for the management of arterial hypertension The Task Force for the management of arterial hypertension
of the European Society of Hypertension. Journal of Hypertension, 41.
https://journals.lww.com/jhypertension/fulltext/2023/12000/2023_esh_guidelines_for_the_management_of_arterial.2.aspx
Bibliografia
MÁRTIRES, M. (2012) – Processos de cuidar em enfermagem: idosos com hipertensão arterial. Lisboa. Universidade de Lisboa, Dissertação de
Doutoramento em Enfermagem, apresentada à Universidade de Lisboa.
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PORTUGAL. Norma Direção-Geral da Saúde. Hipertensão arterial: definição e classificação. Nº 020/2011. disponível http://www.seram.pt/wp-
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SCHULMAN-GREEN, D. et al. (2016) - A metasynthesis of factors affecting self-management of chronic illness. Journal of Advanced Nursing 00:
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STERGIOU, G. et al. (2021) – 2021 European Society of Hypertension practice guidelines for office and out-of-office blood pressure
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https://journals.lww.com/jhypertension/Fulltext/2021/07000/2021_European_Society_of_Hypertension_practice.5.aspx
WHELTON, P. et al. (2017) - 2017 ACC/AHA/AAPA/ABC/ACPM/AGS/APhA/ ASH/ASPC/NMA/PCNA Guideline for the Prevention, Detection,
Evaluation, and Management of High Blood Pressure in Adults A Report of the American College of Cardiology/American Heart Association
Task Force on Clinical Practice Guidelines. American College of Cardiology Foundation and the American Heart Association disponível
https://www.ahajournals.org/doi/pdf/10.1161/HYP.0000000000000065
WILLIAMS, et al. (2018) - 2018 ESC/ESH Guidelines for the management of arterial hypertension. European Heart Journal. 00, p.1-98.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (2003) – Adherence to Long-Term Therapies: Evidence for action. Switzerland: WHO.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (2008) - 2008-2013 Action Plan for the Global Strategy for the Prevention and Control of
Noncommunicable Diseases. Switzerland: WHO.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (2021) - Guideline for the pharmacological treatment of hypertension in adults. WHO.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (2014) – Noncommunicable diseases: country profiles 2014. Switzerland: WHO.
WORLD HEALTH ORGANIZATION (2014) – World Health statistics 2014: a wealth of information on global public health.

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